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Desenho de observação e de memória Livro

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DESENHO 
ARTÍSTICO
Diana Lemos
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
W133d Wagner, Juliana.
 Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes
 Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; 
 [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: 
 SAGAH, 2017.
 168 p. il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-241-6
 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea
 Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. 
 III.Título.
CDU 744.43
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista 
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43
Desenho de observação 
e de memória
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever as técnicas de desenho de linhas a mão livre com grafite,
dos elementos da forma de objetos e da arquitetura.
 � Identificar as técnicas de proporções de desenho de observação e
a mão livre.
 � Listar as aplicações dos métodos de projeções cônica e paralela.
Introdução
O desenho a mão livre é uma ferramenta valiosa para os arquitetos ur-
banistas, pois permite expressar a maioria das suas ideias rapidamente 
e de forma eficaz. Algumas pessoas criativas possuem essa habilidade, 
outras, contudo, podem desenvolvê-la. O desenho de observação e de 
memória é uma forma extraordinária de expandir essa habilidade, pois 
fortalecer a capacidade de ver e de representar, como você irá perceber. 
Neste texto, você irá assimilar as técnicas de desenho de linhas, for-
matos e proporções e os métodos de projeção, para esboçar a figura 
humana e os elementos naturais e arquitetônicos.
Técnicas de desenho de linhas e de formatos
A vantagem do desenho a mão livre é que você vai precisar de poucos ins-
trumentos (papel, lápis grafite e borracha). Objetivos mais elaborados podem 
requerer de você outras técnicas, como a utilização do carvão vegetal e dos 
creions. Contudo, aprender a desenhar uma variedade de técnicas mecânicas 
e suas teorias não é uma tarefa simples. Portanto, para começar, neste tópico, 
você vai aprender a técnica do lápis grafite e os elementos da forma e do 
espaço, apresentados não como um fim em si mesmo, mas como significado 
DA_U1_C03.indd 49 01/12/2017 16:51:45
para trazer subsídios para o desenho da observação, conforme a estrutura de 
conhecimento a seguir:
1. Escolher o tipo de lápis, borracha e papel para atender aos seus objetivos.
2. Aprender a desenhar linhas a mão livre.
3. Identificar os elementos da forma.
Tipos de lápis, borracha e papel
“A efetividade geral de um desenho é determinada, acima de tudo, pela quali-
dade, variedade e sensibilidade dos traços que o compõem.” (CURTIS, 2015, 
p. 3). Esta qualidade está diretamente relacionada à escolha do lápis e do papel
e em como você aplica as técnicas de desenho de observação.
Os grafites de lápis e de lapiseiras são classificados como dura, média e 
macia e suas aplicações podem ser observadas na Tabela 1.
Fonte: Adaptada de Giesecke et al. (2002).
Classificação Grafite Quando aplicar
Dura 9H/8H/7H/6H/5H/4H/ Usar quando for necessária extrema 
precisão em desenhos técnicos, pois 
as linhas tendem a ser muito claras.
Média 3H/2H/H/F/HB/B/ Usar para esboços técnicos 
e letreiros. HB e B são usados 
para desenhos a mão livre, 
para desenhar linhas finas. 
Macia 2B/3B/4B/5B/6B/7B/ Usar, essencialmente, para 
desenhos a mão livre, trabalhos 
artísticos de vários tipos e para 
detalhes em tamanho natural 
do desenho arquitetônico. 
Tabela 1. Classificação dos grafites.
As lapiseiras automáticas são fabricadas para grafites de 0,3 mm, 0,5 mm, 
0,7 mm e 0,9 mm. A primeira é adequada ao desenho técnico fino; a segunda, 
para escrever e traçar linhas finas no desenho técnico e a mão livre; a terceira, 
para uso geral no desenho a mão livre; e a de 0,9 mm, para executar linhas 
Desenho de observação e de memória50
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grossas. Associado ao lápis, você vai precisar de uma borracha macia, que é 
a borracha plástica. Por deixar muitos resíduos, você poderá precisar de um 
bigode, espanador especial para desenho, para limpar a sua superfície.
Você vai encontrar uma grande variedade de tamanhos, pesos e superfícies 
de papel. O tamanho varia segundo os formatos técnicos (A4, A3, A2, A1 e 
A0), podendo ser folhas soltas ou blocos de desenho, inclusive quadriculados. 
Você pode até mesmo criar as folhas com moldes ou grades no AutoCad e 
colocar embaixo do seu desenho, para facilitar no processo de aprendizado. 
