Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Diretrizes para a Educação Inclusiva no Brasil Apresentação Apenas a adaptação dos espaços escolares, ou a convivência de alunos com necessidades educacionais especiais com os demais alunos de uma escola regular, não são práticas suficientes para que uma verdadeira inclusão ocorra. Mas o que significa mesmo inclusão e quais as metas para que uma escola realmente tenha uma prática inclusiva. Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos estudar quais são as diretrizes e parâmetros legais para a inclusão escolar no Brasil, bem como conhecer seus referencias teóricos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a evolução histórica das políticas em educação especial.• Identificar as diretrizes que definem o conceito de Educação Inclusiva no Brasil.• Diagnosticar os desafios das escolas brasileiras para se adequarem às exigências da inclusão escolar no Brasil. • Desafio Afinal, o que é educação inclusiva? O conceito de inclusão escolar é ambíguo. Ele assume seu significado dentro dos diversos contextos culturais de modo que cada comunidade busca concretizar suas políticas escolares em prol da inclusão. No entanto, é preciso que tudo aquilo que se defina em termos de inclusão, respeite certo embasamento legal, histórico e ético, em conformidade com diretrizes globais. Em outras palavras, os avanços e as conquistas no campo da inclusão não deve ser negligenciado. No Brasil, as políticas inclusivas tem como fundamento a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994). Tais declarações afirmam que as crianças com deficiências, devem ter acesso à escola regular. A partir desta premissa, as escolas brasileiras devem, por força de lei, receber e educar quaisquer crianças. Agora é com você. Seu desafio consiste em pensar qualidades e ajustes necessários para que toda escola cumpra bem sua tarefa de educar a todos. Afinal, é disso que se trata a verdadeira inclusão. Crie uma lista que contenha pelo menos dois aspectos a serem encontrados em nossas escolas, em vista da prática inclusiva, para cada uma destas modalidades: - Ambiente físico. - Recursos profissionais (auxílio profissional). - Tecnologias. Infográfico Neste Infográfico, acompanhe a evolução histórica das políticas e dos movimentos voltados à educação especial e os quatros marcos legais que, em função da amplitude da prática inclusiva proposta neles, reconhecem o movimento de direitos básicos e o forte impacto social e cultural ocasionado. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro A Educação Inclusiva, tal como a compreendemos hoje, deriva de uma série de aspectos éticos, filosóficos, sociais e culturais, bem como da evolução sobre a compreensão dos direitos básicos relativos a todos e a cada um dos indivíduos. Cabe, pois, as mais variadas diretrizes sobre a inclusão, garantir melhor compreensão e um compromisso sempre mais eficaz na busca de uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Saiba mais sobre esta ligação entre os aspectos legais e a prática inclusiva com a leitura do capítulo Diretrizes para a Educação Inclusiva no Brasil, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. PSICOLOGIA E A PESSOA COM DEFICIÊNCIA Daiane Duarte Lopes Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer a evolução histórica das políticas em educação especial. � Identificar as diretrizes que definem o conceito de educação inclusiva no Brasil. � Diagnosticar os desafios das escolas brasileiras para se adequarem às exigências da inclusão escolar no Brasil. Introdução A educação é, de forma geral, um importante alicerce da vida social. Desse modo, torna-se uma aliada valiosa na perspectiva da inclusão, especialmente pela transmissão dos valores culturais, auxiliando o de- senvolvimento da cidadania e a construção de saberes. A escola pode, dessa maneira, desempenhar uma função social transformadora na vida dos indivíduos — como agente de inclusão. Neste capítulo, você vai estudar as diretrizes para a educação inclusiva no Brasil, reconhecendo, identificando e diagnosticando aspectos impor- tantes de sua evolução. Inicialmente, serão apresentadas as políticas em educação especial e a sua evolução histórica, considerando o contexto implicado para o seu desenvolvimento. Em seguida, você vai conhecer as orientações que definiram o conceito de educação inclusiva no Brasil. Por fim, visualizará os desafios das escolas brasileiras para se adequarem às exigências da inclusão escolar no Brasil, bem como refletirá sobre as correlações e responsabilidades implicadas nesse processo. História das políticas em educação especial No Brasil, a história das políticas em educação especial tem seus primeiros registros no Rio de Janeiro, na época do Império, quando a cidade era a capital do Brasil. Nessa época, foram fundados