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Professora Nayanna Fortes Introdução • A fase cirúrgica também é referida como terapia de fase II. • Muitos casos moderados a avançados não podem ser resolvidos sem acesso cirúrgico à superfície radicular para alisamento e redução ou eliminação da profundidade da bolsa para permitir que o paciente remova o biofilme. • São realizados em tecidos não inflamados e na ausência de bolsas. Cirurgia Periodontal Doença Periodontal Plástica Periodontal Pré- protética Cirurgia de redução de bolsa: • Procedimentos ressectivos e regenerativos. Cirurgia plástica periodontal: • Procedimentos estéticos e de aumento gengival. Cirurgia pré-protética: • Aumento de coroa, aumento de rebordo e procedimentos com implantes objetivos 1. Melhorar o prognóstico dos dentes e seus substitutos; 2. Melhorar a estética; 3. Correção dos defeitos anatômicos que favorecem o acúmulo de biofilme. As técnicas cirúrgicas: • Aumentam a acessibilidade à superfície radicular, permitindo a remoção de todos os irritantes; • Reduzem ou eliminam a profundidade de bolsa, possibilitando o paciente manter as superfícies radiculares isentas de biofilme; • Remodelam os tecidos moles e duros para obter uma topografia harmoniosa. Terapia cirúrgica da bolsa Inflamação gengival Aprofundamento da bolsa Acúmulo de biofilme • Uma terapia periodontal bem-sucedida elimina completamente o cálculo, o biofilme e o cemento doente da superfície dentária. • A dificuldade dessa tarefa aumenta com a profundidade da bolsa. • Irregularidades e concavidades também dificultam o procedimento como ,também, a presença de bifurcações. • A técnica de retalho cirúrgico permite ao cirurgião-dentista superar esses problemas de acesso. • A decisão sobre a necessidade de cirurgia deve ser tomada depois uma avaliação completa dos efeitos da terapia de fase I. Terapia cirúrgica da bolsa ZONAS CRÍTICAS NA CIRURGIA DA BOLSA • Zona 1: Parede de tecido mole da bolsa: determinar características morfológicas, a espessura e a topografia do tecido mole da parede da bolsa e a persistência de alterações inflamatórias nessa parede. • Zona 2: Superfície Dentária: identificar a presença de depósitos e alterações na superfície do cemento e determinar a acessibilidade da instrumentação à superfície radicular. • Zona 3: Osso Subjacente: estabelecer forma e altura do osso alveolar próximo a parede da bolsa por meio de sondagem cuidadosa e dos exames clínico e radiográfico. O número de paredes ajuda a determinar se a terapia ressectiva ou regenerativa pode ser usada. • Zona 4: Gengiva Inserida: presença ou ausência de uma faixa adequada de gengiva inserida queratinizada. indicações cirúrgicas 1. Áreas de contornos ósseos irregulares, crateras profundas e outros defeitos. 2. Bolsa ao redor dos dentes em que o acesso à superfície radicular não é clinicamente possível. 3. Envolvimento grau II ou grau III de bifurcação. 4. Bolsas intraósseas nas áreas distais de molares. 5. Inflamação persistente em áreas já tratadas e quem têm bolsas moderadas a profundas. Métodos de terapia da bolsa 1. Novas técnicas de inserção: • Oferecem o resultado ideal; • Eliminam a profundidade da bolsa reinserindo a gengiva ao dente em uma posição coronal ao fundo da bolsa preexistente; • Envolve regeneração do osso, tecido conjuntivo, ligamento e cemento. 2. Remoção da parede da bolsa: • Método mais comum; • Retração ou encolhimento; • Remoção cirúrgica; • Deslocamento apical de retalho. 