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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Curso de Serviço Social CÍNTIA LUCIANO CUSTÓDIO O ASSISTENTE SOCIAL E SEU TRABALHO EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS – ILPIs Responsabilidade de autoria de TCC Termo de autoria: Eu, Cíntia Luciano Custódio, matrícula 201908178205, confirmo e me responsabilizo que este trabalho foi realizado por mim respeitando o regulamento do tcc vigente do curso de SS EaD e as normas ABNT e toda legislação sobre pesquisa que estão ativas no país. _________________________________ Ivanise Rodrigues dos Santos Rio De Janeiro 2023 CÍNTIA LUCIANO CUSTÓDIO O ASSISTENTE SOCIAL E SEU TRABALHO EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS – ILPIs Monografia apresentada à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social. Orientador: Viviane Cristina Silva Vaz Ribeiro Rio De Janeiro 2023 CUSTÓDIO, Cíntia Luciano. O assistente social e seu trabalho em uma instituição de longa permanência para idosos – ILPIs. 2023. Xx f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduaçãoem Serviço Social) – Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro - RJ. RESUMO Introdução: O número de idosos tem aumentado significativamente nos últimos anos, sendo um fenômeno mundial. A tendência de envelhecimento é aparente a cada ano. O novo perfil demográfico da população brasileira inclui a institucionalização de idosos como tema de discussão nas arenas social e política. Objetivo: analisar o trabalho do assistente social nas instituições de longa permanência. Metodologia: Para tanto, o estudo é fruto de uma pesquisa bibliográfica, que empregou uma abordagem qualitativa e descritiva, voltada para o propósito. Através de toda a base teórica que está consolidada, os resultados da investigação permitiram uma compreensão mais detalhada da literatura pertinente ao tema, o que levou a uma sólida fundamentação teórica que tem um impacto significativo na consistência da investigação proposta.Resultados: Os assistentes sociais são profissionais que atuam dentro das mais diversas necessidades. Adere aos valores estabelecidos em seu programa Política de Ética, como equidade, justiça social, segurança de direitos e autonomia para idosos. Conlusão: Assim, em seu trabalho profissional com idosos institucionalizados, os profissionais de serviço social podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida, desenvolvendo atividades socioculturais que promovam a interação entre as comunidades e instituições locais, e contribuindo para o desenvolvimento psicossocial, cognitivo e biofísico. Palavras-chave: População Idosa. Instituições de Longa Permanência. Trabalho do Assistente Social. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................4 2 DESENVOLVIMENTO....................................................................................5 2.1 CONCEPÇÕES SOBRE A VELHICE E O PROCESSO DE NVELHECIMENTO NO BRASIL.......................................................................5 2.1.1 A velhice..................................................................................................5 2.1.2 O Envelhecimento no Brasil..................................................................8 2.2 REGULAMENTAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA E SEU CONTEXTO HISTÓRICO .....................................................................................11 2.2.1 Da Regulamentação.............................................................................13 2.3 O ASSISTENTE SOCIAL E SEU TRABALH EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS......................................................18 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................21 REFERÊNCIAS................................................................................................22 4 1 INTRODUÇÃO O número de idosos tem aumentado significativamente nos últimos anos, sendo um fenômeno mundial. A tendência de envelhecimento é aparente a cada ano. O novo perfil demográfico da população brasileira inclui a institucionalização de idosos como tema de discussão nas arenas social e política. A lei da terceira idade visa garantir que a família, o Estado e a sociedade se responsabilizem pelos direitos dos idosos, punindo aqueles que violam ou negligenciam suas obrigações. As instituições de longa permanência para idosos, segundo a Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA, mais conhecida como RDC nº 283 de 2005, são instituições governamentais ou não, com caráter residencial, destinadas a ser um domicílio coletivo para pessoas com 60 anos ou mais, que possuam, ou não, um suporte por parte da família, e que possam proporcionar a liberdade, dignidade e cidadania da/o residente. Este projeto foi motivado pela necessidade do tema escolhido, o papel dos assistentes sociais em instituições de longa permanência para idosos, sendo esta uma especialidade importante e com um impacto significativo na sociedade, visto que a expectativa de vida dos idosos está aumentando e eles estão agora um espaço de trabalho social. Esta empreitada tem como objetivo geral analisar o trabalho do assistente social nas instituições de longa permanência, também em conjunto com objetivos específicos que descrevam as concepções de velhice e processo de envelhecimento no Brasil, compreendam a história das instituições de longa permanência e sua regulamentação, bem como a atuação do assistente social em instituição de longa permanência para idosos. Para tanto, o estudo é fruto de uma pesquisa bibliográfica, que empregou uma abordagem qualitativa e descritiva, voltada para o propósito. Através de toda a base teórica que está consolidada, os resultados da investigação permitiram uma compreensão mais detalhada da literatura pertinente ao tema, o que levou a uma sólida fundamentação teórica que tem um impacto significativo na consistência da investigação proposta. 