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Auditoria do disponível Apresentação Você sabia que as contas do disponível geralmente são representadas pelo seu valor nominal? As contas do disponível não apresentam dificuldades com relação à sua avaliação. As disponibilidades correspondem a recursos que pertencem à organização, ou seja, são de domínio da empresa e são demonstradas mediante caixa e equivalente de caixa, estando à disposição para uso instantâneo e não tendo restrições. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os métodos usados pela auditoria, identificar os procedimentos contábeis e os critérios de avaliação e reconhecer os elementos que constam no disponível. Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os itens que compõem o disponível.• Reconhecer a utilização de normas e procedimentos de contabilidade e os métodos de avaliação. • Definir os procedimentos que podem ser utilizados durante a aplicação dos trabalhos de auditoria. • Desafio Você é auditor interno da empresa Tutatis Ltda. e precisa realizar a auditoria nas contas bancárias da empresa. Sendo assim, você faz a conciliação bancária. A conciliação apresenta tudo que ocorreu de lançamentos e que foram registrados pelo banco, assim como os registros que ocorreram pela parte da empresa. Para que você realize o processo de reconciliação, quais são as considerações que deve fazer? Considere as seguintes informações: A empresa Tutatis emitiu um cheque no valor de R$ 58.000,00 em 27 de dezembro de 2010, mas esse cheque está demonstrado no extrato bancário da conta da empresa somente em 10 de janeiro de 2011. Considere também o saldo bancário de R$ 1.402.111,00 para a mesma data. Você, como auditor interno, deve responder em que deve se basear para iniciar o processo de reconciliação. Após, apresente a reconciliação bancária considerando a data de 31 de dezembro de 2010, observando que o cheque é o único item pendente do extrato. Infográfico Observando o infográfico a seguir, você pode analisar alguns processos desenvolvidos na auditoria do disponível. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro Os critérios de auditoria de Caixas e Bancos precisam ser estabelecidos em virtude das finalidades ao auditor para aquela área em que vai atuar. Os exames direcionados ao Caixa costumam ser bem complexos, já que é considerado um bem de grande risco e de difícil monitoramento. A avaliação que o auditor efetua no controle interno contábil da empresa sobre Caixa e Bancos causa reflexos na extensão e na intensidade dos métodos de auditoria que serão empregados. Acompanhe o capítulo Auditoria do disponível, base teórica desta Unidade de Aprendizagem. AUDITORIA CONTÁBIL AVANÇADA Aline Alves Auditoria do disponível Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car os itens que compõem o disponível. Reconhecer a utilização de normas e procedimentos de contabilidade e os métodos de avaliação. De� nir os procedimentos que podem ser utilizados durante a aplicação dos trabalhos de auditoria. Introdução Você sabia que as contas do disponível geralmente são representa- das pelo seu valor nominal? As contas do disponível não apresentam dificuldades com relação à sua avaliação. As disponibilidades correspon- dem a recursos que pertencem à organização, ou seja, são de domínio da empresa e são demonstradas mediante caixa e equivalente de caixa, estando à disposição para uso instantâneo e não tendo restrições. Neste texto, você vai estudar os métodos usados pela auditoria. Tam- bém vai aprender a identificar os procedimentos contábeis e os critérios de avaliação e a reconhecer os elementos que constam no disponível. Aspectos contábeis, de administração financeira e de auditoria Aspectos contábeis Você já deve saber que os ativos possuem sua classifi cação em ordem de- crescente de liquidez. Dessa maneira, as contas de caixas e bancos estão apresentadas no grupo ativo do balanço patrimonial da empresa, ou seja, ambas representam os ativos que possuem maior liquidez. Dentro de caixas e bancos estão dispostos os recursos disponíveis para aplicação imediata em transações das organizações, como: Dinheiro em caixa; Dinheiro em conta corrente bancária. Nesse grupo de caixa e equivalente de caixa são apresentados somente os ativos que não possuem qualquer restrição de uso instantâneo, ou seja, qualquer motivo que impossibilite seu uso imediato. Os cheques que foram emitidos e ainda não foram entregues aos beneficiários não podem ser considerados como redução de caixas e bancos. É necessário que as contas bancárias no exterior passem por atualização constante. Isto é, você deve demonstrar o saldo dessa conta em moeda estrangeira convertida para real mediante a taxa de câmbio do término do período. Aspectos de administração financeira É necessário que o auditor externo tenha conhecimento referente à adminis- tração fi nanceira. Assim, ele conseguirá compreender o andamento referente às contas de caixas e bancos. Além disso, poderá sugerir melhoras para as políticas fi nanceiras da organização. O auditor externo necessita observar algumas situações: Se os valores de caixas como fundo fixo são excessivos ou necessitam de reposição constante; Se as aplicações de sobras de caixas e bancos não terão uso imediato; Se a organização utiliza os meios de financiamentos mais acessíveis; Se há centralização no controle de recursos dispostos em locais dife- rentes, como escritórios, filiais, entre outros, a fim de evitar sobra de recursos em algum desses locais enquanto o outro tenha falta e necessite realizar empréstimos; Se há política definida referente a descontos financeiros, ou seja, se é possível usufruir pagando na data de vencimento ou tardar os paga- mentos a fim de negociar as transações; Se é elaborado diariamente relatório para recursos de caixas e bancos, com intuito de possibilitar que a administração da organização execute o controle destes. 37Auditoria do disponível Aspectos de auditoria Existe uma maior possibilidade de erro em caixas e bancos devido à sua pronta liquidez. Ou seja, é mais fácil ocorrer o uso indevido dessas contas. Sendo assim, o auditor realiza um número de testes bem maior nelas, já que o risco também é maior. Isso ocorre mesmo na existência de um bom sistema de controle interno. Os testes têm como finalidade verificar a existência dos ativos. Um dos métodos mais eficientes de testes quanto aos recursos de caixas é a contagem física. Contudo, o mesmo processo não pode ser efetuado para as contas ban- cárias. O método utilizado para as contas bancárias é a solicitação ao banco de uma carta referente aos saldos das contas, denominada carta de confirmação. Entretanto, o saldo que o banco informa mediante a carta de confirmação para a empresa nem sempre será o mesmo apresentado contabilmente na entidade. Isso acontece por consequência da defasagem de tempo referente à contabilização dos registros. O processo de auditoria corresponde a um plano de trabalho que deve ser aplicado em campo. É preciso planejar a auditoria que será realizada, considerando a sua finalidade e as particularidades que a empresa que será auditada possui. Normas e procedimentos contábeis As disponibilidades correspondem aos recursos que a empresa possui. Eles são apresentados nos caixas e equivalentes de caixa e estão à disposição para utilização instantânea e sem restrições. Caixa ou equivalente de caixa: na circulação dos recursos financeiros, não estão inseridos somente o saldo da moeda em caixa ou o depósito em conta bancária. Incluem-se também outras espécies de contas que tenham as mesmas particularidades quanto à liquidez imediata. Como equivalentes de caixa são consideradas as aplicações financeiras que possuemcaracterísticas de liquidez instantânea. Auditoria contábill avançada 38 Você pode considerar como disponibilidades: Os numerários em mãos, em circulação – situação também conhecida como “em trânsito”, que significa remessa entre filiais de uma empresa mediante depósitos, por meio de cheques, ordem de pagamento – e ainda os saldos das contas bancárias que possam ser usados sem restrições; Os cheques à vista que estão em poder da empresa; As aplicações realizadas em títulos negociáveis que possuem conversão instantânea; As aplicações realizadas. Você não pode considerar como disponibilidades: O numerário que possuir restrição quanto à sua utilização, considerando limitação de qualquer natureza; Os saldos credores que estiverem representados por meio de saques e descoberto, que precisam ser demonstrados como parcela do passivo circulante. Na ocasião em que a empresa utilizar mais de uma conta bancária no mesmo estabelecimento, é aceitável a atividade de com- pensar um saldo bancário que for credor em contrapartida a outro que for devedor relativo às outras contas. Nesse processo, é necessário evidenciar o resultado líquido no grupo do ativo ou do passivo circulante, dependendo de ele ser credor ou devedor; Os cheques que foram redigidos e entregues aos beneficiários, descon- siderando se foram sacados ou não; As quantias mediante cauções em dinheiro para segurança de concor- rências ou acordo de fornecimento de produtos ou serviços, mesmo que futuramente o reembolso ocorra mediante numerário; As aplicações em títulos negociáveis que não possuam fácil conversão da moeda, ou seja, de maneira imediata; Os títulos de crédito que foram endossados para cobrança por meio do banco, enquanto o crédito não for de fato registrado na conta bancária da empresa. O valor líquido referente às duplicatas, letras de câmbio e promissórias descontadas passam a produzir disponibilidade bancária no momento em que ocorre a operação de