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EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO
PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO 
PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
ESTA PROVA É UM SIMULADO QUE REPRODUZ AS CARACTERÍSTICAS DE CONTEÚDO E OS ASPECTOS VISUAIS DAS PROVAS OFICIAIS DO ENEM.
22
3
EEBH14EN223
1ºDIA 1ºDIA 1ºDIA 1ºDIA 1ºDIA 1ºDIA 
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1º DIA 
CADERNO 
VERDE
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:
1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 e a Proposta de Redação, dispostas da seguinte 
maneira:
a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
b) Proposta de Redação;
c) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à 
língua escolhida: inglês ou espanhol.
2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. 
Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele 
tome as providências cabíveis.
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão.
4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos.
5. Reserve os 30 minutos finais para marcar seu CARTÃO-RESPOSTA. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE 
QUESTÕES não serão considerados na avaliação.
6. Não esquecer de assinar a lista de presença.
7. Somente serão corrigidas as redações transcritas na FOLHA DE REDAÇÃO.
8. Quando terminar as provas, entregue o CARTÃO-RESPOSTA/FOLHA DE REDAÇÃO ao aplicador.
9. Você poderá deixar o local de prova somente após decorrida 1h30min do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE 
QUESTÕES.
ENEM – 1o DIA2
223
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS 
TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção Inglês)
QUESTÃO 01
Leia o poema a seguir.
Clock a Clay
 In the cowslips peeps I lye 
 Hidden from the buzzing fly 
 While green grass beneath me lies 
 Pearled wi’ dew like fishes eyes 
 Here I lye a Clock a clay 
 Waiting for the time o’day
 While grassy forests quake surprise
 And the wild wind sobs and sighs 
 My gold home rocks as like to fall 
 On its pillars green and tall 
 When the pattering rain drives bye
 Clock a Clay keeps warm and dry 
 Day by day and night by night
 All the week I hide from sight
 In the cowslips peeps I lye
 In rain and dew still warm and dry
 Day and night and night and day
 Red black spotted clock a clay
 My home it shakes in wind and showers 
 Pale green pillar top’t wi’ flowers 
 Bending at the wild wind’s breath
 Till I touch the grass beneath 
 Here still I live lone clock a clay 
 Watching for the time of day
John Clare. Disponível em: <theguardian.com>.
No poema “Clock a Clay”, John Clare retrata o mundo pelo pon-
to de vista de uma joaninha, evocando sentimentos bastante 
humanos. Em qual verso isso é mais evidente?
a “While green grass beneath me lies”
b “Here still I live lone clock a clay”
c “My gold home rocks as like to fall”
d “Clock a Clay keeps warm and dry”
e “Pale green pillar top’t wi’ flowers”
QUESTÃO 02
Leia o texto a seguir.
According to the World Health Organization (WHO), over 
1 000 types of pesticides are used globally, with some of the 
most common types being herbicides (49%), fungicides and 
bactericides (27%) and insecticides (19%). In 1990, global 
pesticide consumption was at 3,72 billion lb (1,69 billion kg); 
this figure grew over 57% in the past two decades, reaching 
5,86 billion lb (2,66 billion kg) by 2020.
A UN Environment Programme report forecasts continued 
growth in pesticide use. As the world’s population is expected 
to reach 9,3 billion people by 2050, a 60% increase in the rate of 
food production is required. To sustain this demand, researchers 
believe farmers will need to use even more pesticides. 
According to a study on European farming systems, 
omitting pesticides altogether can lead to a 78% loss of fruit 
production, a 54% decrease in vegetable harvests and a 32% 
loss of cereal yields. But our dependence on pesticides also 
comes at a significant cost to the environment, with research 
showing pesticides may be responsible for the loss of smell in 
honeybees and salmon, and have contaminated water bodies, 
threatening aquatic ecosystems.
Disponível em: <www.bbc.com>.
De acordo com o texto:
a houve um declínio de 54% no uso de pesticidas desde a 
última década, segundo à Organização Mundial da Saúde.
b a dependência de pesticidas é benéfica para o meio am-
biente, aumentando a população de abelhas e salmões.
c é esperado que a população mundial, assim como o uso de 
inseticidas, aumente em 57% até 2050.
d o aumento populacional, bem como da produção de alimen-
tos, implica o aumento do uso de pesticidas no futuro.
e espera-se que a perda na produção de frutas e vegetais 
seja proporcional ao aumento da população mundial.
QUESTÃO 03
Leia o texto a seguir.
There are many treatment options besides pesticides, and 
prevention should always be considered first (as seen at the base 
of the pyramid below). Committing to use Best Management 
Practices (BMPs) is another treatment option. Crops are less 
likely to get pests in the first place if they are pest-resistant 
varieties and are grown under conditions that optimize fertility 
and plant health.
In urban environments, exclusion is key. Using screens and 
caulking goes a long way to keeping pests out. Increasing levels 
of sanitation often plays a big role in preventing pests.
If pesticides are deemed necessary (as seen in the smallest 
part of the pyramid), priority should be given to treatments that 
are highly targeted to the pest organism, and to pesticides that 
are least-toxic to human health and the environment.
cultural/sanitation
prevention
biological
chemical
(pesticide)
physical/mechanical
Disponível em: <www.pesticide.org>.
ENEM – 1o DIA 3
223
Mediante a análise do texto e da pirâmide, é possível afirmar 
que:
a as plantações resistentes a vários tipos de praga são as 
mais propensas a apresentarem alguma doença.
b mediante o aparecimento de pragas e doenças, o controle 
biológico, aquele com insetos, deve ser feito após o controle 
químico.
c o uso de pesticidas deve ser o último recurso empregado 
no controle de pragas e doenças nas produções agrícolas.
d higiene e prevenção são tipos de controle que não se com-
plementam, sendo ideal a adoção de apenas uma das 
medidas.
e o emprego de telas e calafetagem não é uma maneira efi-
ciente de se evitar o aparecimento de pragas nas plantações.
QUESTÃO 04
Leia a tira a seguir.
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08
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I FINALLY WON MY BATTLE
AGAINST THOSE LITTLE
APHIDS THAT CRAWL ALL
OVER MY SQUASH! HOMEMADE PESTICIDE?
SOME KIND OF
CARMEN? DID YOU MAKE UP
WHAT DID YOU DO, TIA
OF
COURSE
NOT!
I JUST STOPPED
PLANTING SQUASH.
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Disponível em: <www.gocomics.com>.
A comicidade da tira se dá, sobretudo:
a na indagação pouco sensata feita pelo rapaz.
b na medida adotada pela mulher para espantar os pulgões.
c no fato de as abóboras da Tia Carmen não terem crescido.
d na reação de espanto do rapaz diante da cena.
e no fato de a horta da mulher ter apenas um tipo de plantação.
QUESTÃO 05
Leia a questão a seguir.
The primary nutrients plants need are nitrogen (N), 
phosphorous (P), and potassium (K) – that’s the N-P-K you see 
on most fertilizer bags. Plants can absorb these nutrients only 
in certain forms, and organic fertilizers must be broken down 
by soil microbes first, a process called mineralization, which 
converts nutrients into forms plants can use.
Conventional fertilizers contain nutrients in a form plants 
can absorb immediately.
In addition, organic fertilizers typically contain nutrients 
in low concentrations. “One of the challenges with organic 
fertilizers is that the nitrogen is often around 3 or 4 percent,” 
says Clint Waltz, PhD, a turfgrass specialist at the University 
of Georgia’s Turfgrass Research and Education Center. “It 
takes a lot more of these products to get the results you want, 
especially on lawns. When you calculate cost, synthetics are 
less expensive and you don’t have to apply as much.”
The mineralization process also takes time and relies on 
environmental conditions such as temperature and moisture 
levels to move it along.
“Organic fertilizers can be effective, but it’s a slower 
process. There’s no soil microbe activity until soil temperatures 
are warmer than 55 degrees. So, for example, your lawn won’t 
get green as quickly in the spring,” says Waltz.
Another consideration is that some organic products 
contain more phosphorus than a lawn can use. Over time, this 
may contribute to excess phosphorous levels, which may lead 
to potential runoff risk to surface and groundwater.
Disponível em: <www.countryliving.com>.
Sobre o processo de mineralização, que ocorre com adubos 
orgânicos, é possível afirmar que:
a é formado apenas por nutrientes primários, como nitrogênio, 
fósforo e potássio.
b é um processo biológico do qual a planta se beneficia ins-
tantaneamente. 
c converte as substâncias absorvidas pelas plantas em nu-
trientes.
d é um processo lento, mas que não acarreta nenhum dano 
ambiental.
e depende de fatores como temperatura e umidade para 
acontecer.
Questões de 01 a 05 (opção Espanhol)
QUESTÃO 01
(Enem)
El eclipse
Cuando Fray Bartolomé Arrazola se sintió perdido aceptó que 
ya nada podría salvarlo. La selva poderosa de Guatemala lo 
había apresado, implacable y definitiva. Ante su ignorancia 
topográfica se sentó con tranquilidad a esperar la muerte. Al 
despertar se encontró rodeado por un grupo de indígenas de 
rostro impasible que se disponía a sacrificarlo ante un altar, 
un altar que a Bartolomé le pareció como el lecho en que 
descansaría, al fin, de sus temores, de su destino, de sí mismo. 
Tres años en el país le habían conferido un mediano dominio 
de las lenguas nativas. Intento algo. Dijo algunas palabras que 
fueron comprendidas. Entonces floreció en él una idea que 
tuvo por digna de su talento y de su cultura universal y de su 
arduo conocimiento de Aristóteles. Recordó que para ese día 
se esperaba un eclipse total de sol. Y dispuso, en lo más íntimo, 
valerse de aquel conocimiento para engañar a sus opresores y 
salvar la vida. – Si me matáis – les dijo – puedo hacer que el sol 
se oscurezca en su altura. Los indígenas lo miraron fijamente 
y Bartolomé sorprendió la incredulidad en sus ojos. Vio que se 
produjo un pequeño consejo, y esperó confiado, no sin cierto 
desdén. Dos horas después el corazón de Fray Bartolomé 
Arrazola chorreaba su sangre vehemente sobre la piedra de 
los sacrificios (brillante bajo la opaca luz de un sol eclipsado), 
ENEM – 1o DIA4
223
mientras uno de los indígenas recitaba sin ninguna inflexión 
de voz, sin prisa, una por una las infinitas fechas en que se 
producirían eclipses solares y lunares, que los astrónomos de la 
comunidad maya habían previsto y anotado en sus códices sin 
la valiosa ayuda de Aristóteles.
