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OBJETIVOS 1. Definir desnutrição associando aos seus tipos (marasmo, kwashiokor, etc) A Desnutrição Energético-Proteica (DEP) é compreendida como um DISTÚRBIO DA NUTRIÇÃO (distrofia) decorrente da falta concomitante de CALORIAS e PROTEÍNAS, podendo ser do tipo primária ou secundária. A DEP primária é resultante da combinação de fatores ambientais, como carência alimentar (macro e micronutrientes) + falta de acesso a condições sanitárias e serviços de saúde (pode determinar uma diarreia prolongada) + falta de práticas de cuidados infantis ( vacinação, higiene pessoal). Já a DEP secundária é decorrente d e DOENÇAS b ase que aumentam a NECESSIDADE METABÓLICA, diminuem a ABSORÇÃO INTESTINAL ou causam a PERDA DE NUTRIENTES (síndromes disabsortivas, neoplasias, queimaduras extensas). Período Crítico – Os primeiros 1000 dias de vida da criança são considerados CRUCIAIS para o desenvolvimento humano, sendo, portanto, o período mais susceptível a DESNUTRIÇÃO! Distrofias nesse período irão afetar o CRESCIMENTO e DESENVOLVIMENTO com consequentes alterações cognitivas futuras. Vale destacar, ainda, que a desnutrição pode estar presente logo ao NASCIMENTO, o que é percebido em neonatos baixo peso (<2.500g), seja por restrição do crescimento intrauterino (RCIU), seja por prematuridade. TIPOS → Etiologia – Como já citado, pode ser PRIMÁRIA quando a disponibilidade de alimentos é inferior às necessidades ou SECUNDÁRIA quando há uma condição que atrapalha o aproveitamento dos nutrientes (mesmo com uma boa disponibilidade). ➔ Duração – Pode ser classificada em AGUDA, CRÔNICA e PREGRESSA de acordo com os parâmetros afetados – Calculado pelos critérios de Waterlow ( a seguir). ➔ Tipo Clínico – Diferencia em marasmo, Kwashiorkor, mista... ➔ Gravidade – Pode ser classificado em leve, moderada e grave de acordo com alguns critérios. De acordo com a etiologia: - Primária resulta da combinação de três fatores ambientais: carência alimentar ( macro e micronutrientes), falta de acesso a condições sanitárias (água/esgoto) e serviços de saúde (acarretando, por exemplo, quadros prolongados de diarreia) e falta de práticas de cuidados infantis (ex.: vacinação, higiene pessoal). - Secundárias são provocadas por doenças que aumentam as necessidades metabólicas, diminuem a absorção intestinal ou levam à perda d e nutrientes (por exemplo, síndromes disabsortivas, malignidades, queimaduras extensas ) De acordo com a forma clínica: Marasmo: - É um estado de má nutrição por deficiência calórico-proteica mais comum nas crianças com < 1 ano, sendo marcado por ocorrer nos indivíduos que apresentam INFECÇÕES INTERCORRENTES. O desenvolvimento da distrofia é de forma INSIDIOSA, permitindo a adaptação do organismo, principalmente nos países em DESENVOLVIMENTO, sendo a principal causa a retirada PRECOCE DO ALEITAMENTO MATERNO. Associado a essa retirada precoce do leite humano, também há uma precariedade nos hábitos de higiene, predispondo ao desenvolvimento de INFECÇÕES GASTROINTESTINAIS. Este último ponto (as infecções) é o clássico motivo de busca por atendimento médico. - Achados – A criança apresenta-se com DÉFICIT PESO e ESTATURA, ATROFIA MUSCULAR EXTREMA, EMAGRECIMENTO ACENTUADO, POBREZA DE TECIDO SUBCUTÂNEO e PELE ENRUGADA. A perda de tecido lipídico subcutâneo causa o desaparecimento das bolas gordurosas de BICHAT. O paciente apresenta o APETITE PRESERVADO associado a um ABDOME GLOBOSO Kwashiorkor: - Nesse tipo, embora a ingestão CALÓRICA seja adequada, observa-se uma deficiência PROTEICA na dieta, que é de grande valia para a nutrição, sendo, portanto, uma desnutrição de instalação MAIS RÁPIDA. A tradução de Kwashiorkor é “doença do primeiro filho quando nasce o segundo”, fazendo uma referência a tendência do DESMAME quando a mãe engravida novamente - Achados – A criança apresenta-se com DÉFICIT PESO e ESTATURA, HIPOTROFIA muscular dos MMSS e MMII (pode estar mascarado pelo edema) com EDEMA! Nessa síndrome, o edema é a principal manifestação, podendo