5 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 CONCEPÇÕES SOBRE A VELHICE E O PROCESSO DE NVELHECIMENTO NO BRASIL 2.1.1 A velhice Segundo Bitencourt (2019, p. 10), a velhice também pode ser considerada como uma categoria social que enfatiza as relações produtivas na sociedade industrial como um fator que influencia a questão da velhice: A sociedade industrial é maléfica para a velhice. [...]. A sociedade rejeita o velho, não oferece nenhuma sobrevivência à sua obra. Perdendo a força do trabalho ele já não é produtor nem reprodutor. Se a posse e a propriedade constituem, segundo Sartre, uma defesa contra o outro, o velho de uma classe favorecida defende-se pela acumulação de bens. Suas propriedades o defendem da desvalorização de sua pessoa. Para compreender a representação social da velhice na sociedade contemporânea, De Lima Melo et al (2021, p.12) propõem dois significados diferentes de velhice: É uma certa categoria social, mais ou menos valorizada segundo as circunstâncias. É, para cada indivíduo, um destino singular – o seu próprio. O primeiro ponto de vista é a dos legisladores, dos moralistas; o segundo, o dos poetas; quase sempre, eles se opõem radicalmente um ao outro. [...] Os ideólogos [referindo-se aos primeiros] forjam concepções da velhice de acordo com os interesses de sua classe. Ao longo de sua evolução, a velhice foi socialmente retratada pelas tradições de diferentes culturas. Como em todas as circunstâncias humanas, a velhice altera a relação do indivíduo com o tempo em uma dimensão existencial, o que resulta em uma mudança em sua relação como mundo e com a história como um todo. 6 A ideia de velhice ainda está em construção, passou por várias épocas, e sua definição, assim como seu significado, decorre da construção histórica e social de cada época. Na era clássica, os gregos viam a velhice como associada à honra e ao respeito. No entanto, com a evolução da sociedade, as pessoas passaram a valorizar a beleza, a masculinidade, a juventude e, com isso, desconsiderar os idosos. Os antigos gregos consideravam a juventude de suma importância e viam a velhice como uma calamidade e um castigo do poder condenatório (NETO e SILVA, 2020). Na sociedade romana, os chamados anciãos se destacavam em posição privilegiada na imagem do poder familiar. Eles estiveram envolvidos em cargos importantes e se tornaram os maiores defensores de Cícero contra a imagem negativa da velhice por meio de sua obra "A Senectude". Por outro lado, os hebreus consideravam os anciãos os líderes de seu povo e eram destacados por sua importância (ALVES et al., 2017). Durante o período medieval, os idosos eram considerados mendigos e, portanto, tinham um status muito negativo em todos os aspectos da sociedade. Hoje, com o início da Revolução Industrial, houve uma grande migração para as áreas urbanas, mas o mercado não conseguiu absorver o excesso de mão de obra, com isso, ficaram paralisados quando perderam seus empregos devido à idade (COELHO et al. , 2017). Hoje, a geriatria e a gerontologia evoluíram para promover o estudo e a valorização da velhice. A longevidade de hoje levou a sociedade a focar na velhice, a autonomia dos idosos deve ser promovida e os direitos dos idosos devem ser reconhecidos. No contexto pós-moderno, a imagem da velhice desfez os estereótipos que a sociedade vem presenciando porque, segundo Passos e Santos (2017, p.8): [...] mais do que nunca, no contexto pós-moderno, há uma necessidade de desmistificar a imagem da velhice como algo descartável, inútil e ultrapassado [...] ao invés de retratar um idoso considerado velho, isto é, cansado, incapaz, frágil, com doenças e limitações; determinados discursos que circulam na mídia vêm agindo de modo a desconstruir essa representação e propor novas identidades para os idosos, mostrando-o ativo, preocupado com a aparência física, com o desempenho sexual, que gosta de praticar esportes, de passear, enfim, de ter momentos prazerosos. Conforme observado desde a época clássica, desde o período medieval até a 7 atualidade, a velhice possui múltiplas definições, que se manifestam de forma contraditória nos ambientes sociais, ora são valorizadas, ora não. lugar de valor Um lugar de valorização, desvalorização e deterioração. O envelhecimento deve ser entendido como um fenômeno biológico, cultural e biossociocultural, ou seja, é uma existência linguística, inserida na cultura, o envelhecimento é um processo de constante mudança que afeta o processo histórico (FERREIRA e PREUSS, 2017). Hoje, a velhice tornou-se uma das etapas naturais da vida, experimentando mudanças de natureza