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1 Transferências da União: Visão Geral Modalidades de Transferências da União2 2 Enap Escola Nacional de Administração Pública Enap, 2021 SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF Conteudista: Mayra Santana Gonçalves (Conteudista, 2021); Diretoria de Desenvolvimento Profissional. 3 Sumário Unidade 1 – Conhecendo as Modalidades de Transferências da União ..........................4 1.1 As modalidades de Transferências Obrigatórias .................................................................................. 5 1.2 As Modalidades de Transferências Discricionárias .............................................................................. 6 Referências ....................................................................................................................................8 4 Este módulo conta apenas com uma unidade. Nela, serão explicados o histórico normativo e os conceitos relacionados às transferências da União na modalidade de Transferências Obrigatórias. Modalidades de Transferências da União M Ó D U LO 2 Unidade 1 – Conhecendo as Modalidades de Transferências da União Objetivo de aprendizagem Com o advento da Constituição Federal de 1988, houve uma descentralização administrativa ocasionada pela atribuição de responsabilidades por programas e por ações públicas para as esferas estadual e municipal. A Constituição Federal e as leis infraconstitucionais estabelecem diversas categorias de transferências intergovernamentais da União e dos estados, com o objetivo de suprir recursos aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios. Da leitura dos artigos: 157 à 162 da Constituição, é possível concluir que o maior objetivo dos repasses é reduzir as desigualdades regionais. Em resumo, as transferências fiscais no Brasil, sejam da União, dos estados e Distrito Federal ou dos municípios, tanto as obrigatórias como as discricionárias, possuem um forte componente redistributivo, ou seja, elas almejam a equalização fiscal. Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer os principais normativos e os conceitos relacionados às transferências da União na modalidade de Transferências Obrigatórias. 5 As transferências da União são realizadas por meio de instrumentos celebrados pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal com órgãos ou entidades públicas de outras esferas (administração estadual, distrital, municipal) ou privadas sem fins lucrativos. Esses repasses têm como objetivo a execução de programas, de projetos e de atividades de interesses recíprocos que envolvam recursos financeiros oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União. Em seguida, conheça as transferências de recursos da União para os estados, Distrito Federal e municípios, classificadas em duas grandes categorias: as Modalidades de Transferências Obrigatórias e Discricionárias. Esse tipo de transferência é decorrente de imposição legal pela Constituição Federal ou por lei infraconstitucional. Veja abaixo, suas principais características: Constitucionais São aquelas que decorrem de mandamento constitucional, regulamentadas por lei, ocorrendo entre entes federativos e realizadas de forma automática, ou seja, os entes beneficiários não precisam cumprir qualquer formalidade para recebê-las. Além disso, elas não exigem contrapartida de recursos do beneficiário. Exemplos: Fundo de Participação dos estados (FPE), Fundo de Participação dos municípios (FPM), Imposto sobre Produtos Industrializados Proporcional às Exportações (IPI-Exportação), Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). 1.1 As modalidades de Transferências Obrigatórias Legais São aquelas cuja obrigatoriedade decorre de lei específica e regulamentação própria, ocorrendo entre entes federativos e entidades privadas sem fins lucrativos. Elas podem ser automáticas ou não, dependendo das regras definidas na legislação aplicável. Assim como as constitucionais, elas não exigem contrapartida de recursos do beneficiário. Exemplos: Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) e Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE). Costitucionais Legais DISCRICIONÁRIAS OBRIGATÓRIAS TRANSFERÊNCIAS Voluntárias Específicas por Delegação para Organização da Sociedade Civil Constitucionais Legais Adaptado de: Secretaria do Tesouro Nacional (BRASIL, 2016). 6 1.2 As Modalidades de Transferências Discricionárias As transferências discricionárias foram criadas em razão da abrangência, da complexidade, da diversidade e da extensão geográfica das demandas da população brasileira por serviços públicos, o que fez o governo formular instrumentos descentralizadores das ações públicas, voltados para programas ou iniciativas prioritárias bem determinados. Assim, essa categoria de repasses é executada com base em objetivos claros, o que leva à necessidade de se celebrar um instrumento jurídico entre as partes envolvidas, uma concedente e outra beneficiária. Elas são condicionais, ou seja, as instituições beneficiárias precisam cumprir algum tipo de formalidade ou de exigência para recebê-las. Em regra geral, elas exigem contrapartida de recursos do beneficiário (exceto as por delegação) e requerem a elaboração de um projeto por parte do beneficiário. Veja, abaixo, alguns exemplos de modalidades de transferências discricionárias: Boa parte do orçamento