Adaptado de A. Monterroso. Obras completas 
y otros cuentos. Bogotá: Norma, 1994.
No texto, confrontam-se duas visões de mundo: a da cultura 
ocidental, representada por Frei Bartolomé Arrazola, e a da mítica 
pré-hispânica, representada pela comunidade indígena maia. 
Segundo a narrativa:
a os catequizadores espanhóis avalizam os saberes produzidos 
pelas comunidades indígenas hispano-americanas.
b os indígenas da comunidade maia mostram-se perplexos 
diante da superioridade do conhecimento aristotélico do 
frei espanhol.
c o catequizador espanhol Arrazola apresenta-se adaptado às 
culturas autóctones, ao promover a interlocução entre os 
conhecimentos aristotélico e indígena.
d o episódio representa, de forma neutra, o significado do 
conhecimento ancestral indígena, quando comparado ao 
conhecimento ocidental.
e os conhecimentos acadêmicos de Arrazola são insuficientes 
para salvá-lo da morte, ante a sabedoria astronômica da 
cultura maia.
QUESTÃO 02
(Enem)
 Yo soy como las gentes que a mi tierra vinieron 
 – soy de la raza mora, vieja amiga del sol –,
 que todo lo ganaron y todo lo perdieron.
 Tengo el alma de nardo dei árabe español.
M. Machado. Disponível em: 
<www.poetasandaluces.com>. 
Acesso em: 22 out. 2015. 
Fragmento.
Nessa estrofe, o poeta e dramaturgo espanhol Manuel Machado 
reflete acerca:
a de sua formação identitária plural.
b da condição nômade de seus antepassados.
c da perda sofrida com o processo de migração.
d da dívida do povo espanhol para com o povo árabe.
e de sua identificação com os elementos da natureza.
QUESTÃO 03
Han bastado tres episodios para que medio mundo se 
haya interesado por la micología. La culpa la tiene la serie de 
HBO The Last of Us, basada en un juego con el mismo nombre, 
y el hongo que en la ficción tiene a la humanidad al borde de 
la extinción, el Cordyceps. Un organismo real que cuenta con 
una capacidad innata para modificar el comportamiento de su 
huésped, mientras lo devora por dentro. Fuera de la ficción 
estos parásitos son utilizados como medicamento, incluso 
se investiga sus beneficios para evitar el rechazo de órganos 
trasplantados.
En la serie de The Last of Us, el hongo Cordyceps 
evoluciona, gracias al cambio climático, y logra adaptarse 
y sobrevivir a los 37 grados centígrados del cuerpo humano, 
mientras que en la actualidad no logra sobrevivir a más de 32. 
“Podría adaptarse, claro. De hecho, ya ha ocurrido en el caso 
del hongo Candida Auris, que recientemente se ha adaptado 
a la temperatura del cuerpo humano”, señala Dieguez. Aunque 
explica que, en este caso, la infección se suele dar en pacientes 
con quemaduras graves o con alguna inmunodepresión 
genética. De hecho, es común en los hospitales que en 
pacientes con este perfil prolifere alguna infección fúngica.
“Tal y como es en la serie, podría darse teóricamente en 
el futuro, pero es un escenario evolutivo que requiere millones 
de años. Los Cordyceps actuales han sido seleccionados en 
un proceso evolutivo de millones de años”, añade el doctor. 
El que suban las temperaturas va a hacer que se seleccionen 
cepas que tengan la habilidad de crecer bajo estas nuevas 
condiciones. Además, el aumento de las temperaturas 
también puede provocar que no exista un cambio tan drástico 
entre la temperatura ambiental y la del cuerpo humano, un 
aspecto que puede presentarse como una ventaja para los 
hongos.
Adaptado de <www.elmundo.es>.
A série The Last of Us cria um cenário catastrófico no qual a 
humanidade é drasticamenteconsumida pelos fungos. De acordo 
com a reportagem, o que podemos afirmar ser realidade e cienti-
ficamente possível?
a O aquecimento global tornará os fungos mais resistentes e 
capazes de destruir todos os seres vivos.
b Mesmo ao longo de milhões de anos, os fungos não conse-
guirão se adaptar às novas temperaturas.
c Os fungos já são usados como remédios, e existem pesqui-
sas para ampliar sua utilização na área da saúde.
d Alguns fungos já são adaptados a temperaturas mais altas 
e acometem a população em geral.
e Cientistas afirmam que a série traça um prognóstico bas-
tante provável dos danos causados pelo aquecimento 
global.
QUESTÃO 04
No segundo quadro da tirinha, a personagem feminina de-
monstra:
a estar feliz com o clima cheio de amor.
b estar insegura pela chuva de corações.
c alívio por estar informada sobre a previsão do tempo.
d estar ansiosa para receber toda a chuva de corações.
e estar desapontada porque está chovendo.
ENEM – 1o DIA 5
223
QUESTÃO 05
Crónica de la Ciudad de México
Medio siglo después del nacimiento de Superman en 
Nueva York, Superbarrio anda por las calles y las azoteas de la 
Ciudad de México. El prestigioso norteamericano de acero, 
símbolo universal del poder, vive en una ciudad llamada 
Metrópoli. Superbarrio, cualunque mexicano de carne y 
hueso, héroe del pobrerío, vive en un suburbio llamado 
Nezahualcóyotl.
Superbarrio tiene barriga y piernas chuecas. Usa máscara 
roja y capa amarilla. No lucha contra momias, fantasmas ni 
vampiros. En una punta de la ciudad enfrenta a la policía y salva 
del desalojo a unos muertos de hambre; en la otra punta, al 
mismo tiempo, encabeza una manifestación por los derechos 
de la mujer o contra el envenenamiento del aire; y en el centro, 
mientras tanto, invade el Congreso Nacional y lanza una arenga 
denunciando las cochinadas del gobierno.
Eduardo Galeano. Libro de los abrazos, 1989.
No texto “Crónica de la Ciudad de México”, o autor Eduardo 
Galeano tem a intenção de: 
a comparar dois heróis destacando suas fragilidades.
b contestar o herói criado pela cultura norte-americana.
c enaltecer o herói mexicano, afirmando que ele tem muito 
mais qualidades que o Super-Homem.
d informar ao leitor que o verdadeiro herói mexicano é o próprio 
povo.
e mostrar a influência da cultura norte-americana na cultura 
mexicana.
QUESTÃO 06
(Enem)
As línguas silenciadas do Brasil
Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa Pataxó, de 
29 anos, precisou estudar os fatores que, por diversas vezes, 
quase provocaram a extinção da língua patxôhã. Mergulhou na 
história do Brasil e descobriu fatos violentos que dispersaram 
os pataxós, forçados a abandonar a própria língua para escapar 
da perseguição. “Os pataxós se espalharam, principalmente, 
depois do Fogo de 1951. Queimaram tudo e expulsaram a gente 
das nossas terras. Isso constrange o nosso povo até hoje”, conta 
Txaywa, estudante da Universidade Federal de Minas Gerais e 
professor na aldeia Barra Velha, região de Porto Seguro (BA). 
Mais de quatro décadas depois, membros da etnia retornaram 
ao antigo local e iniciaram um movimento de recuperação da 
língua patxôhã. Os filhos de Sameary Pataxó já são fluentes – e 
ela, que se mudou quando já era adulta para a aldeia, tenta 
aprender um pouco com eles. “É a nossa identidade. Você 
diz quem você é por meio da sua língua”, afirma a professora 
de Ensino Fundamental sobre a importância de restaurar a 
língua dos pataxós. O patxôhã está entre as línguas indíge-
nas faladas no Brasil: o IBGE estimou 274 línguas no último 
censo. A publicação Povos indígenas no Brasil 2011/2016, do 
Instituto Socioambiental, calcula 160. Antes da chegada dos 
portugueses, elas totalizavam mais de mil.
Adaptado de <https://brasil.elpais.com>. 
Acesso em: 11 jun. 2019.
O movimento de recuperação da língua patxôhã assume um 
caráter identitário peculiar na medida em que: 
a denuncia o processo de perseguição histórica sofrida pelos 
povos indígenas.
b conjuga o ato de resistência étnica à preservação da memória 
cultural. 
c associa a preservação linguística ao campo da pesquisa 
acadêmica.
d estimula o retorno de povos indígenas a suas terras de 
origem.
e aumenta o número de línguas indígenas faladas no Brasil. 
QUESTÃO 07
Um boicote é uma ação para criar obstáculos contra uma 
pessoa ou entidade. A palavra primeiro entrou no dicionário 
inglês como boycott, por fazer referência ao capitão inglês 
Charles C. Boycott (1832-1897).
Boycott era um veterano do Exército britânico cujo trabalho 
era cobrar aluguéis de uma granja no noroeste da Irlanda.
Como parte de um protesto, os granjeiros exigiram uma 
redução no preço. Mas Boycott rejeitou as demandas e desa-
lojou alguns inquilinos.
A Liga da Terra Irlandesa, organização política do fim do 
século 19 que buscava ajudar os locatários pobres, pediu a seus 
associados que não atacassem Boycott, e sim se recusassem 
a negociar com ele.
E essa forma de protesto deu resultado, já que Boycott não 
conseguiu que os granjeiros fizessem a colheita daquele ano. 
E, ao fim de 1880, os jornais do Reino Unido começaram a usar 
a palavra para se referir a essa tática.
Disponível em: <www.bbc.com>. 