biológica, psicológica, econômica e social que muitas vezes são consideradas negativas na sociedade, pois muitas vezes essas mudanças estão associadas a perdas, sensação de inadequação. Ansiedade e medo, que acabam levando ao isolamento social (DAMACENO; LAZARINI e CHIRELLI, 2017). Assim, o idoso deve aprender a se adaptar às mudanças que ocorrem durante o envelhecimento. As questões relativas à velhice não devem centrar-se apenas na sua componente biológica, pois é uma parte da vida que deve ser considerada no contexto social em que o indivíduo vive. Geralmente, quando alguém chega aos 60 anos de idade, é considerado idoso, independentemente de sua condição física, psicológica ou social. No entanto, conceitos que se baseiam apenas na idade cronológica e carecem de uma perspectiva multidimensional não são considerados boas medidas de compreensão do desenvolvimento humano, o processo de envelhecimento tem dimensões e implicações adicionais que fazem parte da dimensão cronológica (DE LIMA MELO et al., 2021). Conte et al (2021, p.5), a velhice: [...] é um fenômeno biológico: o organismo do homem idoso apresenta certas singularidades. A velhice acarreta, ainda, consequências psicológicas: certos comportamentos são considerados, com razão, como característicos da idade avançada. Como todas as situações humanas, ela tem uma dimensão existencial: modifica a relação do indivíduo com o tempo e, portanto, sua relação com o mundo e com sua própria história. Quando se trata da velhice, Ledesma et al. (2021) dividem o conceito em quatro fases: a idade cronológica, que está associada ao tempo desde o 8 nascimento; a idade biológica, que é determinada pelas mudanças corporais e psicológicas que ocorrem durante o desenvolvimento e que caracterizam o processo de envelhecimento humano. A idade social é caracterizada por hábitos e o status social do indivíduo é determinado por seus esforços para cumprir múltiplas obrigações sociais em relação a pessoas de sua idade, cultura e grupo social (GUEDES et al., 2022). É caracterizada por padrões sociais que são impostos, os padrões refletem o que se espera do idoso e os papéis sociais que sustentam suas vidas. A idade psicológica é o grau em que cada indivíduo percebe a ausência ou presença de marcadores biológicos, sociais e psicológicos da idade de acordo com os mecanismos normativos de comparação em idade (SILVA, 2022). À medida que aumenta a expectativa média de vida, os idosos assumem novas responsabilidades sociais, e a presença de inúmeras palavras mais antigas indica a complexidade do processo de envelhecimento. No processo, ainda podemos encontrar conceitos sobre o idoso e a terceira idade. Idoso é o nome oficial da pessoa com 60 anos ou mais, de acordo com a Lei nº 8.842, de 1994, que estabelece a Política Nacional do Idoso. Para Kadri; De Almeida e Da Silva (2021, p.11) tornar-se idoso vai além da idade cronológica, como vemos em sua definição de idoso: Idoso é uma pessoa mais velha, que na maioria das vezes chega aos 60 anos, independentemente de seu estado biológico, psicológico, social. Entretanto o conceito de idade é multidimensional e não é uma boa medida do desenvolvimento humano. Usar a palavra idoso em vez da palavra velho transmite uma qualidade específica aos indivíduos dessa categoria em nossa sociedade. Idoso é considerado mais educado, e a palavra envelhecido é considerada depreciativa. A expressão de velhice mais utilizada teria uma conotação positiva e aumentaria a vivência atual da velhice, a “velhice ativa” (DA ROSA e DA SILVA, 2021). De Carvalho et al (2022, p. 7) afirmam: Terceira Idade é uma expressão que, recentemente, popularizou-se com muita rapidez no vocabulário brasileiro. Mais do que referência cronológica, é uma forma de tratamento das pessoas de mais idade, que ainda não adquiriu conotação depreciativa. O termo terceira idade é hoje amplamente utilizado porque representa uma 9 nova perspectiva de vida onde os indivíduos passam a ter um papel ativo no processo de envelhecimento com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. 2.1.2 O Envelhecimento no Brasil No Brasil, o envelhecimento da população está aumentando em ritmo acelerado. A Organização Mundial da Saúde - OMS define população idosa como aquela com 60 anos ou mais, para países em desenvolvimento, e 65 anos, para países desenvolvidos (FURTADO; VELLOSO et al., GALDINO, 2021 ) . O envelhecimento populacional é um processo intrínseco à evolução humana, sendo um fenômeno universal. O crescimento da população idosa é significativo, e esse fenômeno do envelhecimento é causado por uma combinação de fatores, incluindo mudanças demográficas, declínio da natalidade e aumento da longevidade, que contribuíram para o aumento do número de idosos. A maioria da população(DE LIMA MELO et al. 2021). O processo de envelhecimento é causado principalmente pelo aumento do número de idosos na população. Nesse contexto, o Brasil deixou de ser considerado uma nação jovem, pois a Organização Mundial da Saúde-OMS define o conceito de envelhecimento populacional como o percentual de idosos chegando a 7%, e há uma tendência. Aumento (BITENCOURT, 2019). Isso demonstra que o envelhecimento da população brasileira é uma nova preocupação para o país, proporciona uma nova perspectiva de