desconto; As aplicações temporárias em ação. 39Auditoria do disponível O planejamento do programa de auditoria determina a finalidade do exame em uma área específica, como as contas do disponível. Assim, se define a extensão e a profundidade do exame que será executado, incluindo o sistema de controle interno, os critérios que serão utilizados, a perspectiva de tempo que será usada no exame, a equipe que vai trabalhar, entre outros. Principais objetivos e métodos da auditoria do disponível Objetivos da auditoria Você deve saber que a auditoria executada nas disponibilidades tem por fi na- lidade: a) Definir a sua existência, que poderá se encontrar na organização, em instituições bancárias ou ainda com terceiros; b) Verificar se os recursos de fato pertencem e estão em poder da organização; c) Determinar se os princípios de contabilidade foram aplicados; d) Definir a existência de limitações quanto ao uso ou de vínculos em garantia; e) Estabelecer se a classificação no balanço patrimonial está correta e se as publicações cabíveis foram exibidas mediante notas explicativas. Auditoria em caixas e bancos Os métodos de auditoria em caixa e bancos precisam ser estabelecidos con- forme as fi nalidades que o auditor possui para o setor que será auditado. O caixa é considerado um bem de difícil monitoramento e de grande risco. Dessa maneira, os procedimentos aplicados nele normalmente são mais extensos e mais específi cos em comparação aos utilizados nas demais áreas. Auditoria contábill avançada 40 A avaliação que o auditor realiza sobre o caixa e bancos causa efeito na extensão e também na intensidade dos métodos de auditoria que serão executados. Com base nos objetivos, poderão aparecer métodos de auditoria adequados para integrar o programa de auditoria de caixa e bancos. O valor referente ao caixa e bancos demonstrado no balanço patrimonial é constituído por dois elementos: o encaixe (numerário em mãos) e também os depósitos bancários. Esses elementos possuem particularidades próprias. Por esse motivo, os processos de auditoria são considerados em separado para cada um deles. Encaixe ou numerário em mãos: o encaixe geralmente é apresentado no fundo fixo de caixa e de recebimentos de clientes, antecedendo os depósitos. Os métodos fundamentais utilizados pela auditoria para os dois tipos de encaixe são: a) Contagem realizada pelo auditor. b) Averiguação posterior dos montantes alcançados na apuração dos cons- tantes dos registros contábeis. c) Teste de elementos, como cheques de clientes e comprovantes de caixa pequena, para constatar se são exatos e legítimos. d) Confirmação do depósito dos recebimentos de clientes nas contas bancárias. O auditor precisa controlar todos os elementos existentes no setor, em se tratando da contagem de caixa. Ele também precisa estar atento aos demais itens de ativo negociáveis, impedindo assim a substituição; contudo, sem nunca se apossar do caixa. O processo de substituição implica mascarar qualquer falta de dinheiro, realizando transporte de fundos de um lugar para outro, ou ainda realizando a conversão do dinheiro em outros elementos de ativo negociáveis, de maneira que um mesmo fundo seja contado duas vezes. Após a contagem do numerário, os montantes de caixa pequeno precisam ser comparados com o razão geral. Além disso, é preciso conferir os recebi- mentos não depositados com os recebimentos registrados em caixa. Durante a contagem, as especificações dos cheques, saques, recibos de desembolso e 41Auditoria do disponível demais elementos que demonstrarem dúvidas precisam ser apontados. Você pode fazer isso mediante os papéis de trabalho. Posteriormente o auditor deverá evidenciar a explicação correta referente a tais dúvidas. Para que possa concluir a auditoria de dinheiro em mãos, o auditor precisa aplicar métodos que garantam que todos os cheques tenham sido inseridos no montante, ou seja, depositados no banco. Se os cheques não forem autênticos, o banco irá devolvê-los, e o auditor poderá verificar a devolução mediante extrato bancário. Caixa depositado: o auditor faz uso de critérios diferentes ao verificar o caixa depositado. Nesse caso, não trata com dinheiro em espécie, mas sim com documentação que evidencia a existência do dinheiro. Processos preliminares: os métodos para análise de caixa em depósito precisam começar por ocasião do processo de contagem de dinheiro em mãos, isto é, na data de confirmação. Após esse processo, ocorre a coleta de dados de caixa, instantaneamente antecipando a data de verificação. É função do auditor registrar nos papéis de trabalho os montantes auferidos de caixa referentes aos últimos dias do período, bem como a data, a numeração e a quantidade dos últimos cheques que foram emitidos antes da data de análise. Procedimento final: os métodos finais de auditoria de caixa depositado, isto é, executados posteriormente à data de verificação, estão focados nas conciliações bancárias. É preciso requisitar ao banco uma reconciliação da data de verificação ou, se for preciso, realizar uma. Você deve saber que uma espécie de reconciliação bancária muito útil é a prova de caixa. Nela são verificadas as operações bancárias em conformidade com o período da verificação. Essa análise vai apresentar qualquer movimentação relativa à conta, quer conste nos livros ou não. Um exemplo dessa situação é um saque que não possui autorização encoberto mediante um depósito de compensação que não foi registrado e que seria constatado pela prova de caixa. A seguir você pode observar os elementos mais comuns referentes à re- conciliação e os métodos de análise mais realizados pelos auditores: a) Depósito em trânsito: é possível acobertar falhas de dinheiro no caixa temporariamente, por meio da demonstração maior relativa aos depósitos Auditoria contábill avançada 42 em trânsito. Sendo assim, todos os depósitos em trânsito precisam ser confirmados com os totais registrados em papéis detrabalho, conforme a contagem de caixa efetuada pelo auditor. b) Cheques em trânsito: a omissão de qualquer elemento da lista de cheques significa o mesmo que ocultar, mesmo que temporariamente, a falta de dinheiro no caixa. O auditor faz uso do extrato bancário para se certificar dos cheques que estão sendo movimentados. c) Existência de cheques antigos: estes são lançados em trânsito e per- manecem dessa forma por períodos longos, propiciando a encoberta de desfalques. A orientação do auditor, nesses casos, é que ocorra a devolução de cheques que estão em circulação por longo tempo. Assim, a possível fraude é eliminada pelo responsável pelo caixa. d) Demais elementos de reconciliação: a análise dos demais elementos de reconciliação precisa ocorrer mediante exame de documentos que comprovem esses elementos. Alguns deles, como cheques que foram devolvidos, cobranças bancárias e também despesas referentes a servi- ços, exigem correção da conta de caixa. Dessa forma, é possível alcançar uma revelação exata das demonstrações financeiras. Fraudes e erros em caixas Os desfalques encobertos representam os que são geralmente realizados por intermédio de um lançamento de compensação nos registros contábeis. Dessa maneira, a inexistência do bem passa despercebida. Como exemplo de des- falque encoberto, você pode considerar a redução referente a recebimentos de caixa, acompanhada de um lançamento a débito em despesas e a crédito do caixa. Contudo, isso somente é possível na falta de controle interno. Nesse caso, é possível que o cidadão desonesto acesse o caixa e efetive lançamentos indevidos no diário. O desfalque não coberto corresponde àquele que não possui contrapartida no lançamento contábil. Dessa forma, os desfalques não cobertos podem ser mascarados apenas por algum tempo, ou não ser mascarados de forma alguma. Tipos de desfalques não cobertos: a) Lapping: ocorre por meio de cobranças de contas a receber. Tem como base o desvio de resultados referentes a cobranças, efetuando a subs- tituição do total desviado por cobranças posteriores. b) Kiting: contempla os desembolsos realizados. Refere-se a um tipo de sistema que encobre as faltas de dinheiro com transferências, em che- 43Auditoria do disponível ques, não registradas. O kiting é mais fácil de ser percebido do que o lapping. Isso ocorre porque os métodos de auditoria de caixa permitem encontrar a fraude no período da análise. Observe a seguir quais são esses métodos de auditoria: Coleta de informações do caixa e verificação posterior mediante a listagem de cheques em trânsito; Exame de recebimentos que não foram depositados conforme período de verificação, para confirmar que não existem cheques da organização entre os recebimentos; Utilização correta do extrato bancário; Ordenação de uma cédula com todas as transferências que foram efe- tuadas pelo banco por um período razoável, antes e depois do período de análise. Controle interno e procedimentos de auditoria A revisão do controle possui como objetivo defi nir a confi abilidade no controle interno. O intuito disso é estabelecer quando e quais critérios serão usados na auditoria e sua extensão. Os controles internos podem ser diferentes de uma entidade para outra. O que pode variar são os valores envolvidos, as pessoas envolvidas e também a quantidade de contas existentes. Observe a seguir algumas espécies de controles que visam a consolidar o controle interno do disponível e que podem servir para diversas empre- sas: a) Desmembramento de funções entre a custódia de valores e a contabilização. b) Sistema de aprovação para pagamentos. c) Efetuação de conciliações bancárias frequentes e revisadas por pessoas autônomas da sua organização. Auditoria contábill avançada 44 d) Uso de fichas razão individuais para várias contas do disponível. e) Uso de duas pessoas autônomas para assinatura dos cheques. f) Abertura das contas bancárias da empresa pela administração. g) Fundo fixo para valores conservados em mãos. h) Cancelamento de documentos comprobatórios posterior ao pagamento. i) Monitoramento de pagamentos para impedir atrasos, multas e juros. j) Monitoramento diário referente a recebimentos e controle entre quantias depositadas e recebidas. Os métodos de auditoria representam as ferramentas utilizadas pelos auditores para efetuação dos seus trabalhos. São diversos os métodos usados pelos auditores a fim de alcançar seus objetivos. A seguir, você pode analisar alguns procedimentos usados durante a apli- cação dos trabalhos de auditoria: Exame físico: Realização da contagem de fundo fixo ou de caixa. Contagem das aplicações financeiras realizadas. Confirmação: Confirmação dos saldos referente às contas bancárias. Confirmação dos responsáveis que podem assinar. Confirmação referente a aplicações financeiras. Documentos originais: Exame dos documentos que envolvem os cheques que foram pagos, dos avisos bancários, das aplicações financeiras, das atas decorrentes de assembleia ou reunião e também de contratos. 