3. Remoção da parede dentária da bolsa: • Extração completa ou parcial do dente. Critérios para escolha dos Métodos 1. Características da bolsa: profundidade, relação com o osso e configuração; 2. Acessibilidade à instrumentação, incluindo a presença de envolvimentos de bifurcação; 3. Existência de problemas mucogengivais; 4. Resposta à terapia de fase I; 5. Cooperação do paciente, incluindo a capacidade para realizar a higiene oral eficaz e abandonar o hábito de fumar; 6. Idade e saúde geral do paciente; 7. Diagnóstico global do caso; 8. Considerações estéticas; 9. Tratamentos periodontais prévios Critérios para escolha dos Métodos 1. Características da bolsa: profundidade, relação com o osso e configuração; 2. Acessibilidade à instrumentação, incluindo a presença de envolvimentos de bifurcação; 3. Existência de problemas mucogengivais; 4. Resposta à terapia de fase I; 5. Cooperação do paciente, incluindo a capacidade para realizar a higiene oral eficaz e abandonar o hábito de fumar; 6. Idade e saúde geral do paciente; 7. Diagnóstico global do caso; 8. Considerações estéticas; 9. Tratamentos periodontais prévios Abordagens para problemas específicos TERAPIA DAS BOLSAS GENGIVAIS • Levar em consideração o caráter da bolsa e a acessibilidade da bolsa. • A parede da bolsa pode ser edematosa ou fibrótica TERAPIA PARA PERIODONTITE LEVE • Profundidade das bolsas é rasa ou moderada • Abordagem conservadora é suficiente- terapia básica • Recidivas acontecem por remanescentes de cálculo que foram deixados perdidos durante o tratamento de raspagem ou por margens abertas de uma restauração subgengival. TERAPIA PARA PERIODONTITE MODERADA A GRAVE NA REGIÃO ANTERIOR • Importantes esteticamente • Considerar técnica que provoca a menor quantidade de exposição visual da raiz. • O paciente deve estar ciente da possível recessão e perda de papila • Abordagem conservadora: uma única raiz; eficácia do controle de biofilme mais fácil de ser conseguida Abordagens para problemas específicos TERAPIA PARA PERIODONTITE MODERADA A GRAVE NA REGIÃO POSTERIOR • Não costuma apresentar um problema estético • Envolve dificuldade de acesso • Lesões de bifurcação • Deslocamento de retalho para facilitar a instrumentação • Defeitos ósseos Instrumentais cirúrgicos • Incisão e Excisão- bisturis periodontais, gengivótomos Bisturi de Kirkland • Utilizado em cirurgia de gengivectomia e gengivoplastia. • Instrumemtal afiado para corte de tecido mole gengival. • Devido ao seu formato, ajuda no momento da incisão em faces livres Bisturi de Orban • Instrumento de corte afiado • Realiza corte/separação de tecidos de regiões interproximais Gengivótomo de Goldman Fox • Utilizado em gengivectomia e gengiviplastia • Instrumemtal afiado para corte de tecido mole gengival. • Devido ao seu formato, ajuda no momento da incisão em faces livre Instrumentais cirúrgicos • Incisão e Excisão- bisturis periodontais, gengivótomos Lâmina 12D • Forma de bico • Penetra áreas estreitas e restritas • Movimento de corte de vai e vem Lâmina 15 • Afinar retalhos Lâmina 15C • Versão mais estreita da 15 • Faz a incisão inicial Instrumentais cirúrgicos • Incisão e Excisão- cabo de bisturi Cabo de bisturi angulado Cabo de bisturi redondo Cabo de bisturi 3 Instrumentais cirúrgicos • Sonda milimetrada Instrumentais cirúrgicos • Afastamento e readaptação de retalhos de mucosa- descoladores de periósteo Descolador de Molt2/4 • Descolador de tecidos Descolador de Freer • Descolador de tecidos Instrumentais cirúrgicos • Afastamento de bochechas Instrumentais cirúrgicos • Remoção de tecido fibroso e granulomatoso aderido- tesouras para tecido Tesoura castroviejo • Manipulação digital • Lâminas bem ativas • Retoque de contorno, plastias de papilas Tesoura Goldman Fox • Aumentar incisões • Remover inserções musculares Tesoura Íris Instrumentais cirúrgicos • Raspagem e alisamento radicular- raspadores e curetas Curetas Gracey • Raspagem • Debridamento Cureta de Prichard • Remoção de tecido de granulação • Remoção de tecidos interdentais Instrumentais cirúrgicos • Remoção de tecido ósseos- cinzéis, limas e pontas diamantadas Cinzel de Ochsenbein • Remover e regularizar