O peso do papel está relacionado a sua constituição, por exemplo, cartolina, 
papel duplex ou tríplex, entre outros. A sua superfície perpassa do liso ao 
extremamente áspero (mais granulado), abrangendo muitas variações. Você 
deve usar a superfície lisa para o lápis grafite e a mais granulada para técnicas 
que utilizem tinta, pastel e carvão vegetal. Uma visita à papelaria pode ser 
mais elucidativa do que qualquer outra fonte de conhecimento sobre assunto.
No desenho de observação, o ideal é investir em um cavalete de artista 
durável, ainda que nem sempre seja possível carregá-lo. A correta posição 
para o desenho de observação é 90º, com o observador em pé. 
Com uma simples alteração na sua posição em relação ao objeto, você pode renovar 
o seu olhar e descansar um pouco, mas é preciso retornar à posição original, ao voltar 
a desenhar.
Desenho de linhas a mão livre
Segundo Curtis (2015), uma linha pode variar entre grossa e fina, clara e escura, 
angular e orgânica, de contornos duros e suaves, gerando uma centelha de 
energia a um desenho realizado com sensibilidade. Assim, um desenho esbo-
çado a mão livre, além de expressar um sentimento, também deve demostrar 
preocupação com a clareza e a espessura correta das linhas. 
Para esboçar linhas longas, marque suas extremidades e desenhe a linha 
mantendo o olhar na direção da marca para a qual você está movendo o lá-
pis. Repita vários traços até encontrar a precisão da linha. Se a linha estiver 
ondulada demais, você pode estar empunhando de forma equivocada o lápis 
ou estar segurando-o com muita força. Contudo, são permitidas pequenas 
51Desenho de observação e de memória
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ondulações e eventuais intervalos, desde que a linha fique em um traçado reto, 
mas não precisamente reto como no AutoCAD. Desenhe sempre as linhas 
horizontais da esquerda da direita, com um movimento natural do pulso e do 
braço e nas linhas verticais, de cima para baixo com movimentos do dedo e 
do pulso (CURTIS, 2015). 
A variação da espessura da linha representa um assunto chave no desenho 
de observação. Dada à timidez do traçado no início do aprendizado, você pode 
se esquivar de variar mais a sua espessura, mas é muito importante desenhar 
com variedade e liberdade, conforme as orientações a seguir. 
Você deve utilizar linhas finas quando forem:
 � Linhas de construção: estas devem ser muito claras, de modo que
fiquem pouco visíveis.
 � Linhas de centro: estas devem ser nítidas.
 � Linhas de prolongamento de um objeto: estas devem ser nítidas e
escuras.
Você pode aumentar a espessura da linha, quando:
 � estiver comparativamente muito mais próxima do observador;
 � estiver embaixo do objeto, para indicar peso.
“Os contornos dominam a nossa percepção do mundo visual. [...] Algumas 
destas arestas são claras, outras se perdem no plano de fundo, conforme mudam 
de cor ou de tonalidade. [...] No processo de observação, a mente acentua estas 
arestas e as vê como contornos.” (CHING, 2012, p. 17).
Você vai tender a variar a espessura da linha do contorno, mas tente ter 
em mente que seu desenho com uma linha grossa deve ser utilizado no caso 
de incidência de sombra, ou quando representa a aresta de um objeto que se 
sobrepõe a outro ou quando as arestas do objeto, de fato, variam em espessura. 
Em geral, a linha do contornodeve variar de forma uniforme em relação a 
todo desenho. Definir de três a quatro variações de linha no desenho poderá 
ajudar você a manter o equilíbrio na intensidade de utilização das linhas.
Desenho de observação e de memória52
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No capítulo “A mecânica de desenhar”, do livro Desenho de Observação, de Curtis 
(2015), você pode aprender mais sobre as técnicas de empunhadura de desenho e 
de variação de traço.
Elementos da forma de objetos e da arquitetura
Os elementos da forma são o ponto, a linha, o plano e o volume. O ponto, o 
primeiro gerador da forma, indica uma posição no espaço, e você pode adotá-
-lo para estabilizar, dominar e organizar os elementos ao seu redor, quando 
este for o elemento central da composição. Quando localizado fora do centro, 
transmite agressividade e sugere um eixo para organizar formas construídas 
por meio do estabelecimento de dois pontos (CHING, 1979).