45Auditoria do disponível Cálculos: Somatório das conciliações, do razão auxiliar de bancos e apuração dos juros que foram pagos ou auferidos. Escrituração: Exames das contas que contemplam o razão dos bancos, o razão de caixa e as aplicações financeiras. Investigação: Exames referentes à documentação, conforme pagamentos ou recebi- mentos, das aplicações financeiras que foram contraídas ou resgatadas. Inquérito: Mutação do saldo do disponível e explicação da documentação analisada. Registros auxiliares: Exames referentes ao razão analítico dos bancos, do diário auxiliar de bancos e dos registros relativos a recebimentos e pagamentos. Correlação: As relações dos recebimentos concernentes às contas a receber, dos pagamentos efetuados relativos a contas a pagar e dos juros pagos com a despesa. Observação: Ordenação correta das contas. Observação dos princípios contábeis. Manutenção relativa à quantidade alta de contas que não foram movimentadas. Auditoria contábill avançada 46 ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Manual de auditoria do sistema CFC/CRCs. Brasília, DF, 2007. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/ uploads/2012/11/ Manual_auditoria_site.pdf>. Acesso em: 25 dez. 2016. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade. 3. ed. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/ wordpress/wp-content/ uploads/2013/01/Livro_Principios-e-NBCs.pdf>. Acesso em: 25 dez. 2016. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Leituras recomendadas 49Auditoria do disponível Dica do professor O vídeo a seguir apresenta o processo de auditoria realizada nas contas do disponível das organizações. Assista! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/4bd7d8a46124cbc8d297f3a077ee4e00 Exercícios 1) Considere as afirmativas a seguir que tratam sobre os aspectos contábeis, de administração financeira e de auditoria. Após, aponte a correta. A) Quanto aos recursos disponíveis para aplicação imediata apresentados em caixas e bancos, são encontrados dinheiro a receber de clientes e dinheiro em conta corrente. B) Os cheques já emitidos e que ainda não foram entregues aos beneficiários são considerados como redutor de caixas e bancos. C) Dentre as situações que o auditor externo precisa verificar, uma delas é referente às aplicações de faltas de caixas e bancos que não terão uso imediato. D) Os testes de auditoria visam também à verificação da existência dos ativos na empresa. E) A contagem física é um dos testesmais eficazes para a conferência de caixas, e ele pode ser utilizado para as contas bancárias. 2) Analise as afirmativas sobre a auditoria do disponível e indique a alternativa correta. A) Podemos considerar como disponibilidade os cheques a prazo que estão em poder de terceiros e que serão entregues à empresa em determinado período. B) O numerário que tiver limitação quanto ao seu uso, observando as restrições de qualquer natureza, pode ser considerado como disponível. C) Uma das finalidades da auditoria do disponível contempla definir se o item ou elemento pertence à organização. D) Os critérios aplicados para constatar restrições para o elemento do ativo envolvem o exame referente a cláusulas restritivas ou contrato com devedores, exames dos dados privados (verificando a existência de ônus de qualquer espécie registrado contra a propriedade) e obtenção de evidenciações por escrito pela empresa referente aos bens alienados. E) A conferência de valores representa valores que ainda não foram informados, afirmando sua exatidão. 3) Sobre o processo de auditoria realizada em caixas e bancos, leia as opções apresentadas e aponte a correta. A) O caixa é considerado um bem de difícil controle e com grande risco. B) Os métodos de auditoria executados nos caixas costumam ser extremamente resumidos. C) O valor correspondente a caixa e bancos apresentados no balanço patrimonial é formado por dois itens, o encaixe (numerário em mãos) e os investimentos. D) Um dos critérios usados pelo auditor para os tipos de encaixe é a confirmação de pagamento, de recebimento de clientes nas contas bancárias. E) Para concluir a auditoria de dinheiro em mãos, é necessário que o auditor execute procedimentos que confirmem que todos os recebimentos tenham sido inclusos no total. 4) Quanto aos itens mais comuns relativos à reconciliação e os critérios de análise efetuados pelos auditores, avalie a alternativa correta. A) A omissão de qualquer item da lista de cheques corresponde ao mesmo que esconder, ainda que temporariamente, a falta de dinheiro no caixa. B) O auditor utiliza o razão analítico bancário para a verificação dos cheques que estão sendo movimentados. C) Os cheques antigos são lançados em trânsito e ficam assim por curtos períodos, favorecendo e ocultando desfalques. D) O depósito em trânsito não permite acobertar faltas de dinheiro em caixa. E) A verificação dos demais elementos de reconciliação não precisa ocorrer através de exame de documentação que vá comprovar tais elementos. 5) Analise as afirmativas que tratam sobre fraudes e erros em caixas, controle interno e métodos de auditoria. Após, indique a resposta correta. A) O kiting envolve os recebimentos ocorridos e corresponde a um tipo de sistema que encobre as faltas de dinheiro com transferências, em cheques, não registrados. B) O desfalque não coberto contempla aquele que, obrigatoriamente, tem contrapartida no lançamento contábil. C) Dentre os controles que buscam fortificar o controle interno, é possível apontar o sistema de aprovação para pagamentos. D) Os controles internos não variam de uma entidade para as outras. E) Nos procedimentos de auditoria do disponível, é possível verificar a escrituração que envolve os exames das contas que contemplam o razão do imobilizado, o razão do caixa e dos investimentos. Na prática Ana está iniciando como auditora externa na empresa Correto e precisa compreender algumas coisas para que consiga desenvolver bem sua função. Ela passou na sua primeira semana pelo processo de integração da empresa e, então, pelos treinamentos necessários. Após essas capacitações, ela já participou do processo de auditoria junto com uma colega, mas somente como observadora, para que analisasse todo o desempenho de um auditor. Ana analisou os papéis de trabalho precisos e sua ordenação para realizar auditoria em caixas e banco, obtendo o seguinte resultado: O que chamou muito sua atenção foi o método tão simples e, ao mesmo tempo, tão eficaz referente à contagem de caixa. Sua colega verificou o saldo de caixa existente no relatório e realizou o confronto com o valor físico que havia de fato no caixa da empresa, significando que ambos deveriam coincidir, ou seja, o caixa deveria ter exatamente a mesma quantia que apontava como saldo no relatório. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Roteiro de Auditoria Financeira Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Testes e procedimentos de auditoria Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. NBC PA – do Auditor Independente Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. NBC TA – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica http://www.contagem.mg.gov.br/arquivos/downloads/roteiro_auditoria_financeira.pdf https://www.youtube.com/embed/sfAHCnPABXg?rel=0 https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-pa-do-auditor-independente/ Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-auditoria-independente/ Auditoria das contas a receber e vendas Apresentação Você sabia que no processo de venda de bens, a principal solicitação é a transferência para o comprador dos riscos e benefícios mais relevantes característicos à propriedade dos bens? As contas a receber são contabilizadas em conformidade com o pronunciamento técnico CPC 30 (R1) - (Comitê de pronunciamentos Contábeis). Nelas, são determinadas as situações em que esses métodos são atendidos e, por este motivo, a receita precisa ser reconhecida. Além disso, o pronunciamento também fornece direção prática referente à execução desses métodos. Ainda, o pronunciamento técnico CPC 30 será revogado a partir de 01/01/2018. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as características básicas dos controles internos referentes às contas a receber, identificar as normas contábeis aplicadas neste tipo de auditoria e observar as possíveis fraudes que podem ocorrer neste processo. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as características dos controles internos de contas a receber.• Reconhecer os métodos e procedimentos contábeis utilizados na auditoria das contas a receber. • Verificar as possibilidades de fraudes às quais as contas a receber estão expostas.• Desafio Você está realizando auditoria das contas a receber de um cliente da empresa. Para que seu trabalho tenha êxito, você mapeou alguns pontos que considera importantes e que estão relacionados com as contas a receber. Você precisa realizar um teste de avaliação das contas a receber de clientes e solicitou ao setor contábil que lhe fornecesse um Razão da respectiva conta. Com base nos procedimentos de auditoria, quais dados são importantes e devem ser apresentados no demonstrativo solicitado por você, para que possa verificar possíveis problemas referentes ao recebimento das contas a receber? Qual a relevância deste demonstrativo para você na aplicação da auditoria e como deve proceder com base no demonstrativo apresentado? Infográfico No infográfico a seguir, você vai conhecer as formas de auditoria nas contas a receber e nas vendas. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro As contas a receber correspondem a um direito que a empresa adquire quando realiza a venda de suas mercadorias, bens ou serviços a prazo. As contas a receber que serão recebidas dentro do prazo de 12 meses ficam localizadas no ativo circulante do balanço patrimonial. Já as vencíveis após 12 meses serão apresentadas no ativo não circulante. Acompanhe o capítulo Auditoria das contas a receber e vendas, base teórica desta Unidade de Aprendizagem.Boa leitura! AUDITORIA CONTÁBIL AVANÇADA Aline Alves Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 A472a Alves, Aline. Auditoria contábil avançada / Aline Alves. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 219 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-046-7 1. Auditoria contábil. I. Título. CDU 657.63 Auditoria das contas a receber e vendas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car as características dos controles internos de contas a receber. Reconhecer os métodos e procedimentos contábeis utilizados na auditoria das contas a receber. Veri� car as possibilidades de fraudes às quais as contas a receber estão expostas. Introdução Você sabia que no processo de venda de bens, a principal solicitação é a transferência para o comprador dos riscos e benefícios mais relevan-tes característicos à propriedade dos bens? As contas a receber são contabilizadas em conformidade com o pronunciamento técnico CPC 47, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Nelas são determinadas as situações em que esses métodos são atendidos e, por esse motivo, a receita precisa ser reconhecida. Ainda, o pronunciamento técnico CPC 47 será revogado a partir de 01/01/2018. Neste texto, você vai estudar as características básicas dos controles internos referentes às contas a receber, identificar as normas contábeis aplicadas nesse tipo de auditoria e observar as possíveis fraudes que podem ocorrer nesse processo. Finalidade da auditoria das contas a receber e vendas Um dos objetivos da auditoria é a verifi cação da existência e da representa- tividade relativa aos devedores que estão envolvidos. Ou seja, ela confere se as contas a receber de fato são reais e existem, representando direito legítimo contra os devedores. As contas a receber devem indicar todos os valores que são devidos à entidade na data do balanço patrimonial. A auditoria das contas a receber e das vendas também visa a analisar se os princípios de contabilidade foram considerados. Isto é, ela verifica se essas contas foram contabilizadas em conformidade, observando tais princípios, e se foram executadas de modo uniforme em relação ao período anterior. Ainda é preciso analisar a realização das provisões apropriadas para contabilizar as prováveis perdas. Sendo assim, é importante verificar a provisão para contas duvidosas, devoluções, abatimentos e descontos; entretanto, essas possíveis perdas não podem ser excessivas. É fundamental que você confira a classificação das contas no balanço patrimonial da organização, bem como o modo como elas estão demonstradas. Além disso, é primordial a constatação de que as divulgações pertinentes foram realizadas mediante notas explicativas. Nesse processo, você deve observar a efetivação da inclusão de valores que tenham sido afiançados, descontados, disponibilizados ou vendidos com direito de retorno ou em posse de partes relacionadas. Entre os exemplos de testes realizados para obter o alcance dos objetivos de auditoria, você pode constatar a revisão relativa às demonstrações financeiras em confronto aos princípios fundamentais de contabilidade. Esse processo é realizado para análise da apresentação e divulgação das contas a receber e vendas. 51Auditoria das contas a receber e vendas Normas e procedimentos contábeis As empresas processam a venda dos seus produtos, mercadorias ou serviços. Quando essa operação é efetuada a prazo, ou seja, com recebimento posterior à data da venda, gera para a empresa um direito que deve ser registrado nas contas a receber localizadas no ativo. Assim, fi ca evidente que as contas a receber correspondem aos direitos nos quais a empresa é titular. Isso ocorre por consequência de eventos econômicos referentes à venda a prazo de pro- dutos, mercadorias e serviços prestados oriundos predominantemente do seu objetivo social. Geralmente as vendas são registradas no instante em que acontece a trans- ferência de posse da mercadoria. Isso também pode ocorrer na emissão da nota fiscal ou outro documento que seja equivalente, como cupom fiscal. Nesse sentido, o último processo deve ser executado de modo contínuo e a defasagem entre a data de emissão do documento fiscal e a da entrega do produto deve ser pequena. Alguns dos serviços prestados possuem datas programadas. Por exemplo: energia elétrica, água, telefone, entre outros. Assim, no término de cada mês é realizado o fechamento para estimar a receita recebida em um período estipulado. Essa receita será inserida na fatura que deve ser emitida após a medição do serviço prestado. A quantia referente ao valor a receber resultante da receita que não foi faturada ainda pertence ao ativo circulante da empresa. As contas a receber em moeda estrangeira ou nacional que possuem cláusula de semelhança cambial necessitam passar por conversão para moeda nacional. Para isso, você deve utilizar a taxa cambial vigente na data do balanço. As contas a receber que estão em moeda estrangeira ou nacional e que possuem encargos pós-fixados precisam ser avaliadas na data do balanço. Essa avalia- ção é baseada no valor nominal mais os rendimentos que foram calculados simetricamente até o término do prazo. O processo de avaliação referente aos direitos inclusos nas contas a receber precisa ocorrer mediante o valor líquido realizável. Auditoria contábill avançada 52 O procedimento de avaliação deve considerar as particularidades do próprio ativo, ou seja, a sua capacidade de gerar privilégios futuros para a organização. Sendo assim, todo crédito que tenha capacidade incerta de se transformar em numerário – isto é, no qual existam indicativos de que o valor a ser recebido será inferior ao valor nominal, ou de cujo recebimento ainda não se tenha absoluta certeza – necessita constituir provisão para possível perda em conta, conhecida como retificadora no ativo. Porém, não se podem prever as possíveis perdas com tanta exatidão na efetuação de créditos decorrentes de transações mercantis. É habitual definir o total da provisão para créditos de liquidação duvidosa mediante fundamentação estatística, considerando os métodos de análise de tendências. As notas explicativas devem contemplar os métodos adotados para a realização do cálculo da provisão para créditos de liquidação duvidosa e também da provisão para perdas. Sua formação deve ocorrer quando acontece a elaboração das demonstrações contábeis. As contas a receber que forem concedidas como garantia de empréstimo, caução e depósito judicial precisam ser evidenciadas. Isso é feito mediante uma nota explicativa na qual essa situação é apontada. Os outros créditos contemplam todos os títulos, quantias em valores e demais contas a receber que não resultaram das principais atividades da empresa nem de crédito tributário. No subgrupo denominado “outros créditos”, há contas que é necessário demonstrar no ativo circulante. Isso ocorre quando elas forem realizáveis dentro do exercício social posterior ou ainda do ciclo operacional, observando se este for maior, ou no ativo não circulante, quando excederem as datas-limite. As contas que estão dispostas dentro do ativo circulante em “outros cré- ditos” são: Títulos a receber Dividendos a receber Cheques em cobrança Bancos com contas vinculadas 53Auditoria das contas a receber e vendas Créditos a receber Juros a receber Outras Algumas transações também são classificadas dentro do grupo de contas a receber: Adiantamentos como férias, 13º salário, viagens, entre outros. Você pode considerar também os empréstimos concedidos aos empregados, aos administradores e executivos, às empresas coligadas e controladas e aos acionistas. Impostos a recuperar, como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mer- cadorias e Serviços) e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Conta retificadora relacionada à provisão para devedores duvidosos. Evidenciação externa e internaEvidenciação externa Um dos processos mais relevantes da auditoria de contas a receber de vendas é a constatação do débito com o devedor. A norma de auditoria aponta a con- fi rmação relativa