estar em qualquer localização, porém, nas crianças que deambulam, costuma ser mais frequente nos PÉS (depois ascende para pernas, mãos, rosto). A criança se apresenta APÁTICA, HIPOATIVA, ANORÉTICA e DESINTERESSADA, geralmente não sorri e NÃO TEM APETITE!!! As fezes podem estar liquefeitas, com sangue ou pedaços d e alimentos não digeridos. A anemia está presente na maioria dos casos por deficiência proteica para síntese de eritrócitos, deficiência de ferro e ácido fólico - Pele – Ao contrário das crianças com Marasmo, aqui em Kwashiorkor há TECIDO SUBCUTÂNEO. Nas áreas de atrito da pele com roupas, por exemplo, pode haver DERMATOSES; podem surgir áreas de HIPERPIGMENTAÇÃO que evoluem com descamação facilmente infectável; os cabelos apresentam alteração da COR E TEXTURA, sendo facilmente quebrados – Sinal d a Bandeira = alteração em faixas da coloração dos cabelos, traduzindo a alternância entre melhoras e pioras da nutrição. Kwashiorkor-marasmático: - A maioria dos casos de DEP grave encontra-se na faixa intermediária entre Marasmo e Kwashiorkor. Nesses casos, a criança evolui com carência na ingestão protéica e /ou energética com características DOS DOIS TIPOS CLÍNICOS Noma: - É a denominação dada a uma ULCERAÇÃO NECROSANTE da gengiva e das bochechas, geralmente associada a desnutrição grave e doença infecciosa debilitante (sarampo, malária, tuberculose...). Ocorre uma infecção POLIMICROBIANA com Fusobacterium necrophorum e Prevotella intermedia, causando uma LESÃO DESFIGURANTE NA GENGIVA com odor desagradável, febre, leucemia, leucocitose e achados de desnutrição grave De acordo com Gomez: - A metodologia utilizada para a classificação da desnutrição pelo método de Gomez é a avaliação d o DÉFICIT DE PESO apresentado pela criança em relação ao PESO DO PERCENTIL 50 PARA A SUA IDADE. Considera-se normal a criança com peso igual ou superior a 91% na razão peso criança/peso do percentil 50 De acordo com Waterlow: - É a classificação que leva em consideração o peso para a estatura (P/E), e a estatura para a idade (E/I). Com esse método é possível avaliar se a desnutrição é aguda ou crônica De acordo com Wellcome: - Baseia-se apenas no déficit de peso e na ausência/presença de edema. FORMAS GRAVES DE DEP Definição – a DEP grave é aquela em que existe - Peso ou Estatura abaixo de 3 DP da média - Circunferência braquial abaixo de 115mm nas crianças entre 6 e 59 meses - Edema com cacifo bilateral Tipos – Classicamente, as principais (porém não as únicas) formas de DEP graves são MARASMO (deficiência mais calórica) e KWASHIORKOR ( deficiência mais proteica), em que ambas apresentam deficiência de albumina. Esta diminuição de albumina é uma das responsáveis pelo edema, juntamente à hipoatividade da BOMBA DE SÓDIO-POTÁSSIO e liberação de RADICAIS LIVRES. As crianças que desenvolvem a D EP edematosa (Kwashiorkor) parecem ter sofrido mais DANO OXIDATIVO do que as com Marasmo. 2. Conhecer a epidemiologia correlacionando aos fatores de risco da desnutrição. - Global – Estima-se que 15% dos nascimentos nos países em DESENVOLVIMENTO sejam de BAIXO PESO (<2.500g) e que 16% das crianças abaixo de 5 anos sejam DESNUTRIDAS (-2DP d a média)!! Na África, entretanto, a prevalência de desnutrição CRÔNICA alcança valores de 36%, enquanto a forma aguda afeta 8%. Especificamente com relação aos micronutrientes, a principal deficiência é de VITAMINA A (33%), seguida da carência de IODO, ZINCO e ANEMIA FERROPRIVA! - Nacional – Nobrega et al. organizaram a desnutrição no Brasil a partir de duas origens: os MISERÁVEIS, que não possuem recursos para alimentação, e os que TEM RECURSOS, mas não conseguem “gerenciá-los” de forma correta – cerca de 30% das mães de crianças desnutridas ou são eutróficas ou são obesas FATORES DE RISCO - Problemas familiares relacionados a situação sócio-econômica - Precário conhecimento das mães sobre os cuidados com a criança pequena - Fraco vínculo mãe e filho 3. Compreender a fisiopatologia relacionando com o quadro clínico da desnutrição EtiopatogeniaNas