A palavra “tática”, que encerra o texto, pode ser substituída, 
sem perda de sentido, por:
a “boicote”
b “negociação”
c “manobra”
d “colheita”
e “redução”
QUESTÃO 08
(Enem) São vários os fatores, internos e externos, que in-
fluenciam os hábitos das pessoas no acesso à internet, assim 
como nas práticas culturais realizadas na rede. A utilização das 
tecnologias de informação e comunicação está diretamente 
relacionada aos aspectos como: conhecimento de seu uso, 
acesso à linguagem letrada, nível de instrução, escolaridade, 
letramento digital, etc. Os que detêm tais recursos (os mais 
escolarizados) são os que mais acessam a rede e também os 
que possuem maior índice de acumulatividade das práticas. 
A análise dos dados nos possibilita dizer que a falta de acesso à 
rede repete as mesmas adversidades e exclusões já verificadas 
na sociedade brasileira no que se refere a analfabetos, menos 
escolarizados, negros, população indígena e desempregados. 
Isso significa dizer que a internet, se não produz diretamente a 
exclusão, certamente a reproduz, tendo em vista que os que 
mais a acessam são justamente os mais jovens, escolarizados, 
remunerados, trabalhadores qualificados, homens e brancos.
Adaptado de F. A. B. Silva et al. As tecnologias digitais 
e seus usos. Brasília; Rio de Janeiro: Ipea, 2019.
ENEM – 1o DIA6
223
Ao analisarem a correlação entre os hábitos e o perfil socioeco-
nômico dos usuários da internet no Brasil, os pesquisadores:
a apontam o desenvolvimento econômico como solução para 
ampliar o uso da rede.
b questionam a crença de que o acesso à informação é igua-
litário e democrático.
c afirmam que o uso comercial da rede é a causa da exclusão 
de minorias.
d refutam o vínculo entre níveis de escolaridade e dificuldade 
de acesso.
e condicionam a expansão da rede à elaboração de políticas 
inclusivas.
QUESTÃO 09
Na Sociologia e na Literatura, o brasileiro foi por vezes tratado 
como cordial e hospitaleiro, mas não é isso o que acontece nas 
redes sociais: a democracia racial apregoada por Gilberto Freyre 
passa ao largo do que acontece diariamente nas comunidades 
virtuais do país. Levantamento inédito realizado pelo projeto 
Comunica que Muda [...] mostra em números a intolerância do 
internauta tupiniquim. Entre abril e junho, um algoritmo vascu-
lhou plataformas [...] atrás de mensagens e textos sobre temas 
sensíveis, como racismo, posicionamento político e homofobia. 
Notou-se ampla abordagem negativa, de exposição de precon-
ceito e de discriminação.
Adaptado de <https://oglobo.globo.com>. 
Acesso em: 06 dez. 2017.
O argumento do texto faz um paralelo entre:
a racismo e homofobia.
b mundo digital e social.
c política e homofobia.
d comunidade e intolerância.
e preconceito e discriminação.
QUESTÃO10
(Enem) Ciente de que, no campo da criação, as inovações 
tecnológicas abrem amplo leque de possibilidades – ao permitir, 
e mesmo estimular, que o artista explore a fundo, em seu pro-
cesso criativo, questões como a aleatoriedade, o acaso, a não 
linearidade e a hipermídia –, Leo Cunha comenta que, no que 
tange ao campo da divulgação, as alternativas são ainda mais 
evidentes: “Afinal, é imensa a capacidade de reprodução, mul-
tiplicação e compartilhamento das obras artísticas/culturais. Ao 
mesmo tempo, ganham dimensão os dilemas envolvidos com 
a questão da autoria, dos direitos autorais, da reprodução e inter-
venção não autorizadas, entre outras questões”. Já segundo a 
professora Yacy-Ara Froner, o uso de ferramentas tecnológicas 
não pode ser visto como um fim em si mesmo. Isso porque 
computadores, samplers, programas de imersão, internet e 
intranet, vídeo, televisão, rádio, GPD, etc. são apenas suportes 
com os quais os artistas exercem sua imaginação.
Adaptado de M. G. Silva Jr. “Movidas pela dúvida”. 
Minas faz Ciências, n. 52, dez-fev./2013.
Segundo os autores citados no texto, a expansão de possibili-
dades no campo das manifestações artísticas promovida pela 
internet pode pôr em risco o (a):
a sucesso dos artistas.
b valorização dos suportes.
c proteção da produção estética.
d modo de distribuição de obras.
e compartilhamento das obras artísticas.
QUESTÃO 11
A VIDA É UM
MISTÉRIO!
HOJE ESTAMOS AQUI,
MAS... ATÉ QUANDO?
A GENTE NUNCA
SABE QUANDO SERÁ
A ÚLTIMA TIRINHA...
A
le
xa
nd
re
 B
ec
k 
29
56
/1
8
Disponível em: <www.cientistaqueviroumae.com.br>.
Pode-se afirmar que o sentido da tirinha se fundamenta na função 
da linguagem que:
a foca a mensagem no receptor.
b objetiva estabelecer a comunicação.
c visa transmitir informações.
d se preocupa com a mensagem emitida.
e refere à própria linguagem em uso.
QUESTÃO 12
(Enem)
TEXTO I
El Greco, Laocoonte. Circa 1610-1614. Óleo sobre tela. 137,5 # 172,5. 
Estados Unidos: Washington, National Gallery of Art.
Adaptado de <https://images.nga.gov>. 
Acesso em: 28 jun. 2019.
TEXTO II
Essa impressionante obra apresenta o sacerdote Laocoonte sendo 
punido pelos deuses por tentar alertar os troianos da ameaça 
do Cavalo de Troia, que escondia um grupo de soldados gregos. 
Enviadas pelos deuses, serpentes marinhas são vistas matando 
Laocoonte e seus dois filhos como forma de punição.
Adaptado de A. Kay. In: S. Farthing (Org.). Tudo sobre arte. 
Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
ENEM – 1o DIA 7
223
Produzida no início do século XVII, a obra maneirista distingue-se 
pela:
a representação da nudez masculina. 
b distorção ao representar a figura humana. 
c evocação de um fato da cultura clássica grega. 
d presença do tema da morte como punição da família.
e utilização da perspectiva para integrar os diferentes planos.
QUESTÃO 13
É bom que um homem vez por outra deixe o litoral misterioso 
e grande, querendo contemplar uma lagoa. O mar, este é terrível e 
resiste à nossa sede com seu sal profundo. Sim, são belas as 
palavras do mar: hipocampo, sargaço, calmaria. Oceanus! No 
entanto, uma lagoa, muda e fechada, compreende as nossas 
pequeninas tristezas, desventuras. Nenhum poeta poderia ser 
tonto a tal ponto de escrever ao lago uma epopeia. Nele posso 
esquecer apenas meus naufrágios.
Adaptado de Paulo Mendes Campos, “Hoje conto um caso...”. 
Disponível em: <https://cronicabrasileira.org.br>. 
A impossibilidade de se escrever uma epopeia, segundo o texto, 
deriva da ideia de:
a importância
b contemplação
c extensão
d resistência
e profundidade
QUESTÃO 14
Poética 
 conciso? com siso 
 prolixo? pro lixo
José Paulo Paes. Poesia completa. 
Companhia das Letras. p. 250. 
Um dos possíveis sentidos para o título do poema acima seria 
a (o): 
a indicação do alto teor lírico da peça.
b negação peremptória de modelos anteriores.
c alinhamento com a poesia concreta.
d sugestão de certas formas de escrita.
e inadequação do uso de neologismos.
QUESTÃO 15
(Enem) 
Esaú e Jacó
Bárbara entrou, enquanto o pai pegou da viola e passou ao 
patamar de pedra, à porta da esquerda. Era uma criaturinha leve 
e breve, saia bordada, chinelinha no pé. Não se lhe podia negar 
um corpo airoso. Os cabelos, apanhados no alto da cabeça por 
um pedaço de fita enxovalhada, faziam-lhe um solidéu natural, 
cuja borla era suprida por um raminho de arruda. Já vai nisto 
um pouco de sacerdotisa. O mistério estava nos olhos. Estes 
eram opacos, não sempre nem tanto que não fossem também 
lúcidos e agudos, e neste último estado eram igualmente com-
pridos; tão compridos e tão agudos que entravam pela gente 
abaixo, revolviam o coração e tornavam cá fora, prontos para 
nova entrada e outro revolvimento. Não te minto dizendo que 
as duas sentiram tal ou qual fascinação. Bárbara interrogou-as; 
Natividade disse ao que vinha e entregou-lhe os retratos dos 
filhos e os cabelos cortados, por lhe haverem dito que bastava.
– Basta, confirmou Bárbara. Os meninos são seus filhos?
– São.
M. Assis. Obra completa. Rio de Janeiro: 
Nova Aguilar, 1994.
No relato da visita de duas mulheres ricas a uma vidente no 
Morro do Castelo, a ironia – um dos traços mais representa-
tivos da narrativa machadiana – consiste no: 
a modo de vestir dos moradores do morro carioca. 
b senso prático em relação às oportunidades de renda. 
c mistério que cerca as clientes de práticas de vidência. 
d misto de singeleza e astúcia dos gestos da personagem. 
e interesse do narrador pelas figuras femininas ambíguas. 
QUESTÃO 16
Disponível em: <http://humbertodealmeida.com.br>.
O sentido da tirinha é construído a partir de determinado con-
texto social permeado pela(s): 
a mudanças em relação às leis de trânsito.
b transformação da consciência da juventude.
c revisão dos efeitos do álcool no corpo humano.
d alteração comportamental dos jovens atuais.
e compreensão de hábitos mais saudáveis.
QUESTÃO 17
(Enem) 
Notas 
Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos portais, um 
homem que veio vestir o cadáver, outro que tomou a medida do 
caixão, caixão, essa, tocheiros, convites, convidados que entra-
vam, lentamente, a passo surdo, e apertavam a mão à família, 
alguns tristes, todos sérios e calados, padre e sacristão, rezas, 
aspersões d’água benta, o fechar do caixão, a prego e martelo, 
seis pessoas que o tomam da essa, e o levantam, e o descem 
a custo pela escada, não obstante os gritos, soluços e novas 
lágrimas da família, e vão até o coche fúnebre, e o colocam em 
cima e traspassam e apertam as correias, o rodar do coche, o 
rodar dos carros, um a um... Isto que parece um simples inventário 
eram notas que eu havia tomado para um capítulo triste e vulgar 
que não escrevo.
M. Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. 
Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 25 jul. 2022.
ENEM – 1o DIA8
223
O recurso linguístico que permite a Machado de Assis con-
siderar um capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas 
como inventário é a: 
a enumeração de objetos e fatos. 
b predominância de linguagem objetiva.
c ocorrência de período longo no trecho.
d combinação de verbos no presente e no pretérito.
e presença de léxico do campo semântico de funerais.
QUESTÃO 18
Hoje, portanto, se conhecem pelo menos três das cartas 
escritas pelos membros daquela viagem: A Carta de Caminha, 
a do Mestre João e a do Piloto Anônimo. 
A Carta do Mestre João é bastante breve e se interessa 
mais em detalhes náuticos como descrever o trajeto da via-
gem e a posição das estrelas. A Relação do Piloto Anônimo 
se assemelha à Carta de Caminha ao descrever os índios, 
seus apetrechos, hábitos e aparência, mas faz isto de maneira 
mais concisa. 
Na verdade, apesar de menor, esta carta abrange um con-
teúdo mais completo do que a Carta de Caminha, pois descreve 
melhor a viagem de Portugal até o Brasil bem como a viagem de 
volta, inclusive mencionando o avistamento de um cometa no 
dia 12 de maio, hoje conhecidocomo “Cometa Cabral”. 
Este Piloto Anônimo relata a realização da primeira mis-
sa, mas não com o mesmo fervor de Caminha que demons-
tra enfaticamente o desejo de ver os índios convertidos ao 
catolicismo.
Carlos Scopelly. Literatura brasileira: Quinhentismo.
Sobre as características do gênero do texto acima, pode-se 
afirmar que:
a retomam recursos estilísticos do século XVI.
b visam preponderantemente expor fatos novos.
c buscam propagandear a gênese da escrita no Brasil.
d cuidam em explicar didaticamente determinado período.
e visam, por meio de uma linguagem colorida, comover o leitor.
QUESTÃO 19
(Enem) 
Ser cronista
Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no 
assunto.
Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de um 
estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever 
para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos.
E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, 
ia me tornando pessoal demais, correndo o risco de em breve 
publicar minha vida passada e presente, o que não pretendo. 
Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para 
jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, 
e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, 
para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. 
Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que 
fossem mudanças mais profundas e interiores que não viessem 
a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isso é uma coluna 
ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? 
Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos 
meus livros quero profundamente a comunicação profunda 
comigo e com o leitor. Aqui no Jornal apenas falo com o leitor 
e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não 
estou contente.
C. Lispector. In: A descoberta do mundo. 
Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
No texto, ao refletir sobre a atividade de cronista, a autora 
questiona características do gênero crônica, como: 
a relação distanciada entre os interlocutores. 
b articulação de vários núcleos narrativos. 
c brevidade no tratamento da temática. 
d descrição minuciosa dos personagens. 
e público leitor exclusivo. 
QUESTÃO 20
(Enem)
TEXTO I
AQUELES QUE
PENSAM QUE
NÃO TÊM TEMPO
PARA FAZER
EXERCÍCIO, MAIS
CEDO OU MAIS
TARDE SERÃO
OBRIGADOS A
TER TEMPO PARA
AS DOENÇAS.
Adaptado de <http://revistaiiqb.usac.edu.gt>. 
Acesso em: 25 abr. 2018.
TEXTO II
Imaginemos um cidadão, residente na periferia de um grande 
centro urbano, que diariamente acorda às 5 h para trabalhar, en-
frenta em média 2 horas de transporte público, em geral lotado, 
para chegar às 8 h ao trabalho. Termina o expediente às 17 h e 
chega em casa às 19 h para, aí sim, cuidar dos afazeres domés-
ticos, dos filhos, etc. Como dizer a essa pessoa que ela deve 
praticar exercícios, pois é importante para sua saúde? Como ela 
irá entender a mensagem da importância do exercício físico? 
A probabilidade de essa pessoa praticar exercícios regular-
mente é significativamente menor que a de pessoas da classe 
média/alta que vivem outra realidade. Nesse caso, a abordagem 
individual do problema tende a fazer com que a pessoa se sinta 
impotente em não conseguir praticar exercícios e, consequen-
temente, culpada pelo fato de ser ou estar sedentária.
Adaptado de M. S. Ferreira. Aptidão física e saúde na educação 
física escolar : ampliando o enfoque. RBCE, n. 2, jan./2001. 
ENEM – 1o DIA 9
223
O segundo texto, que propõe uma reflexão sobre o primeiro 
acerca do impacto de mudanças de estilo de vida na saúde, 
apresenta uma visão:
a medicalizada, que relaciona a prática de exercícios físicos 
por qualquer indivíduo à promoção da saúde.
b ampliada, que considera aspectos sociais intervenientes na 
prática de exercícios no cotidiano.
c crítica, que associa a interferência das tarefas de casa ao 
sedentarismo do indivíduo.
d focalizada, que atribui ao indivíduo a responsabilidade pela 
prevenção de doenças.
e geracional, que preconiza a representação do culto à jovia-
lidade.
QUESTÃO 21
Retirada da laguna 
 Para os indefesos, a enorme 
 facilidade de morrer 
 é o atestado de inocência 
 muitas vezes apresentado. 
 Quando lutarão os que baixam 
 a cabeça e pedem passagem? 
 os que se escondem quando a luz
 de uma lanterna se aproxima? 
 Foram eles que me ensinaram 
 a viver nesta sombra, a ler 
 no longínquo susto dos pássaros 
 a minha próxima aflição. 
 Mas não os acompanharei 
 na retirada até o fim: ficarei aqui,
 com meus mortos, 
 para logo ser alcançado.
Alberto da Cunha Melo. Poesia completa. 
Record. p. 188.
O poema acima trata, entre outros pontos, da percepção do 
sujeito poético com relação à:
a permanência
b desistência
c vingança
d alucinação
e revelação
QUESTÃO 22
(Enem) Vanda vinha do interior de Minas Gerais e de 
dentro de um livro de Charles Dickens. Sem dinheiro para criá-
-la, sua mãe a dera, com seus sete anos, a uma conhecida. Ao 
recebê-la, a mulher perguntou o que a garotinha gostava de 
comer. Anotou tudo num papel. Mal a mãe virou as costas, 
no entanto, a fulana amassou a lista e, como uma vilã de 
folhetim, decretou: “A partir de hoje, você não vai mais nem 
sentir o cheiro dessas comidas!”.
Vanda trabalhou lá até os quinze anos, quando recebeu 
a carta de uma prima com uma nota de cem cruzeiros, saiu 
de casa com a roupa do corpo e fugiu num ônibus para São 
Paulo.
Todas as vezes que eu e minha irmã a importunávamos 
com nossas demandas de criança mimada, ela nos contava 
histórias da infância de gata-borralheira, fazia-nos apertar seu 
nariz quebrado por uma das filhas da “patroa” com um rolo de 
amassar pão e nos expulsava da cozinha: “Sai pra lá, peste, e me 
deixa acabar essa janta”.
Adaptado de A. Prata. Nu de botas. 
São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
Pela ótica do narrador, a trajetória da empregada de sua casa 
assume um efeito expressivo decorrente da: 
a citação a referências literárias tradicionais. 
b alusão à inocência das crianças da época. 
c estratégia de questionar a bondade humana. 
d descrição detalhada das pessoas do interior. 
e representação anedótica de atos de violência. 
QUESTÃO 23
Décio Pignatari. Organismo. 1960. Off-set sobre papel. 
Coleção Museu de Arte Contemporânea 
da Universidade de São Paulo.
O poema acima, de autoria de Décio Pignatari, é um exemplo 
do Concretismo brasileiro, movimento que primava pela(o):
a manutenção do verso linear e das rimas.
b aproveitamento do espaço da página.
c retomada de uma visão lírica e amorosa.
d incorporação de referências eróticas.
e negação de recursos visuais e sonoros.
QUESTÃO 24
(Enem) A senhora manifestava-se por atos, por gestos, e 
sobretudo por um certo silêncio, que amargava, que esfolava. 
Porém desmoralizar escancaradamente o marido, não era com 
ela. [...]
As negras receberam ordem para meter no serviço a gente 
do tal compadre Silveira: as cunhadas, ao fuso; os cunhados, ao 
campo, tratar do gado com os vaqueiros; a mulher e as irmãs, 
ENEM – 1o DIA10
223
que se ocupassem da ninhada. Margarida não tivera filhos, e 
como os desejasse com a força de suas vontades, tratava sempre 
bem aos pequenitos e às mães que os estavam criando. Não era 
isso uma sentimentalidade cristã, uma ternura, era o egoísta e 
cru instinto da maternidade, obrando por mera simpatia carnal. 
Quanto ao pai do lote (referia-se ao Antônio), esse que fosse 
ajudar ao vaqueiro das bestas.
Ordens dadas, o Quinquim referendava. Cada um moralizava 
o outro, para moralizar-se.
M. O. Paiva. Dona Guidinha do poço. 
Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.
No trecho do romance naturalista, a forma como o narrador julga 
comportamentos e emoções das personagens femininas revela 
influência do pensamento: 
a capitalista, marcado pela distribuição funcional do trabalho. 
b liberal, buscando a igualdade entre pessoas escravizadas e 
livres.c científico, considerando o ser humano como um fenômeno 
biológico.
d religioso, fundamentado na fé e na aceitação dos dogmas 
do cristianismo.
e afetivo, manifesto na determinação de acolher familiares e 
no respeito mútuo.
QUESTÃO 25
PSIU!
FALA BAIXO!
TEM UM
DOENTE EM
CASA! NÃO
SEU PAI
ESTÁ
DOENTE?
ENTÃO É
SUA MÃE?
TAMBÉM
NÃO
MAFALDA/Quino
Disponível em: <https://oglobo.globo.com>. 