Segundo os conceitos de Ching (1979), enquanto o ponto é estático, a linha 
descreve o caminho de um ponto em movimento, expressando uma direção ou 
um crescimento. Permite unir, circundar ou descrever arestas. A linha vertical 
expressa um estado de equilíbrio, com a força da gravidade; a linha horizontal 
representa estabilidade, o horizonte ou um corpo que repousa; e linha oblíqua 
expressa dinamismo ou uma atividade visual, como um nascer do sol. 
Ainda que o espaço arquitetônico disponha de quatro dimensões, sua 
forma tridimensional e a experiência da arquitetura, segundo o conceito de 
Zevi (1996), a sua forma pode ser linear, quando acomoda um movimento 
de percurso, como nas pontes. Elementos verticais lineares, como colunas, 
obeliscos e torres vêm sendo utilizados em larga escala na história grega, 
romana e, mais recentemente, no neoclassicismo, para comemorar eventos, 
por exemplo. 
A sua percepção do plano é sempre distorcida pela perspectiva cônica. A 
definição dos limites e as fronteiras de um volume é função do plano, sendo 
este um elemento chave no vocabulário arquitetônico, pois seu tamanho, 
sua forma, sua cor, sua textura e a relação espacial entre eles determinam 
as propriedades visuais da forma e a qualidade do espaço que ele encerra. 
Um elemento de desenho pode ser neutro ou visualmente ativo, opaco ou 
transparente e fonte de luz e de observação. Portanto, a forma da edificação 
pode ser planar, pela diferenciação dos planos verticais e horizontais, como 
projetado na Casa da Cascata de Frank Lloyd Wright, ou com variações no 
material, na cor e na textura (CHING, 1979).
53Desenho de observação e de memória
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Um plano estendido ou a adição de planos compreende um volume, ele-
mento tridimensional do vocabulário arquitetônico, cujas propriedades são 
comprimento, largura e profundidade. Os principais volumes do vocabulário 
arquitetônico são a esfera, o cilindro, o cone, a pirâmide e o cubo. 
A esfera representa uma forma centralizada, concentrada e estável. O 
cilindro pode ser facilmente estendido através do seu eixo e assume uma forma 
estável, se repousa sobre uma de suas faces circulares, mas pode, também, 
se tornar instável, quando seu eixo central é inclinado. O cone, assim como 
o cilindro, é estável se apoiado sobre sua face circular e instável quando seu
eixo é descolado. Pode indicar balanço, se apoiado sobre o seu eixo vertical. A
pirâmide possui propriedades de estabilidade e de balanço como a do cilindro,
porém é estável se apoiada sobre qualquer uma de suas faces. Por fim, o cubo
dispõe de seis faces quadradas iguais, representando uma forma estática sem
aparente direção (CHING, 1979).
Para compreender seu significado na prática, busque objetos reais forma-
dos por esses elementos, buscando perceber os significados de estabilidade, 
instabilidade e balanço enunciados por Ching (1979). 
Acessando o link ou o código a seguir, do site Ar-
chDaily (FRACALOSSI, 2012, você pode visualizar 
as imagens da Casa da Cascata, de Frank Lloyd 
Wright.
https://goo.gl/LtkNhV
Desenho de observação e de memória54
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Veja na Figura 1 três exemplos da aplicação do volume em projetos e obras arquite-
tônicas com a utilização da esfera, do cilindro e do cone.
Figura 1. Utilização da esfera, do cilindro e do cone na arquitetura.
Fonte: Ching (1979, p. 60).
Técnicas de proporções
A proporção é a relação do tamanho relativo, utilizada para comparar as di-
mensões de largura e de altura. Observar as proporções dos objetos cotidianos 
é a melhor forma de começar a desenvolver a sensibilidade à proporção. “A 
regra mais importante no desenho de observação é manter as suas proporções.” 
(GIESECKE et al., 2002, p. 60). 
Você pode desenhar a mão livre circunferências, com base em técnicas 
de proporções, apresentadas na Figura 2. Os desenhos de arcos e de elipses 
são similares ao desenho de circunferências, e o uso de gabaritos facilita o 
desenho de circunferências, arcos e de elipses de tamanhos variados. 
Você deve usar, no desenho de observação, um objeto com arestas retas e 
paralelas (uma régua ou, ainda um lápis), também chamado de instrumento 
mondriano, para estabelecer uma unidade básica de medida e uma grade 
perceptual, aproximando-se do objeto para verificar as proporções, quando 
55Desenho de observação e de memória
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necessário. Uma vez estabelecida esta unidade, você pode girar o instrumento 
em 90°, mantendo-o perpendicular a sua linha de visão e exatamente na mesma 
distância dos olhos (CURTIS, 2015).