a contas a receber como um dos procedimentos de auditoria geralmente aceitos. Nesse sentido, ela previne o auditor quanto à necessidade, à obrigação de esclarecer a irregularidade ou à omissão desses métodos nos testes que realizar para qualquer demonstração fi nanceira à qual redigir parecer. O auditor poderá fazer um pedido de confirmação positivo ou negativo, como você pode observar a seguir: Quanto à confirmação positiva, é solicitado ao devedor que verifique e confirme se a informação existente no pedido é correta ou incorreta. Na ocorrência de a informação ser indicada como incorreta pelo devedor, ele deverá apontar o erro. Quanto à confirmação negativa, ela existe para solicitar ao devedor que indique somente se a informação apresentada está errada. As constatações obtidas mediante os pedidos de confirmações positivos são consideradas de qualidade superior. Isso ocorre pois, dessa maneira, o auditor não possui métodos para definir se a inexistência de resposta a um pedido de confirmação negativo corresponde ao consentimento do devedor Auditoria contábill avançada 54 com a afirmação demonstrada na carta, representa a falta da entrega ou ainda indica a negligência do devedor. A maioria dos auditores faz uso das duas espécies de pedido de confirmação de forma simultânea. O auditor escolhe uma amostra de contas. Normalmente, dentro dessa seleção estão as contas que possuem maior saldo, para confirmação positiva. Em outro grupo maior que o primeiro possivelmente estarão as demais contas, para a confirmação negativa. Por meio desse método, é possível obter uma constatação de boa qualidade a respeito das contas confirmadas positivas e uma grande cobertura das contas a receber por intermédio de confirmações negativas. As contas são selecionadas pelo auditor para a confirmação e o monito- ramento referentes à elaboração dos pedidos de confirmação. O auditor pode utilizar o computador para realizar uma programação da seleção de contas, mediante várias exigências. Entre elas poderão constar prazos relativos a vencimentos, atividades, dimensão, lugar ou antecedentes de pagamento. O auditor analisa se o valor existente no pedido de confirmação confere com os registros de contas a receber do cliente. Ele também realiza o controle dos pedidos, verificando se não existe algum caso em que pedidos tenham sido enviados para supostos clientes, ou seja, clientes fictícios. Além disso, o ende- reço que consta no envelope de correspondência é do auditor. Dessa maneira, havendo qualquer problema na entrega, a confirmação retornará diretamente a ele. Até três remessas de pedidos podem ser enviadas se já houver passado algum tempo e ainda não se tenha recebido resposta. Se o cliente discordar dos dados constantes no pedido de confirmação, será preciso analisar o caso de forma cautelosa. É possível enviar ao cliente nova correspondência, na qual as divergências sejam explicadas. É preciso que todo erro seja esclarecido de modo transparente, proporcionando assim um ambiente favorável para a realização das devidas correções. Nas situações de lapping, a disparidade do cliente pode ser especialmente relacionada ao saldo demonstrado no pedido de confirmação. Evidenciação interna Os métodos aplicados pelo auditor para a evidenciação interna precisam envolver testes sobre os registros contábeis e avaliar a documentação física da entidade. O auditor deve verifi car a exatidão dos registros contábeis que foram usados na escrituração das vendas realizadas, dos recebimentos de caixa, das baixas realizadas de contas que são consideradas incobráveis e de demais aspectos que podem refl etir nas contas a receber. A documentação se 55Auditoria das contas a receber e vendas refere a transações como cópia de faturas, memorandos de créditos, valores que foram recebidos mediante caixa e autorização para baixa das contas que são incobráveis. Esses exames possuem a denominação de testes de transações. Método de confirmação O método de confi rmação é um dos recursos mais usados para a defi nição de que o ativo resultante de contas a receber de fato existe e pertence à entidade. Após estabelecer o uso do método de confirmação para as contas a receber, você precisa considerar: Data-base da confirmação. Dimensão do exame de confirmação. Espécie de confirmação que será empregada. As observações relacionadas à data-base e à amplitude dos testes de con- firmação dependem dos processos de verificação e realização dos controles internos. Nem todos os pedidos de confirmação serão recebidos, já que estão vin- culados a entidades externas àquela em que está sendo efetuada a auditoria. Quando se esgotarem os recursos disponíveis a fim de obter respostas, conforme resultado, o auditor poderá realizar exames alternativos que envolvem os seguintes itens: a) Teste de documentos que confirme a existência da conta a receber. A exemplo da situação, nota fiscal de venda de produto. b) Teste de documentos que confirme a dívida existente vinculada à en- tidade por parte do devedor. Exemplo dessa situação seria um recibo de entrega. c) Teste de documentos que comprove a efetivação da conta a receber. Um bom exemplo seria o aviso bancário relativo ao recebimento. Os testes alternativos auxiliam a constatar de modo eficaz a conta a receber. Contudo, você pode realizá-los depois de ter utilizado os métodos principais para obter a resposta. Auditoria contábill avançada 56 Avaliação sobre as contas a receber e provisão para devedores duvidosos Em conformidade com os princípios fundamentais de contabilidade, as contas a receber são mensuradas mediante o valor líquido realizável. Quando se realiza a venda a prazo de um produto, bem ou serviço, se entende que o cliente pagará pelo produto ou serviço prestado. Contudo, quando o cliente não efetua o pagamento, as vendas e as contas a receber fi cam superavaliadas e ocasionam divergências de informações nas demonstrações fi nanceiras. Dessa maneira, é preciso que a entidade faça uma provisão para devedores duvidosos no total. Isso é útil para que seja possível garantir todas as prováveis perdas incorridas na cobrança de contas a receber. Para definir o valor da provisão, você deve primeiro apontar as perdas já identificadas referentes a clientes em falência, com dificuldades financeiras, entre outros. O próximo passo é efetuar uma estimativa relativa às perdas de contas a receber dos demais clientes, baseada nos anos anteriores ou em outras entidades do mesmo segmento. A estimativa geralmente é realizada isolando as contas a receber por tempo de vencimento e executando os percentuais históricos referentes às perdas. O saldo da provisão representa o total desses dois processos, ou seja, das perdas já conhecidas e das que foram estimadas. Ajuste a valor presente A Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976), artigo 183, inciso VIII, determina que: Os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. (Incluído pela Lei nº 11.638, de 2007) (Vide Lei nº 12.973, de 2014). O uso do ajuste a valor presente já era realizado no passado por entidades brasileiras para fins de demonstrações financeiras mediante CMI (Correção Monetária Integral), conforme a Instrução CVM nº 64/87 (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, 1987). As operações prefixadas correspondem às transações que geram direitos e obrigações, que são pagas e também re- cebidas por meio de moeda em períodos futuros e em totais determinados e fixados anteriormente. Conforme o novo critério da lei societária aplicada aos direitos, é preciso ajustar a valor presente as operações realizadas a longo prazo. Esse processo 57Auditoria das contas a receber e vendas envolveos direitos que estão dispostos no ativo realizável a longo prazo e as demais operações relativas a direitos que foram registrados no ativo circulante, porém somente quando o efeito for considerável. O processo de regulamentação do ajuste a valor presente foi instaurado pelo pronunciamento técnico CPC 12 (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2008). É importante você observar que normalmente as vendas a prazo geram encargos financeiros futuros, já que na venda realizada à vista o valor é menor. Dessa forma, o registro do ajuste a valor presente corresponde a um método contábil de adaptar os rendimentos financeiros relativos às vendas a prazo conforme o regime de competência. A conta de ajuste a valor presente é demonstrada no ativo como uma retificadora das duplicatas a receber. Esta possui contrapartida conforme conta apropriada que possua natureza devedora, ordenada como redutora da conta de receita bruta. Procedimentos de auditoria O processo de auditoria para o alcance dos objetivos traçados depende da avaliação referente ao controle interno e da materialidade compreendida. A seguir você pode verificar os procedimentos que o auditor poderá usar para o desenvolvimento do seu trabalho: Exame físico: Realização da contagem das duplicatas a receber. Contagem dos títulos a receber pela entidade. Confirmação: Confirmação das duplicatas a receber. Confirmação dos títulos a receber. Confirmação referente aos adiantamentos que foram cedidos. Confirmação de adiantamento efetuado para colaboradores. Auditoria contábill avançada 58 Documentos originais: Exame de documentos que envolvem: as vendas efetuadas, os recebi- mentos referentes às contas a receber, as atas relativas a assembleias e reuniões, os contratos e o teste alternativo das respostas não alcançadas. Cálculos: Somatório referente às duplicatas a receber pela entidade, aos juros que serão auferidos e ao total dos adiantamentos concedidos. Escrituração: Exames do razão referentes à conta duplicatas a