condições em que há DEP primária, como explicitado anteriormente, há uma complexa interrelação de fatores, dentre eles: - Maior necessidade metabólica na infância – a demanda é maior tanto para CALORIAS como para PROTEÍNAS, principalmente em relação aos outros membros da família - Alimentos complementares de baixo teor energético – Geralmente são alimentos muito diluídos e com higiene inadequada - Menor oferta de alimentos – em condições em que há pobreza, desigualdade social... - Infecções Repetidas – Bacterianas, virais e parasitárias – podem produzir ANOREXIA por competição pelos nutrientes, mas também pela BAIXA INGESTA - Desestruturação Familiar FISIOPATOLOGIA - Como adaptação à baixa ingesta de alimentos, o organismo/criança TORNAM-SE HIPOATIVOS → PARADA NO CRESCIMENTO (PESO - ESTATURA). —> Nos casos de DEP moderada a grave, os impactos são MULTISSISTÊMICOS! - Existe, também, alterações HORMONAIS com o objetivo de captar energia por outras vias metabólicas. Estas mudanças são específicas de acordo com o tipo de desnutrição MARASMO – forma não-edematosa ou KWASHIORKOR – forma edematosa. - Vale destacar que não se sabe exatamente o mecanismo que desencadeia o tipo de DEP, embora seja hipotetizado que o EXCESSO DE CARBOIDRATOS + DEFICIÊNCIA DE PROTEÍNAS seja um fator preponderante para a diminuição da síntese de albumina e consequente EDEMA = Doença de Kwashiorkor. Enquanto no marasmo há uma elevação no CORTISOL e normalidade de SOMATOMEDINAS ALTERAÇÕES METABÓLICAS E HORMONAIS De uma forma geral, há diminuição do metabolismo e do gasto energético, além da inibição da bomba de sódio-potássio e da síntese proteica. ➔ 1º Substratos Energéticos – Ocorre uma diminuição de todos os substratos energéticos: GLICOGÊNIO, GORDURAS e PROTEÍNAS. Inicialmente ocorre a glicólise (quebra do glicogênio), lipólise (quebra dos lipídios com liberação de ácidos graxos) e neoglicogênese (síntese de glicose a partir dos ácidos graxos) → objetivo de GERAR ENERGIA! ➔ 2º Consumo – O uso progressivo das reservas energéticas causa uma queda plasmática de GLICOSE e AMINOÁCIDOS e, consequentemente, de INSULINA SÉRICA. Além disso, há aumento de GLUCAGON, ADRENALINA e GH, que irão estimular ainda mais a lipólise!! O estresse metabólico causado pela DEP e as infecções frequentes estimulam a secreção de CORTISOL , que irá atuar aumentar a glicogenólise e gliconeogênese!! Além disso, ocorre a DIMINUIÇÃO DE T3 e T4 em decorrência da atividade reduzida da enzima 5 monodeiodinidase + menor captação de iodo. ➔ Bomba de Sódio-Potássio – Como é uma bomba ativa que precisa d e energia para funcionar, terá sua atividade reduzida pela menor disponibilidade de ATP. Devido a isso, a célula irá RETER SÓDIO, causando um aumento de sódio no corpo, mas NÃO nos níveis séricos, em que será clara a HIPONATREMIA! O potássio intra e extracelular também estará diminuído = HIPOPOTASSEMIA. Por conta da redução do gradiente osmótico de sódio, o íon H + será RETIDO intracelular, causando ACIDOSE INTRACELULAR e ALCALOSE EXTRACELULAR! ➔ Desequilíbrio Hidroeletrolítico – Esse desbalanço entre Na+ e K + faz com que os níveis de CÁLCIO INTRACELULAR aumentem, facilitando a LISE CELULAR! A deficiência de cálcio e de sódio é a base da disfunção cardíaca por hipocontratilidade. ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS A desnutrição causa um prejuízo nas DEFESAS ESPECÍFICAS E INESPECÍFICAS, bem como na defesa celular e humoral ➔ Imunidade Inespecífica – Inclui as barreiras imunológicas, como a epitelial e mucosa. A alteração da imunidade específica se dá pela diminuição do MUCO, LISOZIMA e do PH. ➔ Imunidade Celular – ocorre redução da população de LINFÓCITOS T no timo, baço e linfonodos, bem como menor produção de INTERLEUCINA 1 e de alguns fatores do SISTEMA COMPLEMENTO. Esses fatores em associação dificultam a OPSONIZAÇÃO, FAGOCITOSE e QUIMIOTAXIA. ➔ Imunidade Humoral – Representada pelos LINFÓCITOS B e IMUNOGLOBULINAS, esta imunidade encontra-se quantitativamente preservada, embora possa haver alteração