o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854 — atual Instituto Benjamin Constant (IBC) — e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857 — atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos (INES) (BRASIL, 2008a). Três instituições marcaram a primeira metade do século XX, com a proposta de uma educação voltada para as singularidades. O Instituto Pestalozzi, espe- cializado no atendimento às pessoas com deficiência mental, foi fundado em 1926. Em 1945, foi criado o primeiro atendimento educacional especializado para pessoas com superdotação, na Sociedade Pestalozzi. Já em 1956, foi fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), como eram chamadas as pessoas com deficiência na época (BRASIL, 2008a). No entanto, foi na segunda metade do século XX que a educação se voltou para a efetividade da inclusão. Em 1961, foi desenvolvida a primeira versão da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Lei nº. 4.024/61. Esse documento ensaiou uma educação possível para todos em um mesmo sistema de ensino, na tentativa de inserir as pessoas com deficiência ao sistema regular de ensino, buscando excluir as classes especiais (BRASIL, 1961). Dez anos depois, em 1971, surgiu a segunda versão da LDB, como Lei nº. 5.692/71, que almejava definir o “tratamento especial” designado aos educandos com “[...] deficiências físicas e mentais, e aos que se encontram em atraso consi- derável quanto à idade regular de matrícula, bem como aos superdotados” (BRASIL, 1971, documento on-line). No entanto, essa versão não promoveu a organização de um sistema de ensino suficientemente capaz de atender às necessidades educacionais especiais e acabou por reforçar os encaminhamentos para as classes e escolas especiais (BRASIL, 2008a). A inauguração do período político democrático no Brasil trouxe consigo a Constituição Federal de 1988, cujos objetivos fundamentais se dispunham a promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, como consta no Artigo 3, Inciso IV. No Artigo 205, a educação é salientada como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, sendo a sua garantia um dever do Estado e da família. Como referido nos Artigos 206 e 208, a igualdade de condições de acesso e permanência na escola é estabelecida como um dos princípios Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil2 para o ensino e a oferta do atendimento educacional especializado, prefe- rencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1988). A década de 1990 foi bastante significativa para as políticas da educação especial, com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (o ECA), criado a partir da Lei nº. 8.069/90. Conforme consta no Artigo 55, todas as crianças em idade escolar devem, obrigatoriamente, estar matriculadas na rede de ensino regular (BRASIL, 1990). Ainda nessa década, foipublicada a Declaração Mun- dial de Educação para Todos (UNESCO, 1990), com o objetivo de promover a satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, bem como a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), sobre os princípios, as políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. Em conjunto, esses acontecimentos influenciaram a formulação das políticas públicas da educação inclusiva. A diretriz intitulada Política Nacional de Educação Especial foi publicada em 1994, orientando um processo que condicionou o acesso às classes comuns do ensino regular aos educandos com deficiência, vistos com condições para acompanhar e desenvolver atividades curriculares do ensino comum, sem preju- ízos e no mesmo tempo dos demais educandos. Tal diretriz acabou por distanciar ainda mais a inclusão das pessoas com necessidades educativas especiais da escola regular (BRASIL, 1994). A partir disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.394/96) foi atualizada em 1996 e, conforme o Artigo 59, assegura a flexibi- lização do currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às necessidades de aprendizagem de todos os educandos, sem exceção. Ela garante ainda a terminalidade específica aos educandos que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências. Ademais define, como consta no Artigo 37, “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (BRASIL, 1996, documento on-line). No Brasil, as matrículas de estudantes da educação especial duplicaram em pouco mais de uma década, passando de 504 mil em 2003 para 977 mil em 2016. O índice de acesso inclusivo, que era de apenas 24% em 2003, alcançou 81% das matrículas em 2016. O Censo Escolar/Inep de 2017 registra 1,06 milhão de matrículas na educação especial, sendo 897 mil incluídos no ensino regular (84%) e 170 mil em classes ou escolas segregadas (16%). Na educação superior, em uma década, passamos de 5 mil para 30 mil matrículas (MOREIRA, 2016). 3Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil Todavia, foi somente no ano de 1999 que o Decreto nº. 3.298 regulamen- tou a Lei nº. 7.853/89, sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência. Ela definiu a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, reforçando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular (BRASIL, 1999). A história da educação inclusiva no Brasil foi sempre acompanhada de muita reflexão e problematização, pelas vozes das próprias pessoas com deficiência ou de seus representantes legais e educadores, em uma luta que se constitui e permanecerá por meio da transformação da sociedade e dos contextos. Diretrizes sobre educação inclusiva no Brasil No início dos anos 2000, o Conselho Nacional de Educação organizou, em conformidade com os processos de mudanças, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001a). Assim, por meio da resolução CNE/CEB nº. 02/2001, ampliou o caráter da educação especial. Ainda em 2001, estabeleceu também o Plano Nacional de Educação (PNE), via Lei nº. 10.172/2001 (BRASIL, 2001b). A década de 2000 foi declarada como a década da educação, com o objetivo de promover a educação inclusiva. Tais diretrizes, planos e metas apontaram ainda para uma considerável implicação de todas as instâncias governamentais para sanar os déficits referentes à oferta de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino regular, na formação docente, na acessibilidade física e no atendimento educacional especializado. Esse movimento de mudança e ampliação da educação se inspirou também na Convenção da Guatemala, a qual ocorreu em 1999. No Brasil, ela foi inter- pretada por meio do Decreto nº. 3.956/2001, produzindo uma reinterpretação na educação especial e promovendo a eliminação das barreiras no acesso à escolarização (BRASIL, 2001c). A partir disso, a formação docente foi focada e redeterminada sob a perspectiva da educação inclusiva, em conformidade com a Resolução CNE/CP nº. 01/2002, que dispôs sobre as Diretrizes Curri- culares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica. Essa resolução definiu como responsabilidade das instituições de ensino superior a organização curricular para a formação docente voltada para a atenção à diversidade, contemplando saberes sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais (BRASIL, 2002a; BRASIL, 2009). Dois importantes marcos atuaram como diretrizes, a fim de definir a educação inclusiva no Brasil: o Programa Educação Inclusiva e o documento O Acesso de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil4 Regular, de 2003 e 2004, respectivamente — ambos sobre o direito à di- versidade na educação (BRASIL, 2005a, 2004a). Tais diretrizes propuse- ram expandir o apoio à transformação dos sistemas de ensino nos sistemas educacionais, para que estes efetivassem a inclusão, promovendo um amplo processo na formação e instrumentalização dos gestores e educadores. O seu objetivo era disseminar os conceitos e as diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular. Em 2004, o Decreto nº. 5.296/04, com o intuito de promover a inclusão educacional e social, regulamentou a Lei nº. 10.048/00 e a Lei nº. 10.098/00, que dispõem sobre normas e critérios para a promoção de adaptações arquitetônicas para a acessibilidade das pessoas com deficiência. Esse decreto impulsionou o Programa Brasil Acessível, desenvolvido com o objetivo de promover a acessibilidade urbana e apoiar ações que garantam o acesso universal aos espaços públicos (BRASIL, 2004b). Em 2002, o MEC criou a Portaria nº. 2.678/02, com diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a difusão do sistema Braile em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braile para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território nacional (BRASIL, 2002b). Já em 2005, o Decreto nº. 5.626/05 regulamentou a Lei nº. 10.436/2002, para a inclusão de educandos surdos no ensino regular, bem como o ensino de Libras como disciplina curricular e a organização da educação bilíngue no ensino regular (BRASIL, 2002b, 2005b). O chamado Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), elaborado pelo MEC em 2007 e sustentado pelo Decreto nº. 6.094/2007, em conformidade com as diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, indicou que todos os educandos portadores de deficiência pudessem obter acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às suas necessidades educacionais especiais, fortalecendo o ingresso nas escolas públicas regulares. Dessa maneira, colocou a formação de educadores voltada para a educação inclusiva, a implantação de salas de recursos, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares e o acesso e a permanência das pessoas com deficiência na educação superior como metas para superar a oposição entre educação regular e educação especial (BRASIL, 2007). Implementada em 2008, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) se equiparou à Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (BRASIL, 2008b), a fim de garantir o direito à educação inclusiva. A inclusão das pessoas com defici- ência no ensino comum, sem qualquer condicionalidade ou discriminação, e 5Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil a efetiva participação em igualdade de condições foram enfoque das medidas de apoio à inclusão escolar determinadas pela PNEEPEI, institucionalizando o acesso à classe comum e a oferta do atendimento educacional especializado, complementar ou suplementar à escolarização(BRASIL, 2008b). É importante destacar que todas essas diretrizes acompanharam o pro- cesso de profunda transformação e movimento de mudança na perspectiva da educação no Brasil. A educação inclusiva acompanhou movimentos para a construção de uma sociedade ancorada na dignidade e equidade. Os desafios das escolas brasileiras diante da inclusão escolar Conforme apontado por Rosin-Pinola e Del Prette (2014), o processo de demo- cratização do ensino ampliou o olhar sobre os aspectos pertinentes à educação inclusiva. Com isso, muitas questões foram levantadas, como o ambiente perti- nente e potencializador do desenvolvimento de todos os sujeitos em suas subje- tividades e especificidades e, a partir disso, a implicação da formação docente e do contexto social. Paulo Freire (1999) refere em seu escrito Educação como Prática de Liberdade que a educação é a ponte para a construção da cidadania, tendo na democracia a base para a sua efetivação. Para isso, deve estar integrada com o diálogo, a atuação participativa, a valorização da educação e a consequente conscientização para a formação integral dos sujeitos. Nesse sentido, os desafios das escolas brasileiras para se adequarem às exigências da inclusão escolar no Brasil podem ser vistos sob as lentes da cidadania constituída por meio das relações sociais e, portanto, compreendida de acordo com os sujeitos que dela participam, com as suas características e especificidades. Em essência, a inclusão será delineada com esforço tenaz e enérgico para atravessar o que está previamente instituído e precisa ser ajustado: o olhar sobre as diferenças e diversidades. É necessário para isso que as instituições educacionais, os educadores, gestores e especialistas se engajem também nas medidas necessárias para a efetivação da educação inclusiva, com vontade e coragem para mudar a realidade (SAVIANI, 2017). As diretrizes, os planos e as metas estão postas há décadas. Os direitos das pessoas com deficiência estão em diversos artigos da Constituição Federal brasileira. Existem inúmeros esforços e construções para a instrumentalização e constante formação dos educadores e gestores para a consolidação da educação inclusiva (MOREIRA, 2016). No entanto, apesar do desenvolvimento de um olhar sobre os direitos humanos e de um conceito de cidadania fundamentado Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil6 no reconhecimento das diferenças e na participação dos sujeitos, existe na sociedade certa identificação com mecanismos e processos de hierarquização e diferenciação em relação a padrões ideais de atuação e funcionamento dos sujeitos, operando para a regulação e consequente reprodução de desigualdades. Nesse sentido, a escola e os ambientes educacionais e formativos prefe- rencialmente devem possibilitar espaço para a problematização dos processos normativos de distinção dos sujeitos. Esses espaços podem atuar como escla- recedores das diferenças como potencialidades, permitindo o conhecimento da diversidade de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e linguísticas, entre outras, como criadoras de rupturas dos modelos padroni- zados e como possíveis pontes para a ampliação da diversidade, respeitando a igualdade e equidade. Como um caminho para a adequação às exigências da inclusão escolar no Brasil, a formação dos educadores e gestores deve se manter adequada e atualizada, com efeitos de motivação e no sentido de atuar cooperativamente com toda a comunidade escolar (SCHIMIDT, 1997). A aprendizagem coo- perativa pode se apresentar como uma metodologia capaz de proporcionar a interdependência e a reciprocidade. Ao mesmo tempo, pode se configurar como uma possibilidade de os educandos aprenderem e experienciarem os valores da cidadania democrática desde a mais tenra idade e de maneira sistemática, de forma que absorvam o respeito às diferenças e a diversidade nos modos de ser e existir. A flexibilização das atividades e do currículo é outro quesito significativo que constitui possibilidades educacionais de atuar em conformidade com as necessidades específicas de aprendizagem dos educandos (MOREIRA, 2016). O envolvimento de todos — educadores, gestores, família, comunidade — para dar voz aos educandos, escutar as suas necessidades e percepções sobre 7Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil o processo educacional é um processo que atua como ação política. Por meio dessa ação, estimulam-se a criação e o fortalecimento de práticas para a visibilidade das pessoas com necessidades educacionais especiais, bem como para a garantia de seus direitos e melhoria na qualidade de vida. Uma escola pública de ensino regular em conformidade com as exigências para a prática da educação inclusiva reconheceu as dificuldades enfrentadas em seu sistema de ensino, buscando promover semanalmente, por meio de seminários e de campanhas informativas, confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las. Em conjunto com toda a comunidade escolar, por meio de debates e de grupos de estudo com os educandos sobre a educação inclusiva, assumiu o caráter formativo do papel da escola na superação da lógica da exclusão. BRASIL. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº. 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 2001a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Câmara de Educação Básica. Resolução nº. 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. 2009. Disponível em: <http://portal.mec.gov. br/dmdocuments/rceb004_09.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/consti- tuicao/constituicao.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Decreto nº. 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Decreto nº. 3.956, de 08 de outubro de 2001. Convenção da Guatemala 1999. Promulga a convenção interamericana para a eliminação de todas as formas de discri- minação contra as pessoas portadoras de deficiência. 2001c. Disponível em: <https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil8 BRASIL. Decreto nº. 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que espe- cifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. 2004b. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Decreto nº. 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. 2005b. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Decreto nº. 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o Atendimento Educa- cional Especializado, regulamenta o parágrafo único do artigo 60 da lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao decreto n. 6.253, de 13 de novembro de 2007. 2008a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/ decreto/d6571.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Lei nº.4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB. Brasília, DF, 1961. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4024.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: 1971. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L5692.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Lei n°. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. 1990. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/Leis/l8069.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/ L9394.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Lei nº. 10.172, de 9 de janeiro de 2001. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. 2001b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Lei nº. 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. 2002b. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Plano de desenvolvimento da educação: razões, princípios e programas. Brasília: MEC, 2007. BRASIL. Ministério da Educação. Política nacional de educação especial. Brasília: MEC/ SEESP, 1994. 9Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Programa educação inclusiva: direito à diversidade. Brasília: MEC, 2005a. Disponível em: <http://portal.mec. gov.br/seesp/arquivos/pdf/orientador1.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Ministério Público Federal. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns da rede regular. 2. ed. Brasília: Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, 2004a. Disponível em: <http://www.adiron.com.br/arquivos/cartilhaatual.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. 2002a. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ seesp/arquivos/pdf/res1_2.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Política nacional de educação especial na pers- pectiva da educação inclusiva. Brasília, DF, jan. 2008b. Disponível em: <http://peei.mec. gov.br/arquivos/politica_nacional_educacao_especial.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 23. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. MOREIRA, C. J. M. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclu- siva: uma análise de três programas federais, para a educação especial, desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Educação do município de São Luís-MA, no período de 2009 a 2012. Tese (Doutorado) – Universidade estadual de Campinas, Faculdade de educação, Campinas, 2016. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/ REPOSIP/319216/1/Moreira_CarlosJosedeMelo_D.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. ROSIN-PINOLA, A. R.; DEL PRETTE, Z. A. P. Inclusão escolar, formação de professores e a assessoria baseada em habilidades sociais educativas. Revista Brasileira de Edu- cação Especial, v. 20, n. 3, sept. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382014000300003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 7 ago. 2018. SAVIANI, D. O plano de desenvolvimento da educação: análise do projeto do MEC. Educação & Sociedade, v. 28, n. 100, p. 1.231-1.255, out. 2007. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a2728100.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. SCHMIDT, M. L. Identidade, pluralidade e diferença: notas sobre Psicologia social. Bo- letim de Psicologia, v. 47, n. 106, 1997. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0006-59432006000100002>. Acesso em: 7 ago. 2018. UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem. Tailândia: Unesco, 1990. Disponível em: <http://unesdoc. unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. UNESCO. Declaração de Salamanca e enquadramento da ação na área das necessidades educativas especiais. Salamanca: UNESCO, 1994. Disponível em: <http://redeinclusao. pt/media/fl_9.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2018. Diretrizes para a educação inclusiva no Brasil10 Dica do professor Ao aprofundar-se a respeito das diretrizes para a educação inclusiva no Brasil, convém fazer um apanhado histórico mais consistente que permita visualizar a evolução e as defasagens em relação ao tema. Observe a mudança da terminologia utilizada até chegar nos termos atuais, e que está em constante evolução. Palavras como “excepcionais” e “deficiente” não são mais utilizadas, mas ainda aparecem em documento e nomes de instituições que foram criados em períodos anteriores ao atual. Nesta Dica do Professor, é apresentada a temática partindo do texto da Constituição Federal até chegar ao mais recente documento sobre a perspectiva inclusiva, o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/64ec03a714e66a99a9c99b9189db98af Exercícios 1) Inclusão: do verbo incluir, no sentido etimológico, significa conter em, compreender, fazer parte, participar de. Ato de inserir algo ou alguém. Tem origem nesta palavra a terminologia "Educação Inclusiva". Assinale a alternativa que melhor define a expressão "Educação Inclusiva". A) A Educação Inclusiva é uma prática educacional que acontece somente no Brasil. B) É um teste de seleção que define a inserção de alunos em classes adequadas a cada tipo de necessidade educacional. C) Educação Inclusiva é um novo processo de educação totalmente desvinculado da Educação Especial. D) A Educação Inclusiva pode ser definida como uma busca por novos paradigmas de educação, sem discriminações, promovendo a justiça social. E) Muitas vezes, Educação Inclusiva é definida simplesmente como: todos juntos, com as mesmas necessidades. 2) Não se pode falar em Sistemas de Ensino Inclusivo, sem se fazer um resgate dos principais fatos históricos que antecederam a ele. Também deve-se levar em conta as políticas públicas de Educação, que regulamentam a sua elaboração e execução. A partir disso, assinale a alternativa correta. A) A Constituição Federal de 1988 demonstra preocupação com a igualdade de condições e com a superação de práticas discriminatórias, mas não aborda a situação da pessoa com deficiência. B) A Declaração de Salamanca reforça os objetivos de documentos anteriores, em defesa da criança e de um sistema educacional inclusivo. C) No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n° 4.024/61, torna obrigatória a inclusão das pessoas com deficiência no sistema regular de ensino. D) O papel de inclusão e de educação da pessoa com deficiência é de responsabilidade exclusiva do poder público. E) Período de negligência, período de institucionalização, período da criação de serviços especiais, não têm nenhuma relação com a Educação Inclusiva. 3) No que se refere ao sistema de educação atual, a palavra chave é inclusão. Podemos, entretanto, nos indagar sobre o sujeito à quem a prática inclusiva se interessa. Assinale a resposta que melhor indica quais podem ser os sujeitos beneficiados pelo processo de inclusão bem-sucedida. A) Atualmente somente os alunos do chamado Ciclo Básico de Educação, pois só eles são incluídos nas classes regulares de ensino. B) De acordo com o Art. 55 do Estatuto da Criançae do Adolescentes (ECA), são todos alunos com necessidades educacionais especiais, já que estes devem estar matriculados apenas em escolas especiais. C) Todos os alunos com necessidades educacionais são favorecidos pela inclusão, com exceção dos surdos, pois eles não conseguem estudar com alunos ouvintes e precisam de uma escola especial. D) Todos aqueles que possuem necessidades educacionais especiais são beneficiados pela inclusão, não apenas alunos com deficiência, mas também os superdotados. E) São beneficiados pela inclusão o grupo de alunos com deficiência física ou mental, os superdotados e os que apresentam atraso na aprendizagem. 