Acesso em: 21 fev. 2023.
Da tirinha pode-se depreender uma crítica:
a direta ao controle sobre as crianças.
b ampla sobre o estado das coisas no mundo.
c que relativiza as doenças existentes.
d sobre a autoridade dos pais.
e ao tratamento nos hospitais.
QUESTÃO 26
(Enem) 
Palavra
As gramáticas classificam as palavras em substantivo, 
adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, arti-
go e preposição. Os poetas classificam as palavras pela alma 
porque gostam de brincar com elas, e para brincar com elas é 
preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra que defi-
ne, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e 
o significado para dizer o que quer, dar sentimento às coisas, 
fazer sentido. A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. 
A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo 
queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra 
“palavra” diz. O que quer. 
E nunca desdiz depois. As palavras têm corpo e alma, mas 
são diferentes das pessoas em vários pontos. As palavras 
dizem o que querem, está dito, e pronto.
Adaptado de A. Falcão. Pequeno dicionário de palavras 
ao vento. São Paulo: Salamandra, 2013.
Esse texto, que simula um verbete para a palavra “palavra”, 
constitui-se como um poema porque: 
a tematiza o fazer poético, como em “Os poetas classificam 
as palavras pela alma”.
b utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As pala-
vras têm corpo e alma”.
c valoriza a gramática da língua, como em “substantivo, adje-
tivo, verbo, advérbio, conjunção”.
d estabelece comparações, como em “As palavras têm corpo 
e alma, mas são diferentes das pessoas”.
e apresenta informações pertinentes acerca do conceito 
de “palavras”, como em “As gramáticas classificam as 
palavras”.
QUESTÃO 27
 Alô, aqui quem fala é Geni
 Eu tô ligando de um orelhão
 Eu tenho uma denúncia
 E, eu sou baiana
 Mas acontece que ele não é
 Ontem ele me beijou
 E me deixou marcas
 Mas não eram de batom
 Não eram de batom
N. Oliveira. Disponível em: 
<www.vagalume.com.br>.
No trecho acima, da música intitulada “Disk Denúncia”, pode-se 
notar: 
a a demarcação da violência contra a mulher.
b o preconceito contra os migrantes.
c o empoderamento feminino, simbolizado pelo “batom”.
d uma relação amorosa intensa, que fere a alma.
e a diferença de classes sociais entre os envolvidos.
ENEM – 1o DIA 11
223
QUESTÃO 28
(Enem)
O bebê de tarlatana rosa
– [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da 
depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele e todos 
os maus instintos fustigados. De resto a cidade inteira estava 
assim. É o momento em que por trás das máscaras as meninas 
confessam paixões aos rapazes, é o instante em que as liga-
ções mais secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia 
e todos nós a achamos inútil, a honra uma caceteação, o bom 
senso uma fadiga. Nesse momento tudo é possível, os maiores 
absurdos, os maiores crimes; nesse momento há um riso que 
galvaniza os sentidos e o beijo se desata naturalmente.
Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, 
quase mórbida. Nada de raparigas do galarim perfumadas e por 
demais conhecidas, nada do contato familiar, mas o deboche 
anônimo, o deboche ritual de chegar, pegar, acabar, continuar. 
Era ignóbil. Felizmente muita gente sofre do mesmo mal no 
carnaval.
J. Rio. Dentro da noite. São Paulo: Antíqua, 2002.
No texto, o personagem vincula ao carnaval atitudes e reações 
coletivas diante das quais expressa: 
a consagração da alegria do povo. 
b atração e asco perante atitudes libertinas. 
c espanto com a quantidade de foliões nas ruas. 
d intenção de confraternizar com desconhecidos. 
e reconhecimento da festa como manifestação cultural. 
QUESTÃO 29
O Jô sabe que inteligência e elegância caminham juntos.
Um novo conceito em roupas com manequim acima de 50
que surge para inovar o vestuário masculino com tecidos
leves e elegantes, garante um visual moderno e sofisticado.
Você admirado com estilo. CHESS.
Disponível em: <www.flickr.com>. 
Acesso em: 18 fev. 2023.
Nessa campanha publicitária, a principal estratégia para con-
vencer o leitor é:
a o uso de um modelo já consagrado, que tem amplo sucesso 
midiático.
b a associação com o xadrez, que reivindica a elegância típica 
de um rei.
c o slogan “Cabeça, corpo e estilo”, que denota a intenção 
do viés físico da marca.
d o uso da peça de xadrez como paradigma do belicismo do 
mundo moderno.
e relacionar a marca a um esporte que demanda o uso da 
mente, visto como um traço de inteligência.
QUESTÃO 30
(Enem) 
A escrava
– Admira-me –, disse uma senhora de sentimentos since-
ramente abolicionistas –; faz-me até pasmar como se possa 
sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente sé-
culo, no século dezenove! A moral religiosa e a moral cívica aí 
se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envenena 
a família no mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a 
nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em 
torno da sociedade, e dizei-me:
– Para que se deu em sacrifício, o Homem Deus, que ali 
exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não era verdade que 
seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira 
abominável ter esse sangue comprado a liberdade!? E depois, 
olhai a sociedade... Não vedes o abutre que a corrói constante-
mente!... Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro 
que a destrói?
Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e 
sempre será um grande mal. Dela a decadência do comércio; 
porque o comércio e a lavoura caminham de mãos dadas, e o 
escravo não pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho 
é forçado.
M. F. Reis. Úrsula e outras obras. Brasília: 
Câmara dos Deputados, 2018.
Inscrito na estética romântica da literatura brasileira, o conto 
descortina aspectos da realidade nacional no século XIX ao: 
a revelar a imposição de crenças religiosas a pessoas escra-
vizadas.
b apontar a hipocrisia do discurso conservador na defesa da 
escravidão.
c sugerir práticas de violência física e moral em nome do 
progresso material.
d relacionar o declínio da produção agrícola e comercial a 
questões raciais.
e ironizar o comportamento dos proprietários de terra na 
exploração do trabalho.
QUESTÃO 31
TEXTO I
Muitos poetas há que só sobrevivem ainda (e sem dúvida 
sobreviverão para sempre) porque alguns dos seus poemas 
foram musicados por um grande compositor. [...]
Não alimento nenhum desejo de imortalidade. O meu 
poema “A morte absoluta” não foi sincero apenas na hora 
que o escrevi, o que é afinal a única sinceridade que se deva 
exigir de uma obra de arte. Posso dizer na mais inteira tran-
quilidade que pouco se me dá de, quando morrer, morrer 
completamente e para sempre na minha cerne e na minha 
poesia. No entanto, já não será possível para alguns de meus 
versos aquela serena paz da morte absoluta, e até estou cer-
to de que eles chegarão bem longe na posteridade, não por 
virtude própria, mas porque, a exemplo dos poemas alemães 
musicados por Schubert, ganharam indefinida ressonância como 
textos de deliciosos lieder) de Villa-Lobos, de Mignone, de 
Camargo Guarnieri, de Lorenzo Fernandez, de Jaime Ovalle, 
de Radamés Gnattali…
M. Bandeira. Itinerário de Pasárgada. 
São Paulo: Global, 2012. 
()) lieder: canção.
ENEM – 1o DIA12
223
TEXTO II
A Morte Absoluta
Morrer. 
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.
[...]
Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhumcoração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.
Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: “Quem foi?...”
Morrer mais completamente ainda,
– Sem deixar sequer esse nome.
M. Bandeira. Disponível em: 
<www.casadobruxo.com.br>.
Pode-se afirmar que o texto I vê a morte de forma semelhante 
à do texto II na medida em que:
a rejeita qualquer sentimentalismo sobre a morte.
b valoriza a música em relação ao verso escrito.
c intensifica o desejo de libertação carnal.
d ratifica o desejo pelo desaparecimento.
e impõe o distanciamento pretendido pelo poema.
QUESTÃO 32
(Enem) Mas seu olhar verde, inconfundível, impressionante, 
iluminava com sua luz misteriosa as sombrias arcadas superci-
liares, que pareciam queimadas por ela, dizia logo a sua origem 
cruzada e decantada através das misérias e dos orgulhos de 
homens de aventura, contadores de histórias fantásticas, e de 
mulheres caladas e sofredoras, que acompanhavam os maridos 
e amantes através das matas intermináveis, expostas às febres, 
às feras, às cobras do sertão indecifrável, ameaçador e sem fim, 
que elas percorriam com a ambição única de um “pouso” onde 
pudessem viver, por alguns dias, a vida ilusória de família e de 
lar, sempre no encalço dos homens, enfebrados pela procura 
do ouro e do diamante.
C. Penna. Fronteira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.
Ao descrever os olhos de Maria Santa, o narrador estabelece 
correlações que refletem a: 
a caracterização da personagem como mestiça.
b construção do enredo de conquistas da família.
c relação conflituosa das mulheres e seus maridos.
d nostalgia do desejo de viver como os antepassados.
e marca de antigos sofrimentos no fluxo de consciência.
QUESTÃO 33
A obra mais famosa do escritor colombiano Gabriel García 
Márquez, Cem anos de solidão, será adaptada em formato de 
série de TV pela Netflix. [...] Será a primeira vez que o clássi-
co literário, lançado em 1967, vai ser transportado para a tela. 
Segundo o filho do novelista, Rodrigo García, não foi por falta 
de tentativas anteriores que Cem Anos de Solidão nunca foi 
adaptado. 
García diz que seu pai receava que sua obra não seria bem 
traduzida para um único filme, ou mesmo dois. O novelista ainda 
exigia que a adaptação fosse feita na língua espanhola, de forma 
que várias propostas de Hollywood foram rejeitadas. “Nos últimos 
três ou quatro anos, o nível de prestígio e sucesso das séries e 
minisséries cresceu muito”, comentou García. “A Netflix esteve 
entre as primeiras a provarem que as pessoas estão dispostas a 
assistir séries produzidas em línguas estrangeiras, com legendas”. 
[...]