o tecido ósseo • Utilizado comumente em faces livres • Remove osso em lascas por impulsão Lima de Schluger • Regularizar osso nas faces interproximais • Remove osso por movimento de tração Instrumentais cirúrgicos • Sutura- porta agulha e fios de sutura Porta agulha castroviejo • Travamento sensível e digital• Apreensão e manipulação da agulha de sutura Porta agulha de Mayo Hegar Porta agulha Mathieu Instrumentais cirúrgicos • Pinças Pinça Corn • Pinça guia de sutura Pinça Dietrich • Manipulação de retalho Pinça Dente de rato Instrumentais cirúrgicos • Aplicação de cimento cirúrgico- instrumentais plásticos • Ajudam na cicatrização protegendo os tecidos • Minimiza a probabilidade de infecção pós-operatórica • Cimentos a base de óxido de zinco e eugenol- pó e líquido • Cimento sem eugenol- dois tubos • Mantidos em posição mecanicamente, pelo encaixe nos espaços interdentais e unindo as partes linguais e vestibulares do cimento. Instrumentais cirúrgicos Cuba Pinça Allis Pinça hemostática Instrumentais cirúrgicos • Eletrocirurgia – laser de alta potência Incisões • Manipulação do tecido de forma delicada • Incisões firmes e precisas • Retração cuidadosa do retalho • Uso de técnicas de suturas atraumáticas • Promoção de uma cicatrização estável da ferida • O planejamento da incisão deve considerar principalmente a anatomia e o objetivo cirúrgico, o desenho do retalho e seu manejo atraumático • Utilizar instrumentais cortantes bem afiados a fim de evitar danos teciduais desnecessários. • Incisões limpas e definidas ditarão uma melhor cicatrização Bisel externo • Incisão contida na gengiva e direcionada para a coroa do dente • Objetivo de eliminação de bolsas, melhoria do contorno gengival e o acesso às raízes. • Utilizada normalmente em conjunto com as cirurgias a retalho. • Bastante utilizada em cirurgias de gengivectomia. • Posicona-se o instrumento a 45 graus à base da bolsa ou sulco gengival, ou em relação à raiz do dente. • Pode ser linear ou contornar a parábola gengival Bisel interno • Incisão básica para a maioria dos procedimentos a retalho • Objetivo de remover epitélio da bolsa para proporcionaro contato direto do osso a um tecido conjuntivo saudável • Remove o revestimento da bolsa, conserva a superfície externa não envolvida da gengiva e produz margem gengival delgada e fina. • Inicia-se a certa distância da margem gengival e finaliza-se na crista óssea • 45 graus em relação a coroa • Lâmina paralela ao longo eixo do dente, direcionada apicalmente para a crista alveolar • O contorno é ditado pela anatomia do dente e pela forma radicular Incisão sulcular • Realizada quando se deseja preservar todo o tecido queratinizado existente. • Insere-se a lâmina de bisturi no sulco gengival, paralela ao longo eixo do dente, em direção à crista alveolar. • Requer a inclusão de uma quantidade maior de papila no retalho. Incisão relaxante • Devem se estender para além da linha mucogengival para permitir que o retalho seja deslocado, bem como devem ser evitadas nas áreas linguais e palatinas. • Perpendiculares à margem gengival, aumentando o acesso ao osso alveolar. • Diminuir a tensão dos retalhos. • Permitem um posicionamento apical e coronário dos retalhos e limitam a inclusão de um sítio sadio no campo cirúrgico. • Não devem ser colocadas em concavidades pronunciadas, nem dividir a papila interdental e nem localizadas na porção média dos dentes. Incisão relaxante Incisão para afinamento • Reduzem o volume de conjuntivo no retalho e são utilizadas na redução da espessura dos tecidos. • Bastante utilizadas nas cirurgias de cunhas interproximais e para redução de papilas volumosas. contraIncisão • Pequenas incisões realizadas na superfície apical das incisões relaxantes verticais. • Promovem maio mobilidade. • Não devem 2 a 3 mm. Incisão relaxante no periósteo • Usadas para avanço no retalho, seja para direção coronal ou lateral, permitindo o posicionamento do retalho sem tensão. • Lâmina voltada para o retalho, cortando o periósteo subjacente. Incisão relaxante no periósteo • Usadas para avanço no retalho, seja para direção coronal ou lateral, permitindo o posicionamento do retalho sem tensão. • Lâmina voltada para o retalho, cortando o periósteo subjacente. retalhos Utilizados para melhor visualização e higienização de bolsas periodontais. Retalho DE WIDMAN • WIDMAN foi um dos primeiros pesquisadores a descrever uma técnica cirúrgica para eliminação da bolsa periodontal. • Retalho mucoperiosteal desenhado para remover o epitélio da bolsa e o tecido conjuntivo inflamado, além de facilitar a correta higienização da superfície radicular. • Duas incisões relaxantes são executadas para delimitar a área cirúrgica. Uma acompanhando o contorno da margem gengival, separando o epitélio da bolsa da gengiva não inflamada. • Desloca-se o retalho, expondo em torno de 2 a 3 mm de osso alveolar. • Realiza-se a remoção de tecido inflamado com curetas , raspagem e reanatomização do osso alveolar. Retalho DE WIDMAN • O retalho é reposicionado e mantido com suturas interproximais. Retalho DE NEUMANN • NEUMANN descreveu uma técnica para tratamento com retalhos, mas esta diferia da técnica de WIDMAN apesar do mesmo objetivo de facilitar a correta higienização da superfície radicular. • Incisão intrassulcular, contornando os dentes afetados em direção as porções apicais das bolsas, e o afastamento do retalho mucoperiosteal. • Ambos delimitados por incisões relaxantes. • Cureta-se a face interna para remover o epitélio da bolsa e o tecido de granulação. Raspagem e alisamento da superfície radicular e remoção de irregularidades ósseas são realizadas. • Reposiona-se o retalho após ajustes para uma adaptação ideal. Retalho DE KIRKLAND • Preocupado com o prejuízo estético causado pela retração cicatricial, propôs uma técnica mais conservadora e muito parecida com a cirurgia proposta por NEUMANN. • Objetivo de realizar acesso para debridamento adequado da raiz, sem incisões relaxantes e sem a necessidade de remoção de tecido gengival. • Realizam-se incisões intrassuculares até o fundo da bolsa, tanto na face vestibular como na lingual. • As incisões se estendem nas direções mesial e distal. • Faz-se o descolamento do retalho para expor as superfícies radiculares para debridamento. Retalho DE KIRKLAND • Eliminam-se da superfície interna do retalho tecidos de granulação e o epitélio da bolsa. • Reposiciona-se o retalho através de suturas interproximais Retalho DE WIDMAN MODIFICADO • RAMFJORD e NISSLE descreveram o retalho modificado. • Técnica de curetagem a retalho aberto. • Curetagem a campo aberto com o intuito de ganhar inserção. • Facilita a correta higienização da superfície radicular, porém, sem a realização do deslocamento apical e do contorno ósseo, procurando preservar a altura gengival do retalho. • Incisões em 3 direções. • A primeira é realizada a mais ou menos 1mm de distância da margem gengival e paralela ao longo eixo do dente. Retalho DE WIDMAN MODIFICADO Retalho DE WIDMAN MODIFICADO • O retalho de espessura total é deslocado cuidadosamente. • Realiza-se a segunda incisão, a qual é intrassucular, ao redor dos dentes até a crista alveolar. • A terceira incisão é realizada em direção horizontal ou perpendicular em relação à raiz para separar o colar gengival do osso alveolar. • Realiza-se a raspagem e alisamento radicular. • O retalho é reajustado, sutura-se com pontos interproximais. Retalho DE WIDMAN MODIFICADO Retalho DE RAMFJORD • Variação da técnica WIDMAN modificada ressaltando a possibilidade de estender mais a área cirúrgica para maior flexibilização do retalho e melhor visualização das superfícies radiculares. Retalho DE ENAP • Remoção de tecido de granulação através de uma incisão em direção à porção apical da bolsa, removendo epitélio, reação de granulação e tecido conjuntivo inflamado pela remoção da vertente interna da bolsa. Retalho DE ENAP MODIFICADO • Direcionando-a para a crista óssea do processo alveolar devido à dificuldade de atingir a porção apical da bolsa por meio de uma lâmina de bisturi. Retalho para preservação de papilas • Técnica proposta por Takei et al e Cortellini et al.