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CUIDADO AO IDOSO CUIDADO 
AO IDOSO
ORGANIZADORES ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA; ANA GABRIELA SILVA.
ORGANIZADORES ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA; 
ANA GABRIELA SILVA.
Cuidado ao idoso
GRUPO SER EDUCACIONAL
Cuidado ao idoso é um livro direcionado para estudantes dos cursos da 
área de enfermagem e correlatos. O livro traz conteúdo sobre a saúde do 
idoso, os agravos mais comuns, o comportamento orgânico do idoso, e as 
políticas públicas de atenção à saúde do idoso.
Após a leitura da obra, o leitor vai aprender conceitos de termos relaciona-
dos à pessoa idosa; compreender a avaliação multidimensional do idoso; 
entender o envelhecimento populacional; saber as demências e o mal de 
Parkinson; informar-se sobre o envelhecimento e o HIV; ter visão geral da 
importância da administração e vias medicamentosas para os cuidados 
com os idosos; avaliar a importância da necessidade das relações entre 
idoso; conhecer as políticas de saúde relevantes à saúde do idoso;
estudar como é realizada a avaliação global de saúde da pessoa idosa, e 
muito mais.
Aproveite a leitura do livro.
Bons estudos!
gente criando futuro
I SBN 9786555583120
9 786555 583120 >
C
M
Y
CM
MY
CY
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CUIDADO AO IDOSO
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Lima, André Luiz Fidelis.
 Cuidado ao idoso / André Luiz Fidelis Lima; Ana Gabriela Silva. – São Paulo: Cengage – 
2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555583120
 1. Enfermagem 2. Silva, Ana Gabriela. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
André Luiz Fidelis Lima
Enfermeiro generalista pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal). Biólogo 
licenciado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e pós-graduado em Gestão de saúde pública 
e meio ambiente pela Ucamprominas, em Enfermagem em urgência e emergência também pela 
Ucamprominas, e em Formação em educação a distância pela Universidade Paulista (Unip). Docente 
da Universidade Paulista – Polo Maceió/Alagoas.
Ana Gabriela Silva
Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Mestre em Ciências 
pela UFSJ, especialista em Urgência e emergência e em Programa de Saúde da Família pela Faculdade 
Batista de Minas Gerais (FBMG). Doutora em Ciências pela UFSJ.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Introdução ao estudo da saúde do idoso ..................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Noções preliminares ......................................................................................................................... 11
2 A Gerontologia e os tipos de envelhecimento .................................................................................. 16
3 Processo de envelhecimento ............................................................................................................ 17
4 Atividade da vida diária e o envelhecimento .................................................................................... 21
5 Capacidade funcional da pessoa idosa .............................................................................................. 23
6 O envelhecimento populacional e o enfermeiro ............................................................................... 26
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................31
UNIDADE 2 - Agravos mais comuns nos idosos ...............................................................................33
Introdução.............................................................................................................................................34
1 Demências .........................................................................................................................................35
2 Osteoporose ....................................................................................................................................... 38
3 Mal de Parkinson .............................................................................................................................. 39
4 Violência ............................................................................................................................................40
5 Queda ................................................................................................................................................42
6 Depressão .........................................................................................................................................44
7 Envelhecimento e AIDS ...................................................................................................................... 45
8 Incontinência urinária ....................................................................................................................... 47
9 Incontinência fecal ............................................................................................................................ 48
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................51
UNIDADE 3 - Entendendo o comportamento orgânico do idoso ......................................................53
Introdução.............................................................................................................................................54
1 Noções preliminares ......................................................................................................................... 552 Biologia do envelhecimento .............................................................................................................. 57
3 Entendimento farmacológico ............................................................................................................. 62
4 Interação medicamentosa e o envelhecimento ................................................................................ 65
5 Adesão medicamentosa em Idosos ................................................................................................... 68
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................73
UNIDADE 4 - Políticas públicas de atenção à saúde do idoso ..........................................................75
Introdução.............................................................................................................................................76
1 Modalidades de atendimento ao idoso e rede de apoio ...................................................................77
2 Políticas relevantes à pessoa idosa .................................................................................................... 80
3 Estatuto do Idoso ............................................................................................................................... 81
4 Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa ....................................................................................... 82
5 Atribuição da Atenção Básica no Atendimento à Saúde do Idoso .....................................................83
6 Promoção de hábitos saudáveis ....................................................................................................... 86
7 Avaliação global da pessoa idosa ...................................................................................................... 89
8 Planejamento do cuidado ao idoso domiciliar e institucionalizado ...................................................94
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................97
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................98
A Contabilidade tem várias divisões que se dedicam a áreas específicas, como a 
Contabilidade Tributária, também conhecida por Contabilidade Fiscal, que trata da 
administração dos tributos.
A primeira unidade tratará do sistema de apuração e alíquotas dos impostos, 
os procedimentos da escrituração contábil e os de alguns métodos para calcular 
os tributos e saber como apurar os principais tributos, como Imposto de Renda, 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins.
A unidade 2 mostrará como é o pagamento dos tributos pelas empresas e as técnicas 
para realizar o planejamento tributário. Falaremos sobre o fato gerador do imposto e 
o que fazer para que esse fato não ocorra, além de discorrer sobre procedimentos 
para uma eficiente elisão fiscal. A diferença entre elisão e evasão fiscal também será 
explicada nesta unidade. Detalharemos ainda sobre como realizar um diferimento do 
crédito tributário e uma eficiente gestão de planejamento tributário, explicando os 
tipos de planejamentos existentes.
Na sequência, será apresentado o sistema de apuração do crédito tributário, 
um importante assunto ligado à Contabilidade Tributária. As diferenças temporárias 
existentes entre o lucro líquido da empresa e o processo de registro e controle delas 
e como essas diferenças afetam o lucro da empresa serão discutidas nesta terceira 
unidade. Por fim, abordaremos os procedimentos técnicos contábeis da constituição 
do crédito tributário, seu sistema de cálculo, e o funcionamento do registro das 
diferenças nos livros fiscais de apuração de lucro líquido e da contribuição social do 
lucro líquido, além do sistema de informatização utilizado hoje.
Finalizando este livro, a unidade 4 apresenta a contabilização dos efeitos nos 
sistemas de regimes de tributação e por que o processo de registro e apuração dos 
ajustes fiscais depende do regime fiscal da empresa. Você aprenderá que o regime 
de lucro real, lucro presumido e simples nacional se diferenciam no processo de 
contabilização. As características dos regimes de tributação e as reservas de reavaliação 
fecham a unidade.
Bons estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Introdução ao estudo da saúde do 
idoso 
Olá,
Você está na unidade Introdução ao Estudo da Saúde do Idoso. Conheça aqui a importância 
do estudo da pessoa idosa, direcionada para a área da saúde, especialmente para o 
profissional enfermeiro, que desde a sua formação inicial é posto como líder e educador 
da equipe de enfermagem, além de estar em linha de frente promovendo educação, 
saúde e reabilitação nos diversos ambientes do cuidar. O conhecimento das alterações do 
processo da biologia do envelhecimento torna o enfermeiro apto a desenvolver de forma 
integral os cuidados da assistência de enfermagem à pessoa idosa. Para tal situação, 
se faz necessário conhecer tecnicamente e cientificamente os aspectos dos processos 
anatômicos, fisiológicos, farmacológicos e biopsicossocial do indivíduo considerado 
idoso. É primordial que o profissional enfermeiro englobe, no processo de sistematização 
da assistência de enfermagem, questões éticas, morais, e as políticas de saúde pública, 
direcionadas para compreender um melhor dimensionamento e necessidade para com 
o idoso. Entenda que as ações de promoção, prevenção e recuperação são fatores 
primordiais para reabilitar um indivíduo as suas rotinas diárias e necessárias para atingir 
uma melhor qualidade de vida, principalmente porque o idoso está passando pelo 
processo do envelhecer. Além disso, a equipe multiprofissional deve atentar, zelar ou 
vigiar um processo do envelhecimento ativo e saudável, que envolva ações intersetoriais, 
com o objetivo de humanizar e prestar um cuidado holístico para uma melhor assistência 
à pessoa idosa. Para tal situação se faz necessário a formação continuada do profissional 
enfermeiro e da sua equipe de enfermagem. Estudar a disciplina de cuidado ao idoso 
é ter compreensão que a saúde desses indivíduos e não se restringe por existência ou 
ausência de patologias orgânicas. É de grande valia para quaisquer profissionais investir 
amplamente no preparo do conhecimento e da compreensão do mundo do idoso, pois 
são clientes, complexos, que exigem do profissional enfermeiro mais tempo para planejar, 
elaborar e intervir na sistematização do ato do cuidar.
Bons estudos!
Introdução
11
1 NOÇÕES PRELIMINARES 
A unidade de Introdução ao Estudo da Saúde do Idoso apresentará o Cuidado ao Idoso como 
um desafio para os profissionais da saúde, principalmente o enfermeiro, por se tratar de uma 
área do conhecimento complexa, que tem como objetivo a garantia da atenção à saúde de forma 
integral, humanizada e holística, proporcionando adequadamente o ato do cuidar.
Encontramos, na área da saúde da pessoa idosa, princípios norteadores que contribuem para 
um bem-estar do processo anatômico e fisiológico do envelhecimento, para que ocorra de forma 
ativa e saudável. É importante salientar que esses princípios estarão ligados às políticas de saúde 
públicas direcionadas ao idoso, e ao mesmo tempo associados aos diversos campos intersetoriais 
da assistência à pessoa idosa.
Nas diversas áreas do conhecimento, a palavra idoso tem um significado associado aos 
indivíduos com mais de 60 anos em países em desenvolvimento. Já nos países considerados 
desenvolvidos, todas as pessoas com 65 anos ou mais são considerados idosos. Então, podemos 
considerar que indivíduos com muitos anos de vida são chamados de idosos.
Envelhecer tem um significado de antigo, idoso ou aqueleindivíduo com características de 
velho, mas podemos ir além desse significado e dizer que o envelhecer é uma sequência contínua 
de diminuição das funções do corpo humano ou orgânica, não é sinônimo de surgimento das 
disfunções dos órgãos ou patologias. No entanto, é algo inevitável nos seres humanos, faz parte 
do ciclo vital com o passar do tempo.
No processo do envelhecimento, as alterações corporais e funcionais dos órgãos são 
inevitáveis, além das mudanças bioquímicas, imunológicas e psíquicas por consequência natural 
das mudanças contínuas do envelhecer. 
A equipe multiprofissional, direcionada ao ato do cuidar, precisa compreender, 
psicologicamente, que a pessoa idosa poderá apresentar sensações de inaptidão, de velhice, 
estresse, episódios de tristezas e desenvolverem um processo de depressão diante da nova etapa 
do seu desenvolvimento biológico. Algumas características dessas alterações comportamentais 
podem ser percebidas com a redução da capacidade de adaptação de viver em meio social.
Devemos atentar para os comportamentos de isolamento, que podem colocar a pessoa idosa 
em vulnerabilidade e, com isso, aumentar a probabilidade do processo do adoecer. 
O enfermeiro precisa se fundamentar em três critérios técnicos e científicos, baseados na 
Política Nacional de Atenção ao Idoso para uma prestação adequada da assistência de enfermagem. 
O primeiro critério é fazer com que a pessoa idosa participe ativamente dos processos sociais, 
dando-lhe autonomia para o desenvolvimento das rotinas diárias; o segundo critério é promover 
12
a saúde e desenvolver o bem-estar no processo do envelhecer; e; o terceiro, e último critério, é 
promover a criação de um ambiente domiciliar ou comunitário saudável, propício e adequado 
ao processo do envelhecimento.
Essas práticas visam, principalmente, reabilitar a pessoa idosa as suas rotinas diárias normais, 
e precisa estar associadas aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde do Brasil. 
Precisamos entender que desenvolver um trabalho efetivo com um público específico requer do 
profissional enfermeiro, além do conhecimento básico da sua área, uma especialidade direcionada 
ao estudo alvo em questão, nesse caso da nossa disciplina, os cuidados com o indivíduo idoso.
Levando em consideração o contexto dessa unidade de estudo, dizemos que existem 
duas áreas do conhecimento que desenvolvem trabalhos com as pessoas idosas: geriatria 
e gerontologia. A primeira é considerada uma especialidade da área médica, direcionada ao 
público idoso, e exercida pelo médico geriatra. A segunda é considerada uma especialidade 
multiprofissional, direcionada aos diversos estudo dos aspectos do processo do envelhecimento, 
então, dizemos, por exemplo, que o enfermeiro gerontólogo que irá desenvolver uma assistência 
de enfermagem em gerontologia.
Independentemente de ser um profissional geriatra ou gerontólogo, ambos necessitam e 
devem entender a epidemiologia do processo do envelhecimento para compreender o perfil de 
morbimortalidade de uma população com predomínio de patologias crônicas e degenerativas, 
que podem incapacitá-las.
Além disso, o aumento das hospitalizações em idades avançadas tem causado preocupações 
aos profissionais geriatras e gerontólogos, pois se relacionam às altas taxas de novos agravos 
orgânicos entre idosos, que duram por meses e anos, exigindo um acompanhamento continuo 
dos profissionais de saúde para planejarem uma sistematização do cuidado.
Figura 1 - Pessoa Idosa 
Fonte: Marish, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem de fundo branco, com diversos ambientes coloridos, observamos 
cinco figuras de pessoas idosas exercendo atividades de rotina diárias. Na primeira imagem, 
o idoso se encontra sentado, manipulando a sua rede social, em seu notebook, sobre uma 
mesa. Na segunda imagem, a idosa se encontra sentada em uma poltrona vermelha, fazendo 
13
crochê. Na terceira imagem, o idoso se encontra em pé, praticando exercício físico em casa. Na 
quarta imagem, o idoso se encontra sentando manipulando um computador sobre uma mesa 
e escutando música com o fone de ouvido. Na quinta imagem, temos dois idosos, de gêneros 
diferentes, sentados jogando dama. 
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 O Idoso: conceitos gerais
Vamos iniciar nossos conceitos relacionados à disciplina Cuidado ao Idoso e é importante, 
antes de tudo, definir a palavra Saúde, que vem do latim salus, que tem um significado direcionado 
ao “bom estado físico” do indivíduo. Então, levando em consideração o significado da palavra, 
podemos dizer que um indivíduo idoso com saúde é aquele que se encontra em bom estado físico 
ou saudável (OPAS/OMS, 2020). 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana da Saúde 
(OPAS), o conceito de saúde é baseado em diversos modelos holísticos e propostos historicamente 
que diz, na integra: 
Saúde é o estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, e não somente a ausência 
de doenças. O estado de completo bem-estar físico, mental e social depende de fatores médicos e 
sociais. Dessa forma, o estado de saúde das pessoas depende de forma significativa da alocação de 
recursos em setores como a educação, alimentação, infraestrutura sanitária e habitacional, incentivos 
ao trabalho, promoções ao estilo de vida saudável com atividades de lazer e cuidados com o meio 
ambiente (OMS, 1974, s.p.). 
1.2 O Idoso: Geriatria e Gerontologia
No campo dos Cuidados ao idoso, existem duas palavras que são bem utilizadas: Geriatria e 
Gerontologia. São campos de estudos que atuam com o mesmo público, o idoso, mas possuem 
14
finalidades distintas. No geral, ambas as áreas se direcionam para a qualidade de vida e bem-
estar do idoso. Profissionais que desejarem atuar com os cuidados ao idoso, devido ao constante 
aumento dessa população no Brasil, precisam compreender de forma mais eficaz e com medidas 
de intervenções resolutivas o mundo da pessoa idosa e, para isso, é necessário se especializar em 
geriatria e/ou em gerontologia (SBGG, 2020).
Figura 2 - Conceitos de Gerontologia e Geriatria 
Fonte: SBGG, 2020 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático dos conceitos 
de gerontologia (gero é igual a velho e logia é igual a estudo, que resulta em estudo do velho - 
pessoa idosa). A geriatria é a parte da gerontologia voltada para as questões médicas do processo 
do envelhecimento que se ocupa em estudar as patologias, distúrbios da pessoa idosa, bem como 
o seu tratamento.
Vamos continuar se aprofundando em geriatria, considerada uma especialidade da área 
da Medicina. Podemos dizer que o profissional médico é chamado de geriatra. Ambas as áreas 
desenvolvem o objetivo de prestação de assistência, levando em consideração a promoção da 
saúde, prevenção, tratamento das patologias, reabilitação e cuidados paliativos.
Além disso, estão ligadas por desenvolverem cuidados de saúde desde a promoção de um 
processo do envelhecimento adequado e saudável até o tratamento e a reabilitação do indivíduo 
idoso. A ação contínua do envelhecer gera um impacto no comportamento do corpo, e pode 
demandar uma abordagem planejada e diferenciada (SBGG, 2020).
O campo da geriatria lida, diariamente, com as patologias relacionadas ao idoso como, 
por exemplo, as demências, o aumento da pressão arterial sistêmica (hipertensão arterial), o 
15
aumento das taxas glicêmicas (o diabetes) e a osteoporose (DIAS, 2012).
O médico geriatra também está direcionado aos tratamentos das disfunções orgânicas, 
multicausais, como tonturas, vertigem, síncopes, desmaios, crises convulsivas, incontinência 
urinária e tendência a quedas. Os cuidados paliativos aos idosos também, fazem parte da 
geriatria, e estão associados aos cuidados dos pacientes idosos e portadores de patologia sem 
perspectiva de cura.
É importante dizer que a medicina geriátrica vem avançando dia a dia em prol da longevidade, 
qualidade de vida e melhor segurança para a pessoaidosa (SBGG, 2020).
Os profissionais, das diversas outras áreas que se destinam a estudar o idoso são chamados 
de gerontólogos. A gerontologia tem a finalidade de estudar o processo do envelhecimento nos 
aspectos biopsicossocial e em outras dimensões dos conhecimentos científicos. Trabalham em 
conjunto, como já foi mencionado nessa unidade, com o médico geriatra. 
1.3 O Idoso: Senescência x Senilidade
O crescimento acelerado da população de idosos vem ocorrendo de forma contínua em todas 
as partes do mundo e, principalmente, no Brasil. Isso se deve às melhores condições da qualidade 
de vida e aos avanços tecnológicos associados com a diminuição das taxas de natalidade, que 
contribuíram para o um aumento significativo dessa população (BRASIL, 2006). 
É de extrema importância, para todos os profissionais que trabalham com o cliente idoso, 
aprender, conhecer, compreender e diferenciar as modificações funcionais orgânicas do processo 
do envelhecimento, chamadas de senescência, daquelas da ação contínua do envelhecer 
patológico, chamada de senilidade.
É preciso, principalmente, para os profissionais enfermeiros, diferenciar o normal do 
patológico. No entanto, isso pode ser algo complicado e difícil, pois inúmeras circunstâncias se 
superpõem e, portanto, não deve ser atribuindo ao processo da velhice. Não podemos e nem 
devemos esquecer que sintomatologias patológicas, inúmeras vezes, são plausíveis de tratamento 
e cura (BRASIL, 2006).
Por outro lado, não pode ser considerado sinônimo de doença o processo natural de 
envelhecer. Devemos solicitar, enquanto profissional da saúde, exames para diferenciar o 
tratamento natural do envelhecimento, das patologias que o idoso pode vir a apresentar. 
16
2 A GERONTOLOGIA E OS TIPOS DE 
ENVELHECIMENTO
Como já tínhamos definido, a gerontologia é uma área do conhecimento humano que se 
direciona ao estudo contínuo do envelhecimento e as suas mudanças, ao logo do tempo, nos 
diferentes aspectos biopsicossocial e cultural, distintamente da área geriátrica, que tem a finalidade 
de estudar clinicamente o idoso, tentando objetivar na prevenção e tratamento das doenças. 
Os estudos da ação contínua do envelhecimento tiveram início no século XIX, mas hoje em 
dia o tema é abordado de forma bem mais complexa, porque o processo de envelhecimento não 
é algo fácil de entender. Esses estudos requerem aspectos multidisciplinares e multiprofissionais, 
que envolvem até a forma de organização da sociedade, ou seja, extrapolam o meio da saúde e 
desencadeiam outros fatores socioeconômicos e culturais (FECHINE; TROMPIERI, 2012).
Inúmeros estudiosos do campo da saúde do idoso deduzem cientificamente que existem 
cinco distintos tipos do processo de envelhecer:
• Envelhecimento biológico;
• Envelhecimento cronológico;
• Envelhecimento Funcional;
• Envelhecimento Psicológico;
• Envelhecimento Psicológico;
O envelhecimento biológico é uma ação contínua e faz parte do processo natural do 
ser humano. Tem início com a maturação sexual e, ao longo, do tempo, provoca através de 
manifestações, externas e internas, uma instabilidade funcional orgânica e, com isso, chega a 
diminuir a viabilidade vital do indivíduo, ao longo do tempo. O envelhecimento cronológico é 
distinto do biológico, e se identifica somente com o passar dos anos. Ele é bem importante na 
determinação dos critérios para elaborar as políticas pública direcionadas as pessoas idosas 
(FECHINE; TROMPIERI, 2012).
