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ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 1 Endocrinologia Estado hiperglicêmico hiperosmolar Complicações Agudas do DM O DM pode descompensar seu quadro metabólico Os níveis glicemicos podem ser extremos, associados a alta perda hidroeletrolítica. DM1 • A cetoacidose diabética é uma complicação que faz parte da história natural da doença. • Quando não tratado adequadamente com insulina, ou quando há estresse metabólico DM2 • Cetoacidose diabética -> Ocorre somente em condições de estresse máximo, como sepse. • O Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar é mais comum em indivíduos portadores de DM2 Crises Hiperglicêmicas As crises hiperglicêmicas são: CAD e EHH, as duas mais graves complicações agudas do DM. Sinonimos de EHH: estado hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico, coma hiperglicêmico hiperosmolar não cetótico, coma hiperosmolar. Porém, Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar é melhor, pois: • Pequenos graus de cetose podem ocorrer no EHH • O coma ocorre em 30 a 50% dos pacientes O que é EHH? É um estado de défict relativo de insulina, que, pode levar a uma hiperglicemia significativa, desidratação e hiperosmolaridade. O que é CAD? A deficiencia insulinica é mais intensa. Há produção de corpos cetonicos e acidose metabólica (anion gap elevado) . Estado de hiperglicemia + acidose metabólica com anion gap elevado + cetonemia/cetonúria. EHH e CAD: São descritas como distintas, porém: • Há estimativas de que 20 a 30% dis EHH tem acidose matabolica resultante de uma CAD concomitante. Epidemiologia: EHH • Raro no DM1, há predomínio de DM2 • Manifestação inicial na DM2 em 17% dos casos • Predomina nos idosos, mas pode ser observado em qualquer idade. • 20% dos casos <30 anos • Mortalidade de cerca de 20%, ocorre com idosos com comorbidades CAD • Ocorre mais em DM1, mas há aumento de frequencia no DM2. • Pode ser a manifestação inicial em 15 a 20% dos adultos e 30 a 40% das crianças. • Principal causa de mortalidade em crianças, adolescentes e jovens com DM1 – 50% dos obitos. • Pouco frequente da DM2, surge em situações de estresse intenso, como infecções graves, IAM, AVC. • Mortalidade de 5% se tratada e 100% se não tratada ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 2 Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar EHH: Para que ocorra nesse estado, é necessário um estado de hiperglicemia e hiperosmolaridade. O que é EHH? É um estado de défict relativo de insulina, que, pode levar a uma hiperglicemia significativa, desidratação e hiperosmolaridade Obs: é uma forma de descompensação mais típica do portador de Dm2 idoso. Mortalidade: Possui mortalidade maior, até 20% em algumas referencias. Já que são idosos com comorbidades, no geral. Epidemiologia • Raro no DM1, há predomínio de DM2 • Manifestação inicial na DM2 em 17% dos casos • Predomina nos idosos, mas pode ser observado em qualquer idade. • 20% dos casos <30 anos • Mortalidade de cerca de 20%, ocorre com idosos com comorbidades Fatores Preciptantes: EHH pode ser preciptado por: • infecções – 57%, pneumonia, ITU e sepse • medicações e • não adesao ao tratamento 21% dos casos. Obs: IAM, AVC, cirurgias, podem causar EHH. Como ocorre EHH? Para que ocorra nesse estado, é necessário um estado de hiperglicemia e hiperosmolaridade. Porém, a hiperosmolaridade ocorre quando há baixa ingesta de água. Fisiopatologia Insulina baixa – hiperglicemia sem alta taxa de lipólise: • Insulina baixa – lipólise, não é uficiente para gerar corpos cetonicos para cetoacidose – mas a glicemia está ficando alta – aumentando a osmolaridade que é proporcional a glicemia A Hiperosmolaridade –> aumenta volemia – e aumenta a diurese: • No estado Hiperosmolar –> o liquido é roubado do tecido – isso aumenta volume arterial efetivo • Ou seja, filtra mais – urina mais – perde água Com diurese – hiperosmolar e seco: • Agora está hiperosmolar e seco –> sente sede –> toma agua –> diminui a osmolaridade ao beber agua • mas o volume arterial efetivo está alto e isso gera maior urina –> bebe agua e urina, bebe água e urina novamente, gerando um ciclo. Ciclo de hiper osmolaridade: • Beber agua e resolve a osmolaridade • Mas