vida, o que indica uma população idosa crescente. Vale ressaltar que a tendência de envelhecimento da população brasileira é confirmada pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, que prevê que, até 2060, a população idosa poderá representar 26,7% da população total. A pesquisa realizada confirma que o Brasil é um país com estatísticas em mudança e o crescimento da população idosa tornou-se muito expressivo (NETO e SILVA, 2020). Para Alves et al (2017, p.11), o envelhecimento caracteriza-se: [...] como um processo complexo que ocorre em cada pessoa, individualmente, mas condicionado a fatores sociais, culturais e históricos, que vão rebater na sociedade como um todo, envolvendo os idosos e as várias gerações. Por seu caráter multifacetado, o envelhecimento abarca múltiplas abordagens: físicas, emocionais, psicológicas, sociais, econômicas, políticas, ideológicas, culturais, 10 históricas, dentre outras. A conjuntura marca as diversas formas de viver e de conhecer o envelhecimento, assim como as determinações culturais tomam formas diferenciadas no tempo e no espaço. Outro diferencial se refere à posição de classe social que os indivíduos ocupam. O envelhecimento populacional no Brasil tornou-se mais significativo no início do século XX, e essa tendência foi ainda mais acentuada na década de 1960. Esse envelhecimento é causado por uma diminuição significativa da taxa de fecundidade das mulheres, o que levou a um aumento da população idosa no contexto social brasileiro durante a década de 1960 (COELHO et al., 2017). Segundo Passos e Santos (2017): Nesse movimento que marca as sociedades modernas, a partir da segunda metade do século XIX, a velhice é tratada como uma etapa da vida caracterizada pela decadência física e ausência de papéis sociais. Para o autor o avanço da idade como um processo contínuo de perdas e dependência – que daria uma identidade de condições aos idosos – é responsável por um conjunto de imagens negativas associadas à velhice, mas foi também elemento fundamental para a legitimação de direitos sociais, como a universalização da aposentadoria. Nesse contexto, a aposentadoria marca a velhice em nossa sociedade, pois é o momento em que o indivíduo deixa de fazer parte do tecido social produtivo. A aposentadoria cria um princípio de identidade para a velhice, definindo esse período da vida pela inatividade. Um fato de grande preocupação é que o processo de feminização da velhice, por ser um componente demográfico da sociedade, tem se tornado evidente. Hoje, as mulheres representam 55,5% da população idosa brasileira e 61% dos maiores de 80 anos (FERREIRA e PREUSS, 2017). Portanto, o aspecto de gênero não pode ser ignorado quando se pensa na velhice, sendo também um determinante da condição do idoso na vida social, pois a velhice é uma experiência tratada de forma diferenciada. e mulheres, social e economicamente, em termos de condições de vida, doenças e até subjetivamente. Segundo Coelho et al (2017, p.17): As mulheres vivem mais tempo: são os grandes velhos solitários que constituem a camada mais desfavorecida da população. Mas no conjunto, a mulher idosa adapta-se melhor que seu marido à sua condição. Dona-de-casa, mulher doméstica, sua situação é a mesma que a dos camponeses e dos artesãos de outrora: para ela, trabalho e existência se confundem. Nenhum decreto exterior interrompe brutalmente suas atividades. Estas últimas diminuem no momento 11 em que os filhos tornados adultos deixam a casa. Essa crise, que se produz, geralmente muito cedo, muitas vezes a perturba. De qualquer modo, entretanto, não fica inteiramente ociosa, e seu papel de avó lhe traz novas possibilidades [...] E têm, na casa e na família, papéis que lhes permitem encontrar ocupação e manter a própria identidade. São elas que têm as responsabilidades domésticas, e que mantêm relações ativas com a família, sobretudo com os filhos e netos. A mulher toma, então, a dianteira do marido, e muitas vezes tiram dessa superioridade à impressão de uma desforra. Algumas se empenham então, agressivamente, em humilhar o homem em sua virilidade. Os idosos têm consciência dessa troca de papéis (BEAUVOIR, 1990, p. 324). À medida que a população do Brasil envelhece, é importante levar em consideração os desafios impostos pelas mudanças contínuas na estrutura social, incluindo aquelas voltadas para a promoção da saúde, desafios familiares, desafios previdenciários e zonas de pobreza à medida que aumenta o número de aposentados. Em especial, o desenvolvimento de políticas públicas que garantam uma vida digna aos idosos (DAMACENO; LAZARINI e CHIRELLI, 2017). Por fim, as discussões sobre o envelhecimento neste estudo visam valorizar e reconhecer o idoso, mostrando a importância de garantir espaços para o idoso receber apoio, promover a inclusão e a participação social e melhorar sua qualidade de vida. O Brasil passa por uma transição demográfica com uma população idosa crescente. Nesse sentido, será apresentado o processo de envelhecimento e a garantia de direitos ao longo desse processo. 