público federal já se encontra comprometido com as transferências constitucionais e legais. Parte dos recursos não vinculados são destinados às transferências voluntárias, que têm seu conceito definido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) como “[...] a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2000). Em outras palavras, as transferências voluntárias são assim chamadas porque dependem de decisão ou de vontade do concedente e têm o objetivo de realizar obras ou de prestar serviços de interesse comum. Por sua natureza, as transferências voluntárias são, normalmente, condicionais, pois exigem contrapartida dos municípios, que, também, precisam cumprir com algum requisito legal e formalizar essa transferência por meio da celebração de um instrumento jurídico entre as partes envolvidas. Instrumentos legais aplicáveis: Termo de Convênio e Contrato de Repasse. Voluntárias para Organização da Sociedade Civil Trata-se de transferências semelhantes às voluntárias, com a diferença de que são efetuadas não para entes federativos, mas para Organizações da Sociedade Civil sem fins lucrativos, a título de subvenção, de auxílio e de contribuição, visando à consecução de finalidades de interesse público. Essas transferências exigem a celebração de um instrumento jurídico entre as partes envolvidas. Instrumentos legais aplicáveis: Termo de Parceria (Lei nº 9.790/99), Termo de Colaboração e Termo de Fomento (Lei nº 13.019/14). 7 São aquelas efetuadas entre entes federativos e consórcios públicos, visando à execução descentralizada de projetos e de ações públicas de responsabilidade exclusiva do concedente; elas exigem a celebração de um instrumento jurídico entre as partes envolvidas. Essas transferências visam otimizar o emprego de recursos em ações públicas ao transferir a execução de projetos de responsabilidade exclusiva da União para estados, Distrito Federal ou municípios. Para esse tipo de transferência, é desnecessário que o convenente atenda a requisitos fiscais. Exemplos: Programa de Transporte Terrestre e Trânsito com execução delegada a estados, Distrito Federal ou municípios. Específicas por Delegação São aquelas cujo atendimento de requisitos fiscais pelo beneficiário é dispensado por lei e, normalmente, estão relacionadas a programas essenciais do governo. Isso se justifica para ações consideradasprioritárias pelo Governo Federal ou aquelas ligadas ao atendimento de calamidades públicas pela Defesa Civil, caso em que não se justificaria o impedimento de prestação de socorro a um município, por exemplo, por ele não atender a requisitos fiscais. A intenção desse tipo de repasse é, também, facilitar e agilizar a liberação de recursos para os beneficiários. Elas exigem a celebração de um instrumento jurídico entre as partes envolvidas, e a sua execução orçamentária tem caráter discricionário, apesar de algumas delas serem definidas como transferências obrigatórias ou automáticas por intermédio de leis específicas. Exemplos: Sistema Único de Saúde (SUS) e ações de defesa civil. 8 BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 26 maio 2021. BRASIL. Decreto nº 8.726, de 27 de abril de 2016. Regulamenta a Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014, para dispor sobre regras e procedimentos do regime jurídico das parcerias celebradas entre a administração pública federal e as organizações da sociedade civil. Brasília, DF: Presidência da República, 2016a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8726.htm. Acesso em: 26 maio 2021. BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/lcp/lcp101.htm. Acesso em: 26 maio 2021. BRASIL. Lei nº 13.019, de 31 de julho de 2014. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm. Acesso em: 25 maio 2021. BRASIL. Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l9790.htm. Acesso em: 26 maio 2021. BRASIL. Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP). Portaria Interministerial nº 424, de 30 de dezembro de 2016. Brasília, DF: Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, 2016b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/ Portaria/prt-424-16-m.planejamento.htm. Acesso em: 16 jul. 2021. BRASIL. Ministério da Fazenda (MF). Cartilhas sobre Transferências Intergovernamentais. Brasília,DF, [2018]. Disponível em: https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/ cartilhas-sobre-transferencias-intergovernamentais/2018/26. Acesso em: 26 maio 2021. Referências http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8726.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Decreto/D8726.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13019.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9790.htm http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/Portaria/prt-424-16-m.planejamento.htm http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/Portaria/prt-424-16-m.planejamento.htm https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/cartilhas-sobre-transferencias-intergovernamentais/2018/26 https://www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/cartilhas-sobre-transferencias-intergovernamentais/2018/26 Unidade 1 – Conhecendo as Modalidades de Transferências da União 1.1 As modalidades de Transferências Obrigatórias 1.2 As Modalidades de Transferências Discricionárias Referências
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