4) No Brasil, durante anos as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram excluídas do Sistema de Educação Regular. Uma mudança significativa começa a acontecer a partir da Constituição Federal de 1988, que mudou os rumos da legislação em prol dos alunos com TEA. Marque a alternativa que se relaciona Corretamente com a situação do autista e os direitos legais adquiridos a partir da Constituição de 1988: A) Graças ao texto constitucional, as escolas de ensino regular passaram a contar totalmente com o apoio dos pais de crianças diagnosticadas com TEA, em prol da inclusão. B) Infelizmente as leis atuais negligenciam o direito das crianças com TEA, cabendo aos interessados promover uma análise do texto constitucional para defender os direitos do autista. C) O Decreto no 7.853, de 20 de dezembro de 1989, contempla a categoria de pessoas com necessidades educacionais especiais, logo os autistas se encaixam dentre os beneficiados pelo Decreto. D) O Transtorno do Espectro Autista se enquadra na categoria das pessoas com necessidades educacionais especiais, com problemas físicos e, por isso, leis de mobilidade os assistem. E) Os alunos autistas matriculados no ensino regular, de acordo com as leis vigentes, não podem receber assistência por acompanhante especializado, para evitar que sejam segregados. 5) "Inclusão" é um direito assegurado por lei. No entanto, duas reportagens do Jornal mineiro "O Tempo", publicadas em outubro de 2015, afirmaram que "Escola rejeita aluno com deficiência e caso vai parar na Polícia", e ainda "Crianças autistas são aceitas, mas inclusão ainda é parcial", o que evidencia que este direito não é suficientemente respeitado e garantido em sua íntegra. Analisando as situações relatadas, é correta a afirmativa: A) As instituições públicas não estão preparadas para a inclusão de alunos com deficiência em classes regulares e sentem-se no direito de rejeitá-los, amparadas pelas leis. B) As escolas têm razão em não aceitarem um autista clássico, por exemplo, já que ele não conseguirá acompanhar os colegas. C) Diante da recusa de uma escola particular, em receber seu filho deficiente, os pais podem recorrer ao poder público para solucionar o impasse. D) Instituições públicas, no geral, não apontam empecilhos para cumprir as normas de inclusão estabelecidas por lei, já que a inclusão é uma prática facultativa. E) Uma tendência entre os pais é negligenciar o direito dos filhos, promovendo a educação destes dentro de casa, com o intuito de não expor estas crianças ao preconceito e à discriminação. Na prática Leis, decretos e diretrizes estabelecem os direitos e deveres dos cidadãos. No entanto, as exigências de que um comportamento ético seja garantido pelo poder público, indicam as insuficiências do comportamento de pessoas e de instâncias dentro de uma comunidade. Em outras palavras, quando as atitudes não vão de acordo com o desejável, é necessário colocar no papel o que se espera da população. O histórico da inclusão avançou significativamente até que o Brasil chegasse ao Estatuto da Pessoa com Deficiência Física. Certamente esta ainda não será a última palavra em termos de legislação sobre o tema. Serão necessários outros esforços para garantir que a ordem máxima expressa pela Constituição Federal em se tratando de pessoas com deficiência seja evidentemente cumprida. Veja Na Prática alguns desses pontos. http://publica.sagah.com.br/publicador/objects/layout/1607840911/napratica.jpg?v=1086770987 Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Lei no 13.146, de 06 de julho de 2015 Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Conheça o histórico da legislação sobre inclusão Antes do PNE e da LDB, textos não priorizavam a matrícula na rede regular de ensino. Saiba mais acessando o link. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Educação inclusiva: O que os pais precisam saber? Nesta cartilha, apresentamos os direitos da pessoa com deficiência com relação à educação, quais os benefícios da educação inclusiva e como pais e responsáveis podem proceder no caso de dificuldades com a escola. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm https://todospelaeducacao.org.br/noticias/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-educacao-inclusiva/ http://educacaointegral.org.br/wp-content/uploads/2014/11/ESCOLA-PARA-TODOS-PUBLICA%C3%87%C3%83O-DIGITAL-logo-governo.pdf
Compartilhar