O que precisamos perceber com muita atenção é que o processo do envelhecer chega ir 
além de questões biológicas e cronológicas. Ele pode ser caracterizado por questões sociais, e 
nesse tipo de envelhecimento, o indivíduo inicia um processo da falta de oportunidades futuras 
para a sua vida, se sentindo totalmente excluído dos padrões que a sociedade impõe e, com esse 
sentimento, deixa de desenvolver interações sociais e tende a se isolar em ambientes domésticos, 
ocasionando processo orgânicos depressivos com evolução para a morte. 
17
Associado ao envelhecimento social, temos as questões psicológicas da pessoa idosa, que estão 
direcionadas às manifestações cognitivas como, por exemplo, atenção, percepção, memória, raciocínio, 
juízo, imaginação, pensamento e linguagem. Além disso, os estudos nos mostram que inúmeros idosos 
desenvolvem manifestações de mudanças de personalidade (MINAS GERAIS, 2006). Neste, podemos 
identificar a chamada síndrome do ninho vazio, que pode ser explicada, cientificamente, quando os 
idosos se deparam com a saída dos filhos do ambiente domiciliar, ou ainda, quando ocorre a morte 
dos filhos ou de um parente bem ligado a família (MINAS GERAIS, 2006). 
É importante lembrar que, no Brasil, os indivíduos não estão preparados ou não se preparam 
para o momento do óbito. Não faz parte da nossa cultura e, quando isso ocorre, geralmente, 
sofrem um extremo abalo psicológico, que pode ocasionar o aceleramento do processo de 
envelhecimento, chamado de senescência (DIAS, 2012).
Muitos estudiosos da área da geriatria e gerontologia estão indo muito além, e dizem que 
o corpo humano é bem mais complexo. Já dizem que existe a chamada quarta idade, que pode 
ser caracterizada pelo nítido processo do envelhecimento funcional, associado às adaptações do 
organismo humano ao meio social. E, com isso, desenvolvem uma dependência pelas dificuldade 
de desenvolverem suas atividades básicas da vida diária (ABVD) que fazem parte do ciclo vital de 
qualquer indivíduo, como se alimentar, se locomover, se vestir, se levantar, se sentar, descansar e 
deitar, entre outras (MORAES, 2012).
É importante deixar claro que a quarta idade pode aparecer em qualquer situação ou 
momento do ciclo vital, mas é comum ser detectado na pessoa idosa com idade bem avançada. 
Envelhecer de forma harmoniosa depende de questões multifatoriais, externas e internas, de 
como levamos a vida diariamente
O processo de envelhecer adequadamente não tem uma fórmula ou norma que podemos seguir. 
O envelhecimento é heterogêneo e cada indivíduo tem a sua maneira particular de passa por essa 
ação contínua ao longo do tempo. Existem pessoas que passam o seu ciclo vital se cuidando, e mesmo 
assim, não tem saúde, enquanto outras não se preocupam com o processo do envelhecer e vivem a 
velhice sem preocupações exageradas (LEBRA, 2009). Estes últimos, consideramos e chamamos corpos 
humanos de elite, os quais tem pouquíssimos riscos de desenvolverem patologias e incapacidades 
funcionais e, ao mesmo tempo, exercem as funções físicas e mentais em perfeito estado orgânico. 
3 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Conceituar o processo do envelhecimento é algo difícil. Biologicamente pode ser considerado 
uma ação contínua que perdura toda a vida, ou seja, dura todo o ciclo vital do indivíduo (MORAES, 
2012). De forma multidisciplinar, podem existir diversas definições do processo de envelhecer, se 
levarmos em consideração a visão biopsicossocial, a autonomia da pessoa idosa e a sua qualidade 
18
de vida. Esses fatores resultam na saúde do idoso e retarda, um pouco mais, o processo do 
envelhecimento. É importante dizer que pessoas com um poder aquisitivo reduzido envelhecem 
mais rapidamente, resultado de aspectos multifatorial que não favorecem uma vida saudável e 
cheia de desafios diários.
Figura 3 - Conceitos de Saúde do Idoso 
Fonte: MORAES, 2012 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático da saúde do 
idoso. Temos saúde mental associada com a saúde física (independência funcional e autonomia) e 
ambas se conectam à independência financeira, que se liga ao suporte familiar e integração social. 
3.1 Aspectos gerais do processo do envelhecimento
O profissional enfermeiro, no ato do cuidar da pessoa idosa, precisa se atentar para as modificações 
morfológicas, externas e internas, e funcionais do organismo do idoso (MINAS GERAIS, 2006).
Além disso, é importante salientar que a composição e a conformação corporal também 
sofrerão importantes mudançasno processo do envelhecer, tais como: 
• O tecido adiposo (gordura) do corpo do idoso tem a tendência de aumentar com o passar 
da idade;
• Na região do tecido subcutâneo, ou seja, situado sob a pele, geralmente, existe a dimi-
nuição das gorduras dos membros superiores e inferiores, e o aumento do tecido gordu-
roso no tórax e abdômen, caracterizando a chamada região gordurosa centralizada;
• A quantidade hídrica no corpo do idoso reduz cerca de 15 a 20% nas regiões orgânicas in-
tracelulares e, ao mesmo tempo, ocorre também a redução dos sais minerais e vitaminas 
das regiões internas e externas das células, principalmente sódio e potássio, resultando 
19
em maior susceptibilidade de complicações do organismo que estão relacionadas às 
diminuições de substâncias líquidas e, com isso, aumenta a dificuldade de reposição do 
volume hídrico perdido do corpo humano;
• Existe diminuição dos componentes líquidos associado ao aumento do tecido adiposo 
corporal, que provavelmente poderá contribuir para as modificações do processo de 
absorção, atividade celular e eliminações das substâncias tóxicas na pessoa idosa;
• A diminuição da proteína albumina modifica o transporte de inúmeras substâncias san-
guíneas;
• A atividade basal celular reduz, em média, 10% a 20% com o avanço da idade, interferin-
do nas necessidades calóricas diárias;
• A beneficência da glicose pode se alterar, desenvolvendo conflitos para se diagnosticar 
determinadas patologias como, por exemplo, o diabetes melitos.
3.2 Epidemiologia do envelhecimento. 
Antes de adentrar nos dados científicos, do processo do envelhecimento, é preciso entender o que é 
epidemiologia. A epidemiologia é considerada uma área da saúde pública direcionada ao entendimento 
da ação contínua (processo) da saúde e doença da população em um determinado ambiente. 
Podemos entender como um campo das ciências da saúde que estuda os fatores determinantes 
do processo do adoecimento e associa com a população humana (LEBRA, 2009). 
Os diversos fatores do processo do envelhecimento, no Brasil, vêm sendo destacado, 
constantemente, na saúde pública, para que os profissionais tenham um olhar diferencial, integral, 
holístico e humanizado para a população que está passando por essas modificações do envelhecimento. 
É importante dizer que, entre 1980 a 2000, o Brasil computou um grande aumento dessa 
população, de idosos, que resultou em um crescimento de 56% dessa população, e estima-se, 
para as próximas décadas, um aumento de 100% de idosos na população brasileira (LEBRA, 2009).
Para entender o processo da epidemiologia do envelhecimento, é necessário compreender a 
transição demográfica, que pode ser direcionada para o sentido de uma população jovem passar 
lentamente ou gradativamente para uma faixa de população mais idosa. Esse processo demográfico 
tem início com a queda dos números de mortalidade, avançando com a redução dos números de 
natalidade, e resulta nas modificações das faixas e estruturas etárias de um determinado conjunto 
de indivíduos (DIAS, 2012). A transição demográfica é caracterizada por três fases, diferentes: 
• Primeira fase
elevadas taxas de mortalidade e de fecundação; 
20
• Segunda fase
redução das taxas de mortalidade e crescimento da população;
• Terceira fase
redução da taxa de fecundação e ocorrência do envelhecimento da população.
Quando conseguimos entender o que é a transição demográfica, então, compreendemos mais 
facilmente a transição epidemiológica. Essa última se refere as mudanças lentas que ocorrem a longo 
prazo nas taxas de adoecimento (morbidade), invalidez e morte e, geralmente, é caracterizada, por 
um conjunto específico de indivíduos, de faixas etárias semelhantes e especificas, e que ocorrem 
paralelamente às modificações demográficas e mudanças econômicas e sociais.
Então, podemos afirmar que a epidemiologia do envelhecimento está associada à transição 
demográfica e à transição epidemiológica, e que as duas caminham juntas para melhor entender 
o envelhecimento populacional.
Figura 4 - Conceitos de Epidemiologia do Envelhecimento 
Fonte: MORAES, 2012 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático do conceito 
da epidemiologia do envelhecimento. Temos a transição demográfica evoluindo para a transição 
epidemiológica. Urbanização, industrialização, renda, educação, tecnologia médica e saúde pública 
associada com o declínio da fertilidade e, ao mesmo tempo, associada com a recessão econômica e 
aumento das desigualdades, resultando em declínio da mortalidade por doenças infectocontagiosas 
(período de transição demográfica). Envelhecimento da população e aumento das doenças crônico-
degenerativas, resultando em persistência ou reemergência de doenças infectocontagiosas 
(transição epidemiológica). 
21
Em média de cinco décadas, o Brasil transitou de um perfil de adoecimento e morte 
(morbimortalidade), características dos indivíduos jovens, que são as doenças infectocontagiosas, 
para um perfil de morbimortalidade de patologias crônicas e degenerativas, que são características 
típicas dos indivíduos idosos, gerando incapacidades das faixas etárias da população idosa 
(MORAES, 2012).
Essa transição existiu devido ao processo de aproximação tecnológica dos achados clínicos 
e diagnósticos, favorecendo as intervenções terapêuticas e imunobiológicas, que minimizam as 
mortes por essas patologias. Entretanto, é importante salientar que a utilização de tecnologia 
para a saúde deve implicar em aumento dos gastos diretos e indiretos para o sistema de saúde 
pública e privada.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
4 ATIVIDADE DA VIDA DIÁRIA E O ENVELHECIMENTO
Vamos entender conceitos importantes relacionados à atividade da vida diária e ao processo 
do envelhecimento (NERI, 2011). São termos que irão ajudar qualquer profissional que desenvolva 
os seus trabalhos diários com a pessoa idosa. Então, podemos dizer que:
• Mobilidade
é a aptidão que uma pessoa desenvolve ao se mover em um determinado ambiente. É 
considerada uma atribuição básica para a execução de atividades e realizar tarefas do dia a dia 
para manter a sua independência.
• Independência
é a aptidão que uma pessoa desenvolve para ter o auto cuidar. É considerada uma atribuição 
22
básica para a execução de atividades realizadas no dia a dia, sem precisar do auxílio de outro 
indivíduo.
• Dependência
é considerada uma incapacidade de realizar uma ou mais tarefas do dia a dia. Precisa do 
auxílio de uma outra pessoa. Tem as suas definições através de escalas testes para definir se a 
incapacidade é leve, moderada e/ou avançada.
• Autonomia
é a aptidão que um a pessoa desenvolve de responder por si mesma. É considerada o poder 
de eleger as suas regras e condutas, e de responder pelos seus atos no dia a dia.
Diante do processo do envelhecer dos indivíduos, o propósito dos cuidados e atendimento à 
saúde não se objetivam somente em prolongar o ciclo vital mas, principalmente, tenta estabilizar 
a capacidade funcional e orgânica do indivíduo de tal forma que esse indivíduo apresente-se 
autônomo e independente por muito longos tempos da sua vida (NERI, 2011). Para que isso 
venha a se suceder, o sistema de saúde público e privado deve garantir o acesso universal aos 
atendimentos e cuidados de saúde, e que esses estejam baseados nas políticas de atenção de 
saúde pública, enfatizando primordialmente a promoção de saúde e a prevenção das patologias 
(TEIXEIRA, 2006). Além disso, a pessoa idosa deve ser clinicamente avaliada de forma integral, 
humanizada e holística, com a finalidade de manter a capacidade funcional desse indivíduo. 
Para avaliar a capacidade do indivíduo idoso em relação a sua autonomia e as questões de 
independência, existem vários fatores clínicos, testes e escalas que são chamadas de avaliação 
funcional (TEIXEIRA, 2006). Uma mensuração funcional deve 
• abranger e mensurar o processo do equilíbrio e mobilidade do idoso; 
• avaliar a funçãointelectivo, intelectual, mental (funções cognitivas); 
• avaliar a capacidade para executar a atividade de vida diária (AVD) e as atividades instru-
mentais de vida diária (AIVD).
4.1 Atividade da Vida Diária (AVD)
Levando em consideração as AVD, podemos dizer que são atividades básicas e rotineiras, 
de autocuidado, semelhantes com as habilidades que aprendemos no período da infância. São 
caraterizadas pelas tarefas de: 
• comer ou alimenta-se;
• ir ao banheiro;
23
• escolher a roupa e arrumar-se;
• higiene pessoal;
• manter-se continente;
• locomover-se e transferir-se de um local para o outro.
4.2 Atividade Instrumental da Vida Diária (AIVD)
As tarefas denominadas de atividades instrumentais da vida diária (AIVD) são habilidades 
consideradas complexas para serem executadas, mas são de extrema necessidade para se 
viver independente (NERI, 2011). Podemos considerar que essas habilidades são geralmente 
aprendidas durante todo o período da adolescência. São caracterizadas: 
• pela gerência das finanças;
• em saber lidar com transporte, por exemplo: dirigir ou navegar;
• em saber fazer compras;
• em saber preparar os seus alimentos;
• em saber usar o telefone e outros aparelhos de comunicação;
• em saber gerenciar as medicações diárias;
• pela manutenção das atividades domésticas.
Não podemos esquecer que as AVD e AIVD são habilidades conjuntas, que os indivíduos 
precisam executar para se tornar independentes (UNA/SUS, 2014).
Os geriatras, especializados no processo de reabilitação, os profissionais assistentes sociais, 
enfermeiros entre outros, que são envolvidos com os cuidados aos idosos, geralmente mensuram 
as AVD e AIVD como parte primordial do processo avaliativo funcional da pessoa idosa (TEIXEIRA, 
2006). O problema em manusear as AIVDS é particularmente percebida em idosos que são 
acometidos pela doença de Alzheimer e em outras demências. Mensurar as AIVD pode apoiar 
num processo avaliativo clínico e diagnóstico, bem como determinar qual o tipo de assistência e 
cuidados diários devem ser administrados para a pessoa idosa (NERI, 2011). 
5 CAPACIDADE FUNCIONAL DA PESSOA IDOSA
Conceituar a palavra capacidade é atribuir para um determinado individuo uma aptidão, 
disposição ou habilidade de querer aprender ou absorver alguma coisa. Então, podemos dizer 
que é a aptidão ou habilidade de escolher fazer algo.
24
Para a pessoa idosa, a capacidade funcional está ligada às execuções das tarefas do dia a dia 
ou do seu cotidiano. Isso garante o seu processo de querer aprender ou absorver, que podemos 
denominar de autonomia (MINAS GERAIS, 2006). Quando esse processo está sendo prejudicado, 
falamos que a pessoa idosa está sendo afetada nas tarefas do seu cotidiano.
De forma holística, a capacidade funcional é descrita como a manutenção das aptidões físicas 
e mentais desenvolvidas ao longo da sua existência. Elas são de extrema necessidade para que 
a pessoa idosa tenha uma vida independente, com muita autonomia no seu cotidiano (SOARES; 
MONIER, 2016).
Os profissionais geriatras e gerontólogos mensuram e avaliam o grau de preservação da 
aptidão de realização de atividades básicas de vida diária – AVDs e o grau de habilidade para 
executar atividades instrumentais de vida diária – AIVDs como sendo uma relação estreita, 
paralela e conjunta. 
As pesquisas da área da pessoa idosa consideram a capacidade funcional como um forte 
indício de saúde para a pessoa idosa, ao mesmo tempo que considera que a dependência desses 
indivíduos é um sinal de falência da aptidão física e psicossocial, independentemente que seja 
por patologia, pelo uso de fármacos, por traumas ou pelo processo do envelhecer (SOARES ; 
MONIER, 2016)
O processo de mensurar ou avaliar a pessoa idosa deve investigar e inserir todos os diversos 
fatores (dimensões) do processo de saúde e doença. É considerada uma avalição multidimensional 
e deve ter como finalidade principal a definição de diagnóstico funcional global e etiológico 
(disfunções/doenças), bem como o planejamento e execução de um plano de cuidados. 
25
Figura 5 - Avaliação Multidimensional do Idoso 
Fonte: MINAS GERAIS, 2006 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático da avaliação 
multidimensional do idoso. Temos um a tabela com duas colunas e dezesseis linhas com as 
dimensões a serem avaliadas com os seus respectivos instrumentos de avaliação. Identificação – 
anamnese, queixa(s) principal(is) - anamnese, sistemas fisiológicos principais-anamnese e exame 
físico dos aparelhos/sistemas, avaliação da cavidade oral-exame da cavidade oral, atividades 
de vida diária básicas (autocuidado) - índice de Katz, atividades de vida diária instrumentais-
escala de Lawton-Brody / escala de Pfeffer, mobilidade-timed up and go test e get up and go 
test/teste de Romberg - nudge test - suporte unipodálico, avaliação cognitiva-mini-mental-
fluência verbal-lista de 10 palavras reconhecimento de figuras - teste do relógio, avaliação do 
humor - escala geriátrica de depressão comunicação: acuidade visual- Snellen simplificado, 
comunicação: acuidade auditiva-teste do sussurro comunicação: voz-avaliação da voz, avaliação 
nutricional-mini-avaliação nutricional, avaliação de medicamentos-listagem dos medicamentos, 
história pessoal atual e pregressa-anamnese familiar avaliação socio familiar - anamnese familiar. 
Diagnóstico funcional global que resulta no plano de cuidados (ações preventivas, promocionais, 
curativas, paliativas e reabilitadoras. 
26
6 O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E O 
ENFERMEIRO 
O Ministério da Saúde (MS) do Brasil, desde meados do final dos anos 90, planeja e desenvolve 
ferramentas administrativas e políticas que conceituam o que seria a pessoa idosa nos diversos 
âmbitos. O MS elaborou a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) que define a pessoa 
idosa como sendo um indivíduo com 60 anos ou mais. Essa PNSPI é regulamentada pelo Decreto 
1948 de 03/06/1996, associado com o Estatuto do Idoso (EI), Lei 10.741 de 01/10/2003. Tanto 
a PNSPI quanto o EI tem por finalidades garantir e regulamentar o direito da pessoa idosa no 
âmbito das políticas sociais no Brasil (SANDRI; ALVAREZ, 2018).
Já foi explicado, ao longo dessa unidade de ensino, que a faixa etária cronológica não é 
indício para as modificações que acompanham o processo do envelhecimento do ser humano, 
já que esse processo é considerado multifatorial e ocorrem inúmeras diversidades que estão 
relacionadas ao estado de saúde, habilidades e níveis de independência entre indivíduos de faixa 
etária semelhantes. Para ter acesso à garantia de assistência que são estipuladas na PNSPI, é 
preciso que os indivíduos considerados idosos pelo MS estejam na faixa etária estabelecida no 
regimento dessa PNSPI, independentemente dos aspectos biológicos. 
Os dias atuais nos dizem que os direitos dos idosos devem ser respeitados e precisa prevalecer, 
já que são considerados os indivíduos que tem maior crescimento populacional por conta da 
ampliação da expectativa de vida, que aumentou, aceleradamente, dos 51 para os 75 anos entre 
os anos de 1950 e 2010. Estudiosos afirma, ainda, que a estimativa de vida, em 2040, chegará, 
em média, aos 80 anos de vida (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Dessa forma, a população mundial 
está passando pelo processo do envelhecimento acelerado, e é importante dizer que essas 
modificações estão acontecendo rapidamente nos países considerados em desenvolvimento.
O envelhecimento é heterogêneo, mas com o avanço da idade, as diferenças individuais tendem 
cada vez mais a aumentar (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Porém, o aceleramento do declínio pode ser 
algo influenciado e reversível para qualquer faixa etária, desde que os órgãos governamentais, 
juntamente com as políticas públicas, estabeleçam critérios de promoção e prevenção a saúde, 
mudança de vida (qualidade) e âmbitos saudáveis para a pessoa idosa (UNA/SUS, 2014).
Cada vez mais percebemos o números crescente de idosos que estão atingindo 80,90 anos 
de idade, e é importante dizer que isso se deve ao aumento da expectativa de vida mas, por 
outro lado, também percebemos o acentuado aumento do indivíduo idoso diagnosticado com 
demências, surpreendendo, cada vez mais, os profissionais de saúde, e alertando as autoridades 
públicas sobre a vulnerabilidade e o risco de maus tratos que está população sofre no ambiente 
doméstico (LEBRA, 2009).
27
Pensando em uma melhor expectativa e qualidade de vida para a pessoa idosa, a OMS 
sugeriu, de forma documentada, e publicada em 2011, a Década do Envelhecimento Saudável de 
2020 a 2030 (OMS, 2020). Essas propostas sugerem modificações para os cuidados com a saúde 
do idoso, tendo como apoio as políticas públicas de cada país envolvido com esse plano.
As 10 propostas são listadas a seguir, conforme descritas no resumo do relatório mundial de 
envelhecimento e saúde, da Organização Mundial da Saúde, no ano de 2015. 