QUALITATIVA/FUNCIONAL! → IgA – é a fração de Ig mais afetada, facilitando a ocorrência de DIARREIAS e INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS (IVAS) ➔ Imunidade Local – especialmente no intestino, pode haver uma alteração na permeabilidade da mucosa intestinal para MACROMOLÉCULAS, causando a passagem de PROTEÍNAS. Este processo pode facilitar a formação de ANTICORPOS para proteínas alimentares, causando alergia alimentar ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS O distúrbio maior (calórico-proteico) e os distúrbios associados (ferro, iodo, carência psicoafetiva...) causam um déficit NEUROPSICOMOTOR (Quociente de Desenvolvimento - QD) e COGNITIVO (Quoeficiente de Inteligência – QI) . Isso ocorre pela redução da divisão celular, da formação de sinapses, da síntese de neurotransmissores e do retardo na mielinização. ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS Vão culminar no desencadeamento de uma SÍNDROME DISABSORTIVA e na DIARREIA. ➔ Redução da secreção gástrica, pancreática, biliar – Estes eventos são causadores da diminuição das DISSACARIDASES INTESTINAIS (lactase, maltase, sacarase), AMILASE e LIPASE. A redução da lactase leva à intolerância ao leite e ao desenvolvimento de fezes ácidas. O decréscimo das dipeptidases é devido à lesão na borda em escova e suas microvilosidades. Ocorre, também, déficit para absorção de aminoácidos essenciais e até mesmo glicose – por isso, utiliza-se, no tratamento, TRIGLICERÍDEOS DE CADEIA MÉDIA, que irão penetrar o epitélio intestinal sem a necessidade das enzimas. ➔ Perda de Tônus Intestinal – Causa uma diminuição na peristalse, favorecendo a estase de bolo alimentar e, consequentemente, a PROLIFERAÇÃO BACTERIANA, que irá dificultar a absorção de nutrientes, água, vitaminas... ➔ Vilosidades – Promove um aspecto semelhante ao da doença celíaca com perda da borda estriada. Na DEP Kwashiorkor a lesão mucosa é mais GRAVE! ➔ Fígado – Ocorre esteatose, podendo evoluir com fibrose perilobular e cirrose. ➔ Parótidas – Há atrofia das glândulas parótidas e, durante o tratamento, podem hipertrofiar ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES E RENAIS ➔ Cardiovascular – A diminuição d e cálcio e de sódio diminui a contratilidade do miocárdio, causando DIMINUIÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO (DC). ➔ Renal – Pela própria diminuição do DC, haverá BAIXA TAXA DE FILTRAÇÃO RENAL 4. Esclarecer o diagnóstico relembrando os escores, percentis, exames laboratoriais e de imagem. Avaliação do Estado Nutricional É realizada por meio dos PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS, como peso (reflete alterações agudas na nutrição), estatura (reflete alterações crônicas na nutrição) e circunferência braquial, que é útil na avaliação de crianças que apresentam anasarca (estão edemaciadas). A partir destes dados, pode-se avaliar a evolução deles ao longo do tempo e a comparação com crianças da mesma idade e sexo por meio dos GRÁFICOS E ÍNDICES, sendo os mais utilizados: - IMC x Idade - Peso x Idade - Peso x Estatura - Estatura x Idade ➔ Gráficos – No Brasil, os gráficos mais utilizados são aqueles disponibilizados pelo MINISTÉRIO DA SAÚDE/OMS, que podem ser aplicados em crianças ABAIXO DE 10 ANOS e ADOLESCENTES ATÉ 19 ANOS! Anamnese – A avaliação de FATORES DE RISCO para DEP é essencial nas consultas, incluindo: História gestacional e periparto – idade materna, pré-natal, planejamento familiar, uso de drogas, peso ao nascer, comprimento ao nascer ➔ História Patológica Pregressa – doenças respiratórias, doenças gastrointestinais, maus-tratos, internações ➔ Vacinação – Calendário Vacinal ➔ Histórico Alimentar – duração da amamentação, desmame, alimentação atual (frequência, tipo, quantidade, qualidade) ➔ Pesquisa por sinais e sintomas de DEP – hipoatividade, irritabilidade, alterações cabelo e pele, escassez de tecido s ubcutâneo, hipotrofia muscular, fáscies senil, edema, hepatomegalia. ➔ História Social – Núcleo familiar, relacionamento afetivo, estimulação ambiental, condição