Se preferir, você pode utilizar o objeto mondriano como mira. A tendên-
cia de você alinhar a orientação dos objetos do campo de visão pelos eixos 
cartesianos (x e y) por meio da mira é tão forte, no desenho de observação, 
que você deve alinhar seu instrumento em frente a uma parede vazia, para 
não perder o prumo. Ao realinha-lo, você evita que as suas percepções diretas 
sejam influenciadas pelo conhecimento da sua mente (CURTIS, 2015).
Figura 2. Três técnicas para desenhar circunferências.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 60).
Enquanto as técnicas de proporção são estimadas pelo seu campo de visão, 
as técnicas do sistema de medição modular vêm evoluindo ao longo dos sé-
culos, até se tornarem o sistema de medida métrico com o módulo de 10 cm, 
utilizado hoje como o principal sistema de medição mundial. Esse sistema foi 
adotado pela maioria dos países, já no final do século XX.
Desenho de observação e de memória56
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O sistema de escala teve origem no dimensionamento modular grego e 
romano. As formas geométricas de Platão e Virtrúvio (o círculo, o triângulo e 
o quadrado) eram, em tempos remotos, um sistema de medição que auxiliava
medir outras formas poligonais. Apesar de terem tido pouca aplicação para
projeto e construção, a partir deles foi desenvolvida a dimensão do pentágono
ideal, que embasou a relação matemática “áurea”. Posteriormente, o arquiteto Le
Corbusier desenvolveu uma teoria das proporções do corpo humano baseado nas
dimensões estéticas da relação “áurea”. O raio, a corda e a altura do triângulo
compuseram, também, um sistema geométrico de medição utilizado para a
construção de edificações redondas no período romano (NEUFERT, 2004).
Um dos principais desafios que você vai enfrentar é o esboço da figura 
humana completa. Ao compreender as relações da teoria de Le Corbusier sobre 
as proporções do corpo humano, você poderá se beneficiar delas na elaboração 
de croquis. Você pode utilizar, também, o cânone grego de proporções que 
subdivide o corpo em oito cabeças.
No século XX, com a industrialização, os arquitetos desenvolveram estudos 
de coordenação modular para auxiliar na construção pré-fabricada. O módulo 
era um sistema de medição para reger as superfícies e os volumes. Em 1932, 
Walter Groupius projetou uma casa modular cuja planta podia crescer por adição 
de novos volumes. A França, a partir de 1942, passou aadotar o módulo-base 
de 10 cm, ao passo que a Inglaterra, por exemplo, passou a adotar o sistema 
de quatro polegadas, a partir de 1966 (SOUSA, 2011).
Ainda que técnicas de proporção e do sistema de escala estejam intrin-
sicamente relacionadas, é importante que você consiga, a partir desse breve 
histórico, isolar o sistema de escala no momento do desenho de observação. 
O arquiteto tende a usar o conhecimento disponível na memória para sua 
elaboração, mas é preciso lembrar que no desenho de observação, você precisa 
registrar a proporção que vê, e não a que sabe. O uso constante do instrumento 
ajuda a preservar a precisão das proporções percebidas, com base no sistema 
cartesiano.
As dimensões que você sabe de memória, pode aplicar em esboços de 
projeção paralela, conforme apresentado no próximo tópico, embora não 
representem a realidade observada.
Métodos de projeção cônica e paralela
O método de projeção envolve os olhos do observador ou o ponto de vista, o 
objeto, o plano de projeção e as projetantes, também chamadas de raios visuais 
57Desenho de observação e de memória
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ou linhas de visada. Existem dois métodos de projeção: a projeção cônica e a 
paralela, e suas respectivas perspectivas e vistas você pode observar na Tabela 2.
Fonte: adaptada de Giesecke et al. (2002).
Projeção Perspectiva
Cônica Linear
Com 1 ponto de fuga
Com 2 pontos de fuga
Com 3 pontos de fuga
Aérea
Paralela
Ortogonal
1) Axonométrica Isométrica: todos os eixos se reduzem igualmente
Dimétrica: dois eixos se reduzem igualmente
Trimétrica: todos os três eixos se reduzem diferentemente
2) Oblíqua Cavaleira
Cabinet
Tabela 2. Classificação das projeções.