• Primeira proposta: estabelecer uma plataforma de inovação e mudanças;
• Segunda proposta: apoiar o planejamento do país para agir por um envelhecimento saudável;
• Terceira proposta: coletar melhores dados globais em relação ao envelhecimento saudável;
• Quarta proposta: promover pesquisas que abordem as necessidades atuais e futuras de 
pessoas mais velhas;
• Quinta proposta: alinhar o sistema de saúde para as necessidades dos idosos;
• Sexta proposta: definir os conceitos teóricos para um cuidado de longo prazo;
• Sétima proposta: garantir os recursos humanos para os cuidados integrais às pessoas 
idosas;
• Oitava proposta: empreender uma campanha global para combater a discriminação con-
tra a pessoa idosa, o Ageism;
• Nona proposta: definir áreas de investimento econômico;
• Décima proposta: ampliar o trabalho global da rede para cidades e comunidades amigas 
do idoso.
Neste viés, o enfermeiro gerontólogo é um profissional importante, pois presta assistência e 
cuidado para os indivíduos durante todo o seu ciclo de vida, nas diferentes circunstâncias e nas 
diversas áreas do conhecimento do processo do envelhecer populacional (SANDRI; ALVAREZ, 2018). 
Inúmeros estudos da enfermagem gerontológica brasileira afirmam a extrema necessidade 
de maiores quantidades de profissionais da enfermagem especializados e informados sobre os 
cuidados da saúde do idoso, para que a prestação da assistência seja bem mais eficaz e resolutiva. 
28
Figura 6 - Enfermeiro Gerontólogo 
Fonte: Michaeljung, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, com fundo fosco em branco, observamos a enfermeira gerontóloga 
prestando um do cuidado de escuta terapêutica a uma paciente que se encontra sentada.
O conhecimento produzido pelos profissionais enfermeiros precisa se consolidar em excelentes 
práticas assistenciais, de modo que exista uma diminuição da lacuna entre a teoria e a prática, 
impactando modificações no cuidado do enfermeiro ao idoso. Dessa forma, observaremos uma 
melhor contribuição, visando um processo de sistematização da assistência de enfermagem bem 
preponderante para um envelhecimento saudável, seguro e de qualidade para todos os idosos.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
29
Enfim, compreender a sistematização do processo da assistência de enfermagem ao cliente 
idoso não é nada fácil, mas deve ter como finalidade a persistência e valorização do querer fazer 
e contribuir do idoso, de acordo com a sua necessidade, para que ele possa desenvolver um 
processo de independência e autonomia. O enfermeiro necessita entender os novos paradigmas 
de atenção à saúde da pessoa idosa contribuindo, dessa forma, para a promoção, prevenção, 
tratamento e reabilitação da pessoa idosa no processo do envelhecimento preferencialmente 
saudável. 
FIQUE DE OLHO
A atuação do enfermeiro, no ramo da saúde do idoso, deve ser centrada no processo de 
educação e saúdes, levando em consideração o processo do envelhecimento. Baseado 
nesse contexto, leia na íntegra o artigo: O papel da enfermeira na reabilitação do idoso, 
acessando o link https://www.scielo.br/pdf/rlae/v8n1/12437.pdf
30
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender conceitos de termos relacionados à pessoa idosa;
• entender o processo do envelhecimento e os aspectos que interferem nesse processo;
• aprender a importância da epidemiologia do envelhecimento para a compreensão do 
enfermeiro no ato do cuidar da pessoa idosa;
• compreender a avaliação multidimensional do idoso; 
• compreender o processo de avaliação funcional da pessoa idosa; 
• entender e compreender o envelhecimento populacional.
PARA RESUMIR
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
DIAS, L. C. Tratado de medicina da família e comunidade: princípios, formação e prática. 
Porto Alegre: Artmed, 2012. 
FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações 
que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Rev Cient Inter. Campos dos Goyta-
cazes – RJ, V. 1, n. 20, 106-132, jan/mar, 2012. 
LEBRA, M. L. Epidemiologia do envelhecimento. Bol. Inst. Saúde: Envelhecimento & Saú-
de. N. 47, 23-26, abril, 2009. 
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Departamento de atenção à saúde do 
idoso. Belo Horizonte: SAS/MG, 2006. 
MORAES, E. N. Departamento de Atenção Básica. Atenção à saúde do Idoso: aspectos 
conceituais. Brasília: Ministério da Saúde /Pan-Americana da Saúde, 2012.
NERI, A. L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2011.
OPAS/ OMS. Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde. 
Indicadores de saúde: Elementos Conceituais e Práticos. Disponível em https://www.
paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-indicator-
s-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&limitstart=1&lang=pt. 
Acesso em: 01 de jul. de 2020.
SANDRI, J. V. A.; ALVAREZ, A, M. O envelhecimento populacional e o compromisso da 
enfermagem. Rev Bras Enf. São Paulo, 770-771, 2018. 
SOARES, R. R.; MONIER, E. B. Saúde do idoso e a saúde da família. Universidade Federal 
do Maranhão/UNA-SUS. São Luís: EDUFMA, 2016. 
SBGG. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. O que é geriatria e gerontologia, 
2020. Disponível em: https://sbgg.org.br/espaco-cuidador/o-que-e-geriatria-e-gerontolo-
gia/. Acesso em: 01 de jul. de 2020.
UNA/SUS. Universidade Aberta do Brasil e Sistema Único de Saúde. Curso de especializa-
ção da saúde da família. Módulo: cuidado integral a saúde do idoso. Brasília: UNB, 2014.
TEIXEIRA I. N. A. O. Definição de fragilidade em idosos: uma abordagem multiprofissio-
nal. 2006. 198f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade 
de Educação, Campinas, 2006. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Agravos mais comuns nos idosos
Você está na unidade Agravos mais comuns nos idosos. Conheça aqui sobre os principais 
agravos que acometem mais frequentemente os idosos, como as demências, osteoporose, 
mal de Parkinson, queda, depressão e incontinência urinária e fecal. Além disso, será 
estudado sobre a violência contra os idosos, um grupo vulnerável. Aprenda também 
sobre o envelhecimento e a infecção pelo vírus HIV.
O envelhecimento ocorre de maneira fisiológica, porém, algumas patologias e o uso de 
alguns fármacos podem acelerar as mudanças fisiológicas que ocorrem naturalmente, 
como as alterações musculares e mudança no equilíbrio e na agilidade de executar as 
atividades de rotina cuidados de higiene pessoal. 
Bons estudos!
Introdução
35
1 DEMÊNCIAS 
O profissional que trabalha diretamente cuidando da saúde dos idosos se depara com diversos 
problemas relacionados com as demências. Não é incomum os idosos apresentarem problemas 
de memória e também de comportamento decorrente do avanço da idade e também do início 
das manifestaçõesda demência.
A prevalência de demência com o avançar da idade dobra a cada cinco anos, chegando a cerca 
de 20% dos idosos com idade acima de 80 anos. Lembrando que a população de octogenários 
no Brasil é que mais cresce atualmente. O início dos sintomas começa a partir dos 65 anos de 
idade, sendo comum a presença de um comportamento perturbador e também a principal causa 
das internações nos institutos de longa permanência dos idosos. Apesar de ser popularmente 
considerada como algo normal, a demência não faz parte do envelhecimento saudável, sendo 
uma alteração prejudicial (KANE, 2015).
A demência é caracterizada pela alteração na memória, ocorrendo de maneira gradual, sem 
apresentar um início definitivo. Algumas mudanças no cérebro são comuns nos idosos, como 
redução da memória a curto prazo e da capacidade de aprendizagem, porém, quando ocorrem, 
não são necessariamente devido à demência, podendo ser apenas devido ao avançar da idade 
(KANE, 2015).
Os idosos apresentam perda cognitiva leve, o que leva à perda da memória associada com a 
idade. Ainda, pode ocorrer perda da capacidade do uso da linguagem, do pensamento e alteração 
no humor, sem afetar a realização das tarefas diárias e influenciar a autonomia. Já os idosos com 
a presença da demência apresentam alterações mentais mais graves, que irão progredir com o 
passar do tempo. No envelhecimento normal é comum o idoso perder coisas ou esquecer os 
detalhes, enquanto que na demência ocorre o esquecimento por completo dos acontecimentos. 
Além disso, há um prejuízo na capacidade do idoso com demência de executar tarefas comuns, 
como cozinhar, cuidar da higiene corporal, dirigir e até mesmo realizar a administração das 
finanças da casa.
A demência pode apresentar características semelhantes à depressão no indivíduo idoso, 
como redução na quantidade de alimento ingerido ou nas horas de sono. Mas, na maioria das 
vezes, o paciente mantém os hábitos alimentares e o padrão de sono normal até que a doença 
esteja em estágio avançado. Uma outra diferença é que as pessoas com depressão raramente 
esquecem de fatos importantes ou assuntos pessoais, enquanto que as pessoas com demência 
apresentam esquecimento frequente (KANE, 2015).
As causas mais comuns da demência é a doença de Alzheimer, sendo ela uma doença 
cerebral primária. Cerca de 60% a 80% dos idosos com demência têm a doença de Alzheimer. 
36
Essa patologia apresenta alteração hormonal. Nesse tipo de demência, ocorre uma redução do 
nível de acetilcolina no cérebro. A acetilcolina é um neurotransmissor que auxilia na comunicação 
das células nervosas, auxiliando também na memória, aprendizagem e concentração.
Além desse tipo, ainda existem
• demência vascular 
• demência por corpos de Lewy
• demência fronto-temporal 
• demência relacionada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV)
As manifestações podem ocorrem com mais de uma dessas demências sendo chamadas de 
demência mista (KANE, 2015).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Após o diagnóstico da demência, alguns quadros podem ser revertidos pelo tratamento, 
quando não há danos extensos no cérebro. Porém, ainda hoje o diagnóstico ocorre muitas 
vezes tardiamente, quando já ocorreram danos extensos. Dentre os principais quadros 
clínicos que podem causar a demência podemos destacar a hidrocefalia de pressão normal, 
hematoma subdural, deficiência de tiamina, deficiência de niacina, deficiência de vitamina 
B12 e hipotireoidismo. Além delas, algumas doenças associadas à demência podem agravar os 
sintomas, como a diabetes, a bronquite crônica, a doença renal crônica, as doenças do fígado e a 
insuficiência cardíaca. O uso de álcool, mesmo em quantidade pequena, também pode piorar o 
quadro de demência, sendo recomendado que interrompa o uso dessa substância.
A progressão da doença e a mudança do estado mental ocorre em um período variável, 
de 2 a 10 anos. Essa progressão irá depender principalmente das causas. Nas pessoas com 
37
demência vascular, por exemplo, normalmente a demência ocorre após o acidente vascular 
cerebral e a progressão da demência ocorre a cada novo acidente vascular cerebral, ocorrendo 
uma leve melhora do indivíduo entre os intervalos dos acidentes vasculares. Já nos pacientes 
que apresentam a doença de Alzheimer, a progressão da doença ocorre de maneira gradual e, 
na doença de Creutzfeldt-Jakob, a progressão da demência ocorre de forma rápida e contínua, 
ambas sem nenhuma melhora do quadro clínico durante a evolução (KANE, 2015).
Nos idosos que são mantidos em clínicas de repouso ou passam por um longo período de 
internação, a progressão da demência tende a acelerar e dificulta a retomada da rotina quando 
eles retornam para suas residências, por exemplo. Além disso, a presença de dor, falta de oxigênio, 
distúrbios urinários e constipação também podem influenciar na piora do quadro da demência.
Os sintomas apresentados pelo indivíduo com demência podem ser gerais, como a perda de 
memória, desorientação, problemas em executar tarefas diárias simples e mudança do humor. 
O principal sintoma que aparece ainda na fase precoce é a perda de memória, em especial 
para os fatos recentes. Outras manifestações são dificuldade em utilizar o vocabulário correto, 
pensamento abstrato, perda do bom senso e emoções instáveis e imprevisíveis, com mudanças 
repentinas de alegria para tristeza (KANE, 2015).
No estágio intermediário da demência, é possível observar dificuldade em aprender e lembrar 
de informações novas, dificuldade em executar tarefas simples, como comer, tomar banho e ir ao 
banho. Além disso, pode ocorrer a perda de locais simples, como não saber onde é o banheiro 
ou o próprio quarto. Nesse estágio da doença, o idoso fica mais propenso a quedas e apresenta 
alterações nas habilidades manuais.
Por fim, na demência tardia, o idoso apresenta dificuldade em conversar e, às vezes, até 
incapacidade de falar. Os eventos recentes e passados são perdidos completamente e, em alguns 
casos, os idosos não reconhecem os familiares e até mesmo o próprio rosto no espelho. Nessa fase 
é necessária atenção redobrada, devido à dificuldade em alimentar-se, sendo necessário muitas 
vezes triturar os alimentos para a ingestão. Nesse período, as infecções, como a pneumonia, são 
as principais consequências que acometem o idoso, devido à aspiração alimentar, por exemplo.
Em relação ao diagnóstico, ele deve ser feito pelo médico através de teste de estado mental, 
testes neuropsicológicos e exames de imagem. É importante também avaliar o histórico clínico 
como a idade do indivíduo, tempo decorrido desde o aparecimento dos primeiros sintomas, se 
existem outras comorbidades e quais os medicamentos em uso.
Após o diagnóstico, o tratamento deve ser baseado no controle para prevenir ou retardar a evolução 
da demência, orientar medidas de segurança e apoio para o indivíduo e para a família. Lembrando que 
o tratamento não irá reestabelecer as funções mentais na maioria das vezes, mas irá retardar a sua 
progressão rápida e, com isso, melhorará a qualidade de vida para o paciente (KANE, 2015). 
38
2 OSTEOPOROSE
A osteoporose é caracterizada por um quadro clínico em que ocorre o enfraquecimento dos 
ossos, ou seja, eles se tornam mais finos e frágeis. Isso é chamado perda da densidade óssea, 
devido a isso fica mais fácil de ocorrer fraturas.
Essa patologia é mais comum entre as mulheres, mas pode ocorrer nos homens também. 
Na maioria dos casos ela desenvolve devido ao envelhecimento, à redução dos níveis dos 
hormônios sexuais e também à baixa no organismo de vitamina D e cálcio. É possível prevenir o 
seu aparecimento através da suplementação de vitamina D e cálcio, associado ao exercício físico, 
como caminhadas e musculação (RENA, 2019).
Em indivíduos com osteoporose, os ossos que apresentam maior vulnerabilidade são os 
ossos do pulso, coluna e quadril. As fraturas podem ocorrer com quedas de própria altura ou até 
mesmo em batidas mais fortes, que em indivíduos saudáveis nãoprovocaria nenhum dano. Já no 
indivíduo afetado com a osteoporose, ocorre a fratura.
Os indivíduos que apresentam maiores chances de desenvolver a osteoporose são aqueles muito 
magros, de raça branca ou asiática, indivíduos que estão há muito tempo acamados e aqueles que 
consomem tabaco ou álcool. Inicialmente não há nenhum sintoma que possa identificar a presença 
da osteoporose, sendo o diagnóstico realizado quando ocorre alguma fratura.
O diagnóstico é realizado a partir do exame radiológico DXA, dosagem de vitamina D e cálcio. 
Normalmente estes exames são realizados em mulheres após os 65 anos de idade, que apresentam 
ou não casos de fraturas. Alguns médicos solicitam esses exames de forma preventiva, para que 
possa ser realizado o diagnóstico antes que ocorra alguma fratura (RENA, 2019).
A partir do diagnóstico, é iniciado o tratamento, que pode ser o tratamento da fratura ou 
a prevenção dela com mudança alimentar, inserindo alimentos ricos em cálcio, suplemento 
de vitamina D, atividade física e exames de rotina para acompanhar a evolução do quadro. As 
pessoas que fumarem devem ser orientadas a parar e o consumo de álcool deve ser limitado, 
principalmente a partir dos 65 anos, como forma de prevenção (RENA, 2019). 
FIQUE DE OLHO
A osteoporose normalmente é diagnosticada após queda e fratura óssea em mulheres 
acima de 65 anos, sendo uma doença silenciosa e de fácil diagnóstico e tratamento. O maior 
problema da osteoporose são as sequelas da fratura, pois a regeneração óssea no idoso é 
lenta e prolongada. 
39
3 MAL DE PARKINSON 
O mal de Parkinson é uma patologia neurodegenerativa que ocorre de maneira progressiva, 
afetando o cérebro e a medula espinhal. Uma das características dessa doença é o tremor que 
ocorre mesmo em repouso, o aumento do tônus muscular, a redução para realizar os movimentos 
voluntários e a instabilidade postural. A frequência na população a partir dos 40 anos de idade é 
de 1:250, acima dos 65 anos, sobe para 1:100 e, acima dos 80 anos de idade, fica em 1:10 pessoas 
afetadas, ou seja, a frequência é maior com o avançar da idade (GUYTON, 2006).
Figura 1 - Mal de Parkinson 
Fonte: Obencem, iStock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma mão de uma pessoa jovem segurando a mão de uma 
pessoa mais velha.
As principais mudanças morfológicas observadas no mal de Parkinson são as células nervosas, 
chamadas de gânglios basais, que se degeneram. Essas células são responsáveis por manter os 
movimentos musculares suaves e coordenados, mantendo também a postura corporal. Esses 
gânglios basais liberam neurotransmissores para que ocorra o impulso nervoso. O principal 
neurotransmissor é a dopamina. A partir da sua degeneração, ocorre menor produção de 
dopamina e, consequentemente, menor número de conexões nervosas, o que impede que ocorra 
a suavização dos movimentos, ocorrendo, assim, os tremores, a perda da coordenação motora e 
as alterações posturais e de deambulação.
Atualmente, as causas do mal de Parkinson ainda não são totalmente esclarecidas. Uma 
explicação é que o acúmulo anormal de sinucleína, uma proteína encontrada no cérebro que 
auxilia a comunicação das células nervosas, pode interferir nas funções nervosas. Essa proteína 
pode acumular nos corpos de Lewy, causando o Parkinson, e também a doença de Alzheimer e 
demência. Isso pode ser explicado devido à presença da doença de Alzheimer em um terço dos 
40
indivíduos com mal de Parkinson. Outra teoria é a hereditariedade, uma vez que cerca de 15% a 
20% das pessoas que apresentam o mal de Parkinson apresentam familiares que desenvolveram 
a doença (GUYTON, 2006).
O diagnóstico pode ser realizado a partir do exame físico e clínico. Os exames de imagem, 
como a tomografia computadorizada e a imagem por ressonância magnética podem ser realizadas 
para detectar se existe ou não alguma perturbação estrutural para os sintomas apresentados. 
Mas esses exames não são confirmatórios e, sim, exames que excluem outras causas possíveis, ou 
seja, o diagnóstico é baseado nos sintomas clínicos do paciente (GUYTON, 2006).
Após o diagnóstico, pode ser iniciado o tratamento com o medicamento levodopa, que é um 
fármaco que faz a reposição de dopamina para o cérebro. Esse tratamento medicamentoso pode 
ser eficiente e retardar a progressão da doença por muitos anos. Além disso, esse medicamento 
reduz a rigidez muscular, melhora o movimento e reduz substancialmente os tremores. 
4 VIOLÊNCIA 
A violência é caracterizada por uma ação única ou repetida que cause ao outro sofrimento 
e angústia. Além disso, ela pode ocorrer em relação interpessoal que tenha expectativa de 
confiança, como filhos e pais, ou por outro que não tenha vínculo nenhum com a pessoa e seja 
apenas um prestador de serviço, como um cuidador de idoso, por exemplo (DE SOUZA MINAYO, 
2017). A violência pode ocorrer de diversas formas, como 
• física;
• psicológica;
• sexual;
• exploratória;
FIQUE DE OLHO
É importante o profissional de saúde conhecer quais medicamentos o paciente faz uso, 
pois eles podem causar sintomas semelhantes ao do mal de Parkinson, como os tremores 
e a perda de equilíbrio. Além disso, com o avançar da idade é comum a perda do equilíbrio 
e também o aparecimento de pequenos tremores, que não tendem a progredir como o 
Parkinson, sendo esse um diagnóstico diferencial, porém complexo.
41
• abandono
• negligência.
A violência física pode ser qualquer ação que gere dor no outro, como, por exemplo, 
beliscões, empurrão, queimadura, administração de medicamentos de forma bruta. Esse tipo de 
violência normalmente é percebido através de lesões corporais que não tem explicação ou que 
são recorrentes, e o idoso justifica de maneira duvidosa como, por exemplo, “Isto não foi nada, eu 
apenas encostei na panela quente” ou “eu escorreguei e caí, normal, pois sou idoso”.
Figura 2 - Agressão ao idoso 
Fonte: Ocskai Mark, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra um idoso com marcas de agressão física.
A agressão psicológica é caracterizada por qualquer ação que gere um dano psicológico no 
idoso, como ações de intimidação, ações de infantilização, atos de humilhação, ameaças, insultos, 
isolamento e até mesmo o julgamento do idoso pelo outro como uma pessoa invalida ou incapaz. 
