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@laismazzini Métodos De Previsão De Materiais Para Tubino (2010), a previsão da demanda é a base para o planejamento estratégico da produção, vendas e finanças de qualquer empresa, pois permite que os administradores destes sistemas antevejam o futuro e planejem adequadamente suas ações. A esta afirmação devemos acrescentar que a previsão deve estar relacionada a um conjunto de métodos e ao conhecimento do previsor sobre o mercado, não é simplesmente a adivinhação (FERNANDES; GODINHO, 2010). Previsão é um processo metodológico para a determinação de dados futuros baseados em modelos estatísticos, matemáticos ou econométricos ou ainda em modelos subjetivos apoiados em uma metodologia de trabalho clara e previamente definida. Tubino (2010) define que para uma melhor previsão deve-se seguir algumas etapas, que demonstrarei na Figura. @laismazzini Na primeira etapa para “rodar” o MRP é necessário parametrizar as informações do produto, isso significa que temos que ter informações a respeito do mesmo e utilizá-las para o cálculo. Independentemente se o MRP irá acontecer através de sistemas informatizados, e/ou manualmente, será necessário ter as informações básicas a respeito da: a) estrutura do produto, que remete às informações sobre como é composto o produto (quais e quantos: materiais, componentes, subconjuntos, etc.); @laismazzini b) estrutura de prazo, que é referente ao lead time (tempo) que o produto leva para ficar pronto (internamente ou externamente – produção ou compra). Apesar destas informações não estarem atribuídas diretamente ao PPCP, pois geralmente a engenharia do produto e de processo são as responsáveis, o PPCP é totalmente dependente destas informações, com todo o cálculo para a produção e compras estando ligado a estas. Uma das formas mais usuais de demonstração da estrutura do produto é a árvore do produto, a qual é demonstrada na Figura através de um exemplo de um produto “mesa”. Esta forma gráfica é transformada em lista de materiais (BOM = Bill Off Materials), demonstrada no Quadro. O item produto acabado, também é chamado de item PAI, e consequentemente aqueles componentes que estão abaixo em sua hierarquia são os componentes filhos. O item PAI sempre será o nível 0 (zero), e conforme demonstrado na Figura, é necessário desmembrar o produto em níveis relacionando conforme sequência de montagem. A lista de material deve conter os níveis, o nome do item, mas também os seus respectivos códigos evitando trocas de produtos, assim como a unidade de medida e quantidade relativa a uma unidade do item PAI. @laismazzini Importante ressaltar que na definição da estrutura de prazo (lead time) deve-se considerar o tempo total até a liberação do produto para a produção, ou seja, deve-se somar os tempos de aquisição (cotação, aprovação, emissão de pedido, etc.), do fornecedor (produção, transporte, etc.), e de recebimento (conferência, análise, disponibilização, etc.). Ainda dentro do processo de parametrização é necessário definir as políticas de estoque (interna e externa), declarando os tamanhos de lotes de produção e compras (existe restrição, lotes máximos, lotes mínimos, etc.), e estoque de segurança, que como o nome diz é o excedente para atender uma eventualidade que pode ser uma variação da demanda, problemas de qualidade, quebra de máquina, entre outros. Na atividade de obtenção da demanda e vendas, vale a pena ressaltar que utilizaremos a previsão da demanda independente que é a do item PAI, e disseminaremos (multiplicaremos) para os itens filhos. Neste momento deve-se considerar os pedidos em carteira, que são aqueles pedidos de vendas já confirmados com os clientes. Na terceira atividade deve-se garantir a acuracidade das informações referentes ao estoque, pois deve-se comprar e produzir somente o necessário ou planejado. Então, desta forma, se você tiver uma demanda de 100 unidades e possuir um estoque de 10 unidades, precisará produzir ou comprar apenas 90 unidades. Validar os estoques é fundamental neste processo do planejamento das necessidades de materiais, mas infelizmente em muitas organizações nacionais as informações são falhas, ocasionando problemas no planejamento e consequentemente na produção propriamente dita. O objetivo do MRP é definir as quantidades e o momento que cada item deve ser produzido ou comprado, a fim de atender ao planejamento da produção. A dinâmica de cálculo da necessidade líquida e liberação de ordens seguem o fluxo descrito na Figura. Para os cálculos de liberação de ordens (de produção, de montagem e/ou de compras) é utilizada uma matriz, a exemplo do Quadro. @laismazzini Período: período de tempo que será planejada a necessidade de materiais, podendo ser meses, semanas, dias, etc. No MRP geralmente se trabalha com um planejamento mensal ou bimestral, no entanto, os números são distribuídos por semanas. Necessidade Bruta: é a demanda real, sem descontar as quantidades de estoque e/ou outros fatores que possam influenciar a quantidade (recebimento programado e estoque de segurança). Recebimento Programado: quantidade que deverá chegar, podendo ser quantidades advindas de serviços subcontratados (terceiros), de contratos afirmados, entre outros. Estoque Projetado: neste campo devem ser calculados os estoques, as quantidades sobressalentes à demanda. Repare que existe um quadrante antes dos demais fatores, isso porque neste campo é preenchida a quantidade inicial do estoque. Necessidade Líquida: é considerado o seguinte cálculo: NECESSIDADE LÍQUIDA = (NECESSIDADE BRUTA - RECEBIMENTO PROGRAMADO - ESTOQUES DISPONÍVEIS) + ESTOQUE DE SEGURANÇA. Liberação de Ordem: É o resultado final, quanto realmente necessitará comprar, montar ou produzir. Referência: Gestão da produção - Leonardo Ferreira.
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