Contratações de roteiristas, diretores e atores ainda não 
foram feitas, mas o vice-presidente de originais em espanhol da 
Netflix, Francisco Ramos, garante que a série será feita pelos 
“maiores talentos da dramaturgia latino-americana”.
Disponível em: <https://cem-anos-de-solidao-de-gabriel- 
garcia-marquez-vai-virar-serie-na-netflix.htm>. 
Os gêneros textuais podem ser caracterizados, entre outros 
fatores, por suas finalidades. O fragmento anterior é uma:
a sinopse, pois enumera dados específicos da obra.
b entrevista, pois questiona o futuro diretor da série.
c notícia, pois visa informar o leitor sobre a série.
d resenha, pois delimita a visão crítica do escritor do texto.
e crônica, pois trata de um assunto cotidiano de forma especial.
QUESTÃO 34
(Enem) Ela era linda. Gostava de dançar, fazia teatro em 
São Paulo e sonhava ser atriz em Hollywood. Tinha 13 anos 
quando ganhou uma câmera de vídeo – e uma irmã. As duas 
se tornaram suas companheiras de experimentações. Adoles-
cente, Elena vivia a criar filminhos e se empenhava em dirigir 
a pequena Petra nas cenas que inventava. Era exigente com a 
irmã. E acreditava no potencial da menina para satisfazer seus 
arroubos de diretora precoce. Por cinco anos, integrou algumas 
das melhores companhias paulistanas de teatro e participou de 
preleções para filmes e trabalhos na TV. Nunca foi chamada. 
No início de 1990, Elena tinha 20 anos quando se mudou para 
Nova York para cursar artes cênicas e batalhar uma chance no 
mercado americano. Deslocada, ansiosa, frustrada após alguns 
testes de elenco malsucedidos, decepcionada com a ausência 
de reconhecimento e vitimada por uma depressão que se 
agravava com a falta de perspectivas, Elena pôs fim à vida 
no segundo semestre. Petra tinha 7 anos. Vinte anos depois, 
é ela, a irmã caçula, que volta a Nova York para percorrer os 
últimos passos da irmã, vasculhar seus arquivos e transformar 
suas memórias em imagem e poesia.
Elena é um filme sobre a irmã que parte e sobre a irmã que 
fica. É um filme sobre a busca, a perda, a saudade, mas também 
sobre o encontro, o legado, a memória. Um filme sobre a Elena 
de Petra e sobre a Petra de Elena, sobre o que ficou de uma na 
outra e, essencialmente, um filme sobre a delicadeza.
Adaptado de C. Vanuchi. Época, 19 out. 2012.
O texto é exemplar de um gênero discursivo que cumpre a função 
social de: 
a narrar, por meio de imagem e poesia, cenas da vida das 
irmãs Petra e Elena.
b descrever, por meio das memórias de Petra, a separação 
de duas irmãs.
c sintetizar, por meio das principais cenas do filme, a história 
de Elena.
d lançar, por meio da história de vida do autor, um filme auto-
biográfico.
e avaliar, por meio de análise crítica, o filme em referência.
ENEM – 1o DIA 13
223
QUESTÃO 35
Sobre vaidade
Há tempos, contei o caso do ministro que foi, pela primeira vez, 
à televisão. A família tremeu em cima dos sapatos. E não sei 
se a própria mulher, uma tia, ou uma cunhada, deu a suges-
tão espavorida: – “Toma banho! Toma banho!” E porque não 
lhe ocorrera a ideia do banho, o ministro julgou-se um vencido. 
Imediatamente, a esposa se arremessou. Podia ser banho de 
chuveiro. Mas, como ele ia falar na TV, a santa senhora achou 
que devia ser banho de imersão.
Nelson Rodrigues. A cabra vadia. 
Nova Fronteira. p. 447. 
Sobre a linguagem do excerto da crônica acima, pode-se afirmar 
que:
a utiliza, praticamente de forma exclusiva, linguagem erudita.
b usa termos de linguagem técnica ao lado da variante formal.
c rejeita o uso de expressões coloquiais e metafóricas.
d mescla linguagem padrão e expressões metafóricas.
e emprega linguagem acadêmica com termos típicos da va-
riante.
QUESTÃO 36
(Enem) 
Papos
– Me disseram...
– Disseram-me.
– Hein?
– O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
– Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
– O quê?
– Digo-te que você...
– O “te” e o “você” não combinam.
– Lhe digo?
– Também não. O que você ia me dizer?
– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. [...]
– Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo 
como bem entender. Mais uma correção e eu...
– O quê?
– O mato.
– Que mato?
– Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu 
bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no lugar certo é 
elitismo!
– Se você prefere falar errado...
– Falo como todo mundo fala. O importante é me enten-
derem. Ou entenderem-me?
Adaptado de L. F. Verissimo. Comédias para se ler na escola. 
Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um dos 
personagens torna-se inadequado em razão da(o): 
a falta de compreensão causada pelo choque entre gerações. 
b contexto de comunicação em que a conversa se dá.
c grau de polidez distinto entre os interlocutores. 
d diferença de escolaridade entre os falantes.
e nível social dos participantes da situação.
QUESTÃO 37
Advertência 
 Reverso
 do divertimento 
 de extenso verbo
 para o cliente
Henriqueta Lisboa. Poesia (Obra completa). 
Editora Peirópolis. p. 594.
O sentido do poema acima, em relação à palavra-título, dialoga 
com a ideia de:
a preocupação
b galhardia
c zombaria
d alienação
e observação
QUESTÃO 38
(Enem) Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de 
cemitérios antigos – esqueletos redivivos, com o aspecto terroso 
e ofedor das covas podres.
Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de 
tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de quem leva 
as pernas, em vez de ser levado por elas.
Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer 
voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde 
iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, 
em descaminhos, no arrastão dos maus fados.
Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo.
Adelgaçados na magreira cômica, cresciam, como se o 
vento os levantasse. E os braços afinados desciam-lhes aos 
joelhos, de mãos abanando. 
Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos – de ascite consecu-
tiva à alimentação tóxica – com os fardos das barrigas alarmantes.
Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhuma. 
Eram os retirantes. Nada mais.
J. A. Almeida. A bagaceira. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.
Os recursos composicionais que inserem a obra no chamado 
“Romance de 30” da literatura brasileira manifestam-se aqui 
no(a): 
a desenho cru da realidade dramática dos retirantes. 
b indefinição dos espaços para efeito de generalização.
c análise psicológica da reação dos personagens à seca.
d engajamento político do narrador ante as desigualdades. 
e contemplação lírica da paisagem transformada em alegoria.
QUESTÃO 39
Ferreira Alves & Cia. vai para o céu 
E na primeira visita que realizou ao túmulo do marido, um 
certo Manuel Ferreira Alves, natural dos campos e águas de 
Trás-os-Montes, dona Joaquina olhou para um lado, olhou para 
outro e falou bem junto do retrato dele perto da aba esquerda 
do bigode do pranteado: 
– Bem que te avisei, Ferreira. Bem que te disse que o 
dr. Botelho Santos estava de olho em teus teres e haveres. 
De receita em receita, de pozinho branco em pozinho branco, 
tu foste recambiado para o céu. Enquanto isso, o dr. Botelho 
ENEM – 1o DIA14
223
ficava com a Panificadora Duas Pátrias, com a tua casa de Nova 
Iguaçu, com a tua bicicleta de quatro espelhos e mais esta tua 
mulher que sou eu. Mas fica sossegado, Ferreira, que teus 
negócios na mão do dr. Botelho vão de vento em popa. Vais 
ter um lucro enorme no fim do ano.
José Cândido de Carvalho. Porque Lulu Bergantim não 
atravessou o Rubicon & Um ninho de mafagafes cheio 
de mafagafinhos. Companhia das Letras. p. 22. 
O texto anterior tem por objetivo principal:
a denunciar os interesses escusos dos cônjuges e amantes.
b relatar os jogos de sedução que acontecem nos casamentos.
c expor as intrigas típicas dos casamentos de conveniência.
d produzir jocosidade a partir de uma cena íntima da perso-
nagem.
e simbolizar o motivo da extinção das empresas familiares.
QUESTÃO 40
(Enem)
Adaptado de Fotografia: Lucas Hallel. 
Disponível em: <www.flickr.com>. 
Acesso em: 16 abr. 2018.
O grupo O Teatro Mágico apresenta composições autorais que 
têm referências estéticas do rock, do pop e da música folclórica 
brasileira. A originalidade dos seus shows tem relação com a 
ópera europeia do século XIX a partir da:
a disposição cênica dos artistas no espaço teatral.
b integração de diversas linguagens artísticas.
c sobreposição entre música e texto literário.
d manutenção de um diálogo com o público.
e adoção de um enredo como fio condutor.
QUESTÃO 41
Washington, 11 dezembro 1956, terça-feira
Fernando, 
Estou lendo o livro de Guimarães Rosa, e não posso deixar 
de escrever a você. Nunca vi coisa assim! É a coisa mais linda 
dos últimos tempos. Não sei até onde vai o poder inventivo dele, 
ultrapassa o limite imaginável. Estou até tola. A linguagem dele, 
tão perfeita de entonação, é diretamente entendida pela lingua-
gem íntima da gente – e nesse sentido ele mais que inventou, 
ele descobriu, ou melhor, inventou a verdade. Que mais se 
pode querer? Fico até aflita de tanto gostar. Agora entendo o 
seu entusiasmo, Fernando. Já entendia por causa de Sagarana, 
mas este agora vai tão além que explica mais o que ele queria 
com Sagarana. O livro está me dando uma reconciliação com 
tudo, me explicando coisas adivinhadas, enriquecendo tudo. 
Como vale a pena! A menor tentativa vale a pena. Sei que estou 
meio confusa, mas vai assim mesmo, misturado. Acho a mes-
ma coisa que você: genial. Que outro nome dar? Esse mesmo. 
Me escreva, diga coisas que você acha dele. Assim eu 
ainda leio melhor. 
Um abraço da amiga 
Clarice 
Feliz Natal!
Clarice Lispector. Todas as cartas. Editora Rocco. 