2.2 HISTÓRICO DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA E SUA REGULAMENTAÇÃO As instituições onde os idosos ficam são geralmente chamadas de asilo, onde são mais frequentemente associadas à discriminação e à pobreza. O asilo é a forma mais antiga de cuidado ao idoso fora do convívio familiar (DE LIMA MELO, 2021). No geral, as instituições são vistas de forma negativa e o ideal seria que os idosos pudessem morar com suas famílias. As instituições que abrigam idosos existem há bastante tempo. O cristianismo foi pioneiro no amparo aos velhos, havendo registro de que o primeiro asilo foi 12 fundado pelo Papa Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa em um hospital para velhos. A primeira instituição asilar criada no Brasil foi em 1782, no Rio de Janeiro, pela Ordem 3ª da Imaculada Conceição, com capacidade para atender 30 idosos (BITENCOURT, 2019). Durante os tempos coloniais do Brasil, o Conde Resende defendeu a dignidade e a tranquilidade dos velhos soldados na velhice. Só em 1794 é que a Casa dos Inválidos começou a funcionar no Rio de Janeiro, proporcionando uma velhice tranquila para aqueles que serviam o país como um reconhecimento e não como um ato de caridade. No Brasil, os primeiros sanatórios dedicados aos idosos foram criados no Rio de Janeiro em 1890: do ponto de vista assistencial beneficente, a Fundação do Asilo São Luiz para a Velhice Desamparada oferece alojamento para idosos pobres (NOVAES NETO e SILVA, 2020). As origens do asilo relacionam-se à filantropia, de modo que a história da institucionalização da velhice começa com uma prática assistencialista na qual a filantropia cristã domina. No final do século XIX, a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo prestava assistência a mendigos como instituição geriátrica devido ao aumento do número de internações de idosos em 1964. Somente no início do século XX essas instituições começaram a organizar os espaços, de acordo com cada categoria social, crianças em orfanatos, loucos em abrigos e idosos em asilos (ALVES et al., 2017). O modelo de acolhimento do Brasil continua a se assemelhar a instituições monolíticas, deixando muito a desejar como forma ultrapassada de gestão dos serviços de saúde e/ou habitação para idosos.As primeiras clínicas geriátricas e asilos não beneficentes começaram a surgir na década de 1960, quando foi criada a Sociedade Brasileira de Geriatria. É a partir deste momento que a institucionalização da velhice deixa de ser apenas uma ação filantrópica, mas passa a ser vista como fonte de renda, pois a população idosa requer cuidados especiais (FERREIRA e PREUSS, 2017). Segundo Moreira (2017, p.8), uma instituição de longa permanência para idosos é: Uma residência coletiva, que atende tanto idosos independentes em situação de carência de renda e/ou de família quanto aqueles com dificuldades para o desempenho das atividades diárias, que necessitem de cuidados prolongados. 13 Em termos de associações religiosas e caritativas, destaca-se a Sociedade de São Vicente de Paulo – SSVP, fundada em Paris em 1833, como uma instituição religiosa católica caritativa voltada ao atendimento dos mais necessitados. A maioria das instituições existentes no Brasil são congregações beneficentes e religiosas, representando 65,2% das instituições do país (DE LIMA MELO et al., 2021). O número de lares de idosos não acompanhou o crescimento da população idosa. No Brasil, existem aproximadamente 3.548 abrigos públicos e privados, um número impressionante para instituições públicas, e nacionalmente, os abrigos entre municípios, estados e municípios são limitados a cerca de 200 (CONTE et al., 2021). 2.2.1 Da Regulamentação Além de proporcionar um ambiente amigável e uma vida saudável para que os idosos institucionalizados possam viver com dignidade, a ILPI deve aderir às regras de funcionamento. As instituições de longa permanência para idosos funcionam de acordo com leis e regulamentos específicos e procuram garantir um ambiente amigável para a sua sociedade. Nesse sentido, o que existe em termos de padronização e diretrizes para os hardware (LEDESMA et al., 2021). Inicialmente, a ILPI era regida por quatro regulamentos, um do Ministério da Saúde e os demais do Ministério da Previdência e Assistência Social. A portaria nº 810/1989 do Ministério da Saúde foi a primeira a endossar padrões e normas para o funcionamento de asilos, clínicas geriátricas e demais instituições de atendimento ao idoso [...]" (BRASIL, 1989). Definir as instituições de longa duração como estabelecimentos de várias denominações, com ambiente físico adequado, com pessoal adequado para o atendimento de idosos, com ou sem alojamento, independentemente do salário e por tempo indeterminado. Segundo Conte et al (2021, p.11): Em 2000, o Ministério da Previdência e da Assistência Social, publicou duas portarias de nº 2.854/2000 e nº 2.874/2000, e ambas definem o atendimento integral institucional como aquele “prestado em instituições acolhedoras conhecidas como: abrigo, asilo, lar e 14 casa de repouso, para idosos em situação de abandono, sem família ou impossibilitados de conviver com suas famílias” (BRASIL, 2000). A Portaria da Secretaria de Políticas de Assistência Social - SAS-073 de 10 de maio de 2001 é um passo na regulamentação da Política Nacional do Idoso (PNI), trazendo novas alterações às "Normas e Padrões Mínimos de Serviços" e "Programa de Atenção ao Idoso" dentro dos Estados e Municípios. De acordo com a referida portaria, o atendimento institucional integrado “é prestado em instituições asilares, principalmente para idosos vulneráveis em situação de rua [...]” (BRASIL, 2001). A prioridade é dada aos serviços para idosos que vivem com suas famílias, sendo o atendimento institucional integral a última opção para os idosos. A Constituição Federal de 1988 preconiza que o cuidado ao idoso seja prestado pela família, em detrimento da assistência asilar, mas no art. 37 do Estatuto do Idoso afirma que “o idoso tem direito a uma moradia digna, tanto em família natural e adotiva, ou sem o cuidado de parentes, se assim o desejar, ou ainda em local público ou privado. instituição" (BRASIL, 2003). Segundo o Estatuto do Idoso: As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas de lei (BRASIL. 