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Medway - Perfis e indicadores demográficos

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Perfis e indicadores demográficos
· Dados permitem o conhecimento da população e suas características diagnóstico situacional, censo do IBGE (ações em nível estadual e federal)
· Alocação adequada de recursos (humanos e financeiros) direcionando às necessidades e grupos mais relevantes
· Dados ajudam a medir o impacto das ações de saúde pública
· Indicadores: ferramenta que mede sinais e indícios características da população
· Diagnóstico situacional: identificação dos problemas e situações de saúde de uma comunidade, grupo ou território
· Estimativa rápida: obter informações a partir das perspectivas dos atores sociais envolvidos na construção da comunidade
· Territorialização: conhecer o território
· Sistemas de informação
Indicadores demográficos
Taxa de natalidade
· Indicador de nascimento
· Número de nascidos vivos em relação ao total da população residente
· Delimitar o tempo de análise e o local
· Nos últimos anos, diminuição constante em todas as regiões maiores taxas no Norte e Nordeste
Nascidos vivos / população geral x 1000
Taxa de fecundidade
· Indicador de reprodução
· Avaliação da reprodução de uma mulher
· Dados retrospectivos, através de censos e inquéritos
· Estimativa do número médio de filhos durante o período reprodutivo
· Determinante da transição demográfica
· Taxa < 2,1 = insuficiência para assegurar a reposição demográfica
· Fatores para o decréscimo: urbanização, mortalidade infantil, melhora educacional, uso de métodos contraceptivos, maior participação da mulher no mercado de trabalho
· No Brasil: 1,71
Índice de envelhecimento populacional
· Indicador de envelhecimento indica a dinâmica populacional
Nº pessoas ≥ 60 anos / nº pessoas < 15 anos x 100
· Tendência em aumento redução da taxa de fecundidade, aumento da esperança de vida entre os idosos
· Sul e Sudeste estão mais adiantados na transição demográfica
· No Brasil: 33,9| % idosos população: 10,8%
Razão de dependência total
· Indicador de envelhecimento
· Indica a parte da população que depende da população produtiva para ser sustentada
Nº pessoas 0-14 anos + ≥ 60 anos / nº pessoas 15-59 anos x 100
· Valores elevados mostram que a população produtiva precisa sustentar grande proporção de dependentes e gera encargo assistencial para a sociedade
· Declínio na razão de dependência: fecundidade, número de jovens idosos compõem a maior parcela dos dependentes
· Norte e Nordeste: maior razão de dependência devido a altas taxas de fecundidade
· No Brasil: 56,9
Taxa de crescimento populacional
· Percentual médio do incremento anual da população
· Influenciada por natalidade, mortalidade e migrações
· Tendência a redução devido à baixa taxa de fecundidade e a altas taxas de influxos migratórios relacionados à expansão econômica (Norte e Centro-Oeste)
· Tendência a redução geral e aumento no Sul
· No Brasil: 1,67
Transição demográfica
· Estudo dos processos demográficos dentro de uma população (nascimento, reprodução e morte)
· Fases (Notestein):
· Pré-transição: equilíbrio entre as taxas de natalidade e mortalidade (ambas muito altas)
· Típica de países com baixo desenvolvimento socioeconômico
· Muitos nascem: ruralização, pobreza, baixo acesso educacional e à saúde = determinantes do número de filhos
· Muitos morrem: epidemias, condições sanitárias
· Brasil na República Velha
· Aceleração ou explosão demográfica: crescimento populacional por redução da mortalidade
· nº nascimentos
· taxa de mortalidade (melhorias sociais na saúde)
· Brasil: primeira metade século XX – Era Vargas
· Desaceleração demográfica: redução da natalidade (planejamento familiar, mulher no mercado de trabalho, urbanização)
· Brasil: segunda metade século XX (> anos 70)
· Estabilização demográfica: natalidade e mortalidade se equilibram em uma média baixa – controle do crescimento demográfico
· Poucos nascem e poucos morrem envelhecimento populacional gerando novos problemas
Transição epidemiológica
· Conjunto de mudanças nos padrões de morte, morbidade e invalidez, que ocorrem em conjunto com outras transformações (demográficas, sociais e econômicas)
· Principais mudanças:
· Substituição de doenças transmissíveis por doenças não-transmissíveis
· Deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais jovens para os mais idosos
· Substituição de predominância de mortalidade por morbidade