• Técnica frequentemente usada no tratamento cirúrgico das regiões anteriores, a fim de preservar os tecidos interdentais para uma cobertura máxima após a intervenção. • Realizam-se inicialmente incisões intrassuculares nas faces vestibular e proximal, mas não se faz qualquer incisão nas papilas. • Em seguida, realizam-se incisões sulculares na face lingual ou palatina, bem como realizam-se incisões semilunares em cada área interdental. Retalho para preservação de papilas • Deslocamento de espessura total das papilas e o posterior deslocamento para região vestibular através do espaço interdental. • Realizar raspagem, alisamento, remoção de epitélio da bolsa e tecidos de granulação. • Retalho reposicionado utilizando suturas de colchoeiro ou suturas simples. Retalho posicionado apicalmente • Está indicado para aumento de coroa clínica, aumento gengival, exposição cirúrgica de dentes retidos ou uso em vias de erupção na mucosa alveolar e cirurgia plástica periimplantar. • Pode ser feito pela técnica de espessura total ou de espessura parcial. Retalho de espessura total • Inicia-se com uma incisão intrassucular até o osso. • Realizadas duas incisões relaxantes verticais em distal e em mesial. • Desloca-se o retalho para exposição óssea, geralmente até a linha mucogengival. • A dissecção além da linha mucogengival é feita em espessura parcial. Retalho de espessura total • Realiza-se a ressecção óssea desejada. • Após o reposicionamento do retalho, é fixado por um sistema de suturas de colchoeiro vertical, as quais são presas do periósteo. Retalho de espessura parcial • Deve ser feito totalmente em espessura parcial, desde a incisão inicial. • Dissecção fina sem perfuração. • Imobilização do retalho fixado ao periósteo. • É necessária uma certa habilidade do cirurgião para realizar a dissecção e as suturas no periósteo. INTRODUÇÃO TÉCNICA CIRÚRGICA • Diérese • Exérese • Hemostasia • Síntese • A síntese visa reposicionar os tecidos moles que foram separados por um traumatismo ou pelo ato cirúrgico. PROPRIEDADES DA SUTURA • Asséptica: evita-se a contaminação dos tecidos, sem que haja a transposição de germes dentais. • Atraumática: evita-se aumentar o trauma cirúrgico decorrente do ato operatório. • Adequada tensão: evita-se a redução de microcirculação regional(alta tensão) ou o retardo da reparação (frouxa) • Bordas cruentas: procura-se restabelecer a microcirculação e a evolução mais rápida do reparo. • Sutura plano-a-plano: procura-se unir tecidos de mesma natureza e metabolismo peculiares Fios de sutura QUALIDADES IDEAIS DOS FIOS DE SUTURA • Inerte aos tecidos • Absorção simultânea a cicatrização • Força tênsil adequada • Não favorece o desenvolvimento bacteriano • Não-capilar, não alergênico e não carcinogênico. • Flexível. • Pouco elástico. • Boa visualização. • Esterilização fácil, sem alterar a estrutura. • Baixo custo. Fios de sutura AGULHAS • Ponta ou extremidade • Corpo • Conexão • Minimiza o trauma tecidual e evita a laceração do tecido. • Todas as suas características estão expressos no invólucro do fio de sutura. Fios de sutura AGULHAS • A agulha 3/8 é a mais utilizada na odontologia. • A agulha 1/2 é indicada para regiões restritas e para a sutura de enxerto de tecido mole. PONTA DAS AGULHAS • Triangular ou de corte convencional: não é utilizada na