2003). O artigo 49.º do Estatuto do Idoso, como importante instrumento de garantia dos direitos dos idosos e orientador da política assistencial, define os princípios a serem seguidos pela ILPI, tais como: Preservar os vínculos familiares, desenvolver atendimento personalizado, promover a participação do idoso nas atividades comunitárias de caráter interno e externo e preservar a identidade dele, bem como oferecer ambiente de respeito e dignidade (BRASIL, 2003). Peça. 50.º do Estatuto do Idoso especifica as obrigações das entidades de cuidados a idosos, que incluem as instituições de cuidados continuados: 15 I - celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso; II - observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos; III - fornecer vestuário adequado se for pública, e alimentação suficiente; IV - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade; V - oferecer atendimento personalizado; VI - diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares; VII - oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas; VIII - proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso; IX - promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer; X - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças; XI - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; XII - comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de doenças infectocontagiosas; XIII- providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei; XIV - fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos; XV - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento; XVI - comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos familiares; XVII - manter no quadro de pessoal profissional com formação específica (BRASIL, 2003). As inspeções das unidades de serviço, sejam governamentais ou não governamentais, serão conduzidas de acordo com o Regulamento de Idosos. O órgão fiscalizador das normas sanitárias é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, de acordo com o Regulamento Técnico de Funcionamento das Instituições de Hospedagem do Sistema de Hospedagem Participativa de Longa Permanência para Idosos. De acordo com a ANVISA, as instituições de longa permanência para idosos são classificadas de acordo com a especialidade de atendimento e prestam as seguintes formas de assistência: 16 a) Modalidade I - destinada a idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; b) Modalidade II - destinada a idosos com dependência funcional em qualquer atividade de autocuidado tais como: alimentação, mobilidade, higiene e que necessitem de auxílios e cuidados específicos; c) Modalidade III - destinada a idosos com dependência que requeiram assistência total, com cuidados específicos, nas atividades de autocuidado (BRASIL, 2004). As instituições devem aderir às normas de funcionamento estabelecidas pela ANVISA e proporcionar um ambienteadequado às necessidades dos idosos, proporcionar uma vida digna e saudável e permitir que os idosos se encaixem melhor em uma instituição acolhedora. A Resolução da Diretoria Colegiada ANVISA/RDC nº 283, de 26 de setembro de 2005, aprovou o regulamento técnico e estabeleceu as regras de funcionamento das instituições de longa permanência para idosos no Brasil, assim as definindo: Instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania (BRASIL, 2005). A RDC nº 283/05 estabelece as regras de funcionamento, a organização das estruturas físicas e sanitárias e os recursos humanos mínimos necessários para o funcionamento, com base no grau de dependência dos idosos assistidos pela instituição. A resolução citada faz algumas definições importantes, como: 1) Cuidador de Idosos - pessoa capacitada para auxiliar o idoso que apresenta limitações para realizar atividades da vida diária; 2) Dependência do Idoso – condição do indivíduo que requer o auxilio de pessoas ou de equipamentos especiais para realização de atividades da vida diária; 3) Equipamento de Autoajuda – qualquer equipamento ou adaptação, utilizado para compensar ou potencializar habilidades funcionais, tais como bengala, andador, óculos, aparelho auditivo e cadeira de rodas, entre outros com função assemelhada (BRASIL, 2005). 