Não é incomum isso ocorrer por parte dos próprios familiares, que julgam o idoso com alguém que 
não tem capacidade para realizar suas atividades, pois eles são lentos ou incapazes e isso causa 
mudanças psicológicas, levando à tristeza e até ao quadro depressivo (DE SOUZA MINAYO, 2017).
A agressão ainda pode ser sexual, quando a pessoa idosa é abusada sexualmente ou 
forçada ao ato sexual sem seu consentimento. Ela ainda pode sofrer a exploração material ou 
financeira, sendo que a exploração material é quando outro indivíduo reside junto ao idoso, 
usufruindo da sua propriedade de forma abusiva, sem contribuir para a manutenção dos bens. 
Ainda pode ocorrer a exploração financeira que ocorre através da venda de bens do idoso sem o 
consentimento dele ou, ainda, realizar o uso da renda financeira do idoso sem o consentimento 
legal dele ou, mesmo que tenha o consentimento, realize de maneira exploratória, ou seja, não 
dê as condições adequadas para o idoso em relação ao seu aporte financeiro e use o dinheiro 
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dele para o benefício próprio. Isso não é incomum, pois muitos idosos sustentam a sua família, 
enquanto que os mais novos não trabalham ou, se o fazem, não contribuem para as despesas na 
casa. Além disso, muitos idosos dependem de outra pessoa para ir ao banco receber o auxílio da 
aposentadoria, por exemplo, e quando recebem o auxílio, não repassam para o idoso e, quando 
repassam, fazem de maneira incompleta, ou seja, uma parte do dinheiro não é entregue (DE 
SOUZA MINAYO, 2017).
O idoso também é vítima de abandono e negligência. As famílias tendem a isolar os idosos, não 
realizando os cuidados necessários e nem a assistência que eles precisam, ou seja, o responsável 
legal pelo idoso não presta os devidoscuidados, deixando o idoso abandonado. Outra situação 
comum é a negligência, em que ocorre a omissão dos cuidados básicos ou quando eles ocorrem 
são de maneira insatisfatória, ou seja, o idoso não recebe nem os cuidados mínimos para que 
tenham as suas necessidades básicas atendidas, como cuidados com a higiene e a alimentação.
Durante o atendimento do idoso, o profissional de saúde deve ficar atento aos sinais, como 
hematomas frequentes e sem explicação, quedas frequentes, perda de peso e desnutrição sem 
causa patológica que justifique, higiene corporal prejudicada, sonolência excessiva devido ao uso 
abusivo de medicamentos sedativos, mudança de comportamento quando é questionado sobre 
algum tipo de violência. A maioria dos idosos nega a violência por medo ou vergonha, por isso o 
profissional precisa estar atento aos sinais e abordar de maneira que deixe o idoso confortável 
para falar, lembrando sempre que durante a consulta de enfermagem as informações obtidas 
são confidenciais. A confidencialidade pode dar conforto e segurança para que o idoso fale sobre 
as agressões que tem vivenciado. Mesmo que o idoso não considere violência, é importante o 
profissional explicar para ele a gravidade da situação que ele relatar e quais as medidas que devem 
ser tomadas com ajuda do profissional de saúde com base na Portaria GM/MS nº 1271/2014. Essa 
portaria trouxe a violência contra o idoso como um agravo à saúde de notificação compulsória. 
Assim, todo profissional da saúde que deparar com qualquer ato de violência contra o idoso deve 
realizar a notificação obrigatoriamente (BRASIL, 2014). 
5 QUEDA
A principal causa de morbidade na população idosa são as quedas. Em média, 35% dos idosos 
que residem em suas residências sofrem alguma queda anualmente. Já os idosos que moram 
em institutos de longa permanecia, a taxa de queda chega a ser de 50% de queda por ano, com 
cerca de 25% com ferimentos graves, como fraturas. Após a primeira queda, é comum o medo 
de cair novamente pelo idoso e isso pode prejudicar a qualidade de vida dele. As principais 
consequências que podemos observar após a queda nos idosos são as fraturas, hematoma 
subdural., internações, risco de iatrogenias, incapacidade física e o risco de óbito decorrente da 
própria queda ou das complicações decorrentes dela.
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A maioria das quedas dos idosos ocorrem de forma acidental devido aos riscos ambientais e às 
mudanças fisiológicas que ocorrem com o avançar da idade. Durante o envelhecimento, ocorrem 
mudanças no controle postural e da marcha, o que por si só já pode propiciar a queda. Além 
disso, há uma redução da propriocepção, os reflexos tornam-se mais lentos e a força muscular 
fica menor, além da imobilidade de alguns idosos, constituindo fatores que podem contribuir 
para a queda do indivíduo. Uma outra alteração comum é a hipotensão ortostática, que é a queda 
da pressão sistólica quando ocorre a mudança de posição do indivíduo da posição de decúbito 
ou sentado para a posição ortostática de maneira rápida. Essa hipotensão pode levar a uma 
instabilidade postural e causar uma queda. Além da mudança de posição, alguns medicamentos 
hipertensivos, por exemplo, podem apresentar esse efeito colateral, aumentando também as 
chances de queda do idoso.
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Dentre as causas de quedas podemos destacar causas acidentais, mesmo como tropeções 
e escorregões devido à variação do solo ou devido à presença de água no chão ou sabão, por 
exemplo. A interação do ambiente é um fator importante, pois a presença de tapetes sem 
antiderrapante, moveis baixos ou instáveis, falta de barras de apoio, iluminação inadequada, 
calçados impróprios, animais de estimação que ficam entre os pés quando o idoso vai caminhar, 
pisos lisos e sem antiderrapantes, escadas, degraus e presença de rachaduras podem ser 
obstáculos para o idoso e propiciar a queda. Além dos fatores ambientais, fatores como a síncope, 
que é a perda súbita da consciência, tontura, doenças do sistema nervoso central, distúrbios 
cardíacos, uso de alguns medicamentos como os anti-hipertensivos, antidepressivos, sedativos e 
diuréticos e incontinência urinária são fatores que também podem ocasionar a queda do idoso.
A prevenção de queda pode ser feita a partir de atividades físicas regulares que aumentam 
a resistência física e a agilidade, aumentando também o equilíbrio do idoso. O uso de sapatos 
apropriados, com solas antiderrapantes também podem auxiliar na prevenção de quedas. A 
44
casa do idoso precisa ser adaptada, evitando o uso de tapetes, por exemplo, e móveis que não 
oferecem estabilidade para o idoso sentar ou deitar. A iluminação precisa ser trocada para luzes 
mais fortes, que permitam uma claridade maior para que o idoso consiga enxergar nitidamente 
o ambiente. No caso de o idoso precisar de óculos, é importante que ele mantenha sempre as 
lentes com o grau correto para evitar quedar também. 
6 DEPRESSÃO 
A depressão é caracterizada como um transtorno mental comum.
• No idoso, a taxa de depressão é de 2% dos idosos em geral. 
• De 10% a 12% daqueles que frequentam ambulatórios ou centros de saúde 
• Em 50% dos idosos que moram em instituições de longa permanência. 
Nos idosos ainda é comum a depressão subsindrômica, que é a presença de apenas alguns 
sintomas da depressão nesse grupo de indivíduos. Devemos lembrar que a depressão é diferente 
da tristeza, pois ela é permanente por um período de semanas até anos e interfere de maneira 
significativa na vida social do indivíduo. Nos idosos, ela não manifesta de maneira clara, sendo na 
maioria das vezes confundida como um aspecto normal do envelhecimento.
Nos idosos não é incomum a busca do serviço de saúde para obter prescrição de medicamentos, 
o que acarreta em um outro problema que são os efeitos colaterais dos medicamentos e até 
mesmo a piora do prognóstico de outras doenças devido à inferência da qualidade do autocuidado 
devido à depressão. Portanto, apesar de ser menos evidente no idoso, a depressão pode acarretar 
em consequências graves e interferir na qualidade de vida dele (KANE, 2015).
Devido ao diagnóstico ser diferenciado pelo idoso, por conta das manifestações serem 
distintas, temos o quadro de distimia, que é a manifestação dos sinais da depressão mais leves 
e por um período de tempo maior. Na distimia, segundo Kane (2005), há presença do humor 
depressivo por cerca de dois anos, associado a três ou quatro dos sintomas, como 
• insônia ou sono excessivo;
• aumento ou redução do peso sem justificativa;
• sentimento de culpa excessiva ou inutilidade;
• fadiga;
• perda da concentração;
• agitação;
45
• pensamento constante de morte ou suicídio.
O tratamento após o diagnóstico pode ser não farmacológico através da psicoterapia e de 
exercícios. A psicoterapia é indicada como um tratamento adjuvante à farmacoterapia, mas 
também pode ser utilizada como tratamento de primeira escolha. As psicoterapias mais utilizadas 
e que apresentam melhores resultados são 
• TCC (tratamento cognitivo comportamental)
• PST (Problem Solving Therapy) 
• Terapia psicodinâmica
O TCC é centrado em trabalhar as estruturas mentais do paciente, com o objetivo de ele 
superar estruturas não adaptativas e reforçar as adaptativas. Nesse contexto, o adaptativo indica 
o que irá ajudar o paciente a ter uma vida normal. Durante as sessões do TCC, o paciente é 
estimulado a romper padrões de evitação e de desesperança; enfrentar situações temidas; e; 
reduzir emoções dolorosas ou a excitação autonômica.
Já o PST realizada a ativação comportamental através do encorajamento do idoso em selecionar 
e resolver problemas diários, com o intuito de aumentar a confiança e diminuir a sensação de 
impotência, que são sintomas comuns da depressão. Enquanto que a terapia psicodinâmica 
busca explicar os problemas psíquicos com base em conflitos inconscientes originados na infância 
e seu objetivo é a superação de tais conflitos.
E o tratamento mais utilizado é o convencionalmedicamentoso, que pode ser utilizado um 
dos três grupos de antidepressivos. 
• Antidepressivos tricíclicos
• Antidepressivos inibidores da monoaminoxidase
• Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina.
O tratamento farmacológico deve sempre avaliar os efeitos colaterais e também se há 
interferência do medicamento junto ao uso para outras comorbidades, para que não ocorra piora 
no quadro clínico do idoso (KANE, 2015). 
7 ENVELHECIMENTO E AIDS
Nos últimos anos, no Brasil, houve um crescimento no número de idosos diagnosticados 
com o vírus do HIV (human immunodeficiency vírus), principalmente entre as mulheres idosas. 
Entre os anos de 2007 e 2017, o número de diagnósticos positivos cresceu sete vezes, destacando 
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que, em mulheres acima de 60 anos, teve um aumento de aproximadamente 20% nesse mesmo 
período. Esse aumento é devido à atividade sexual na terceira idade e também ao aumento no 
número de parceiros pelos indivíduos nessa faixa etária (BRASIL, 2018).
Ainda hoje a sexualidade é um tabu na nossa sociedade, principalmente quando falamos da 
terceira idade, que são os indivíduos que são vistos como os avós e avôs, sendo, na maioria das 
vezes, ignorada a sexualidade deles e não debatido sobre os meios de prevenção e o risco das 
doenças sexualmente transmissíveis pelos profissionais de saúde.
Uma justificativa para o aumento do número de casos na terceira idade é o avanço das 
medicações para impotência sexual e também porque a maioria dos idosos não tem a cultura do 
uso preservativo, ficando, portanto, exposto ao risco. Além disso, como não há o risco de uma 
gravidez indesejada, muitas vezes o preservativo é colocado como algo dispensável, esquecendo 
na maioria das vezes que ele é um método de barreira eficaz contra as doenças sexualmente 
transmissíveis, sendo indispensável nas relações sexuais, principalmente quando a pessoa tem 
mais de um parceiro sexual (BRASIL, 2018). 
O aumento do número de casos também pode ser justificado pelo aumento da expectativa 
de vida dos pacientes soropositivos. Devido à maior sobrevida, eles chegam hoje na faixa etária 
dos idosos ainda sexualmente ativos e com uma vitalidade considerável. Isso é um ganho para a 
saúde desses indivíduos, mas é preciso estar atento ao risco de transmissão ao parceiro, mesmo 
que ambos sejam idosos, pois isso não reduz com o passar dos anos. 
O impacto do HIV no idoso é maior quando comparado com o jovem do ponto de vista físico. 
Isso ocorre devido ao idoso apresentar na maioria das vezes outras doenças em associação, 
aumentando, assim, o risco de desenvolver formas muito mais graves de infecções e uma 
resistência menor a essa infecção, o que pode ser fatal para o idoso. Outro fator importante são 
as doenças secundárias relacionadas ao HIV, como
• insuficiência renal;
• problemas hepáticos;
• problemas cardiovasculares;
• perda óssea; 
• alterações metabólicas. 
Nos idosos, muitas dessas doenças secundárias podem já estar presentes e, com a infecção 
pelo vírus HIV, elas podem complicar mais rapidamente e apresentarem um pior prognóstico para 
o idoso quando comparado com o indivíduo jovem (BRASIL, 2018).
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Diante disso, o ideal é a educação sexual dos idosos e a conscientização sobre a importância do uso 
de preservativo em todas as relações sexuais, independentemente do número de parceiros. Quando 
o casal decidir manter relações sexuais sem o uso de preservativos, o ideal é que ambos realizem 
testes para avaliar se estão os dois negativos para todas as doenças sexualmente transmissíveis antes 
de iniciarem relações sexuais sem o uso de preservativo, desde que o casal não tenha nenhum outro 
parceiro sexual, pois isso poderia colocar o casal em risco da mesma forma (BRASIL, 2018). 
8 INCONTINÊNCIA URINÁRIA 
A incontinência urinária é a perda de urina involuntária em uma quantidade ou uma frequência 
que gera um desconforto social e problemas de saúde. Dentre as principais consequências, temos a 
• insuficiência real
• infecção do trato urinário
• formação de ferida na região genital 
Além do impacto social causado pelo odor, que leva ao constrangimento, depressão e 
ao isolamento social do idoso. A frequência de idosos acima de 65 anos que apresentam 
incontinência varia de 8% a 34%, sendo que em idosos institucionalizados a taxa chega a 50% e a 
maior prevalência é entre as mulheres (MINAS GERAIS, 2006). A incontinência urinária pode ser 
classificada como
• de urgência;
• de esforço;
• mista
• paradoxal;
• total.
A incontinência por urgência normalmente ocorre devido à hiperatividade detrusora, sendo 
manifestada pela urgência em urinar que surge de maneira súbita e incontrolável. Ela é comum a 
ambos os sexos e chega a uma frequência de 60% dos casos de incontinência urinária.
A incontinência por esforço ocorre mais no sexo feminino e tem relação com a deficiência 
esfincteriana, podendo estar associada ou não à hipermotilidade do colo vesical, ocorrendo 
a liberação da urina durante tosse e espirro. Este tipo de incontinência não apresenta 
necessariamente o desejo miccional pelo indivíduo, ocorrendo a perda quando há um aumento 
da pressão intra-abdominal. Nos homens esse tipo de incontinência é comum após a ressecção 
48
prostática ou a radioterapia. A incontinência de urgência e a de esforço quando estão presentes 
em conjunto gera a incontinência mista, que é gerada pela urgência miccional e o aumento da 
pressão intra-abdominal.
Já a incontinência paradoxal, também chamada de transbordamento, é mais comum no sexo 
masculino. Ela é causada pela hiperdistenção vesical como causa secundária à obstrução prostática 
ou hipocontratilidade detrusora. Nesse tipo de incontinência, o indivíduo não apresenta uma micção 
completa e, por isso, ocorre a perda de urina por transbordamento. Nesse tipo de incontinência, é 
comum a perda de urina por gotejamento e a presença de bexigoma, que é o globo vesical palpável 
devido à presença de uma grande quantidade de urina armazenada (MINAS GERAIS, 2006).
Na incontinência total ou funcional ocorre uma lesão no esfíncter uretral externo ou uma 
lesão na sua inervação decorrente de uma incisão cirúrgica e, com isso, ocorre a perda urinária 
contínua. Esse tipo de incontinência é mais comum em homens após a remoção cirúrgica de 
hiperplasia prostática benigna. 
A incontinência urinária pode ser transitória ou permanente. Na transitória, as principais causas 
são o delírium, infecção, uretrite e vaginite atrófica, restrição de mobilidade, aumento do débito 
cardíaco, medicações, impactação fecal e distúrbios psíquico. Nesses casos, após o tratamento 
da causa, a incontinência cessa e é resolvida. Já a permanente ocorre devido a uma alteração 
anatômica ou funcional do sistema urinário. Nesse tipo de incontinência, não é possível determinar 
o seu tempo de duração, podendo ela permanecer por meses ou anos (MINAS GERAIS, 2006). 
9 INCONTINÊNCIA FECAL 
A incontinência fecal ocorre devido à incapacidade de controlar a eliminação de gazes e fezes, 
sendo que existe uma relação quanto ao volume e a consistência do conteúdo presente na região 
retal, a capacidade de complacência da região retal, a sensibilidade dessa região e a integridade 
da musculatura esfincteriana e da inervação anal.
Esse tipo de incontinência é constrangedora e apresenta repercussão social e econômica 
para o indivíduo que a apresenta. Muitos idosos têm esse tipo de incontinência interprestado 
como um quadro de diarreia, não procurando, muitas vezes, assistência médica até que o quadro 
esteja mais avançado. Quando ocorre a eliminação de fezes sólidas, é denominada incontinência 
anal total, quando é apenas de gases ou fezes líquidas, é chamada de incontinência anal parcial 
(MINAS GERAIS, 2006).
A prevalência em idosos acima de 65 anos é de 109 para homens e 133 para mulheres a cada 
100.000 indivíduos. As principais causas são a rotura esfinctérica parcial ou completa durante o 
parto vaginal sem ser realizado o seu diagnóstico ouquando diagnosticado o reparo realizado 
49
é inapropriado, levando à incontinência fecal. Pode, ainda, ocorrer a lesão iatrogênica dos 
esfíncteres anais após operações anorretais ou, ainda, ocorrer a incontinência fecal idiopática (ou 
neurogênica), que é devido ao envelhecimento, a história de trabalho de parto prolongado e ao 
esforço evacuatório crônico (MINAS GERAIS, 2006).
Na maioria dos casos, o diagnóstico é feito devido ao questionamento do profissional de 
saúde, pois na maioria das vezes o indivíduo não relata a incontinência. Devemos lembrar que é 
imprescindível conhecer o grau de incontinência, se é parcial ou total, uma vez que isso estará 
ligado diretamente com a qualidade de vida da pessoa. Durante a coleta de dados, é importante 
coletar informações sobre cirurgias anteriores, número de partos, se há necessidade de uso de 
fralda no momento, se durante a vida as fezes eram mais amolecidas ou endurecidas, a frequência 
de evacuações e se havia presença de sangue e dor.
Em seguida, deve realizar a inspeção estática, observando se há presença de fezes, se as 
roupas estão sujas, se há alguma cicatriz na região perineal ou anorretal ou cicatriz que indique 
algum traumatismo. É importante que durante a avaliação o profissional fique atento pois algumas 
afecções como fístulas e hemorroidas podem produzir muco e os sintomas são semelhantes à 
incontinência fecal (MINAS GERAIS, 2006).
Na inspeção dinâmica, deve-se avaliar a região anal durante o esforço evacuatório do paciente. É 
comum observar o ânus entreaberto, indicando que há um dano esfincteriano (MINAS GERAIS, 2006).
Após a identificação da incontinência fecal, é realizado o tratamento, que pode ser somente 
a orientação dietética, como evitar refeições volumosas, evitar alimentos ricos em gordura 
ou excessivamente ricos em fibras associado ao tratamento farmacológico de medicamento 
antiperistálticos. Nos casos que não for possível o controle com medicamentos e mudanças 
alimentares, é indicado a avaliação cirúrgica. 
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
50
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer sobre os principais agravos que acometem os idosos;
• aprender sobre as demências e o mal de Parkinson;
• estudar sobre a violência e as quedas nos idosos; 
• informar-se sobre o envelhecimento e o HIV; 
• aprender sobre a incontinência urinária e a fecal. 
PARA RESUMIR
BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico HIV/Aids 2018. Disponível em: 
<http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2018/boletim-epidemiologico-hivaids-2018>. 
Acesso em: 28 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1.271, DE 6 DE JUNHO DE 2014. Brasília, 
2014. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/
prt1271_06_06_2014.html>. Acesso em: 30 jun. 2020.
DE SOUZA MINAYO, M. C. Violência contra idosos. 2017. Disponível em: http://www.
observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_manual/4.pdf. Acesso em: 30 jun. 
2020.
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2006.
KANE, R. L. et al. Fundamentos de geriatria clínica-7. Porto Alegre: AMGH Editora, 2015.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção à saúde do idoso. Belo 
Horizonte: SAS/MG, 2006.
RENA, R. A mulher e a osteoporose. Brasília: Editora Estante de Saúde, 2019.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Entendendo o comportamento 
orgânico do idoso
Você está na unidade Entendendo o comportamento orgânico do idoso. Conheça aqui 
a biologia do envelhecimento, as interações medicamentosas que ocorrem no corpo 
da pessoa idosa, bem como a sua adesão ao uso das drogas ou fármacos que são 
prescritos para combater as diversas disfunções orgânicas recorrentes do processo do 
envelhecimento. Entender a biologia do envelhecimento é compreender as modificações 
orgânicas e fisiológicas que ocorrem ao longo do tempo no idoso. Essas modificações 
ocorrem em níveis moleculares e celulares. O enfermeiro precisa entender que tais 
modificações celulares podem prejudicar o processo fisiológico dos órgãos e do corpo 
do idoso.