aumenta o volume circulante • Ou seja, aumenta o volume de urina -> aumentando a osmolaridade novamente Resumo: Chega um ponto que ele não resolve mais a hiperosmolaridade –> para de beber agua –> por exemplo - idosos debilitados Patogênese No EHH, os níveis de insulina são suficientes para prevenir a cetogênese no fígado, mas são inadequadaos para utilização da glicose. Ipoinsulinismo relativo: • Pacientes com EEH possuem hipoinsulinismo relativo, e possuem menores níveis de hormonios contrarreguladores. Hiperglicemia progressiva: • Níveis de glicose aumentam progressivamente, • devido ao hipoinsulinismo relativo e a presença dos contrarreguladores, que geram glicogenólise e gliconeogenese. Aumento de osmolaridade – aumento de volemia: • Os níveis de glicose aumentam, ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 3 aumentando com si, a osmolaridade. • A hiperosmolaridade desvia o fluido intracelular para o extracelular. Aumento de Volemia e diurese: • Ocorre então aumento do volume arterial efetivo – que leva a aumento da filtração glomerular • aumento da diurese com perda de água. Maior perda de agua que eletrolitos: • A perda de agua é maior que a de eletrólitos, o estado de hiperosmolaridade sérica retorna, mas agora, o paciente está hiperosmolar e seco. Estimulo a reidratação: • Há estimulo então, de reidratação, que leva a queda da osmolaridade sérica e o aumento de eliminação de glicose renal. Por fim: • Então, para ocorrer um EHH, o paciente tem o mecanismo de sede ou acesso a fluido prejudicado, • impedindo de corrigir a hiperosmolaridade. Tempo de instação: Como é de se advinhar, esse processo dura alguns dias até que chegue a níveis criticos de osmolaridade e de glicemia. A fisiopato pode ser parecida com a da cetoacidose, porém, não há acidose decorrente dos níveis de insulina circulantes, que inibem a cetogenese mas não a gliconeogenese excessiva. Anamnese e Exame físico A história pode ser pobre ou ausente em alguns casos • a depressão do nivel de consciencia em idoso pode nos direcionar a pensar em EHH. • 40% dos casos o ddo de Dm nem foi estabelecido. Quadro típico: desidratação progressiva a varios dias, associado a uma ITU ou pneumonia. Maior risco: Pacientes demenciados, acamados devido a incapacidade de regular ingesta hidrica conforme necessidade. Sinais clinicos de desidratação estão presentes: • Hipotensão e oligúria - sinal de hipovolemia importante, 20 a 40% de eprda de agua. Exame fisico: algum sítio de infecção. Abdome: distenção e dor abdominal, nauseas e vomitos podem estar presentes. Neurologico: pode ser variado, deficts motores, crises convulsivas, coma. • Convulsões focais – 25% dos casos • Coma – osmolaridade 350/320 pra cima Diagnóstico Os critérios diagnósticos da ADA são: • glicose plasmática > 600 mg/dl; • pH arterial > 7,3; • HCO3 > 18; • osmolalidade plasmática efetiva > 320 mOsm/kg. Osmolaridade efetiva: • Osmolaridade = 2x (Na) + Glicose/18 Diferenciar CAD e EHH: Diferenciar laboratorialmente CAD e EHH não é só pela cetonemia Glicemia para diferenciar CAD e EHH: • glicemia costuma atingir valores maiores, até 2mil, sódio e ureia podem ser mais elevados. Conduta A conduta é QUASE a mesma da CAD, com algumas diferenças. Insulina na CAD é ineficaz: • Na CAD, insulinoterapia venosa ao mesmo tempo com a correção dodefict hidrico nem adianta, é inficaz. ANDRÉ WILLIAMS – UFMS 4 Insulina no EHH antes pode dar colapso: • Fazer insulina reidratando pode levar a colapso vascular imediato no EHH. Porque? • Influxo de glicose nas celulas + insulina – desequilibra grandiente osmotico – influxo intracelular – agrava hipovolemia. Quando fazer insulina? • Insulinoterapia só deve ser feita após reposição hidrica, sendo obrigatorio a regular IV. Após 2 horas de reposição hídrica: • substituir por S. Salina 0,45% com 6/8L nas 12 horas restantes. Quando a Hidratação estiver em curso – administrar insulina IV. Alvos e Objetivos: Primeiras 24 horas • manter glicemia acima de 250 devido a risco de edema cerebral. • Nao reduzir mais que 50 a 70 por hora. • Realizar reposição Potássio – igual protocolo de CAD. • Tratamento de comorbidades: junto a correção do défict hidroeletrolítico.
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