odontologia. Apresenta 3 faces cortantes, sendo duas opostas e uma no lado interno da curvatura da agulha. Fios de sutura PONTA DAS AGULHAS • Triangular de corte reverso ou invertido: apresenta três faces cortantes, sendo duas opostas e uma no lado externo da curvatura da agulha, reduzindo a chance de dilaceração do retalho. É a mais utilizada na odontologia. Fios de sutura PONTA DAS AGULHAS • Cilíndrica ou cônica: ponta romba, para tecidos friáveis, não utilizada na odontologia. Corte invertido, muito afiada, atraumática e de fácil penetração em tecidos resistentes e delicados, utilizada em cirurgias mucogengivais. Fios de sutura INVÓLUCRO DO FIO DE SUTURA • Normalmente o desenho da agulha corresponde ao seu tamanho real. Fios de sutura ORIGEM DO FIO DE SUTURA • Animal • Vegetal • Mineral • Sintético CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ABSORÇÃO • Absorvível: sofrem processo de absorção pelo organismo. O tempo e o mecanismo de reabsorção variam conforme a origem do fio. Os de origem animal (catgut) são absorvidos pelo processo de fagocitose (enzimas teciduais). Os de origem sintética (poliglactina 910- Vicryl) são absorvidos por hidrólise. Úteis para áreas doadoras do palato, para áreas de enxerto gengival. Podem permanecer de 3 dias a 6 semanas em boca. • Não-absorvível: permanecem no local até que sejam retirados pelo profissional. São os mais utilizados. Fios de sutura CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CONSTRUÇÃO • Fio de sutura monofilamentar: apenas um filamento. Mais delicado e apresenta menor resistência tecidual. A maioria apresentam memória, fazendo com que 3 nós sejam necessários para manter a tensão da sutura • Fio de sutura multifilamentar: construído por vários filamentos, que podem ser torcidos, trançados ou encapados. São mais facilmente manipulados por não possuírem memória, fazendo-se necessário apenas 2 nós. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DIÂMETRO • O calibre varia de 3-0 a 11-0. • Quanto maior o número de zeros, menos calibroso será o fio e ,consequentemente, menor força tênsil. TIPOS E TÉCNICAS DE Sutura SUTURA INTERROMPIDA • Básica e única. SUTURA CONTÍNUA • Série de suturas realizadas sem que haja cortes ou nós entre cada sutura. Sutura interrompida direta ou simples- interdentária • Utilizada para aproximar os retalhos vestibular e lingual. • Permite um melhor fechamento da papila interdental, sendo indicada quando são utilizados enxertos ósseos. • Também indicada para retalhos em regiões desdentadas, cunha distal, incisões relaxantes, sutura interdental nos retalhos mucoperiostal e de Widman modificado e cirurgia de implantes. • O fio de sutura passa no tecido em apenas uma direção. TÉCNICA • A agulha penetra na superfície externa do retalho vestibular. • A agulha passa sob o ponto de contato e transpassa a superfície interna do retalho lingual. Sutura interrompida direta ou simples- interdentária TÉCNICA • A agulha passa novamente sob o ponto de contato • Realiza-se o nó na superfície vestibular, sem que este nó fique na linha da incisão. • Corta-se o fio de sutura de 2 a 3mm do nó realizado. Sutura interrompida em forma de oito • Utilizada em áreas restritas como a lingual de segundo molar, para aproximar os retalhos vestibular e lingual. • Utilizada quando os retalhos não estão em justa coaptação. • Nessa sutura, existe um fio entre os dois retalhos. TÉCNICA • A agulha penetra na face externa do retalho vestibular. • A agulha passa sob o ponto de contato e penetra na face externa do retalho lingual. Sutura interrompida em forma de oito TÉCNICA • A agulha passa novamente sob o ponto de contato. • Realiza-se o laço na superfície vestibular, sem que o nó fique na linha de incisão. • Corta-se o fio de sutura de 2 a 3mm do nó realizado. Sutura periosteal • Usada para prender e