Buscar

Aula 12 coerência textual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Leitura, Interpretação e Produção TextualD I S C I P L I N A
Recursos de textualidade: 
a coerência textual
Maria Divanira de Lima Arcoverde
 Rossana Delmar de Lima Arcoverde
Autores
aula
12
Leitura, Interpretação e Produção Textual
Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lúcia do Amaral
Universidade Estadual da Paraíba
Reitora
Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitor
Aldo Bezerra Maciel
Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE
Eliane de Moura Silva
A6751 Arcoverde, Maria Divanira de Lima.
 Leitura, interpretação e produção textual./ Maria Divanira de Lima Arcoverde, Rossana Delmar de Lima Arcoverde. – Campina 
Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”.
Conteúdo: Fasc. 1- Linguagem: diferentes concepções; Fasc. 2 - leitura – perspectivas teóricas; Fasc. 3 - o jogo discursivo 
no processo de leitura; Fasc. 4 - leitura – antes e além da palavra; Fasc. 5 - a leitura como prática social; Fasc. 6 – produção 
textual-perspectivas teóricas; Fasc. 7 – a tessitura do texto; Fasc. 8 – gêneros textuais ou discursivos; Fasc. 9 – gêneros 
textuais e ensino; Fasc. 10 – a escrita como processo; Fasc. 11 – recursos de textualidade – coesão; Fasc. 12 – recursos 
de textualidade – coerência; Fasc. 13 – produzindo gêneros textuais – o resumo; Fasc. 14 – produzindo gêneros textuais – 
a resenha; Fasc. 15 – produzindo gêneros textuais – o memorial
ISBN: 978-85-87108-59-3
1. Leitura (Lingüística). 2. Produção de textos. 3. Educação a Distância. I. Título.
22 ed. CDD 418.4
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfico
Ivana Lima (UFRN)
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)
Revisores de Estrutura e Linguagem
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)
Revisoras de Língua Portuguesa
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual 1
Apresentação
N a aula anterior vimos a coesão como um dos critérios de textualidade. Vamos agora estudar outro fator que contribui para dar unidade ao texto, que é a coerência textual. Este conteúdo irá esclarecer como podemos utilizar determinados recursos para que 
o texto se torne claro e objetivo, de forma que possa contribuir com o leitor na construção 
de sentidos do texto. 
Nesta aula vamos trabalhar constructos teóricos que contribuirão com a sua 
aprendizagem, em relação à produção de um texto coerente.
Para isso, esperamos que você se envolva, participe das conversas ao longo da aula e 
resolva todas as atividades propostas.
Como sempre, vamos continuar intercalando nossas conversas com atividades para 
que nessa sintonia teoria/prática, firmemos nosso conhecimento.
Lembramos, ainda, que, caso tenha dúvidas, você deve consultar o material das aulas 
anteriores e procurar, também, dialogar com seu tutor, colegas ou professores.
Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você 
compreenda que o texto é um processo, cuja construção se dá com 
a participação efetiva do autor, que deve lhe atribuir uma seqüência 
lógica e progressiva, de forma que se instaure sentido e coerência;
Atividade 1
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual2 Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Para começo de conversa...
N a aula anterior (aula 11), vimos que com o surgimento da Lingüística Textual, novos direcionamentos foram dados ao trabalho de produção textual. Já entendemos, também, que para produzir um texto, não podemos esperar por “inspiração”. Temos que planejar 
o que vamos escrever e, para pôr em prática o próprio fazer do texto, que é a textualidade, 
devemos nos ater a determinados recursos que são, entre outros, a coesão e a coerência.
Vimos que um dos recursos de textualidade é a coesão, cujos elos coesivos ajudam 
a dar conexão as palavras e as frases, fazendo as relações necessárias para a tessitura 
do texto e levando em consideração a intenção discursiva do produtor, conforme o gênero 
textual que será produzido.
Vamos ler e analisar os textos a seguir para compreender como se dá a organização 
das idéias em um texto.
Nesse caso, leia com muita atenção os textos a seguir, um escrito por Sírio Possenti e 
outro adaptado pelas autoras para fins didáticos. 
Versão 1
Grafia, e não linguagem
Talvez, principalmente em chats, que são ‘conversas’ escritas que grupos 
mantêm entre si. Trata-se, simplesmente, de aspectos da escrita empregada 
em e-mails, em chats, em blogs.