O texto anterior é uma carta, pois apresenta uma estrutura que 
contém: 
a confissões feitas entre dois amigos.
b vocabulário especial e assuntos atuais.
c data, vocativo, assunto e despedida.
d diálogo entre emissor e receptor.
e linguagem figurada ao lado de termos técnicos.
QUESTÃO 42
(Enem) 
Firmo, o vaqueiro
No dia seguinte, à hora em que saía o gado, estava eu debru-
çado à varanda quando vi o cafuzo que preparava o animal viajeiro:
– Raimundinho, como vai ele?...
De longe apontou a palhoça.
– Sim.
O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido; depois, 
saltando para o animal, levou o polegar à boca fazendo estalar a 
unha nos dentes: “Às quatro da manhã... Atirei um verso e disse, 
para bulir com ele: Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo 
velho e doente, não era homem para deixar um verso no chão... 
Fui ver, coitado!... estava morto. E deu de esporas para que eu 
não lhe visse as lágrimas.
C. Netto. In: L. G. Marchezan (Org.). O conto regionalista. 
São Paulo: Martins Fontes, 2009.
A passagem registra um momento em que a expressividade 
lírica é reforçada pela: 
a plasticidade da imagem do rebanho reunido.
b sugestão da firmeza do sertanejo ao arrear o cavalo.
c situação de pobreza encontrada nos sertões brasileiros.
d afetividade demonstrada ao noticiar a morte do cantador.
e preocupação do vaqueiro em demonstrar sua virilidade.
QUESTÃO 43
O segundo manifesto, o Antropófago, desenvolve e expli-
cita a metáfora da devoração. Nós, brasileiros, não deveríamos 
imitar e sim devorar a informação nova, viesse de onde viesse, 
ou, nas palavras de Haroldo de Campos, “assimilar sob espécie 
brasileira a experiência estrangeira e reinventá-la em termos 
nossos, com qualidades locais ineludíveis que dariam ao pro-
duto resultante um caráter autônomo e lhe confeririam, em 
princípio, a possibilidade de passar a funcionar por sua vez, 
num confronto internacional, como produto de exportação”.
Caetano Veloso. Antropofagia (Grandes Ideias). 
Penguin-Companhia. p. 46. 
ENEM – 1o DIA 15
223
No texto anterior, Caetano Veloso cita Haroldo de Campos para:
a refutar um ponto de vista divergente.
b corroborar o seu próprio argumento.
c mostrar as abordagens sobre o tema.
d ridicularizar a visão de Haroldo de Campos.
e criticar as premissas do Manifesto Antropófago.
QUESTÃO 44
(Enem) Morte lenta ao luso infame que inventou a calçada 
portuguesa. Maldito D. Manuel I e sua corja de tenentes Eusébios. 
Quadrados de pedregulho irregular socados à mão. À mão! É 
claro que ia soltar, ninguém reparou que ia soltar? Branco, preto, 
branco, preto, as ondas do mar de Copacabana. De que me ser-
vem as ondas do mar de Copacabana? Me deem chão liso, sem 
protuberâncias calcárias. Mosaico estúpido. Mania de mosaico. 
Joga concreto em cima e aplaina. Buraco, cratera, pedra solta, 
bueiro-bomba. Depois dos setenta, a vida se transforma numa 
interminável corrida de obstáculos. A queda é a maior ameaça 
para o idoso. “Idoso”, palavra odienta. Pior, só “terceira idade”. 
A queda separa a velhice da senilidade extrema. O tombo destrói 
a cadeia que liga a cabeça aos pés. Adeus, corpo. Em casa, vou 
de corrimão em corrimão, tateio móveis e paredes, e tomo ba-
nho sentado. Da poltrona para a janela, da janela para a cama, da 
cama para a poltrona, da poltrona para a janela. Olha aí, outra vez, 
a pedrinha traiçoeira atrás de me pegar. Um dia eu caio, hoje não.
F. Torres. Fim. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
O recurso que caracteriza a organização estrutural desse texto 
é a (o): 
a justaposição de sequências verbais e nominais.
b mudançade eventos resultante do jogo temporal.
c uso de adjetivos qualificativos na descrição do cenário. 
d encadeamento semântico pelo uso de substantivos sinô-
nimos.
e inter-relação entre orações por elementos linguísticos lógicos.
QUESTÃO 45
Averbar
 A verve está solitária 
 O verbo abandona a frase 
 A verba governa solta 
 O poema insiste 
 desgoverna
Miriam Alves. Poemas reunidos. Fósforo. p. 57. 
O sentido do poema acima se estrutura a partir da tensão entre 
duas palavras, adensada por uma proximidade:
a sintática
b sonora
c metafórica
d alusiva
e requintada
PROPOSTA DE REDAÇÃO
Instruções:
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em 
até 30 linhas. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de 
Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas 
copiadas desconsiderado para efeito de correção.
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a 
seguir, a redação que:
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insu-
ficiente”.
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argu-
mentativo.
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada 
do tema proposto.
TEXTO I
Capítulo VIII 
Dos Índios
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, 
costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originá-
rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competin-
do à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os 
seus bens.
Disponível em: <www.senado.leg.br>. 
TEXTO II
Em entrevista à Amazônia Real, o líder indígena Dário Yanomami 
diz que as medidas do governo federal não podem durar apenas 
dois ou três meses na terra indígena. É preciso eliminar de uma 
vez o garimpo.
Amazônia Real – Passado um mês desde as operações 
de combate ao garimpo e apoio ao povo Yanomami doente, 
como você analisa essas ações?
Dário Yanomami – Há quatro anos, 20 anos, 30 anos, 
já queríamos fazer essa operação. Hoje está acontecendo, 
mas já fizemos nosso trabalho, nossas denúncias, nossos 
próprios relatórios, as denúncias das comunidades. É um 
trabalho longo. Uma luta longa. Nos governos passados não 
fomos atendidos. Fizemos bastante campanhas, nas mídias, 
jornais, televisões. [...] Hoje chegou a hora, porque conse-
guimos esse grande trabalho, de resistência da população 
Yanomami.
Amazônia Real – Será uma batalha de quanto tempo para 
acabar com o garimpo?
Dário Yanomami – Nosso objetivo não é para seis me-
ses, não é para dez meses. Nosso objetivo tem que ter conti-
nuidade. Durante dois anos, três, quatro anos. Tem que fazer 
operações, instalações de postos de fiscalização para bloquear 
a entrada dos invasores. O governo tem que acatar nosso ob-
jetivo. Tem que ser muito forte para eliminar garimpo ilegal, 
acabar de uma vez. Não sei o que vai acontecer daqui a três, 
quatro meses na Terra Yanomami. Mas nós precisamos que 
a operação continue, seja permanente. O governo tem que 
fazer isso.
Amazônia Real – Soubemos que ainda há muitos garim-
peiros no território Yanomami, mesmo com as operações de 
retirada. Estão se escondendo?
Dário Yanomami – Garimpeiro é um bicho muito esperto. 
Eles têm um conhecimento. Eles sabem quando vai acontecer, 
quantos meses vão durar. E quantos anos vão durar. Eles são 
muito inteligentes, eles sabem. Eles têm 30 pontos de wifi na 
Terra Yanomami. [...] E para onde estão fugindo. Quando acabar 
a operação eles vão voltar. Por isso que tem que ser um trabalho 
bem forte, com soberania nacional. E grande. Os países têm 
que ter controle de monitoramento. Tem que atuar para que 
eles não voltem. 
Disponível em: <https://amazoniareal.com.br>.
ENEM – 1o DIA16
223
TEXTO III
AMAZONAS
RORAIMA
MARANHÃO
TOCANTINS
MATO
GROSSO
RONDÔNIA
ACRE
PARÁ
AMAZONAS
RORAIMA
AMAZÔNIA LEGAL
MARANHÃO
TOCANTINS
MATO
GROSSO
RONDÔNIA
ACRE
PARÁ
AMAPÁAMAPÁ
área km2
506,4 milhões
área indígena km2
112,87 milhões
percentual da UF
22,29%
Total da área ocupada pelas terras indígenas: 1 173 873 km2, equivalente a 13,8% do território nacional:
Amazônia Legal: são 419 áreas, o equivalente a 23% do território amazônico e a 98,33% da extensão de
todas as terras indígenas do país.
E 1,67% das terras indígenas está distribuído pelas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e nos estados de Mato
Grosso do Sul e Goiás.
área km2
158,5 milhões
área indígena km2
45,2 milhões
percentual da UF
28,54%
área km2
22,4 milhões
área indígena km2
10,3 milhões
percentual da UF
46,20%
área km2
14,7 milhões
área indígena km2
1,2 milhão
percentual da UF
8,06%
área km2
125,3 milhões
área indígena km2
28,7 milhões
percentual da UF
22,89%
área km2
26,7 milhões
área indígena km2
2,3 milhões
percentual da UF
8,63%
área km2
27,8 milhões
área indígena km2
2,6 milhões
percentual da UF
9,33%
área km2
90,7 milhões
área indígena km2
15 milhões
percentual da UF
16,57%
área km2
23,9 milhões
área indígena km2
5 milhões
percentual da UF
21,05%
área km2
16,5 milhões
área indígena km2
2,5 milhões
percentual da UF
14,92%
Adaptado de <https://agenciabrasil.ebc.com.br>.
TEXTO IV
Disponível em: <https://cimi.org.br>. 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos 
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija 
um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita 
formal da língua portuguesa sobre o tema: “A sobrevivência 
da cultura indígena no Brasil contemporâneo”, apresentando 
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, 
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS 
TECNOLOGIAS
Questões de 46 a 90
QUESTÃO 46
(Enem) O testemunho nunca é um relato exato do que 
aconteceu. Na verdade, ao expor seu passado, o sujeito está 
sempre procedendo a uma reelaboração pela qual memórias 
tidas como negativas podem, consciente ou inconscientemente, 
ser esquecidas. Em certos momentos, simplesmente para seguir 
em frente, é preciso esquecer.
Adaptado de C. B. Vasconcelos. “As análises da memória: balanço 
e possibilidades”. Estudos Históricos, n. 43, jan.-jun./2009.