Bons estudos!
Introdução
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1 NOÇÕES PRELIMINARES 
Esta unidade apresentará o cuidado a saúde do idoso como um desafio para os profissionais 
da área da saúde, principalmente o enfermeiro, por se tratar de um campo do conhecimento 
complexo, que tem como meta a atenção à saúde de forma
• integral;
• humanizada;
• holística.
Medidas essas que proporcionam adequadamente o ato do cuidar baseado em um processo 
sistêmico, técnico e cientifico, visando proporcionar uma melhor resolutividade de saúde. 
Encontramos, na área dos cuidados de saúde com a pessoa idosa, princípios norteadores 
que contribuem para um bem-estar do processo anatômico e fisiológico do envelhecimento, 
preferencialmente, ativo e saudável. É importante dizer que esses princípios estão ligados às 
políticas de saúde públicas direcionadas ao idoso e, ao mesmo tempo, associados aos diversos 
campos intersetoriais da assistência a esses indivíduos.
O processo do envelhecer, para inúmeras pessoas, tem um significado negativo e pode se 
referir a ser antigo, idoso, ou ainda, individuo com características de velho, mas podemos ir além 
desse significado e dizer que o envelhecer é uma sequência contínua de diminuição das funções 
do corpo humano ou orgânica, não é sinônimo de surgimento das disfunções dos órgãos ou 
patologias. É algo inevitável nos seres humanos e faz parte do ciclo vital com o passar do tempo.
O envelhecer biológico é uma ação contínua, que tem início ao nascimento e perdura até a 
morte. Então, podemos dizer que a palavra senescência descreve um período de modificações, 
orgânicas e fisiológicas, do corpo humano ao longo do tempo, podendo ocasionar efeitos 
deletérios no organismo da pessoa idosa. Podemos ir além e dizer que o termo senescência 
representa uma modificação ou transformação visível dos conjuntos das características genéticas 
do indivíduo idoso, desencadeando múltiplos fatores biológicos do envelhecimento que podem 
se manifestar e ocasionar alterações nas células, tecidos e órgãos.
Essa ação, do envelhecimento, abala o processo da fisiologia orgânica e exerce um impacto na 
capacidade funcional do idoso ao torná-lo mais adaptável às patologias crônicas e degenerativas.
No processo do envelhecimento, as modificações anatômicas e funcionais dos órgãos são 
inevitáveis, além das modificações bioquímicas, imunológicas e psíquicas por consequências 
naturais das modificações contínuas do envelhecer.
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As modificações da fisiologia estão diretamente relacionadas aos fatores da senescência, e 
isso leva a pessoa idosa a um consumo aumentado de fármacos. Então, podemos dizer que ocorre 
uma demanda dos medicamentos, induzindo o sujeito idoso a exercer a prática da polifarmácia e, 
consequentemente, ao aumento da ocorrência das interações medicamentosas.
Essas interações podem chegar a comprometer a seguridade e efetividade do efeito 
terapêutico, com consequência ineficaz do tratamento. Além disso, aumentam os efeitos 
farmacológicos, podendo causar toxicidade orgânica, aumentando os efeitos colaterais, 
desenvolvendo reações contrárias às terapêuticas, que iremos chamar de reações adversas e, 
com isso, aumentam os índices das taxas de morbimortalidade.
Ao conviverem mais com disfunções patológicas consideradas crônicas, e inúmeras 
degenerativas, os idosos estão sujeitos a uma grande demanda medicamentosa e, 
consequentemente, uma dificuldade da adesão ao uso dos fármacos prescritos pelos profissionais 
médicos.
As dificuldades decorrentes da falta de adesão ao tratamento farmacológico aumentaram nos 
últimos anos e têm gerado preocupação aos profissionais da área da saúde, devido a influenciar 
os idosos ao uso irracional da terapêutica medicamentosa clínica. É importante destacar o 
comprometimento dos profissionais da saúde em orientar os indivíduos idosos ao uso correto 
das medicações, fármacos ou drogas.
A equipe multiprofissional direcionada ao atodo cuidar precisa compreender em todas 
as esferas do cuidar que a pessoa idosa poderá apresentar sensações de inaptidão de velhice, 
estresse, episódios de tristezas e desenvolverem processos depressivos diante da nova etapa do 
seu desenvolvimento biológico.
Algumas características dessas alterações comportamentais podem ser percebidas e, ao 
mesmo tempo, com todos esses reflexos, os idosos podem chegar a não aderirem ao tratamento 
das suas disfunções orgânicas.
Além disso, o aumento das hospitalizações em idades avançadas tem causado preocupações 
aos profissionais, pois se relacionam as altas taxas de novos agravos orgânicos entre idosos que 
podem durar por meses e anos, exigindo um planejamento de saúde baseado em uma melhor 
sistematização do cuidar e que possa ecoar na qualidade de vida saudável e adequada da pessoa 
considerada idosa. 
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Figura 1 - Apoio de equipe multiprofissional 
Fonte: Irina Strelnikova, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem com o fundo em azul claro observamos uma equipe multiprofissional 
com os seus pacientes em diferentes setores, atribuindo diversas formas racionais do cuidar da 
pessoa idosa.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2 BIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 
Vamos iniciar relacionando a disciplina ao conceito da palavra saúde, que tem um significado 
direcionado ao bom estado físico do indivíduo. Então, levando em consideração o significado da 
palavra, podemos dizer que um indivíduo idoso com saúde é aquele que se encontra em bom 
estado físico, ou melhor, saudável (OPAS/OMS 2020). 
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O crescimento acelerado da população de idoso vem ocorrendo de forma contínua em todas 
as partes do mundo e, principalmente, no Brasil. Isso se deve às melhores condições da qualidade 
de vida e dos avanços tecnológicos associados com a diminuição das taxas de natalidade, que 
contribuíram para o um aumento significativo dessa população (BRASIL 2006).
É de extrema importância para todos os profissionais das diversas áreas que trabalham com 
as pessoas idosas aprender, conhecer, compreender e diferenciar as modificações funcionais 
orgânicas do processo do envelhecimento daquelas da ação contínua do envelhecer patológico.É 
preciso, principalmente, para os profissionais enfermeiros, diferenciar o normal do patológico, 
mesmo assim, ainda pode ser algo complicado e difícil, pois inúmeras circunstâncias se 
superpõem e, portanto, não devem ser atribuídos ao processo da velhice. Não podemos e nem 
devemos esquecer que sintomatologias patológicas inúmeras vezes são plausíveis de tratamento 
e cura (BRASIL 2006). Por outro lado, não é sinônimo considerar doença com o processo biológico 
do envelhecer. Devemos solicitar, enquanto profissional da saúde, exames para diferenciar o 
tratamento natural do envelhecimento das patologias que o idoso pode vir a apresentar.
Figura 2 - Processo biológico do envelhecer 
Fonte: UNA/SUS 2015.
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#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático do processo 
biológico do envelhecimento. A biologia está ligada aos caracteres e sistemas internos orgânicos 
aos caracteres genéticos e hereditários e ao envelhecimento. O estado de saúde se associa ao 
ambiente (físico e social) e aos serviços de saúde (promoção prevenção reabilitação e tratamento).
O aumento populacional dos indivíduos idosos é observado em todo Brasil e este fenômeno 
é atribuído às diminuições dos índices de fecundidade, da mortalidade e da crescente taxa de 
expectativa de vida.
Este aumento da expectativa de vida teve início em países desenvolvidos, entretanto, é nos 
países em desenvolvimento ou nos subdesenvolvidos que tal fenômeno da expectativa vital tem 
ocorrido de forma consistente e vigorosa (DIAS, 2012).
O processo do envelhecimento no Brasil teve início nos anos 60 acompanhando o avanço dos 
idosos mundialmente de forma acelerada e intensa. Este progresso do envelhecer populacional 
mundial fez com que os diversos campos do conhecimento e da ciência investigassem formas 
para reduzir ou evitar os impactos do envelhecimento, proporcionando estudos direcionados 
para o progresso desse processo populacional do ser humano (MORAES, 2012). E, dessa forma, 
exploraram as diversas teorias do envelhecimento que foram surgindo ao longo das pesquisas para 
tentar explicar através da ciência as inúmeras causas da ação contínua do envelhecer (DIAS, 2012). 
 2.1 Teorias biológicas do envelhecimento
Nos dias atuais, várias teorias foram propostas para argumentar a gênese do processo do 
envelhecer, cada uma com os seus aspectos ou elementos explicativos relevantes para explicar tal 
condição orgânica (FARINATTI, 2002). Estas diversidades teóricas surgem dos diferentes aspectos 
pontuais para estabelecer as ações continuas envolvidas no processo do envelhecimento, bem 
como da própria compreensão desse fenômeno complexo, uma vez que muitas dessas teorias 
são apoiadas somente em modificações biológicas e não consideram os inúmeros elementos 
indecifráveis que caracterizam o processo do envelhecer (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2010).
Vamos iniciar nossa conversa com a teoria genética. Ela é baseada em fatores genéticos 
do ser humano e preserva o parecer de que o processo do envelhecimento é o produto das 
modificações bioquímicas do organismo, que são coordenadas pelo próprio conjunto de genes o 
qual poderia regular a expectativa de vida por meio dos diversos fatores genéticos. Sendo assim, 
cada ser humano denota uma durabilidade vital estabelecida pelo seu padrão genético, algo que 
tenta ser investigado e comprovado por diversas pesquisas acerca da longevidade (TEIXEIRA; 
GUARIENTO, 2010).
Outro fator genético bem estudado pelo meio científico é a diminuição de uma região do 
cromossomo chamado de telômero. Essa região se localiza na parte final dos cromossomos 
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eucarióticos. É considerado um elemento determinante na evolução do processo do 
envelhecimento. Além disso, a diminuição dos telômeros também conduziria as perdas de 
informações gênicas e, consequentemente, desenvolveria uma instabilidade genética no decorrer 
da vida (DUTRA; CORREA, 2020). 
Figura 3 - Cromossomos Eucarióticos 
Fonte: Fancy Tapis, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem observamos uma célula eucariótica com destaque em seu núcleo, 
que abriga os cromossomos eucarióticos. Na extremidade do cromossomo, temos uma região em 
destaque em vermelho, que recebe o nome de telômero.
A teoria imunológica explica o processo do envelhecimento a partir do conhecimento das 
atividades imunológicas do corpo de ser humano (DUTRA; CORREA, 2020). Salientamos que o 
sistema imune decresce a sua funcionalidade com o aumento da idade, ou melhor, com o avanço 
dos anos, então, a partir desse contexto, existe uma diminuição da capacidade de atuação 
do sistema imunológico e, ao longo dos tempos, tornaria o indivíduo bem mais adaptado às 
agressões internas e externas do organismo humano, provocando, assim, o processo acelerado 
do envelhecimento (NERI, 2011).
Essa teoria pleiteia que a redução da resposta imunológica se relacionaria diretamente com 
o envelhecimento do principal órgão imunológico, chamado de timo, que exerce a função de 
desenvolver e diferenciar os linfócitos T ou células T, que são consideradas estruturas morfofisiológicas 
vivas que combatem o organismo dos agentes estranhos, denominados de antígenos.
A teoria do acúmulo de danos ou erro catástrofe se baseia na ideia central do processo do 
envelhecimento e se direciona principalmente à concentração de moléculas imperfeitas oriundas 
de erros no reparo, além da produção de moléculas no interior das células (NERI, 2011). Com o 
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passar do tempo e aumento da idade, essas imperfeições moleculares repercutiriam na perda 
contínua das funções do corpo humano, levando o indivíduo ao processo do envelhecimento.
A teoria das mutações se baseia no fato que inúmeras modificações recorrentes nas células 
eucarióticas somáticas, ao passar dos anos, produzem células defeituosas ou mutantes, eessas 
são incapazes de continuar com a funcionalidade orgânica normal, provocando uma deficiência 
biológica nas funções dos órgãos, que pode acelerar o processo do envelhecimento (DUTRA; 
CORREA, 2020).
A teoria do uso e desgaste se baseia no fato de que o envelhecimento seja o produto do 
armazenamento de agressões ambientais diárias, que resulta na redução da capacidade orgânica 
de se recuperar e voltar ao estado normal. (TEIXEIRA; GUARIENTO, 2010). Essa teoria explica que 
as lesões, os processos infecciosos e inflamações, entre outras formas de agressões patogênicas 
ou não, se acumularia ao longo do tempo no indivíduo humano e, dessa forma, os ferimentos 
e outros fatores agressivos provocariam modificações celulares teciduais e orgânicas e, assim, 
desenvolveria rapidamente o processo do envelhecimento.
Essa teoria atualmente se encontra em desuso e mal vista, apesar de preservar e defender que 
os danos celulares são vinculados com o passar do tempo, podendo aumentar a probabilidade 
de erros orgânicos, possibilitando até a morte do indivíduo sem necessariamente atuarem como 
fatores do processo do envelhecimento.
A teoria dos RLs se baseia no fato de que o envelhecimento seria o produto de defeitos 
no interior da célula de forma aleatória, provocadas pelas moléculas instáveis e bem reativas 
denominadas de RLs (NERI, 2011). É importante dizer que essas moléculas atacariam outras 
em busca da sua estabilidade e, como não conseguem, danificam biomoléculas intracelulares e 
aceleram o processo do envelhecimento. Inúmeros pesquisadores aceitam a ideia dessa teoria em 
virtude dela comtemplar que os efeitos danosos ao metabolismo orgânico resultam no processo 
do envelhecimento e, ao mesmo tempo, justificam que a ação contínua do envelhecimento está 
diretamente associada ao surgimento das patologias associadas ao envelhecer.
A ação contínua (processo) do envelhecer é um fenômeno que podemos considerar de alta 
complexidade, envolvendo diferentes fatores externos e internos ao organismo. Isso resulta em 
elaboração de diferentes hipóteses e teorias para tentar justificar tal situação orgânica (SOARES; 
MONIER, 2016). O que sabemos verdadeiramente é que envelhecer faz parte do ciclo biológico 
de cada ser vivo. É um fenômeno inevitável.
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3 ENTENDIMENTO FARMACOLÓGICO
Observamos que a população se encontra em crescente envelhecimento e, com tal cenário 
mundial, surgem também as patologias somadas aos diferentes fatores orgânicos que perduram 
nessa fase da vida (GERBER; CHRISTOFF, 2013). Essa situação vivenciada pela pessoa idosa 
proporciona o crescente consumo medicamentoso e, com isso, surge a preocupação dos efeitos 
desses fármacos em um corpo que se encontra em plenas modificações.
É interessante dizer que os idosos geralmente fazem usos diários dos fármacos para tratar 
patologias crônicas ou agravos de saúde (GERBER; CHRISTOFF, 2013). 
3.1 Visão geral: administração de medicamentos
Entender o processo de administração de medicamentos (AM) é o primeiro momento para 
assegurar a eficácia do tratamento medicamentoso. Devemos entender e compreender que a 
AM pode ser realizada por diferentes vias de administração medicamentosa. A complexidade 
do envelhecimento, infelizmente, pode fazer o idoso perder a capacidade de deglutir alguns 
fármacos na forma de comprimidos e outros precisam de fármacos que seja administrados pela 
via subcutânea intramuscular ou endovenosa, denominadas de parenteral (HIPOLABOR, 2015). 
Os principais termos da área da administração de medicamentos são listados a seguir, bem como 
as suas definições. Então podemos dizer que:
• Fármacos
são estruturas químicas de diversos tamanhos formas e complexidades. Têm funções 
farmacológicas diversas e agem diretamente nas fisiologias do organismo. 
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• Medicamentos
são considerados fármacos com diversas funcionalidades e propriedades benéficas. Podemos 
dizer que os medicamentos são fármacos, entretanto, nem todo fármaco é considerado um 
medicamento. 
• Droga
é considerada toda substância que pode alterar o funcionamento do organismo. É importante 
dizer que a intenção da aplicabilidade pode ser benéfica ou não. 
• Remédio
é considerada uma substância de origem animal, vegetal, mineral ou sintética. Pode, ainda, 
ser considerado um procedimento terapêutico, como ginástica, massagem, acupuntura, banhos e 
crenças. Podemos dizer que a intenção da aplicabilidade do remédio deve ser benéfica. 
• Placebo
pode ser considerado tudo aquilo realizado com a intenção benéfica ou terapêutica que servirá 
como alívio do sofrimento orgânico. São fármacos, medicamentos, drogas ou remédios em proporções 
mínimas ou mesmo ausentes na administração medicamentosa oferecida aos indivíduos. 
Figura 4 - Vias de administração de medicamentos 
Fonte: BATISTA, 2015 (Adaptado).
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#ParaCegoVer: Na imagem observamos um resumo organizacional e didático das principais 
vias de administração de medicamentos. 
3.2 Visão geral: farmacocinética e farmacodinâmica 
A palavra farmacocinética foi descrita pela primeira vez em 1953 para explicar o movimento 
do fármaco ao longo do organismo humano (BATISTA, 2015). Logo após a essa época, foi descrita 
uma outra palavra denominada farmacodinâmica, que indicava o mecanismo de atuação e as 
suas consequências desejadas ou terapêuticas e os seus efeitos nocivos (tóxicos). 
Figura 5 - Visão Geral da Farmacocinética e Farmacodinâmica 
Fonte: BATISTA, 2015 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um resumo organizacional e didático da visão 
geral da farmacocinética e farmacodinâmica. Farmacocinética (droga e movimento) refere-se à 
concentração da droga, que muda nos diferentes locais do organismo. Farmacodinâmica (droga e 
potência) refere-se a como a droga exerce o seu efeito e qual a ação sobre a célula.
O caminho percorrido pela droga no organismo denominamos farmacocinética. É importante 
dizer que os estudos farmacocinéticos não tem a intenção de dizer quais são os mecanismos 
de ação do fármaco e, sim, quais os diferentes momentos ou etapas que os fármacos sofrem 
desde o primeiro momento (administração medicamentosa), seguida da absorção, distribuição e 
biotransformação até o último momento, chamado de excreção (BATISTA, 2015).
Quando estudamos os efeitos de um medicamento ou fármaco no organismo humano, 
estamos nos referindo à farmacodinâmica, porque queremos observar e compreender como o 
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fármaco ou medicamento age na célula tecido e órgão-alvo (lugar no organismo onde ocorre a 
atuação do medicamento).
4 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA E O 
ENVELHECIMENTO 
Os profissionais que atuam com os cuidados gerais e integrais à saúde da pessoa idosa 
convivem com problemas considerados crônicos, requerendo uma demanda diária de 
medicamentos. O uso de inúmeros medicamentos é denominado de polifarmácia (TELESSAUDE, 
2010). Esse termo é usado para as pessoas que fazem uso simultâneo de vários medicamentos, 
situação que favorece as interações medicamentosas (IM). 
Interação medicamentosa é a resposta dos fármacos de forma clínica após o ato de 
administração dos medicamentos. Ocorre quando existe combinações medicamentosas dos 
diferentes fármacos administrados individualmente, mas que sofreram influência mútua.
Essa resposta pode ser benéfica ou nociva, ou ainda desenvolver redução ou aumento 
dos efeitos adversos, portanto, quando a interação é nociva, pode chegar a diminuir a eficácia 
do tratamento, aumentar e acelerar excessivamente os efeitos medicamentosos, causando 
toxicidade, aumentando os efeitos colaterais, e até elevar os índices de morbimortalidade 
(TELESSAUDE, 2010).
4.1 Interação medicamentosa
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a interação medicamentosa 
pode ser conceituada como a interação da ação de dois medicamentos de diferentes finalidades 
no organismo humano. 
Os principais tipos de interações medicamentosas que podem ocorrer no adulto e no idoso 
estão listadas aseguir.
• Interação medicamentosa do tipo medicamento e medicamento;
• Interação medicamentosa do tipo medicamento e alimento;
• Interação medicamentosa medicamento e bebida alcoólica;
• Interação medicamentosa medicamento e exames laboratoriais. 
É importante dizer que essas interações farmacológicas também ocorrem entre medicações 
sintéticas e agentes fitoterápicos, como chás e ervas ditas como medicinais.
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É observado que, geralmente, essas interações são consideradas prejudiciais ao paciente 
adulto e idoso. Esse tipo de interação geralmente é provocado por um erro de prescrição ou por 
automedicação (HIPOLABOR, 2015). Por este motivo, existe uma necessidade do profissional 
médico conhecer detalhadamente as ações dos fármacos que estão sendo prescritos e o 
profissional enfermeiro precisa e necessita conhecer e compreender o fármaco que está sendo 
administrado.
As principais manifestações das interações medicamentosas indesejáveis podem ser 
consideradas as intoxicações medicamentosas, neutralização do efeito desejado, dificuldade no 
tratamento da doença ou de seus sintomas e aumento de reações adversas. As manifestações 
têm efeitos variados na saúde do adulto e idoso, podendo ser leve, moderado e grave, e até 
mesmo ocasionar a hospitalização e evolução para o óbito.