Em geral, apenas aproveitam a carona para redizer os lugares-comuns de 
sempre sobre a suposta ignorância da nossa juventude, que, entre outras 
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
coisas, vejam só, escreve de forma ininteligível... para os velhotes que culpam 
os que escrevem pelo fato de não conseguirem ler suas mensagens (em vez 
de aproveitarem para aprender alguma coisa diferente). Mas o que é, afinal, o 
tal do internetês? É claro que essa grafia é empregada nos textos enviados e 
recebidos, e alguns analistas se valem da oportunidade para desancar os textos 
dos adolescentes.
Em resumo, trata-se apenas de grafia. Ainda mais especificamente – pelo menos 
é esse o sentido que a mídia dá a essa palavra -, trata-se da grafia utilizada por 
certos usuários dos computadores, em geral, jovens adolescentes que passam 
horas ‘teclando’, isto é, trocando mensagens por escrito. 
[...] 
Texto Adaptado pelas autoras para fins didáticos.
Versão 2
Grafia, e não linguagem
Mas o que é, afinal, o tal do internetês? Trata-se, simplesmente, de aspectos da 
escrita empregada em e-mails, em chats, em blogs. Talvez, principalmente em 
chats, que são ‘conversas’ escritas que grupos mantêm entre si.
Ainda mais especificamente – pelo menos é esse o sentido que a mídia dá a essa 
palavra -, trata-se da grafia utilizada por certos usuários dos computadores, 
em geral, jovens adolescentes que passam horas ‘teclando’, isto é, trocando 
mensagens por escrito. Em resumo, trata-se apenas de grafia.
É claro que essa grafia é empregada nos textos enviados e recebidos, e alguns 
analistas se valem da oportunidade para desancar os textos dos adolescentes. 
Em geral, apenas aproveitam a carona para redizer os lugares-comuns de 
sempre sobre a suposta ignorância da nossa juventude, que, entre outras 
coisas, vejam só, escreve de forma ininteligível... para os velhotes que culpam 
os que escrevem pelo fato de não conseguirem ler suas mensagens (em vez de 
aproveitarem para aprender alguma coisa diferente). 
[...]
POSSENTI, S. Você entende internetês? Revista Discutindo Língua Portuguesa. São Paulo, Escala educacional, ano 1, n. 2, 2006, p. 30.
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual� Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Vamos responder às questões sobre o texto.
1) Os textos abordam que temática?
2) Em qual das duas versõeso sentido do texto foi apresentado com maior clareza? 
Justifique e enriqueça sua resposta, apresentando alguns fragmentos da versão do texto que 
tem problemas na organização das idéias.
Continuando nossa conversa...
E xistem recursos, que dizem respeito a aspectos globais do texto, isto é, aqueles que afetam diretamente a significação do texto e que estão relacionados com a sua unidade. Dentre esses aspectos, a coerência é um dos mais importantes, tendo em 
vista que envolve procedimentos discursivos que proporcionam ao usuário da língua a 
oportunidade de perceber como existem diferentes recursos disponíveis para se conseguir 
os efeitos desejados.
Podemos afirmar que, em geral, alguns textos não apresentam inadequações de ordem 
morfossintática, mas podem estar organizados de modo que não fazem sentidos para o leitor 
Assim, vamos dar continuidade a nossa conversa para aprendermos porque isso acontece.
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
É nesse sentido que Antunes (2007, p. 50) chama a atenção para um ensino que possa 
“contribuir para que a língua seja vista como uma coisa maleável, versátil, sujeita a efeitos 
especiais, por vontade do falante”. Essa lingüista enfatiza, ainda que “A eficácia do discurso 
requer também que se saiba que relações estabelecer, que integrações operar, de maneira a 
garantir a unidade, a harmonia ou a coerência”. Se há inadequação nestes recursos, dizemos 
que o texto está incoerente.
Vamos ver, então, o que é coerência textual?
Você já deve ter clareza que a coerência tem a ver com a produção de sentido do texto. 
Até em nossas conversas cotidianas, muitas vezes, quando alguém não se define bem na 
vida, costumamos dizer: “Fulano é incoerente! Uma hora quer uma coisa, outra hora quer 
outra...”. E assim por diante!
Dessa forma, o termo coerência, em relação ao texto, é que estabelece essa significação 
necessária para que se evitem comentários como o citado acima.