receber, o razão de adiantamentos a colaboradores, o razão da conta títulos a receber e da contabilização conforme período de competência. Investigação: Exames específicos dos documentos que comprovem a venda, dos contratos de venda, das autorizações de vendas e das baixas referentes a duplicatas consideradas incobráveis. Inquérito: Alteração do saldo das contas a receber e esclarecimento das duplicatas que estão com o recebimento em atraso ou das incobráveis. Registros auxiliares: Testes referentes ao razão analítico de contas a receber, do diário auxiliar referente às contas a receber e também do registro correspondente aos recebimentos. Correlação: O vínculo das contas a receber com as vendas efetuadas pela entidade, dos recebimentos com o disponível, das provisões formadas para de- 59Auditoria das contas a receber e vendas vedores duvidosos com o resultado e dos juros que serão recebidos com o resultado. Observação: Ordenação apropriada das contas. Observação dos princípios contábeis. Verificação da quantidade de contas a receber que estão em atraso. Controle interno O controle interno sobre as contas a receber se aplica da mesma maneira como é executado em caixas e bancos, vendas e devoluções de vendas de produtos. Dessa maneira, você pode notar a difi culdade em isolar um desses setores do sistema globalizado das atividades da entidade. É possível observar mais de um método que pode ser utilizado no controle interno das contas a receber. Verifique os citados a seguir: Segregação de tarefas: este item defende que os colaboradores que efetuam o registro das contas a receber não devem possuir responsabilidades que tenham vínculo com recebimentos de caixa e bancos, baixa de contas incobráveis, emissão de memorandos de crédito, estoques ou ainda faturamento. A união das funções pode facilitar desfalques de caixa ou de estoques. Da mesma maneira, os colaboradores podem efetuar lançamentos de créditos que não são devidos em algumas contas a receber. Autorizações: para o processo das contas incobráveis, é preciso que existam métodos formais para a aprovação de baixas. Os mesmos métodos devem ser utilizados nas situações de devoluções de vendas de produtos, emissão de memorando de crédito ou outras operações que diminuam as contas a receber, desconsiderando nesse caso os recebimentos diários de caixa. É dever do auditor verificar os créditos relativos às contas a receber que não sejam efetuados com dinheiro. Isso ocorre pois é possível realizar o desvio do dinheiro referente a um pagamento, mascarando-o por meio de lançamentos efetuados a crédito da conta. É como se o crédito fosse relativo a uma devolução de produto vendido mediante a vistoria do relatório de recebimento conforme a venda devolvida. Já a baixa de uma conta incobrável pode ser investigada mediante testes de arquivos de correspondência. Procedimento de faturamento: em determinadas situações, o desvio pode ser identificado por meio de extrato indevido recebido pelo cliente. A Auditoria contábill avançada 60 prática de lapping visa a protelar o crédito à conta do cliente, ocasionando uma demonstração do saldo da conta maior em relação à situação real. Na tentativa de ocultar possíveis desvios, o colaborador pode anular ou eliminar o faturamento de algumas contas. Porém, para impedir que essa situação ocorra, o controle interno aplicado sobre o faturamento precisa ser realizado pelo responsável. Este deve ser alguém alheio à manipulação do numerário auferido ou que não tenha contato com os estoques. O faturamento precisa ser controlado a partir do embarque do produto do estoque. O objetivo disso é garantir que seja impossível eliminar qualquer parte do fatura- mento, o que possibilitaria a remessa dos produtos sem cobrança para alguns clientes selecionados. Evidenciação das contas a receber nas demonstrações financeiras: as contas a receber de clientes são apresentadas dentro do ativo circulante, demonstradas no balanço patrimonial da entidade. São indicadas como líquidas da provisão para crédito de liquidação duvidosa. As contas a receber que não se referem a clientes podem ser de ativo circulante, porém geralmente se encaixam em um grupo diferenciado, conhecido como “outras contas a receber”. Se os saldos credores existentes em contas a receber corresponderem a materiais, eles precisam ser enquadrados como ativo circulante. Já as contas a receber a longo prazo são demonstradas em grupo apropriado, conhecido como não circulante, mediante uma denominação descritiva. 61Auditoria das contas a receber e vendas BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Brasília, DF, 1976. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 05 jan. 2017. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Instrução CVM nº 064 de 19 de maio de 1987. Rio de Janeiro, 1987. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/ legislacao/inst/ anexos/001/inst064.pdf>. Acesso em: 05 jan. 2017. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 12: ajuste a valor presente. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pro- nunciamentos/Pronunciamento?Id=43>. Acesso em: 01 fev. 2017. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 30 (R1): receitas (revogado a partir de 1º/01/2018). Brasília, DF, 2012. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Docu- mentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=61>. Acesso em: 01 fev. 2017. Leituras recomendadas ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Princípios fundamentais e normas brasileiras de contabilidade: auditoria e perícia. 3. ed. Brasília, DF, 2008. Disponível em: <http:// portalcfc.org.br/wordpress/ wp-content/uploads/2013/01/livro_auditoria-e-pericia. pdf>. Acesso em: 05 jan. 2017. CREPALDI, S.A. Auditoria contábil: teoria e prática. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. contábill avançada 62 Auditoria Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor O vídeo a seguir aborda o processo de auditoria nas contas a receber e nas vendas. Assista! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/60bdedc7b07366c6cdbf3465fbeae9a5 Exercícios 1) Com relação às normas e aos procedimentos contábeis, analise as opções e aponte a correta. A) O registro das vendas ocorre no momento da produção da mercadoria. B) A prestação de serviços programados, como água e energia elétrica, tem seu fechamento ocorrendo no fim do mês para estimar a despesa que será recebida de acordo com o período. C) A venda de mercadorias e bens ou a prestação de serviços a prazo gera para a entidade um direito que é registrado nas contas a receber, que fica localizada no ativo. D) A quantia correspondente ao valor a receber decorrente da receita que não foi faturada ainda pertence ao ativo não circulante da entidade. E) As contas a receber, apresentadas em moeda estrangeira ou nacional e com encargos pós- fixados, precisam ser avaliadas após a data do balanço. 2) Avalie as afirmativas a seguir e indique a correta. A) Todo valor sem exatidão de recebimento deve constituir provisão para possível perda em conta adequada e retificadora no ativo. B) As notas explicativas devem conter os procedimentos adotados para o cálculo da provisão para créditos de liquidação duvidosa e também da provisão para ganhos. C) As contas a receber que forem oferecidas em garantia de empréstimo, caução e depósito judicial dispensam a apresentação mediante nota explicativa. D) Os outros créditos contemplam contas que devem ser demonstradas somente no ativo não circulante. E) A conta de juros a pagar corresponde a uma das contas que está dentro do subgrupo de outros créditos. 3) Em se tratando de evidenciações internas e externas, verifique as opções a seguir e indique a correta. A) Um dos mais importantes métodos da auditoria de contas a receber de vendas é a confirmação do crédito com o devedor. B) A confirmação negativa permite ao devedor que aponte apenas se a informação constante está incorreta. C) A confirmação positiva solicita ao devedor que analise e se manifeste somente se a informação apresentada do pedido for correta. D) A maioria dos auditores faz uso somente de uma das espécies de pedido de confirmação. E) O auditor elege uma amostra de contas e, geralmente, nesta seleção estão as contas com menor saldo. 4) Quanto aos procedimentos de confirmação, aponte a opção correta. A) O método de confirmação é um dos menos usados, já que existem outros procedimentos considerados mais eficazes com relação à constatação da existência das contas a receber. B) As considerações referentes à data-base e à dimensão dos testes de confirmação são independentes dos processos de verificação e realização dos controles internos. C) Todos os pedidos de confirmação sempre serão recebidos pelos auditores. D) Os testes alternativos ajudam a confirmar de modo eficaz as contas a receber. E) Um dos exames considerados alternativos é o teste de documentação, que afirma a realização da provisão de devedores duvidosos. 