Figura 6 - Interações medicamentosas indesejáveis 
Fonte: NERI, 2011 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na tabela observamos um resumo organizacional e didático da visão geral das 
interações medicamentosas indesejáveis.
É importante dizer: oriente a pessoa idosa antes de fazer uso de qualquer medicamento. 
Procure se informar com o médico enfermeiro ou farmacêutico sobre as principais reações e 
efeitos adversos medicamentosos no organismo (TELESSAUDE, 2010). Utilizar os fármacos 
de forma racional e responsável previne possíveis incidentes direcionados às interações 
farmacológicas e de outros problemas relacionados ao uso dos medicamentos. É preciso lembrar 
as interações medicamentosas matam.
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As IM geralmente são classificadas conforme os fatores envolvidos em interações 
farmacocinéticas (IFC) ou interações farmacodinâmicas (IFD) (TELESSAUDE, 2010). A IFC decorre 
quando um fármaco altera a etapa da absorção da distribuição e do metabolismo ou excreção de 
outros fármacos. A IFD decorre da capacidade de um fármaco de se associar ou interagir com o 
local de ação afetando, o mecanismo de regulação de outros medicamentos.
As pessoas idosas tornam-se mais susceptíveis às interações farmacológicas devido ao processo 
do envelhecimento interagir com as atividades hepáticas, homeostáticas e renais e, possivelmente, 
pode chegar a ocasionar comprometimentos orgânicos, principalmente no que diz respeito à 
distribuição e metabolização dos medicamentos, chegando a prejudicar os efeitos terapêuticos 
e acelerar/intensificar os efeitos adversos (UNA/SUS, 2015). Podemos citar alguns exemplos de 
efeitos desregulados no corpo da pessoa idosa que, geralmente, estão relacionados à 
• hipotensão postural com medicamentos que reduzem a pressão sanguínea;
• desidratação; 
• hipovolemia; 
• distúrbios hidroeletrolíticos com diuréticos;
• hemorragias com anticoagulantes administrados oralmente. 
4.2 Interação medicamentosa e os cuidados do enfermeiro 
Do ponto de vista profissional, o enfermeiro e a equipe de enfermagem desempenham 
funções primordiais e singulares na prevenção das IM ao exercerem as funções relacionadas 
ao aprazamento, preparo, administração e acompanhamento dos efeitos dos fármacos nos 
diferentes grupos de indivíduos humanos. 
Entretanto, é imprescindível que tenha conhecimento clínico técnico e científico para saber 
perceber e identificar as diversas manifestações da IM para não expor os clientes pacientes ou 
usuários a situações nocivas à saúde (NERI, 2011).
Foi instituído no Brasil, desde 2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente com a 
finalidade da prevenção e redução de eventos adversos relacionados à assistência nos serviços 
de saúde, ofertando incumbências à pessoa idosa de qualidade e sem danos (UNA/SUS 2015). 
A portaria do Ministério da Saúde nº 529, de 2013, estabelece normas básicas que foram 
implantadas para garantir a segurança do paciente cliente ou usuários que busquem assistência 
à saúde. Entre as diversas normas básicas, existe um protocolo de segurança na prescrição, uso e 
administração de medicamentos que precisa ser colocado em prática no dia a dia do profissional 
enfermeiro que trabalha diretamente com os idosos, que fazem uso de inúmeros fármacos.
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É muito comum prescrições medicamentosas com o objetivo de consertar reações colaterais 
oriundos de outros medicamentos que foram administrados anteriormente que, possivelmente, 
ocasionaram uma cadeia de reações indesejáveis, denominada de cascata iatrogênica (SOARES; 
MONIER, 2016). Diagnosticar erros medicamentosos é de extrema complicação devido aos 
processos sintomatológicos serem inúmeras vezes inespecíficos. Geralmente, quando são 
percebidos pelo médico e enfermeiro, a melhor conduta a seguir é suspender o medicamento.
O enfermeiro que assiste ao idoso precisa aprender a lidar com fatores limitantes que 
decorrem com a senescência (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Por isso, promoção, prevenção, educação 
e orientação são as funções básicas iniciais para conseguirem estabelecer vínculos com a pessoa 
idosa para desenvolverem esquemas terapêuticos simples e, finalmente, maximizar a eficiência 
terapêutica do medicamento, reduzindo o aparecimento de eventos adversos.
5 ADESÃO MEDICAMENTOSA EM IDOSOS
O enfermeiro, ao longo do seu contexto profissional, adquiriu múltiplas funções, mas sempre 
trabalhou com o vínculo ao próximo para garantir uma melhor assistência de enfermagem 
baseada em evidências científicas. Não é tão fácil conseguir o tal vínculo com o cliente paciente 
ou usuário a qual ele presta assistência de saúde (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Quando nos referimos 
a criar vínculo, vem em mente o termo adesão, que no sentindo da palavra tem um significado 
de fazer parte de alguma coisa, demonstrando apoio. Não é algo fácil conseguir que uma pessoa 
cheia de costumes ao longo da sua vida venha a fazer adesão de algo que geralmente não quer 
ou não se encontra apta para tal.
O número crescente de pessoas idosas portadoras de patologias crônicas que utilizam os 
serviços de saúde se elevam diariamente e a inadequação da terapêutica medicamentosa pode 
ser considerada o principal fator que as levam a procurar esse atendimento (JUNIOR; LINDNER; 
HELENA, 2013). Nos idosos, este problema, além de acelerar a demanda da assistência dos 
serviços de saúde, favorece o aumento dos índices das taxas de internação hospitalar ou contribui 
para aumentar o tempo de duração dessa internação.
As drogas, fármacos ou medicamentos são considerados produtos relevantes para o cuidado 
com a pessoa idosa e fazem parte integradora das propostas terapêuticas de saúde (JUNIOR; 
LINDNER; HELENA, 2013). No entanto, para que os resultados esperados sejam alcançados, se faz 
necessário que o idoso faça a adesão ao tratamento e a prescrição médica. Para que a ocorrência 
do processo de adesão medicamentosa tenha sucesso, diversos fatores devem ser levados em 
consideração, entre eles: 
• situação social econômica e cultural do idoso e/ou cuidador;
• presença ou ausência de deficiência motora e cognitiva do idoso;
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• conhecimento a respeito da patologia e nível de relação ao médico-idoso.
Assim, compreender as causas que possibilitam a adesão e o que leva à não adesão se faz 
necessário saber para o aprimoramento da assistência à saúde com aqueles que entram no 
processo do envelhecimento seja mais eficaz.
Entender que o processo de adesão medicamentosa é uma ocorrência de abrangência 
multidimensional correspondente à concordância entre a prescrição médica e a con duta do 
próprio idoso (TEIXEIRA, 2006).
É importante dizer que a função do enfermeiro nessa ocasião é orientar, mostrar e incentivar o 
uso correto eadequado do fármaco, além de explicar a função terapêutica de cada medicamento 
e associá-los com as respectivas patologias. Entretanto, são inúmeras as causas que colaboram 
para a falta de adesão entre as pessoas idosas, tais como:
• acessibilidade aos medicamentos ou fármacos;
• aspectos da patologia e do tratamento;
• assistência social;
• vinculação profissional de saúde-idoso;
• idade avançada;
• baixo poder aquisitivo;
• analfabetismo;
• processo depressivo;
• transtorno de ansiedade;
• negação ou receio da patologia;
• as crenças relativas à saúde.
Diante da diversidade e da dificuldade das causas que concorrem para a falta de adesão ao tra-
tamento, se faz necessária uma abordagem de forma individualizada do profissional enfermeiro 
responsável pela assistência, contemplando as singularidades de cada situa ção (TEIXEIRA, 2006). 
5.1 O enfermeiro e o cuidado a pessoa idosa 
A crescente ocorrência mundial relacionada ao processo do envelhecimento populacional 
requer que os sistemas de saúde busquem adaptação para suportar as crescentes necessidades do 
indivíduo idoso (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Nesse contexto, é relevante compreender os desafios 
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dos profissionais enfermeiros nos processos dos cuidados agregados às pessoas que formavam, 
até recentemente, uma população menos comum e para a qual os enfermeiros tinham pouca 
formação e habilidade.
Os profissionais enfermeiros, ao longo do tempo, adquiriram mais experiência com as pessoas 
idosas do que com as formações específicas, ficando uma lacuna entre a teoria e prática na área 
da gerontologia. As pessoas idosas são, atualmente, os principais usuários dos diversificados 
níveis de assistência de saúde.
As atribuições do enfermeiro incluem a prestação de uma assistência especializada e 
individualizada para o idoso, além de dar informação e educar para a saúde, objetivando a 
qualidade de vida (SANDRI; ALVAREZ, 2018). Essa interação entre idoso e enfermeiro centra-se 
em uma relação dinâmica a qual o enfermeiro deve prestar os cuidados baseados nas queixas 
singulares e adequar ao convívio diário para uma melhor aceitação por parte da pessoa idosa.
A enfermagem é uma profissão exaustiva devido ao fator emocional do cuidar de indivíduos 
em sofrimento, requerendo prioridades como habilidade, atenção, compaixão e simpatia (JUNIOR; 
LINDNER; HELENA, 2013). Por conta disso, as situações podem despertar nos enfermeiros 
sentimentos de irritabilidade, depressão e, por muitas vezes, frustração. 
É comum a ocorrência do desencadeamento de fatores clínicos no enfermeiro devido ao 
despreparo em não saber lidar com o idoso. Esses fatores podem desencadear níveis elevados de 
estresse nesses profissionais. Tais fatores estão listados abaixo:
• os idosos apresentam manifestações clínicas críticas devido à coexistência de inúmeras 
doenças crônicas e degenerativas;
• os idosos exigem mais tempo e atividades diárias e podem apresentar algum nível de 
dependência funcional;
• existem problemas na relação interpessoal;
• pode ocorrer dificuldade em aceitar o processo da morte dos idoso.
Além dos fatores discutidos na prática e assistência clínica, outros também podem favorecer 
para as morbidades dos enfermeiros quando prestam o cuidar a pessoas idosas. Sendo assim, 
precisamos lembrar e ensinar que se o profissional enfermeiro não tiver um preparo específico 
para com o público idoso, não será possível convencê-los da sua real necessidade de saúde, e 
isso dificultará os processos de adesões medicamentosas, consequentemente, piorando o quadro 
clínico do idoso devido à falta de adesão à prescrição médica e a relação adequada ao principal 
profissional vinculado ao ato do cuidar. 
71
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Enfim, o campo de atuação do enfermeiro em gerontologia, bem como os cuidados de 
enfermagem para a pessoa idosa, é um desafio para o profissional que atua com os cuidados 
aos idosos. É recomendável que o profissional enfermeiro busque uma especialização na área 
da gerontologia e esteja atento às legislações técnicas e cientificas vigentes, além de se capacitar 
constantemente no processo da assistência de enfermagem para conseguir atuar de forma correta 
e coerente de acordo com cada indivíduo idoso. Conhecer as tendências e inovações do cuidar 
na saúde do idoso é um critério facilitador para a aplicabilidade de uma prestação de serviço de 
qualidade, estendendo o processo do envelhecimento para um planejamento diário de um plano 
de cuidado direcionado às necessidades anatômicas, fisiológicas, bioquímicas, imunológicas e 
farmacológicas do corpo da pessoa idosa.
FIQUE DE OLHO
A preparação e formação dos enfermeiros em gerontologia e as suas articulações com a 
pessoa idosa é fundamentada na qualidade da sua formação inicial como profissional e como 
sujeito crítico. Para melhor compreensão do tema, leia o artigo diagnóstico e intervenção 
de enfermagem em idosos hospitalizado acessando o link: https://www.scielo.br/pdf/ape/
v20n4/17.pdf
72
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer e aprender o processo do envelhecimento baseado nas teorias biológicas 
do envelhecer; 
• conhecer e aprender os processos anatômicos e fisiológicos do envelhecimento; 
• ter visão geral da importância da administração e vias medicamentosas para os 
cuidados com os idosos; 
• entender os princípios farmacológicos da farmacocinética e farmacodinâmica para 
as interações medicamentosas; 
• compreender a importância da necessidade das relações idoso e enfermeiro para 
conseguir uma adesão medicamentosa para a saúde do idoso. 
PARA RESUMIR
BATISTA R. E. A. et al. Interação medicamentosa em idosos internados no serviço de 
emergência de um hospital universitário. Rev Min Enferm. São Paulo – SP V.19 n. 4 913-
918 out/dez 2015. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério da Saúde Secretaria de 
Atenção à Saúde Departamento de Atenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde 2006.
DIAS L. C. Tratado de medicina da família e comunidade: princípios formação e prática. 
Porto Alegre: Artmed 2012.
DUTRA V. R.; CORREA Y. A biologia do envelhecimento. UFRGS 2020. Disponível em 
https://www.ufrgs.br/ciencia/a-biologia-do-envelhecimento/. Acesso em 9 de jul. de 
2020. 
FARINATTI P. T. Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao estocástico. Rev 
Bras Med Esporte. Vila Mariana – SP V. 8 n. 4 129-138 jul/ago 2002. 
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em instituição de longa permanência. Rev Infarma Cien Farm. Brasília – DF V. 25 n. 1 11-
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HIPOLABOR. Você sabe o que é interação medicamentosa 2015. Disponível em 
https://www.hipolabor.com.br/blog/hipolabor-explica-voce-sabe-o-que-e-interacao-
medicamentosa/ . Acesso em: 11 jul. 2020.
JUNIOR A. A. S.; LINDNER S.; HELENA. E. T. S. Avaliação da adesão terapêutica em idosos 
atendidos na atenção primária. Rev Assoc Med Bras. V 9. n. 5 614-621 2013. 
MORAES E. N. Departamento de Atenção Básica. Atenção à saúde do Idoso: aspectos 
conceituais. Brasília: Ministério da Saúde /Pan-Americana da Saúde 2012.
NERI A. L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 
2011.
OPAS/OMS. Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde. 
Indicadores de saúde: Elementos Conceituais e Práticos. Disponível em: https://
www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=14401:health-
indicators-conceptual-and-operational-considerations-section-1&Itemid=0&limitstart=
1&lang=pt. Acesso em: 1 jul. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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enfermagem. Rev Bras Enf. São Paulo 770-771 2018.
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do Maranhão/UNA-SUS. São Luís: EDUFMA 2016. 
TEIXEIRA I. N. A. O. Definiçãode fragilidade em idosos: uma abordagem multiprofissional. 
2006. 198f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas Faculdade de 
Educação Campinas 2006. 
TELESSAUDE. Como abordar os pacientes idosos que fazem uso de medicação contínua 
2010. Disponível em https://aps.bvs.br/aps/como-abordar-os-pacientes-idosos-que-
fazem-uso-de-medicacao-continua/. Acesso em: 12 jul. 2020. 
UNA/SUS. Universidade Aberta do Brasil e Sistema Único de Saúde. Curso de 
especialização da saúde da família. Módulo: cuidado integral a saúde do idoso. Brasília: 
UNB 2015.
UNIDADE 4
Políticas públicas de atenção à saúde 
do idoso
Você está na unidade Políticas públicas de atenção à saúde do idoso. Conheça aqui as 
principais redes de apoio de atendimento ao indivíduo idoso. Quais são as principais 
políticas de saúde relacionadas à saúde do idoso e o Estatuto do Idoso brasileiro. Além 
disso, conheça quais as atribuições dos serviços de atenção básica à saúde do idoso e 
quais as principais promoções de hábitos saudáveis que são realizadas.
 Ainda nessa unidade, você irá conhecer como realizar a avaliação global de saúde do 
idoso e a planejar os cuidados em domicílio e institucionalizados. Lembrando que a saúde 
do idoso no Brasil ainda é algo novo e está em constante melhoria por meio de novas leis 
e programas de saúde.
Bons estudos!
Introdução
77
1 MODALIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO E 
REDE DE APOIO
A Portaria nº 2.874, de 30 de agosto de 2000, determinou diversas modalidades para o 
atendimento ao idoso, assim como deve ser o funcionamento desses locais, para que possam 
atender adequadamente a população desta faixa etária. Os municípios não precisam ter todas 
as modalidades descritas pela portaria, eles podem escolher uma ou mais modalidades que se 
adequem a sua realidade. 
Mesmo com diversas opções para assistência, e até mesmo a permanência do idoso, devemos 
lembrar que o melhor local sempre é com a família, desde que ela tenha as condições adequadas 
para realizar os cuidados e assistência do idoso. Além disso, a portaria tem como objetivo preparar 
uma rede que permita um envelhecimento com qualidade de vida e seja organizado, para que 
eles não fiquem à margem da sociedade. 
1.1 Residência temporária
A residência temporária pode ser pública ou privada, sendo um local em que o idoso irá 
permanecer internado por um período máximo de 60 dias para que possa se reestabelecer e 
retornar para sua residência. Esse serviço oferece uma residência transitória para que o idoso 
reestabeleça suas condições funcionais, receba cuidados necessários para sua reabilitação e 
também preparar a família para receber o idoso e capacitá-la para os cuidados necessários que 
ainda possam ser necessários (BRASIL, 2014).
Este tipo de residência é indicado para reduzir a sobrecarga para os familiares que não 
apresentam condições ou estrutura para receber o idoso em processo de reabilitação. A 
permanência dele na residência temporária permite que a família se reorganize e adeque para 
receber o idoso sem que esse sofra com cuidados improvisados e sem qualidade, o que pode 
afetar diretamente a sua reabilitação e a sua saúde (BRASIL, 2014).
O público de idosos que são indicados para esse tipo de moradia são todos que passaram por 
internação hospitalar e necessitam de cuidados domiciliares e a família não apresenta condições 
de realizar os cuidados temporários. Os idosos que apresentam condições de vulnerabilidade 
social também são um grupo que deve ser realocado nesse tipo de residência até que possam 
retornar para seu lar de maneira segura ou outro local de moradia seja providenciado, mantendo 
a qualidade de vida. Outro grupo são os idosos que recebem os cuidados em casa, podendo 
os cuidadores serem um membro da família ou um cuidador externo. Se alguns deles adoece 
ou morre, impossibilitando a continuidade do cuidado, então a residência temporária passa a 
ser uma alternativa para que os cuidados continuem até que a família possa encontrar outro 
cuidador ou que o mesmo melhore e retorne as suas atividades. 
78
1.2 Família natural 
A família natural é a residência do idoso em sua própria residência ou de algum familiar 
que realiza os cuidados necessários para o idoso. Esse tipo de residência é ideal para manter a 
autonomia do idoso e o vínculo com a própria família. O conceito de família deve ser entendido 
como indivíduos que apresentam relação social que tenham elo sanguíneo, adoção ou aliança 
social reconhecida e que tenha reconhecimento legal.
A residência com a família pode ser na própria casa do idoso ou do familiar, tendo como 
objetivo auxiliar o idoso de maneira financeira e/ou nas suas realizações de cuidados básicos, 
mantendo o máximo da autonomia do idoso sem oferecer risco para a sua saúde. Além disso, visa 
fortalecer os vínculos sociais e familiares do idoso, prevenindo também situações de carência e 
distúrbios psicológicos devido ao abandono social (BRASIL, 2014). 
1.3 Família acolhedora 
A família acolhedora são famílias que não apresentam vínculo sanguíneo com o idoso. Essas 
famílias devem realizar o cadastro no Programa Família Acolhedora, sendo que, quando forem 
aprovadas, receberão capacitação para que possam receber o idoso em situações de abandono, 
sem família ou que não possa viver com a mesma por algum impedimento.
As famílias acolhedoras que já estão com os idosos devem ser regularmente fiscalizadas, com o 
objetivo de manter a qualidade dos cuidados e esclarecer dúvidas que possam surgir em relação aos 
cuidados ao idosos. Os idosos que podem ser encaminhados para esse tipo de residência são os idosos 
independentes e os que apresentam limitações leves para realizar as atividades da vida diária. 
1.4 República
A república para os idosos é uma opção de moradia quando o idoso é independente e tem 
capacidade de realizar todas as suas atividades de vida diária sem necessidade de ajuda do 
outro. Nesse caso, um grupo de idosos pode ser agrupado e viver em uma mesma residência, 
uma república, dividindo o mesmo espaço comum como sala, cozinha e banheiro. Esse tipo de 
moradia necessita que o idoso tenha alguma renda para que possa custear seus gastos e dividir 
os gastos comuns, como água, luz e gás (BRASIL, 2014).
Esse tipo de moradia visa manter a interação social do idoso e a sua manutenção ativa e 
efetiva na sociedade. Nos casos que os idosos não conseguirem manter os gastos, o programa 
deve auxiliar nos custos ou, quando possível, a própria família do idoso deve auxiliar. Além dos 
custos, as casas devem ser construídas de maneira adaptada e que permita que o idoso possa 
viver com qualidade. 
79
1.5 Centro de convivência 
O centro de convivência é um local próprio para que o idoso e seus familiares desenvolvam 
atividades planejadas a fim de aumentar a qualidade de vida, promover a convivência social 
e a integração social. Além disso, os centros de convivência permitem um envelhecimento 
ativo, contribuindo para a manutenção da autonomia e a prevenção do isolamento social e 
consequentes problemas psicológicos.
