Leitura e interpretação em Língua 3 resumo

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14/12/2020
Língua Portuguesa 
para docentes
Leitura e interpretação em Língua 
Portuguesa
Prof.ª Mestra Andressa Aparecida Lopes
• Unidade de Ensino: 3
• Competência da Unidade: Compreender os processos e estratégias de leitura.
• Resumo: Nesta unidade, discutiremos os aspectos linguísticos, textuais e
contextuais da leitura.
• Palavras-chave: Leitura; Contexto; Relações textuais; Multimodalidade.
• Título da Teleaula: Leitura e interpretação em Língua
Portuguesa
• Teleaula nº: 3
Contextualização
• O que é necessário para ler e compreender um texto?
• Há estratégias para se ler um texto?
• Quais são os elementos principais para a produção de 
sentidos de um texto?
• Um texto é composto somente por linguagem verbal?
Processos de leitura
O processo de leitura Processos de leitura
Inteligível: relaciona-se com o processo de
decodificação;
Interpretável: relaciona-se com o estabelecimento de
coesão;
Compreensível: é a atribuição de sentidos colocando-se
em relação o que foi dito com o contexto de produção,
que cerca, e “atravessa” o ato de dizer.
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Mobilização de conhecimentos para leitura:
• Conhecimentos prévios: Informações e conhecimentos de mundo
adquiridos e assimilados por práticas anteriores.
• Conhecimentos linguísticos: recursos e elementos linguísticos e textuais:
gramática, ortografia, figuras de linguagem,
entre outros.
• Conhecimentos sobre o gênero/ prática social:
domínio das condições de produção e
particularidades do gênero.
Estratégias de leitura:
• Ativação de conhecimentos de mundo.
• Antecipação de conteúdos ou propriedades dos textos.
• Checagem de hipóteses.
• Localização e/ou cópia de informações.
• Comparações de informações.
• Generalização.
• Recuperação do contexto de produção do texto.
• Definição de finalidade e metas da atividade de leitura.
• Percepção de relações de intertextualidade.
• Percepção de relações de interdiscursividade.
• Percepção de outras linguagens.
• Elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas.
• Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou 
políticos.
Contexto e condições 
de produção
Condições de produção
São responsáveis pelo estabelecimento das relações de
força no interior do discurso e mantêm com a linguagem
uma relação necessária, constituindo com ela o sentido
do texto.
São elementos exteriores à língua.
Para quem? 
Qual objetivo?
Público-alvo?
Veículo/Suporte?
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Leitura do texto Contexto sentidos produzidos
Não existe texto neutro. Logo, uma leitura crítica e
reflexiva deve ser realizada, considerando, inclusive, a
organização global do texto, a disposição gráfica, as
ilustrações, fotos e infografia que o acompanha.
CONHECIMENTO 
DE MUNDO
COMPREENDER 
AS RELAÇÕES 
TEXTUAIS COMPREENDER 
AS RELAÇÕES 
CONTEXTUAIS
COMPREENDER 
AS RELAÇÕES 
INTERTEXTUAIS Disponível em: https://bit.ly/3bU6r1f Acesso 
em: 01 mai.2020.
Relações contextuais 
e intertextuais
Relações textuais – somente no texto
Fonte: <encurtador.com.br/jmq38>. Acesso em: 22 abr. 2019.
Relações contextuais: conhecimento de mundo
Fonte: <encurtador.com.br/jmq38>. Acesso em: 18 mar. 2019.
Relações intertextuais – diálogo com outros textos
Fonte: <encurtador.com.br/jmq38encurtador.com.br/jmq38>. Acesso em: 18 mar. 2019.
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Relações 
intertextuais e o 
sentido do texto
Situação-problema
Ao iniciar o conteúdo sobre intertextualidade, depara-se
com os seguintes trechos em seu livro didático. Porém,
há apenas a definição do que é intertextualidade e os
trechos citados como exemplos do conceito, ou seja, não
há análise dos textos. Dessa forma, você deve elaborar
um texto de análise para expor aos alunos a aplicação da
intertextualidade entre os três trechos apresentados,
além de algumas questões que trabalhem a leitura dos
alunos, a fim de compreender o conceito.
I. Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser gauche 
na vida.
ANDRADE, Carlos Drummond 
de. Alguma poesia. Rio de 
Janeiro: Aguilar, 1964.
II. Quando nasci veio um anjo 
safado O chato dum querubim
E decretou que eu tava
predestinado A ser errado 
assim Já de saída a minha 
estrada entortou Mas vou até 
o fim.
BUARQUE, Chico. Letra e 
música.São Paulo: Companhia 
das Letras, 1989
III. Quando nasci um anjo 
esbelto
Desses que tocam trombeta, 
anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra 
mulher
Esta espécie ainda 
envergonhada.
PRADO, Adélia. Bagagem.
Rio de Janeiro: Guanabara, 
1986. 
Resolvendo a situação-problema
Para formular a análise e questões pertinentes ao
conteúdo sobre intertextualidade, primeiro retome a
leitura dos conceitos e exemplos sobre esse estudo na
teoria e sugestões de leitura desta seção.
Verifique os contextos e períodos nos quais os poemas
foram produzidos para relacionar contexto e conteúdo.
O papel do contexto 
na leitura
O contexto exerce poder 
na produção de sentidos 
de um texto durante a 
leitura?
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Pressupostos e 
subentendidos 
O que são pressupostos e subentendidos?
Pressupostos e subentendidos são informações
implícitas num texto, não expressas formalmente,
apenas sugeridas por marcas linguísticas ou pelo
contexto. Cabe ao leitor, numa leitura proficiente, ir
além da informação que se encontra explícita,
identificando e compreendendo as informações
implícitas, ou seja, lendo nas entrelinhas.