5) Dentro dos procedimentos de auditoria de contas a receber, são apresentados alguns métodos. Considere apenas a opção correta. A) O exame físico compreende a contagem das duplicatas incobráveis. B) No exame dos documentos originais, as atas de assembleias e reuniões são desconsideradas. C) O exame de cálculos contempla também o montante das duplicatas a receber. D) Dentro do processo de escrituração, compreende-se o exame do razão da conta de títulos a pagar. E) O procedimento de observação não exige que seja analisada a quantidade de contas a receber que estão em atraso. Na prática Fernando trabalha em uma empresa de auditoria que fechou contrato com uma organização pela qual realiza prestação de serviços relativos à auditoria independente sobre as demonstrações contábeis. O serviço terá como foco a revisão rigorosa e específica da conta de clientes (contas a receber). Fernando realizou o serviço e, no término da revisão, constatou a necessidade de verificar os documentos físicos e conciliar as contas a receber referentes aos clientes em contrapartida com a escrituração contábil, pois foi encontrada uma diferença entre os dados informados com os saldos reais da conta. É muito importante que, nesta verificação, Fernando fique atento: para toda saída deve ter uma entrada que deverá representar o mesmo valor, mesmo que esse recebimento seja parcelado. O montante deverá fechar com o total que foi vendido em mercadorias. Fernando efetuou os ajustes devidos, fazendo referência ao período em que o registro ocorreu, realizando um lançamento de ajuste para que os saldos ficassem iguais. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Auditoria interna operacional em contas a receber Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Provisão para devedores duvidosos Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.youtube.com/embed/qmSivJfUF6Y?rel=0 https://www.youtube.com/embed/nqptbCSyicY?rel=0 Auditoria dos estoques e inventário físico Apresentação Você sabia que o controle de estoques contempla os controles contábeis e também físicos? Sabe- se que o bom controle contábil de estoques é realizado através de um sistema no qual as funções dos colaboradores sejam segregadas, ou seja, os colaboradores que realizam as vendas ou efetuam o lançamento das compras não são os mesmos que controlam os estoques. Os estoques estão focados no método de contabilização e no valor do custo que deve ser reconhecido como ativo e conservado na escrituração até que as referidas receitas sejam reconhecidas. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a relevância do controle de estoques, identificar os custos que o abrangem e analisar a apresentação dos estoques nas demonstrações. Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a existência e a importância do controle de estoques.• Reconhecer os custos que envolvem os estoques e os lançamentos de ajustes a valor de mercado. • Verificar a evidenciação do estoque nas demonstrações financeiras.• Desafio A empresa Farol S.A. apresentou as seguintes informações, mostradas em relatórios impressos a partir do sistema utilizado pela empresa: Considere a informação apresentada pela empresa mediante relatórios entregues ao auditor que demonstram a posição do estoque de mercadorias designadas à venda em 31/12/2010. Você, sendo auditor, deve apresentar o lançamento correto referente ao ajuste de estoque ao valor de mercado e demonstrar o saldo da conta de estoques no grupo correto do balaço patrimonial da empresa Farol após estes ajustes. Infográfico Observando o infográfico, você vai poder analisar o processo de auditoria de estoques e inventário físico. Confira! Conteúdo do livro Os estoques envolvem os bens adquiridos e designados à venda, inserindo, por exemplo, produtos, terrenos e outros imóveis adquiridos por um comerciante com intenção de revenda. Os estoques também contemplam os produtos acabados e os que estão em processo de fabricação pela empresa, incluindo matéria-prima e outros materiais que serão usados no meio de produção, como embalagens e material de consumo. Acompanhe o capítulo Auditoria dos estoques e inventário físico, base teórica destaUnidade de Aprendizagem. Boa leitura. AUDITORIA CONTÁBIL AVANÇADA Aline Alves Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 A472a Alves, Aline. Auditoria contábil avançada / Aline Alves. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 219 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-046-7 1. Auditoria contábil. I. Título. CDU 657.63 Auditoria de estoques e inventário físico Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identi� car a existência e a importância do controle de estoques. Reconhecer os custos que envolvem os estoques e os lançamentos de ajustes a valor de mercado. Veri� car a evidenciação do estoque nas demonstrações � nanceiras. Introdução Você sabia que o controle de estoques contempla os controles contá- beis e também físicos? Sabe-se que o bom controle contábil de estoques é realizado através de um sistema no qual as funções dos colabora- dores sejam segregadas, ou seja, os colaboradores que realizam as vendas ou efetuam o lançamento das compras não são os mesmos que controlam os estoques. Os estoques estão focados no método de contabilização e no valor do custo que deve ser reconhecido como ativo e conservado na escri- turação até que as referidas receitas sejam reconhecidas. Neste texto, você vai estudar a relevância do controle de estoques, identificar os custos que o abrangem e analisar a apresentação dos es- toques nas demonstrações. U N I D A D E 2 As normas contábeis e os objetivos da auditoria de estoques A Deliberação da CVM nº 575/09 aprovou o pronunciamento técnico CPC 16 (R1), do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2009). Ele aborda os estoques. Contudo, posteriormente a Deliberação CVM nº 575/09 foi alterada pela Deli- beração CVM nº 624/10 (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, 2010). O CPC 16 (R1) (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009) tem por finalidade definir o método contábil usado para os estoques. O ponto primordial na contabilização dos estoques se refere ao valor do custo que deve ser reconhecido como ativo e conservado nos registros até que as referidas receitas sejam reconhecidas. O pronunciamento aqui comentado visa a direcionar sobre a definição do valor de custo relativo ao estoque e seu posterior reconhecimento como despesa no resultado, inserindo toda redução ao valor realizável líquido. O pronunciamento auxilia na condução referente ao procedimento e aos métodos utilizados para agregar custos aos estoques. Os estoques correspondem aos bens que foram contraídos e que possuem como destino a venda. Consideram também as mercadorias, os terrenos e os imóveis que foram adquiridos com intuito de revenda. Conforme o CPC 16 (R1), sua aplicabilidade se estende a todos os estoques. Contudo, é importante observar algumas exceções (COMITÊ DE PRONUN- CIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009): 2. Este Pronunciamento aplica-se a todos os estoques, com exceção dos seguintes: (a) produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de serviços diretamente relacionados (ver o Pronun- ciamento Técnico CPC 17 – Contratos de Construção); (b) instrumentos financeiros (ver os Pronunciamentos Técnicos CPC 38 e CPC 39 sobre Instrumentos Financeiros); e Auditoria contábil avançada66 (c) ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no ponto da colheita (ver Pronunciamento Técnico CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola). 3. Este Pronunciamento não se aplica também à mensuração dos estoques mantidos por: (a) produtores de produtos agrícolas e florestais, de produtos agrícolas após colheita, de minerais e produtos minerais, na medida em que eles sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com as práticas já estabelecidas nesses setores. Quando tais estoques são mensurados pelo valor realizável líquido, as alterações nesse valor devem ser reconhe- cidas no resultado do período em que tenha sido verificada a alteração; (b) comerciantes de commodities que mensurem seus estoques pelo valor justo deduzido dos custos de venda. Nesse caso, as alterações desse valor devem ser reconhecidas no resultado do período em que tenha sido verificada a alteração. Os estoques apontados no item 3 do CPC 16 (R1) (COMITÊ DE PRONUN- CIAMENTOS CONTÁBEIS, 2009), elemento (a), precisam ser estimados mediante o valor realizável líquido em etapas de produção definidas. Esse processo ocorre, por exemplo, se as culturas agrícolas tiverem sido apanhadas ou se os minerais tiverem sido retirados e a venda for garantida conforme as condições de contrato futuro ou mediante garantia do governo, ou ainda se existir um mercado ativo em que se tenha um risco pequeno de insucesso das referidas vendas. Tais estoques precisam ser removidos somente das solicitações de mensuração do pronunciamento. O item 5 do CPC 16 (R1) (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CON- TÁBEIS, 2009) defende que os operadores de commodities, conhecidos como broker-traders, representam os que compram ou vendem commodities para os demais ou ainda por sua própria iniciativa. O item 3, elemento (b), aponta estoques que são basicamente contraídos com o objetivo de venda próxima futura e de constituir lucro baseado nas alterações dos preços ou na margem dos operadores. Quando tais estoques são avaliados conforme valor justo, reduzindo os custos de venda, eles são removidos apenas das solicitações de mensuração do pronunciamento. Objetivos da auditoria de estoques Definir a existência de um controle eficiente para os estoques. Confirmar que o estoque de fato pertence ao cliente. 