17 A Resolução nº 283/05, ainda define o grau de dependência do idoso: a) Grau de dependência I – idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; b) Grau de dependência II – idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para vida diária tais como: alimentação, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada; c) Grau de dependência III – idosos com dependência que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo (BRASIL, 2005). A normalização e normalização da ILPI representa um avanço na proteção institucionalizada do idoso, tanto quanto empiricamente, pois além de aderir às normas operacionais, as instituições também devem proporcionar ao idoso uma vida digna e respeitosa. A Resolução nº 283/05, determina que uma ILPI proporcione: O exercício dos direitos humanos (civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e individuais) de seus residentes; observando os direitos e garantias dos idosos, inclusive o respeito à liberdade de credo e a liberdade de ir e vir, desde que não exista restrição determinada no Plano de Atenção à Saúde; preservar a identidade e a privacidade do idoso, assegurando um ambiente de respeito e com dignidade; deve promover um ambiente acolhedor, a convivência mista entre os residentes de diversos graus de dependência, a integração dos idosos nas atividades desenvolvidas pela comunidade local, e as condições de lazer para os idosos (atividades físicas, recreativas e culturais); favorecer o desenvolvimento de atividades conjuntas com pessoas de outras gerações; incentivar e promover a participação da família e da comunidade na atenção ao idoso residente; desenvolver atividades que estimulem a autonomia dos idosos, desenvolver atividades e rotinas para prevenir e reprimir qualquer tipo de violência e discriminação contra os idosos que nela residem (BRASIL, 2005). As instituições devem seguir regras e regulamentos que atendam às necessidades dos idosos, seja por meio de boa composição corporal, boa alimentação, cuidados de saúde, higiene, descanso, recreação, assistência e outras atividades dentro da instituição que visem melhorar a qualidade de vida dos idosos. adultos.Algumas instituições têm buscado se adequar aos novos tempos, 18 organizando equipes interdisciplinares, com médicos, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e nutricionistas, na tentativa de se adequar a realidade de suas demandas. Neste sentido, dando a devida importância à equipe interdisciplinar, dentre os profissionais citados, destacaremos o trabalho do Assistente Social, em Instituições de Longa Permanência para Idosos. 2.3 O ASSISTENTE SOCIALE SEU TRABALHO EM UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS A ILPI configura-se como um campo de atuação do assistente social, capacitando os profissionais a intervir nas realidades sociais como agentes de mudança social, proporcionando respeito e dignidade ao idoso. Em qualquer ramo de atividade, seu objetivo é atender às necessidades e dar aos profissionais a oportunidade de intervir na realidade de forma adequada (GUEDES et al., 2022). Essa competência deve estar integrada às dimensões do serviço social, a saber: ética-política, teórico-metodica e técnico-operativa. Na ILPI, as intervenções do assistente social devem ser orientadas pelos princípios éticos definidos pela NOB-RH/SUAS, estabelecidos pela Resolução CNAS 269, de 13 de dezembro de 2006, pois as resoluções que adotam esses princípios regulamentam e regulamentam o Profissional de Pessoal, de acordo com o tipo de serviço social. serviço de assistência, são: a) Defesa intransigente dos direitos socioassistenciais; b) Compromisso em ofertar serviços, programas, projetos e benefícios de qualidade que garantam a oportunidade de convívio para o fortalecimento de laços familiares e sociais; c) Promoção aos usuários do acesso à informação, garantindo conhecer o nome e a credencial de quem os atende; d) Proteção à privacidade dos usuários, observando o sigilo profissional, preservando sua privacidade e opção e resgatando sua história de vida; e) Compromisso em garantir atenção profissional direcionada para construção de projetos pessoais e sociais para autonomia e sustentabilidade; f) Reconhecimento do direito dos usuários a ter acesso a benefícios e renda e a programas de oportunidades para inserção profissional e social; g) Incentivo aos usuários para que estes exerçam seu direito de participar de fóruns, conselhos, movimentos sociais e cooperativas 19 populares de produção; h) Garantia do acesso da população a política de assistência social sem discriminação de qualquer natureza (gênero, raça/etnia, credo, orientação sexual, classe social, ou outras), resguardados os critérios de elegibilidade dos diferentes programas, projetos, serviços e benefícios; i) Devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no sentido de que estes possam usá-las para o fortalecimento de seus interesses; j) Contribuição para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados; (BRASIL, 2006). A atuação dos profissionais de serviço social na ILPI concentra-se na prestação de serviços, programas, programas e benefícios aos idosos. Deve ser orientado pelo Código de Ética e alinhado ao seu programa de Política de Ética. A imagem ideal da profissão, os valores que a legitimam, suas funções e objetivos sociais, conhecimento teórico, conhecimento de intervenções, normas, práticas, etc. (SILVA, 2022). No atendimento institucional, deve-se desenvolver o trabalho social, no qual os profissionais devem acolher os idosos, ouvi-los e proporcionar o desenvolvimento da vida familiar, grupal e