Pressuposto
Os pressupostos são informações implícitas adicionais,
facilmente compreendidas devido a palavras ou
expressões presentes na frase que permitem ao leitor
compreender essa informação implícita. O enunciado
depende dessa pressuposição para que faça sentido.
Assim, o pressuposto é verdadeiro e irrefutável.
Exemplos de pressupostos:
- Decidi deixar de comer carne.
Pressuposto: A pessoa comia carne antes.
Subentendido
Os subentendidos são insinuações, informações escondidas,
dependentes da interpretação do leitor. Não possuem marca linguística,
sendo deduzidos através do contexto comunicacional e do conhecimento
que os destinatários têm. Podem ser ou não verdadeiros e podem ser
facilmente negados, visto serem unicamente da responsabilidade de
quem interpreta a frase.
Exemplos de subentendidos:
- Quando sair de casa, não se esqueça de levar um casaco.
Subentendido: Está frio lá fora.
Coesão e coerência
Coesão
A coesão textual é a conexão linguística que permite a
amarração das ideias dentro de um texto.
Como podemos realizar coesão no texto:
a) Pronomes (para não repetir vocábulos);
b) Conjunções (para ligar orações);
c) Expressões temporais ou de retomada (Naquele
tempo, nesse sentido, dessa forma, desse modo, assim).
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Coerência 
De acordo com Koch e Travaglia (1999), a coerência é
estabelecida na interação, na interlocução, numa situação
comunicativa entre interlocutores e é como uma
continuidade de sentidos possível de se perceber no
texto, o que resulta uma conexão conceitual-cognitiva
entre os elementos do texto.
- Trata-se da lógica temática do texto.
Disponível em: https://bit.ly/2Lk51ow Acesso em: 08 dez. 2020.
Multimodalidade
Modalidades de linguagem
Linguagem é um conjunto de signos que permitem significação.
• Linguagem verbal: conjunto de signos que empreguem o sistema
linguístico (letras e sons).
• Linguagem não verbal: conjunto de signos que não
empregam o uso do sistema linguístico (gestos,
sons, melodias, imagens, entre outras.)
Multiletramento
O conceito de multiletramento remete à
multiplicidade de linguagem, uma vez que a
produção dos gêneros multimodais envolve
diferentes linguagens, mídias e semioses, bem
como à pluralidade cultural, resultado de uma
sociedade sempre mais multiétnica e multifacetada
(COPE; KALANTZIS, 2009b).
Disponível em: https://bit.ly/2EL7t0j Acesso 
em: 08 mar. 2019.
No espaço digital, é recorrente o uso de imagens com
textos, textos em movimento, áudios agrupados com
imagens e textos. Esta talvez seja a principal mudança
recentena forma de comunicações, presente
especialmente nas redes sociais e bastante perceptíveis
na contemporaneidade.
(GUERREIRO & SOARES, 2016, p. 188)
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Como ler os gêneros multimodais?
Quais são os novos letramentos que as novas tecnologias da informação
estão tornando tanto necessários quanto possíveis?
Os letramentos genéricos da Era da Informação certamente incluirão:
habilidades de autoria multimidiáticas, análise crítica multimidiática,
estratégias de exploração do ciberespaço e habilidades de navegação no
ciberespaço. (LEMKE, 2010)
Quadro sistematizado por Rojo (2012)
Usuário funcional
Competência técnica.
Conhecimento prático.
Criador de sentidos
Entende como diferentes 
tipos de texto e tecnologias 
operam.
Analista crítico
Entende que tudo que é 
dito e estudado é fruto de 
seleção prévia.
Transformador
Usa o que foi aprendido de 
novos modos.
Leitura de gêneros 
discursivos
Situação-problema
Em atividades de leitura em voz alta para um público, a
timidez e falta de domínio do código escrito podem
dificultar o aprendizado dos alunos. Você também
percebe que há dificuldade em relação à identificação dos
argumentos que compõem o texto persuasivo de uma
carta de reclamação, pois alguns alunos podem encontrar
os argumentos intuitivamente nos textos sem refletir
sobre o que são realmente, e outros, apesar de utilizarem
cotidianamente argumentos em suas relações diárias,
podem apresentar dificuldades em saber o que são e
onde se encontram no texto.
O que pode auxiliar nesta atividade de leitura e produção
do gênero?
- Atividade com o gênero carta de reclamação;
- Leitura do texto;
- Organização do texto em partes menores;
- Questionamento sobre a coesão do texto;
- Análise e construção dos elementos que ligam o texto.
Configuração do leitor 
na 
contemporaneidade
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As competências 
leitoras, hoje, são as 
mesmas de décadas 
anteriores? Finalizando a aula
Retomando...
- A leitura envolve processos e estratégias distintas;
- Entre as principais abordagens necessárias para
compreender um texto, estão: as relações
contextuais, as relações intertextuais, os pressupostos
e os subentendidos;
- A leitura de textos não envolve somente a escrita, pelo
contrário, considera as diferentes modalidades de
linguagem que significam.
Referências 
BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. 5 ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
BRASIL, Ministério da Educação – Secretaria da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC, 2018.
GERALDI, João Wanderley (Orgs.) O texto na sala de aula. São Paulo: Editora Ática, 1999. LER para
estudar: aves em extinção no Brasil.
LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Trad. Ernani Rosa. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e
compreensão. São Paulo, Parábola Editorial, 2008.
MOURA NEVES, Maria Helena de. Gramática do português culto falado no
Brasil. São Paulo: Contexto, 2016.
VITRAL, Lorenzo. Gramática inteligente do português do Brasil. São Paulo:
Contexto, 2017.
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