67Auditoria de estoques e inventário físico Verificar a quantidade de estoque que está em mãos de clientes. Verificar e confirmar que o preço do estoque atribuído pelo cliente está conforme. Determinar se existe responsabilidade sobre o estoque. Definir a probabilidade de venda do estoque existente, devendo observar se há produtos defeituosos, entre outros aspectos. Definir o modo correto de evidenciação do estoque mediante as de- monstrações financeiras. O valor realizável líquido corresponde ao valor que a empresa pretende efetuar com a venda das mercadorias, já deduzidos os impostos. Já o valor justo contempla o valor pelo qual o estoque pode ser trocado por meio de vendedores e compradores. Custos de aquisição e de transformação Você deve saber que o custo de aquisição dos estoques contempla o valor de compra, os impostos relativos à importação e demais tributos. A exceção são aqueles impostos recuperáveis junto ao fi sco, ou seja, os custos que envolvem transporte, seguro, manipulação e outras atividades que estão vinculadas de forma direta à aquisição de mercadorias acabadas, materiais e serviços. Vale ressaltar que os descontos comerciais, os abatimentos e demais elementos similares precisam ser deduzidos na definição do custo de aquisição do produto. Os custos de transformação de estoques integram os custos que estão ligados de modo direto às unidades que estão sendo fabricadas ou às linhas de produção, como os referentes à mão de obra direta. Também se insere aí a Auditoria contábil avançada68 alocação organizada de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que foram considerados incorridos para modificar os materiais, transformando-os em produtos acabados. Os custos indiretos fixos de fabricação do produto correspondem aos que permanecem relativamente contínuos. Eles não de- pendem da quantidade de produção, ou seja, incluem a depreciação e também a manutenção de edifícios e instalações fabris, as máquinas e equipamentos utilizados na produção e os custos obtidos com a administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis correspondem aos que possuem variação direta ou quase direta em relação à quantidade de produção. Por exemplo: materiais indiretos e algumas espécies de mão de obra indireta. A definição dos custos fixos indiretos de produção relacionada às unidadesfabricadas necessita ter como alicerce a capacidade básica de produção. A capacidade básica se refere a uma média de produção de mercadorias que se pretende alcançar ao longo de diversos períodos em situações normais. Dessa maneira, é preciso considerar, para a definição dessa capacidade básica, a fração da capacidade total que não pode ser usada devido a manutenções preventivas. É necessário observar ainda eventos como férias coletivas e outros similares considerados habituais para qualquer organização. O grau verdadeiro relativo à produção pode ser utilizado se for próximo à capacidade normal. Dessa forma, por consequência, o valor do custo fixo definido para cada unidade fabricada não pode ser elevado devido à baixa quantidade de produção ou ociosidade. Os custos fixos que não forem in- clusos no produto precisam ser apropriados de modo direto como despesa no período em que são incorridos. Já em períodos atípicos, ou seja, em que a quantidade de produção é elevada, o total de custo fixo definido para cada unidade produzida precisa ser reduzido, de modo que os estoques não sejam avaliados acima do custo. É necessário estipular os custos indiretos de fabricação variáveis a cada unidade pro- duzida, tendo como base o uso verdadeiro relativo aos insumos variáveis de produção, ou seja, a capacidade real que foi usada. Dependendo do critério de produção, esse processo poderá resultar em mais de um produto fabricado ao mesmo tempo. Um exemplo é a situação em 69Auditoria de estoques e inventário físico que se fabricam mercadorias em conjunto ou a existência de uma mercadoria principal e um ou mais subprodutos. Quando não se separam e identificam os custos de transformação de cada produto, eles precisam ser agregados às mercadorias em base racional e consistente. Essa determinação pode ter como eixo, por exemplo, o valor relacionado da receita de venda de cada mercadoria. Isso pode ocorrer na etapa do processo de produção em que as mercadorias são separadamente identificáveis ou no término da produção, dependendo da situação. Grande parte dos subprodutos, em função de sua essência, nor- malmente é imaterial. Na ocorrência dessa situação, eles são normalmente avaliados conforme valor realizável líquido, e esse valor é diminuído do custo da mercadoria fundamental. Como consequência, o valor contábil dessa mercadoria considerada como principal não deve ser materialmente diferente do seu custo. Produtos acabados e em fase de andamento O processo de acumulação de custos para a fabricação ou o desenvolvimento de mercadorias muda de uma companhia para outra. Isso ocorre com base no tipo de produto que é produzido. A avaliação dos produtos acabados e em fase de andamento precisa estar baseada em três elementos fundamentais: matérias-primas, mão de obra direta e despesas gerais de fabricação. Nessa situação, os exames aplicados pelo auditor precisarão cobrir alguns elementos. Estes devem ser testados com relação à exata apropriação relativa à matéria-prima por intermédio das solicitações de materiais, à apropriação de mão de obra direta conforme indicações de mão de obra direta e aos métodos usados para definição das despesas gerais de fabricação. Quando se tratar de produtos acabados ou em processo, será preciso es- pecificar a etapa de produção em que se encontra o percentual de conclusão realizado ou a efetiva acumulação referente aos custos que já foram incorridos. Independentemente de os exames se referirem a produtos acabados ou em fase de andamento, o auditor precisa verificar os métodos usados pela empresa para mensuração desses elementos. Depois, deve encaminhar seu trabalho a fim de cumprir esses métodos, além de analisar se eles são os mais adequados. Ele também deverá realizar uma análise referente às despesas gerais de fabricação de forma criteriosa. Seu intuito é o exame que confirme se todos os custos indiretos relativos à produção, e somente estes, foram inseridos. Auditoria contábil avançada70 Na ocorrência de a empresa fazer uso do custo padrão, é função do auditor verificar as contas relativas a variações. Isso ocorre pois os saldos elevados referentes às alterações apontam imprecisão em relação ao uso dos padrões ou à inexistência de determinação correta dos custos. Os participantes e os critérios da contagem física O processo de inventário físico corresponde a critérios de controles que bus- cam apurar as obrigações das pessoas que vigiam os bens da companhia. O processo ocorre mediante a contagem física dos bens em contrapartida ao resultado dos saldos de estoques. Sendo assim, é sugerido que os participantes da contagem física não sejam os mesmos que façam a guarda dos estoques. O inventário físico também tem por fi nalidade adaptar os registros contábeis à situação real da empresa. A contagem física precisa ser efetuada pelo menos uma vez por ano. Algu- mas empresas realizam o inventário físico de todos os bens do estoque perto do final do ano ou do encerramento do seu exercício social. Enquanto isso, outras empresas fazem uso do método rotativo, em que realizam a contagem física ao longo dos meses do ano, tomando o cuidado para que todos os bens sejam contados ao menos uma vez durante o exercício social. Esse processo deduz que a companhia tenha um registro contínuo dos estoques, ou seja, um registro analítico. Esse registro comporta todas as movimentações em reais e as quantidades de acordo com cada bem, acompanhadas por um bom sistema de controle interno. As capacitações de colaboradores e as instruções por escrito são pré-requisitos para que o inventário físico tenha êxito. Etapas do inventário físico a) Inventariar os bens da empresa. b) Confrontar os elementos que foram inventariados com os registros constantes dos estoques. c) Ajustar os registros e o razão geral relativo aos estoques. 71Auditoria de estoques e inventário físico Toda divergência encontrada entre o estoque físico e os registros precisará passar por análise investigativa. Controle interno A defi nição de controle interno tem por fi nalidade proporcionar ao auditor a base para estabelecer o propósito do seu trabalho. Ela o orienta quanto aos métodos que ele deve utilizar, ao período e à extensão dos trabalhos. O controle interno contempla os controles contábeis e os físicos. Um controle contábil eficaz se define mediante um sistema em que as funções dos colabo- radores sejam separadas. Ou seja, em um sistema no qual não seja possível que o colaborador que fiscaliza os estoques tenha responsabilidade sobre o faturamento das vendas da empresa ou sobre os lançamentos de compras. O sistema precisa ser desenvolvido de modo que a movimentação dos dados contábeis ocorra simultaneamente à movimentação dos estoques. Somente será possível remeter o estoque após a aprovação das vendas e a autorização do envio. O faturamento relativo às compras não deve ser lançado nem autorizado para pagamento sem que se tenha verificado os relatórios de recebimentos. Estes devem estar corretos com relação aos itens que foram faturados. Os inventários correspondem a um excelente controle. As empresas estabelecem o controle interno de acordo com as suas necessidades, já que uma empresa é diferente de outra. Por isso, cada uma possui métodos próprios para aplicar o controle interno. Verifique, abaixo, algumas espécies de controles internos que podem ser executados pelas companhias: Auditoria contábil avançada72 a) Divisão de funções entre a guarda física de estoques e a de contabilização. b) Aprovação para compras mediante responsável nivelado. c) Uso de pesquisa de preços ou coletas para as aquisições. d) Uso de solicitação de materiais que forem utilizados na fabricação. e) Indicação da quantidade de horas trabalhadas no processo de produção. f) Registro ininterrupto de estoques. Valorização e avaliação dos estoques O custo dos estoques de elementos que geralmente não são intercambiáveis e de bens ou serviços produzidos e separados
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