Os usuários desses centros podem ser qualquer indivíduo com 60 anos de idade ou mais e 
seus familiares. Os centros têm uma capacidade máxima para receber 200 idosos, por 4 horas/dia, 
durante quatro dias das semanas. Eles podem contar com parceiras de órgãos governamentais 
ou não e também pode fazer parceria com a rede pública ou privada de saúde, de educação e de 
cultura para auxiliar no desenvolvimento das suas atividades (BRASIL, 2014). 
1.6 Centro dia 
O centro dia é um espaço físico que recebe idosos que vivem com suas famílias, mas 
apresentam alguma limitação para executar suas atividades de vida diária e necessitam de um 
suporte por um período do dia, devido à ausência da família, que está trabalhando.
O atendimento no centro dia é integral ao idoso, visando atender todas as suas necessidades 
e proporcionar a sua autonomia e bem-estar. Durante o tempo de permanência do idoso, devem 
ser proporcionados atendimentosem relação às necessidades básicas e pessoais, atividades 
terapêuticas e socioculturais (BRASIL, 2014).
No centro dia, o idoso deve receber atenção à saúde, como atendimento de fisioterapia 
e psicologia, além de atividades de lazer e integração a comunidade. Os idosos que podem 
permanecer nesses centros são todos os idosos que apresentam algum grau de dependência 
que impossibilite de ficar sozinho durante o tempo de trabalho dos seus familiares, como a 
necessidade de apoio para realizar suas atividades de vida diária (BRASIL, 2014). 
1.7 Casa lar
A casa lar é uma residência destinada a idosos que estão sozinhos ou afastados do convívio 
da família e que apresentam uma renda abaixo da necessária para a sua sobrevivência. Esse tipo 
de residência é uma opção para que o idoso conviva em comunidade, tendo maior participação 
e autonomia.
80
Figura 1 - Casa lar 
Fonte: Photographee.eu, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra idosos em um uma sala; dois idosos conversam, uma está 
sentada à mesa e outra é empurrada em sua cadeira de roda.
A residência na casa lar visa romper com a ideia tutelar e assistencialista do idoso, 
contribuindo para uma visão que aumenta a sua participação social e sua autonomia. Para isso, 
são proporcionadas ao idoso condições de moradia, possibilitando que sua renda seja destinada 
a sua sobrevivência, sem precisar custear sua residência. Nesse tipo de residência, somente os 
idosos que não apresentam nenhum familiar vivendo com ele ou que estão totalmente afastados 
e não apresentam condições de manter o custeio da sua subsistência é que podem residir nesse 
tipo de residência (BRASIL, 2014). 
2 POLÍTICAS RELEVANTES À PESSOA IDOSA
Os idosos, por muitos anos, foram considerados à margem da sociedade sem ter nenhum 
benefício garantido por lei. O estado do Rio de Janeiro foi o primeiro em oficializar os direitos do 
idoso através de leis. Em 1991, foi publicada a Lei nº 1.817, que concedia desconto em eventos 
no Estado do Rio de Janeiro apenas para todos os indivíduos acima de 65 anos de idade (RIO DE 
JANEIRO, 1991). Dois anos depois, em 1993, foi criada a delegação especial de atendimento às 
pessoas de terceira idade, aprovada pela Lei nº 2.200 (RIO DE JANEIRO, 1993). Somente em 1995 
tornou prioritário o embarque e desembarque de cidadãos acima de 65 anos nos transportes 
coletivos, pela Lei nº 2.440 (RIO DE JANEIRO, 1995). No mesmo ano, tornou-se obrigatório que 
todos os cinemas localizados no Estado do Rio de Janeiro oferecessem descontos aos cidadãos 
com mais de 65 anos, pela Lei nº 2.454 (RIO DE JANEIRO, 1995).
No ano de 1994, foi criada a política nacional do idoso, pela Lei nº 8.842. Essa lei teve como 
objetivo garantir os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, 
81
integração e participação efetiva na sociedade (BRASIL, 1994).
Em 2003, foi criado o Estatuto do Idoso, aprovado pela lei nº 10.74 (BRASIL, 2003). Já em 
2007, foi decretado e regulamentado o benefício de um salário mínimo a todos os idosos com 65 
anos ou mais que comprovem não possuir nenhuma condição de prover a própria sobrevivência 
e nem de tê-la provida por sua família, pelo Decreto nº 6.214 (BRASIL, 2007).
Em 2006, foi criada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), que é regulamentada 
pela portaria nº 2.528/2006. A PNSPI tem como propósito promover e manter a autonomia do 
idoso através de medidas coletivas de saúde. Além disso, garante que os idosos possam ter 
assistência do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2006). 
3 ESTATUTO DO IDOSO
O Estatuto do Idoso, foi aprovado em outubro de 2003 com a Lei de Nº 10.741. O principal 
objetivo dele é assegurar direitos da população idosa do país, que cresce a cada ano. O 
envelhecimento faz parte do processo humano de desenvolvimento, sendo sua proteção um 
direito social. Ou seja, a sociedade deve cuidar e garantir os direitos dos idosos de forma digna. 
Mas o Estado (governantes) deve efetivar políticas que garantam esses direitos. Mas o que é 
então o Estatuto do Idoso? Ele é uma lei que garante os direitos aos indivíduos com 60 anos ou 
mais. Nele são contempladas questões familiares, de saúde, discriminação e violência.
A lei n.º 10.741 é dividida em Título I, que aborda as disposições preliminares, como o idoso 
sendo aquela pessoa com idade igual ou superior a 60 anos e prevê a garantia a prioridade ao 
atendimento e aos cuidados necessários (BRASIL, 2003).
O Título II - Dos direitos fundamentais, no capítulo I, aborda sobre o direito à vida, sendo 
obrigação do Estado garantir a proteção à saúde e à vida. No capítulo II – Do direito à liberdade, 
ao respeito e a dignidade, sendo obrigação do Estado e da sociedade em assegurar que o idoso 
possa expressar sua opinião e crenças. O capítulo II – Dos alimentos, aborda sobre o direito à 
alimentação, sendo que, quando o idoso não possuir condições econômicas e nem os familiares 
para o sustento do idoso, o Poder Público deve promover essa assistência no âmbito de 
assistência social. O capítulo IV aborda sobre o direito à saúde de forma integral e diferenciada 
conforme suas necessidades. O capítulo V aborda sobre a educação, cultura, esporte e lazer. O 
idoso ainda tem direito à moradia, segundo o capítulo IX, podendo escolher onde quer ficar, 
quando possível, e em caso moradia em programas habitacionais, estes devem ser adequados 
para receber os idosos, com adaptações arquitetônicas. E, por fim, o capítulo X, aborda sobre o 
direito ao transporte gratuito para idosos com renda de até dois salários-mínimos. Além disso, 
5% das vagas de estacionamento público são reservadas para os idosos, visando garantir maior 
comodidade (BRASIL, 2003).
82
O Título III aborda as medidas de proteção, cuidados de saúde em regime ambulatorial, 
hospitalar ou domiciliar. Além disso, cabe ao idoso o direito ao abrigo em entidade ou abrigo 
temporário quando não for seguro permanecer com a família. Já o Título IV aborda sobre os 
crimes contra os idosos, podendo ocorrer prisão e o pagamento de multa, variando de acordo 
com o crime cometido. Os crimes podem ser desde a não assistência de cuidados ao idoso, o 
abandono e até lesão corporal (BRASIL, 2003).
Em 2017, foi publicada a Lei nº 13.466, que modificou o estatuto do idoso, alterando os 
artigos 3º, 15º e 7º1, colocando como prioridade especial os idosos maiores de 80 anos, seguidos 
pela prioridade os idosos entre 60 e 79 anos (BRASIL, 2017). 
4 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA 
IDOSA
A população brasileira idosa está crescendo e a expectativa de vida aumentando, sendo que a 
média é de 79,3 anos para as mulheres e 72,1 para os homens. Essa mudança é uma importante 
conquista social, pois é reflexo de melhores condições de vida, maior acesso aos serviços de 
saúde, avanços tecnológicos da Medicina, maior escolaridade e aumento da renda da população.
Em 2006, foi aprovada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) que tem como 
alvo todos os indivíduos brasileiros com 60 anos de idade ou mais. A PNSPI visa recuperar, manter 
e promover a autonomia e independência de todos os indivíduos idosos, a partir de medidas 
coletivas e individuais que estão em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único 
de Saúde. Essa politica considera 
• o intenso e contínuo processo de envelhecimento da população brasileira; 
• os avanços políticos e técnicos relacionados à gestão da saúde; 
• a necessidade de promoção da saúde do idosos;
• o compromisso assumido pelo Brasil na Assembleia Mundial de Envelhecimento de 2002, 
que tratou do envelhecimento saudável da população mundial.
Porém, essa política enfrenta diversos desafios, como a falta de estrutura dos serviços de 
saúde para realizar os cuidados intermediários do idoso. Além disso, não há uma estrutura que 
possa dar suporte adequado ao idoso e a sua família, como por exemplo, entre a alta hospitalar e 
a ida do idoso ao domicílio, não há uma rede estruturada. Outro desafio é o número insuficientede serviços destinados aos cuidados domiciliares aos idosos que são considerados frágeis como 
previsto no Estatuto do Idoso. Nesse caso, a família é quem fica responsável pelos cuidados 
dos idosos e faz a busca de suporte na atenção básica, como na Estratégia de Saúde da Família, 
83
porém, nem sempre esse suporte é o adequado, devido à falta de recursos.
Ainda hoje, há uma escassez de equipes multiprofissionais que apresentam conhecimento 
sobre o envelhecimento e a saúde da pessoa idosa. Além disso, a implementação da rede de 
assistência ao idoso também é falha e não tem uma ampla cobertura. A PNSPI traz onze diretrizes 
que norteiam essa política, citadas a seguir:
A PNSPI estabelece como suas diretrizes: Promoção do envelhecimento ativo e saudável; Atenção 
integral, integrada à saúde da pessoa idosa; Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da 
atenção; Provimento de recursos capazes de assegurar a qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa; 
Estímulo à participação e ao fortalecimento do controle social; Formação e educação permanente dos 
profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa; Divulgação e informação sobre a 
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; 
Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa 
idosa; Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL, 2009).
As responsabilidades institucionais de cada gestor em relação à Política Nacional de Saúde 
da Pessoa Idosa são distintas. Ao governo federal cabe a elaboração das normas técnicas, 
estabelecimento das diretrizes para a qualificação das equipes de saúde, articulação entre os 
diversos setores de saúde e a divulgação dessa política. Já o governo Estadual é responsável por 
discutir e pactuar as estratégias e as metas, mantendo a articulação com os municípios, a fim 
de ter apoio, e realizando a vigilância sanitária em relação à saúde da pessoa idosa. Além disso, 
deve apresentar e aprovar as propostas da a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa junto ao 
Conselho Municipal de Saúde. Dentre as estratégias da PNSPI temos a implementação da caderneta 
de saúde da pessoa idosa, que contém diversas informações importantes e relevantes sobre a saúde 
do idoso e também sobre o seu acompanhamento. Foi elaborado o Caderno de Atenção Básica, 
o Envelhecimento e Saúde da pessoa Idosa para as unidades de saúde, que também realizam a 
capacitação por ensino à distância sobre o Envelhecimento e Saúde da pessoa idosa. 
Outras estratégias foram a implementação da Prevenção e Cuidado à osteoporose e quedas, 
regulamentado pela Portaria nº 3.2132 de 2007 e, em 2011, a Atenção Domiciliar no âmbito do 
Sistema Único de Saúde, sendo regulamentado pela Portaria nº 963 de 2013 (BRASIL, 2013). 
Todas essas novas estratégias visam melhorar a qualidade no atendimento e na saúde do idoso, 
melhorando a sua qualidade de vida e garantindo o seu processo de envelhecimento saudável.
5 ATRIBUIÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA NO 
ATENDIMENTO À SAÚDE DO IDOSO
O idoso deve ser acolhido na unidade de saúde pelo profissional de saúde de maneira ética 
e respeitosa, visando criar um vínculo com a equipe de saúde e o usuário. É importante que ele 
tenha espaço que possa falar das suas dores físicas e psicológicas e expor suas queixas biológicas 
84
ou não, de maneira atenta pelos profissionais de saúde e sem nenhum julgamento.
O fluxo de atendimento ao idoso pode ser na Atenção Primária, através do agendamento, 
por demanda espontânea ou por visita domiciliar da equipe de saúde. Quando foi identificado 
qualquer anormalidade que necessite de cuidado especializado, o profissional deve realizar o 
encaminhamento do idoso para que ele possa receber o atendimento especializado.
A captação do idoso deve ser realizada de maneira espontânea ou pela busca ativa através 
dos agentes comunitários de saúde. Os idosos que apresentarem maior risco ou se encontrarem 
em situações de maior vulnerabilidade devem ter o seu atendimento priorizado para que não 
tenha agravamento da situação de saúde, por exemplo. Os agentes comunitários de saúde são 
fundamentais na identificação e captação dos idosos, pois eles realizam o atendimento domiciliar 
e conhecem a realidade de cada uma das famílias bem como as necessidades delas (BRASIL, 2006).
Na Atenção Básica/Saúde da Família, todos os profissionais de saúde têm responsabilidade 
com o Envelhecimento e a Saúde da Pessoa Idosa. Dentre as atribuições de todos, estão 
• planejamento;
• programação;
• realização de atividades em reação à atenção à saúde;
• a identificação e o acompanhamento dos idosos em situação de fragilidade ou em pro-
cesso de fragilização;
• a identificação dos hábitos de vida, os valores éticos e religiosos e a sua influência na vida 
do idoso e da sua família;
• a realização do acolhimento de maneira humanizada, apresentando uma abordagem 
integral e resolutiva. A equipe também tem responsabilidade de realizar a prestação de 
atenção continua as necessidades à saúde ao longo do tempo;
• a manutenção da caderneta de saúde da pessoa idosa sempre preenchida e atualizada;
• o planejamento e desenvolvimento de ações de educação em saúde relacionada ao idoso 
para a equipe, para o idoso e para a comunidade (BRASIL, 2006).
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O agente comunitário é um dos profissionais que faz parte da atenção básica e ele é 
responsável pelo cadastro do idoso na microárea de abrangência da unidade, devendo sempre 
manter o cadastro do idoso atualizado. Ele também deve entregar a Caderneta de Saúde da 
Pessoa Idosa, realizando o preenchimento dos dados iniciais. Os idosos que forem identificados 
em situações de fragilidade devem ser encaminhados para a unidade de saúde para que tenham 
um acompanhamento adequado e possa prevenir agravamento à saúde. O agente comunitário 
também é responsável pelas visitas domiciliares rotineiras e a integração entre o idoso e a unidade 
de saúde, uma vez que ele é quem faz a busca ativa nos domicílios (BRASIL, 2006).
O médico tem responsabilidade de realizar a atenção integral à saúde do idoso, realizando 
consultas rotineiras e também sempre que houver qualquer alteração no quadro clínico do idoso 
ou alguma queixa deste. Ele também é responsável por realizar a prescrição medicamentosa 
quando necessária, solicitar e avaliar os resultados de exames rotineiros ou para diagnóstico. 
Quando os idosos não apresentarem condições de comparecer nas consultas, o médico deve 
realizar visita domiciliar e realizar a consulta. Quando for identificada a necessidade de encaminhar 
o idoso para a assistência médica de alta complexidade, o médico deve realizar o preenchimento 
do formulário e realizar o encaminhamento. Quanto aos medicamentos, ele deve orientar sobre 
como devem ser utilizados e quais os sinais e sintomas que podem surgir, devendo esclarecer 
qual a conduta a ser tomada (BRASIL, 2006).
O enfermeiro deve realizar a atenção integral, realizando a assistência no domicílio sempre 
que houver necessidade. A consulta da enfermagem deve ser realizada regulamente, podendo 
utilizar instrumentos complementares para avaliar as condições de saúde do idoso. A enfermagem 
também tem como responsabilidade supervisionar e coordenar a equipe de enfermagem e os 
agentes comunitários (BRASIL, 2006).
O técnico de enfermagem deve realizar a atenção integral à saúde do idoso e realizar a 
86
imunização sempre que houver necessidade. Ele também deve orientar o idoso quanto aos 
cuidados à saúde e esclarecer dúvidas quanto a medicações e possíveis efeitos colaterais. Além 
disso, ele pode realizar todos os procedimentos que são de sua competência técnica e que seja 
necessário realizar nos cuidados à saúde do idoso (BRASIL, 2006).
O dentista deve realizar a avaliação clínica dos dentes, realizando a restauração quando 
necessário. Os idosos que não tiverem dentição natural também devem ser acompanhados,seja 
para a colocação da prótese ou para avaliação das condições da prótese e da saúde bucal. Ele 
ainda pode realizar procedimentos de urgência e pequenas cirurgias ortodônticas quando for 
necessário (BRASIL, 2006).
O técnico de saúde bucal é responsável por auxiliar o dentista durante a assistência ao 
idoso. Ele também deve orientar quanto à importância da higienização oral e ensinar como 
realizar a higiene oral e a higiene da prótese quando for o caso. Nos casos de anormalidades, 
ele deve orientar o idoso e agendar a consulta deste com o dentista, para realizar a avaliação da 
anormalidade identificada (BRASIL, 2006). 
6 PROMOÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS 
A promoção de hábitos saudáveis deve ser estimulada para o envelhecimento saudável. A 
alimentação faz parte desses hábitos. Outro hábito é a prática regular de atividade física, evitando 
o sedentarismo e a obesidade. O trabalho em grupo também deve ser um hábito para o idoso, 
pois ele estimula a interação social, a independência e a autonomia do idoso.
6.1 Alimentação saudável
O primeiro passo é planejar as refeições com alimentos saudáveis, evitando alimentos 
processados, ricos em gorduras, açúcares e gorduras. Os idosos devem realizar o preparo 
dos alimentos, evitando o uso abusivo de sal durante o preparo deles. Sempre que for ao 
FIQUE DE OLHO
Os idosos devem ser acompanhados por todos da equipe de saúde básica e todos 
os profissionais devem manter a comunicação de maneira sigilosa entre a equipe. A 
comunicação é importante para garantir a continuidade dos cuidados e não causar 
discrepância em relação a recomendações e orientações, mantendo um atendimento 
multidisciplinar de qualidade.
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supermercado, o ideal é planejar o que irá preparar durante um período de tempo e listar. Isso irá 
evitar que falte alimentos e ele tenha que ir ao supermercado várias vezes, e também facilitará 
evitando o esquecimento (BRASIL, 2006).
O segundo passo é manter uma rotina alimentar. É muito comum mudanças alimentares 
devido à mudança da rotina, o que facilita pular refeições ou trocar as principais refeições por 
lanches. O ideal é manter as refeições e os horários de rotina, pois isso evita o consumo de 
alimentos em excesso e facilita a rotina diária do idoso.
O terceiro passo é buscar alimentos integrais sempre que possível. Os alimentos integrais 
auxiliam na formação do bolo fecal e também no trânsito intestinal.
 O quarto passo é inserir em todas as refeições frutas, verduras e/ou legumes, pois eles são 
fonte de vitaminas, minerais e fibras, auxiliam na prevenção de várias doenças e melhoram o 
funcionamento do intestino. Quando for ingerir hortaliças, o ideal é que sejam as mais frescas e 
as frutas sejam da estação, evitando o consumo de frutas congeladas ou processadas. 
O quinto passo é inserir arroz e feijão no almoço e no jantar. Eles são nutritivos e a base 
de uma refeição saudável para o idoso. Além disso, eles ainda combinam com vários vegetais 
e legumes. Esses alimentos podem ser preparados e armazenados para mais de um dia, o que 
facilita o seu preparo, não exigindo ser preparados diariamente.
O sexto passo é a ingestão de carnes, ovos, leite, derivados e peixes. O leite e seus derivados 
são riscos em cálcio, o que fortalece os ossos dos idosos. As carnes e ovos são ricos em proteínas 
e minerais importantes para a manutenção da musculatura e funcionamento do corpo.
 O sétimo passo é consumir, de maneira moderada óleo, gordura, sal e açúcares. Sempre que 
possível, evitar o consumo desses alimentos, pois eles aumentam o risco de doenças crônicas, 
como a diabetes e a hipertensão.
O oitavo passo é manter a hidratação do corpo através da ingestão de água. A água não deve 
ser substituída por refrescos, refrigerantes ou qualquer outro tipo de bebida.
O nono passo é não ingerir alimentos ultraprocessados. Esses alimentos apresentam 
baixo valor nutricional e excesso de calorias, não sendo recomendados. Dentre os alimentos 
ultraprocessados temos os biscoitos recheados, macarrão instantâneo, temperos prontos e as 
refeições congeladas, por exemplo.
 O décimo passo é ficar atento aos rótulos e embalagens dos alimentos, pois eles devem 
fornecem informações sobre o excesso de gordura, açúcar e sódio. Sempre que estiver descrito 
no rótulo o excesso desses três, o ideal é evitar o seu consumo (BRASIL, 2006). 
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6.2 Atividade física
A prática regular de atividade física reduz o risco de desenvolvimento de doenças crônicas. 