Nas vistas ortográficas (Figura 3), os raios visuais são paralelos entre si 
e perpendiculares ao plano de projeção (GIESECKE et al., 2002). Você pode 
utilizá-las para desenhar fachadas em esboços arquitetônicos a mão livre. 
Na projeção axonométrica (Figura 3), os raios visuais também são paralelos 
entre si e perpendiculares ao plano de projeção. Quando uma superfície é 
inclinada, em relação ao plano de projeção, aparecendo reduzida nas vistas 
principais, a perspectiva é isométrica. Nessa perspectiva, você precisa manter 
todo o desenho em proporção, mas não precisa trazer as medidas de forma 
precisa para localizar cada elemento do desenho (GIESECKE et al., 2002).
Na projeção oblíqua (Figura 3), os raios visuais são paralelos entre si e 
oblíquos ao plano de projeção. Na perspectiva cavaleira, a vista frontal do 
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objeto (largura e altura) é apresentada em verdadeira grandeza, porém as 
outras superfícies aparecem em tamanho reduzido, sendo fáceis para elaborar 
esboços de objetos e de arquitetura (GIESECKE et al., 2002). “Quando as 
linhas fugantes são desenhadas com metade do seu tamanho, a perspectiva 
cavaleira há a comumente conhecida como projeção cabinet (gabinete).” 
(GIESECKE et al., 2002, p. 168).
Figura 3. Quatro tipos de representação por projeção.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 157).
Você vai utilizar, no desenho de observação, a perspectiva cônica (Figura 
3), cujos raios visuais convergem para o observador. Porém, você pode adotar 
a estrutura da projeção paralela em esboços a mão livre da arquitetura para 
transmitir ideias ou para transmitir eventos específicos relacionados à ela, 
como detalhes de telhados, de escadas e de esquadrias, pois refletem de forma 
proporcional suas características. São muito utilizadas em relatórios técnicos, 
para transmitir desenhos de formatos, de danos, para apoiar relatórios fotográ-
ficos, entre outros. Como você vai utilizar as técnicas de observação na sua 
59Desenho de observação e de memória
DA_U1_C03.indd 59 01/12/2017 16:51:51
elaboração para diferenciar do desenho de observação conceitual, você deve 
chamar os esboços pelo seu nome técnico (por exemplo, fachada ou detalhe de 
esquadria) e deve acrescentar o tipo de projeção adotada (vista ortográfica ou 
perspectiva isométrica), para caracterizar de forma adequada o seu desenho.
No Capítulo 6 de Comunicação gráfica moderna, de Giesecke et al. (2002), você pode 
aprender mais sobre as técnicas de desenho das perspectivas isométricas, cabinet e 
cavaleira.
Perspectiva cônica
Os pontos de fuga das perspectivas cônicas dependem da posição do objeto 
em relação ao plano de projeção, segundo Giesecke et al. (2002, p. 173):
Se o objeto está com uma face paralela ao plano de projeção, é necessário 
somente um ponto de fuga. [...] Se o objeto está formando um ângulo 
com o plano da perspectiva, mas com arestas verticais paralelas ao plano 
da perspectiva, são necessários dois pontos de fuga [...]. Este é o tipo mais 
comum de perspectiva cônica. Se o objeto está colocado de forma que 
nenhum sistema de arestas paralelas seja paralelo ao plano do desenho, 
são necessários três pontos de fuga. 
A Figura 4 ilustra passo a passo como fazer uma perspectiva cônica com 
um ponto de fuga, e a Figura 5 demonstra como realizar uma perspectiva 
cônica com dois pontos de fuga. 
Desenho de observação e de memória60
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Figura 4. Passo a passo para a perspectiva cônica com um ponto de fuga.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 173).
Figura 5. Passo a passo para a perspectiva cônica com dois pontos de fuga.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 175).
61Desenho de observação e de memória
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Para aperfeiçoar seus conhecimentos sobre as perspectivas cônicas com um e dois 
pontos de fuga, leia o Capítulo 15 de Desenho de observação, de Curtis (2015).
1. Os elementos da forma – ponto, 
linha, plano e volume – constituem 
o alfabeto arquitetônico. 