· Países desenvolvidos: melhora das condições de vida, seguida de um envelhecimento populacional
· Brasil: processo sincrônico – a população envelheceu sem termos melhora completa do cenário socioeconômico, por isso vivemos a tripla carga de doenças
· Doenças crônicas: presença de fatores de risco como obesidade, sedentarismo, maus hábitos alimentares, tabagismo e alcoolismo
· Causas externas: urbanização intensa, acelerada e desorganizada
· Doenças infectoparasitárias e relacionadas à saúde reprodutiva: problemas já existentes e ainda não solucionados
Transição nutricional
· Mudança no perfil nutricional da população
· Redução da desnutrição + aumento da obesidade
Sistemas de informações em saúde
Sistema de informação sobre mortalidade (SIM)
· Dados sobre mortalidade do país
· Documento base: declaração de óbito
· Divisão em tipo de óbito: fetal e não fetal
Sistema de informação sobre nascidos vivos (SINASC)
· Dados sobre nascidos vivos em todo o país
· Documento base: declaração de nascido vivo
· Informações sobre a mãe (história gestacional, pré-natal, parto) e do RN (sexo, peso, APGAR, anomalias congênitas)
Sistema de informação de agravos de notificação (SINAN)
· Dados sobre os agravos de notificação
· Documento base: ficha individual de notificação (suspeita da ocorrência) ou ficha individual de investigação (investigação da fonte de infecção e mecanismos de transmissão)
Sistema de informações hospitalares do SUS (SIH/SUS)
· Internações hospitalares financiadas pelo SUS
· Documento base: autorização de internação hospitalar (AIH) preenchida pelo hospital
· Dados específicos da internação (identificação do estabelecimento no CNES, dados do paciente, justificativa, procedimentos/cirurgias, acidentes ou violência)
Sistema de informação ambulatorial (SIA-SUS)
· Atendimentos, procedimentos e tratamentos ambulatoriais
· Documento base: boletim de produção ambulatorial (BPA) e autorização de procedimentos de alta complexidade (APAC)
Sistema de informação da atenção básica (SIAB)
· Em desuso
· Registra e monitora múltiplos pontos da atenção primária
· Documento base: ficha de atenção básica
· Atualmente: e-SUS AB
Sistema de informações do PNI (SI-PNI)
· Controle de múltiplos pontos de vacina e imunobiológicos
· Documento base: fichas específicas para sub-sistemas (distribuição, eventos adversos, centros de referência, estoque etc.)
Vulnerabilidade social
· Vulnerável: indivíduo ou grupos que apresentam sua capacidade de autodeterminação reduzida para proteger seus próprios interesses, devido a déficit de poder, inteligência, educação, recursos, força ou outros atributos
· Tipos (Ayres):
· Vulnerabilidade individual: aspectos biológicos, emocionais, cognitivos e de atitude que criam condições para o adoecimento
· Vulnerabilidade programática: refere-se aos recursos sociais necessários para a proteção dos indivíduos
· Vulnerabilidade social: aspectos culturais, sociais e econômicos que determinam as oportunidades de acesso a bens e serviços (marginalização social)
· Índice de vulnerabilidade social: construído a partir de indicadores do atlas de desenvolvimento humano no Brasil (ADH-IBGE) 3 dimensões: infraestrutura urbana, capital humana e renda/trabalho varia de 0-1 (quanto mais próximo de 1, maior a vulnerabilidade)
· Concentração de renda: maior concentração em um grupo populacional
· Índice de Gini: valores entre 0-1, sendo 1 o valor de máxima desigualdade e 0 o valor de perfeita igualdade na distribuição de rendimento
· Índice de Palma: razão entre a parcela do rendimento apropriada pelos 10% com maiores rendimentos domiciliares per capita em relação à parcela apropriada pelos 40% com menores rendimentos domiciliares per capita relação 10/40 (quantomenor, melhor)
Dominantes sociais em saúde
· Modelo de Dahlgreen e Whitehead: modelo em casca de cebola
· Representa cada nível de determinação social de saúde em ordem crescente – dos micro aos macrodeterminantes
· Âmbito individual: características como sexo, idade, fatores genéticos
· Estilo de vida dos indivíduos: expressa os comportamentos de estilo de vida – sedentarismo, etilismo e como eles interferem nos aspectos individuais
· Redes sociais e comunitárias: extrapola o âmbito individual – demonstra as influências sociais na saúde: propagandas, pressão dos pares etc.
· Condições de vida e de trabalho: os grupos mais vulneráveis sofrem um grande impacto
· Condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais: macrodeterminantes na saúde da população

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