O termo coerência deve ser, pois, entendido como algo que se estabelece na interação, 
na interlocução. É esse procedimento que revela o sentido do texto para os usuários e que 
está diretamente ligada à inteligibilidade do texto.
A coerência é vista também, como um processo contínuo de sentidos, fazendo com que 
a interpretabilidade do texto aconteça de forma perceptível, clara.
A coerência diz respeito aos aspectos da organização e estabilização da experiência 
humana no texto, conforme afirma Marcuschi (1986), acrescentando que a base da coerência 
é a continuidade de sentidos em meio ao conhecimento ativado pelas idéias do texto. 
Você já deve ter ouvido alguém ao ler um texto incoerente dizer:
Pois bem, isto explica que o produtor de um texto, ao escrever, deve levar em 
consideração esses aspectos que remetem ao entendimento global do texto e resultam das 
relações que atravessam o texto como um todo. Koch e Travaglia (1993, p. 38) afirmam 
que “a coerência não é apenas uma característica do texto, mas depende fundamentalmente 
da interação entre o texto, aquele que o produz e aquele que busca compreendê-lo”. Nós 
acrescentaríamos que depende, também, das condições de produção, de determinada 
situação, do gênero textual produzido e dos contextos sócio, cultural e histórico que em 
“Este texto é o samba do crioulo doido...”; 
“Este texto é uma colcha de retalhos...”; 
“Este texto não tem pé nem cabeça...”.
Vamos agora trabalhar na organização coerente de um texto.
Analise os quadrinhos abaixo e marque a ordem adequada para a composição 
de um texto coerente.
Atividade 2
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual� Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
interação fazem emergir os discursos e que os direcionam para determinado destinatário, 
com determinado propósito e em circunstância temporal precisa. Sendo assim, levados em 
consideração todos esses circunstantes e o gênero que se defina elaborar, deverá também, 
prevalecer a linguagem que se deve utilizar.
( )
( )
( )
Folha de São Paulo. Suplemento Folhinha. 6/09/2003. © XARANDU 1989. Adaptado para fins didáticos.
Aproveite e produza o texto verbal, com coerência e coesão, para essas imagens. 
Após escrever, releia seu texto e veja se as idéias estão colocadas na seqüência 
correta da ocorrência dos fatos. Faça as alterações necessárias e reescreva o 
texto, registrando neste material.
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
Um pouco mais de conversa...
Com os avanços dos estudos sobre a linguagem, a coerência passou a ser vista de 
uma forma multifacetada, em que conhecimentos lingüísticos, conhecimentos de mundo e 
fatores pragmáticos e interacionais influenciaram no estabelecimento da coerência.
Os fatores pragmáticos são importantes, tendo em vista que envolvem o contexto 
situacional (contexto sócio-cultural, circunstancial), os interlocutores, suas crenças e 
intenções comunicativas.
Pensar em coerência é estabelecer a não-contradição de sentidos entre passagens de 
um texto, de forma que se efetive uma continuidade semântica. A coerência, por ser um fator 
de interpretabilidade do texto, possibilita a atribuição de um sentido unitário ao texto.
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual� Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
 Em Platão e Fiorin, (1996, p. 397) encontramos diferentes níveis de coerência: 
a) Coerência narrativa – quando as implicações lógicas entre as partes da narrativa são 
respeitadas. Numa narrativa, as ações acontecem num tempo sucessivo, de forma que o 
que é posterior depende do que é anterior.
b) Coerência argumentativa – diz respeito às relações de implicação ou de adequação que 
se estabelecem entre pressupostos ou afirmações explícitas no texto e as conclusões 
decorrentes destes.
Alguns raciocínios lógicos se prestam como exemplos de incoerência argumentativa, 
tais como: Toda cidade tem pobres. João Pessoa tem pobres. Logo, João Pessoa é uma 
cidade. Existe nesta afirmação uma inadequação, entre as “premissas” e a conclusão, pois 
pode haver pobres em lugares que não são cidades ou vice-versa.
c) Coerência figurativa – quando há uma compatibilidade entre temas e figuras ou de 
figuras entre si. As figuras se encadeiam num percurso, para manifestar um determinado 
tema, por isso, têm que ser compatíveis umas com as outras, senão o leitor não percebe 
o tema que se deseja veicular.
d) Coerência espacial – diz respeito à compatibilidade entre os enunciados do ponto de 
vista de localização no espaço.