O texto ressalta um aspecto fundamental da produção de me-
mória ao identificá-la como:
a constituída de intuições do narrador.
b dissociada do contexto de surgimento.
c marcada pela seletividade das lembranças.
d caracterizada pela uniformidade dos relatos.
e resultado do compartilhamento das vivências.
ENEM – 1o DIA 17
223
QUESTÃO 47
Observe a imagem a seguir.
Disponível em: <https://conexaoplaneta.com.br>.
A imagem retrata o que chamamos de chuva convectiva, fe-
nômeno muito comum em ambientes cobertos por florestas 
equatoriais. No caso apresentado, um dos principais fatores 
climáticos que causa a chuva convectiva é a atuação:
a da maritimidade meridional.
b de elevadas altitudes.
c da vegetação rarefeita.
d da baixa latitude.
e de correntes marítimas frias.
QUESTÃO 48
Por ocasião da revisão dos 20 anos da Declaração e Pla-
taforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher 
(realizada em 1995, em Pequim), os Estados Unidos consta-
taram que a plena igualdade de gênero não é realidade em 
nenhum país no mundo.
Equipe das Nações Unidas no Brasil – ONUBR. Direitos 
Humanos das Mulheres. Brasília: 2018. 
A partir da leitura do texto, é possível inferir que a situação das 
mulheres na sociedade contemporânea é permeada pela(o):
a assídua e equânime participação em todas as esferas da 
sociedade.
b alteração do status quo secular que orienta as relações 
entre os indivíduos.
c necessidade constante de envolvimento social para a con-
quista e garantia de direitos.
d estabilização dos conflitos envolvendo a participação femi-
nina na garantia de direitos.
e proporcionalidade no reconhecimento social do papel das 
mulheres na sociedade.
QUESTÃO 49
Conforme o costume espartano, o pai levava o recém-
-nascido para ser avaliado pelos anciãos.Se a criança fosse 
considerada forte e saudável, ao pai era permitido que a crias-
se, caso contrário, o bebê era jogado de um despenhadeiro. 
Aos sete anos, todos os garotos deixavam suas mães e eram 
reunidos e divididos em unidades, ou “tropas”. [...] Os rapazes 
aprendiam a ler e escrever apenas o necessário aos objetivos 
de se tornarem soldados disciplinados e cidadãos submissos 
[...]. Aos vinte anos de idade, o homem espartano adquiria uns 
poucos direitos políticos; aos trinta, casava-se, adquiria mais 
alguns outros e uma certa independência. Entretanto, apenas 
aos sessenta estaria liberado de suas obrigações para com o 
Estado e seu esquema de mobilização militar constante.
P. P. Funari. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2004.
Na sociedade da Antiguidade mencionada pelo texto:
a a participação no governo era restrita aos anciãos.
b o direito do recém-nascido à vida era inquestionável.
c a dedicação plena ao debate político era compulsória.
d o treinamento do intelecto começava na infância.
e a educação, de caráter militar, procedia do Estado.
QUESTÃO 50
A corrente marítima leste australiana, famosa pelo filme 
Procurando Nemo (2003), tem sofrido algumas mudanças nas 
últimas décadas. Junto a outras correntes do hemisfério Sul – 
como a corrente do Brasil, no oceano Atlântico, e a corrente das 
Agulhas, no oceano Índico –, a mais importante corrente do Pací-
fico está se deslocando cada vez mais ao sul, trazendo impactos:
a no clima, por meio da alteração no regime de chuvas.
b na política, por meio da disputa por reservas de sal.
c na cultura, em função da diminuição da diversidade marinha.
d no relevo, através da dissolução em ambientes cársticos.
e na economia, pela proibição do fluxo de turistas.
QUESTÃO 51
[...] a teoria de Mead foi a primeira teoria sociológica siste-
mática da formação e do desenvolvimento do “eu” que insistia 
que o “eu” não é uma parte congênita de nossa biologia, nem 
surge simplesmente com o desenvolvimento do cérebro huma-
no, mas é formado na interação social com outros. [...]
Anthony Giddens; Philip W. Sutton. Conceitos essenciais da 
sociologia. 1. ed. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2017.
Na sociedade contemporânea, estão em debate temas sensíveis à 
teoria sociológica mencionada, que pode ser caracterizada como:
a compreensão dos aspectos biológicos para a constituição 
dos indivíduos.
b reflexões sobre a construção das identidades pessoais a 
partir das relações sociais.
c abordagens e análises psicológicas que visam à compreen-
são dos indivíduos.
d reflexões que envolvem a constituição do self (eu) através 
de estudos sobre o cérebro.
e abordagens sociológicas/teóricas para a compreensão das 
relações sociais.
QUESTÃO 52
(Enem) Ainda que a fome ocorrida na Itália em 536 tenha 
origem nos eventos climáticos, suas implicações são tanto políti-
cas quanto econômicas. Nos primeiros séculos da Idade Média, 
o auxílio aos famintos se inscreve no domínio da gestão pública, 
mesmo quando a ação de seus agentes é apresentada sob o ân-
gulo da piedade e da caridade individuais, como é o caso da Gália 
merovíngia. Assim, o fato de que as respostas à fome são mos-
tradas, na Gália, como o fruto de iniciativas pessoais fundadas no 
imperativo da caridade deriva da natureza das fontes do século VI.
Adaptado de M. C. Silva. “Os agentes públicos e a fome nos primeiros 
séculos da Idade Média”. Varia Historia, n. 60, set.-dez./2016.
Na conjuntura histórica destacada no texto, o dever de agir em 
face da situação de crise apresentada pertencia à jurisdição:
a da nobreza, proveniente da obrigação de proteção ao cam-
pesinato livre.
b da realeza, decorrente do conceito de governo subjacente à 
monarquia cristã.
c dos mosteiros, resultante do caráter fraternal afirmado nas 
regras monásticas.
d dos bispados, consequente da participação dos clérigos 
nos assuntos comunitários.
e das corporações, procedente do padrão assistencialista 
previsto nas normas estatutárias.
ENEM – 1o DIA18
223
QUESTÃO 53
Leia o texto a seguir.
No final da década de 1950, os Estados começaram a se cons-
cientizar de que precisavam de um novo ordenamento jurídico 
internacional para os oceanos, uma vez que, a cada dia, aumen-
tavam as informações sobre as riquezas que possuíam e, conse-
quentemente, cresciam os interesses pela potencial exploração 
desses recursos.
Disponível em: <www.marinha.mil.br>. 
Acesso em: fev./2023.
Em 1982 foi assinada a Convenção das Nações Unidas sobre 
o Direito no Mar (CNUDM) – ratificada pelo Governo brasileiro 
em 22 de dezembro de 1988. Um dos seus conceitos trata da:
Faixa situada até o limite de 200 milhas náuticas, sobre a qual o 
Estado costeiro exerce soberania, para fins de exploração e apro-
veitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou 
não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar 
e seu subsolo e, no que se refere a outras atividades com vista 
à exploração e ao aproveitamento para fins econômicos, como a 
produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos.
À qual conceito referente à administração brasileira sobre o mar 
o trecho acima se refere?
a Mar Territorial Brasileiro (MTB).
b Zonas Ecológicas Oceânicas (ZEO).
c Plataforma Continental (PC).
d Zonas Econômicas Exclusivas (ZEEs).
e Zona Contígua (ZC).
QUESTÃO 54
Embora as provas de São Tomás para a existência de Deus 
possam ser questionadas [...], sua importância está no novo ca-
minho que abrem em relação ao tratamento dessas questões. 
São argumentos que vão contra a concepção de que se pode 
conhecer Deus diretamente e através de uma evidência, sem 
passar pelo mundo sensível. Além disso, vão igualmente contra 
a posição de que só se pode conhecer Deus pela fé, e de que 
só se pode falar de Deus se já se sabe quem Ele é. Trata-se 
essencialmente de uma demonstração da existência de Deus a 
partir da razão natural, buscando conciliar a revelação, o que nos 
ensinam as Escrituras, com a assim chamada “teologia natural”, 
a noção de Deus que temos.
D. Marcondes. Iniciação à história da Filosofia. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
O trecho explica a relação entre o papel da razão e da revelação 
no conhecimento para Tomás de Aquino. Sobre isso, é correto 
afirmar que:
a as verdades alcançadas pela fé são compatíveis com as 
verdades racionais.
b tudo o que é compreendido pela fé não pode ser entendido 
pela razão.
c o conhecimento racional sempre é contraditório com a 
revelação pela fé.
d a razão não pode servir como base para o conhecimento 
verdadeiro.
e não é possível demonstrar racionalmente a existência de Deus.
QUESTÃO 55
Alguns poucos pensadores do Iluminismo eram ateus 
convictos, porém muitos eram adeptos do deísmo. Os deístas 
rejeitavam as revelações divinas e os milagres da cristandade, 
propondo um Deus cuja existência poderia ser estabelecida 
pela razão e não presumida pela fé. Esse Deus era a “primeira 
causa” da existência do universo e havia criado as estrelas e os 
planetas para que funcionassem perfeitamente, como Newton 
havia descrito. Esse Deus havia dotado os homens de razão e 
livre-arbítrio, porém mantinha-se distante de sua criação.
I. Crofton. 50 ideias de história do mundo que você 
precisa conhecer. São Paulo: Planeta, 2016.
Na conjuntura histórica apontada no texto, os pensadores refe-
ridos, de maneira geral:
a propuseram que o uso da razão poderia trazer o bem-estar 
a toda a humanidade.
b acreditavam que apenas a fé poderia preencher a distância 
entre Deus e a criação.
c escreveram livros que objetivavam converter a totalidade 
dos europeus ao ateísmo.
d aderiram ao deísmo por entenderem que a existência do 
universo era inexplicável.
e temeram que as demonstrações de Newton enfraqueces-
sem a religião revelada.
QUESTÃO 56
Leia o texto a seguir.
O mercado comum deveria dar oportunidades iguais a todo e qual-
quer país latino-americano, a fim de acelerar seu desenvolvimento. 
Entretanto, como as situações relativas