socioeconômica, saneamento básico. Exame Físico – Essencial a avaliação dos INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS (peso, estatura, perímetro cefálico,perímetro braquial e prega cutânea). O sinal clínico mais PRECOCE observado é a INSUFICIÊNCIA DO CRESCIMENTO por conta de um ganho ponderal insuficiente. Quando se fala de uma DEP aguda, há um maior comprometimento do peso, enquanto na forma crônica a estatura é a mais afetada. Ao exame, a criança desnutrida mostra-se APÁTICA, LETÁRGICA, HIPOATIVA e com os achados da tabela ao lado: LABORATÓRIO ➔ Proteínas Séricas – São bons marcadores de nutrição e, dependendo da meia vida, consegue inferir a duração da desnutrição. Deve-se, entretanto, sempre lembrar que as proteínas podem estar aumentadas em CONDIÇÕES INFLAMATÓRIAS! ➔ Avaliação da Imunidade Celular - O parâmetro mais confiável é a dosagem de linfócitos totais. Uma contagem inferior a 1.500 mm³ está relacionada a um maior grau de desnutrição e maior taxa de mortalidade. OUTROS EXAMES: ➔ Hemograma – anemia (deficiência de ferro, ácido fólico, B12, hemólise) e linfopenia ➔ Lipidograma – redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos ➔ Hipoglicemia ➔ Hiponatremia – é uma hiponatremia DILUCIONAL, isto é, o conteúdo total de sódio corporal está aumentado! ➔ Hipocalcemia – a diminuição do conteúdo intra e extracelular de potássio causa fraqueza muscular, íleo paralítico, alterações de repolarização ventricular ➔ Hipomagnesemia ➔ Alcalose ou acidose metabólica 5. Entender os planos de tratamento Indicação para Hospitalização - Crianças cujo peso para a altura esteja abaixo de - 3DP ( magreza acentuada) ou menos que 70% da mediana dos valores de referência do NCHS/OMS (“gravemente emagrecidas”) - Crianças com edema simétrico envolvendo no mínimo os pés (“desnutrição edematosa”) estão gravemente desnutridas. Elas devem ser internadas em hospital, onde poderão ser observadas, tratadas e alimentadas dia e noite. - Presença de descompensação metabólica, hidroeletrolítica, acidobásica, instabilidade hemodinâmica, infecção, anemia grave e hipotermia, determinam também a necessidade de tratamento iminente e internação hospitalar Fases do Tratamento - Fase de Estabilização (1-7 dias) - identificação e tratamento das CONDIÇÕES MAIS URGENTES E AMEAÇADORAS DA VIDA, como hipoglicemia, hipotermia, distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-base, desidratação, infecção e anemia. - Fase de Reabilitação (2ª a 6ª semana) - alimentação intensiva é dada para recuperar a maior parte do peso perdido, a estimulação emocional e física é aumentada, a mãe ou pessoa que cuida da criança é treinada para continuar os cuidados em casa, e é feita a preparação para a alta da criança. - Fase de Acompanhamento (7ª a 26ª semana) - após a alta, a criança e a sua família são acompanhadas para prevenir a recaída e assegurar a continuidade do seu desenvolvimento emocional, físico e mental. 6. Citar as políticas públicas de assistência da desnutrição ➔ SAPS (Serviço de Alimentação da Previdência Social) - 1940 ➔ STAN (Serviço Técnico de Alimentação Nacional) - 1942 ➔ CNA (Comissão Nacional de Alimentação) – 1945/ 1972 ➔ PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) - 1954 ➔ INAN (Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição) – 1972- 1997 ➔ PRONAN (Programa Nacional de Alimentação e Nutrição) - 1973 ➔ PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador) – 1977 ➔ PRONAN II - 1979 9. SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) - 1990 ➔ PROGRAMA COMUNIDADE SOLIDÁRIA - 1995 ➔ PNAN (Política Nacional de Alimentação e Nutrição) – 1999 ➔ PROGRAMA BOLSA ALIMENTAÇÃO - 2000 ➔ PROGRAMA FOME ZERO - 2003 14. BOLSA FAMÍLIA - 2004 ➔ LOSAN (Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional) – 2006 ➔ DHAA (Direito Humano à Alimentação Adequada) - 2010 ➔ BSM (Brasil sem Miséria) – 2011 ➔ BRASIL CARINHOSO - 2012 ➔ SISAN ( Sistema Nacional d e Segurança Alimentar e Nutricional) - 2016
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