e) Coerência temporal – é a que respeita as leis da sucessividade dos eventos ou apresenta 
uma compatibilidade entre os enunciados do texto, do ponto de vista da localização no 
tempo. As ações temporais devem ser seqüenciadas numa temporalidade compatível, de 
modo que seja possível ao leitor acompanhar essa seqüência temporal. Caso contrário, 
efetiva-se uma subversão na sucessividade dos eventos, ocasionando a incoerência. Não 
se deve dizer, por exemplo: “Acordei cedo, hoje, às dez horas. Fui ao trabalho, vesti a 
roupa, tomei banho e fui caminhar, depois do almoço...” Há uma incompatibilidade na 
sucessividade das ações, de forma que facilmente se percebe a incongruência dos fatos.
f) Coerência no nível da linguagem – é a compatibilidade do ponto de vista da variante 
lingüística escolhida, em nível do léxico e da organização sintática utilizada no texto. 
Incoerente, pois, usar expressões chulas ou de linguagem informal num texto caracterizado 
pela norma culta formal. A não ser em textos, cujo gênero seja permitido tal uso.
 Na linguagem oral, essa incompatibilidade é corrigida, muitas vezes, por meio de ressalvas 
do tipo: “com o perdão da palavra” ou “se me permitem...”
É importante esclarecer que a exploração da incoerência pode fazer parte de um 
programa intencionalmente arquitetado pelo produtor do texto. Por exemplo: Um publicitário 
poderá fazer uso propositadamente deuma incoerência, para obter efeitos diversificados de 
sentido no gênero textual propaganda. 
Atividade 3
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual �
1) Analise a propaganda a seguir e responda às questões.
Que “incoerência textual” você identifica 
nesta propaganda?
Por que o publicitário fez uso de tal 
recurso?
FONTE: Revista VEJA. São Paulo: Editora Abril, ano 35, n. 49, 11/12/2002, p. 49.
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual10 Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
2) Pesquise em revistas ou jornais propagandas que usam o recurso da incoerência textual 
para produzir efeitos de sentidos específicos.
Registre aqui sua propaganda e analisa-a, respondendo:
a) Que “incoerência textual” você identificou?
b) Com que finalidade o publicitário utilizou esse recurso?
c) Tire uma cópia de sua propaganda e envie para um(a) colega com um bilhete pedindo 
que ele(a) responda as mesmas questões anteriores a e b (identificar a incoerência e 
comentar a finalidade de tal uso) sobre sua propaganda. 
Responda ao bilhete de seu colega agradecendo.
Importante – Não se esqueça de guardar os bilhetes na caixa coletora de bilhetes.
Agora é a sua vez de pesquisar...
Atividade 4
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual 11
Um pouco mais de conversa...
A ssim, podemos constatar que a coerência não está na materialidade lingüística, mas se constrói a partir dos sentidos dos discursos produzidos. Lembremo-nos aqui de que a construção de sentidos envolve tanto o autor, que detém experiências de vida e 
que criou o enunciado em determinada situação e com um propósito, como também o leitor 
que utilizou seus conhecimentos prévios e que, também, responde ao texto, em situação e 
tempo diferentes dos da produção.
Esses aspectos de textualidade são observáveis de forma mais clara na diversidade de 
gêneros textuais. No texto publicitário, por exemplo, o que é propagado só fará sentido se 
fizer parte da cultura de quem lê.
Vamos então, realizar mais uma atividade para concluir nosso entendimento sobre os 
recursos de textualização.
Identifique nos enunciados a seguir, produzidos por alunos, a incoerência textual. 
Reescreva esses enunciados, de modo que apresentem sentido para o leitor. 
a) “É preciso que o emprego seja uma fonte insecável...”
b) “O mundo atual está vivendo um problema muito sério, ou seja, o trabalho...”
c) “Para o homem não se destruir é preciso está mais capacitado na sua área 
de trabalho, do contrário, o planeta fica desempregado...”
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual12 Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Concluindo nossa conversa...
V ocê deve ter percebido que o entendimento de gêneros textuais variados depende, também, do estabelecimento da coerência textual que, uma vez estabelecida, oferece ao leitor a versatilidade de que precisa para ler, interpretar e, também, produzir outros 
textos, com sentido reconhecível.
 Ao produzir um gênero textual, como num jogo, você precisa dominar as regras e ser 
criativo na hora de jogar.