Atualmente, o estilo de vida propicia atividades sedentárias, como assistir televisão ou ficar no 
celular, por exemplo. 
Figura 2 - Atividade física na terceira idade 
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra duas idosas se exercitando com bambolês.
 A prática corporal tem benefícios biológicos, psicológicos e sociais para o idoso. 
• Melhora o funcionamento do corpo.
• Reduz a perda funcional.
• Mantém a independência do indivíduo.
• Reduz o risco de morte por doenças coronarianas.
• Auxilia no controle da pressão arterial.
• Mantém a densidade mineral dos ossos e articulações.
• Mantém o equilíbrio.
FIQUE DE OLHO
Os alimentos mais saudáveis são aqueles que passam por menor processamento possível, 
ou seja, aqueles que se apresentam na forma in natura, sem conservantes e temperos para 
manter a sua integridade. O ideal para o idoso é consumir alimentos frescos diariamente. 
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• Mantém a glicemia controlada.
• Aumenta a resistência muscular.
• Reduz o risco de queda.
• Melhora a qualidade do sono.
• Auxilia no contato social (BRASIL, 2006).
Os idosos que realizam a prática regular de atividade física apresentam menos ansiedade, 
menos estresse e maior autoestima. As atividades podem ser leves, moderadas ou intensas, 
dependendo do preparo físico do idoso. O ideal é que o idoso inicie em atividades leves como 
caminhadas e vá aumentando a intensidade de acordo com o seu preparo físico, pois isso evita 
lesões nos idosos. 
6.3 Trabalho em Grupo com Pessoas Idosas
O trabalho em grupo voltado para os idosos é um espaço que permite a interação deles 
com temas de interesse em comum. Ele permite o idoso conhecer seu potencial, trabalhar suas 
vulnerabilidades e melhorar a sua autoestima. Além disso, permite que ele crie uma rede ampla 
de pessoas para o seu convívio social.
A atenção básica tem o trabalho em grupo como algo rotineiro, nos grupos de hipertensos, 
diabéticos, gestantes e de idosos. Apesar da maioria dos grupos tratar de algo em específico, 
podem ser criados grupos com atividades diferentes, como grupos de bordado, tricô, artesanato 
ou qualquer outra atividade de interesse dos idosos (BRASIL, 2006).
A maioria dos grupos dos idosos são mais passivos, recebendo informações e, em alguns 
grupos, eles até praticam o que foram ensinados ainda dentro dos grupos e levam as informações 
para suas residências. Mas alguns grupos, como os de artesanatos, por exemplo, o idoso participa 
de forma ativa, ou seja, ele é o responsável pela produção do conteúdo e ele também pode ser 
quem irá ensinar a atividade. Essa forma mais ativa é importante para que ele possa aplicar e 
disseminar o seu conhecimento. Os grupos ativos tendem a ser mais atraentes, uma vez que ele 
irá participar mais e ouvir menos. 
7 AVALIAÇÃO GLOBAL DA PESSOA IDOSA 
A avaliação global da pessoa idosa tem enfoque na funcionalidade do idoso. A detecção 
de algum declínio funcional pode sugerir a presença de doenças ou alterações ainda não 
diagnosticadas. A partir dessa avaliação, então, é realizado um balanço entre a perda de função e 
os recursos disponíveis para sua compensação.
90
7.1 Alimentação e nutrição 
A avaliação do estado nutricional pode ser realizada através da antropometria. Esse método 
de avaliação é útil, simples, rápido e de baixo custo. Além disso, ele apresenta uma boa predição 
de doenças futuras e pode auxiliar na prevenção dessas doenças na maioria das vezes.
A avaliação do estado nutricional é realizada pelo cálculo do índice demassa corporal (IMC), 
que tem valores estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde e também pelo Ministério da 
Saúde. Devemos lembrar que existe diferença de acordo com a faixa etária, devido às mudanças 
fisiológicas que ocorrem no organismo dos indivíduos, como 
• declínio na altura; 
• redução ou aumento do peso; 
• mudança na composição óssea;
• redução na massa muscular. 
Ao avaliar o idoso, essas particularidades devem ser consideradas para que não seja realizado 
nenhum diagnóstico errôneo (BRASIL, 2006).
Quando o profissional orienta sobre a alimentação saudável, deve estar atento se o idoso tem 
autonomia para comprar os alimentos, se há condições financeiras, se ele tem autonomia para 
preparar os alimentos, se houve redução ou mudança do paladar, se a visão dele está adequada, 
se o olfato está normal ou houve redução o que pode influenciar no paladar. A alimentação em si 
é fácil de ser orientada, sendo mais difícil as particularidades de cada indivíduo, pois elas podem 
influenciar diretamente na relação do indivíduo com os alimentos. 
7.2 Acuidade visual
O envelhecimento apresenta uma redução normal da acuidade visual devido a mudanças 
fisiológicas nas lentes oculares, déficit de campo visual e doenças de retina. A porcentagem de 
idosos que necessitam de lentes corretivas chega a cerca de 90% dos idosos. A identificação da 
dificuldade visual pode ser avaliada questionando o idoso se há alguma dificuldade em assistir 
televisão, realizar a leitura ou qualquer outra atividade que possa identificar mudanças na 
capacidade visual (BRSIL, 2006). 
7.3 Acuidade auditiva
A perda auditiva é comum em cerca de um terço dos idosos, sendo a presbiacusia (perda 
progressiva da capacidade de diferenciar os sons de alta frequência) a principal queixa entre 
os idosos. Em alguns casos, pode ser indicado o uso do aparelho auditivo, mas nem sempre é 
91
possível. O ideal é realizar o teste auditivo e identificar qual a perda e avaliar se é possível o uso 
do aparelho, devendo esse teste ser realizado por um especialista. 
7.4 Sexualidade
Durante a avaliação de saúde do idoso, deve abordar sobre a sexualidade. Devido ao avanço da 
medicina e a expectativa de vida, muitos idosos possuem vida sexual ativa após os 60 anos de idade.
Nos homens, a presença da disfunção sexual pode ser decorrente de problemas psicológicos, 
fisiológicos ou ambos. A identificação e o tratamento podem permitir que ele volte à vida sexual 
sem nenhuma disfunção. Além disso, problemas de saúde como artrites, diabetes, fadiga, medo 
de infarto, efeitos colaterais de fármacos e álcool podem causar problemas no desempenho 
sexual tanto do homem como da mulher (BRASIL, 2006).
Nas mulheres, após a menopausa e, principalmente, após os 60 anos, pode ocorrer 
o desconforto durante a penetração sexual devido ao hipoestrogenismo que leva, 
consequentemente, a uma hipotrofia dos tecidos genitais. Nesses casos, a mulher pode realizar o 
tratamento utilizando creme vaginal à base de estriol, que irá favorecer as condições adequadas 
para a manutenção das atividades sexuais com conforto (BRASIL, 2006). 
7.5 Vacinação
O idoso deve ser imunizado principalmente contra a influenza (gripe), que é uma doença 
infecciosa aguda, viral, altamente contagiosa, que acomete o trato respiratório. Em diversos casos 
pode ser algo leve, mas no idoso pode causar problemas respiratórios e até uma pneumonia 
primária viral pelo vírus da influenza, pneumonia bacteriana secundária, pneumonia mista, 
exacerbação de doença pulmonar ou cardíaca e óbito. Devido a isso, é recomendado uma dose 
da vacina contra influenza no outono.
Todos os indivíduos acima de 60 anos devem receber também uma dose de vacina 
antipneumocócica durante a vida. No caso dos idosos que estão em institutos de longa 
permanência, eles devem receber uma dose dessa vacina e um reforço após cinco anos da 
primeira (BRASIL, 2006).
Já a vacina dupla adulto (dT – contra difteria e tétano) deve ser reforçada a cada dez anos. 
No caso de ferimentos sujos, o reforço deve ser a cada cinco anos. Todas as vacinas devem ser 
registradas na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, facilitando o acompanhamento da realização 
da mesma (BRASIL, 2006).
7.6 Avaliação cognitiva
Durante a avaliação clínica do idoso, é importante realizar a avaliação cognitiva, com o intuito 
92
de identificar qualquer alteração na saúde mental das pessoas idosas. A capacidade física e 
social do idoso está relacionada diretamente com a suas funções cognitivas. A perda de memória 
recente e a habilidade de cálculo são alguns indicadores sensíveis de redução dessas funções 
(BRASIL, 2006).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A avaliação do estado mental pode ser realizada por médico e enfermeiro da unidade básica de 
saúde utilizando instrumentos já consagrados na literatura. Na identificação de qualquer alteração, 
o idoso deve ser encaminhado para um especialista para uma avaliação mais detalhada. Devemos 
lembrar que a redução da capacidade de memória é normal, mas ela não pode prejudicar a 
realização de atividades de vida diária ou afetar o convívio social do idoso, por exemplo. 
7.7 Mobilidade
O idoso tende a apresentar menos instabilidade postural e alteração da marcha, o que, 
consequentemente, aumenta o risco de quedas. Devido a isso, devem ser sempre avaliados o 
equilíbrio e a marcha.
Além disso, é importante avaliar o uso de medicamentos, se existe algum dos que estão 
em uso que podem influenciar no equilíbrio ou na marcha. Avaliar se existe alguma perda da 
sensopercepção, do equilíbrio ou déficit cognitivo. O ambiente que o idoso mora também deve ser 
avaliado, pois se houver perda na capacidade de deambular, por exemplo, qualquer obstáculo pode 
oferecer um risco de queda, sendo necessário readaptar o ambiente para o idoso (BRASIL, 2006). 
7.8 Avaliação Funcional
Atualmente, muitos idosos apresentam capacidade funcional normal e conseguem manter 
a sua independência. Mas essa realidade não se aplica a todos os idosos. Alguns apresentam a 
93
necessidade de auxílio para que possam realizar atividades consideradas simples como higiene 
corporal, preparo dos alimentos ou limpeza da sua casa.
Quando pensamos em perda funcional, podemos dividir ela em perda da capacidade de 
realizar as atividades de vida diária que são alimentar, tomar banho, vestir ir ao banheiro por 
exemplo, sem a necessidade de ajuda de outra pessoa. A outra divisão é a capacidade de realizar 
as atividades instrumentais da vida diária que estão ligadas com 
• a capacidade de utilizar meios de transporte; 
• realizar compras; 
• realizar as atividades domésticas; 
• preparar as refeições; 
• cuidar das suas finanças (BRASIL, 2006).
A avaliação da capacidade funcional pode ser realizada através da Escala de Katz, que mensura a 
capacidade do idoso em realizar atividades de vida cotidiana sem a necessidade de intervenções de 
reabilitação. Outra escala é a Medida de Independência Funcional (MIF), que avalia se o idoso precisa 
ou não de algum auxílio para realizar as suas atividades. Existem diversos outros instrumentos que 
podem ser utilizados para avaliar a perda funcional do idoso (BRASIL, 2006).
A identificação precoce de perda funcional do idoso é importante para que ele possa prevenir 
a sua evolução, realizando tratamento, quando possível, e mantendo o máximo da sua autonomia 
e independência. Porém, em alguns casos, como nas demências, a progressão da doença é 
inevitável, sendo necessário preparar a família para que ela possa realizar os cuidados necessários 
e adaptar-se à nova realidade. 
FIQUE DE OLHO
O idoso com perda funcional deve receber um acompanhamento multiprofissional. Mas 
não apenas ele deve ser atendido e receber suporte, a família também, pois ocorre uma 
mudança na rotina de vida da família e isso pode gerar problemas psicológicos, como medo, 
inseguranças e depressão, pois antes tinham um idoso ativo e a mudança para um idoso 
que necessita de acompanhamento pode viracarretada de medos e insegurança por parte 
da família. 
94
8 PLANEJAMENTO DO CUIDADO AO IDOSO 
DOMICILIAR E INSTITUCIONALIZADO
Os cuidados com os idosos apresentam normalmente dois cenários. Há o idoso domiciliar, 
ou seja, o indivíduo envelhece junto com a sua família, permanecendo na sua residência. Nesse 
caso, os responsáveis pelos cuidados são os filhos ou familiares próximos. Já os idosos que não 
tem familiares ou que não conseguem realizar os cuidados básicos e com qualidade, são levados 
para Institutos de Longa Permanência, onde passam a morar e a receber os cuidados necessários 
por tempo integral.
Em ambos os casos o idoso necessita de cuidados, o que irá mudar é o local em que recebe 
esses cuidados. Mas devemos lembrar que o idoso institucionalizado pode apresentar uma 
piora progressiva e mais acelerada em mudanças fisiológicas decorrentes do envelhecimento 
devido ao processo de institucionalização, bem como desenvolver depressão e outros problemas 
psicológicos (SANTA CATARINA, 2018).
A atenção domiciliar pode ser realizada pelo serviço de saúde e também pela família, a 
partir de um diagnóstico que mostre a necessidade de cuidados do idoso em sua residência. Ela 
necessita de articulação para 
• promoção;
• prevenção;
• diagnóstico;
• tratamento;
• reabilitação à saúde.
Além disso, necessita de desenvolvimento e adaptação para que possa ser restabelecida a 
independência do idoso e preservada a sua autonomia.
Quando pensamos na assistência domiciliar, deparamos com a internação domiciliar, que é 
aquele idoso que se encontra com as condições clínicas estáveis, mas que necessita de cuidados 
mais específicos, como uso de oxigênio, traqueostomia, sonda vesical de demora, por exemplo. 
Já a assistência domiciliar é realizada quando o idoso precisa de uma assistência no domicílio, por 
estar momentaneamente incapacitado de ir à unidade de saúde ou devido à incapacidade de ir 
sozinho, por estar acamado, mas ele não necessita de nenhum cuidado de complexidade maior.
Em ambos os casos existe a necessidade de organizar a assistência domiciliar. A unidade de 
saúde é responsável por acolher e programar visitas para que possa acompanhar as necessidades 
95
de adaptações do idoso para a realização das atividades de vida diária. Normalmente, os 
idosos que necessitam dessa assistência domiciliar são os egressos de internação hospitalar ou 
domiciliar que solicitam a assistência da unidade de saúde ou são identificados através do agente 
comunitário de saúde (SANTA CATARINA, 2018).
A unidade de saúde é responsável, então, pelo gerenciamento do cuidado da pessoa em 
processo de envelhecimento. Ela deverá identificar a demanda e os serviços que o idoso necessita; 
planejar com o idoso e sua família as ações a serem realizadas; acompanhar a qualidade do 
cuidado prestado e auxiliar a família sempre que necessário em relação as dúvidas quanto aos 
cuidados. Lembrando que a família não é responsável pelos cuidados de saúde mas, sim, pelos 
cuidados que o idoso necessite para realizar as suas atividades de vida diária, devendo a família 
auxiliar ou realizar essas atividades dependendo do grau de comprometimento do idoso (SANTA 
CATARINA, 2018).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A orientação à família deve considerar não somente a enfermidade do momento, mas 
também as doenças crônicas que o idoso apresenta, pois nem sempre o quadro será revertido e 
a dependência do idoso pode aumentar com o passar do tempo e com a associação das doenças 
crônicas presentes. Atualmente, o controle do avanço rápido das doenças crônicas é possível 
devido aos avanços da medicina, mas para isso é importante que o idoso receba todos os cuidados 
necessários e de maneira adequada.
O planejamento do cuidado deve ser sempre realizado em conjunto e de maneira que a 
família consiga realizar de maneira eficaz. Ele deve ser desenvolvido a partir da avaliação e deve 
buscar resolver os problemas identificados tendo por base os recursos potenciais e existentes do 
idoso e da comunidade onde está inserido. Todos os problemas devem ser listados, assim como 
as possíveis soluções e as medidas que devem ser adotadas. A partir disso os envolvidos nos 
cuidados devem buscar alternativas para solucionar o problema, de maneira que não cause novos 
96
danos ou cause o mínimo de danos possíveis. Lembrando que a cada implementação de cuidado 
o resultado deve ser avaliado quanto a sua eficácia, nos casos que não for efetivo novos planos 
de cuidados, devem ser realizados e traçados a fim de resolver o problema presente (SANTA 
CATARINA, 2018).
Já a assistência ao idoso institucionalizado não irá contar com os cuidados da família, sendo 
que, nesse caso, então, ela não precisará ser capacitada. Mas o idoso precisa receber os cuidados 
de maneira individualizada, de acordo com as suas necessidades. Os idosos institucionalizados 
normalmente têm uma equipe de profissionais de saúde que realizam o planejamento e os 
cuidados deles, sem ser os profissionais das unidades de saúde. Porém, nada impede que eles 
recebam também a avaliação e o acompanhamento das unidades de saúde. O importante 
é avaliar as necessidades de cuidados de cada um, realizar os cuidados e avaliar se eles são 
efetivos ou não. Quando for observado que não foi efetivo um novo planejamento de ser realizar 
e implementando, sendo novamente avaliado os resultados, isso deverá ser feito até que seja 
alcançado o resultado esperado e com qualidade.
97
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre a principal modalidade de atendimento ao idoso e sua rede de apoio;
• entender as atribuições da atenção básica na saúde do idoso;
• conhecer as políticas de saúde relevantes à saúde do idoso; 
• estudar como é realizada a avaliação global de saúde da pessoa idosa; 
• aprender como deve ser realizado o planejamento de cuidado ao idoso que 
permanece no domicílio ou está institucionalizado. 
PARA RESUMIR
BRASIL. DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6214.htm>. Acesso em: 3 jul. 
2020.
BRASIL. Estatuto do idoso. Lei n. 10.741, de 1 de outubro de 2003. Diário Oficial da 
União, 03 out. 2003. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/
L10.741compilado.htm >. Acesso em: 3 jul. 2020.
BRASIL. LEI Nº 13.466, DE 12 DE JULHO DE 2017. Disponível em: < http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13466.htm>. Acesso em: 3 jul. 2020. 
BRASIL. LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994. Disponível em: < http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/L8842.htm>. Acesso em: 3 jul. 2020.
BRASIL. Portaria n. 2.528 de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde 
da Pessoa Idosa. Diário Oficial da União. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html >. Acesso em: 2 jul. 2020.
BRASIL. PORTARIA Nº 3.213, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2007. Disponível em: <http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt3213_20_12_2007.html>. Acesso em: 
4 jul. 2020. 
BRASIL. PORTARIA Nº 963, DE 27 DE MAIO DE 2013. Disponível em: <http://bvsms.
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BRASIL. Diretrizes da Política Nacional de Saúde da pessoa Idosa. 2009. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/politica_nacional_pessoa_idosa_2009.pdf>. 
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BRASIL. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. 2006 Disponível em: < 
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad19.pdf>. Acesso em: 
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BRASIL. NORMAS DE FUNCIONAMENTO DE SERVIÇOS DE ATENÇÃO AO IDOSO NO 
BRASIL. SECRETARIA DE POLÍTICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. 2014. Disponível em:< 
https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2014/10/servicos--de-atencao-ao-idoso.pdf>. 
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RIO DE JANEIRO. Lei nº 1.817, de 23 de maio de 1991. Disponível em: < https://gov-rj.
jusbrasil.com.br/legislacao/151261/lei-1817-91>. Acesso em:3 jul. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RIO DE JANEIRO . Lei nº 2.200, de 18 de dezembro de 1993. Disponível em: < https://
gov-rj.jusbrasil.com.br/legislacao/150924/lei-2200-93>. Acesso em: 3 jul. 2020.
RIO DE JANEIRO . Lei nº 2440, de 26 de setembro de 1995. Disponível em: < https://gov-
rj.jusbrasil.com.br/legislacao/144503/lei-2440-95>. Acesso em: 3 jul. 2020.
RIO DE JANEIRO . Lei nº 2454, de 31 de outubro de 1995. Disponível em: < https://gov-rj.
jusbrasil.com.br/legislacao/144489/lei-2454-95>. Acesso em: 3 jul. 2020.
SANTA CATARINA. LINHA DE CUIDADO PARA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA PESSOA 
IDOSA. 2018. Disponível em: < http://www.saude.sc.gov.br/index.php/documentos/
legislacao-principal/anexos-de-deliberacoes-cib/anexos-deliberacoes-2018/14727-
anexo-307-linha-de-cuidado-a-saude-do-idoso-em-sc>. Acesso em: 7 jul. 2020.
Cuidado ao idoso é um livro direcionado para estudantes dos 
cursos da área de enfermagem e correlatos.
O livro traz conteúdo sobre a saúde do idoso, os agravos mais 
comuns, o comportamento orgânico do idoso, e as políticas públicas 
de atenção à saúde do idoso.
Após a leitura da obra, o leitor vai aprender conceitos de 
termos relacionados à pessoa idosa; compreender a avaliação 
multidimensional do idoso; entender o envelhecimento 
populacional; saber as demências e o mal de Parkinson; informar-
se sobre o envelhecimento e o HIV; ter visão geral da importância 
da administração e vias medicamentosas para os cuidados com os 
idosos; avaliar a importância da necessidade das relações entre 
idoso; conhecer as políticas de saúde relevantes à saúde do idoso; 
estudar como é realizada a avaliação global de saúde da pessoa 
idosa, e muito mais.
Aproveite a leitura do livro. 
Bons estudos!
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