adaptar o enxerto gengival livre e, nas cirurgias de extensão vestibular com frenestração linear, no periósteo. • Também utilizada para segurar no lugar os retalhos de espessura parcial e deslocados apicalmente. RETENTIVA • Sutura compressiva horizontal colocada na base do retalho deslocado para segurá-lo FECHAMENTO • Usada para segurar as bordas do retalho sobre o periósteo. Sutura periosteal TÉCNICA • A agulha penetra no tecido gengival em direção ao periósteo (perpendicular ao tecido ósseo) • A agulha penetra no periósteo e , em seguida, rotaciona 180 graus, penetrando novamente no periósteo. • Rotaciona-se o corpo da agulha para permitir que a ponta da agulha saia do periósteo e do tecido. Sutura de ancoragem • Obtém fechamento primário sobre membranas ou enxertos ósseos na superfície mesial ou distal. • É útil na regeneração guiadaquando há um espaço edêntulo adjacente. TÉCNICA • Passa-se a agulha na papila vestibular de fora para dentro. • Passa-se o fio de sutura ao redor da superfície lingual ou palatina do dente e pelo espaço interdental • O fio cruza o topo da papila, os retalhos são aproximados. • Faz-se o nó na superfície vestibular. Sutura SUSPENSÓRIA INTERROMPIDA • Indicada para fixar um retalho utilizando o próprio dente como ancoragem ou quando os dois retalhos foram posicionados em diferentes níveis, como também para reposições coronárias e apicais. • Também usada quando um posicionamento coronário do retalho é necessário. TÉCNICA • A agulha penetra na face externa do retalho vestibular, emergindo pela face interna do retalho vestibular na região da papila mesial. • A agulha circunda o dente, emergindo pela vestibular na região distal. Sutura SUSPENSÓRIA INTERROMPIDA TÉCNICA • A agulha penetra na face interna do retalho vestibular da papila distal, emergindo pela face externa do retalho vestibular. • Em seguida, a agulha circunda o dente novamente abaixo do ponto de contato distal do dente, voltando para face mesial do dente, onde é feito o nó da sutura na região vestibular da papila mesial. Sutura contínua- tipo suspensório simples • São utilizadas para unir duas ou mais papilas interdentais do mesmo retalho e são normalmente utilizadas quando o retalho vestibular é suturado separadamente do retalho lingual. • Uma extremidade da sutura se mantém fixa por um nó inicial (sutura interrompida), e a outra é suturada no final, por meio de uma suspensão ou alça. • É útil em casos de cobertura radicular. • Prejuízo na cicatrização em caso que a sutura venha a se romper. TÉCNICA • A agulha é introduzida na face externa do retalho vestibular para a realização da sutura interrompida. • A agulha passa pelo espaço interdental e entra pela face interna do retalho lingual, saindo pela face externa. É feito um nó de sutura nesta face externa do retalho lingual. Sutura contínua- tipo suspensório simples TÉCNICA • A agulha passa sob o ponto de contato em direção ao lado oposto, passando ao redor do dente. • A agulha passa novamente pelo espaço interdental e entra pela face interna do retalho vestibular. • Repetem-se as sequências até o fim de incisão, sendo necessário, na última sequência, realizar o nó da sutura. Sutura contínua- tipo suspensório simples Sutura contínua- tipo suspensório simples Sutura contínua- tipo FESTONADA • Utilizada em áreas edêntulas extensas, tuberosidades e retromolares. TÉCNICA • A agulha penetra na face externa do retalho vestibular e , em seguida, na face interna do retalho lingual, sendo realizado um nó de sutura na face vestibular na região mais distal da incisão. • A agulha penetra novamente pela face externa do retalho vestibular e, em seguida, na face interna do retalho lingual. Sutura contínua- tipo FESTONADA TÉCNICA • Passa-se a agulha pela laçada remanescente da sutura e traciona-se o fio, fechando a incisão. • Repetem-se