Analogamente, precisam ser 
compreendidos, antes da palavra 
ser formada ou de um vocabulário 
desenvolvido. Seus significados 
contêm soluções para os problemas 
de função, de propósito e de 
contexto a serem resolvidos no 
partido arquitetônico. Assinale a 
alternativa que apresenta a definição 
e a expressão correta de cada um 
destes elementos. 
a) O “ponto” indica uma posição 
no espaço, podendo expressar 
estabilidade, domínio e 
papel de organizador dos 
elementos ao seu redor.
b) A definição de “linha” é um 
ponto estendido, a linha defini 
os limites e as fronteiras de 
um volume e expressa um 
estado de desequilíbrio.
c) A “linha” não representa um 
formato arquitetônico, porque 
a arquitetura é constituída 
de quatro dimensões, sua 
forma tridimensional (largura, 
altura, profundidade) e a 
experiência arquitetônica.
d) As propriedades do “plano” 
são o comprimento, a largura 
e a profundidade, e ele 
determina como os elementos 
visuais externos ou internos 
à edificação podem ser 
observados ou apreendidos.
e) O “volume” é constituído por um 
plano estendido ou pela adição 
de mais de um plano, consiste 
em um elemento bidimensional 
do vocabulário arquitetônico e 
expressa estabilidade quando 
está apoiado sobre uma de 
suas faces, não podendo 
expressar instabilidade.
2. Um desenho esboçado a mão livre 
deve mostrar preocupação com 
proporções, clareza e espessura 
correta das linhas. Assinale a 
alternativa apresenta o momento 
em que você deve aumentar a 
espessura e a intensidade da linha no 
desenho de observação. 
a) Quando representa uma 
linha de construção.
b) Quando uma linha é 
feita embaixo do objeto, 
para indicar peso.
c) Quando representa uma 
linha de centro do objeto.
d) Quando representa uma linha de 
prolongamento de um objeto.
e) Quando representa uma linha 
de contorno do objeto.
Desenho de observação e de memória62
DA_U1_C03.indd 62 01/12/2017 16:51:58
3. Os desenhos de observação e os 
esboços a mão livre elaborados com 
as técnicas de proporções ajudam a 
organizar pensamentos e a registrar 
ideias. Desde os gregos, o diâmetro 
era utilizado com unidade básica 
das dimensões. Assinale a alternativa 
na qual estão apresentadas as 
técnicascorretas de proporção e 
as técnicas do sistema de medição 
modular de um objeto. 
a) A proporção é baseada nas 
formas geométricas, o círculo, 
o triângulo e o quadrado e 
no sistema de medição, você 
pode comparar várias distâncias 
usando o lápis como mira.
b) A proporção é medida 
por raio, corda e altura do 
triângulo, e o sistema de 
medição modular é baseado 
no instrumento mondriano.
c) A proporção está baseada 
nas normas de coordenação 
modular de 4 polegadas, e 
a escala pode ser estimada 
pelo nosso campo de visão.
d) A proporção é o módulo 
base de 10 cm, e o sistema 
de medição por escala pode 
ser realizado por qualquer 
instrumento reto segurado.
e) A proporção está baseada na 
referência dos eixos cartesianos 
x/y, e o sistema de medição 
por escala está baseado no 
sistema de medida métrico, 
com o módulo de 10 cm.
4. Os desenhos de perspectiva 
podem ser criados usando tanto a 
projeção cônica como a paralela. 
Assinale a alternativa que apresenta 
o tipo de perspectiva adotada 
neste esboço arquitetônico.
a) Perspectiva cavaleira.
b) Perspectiva aérea.
c) Perspectiva isométrica.
d) Perspectiva cônica com 
um ponto de fuga.
e) Perspectiva cônica com 
dois pontos de fuga.
5. Desenhos com vistas ortográficas 
tornam possível representar objetos 
complexos com precisão. Desenhos
de perspectiva são usados para 
comunicar suas ideias, podendo ser 
usados em catálogos, publicações 
e em projetos de arquitetura. 
Assinale a alternativa que apresenta 
a definição correta de cada um 
destes métodos de projeção.
a) As vistas ortográficas são 
tipos de perspectivas, já que 
mostram vários lados dos 
objetos em uma única vista.
b) Na projeção axonométrica, os 
raios visuais são paralelos entre si 
e oblíquos ao plano de projeção.
c) Na perspectiva isométrica, as 
superfícies de um objeto tem 
um tamanho reduzido, porque 
as projeções são oblíquas.
d) Somente na projeção cônica as 
retas projetantes convergem 
para um ou mais pontos de fuga, 
já a vista ortográfica, a projeção 
axonométrica e a projeção 
oblíqua usam projeção paralela.
e) Na projeção oblíqua, os raios 
visuais convergem para um 
ou mais pontos de fuga, 
para gerar a visão oblíqua.
63Desenho de observação e de memória
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Desenho de observação e de memória64
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