Nas situações de interlocução, as pessoas interagem num jogo de intenções que, 
muitas vezes, não aparecem nas palavras que dizem. Lembra-se da noção de subentendidos 
e explícitos que estudamos na terceira aula (O jogo discursivo no processo de leitura)? Pois 
bem, alguns textos parecem incoerentes, à primeira vista. Às vezes, porque elementos que 
fazem parte da situação de interlocução são intencionalmente omitidos para produzir efeitos 
de sentido(s); outras vezes, por falta de competência lingüística e textual do produtor do 
texto, as idéias são organizadas de tal forma, que não dão legibilidade discursiva ao texto.
Portanto, deve ficar bastante claro para você que na elaboração de um gênero textual 
não devem ser levados em consideração, apenas os aspectos lingüísticos, mas todos os 
fatores que são fundamentais para que as intenções do usuário da língua sejam efetivadas. 
Fatores lingüísticos, pragmáticos, discursivos, ideológicos, culturais etc.
Resumo
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual 1�
Vimos nesta aula que a coerência é um recurso de textualidade que dá 
legibilidade e clareza ao texto. A coerência pode também ser vista de forma 
multifacetada em que conhecimentos lingüísticos, conhecimentos de mundo, 
fatores pragmáticos e interacionais influenciam em seu estabelecimento. Por 
ser um recurso de interpretabilidade do texto, a coerência possibilita a atribuição 
de sentido unitário do texto. Um texto incoerente viola e agride as articulações 
de conteúdo dos níveis de organização do texto.
Leituras complementares
Sugerimos como leituras fundamentais para o aprofundamento da conversa que 
iniciamos nesta aula:
ANTUNES, I. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. 
São Paulo: Parábola, 2007. 
A autora aborda no livro e, em especial, no capítulo cinco que “não basta saber gramática 
para falar, ler e escrever com sucesso”. Assim, como muita propriedade ela discute, entre 
outros temas, os recursos de textualização, trazendo para o debate questões importantes 
sobre os aspectos lingüísticos que interessam aos professores, alunos e demais pessoas 
envolvidas no processo de ensinar a oralizar, ler e escrever.
POSSENTI, S. Os humores da língua: análises lingüísticas de piadas. Campinas: SP: Mercado 
de Letras, 2005.
Os humores da língua é um livro da área de lingüística que se dedica basicamente a 
descrição dos elementos da língua que fazem com que um texto seja uma piada. Assim, 
se destina tanto aos que têm interesse em análises de textos, quanto aos que preferem 
pensar na articulação entre linguagem e campos ideologicamente marcados, além de tentar 
construir um leitor.
Referências
ANTUNES, I. Muito além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. 
São Paulo: Parábola, 2007. 
_____. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003.
BUNZEN, C. Da era da composição à era dos gêneros: o ensino de produção de textos no 
ensino médio. In: BUNZEN, C. e MENDONÇA, M. (Orgs.) Português no ensino médio e 
formação do professor. São Paulo: Parábola editorial, 2006, p. 139-161.
MARCUSCHI, L. A. Lingüística de texto: o que é e como se faz. Série Debates 1, Recife: 
Universidade Federal de Pernambuco, 1986.
MENDONÇA, M. Análise lingüística no ensino médio: um novo olhar, um outro objeto. In: 
BUNZEN, C. e MENDONÇA, M. (Orgs.) Português no ensino médio e formação do professor. 
São Paulo: Parábola editorial, 2006, p. 199-226.
KOCH, I. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2003. 
KOCH, I. V. e TRAVAGLIA, L. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 1990.
ORLANDI, E. P e LAGAZZI-RODRIGUES, S. (Orgs). Discurso e textualidade. Campinas, SP: 
Pontes, 2006.
FIORIN, J. L. e PLATÃO, F. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1998.
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual1� Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
Auto-avaliação
Leia as afirmações a seguir e teça comentários.
Seus comentários ajudarão você a identificar os pontos positivos de sua 
aprendizagem e também os aspectos que você ainda deverá melhorar. Assim, 
avalie seu desempenho como aluno nesta aula.
A coerência não está no texto, mas se constrói a partir do texto.
Anotações
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual 1�
Anotações
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual1�
Aula 12  Leitura, Interpretação e Produção Textual
SEB/SEED

Continue navegando