as sequências até o fim da incisão, realizando o nó da sutura ao final da incisão. Sutura colchoeiro horizontal • Promove uma boa aproximação dos bordos do retalho e tem uma boa resistência à tensão das inserções musculares. • É a técnica mais utilizada para ás áreas interproximais de diastemas ou espaços interdentais largos, propiciando uma melhor adaptação da papila interproximal contra o osso. TÉCNICA • A agulha penetra na face externa do retalho vestibular e emerge na face externa do retalho lingual da região mais distal da incisão. • A agulha penetra novamente, sendo que desta vez na face externa do retalho lingual da área mais mesial da incisão, emergindo pela face externa do retalho vestibular. Sutura colchoeiro horizontal TÉCNICA • Realiza-se o nó da sutura na região vestibular. Sutura colchoeiro horizontal Sutura colchoeiro horizontal contínua TÉCNICA • A agulha é inserida na face externa do retalho vestibular e emerge na face externa do retalho lingual da região mais distal da incisão. • Realiza-se o nó da sutura na face vestibular e corta-se a ponta mais curta do fio a 3mm do nó. • A agulha é inserida novamente na face externa do retalho vestibular e emerge na face externa do retalho lingual a 5mm da primeira penetração. • Insere-se novamente a agulha, sendo que desta vez na face externa do retalho lingual, emergindo pela face externa do retalho vestibular. Sutura colchoeiro horizontal contínua TÉCNICA • Repetem-se as sequências. • Realiza-se o nó da sutura na região mais mesial em relação a incisão. Sutura colchoeiro horizontal contínua Sutura colchoeiro vertical • Indicada para coaptação dos tecidos interproximais sobre enxertos ósseos e de tecido mole e no reposicionamento de retalhos, também em áreas interproximais estreitas. TÉCNICA • A agulha penetra na face externa do retalho vestibular, emergindo pela face externa do retalho lingual de 4 a 6mm da margem do retalho. • A agulha penetra novamente na face externa do retalho lingual, sendo que, desta vez, de 2 a 3mm da margem do retalho, emergindo pela face externa do retalho lingual. Sutura colchoeiro vertical TÉCNICA • Realiza-se o nó da sutura na região vestibular. Sutura colchoeiro vertical Sutura colchoeiro vertical modificada ou interna • Indicado para áreas interdentais anteriores, mas também pode ser usado em áreas edêntulas em combinação com as suturas interrompidas para reduzir a tensão na linha de incisão. • Permite que ambas as papilas fiquem posicionadas, preenchendo os espaços da ameia. TÉCNICA • A agulha penetra no retalho vestibular apicalmente à base da papila e corre sobre o topo da crista alveolar, penetrando no tecido lingual de dentro para fora apicalmente à base da papila. • A agulha passa por trás da papila lingual de fora para dentro de 2 a 3 mm na direção coronária em relação ao ponto anterior de penetração, cruza o retalho de trás pra frente sobre a crista, sai na papila vestibular de dentro para fora de 2 a 3mm na direção coronária ao ponto anterior na face vestibular. • As papilas são posicionadas em conjunto e o nó é feito na face vestibular. Sutura colchoeiro vertical contínua • Usada quando há envolvimento de vários dentes e há necessidade de boa coaptação dos retalhos. Fases da cicatrização 1- Inflamação: angiogênese • Inicia no exato momento da lesão e dura cerca de três dias. 2- Proliferação: epitelização • Essa fase é caracterizada pela formação do tecido de granulação, e é o marco inicial da formação da cicatriz. Os fibroblastos e as células endoteliais são as células predominantes e mais importantes. 3- Remodelamento: síntese • É a de maior importância clínica, pois é quando a ferida recebe maior suporte. Essa fase final se inicia após vinte e um dias da lesão, podendo perdurar até um ano.
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