social. Segundo De Carvalho et al (2022): os profissinais devem: Orientar e encaminhar sobre e/ou para a rede de serviços locais; orientação sociofamiliar; fazer o acompanhamento dos encaminhamentos realizados; elaborar relatórios e/ou prontuários dos/as residentes; orientar quanto ao acesso à documentação pessoal. Elaborar programas e/ou projetos, desenvolvendo atividades de convívio, como uma forma de organizar a vida cotidiana dentro da instituição; deve se articularcom a rede de serviços socioassistenciais, bem como com os outros serviços ofertados pelas políticas públicas; proporcionando o exercício da cidadania, pela defesa dos direitos dos idosos e por fim os profissionais também devem manter a articulação com os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. Para fazer valer os direitos dos idosos institucionalizados, o assistente social conta com a Lei das Profissões - Lei nº 8.662/93, que no art. 4º, diz respeito às competências de um especialista em bem-estar social, em detrimento de alguns, destacam-se: 20 Elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto à órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações; Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito do Serviço Social junto com a sociedade civil; Encaminhar providências e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população; Orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos; Planejar, organizar e administrar benefícios e serviços sociais; Realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades (BRASIL, 1993). Os assistentes sociais são profissionais que atuam dentro das mais diversas necessidades. Adere aos valores estabelecidos em seu programa Política de Ética, como equidade, justiça social, segurança de direitos e autonomia para idosos. A prática profissional exige que o assistente social se torne um profissional qualificado que fortaleça e amplie suas competências-chave, não apenas como executivo, mas como alguém que pensa, analisa, pesquisa e decifra a realidade. Na perspectiva da generalização dos serviços relacionados às políticas e programas sociais, os assistentes sociais defendem a equidade e a justiça social; a ampliação e consolidação da cidadania é claramente vista como garantia de direitos cívicos, políticos e sociais da classe trabalhadora, e pode ser decifrados para dar uma dada realidade e a partir dessa realidade constroem seu trabalho de forma criativa para propor, manter e efetivar direitos, decorrentes das necessidades que surgem no cotidiano (DA ROSA e DA SILVA, 2021). Assim, em seu trabalho profissional com idosos institucionalizados, os profissionais de serviço social podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida, desenvolvendo atividades socioculturais que promovam a interação entre as comunidades e instituições locais, e contribuindo para o desenvolvimento psicossocial, cognitivo e biofísico. 21 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS As instituições surgem como mecanismos reguladores das crises capitalistas, onde os profissionais são inseridos para viabilizar direitos, muitas vezes colidindo com os elementos constitutivos das instituições relacionadas aos profissionais. Muitas insituições carecem de recursos humanos, impedindo que os assistentes sociais desempenhem um papel profissional. Observa-se que os idosos dessas instituições mitas vezes tem que cumprir normas internas e, caso não cumpram, podem ser advertidos e possivelmente até afastados da instituição, sugerindo que o profissional exercia função de controle sobre os idosos institucionalizadas. No que diz respeito à atuação da profissional, destaca-se o seu compromisso com o projeto Ético-Político de resposta às necessidades dos idosos ou instituições, por meio de sua articulação com a dimensão jurídico-política, constituindo a base da conduta profissional e utilizando legislação nas agências de residência de longa duração para trabalho de idosos, como a Política Nacional do Idoso e o Regulamento do Idoso, para orientar a sua conduta profissional. Entende-se que na ILPI, além de mediar conflitos, o assistente social também atua de forma expressiva, interventiva e criativa a partir da perspectiva gradativa dos idosos residentes. Atende necessidades, confecciona encaminhamentos para redes de serviços públicos, principalmente À saúde etc. Divulgam informações, orientações sobre programas e projetos a serem implementados na instituição. Eles planejam, organizam e executam atividades voltadas à promoção da qualidade de vida dos idosos. 22 REFERÊNCIAS ALVES, Manuela Bastos et al. 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RESUMO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................4 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................21 REFERÊNCIAS................................................................................................22 1 INTRODUÇÃO 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Entende-se que na ILPI, além de mediar conflitos, o assistente social também atua de forma expressiva, interventiva e criativa a partir da perspectiva gradativa dos idosos residentes. Atende necessidades, confecciona encaminhamentos para redes de serv... REFERÊNCIAS
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