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AULA 5 METODOLOGIAS DE AUDITORIA EXTERNA Prof. Liezer Veloso 2 INTRODUÇÃO Nossos estudos têm revelado como a auditoria pode ser realizada com ênfase, eficiência e eficácia. Mantendo esse objetivo, será possível compreender um pouco sobre os objetivos e conteúdos que são informados pelas demonstrações contábeis, as quais são objetos raízes para auditagem. Dentro das organizações, as contas, tecnicamente na contabilidade conhecidas como Razão, absorvem valores das transações respectivas a elas. A união das contas, tendo a mesma essência, mas distinção de forma, são denominadas por um grupo, como o Estoque, o qual é formado por vários estoques (MP, PA, ME), ou o grupo Ativo Circulante, formado por todas as contas e grupos que serão realizados até o exercício seguinte. Agora, é importante compreender o teor dessas contas, sua relação individual e no grupo, visando entender sua relevância, materialidade e procedimentos que poderão ser adotados nos processos de auditagem. Nesta etapa, vamos tratar acerca da auditoria em disponibilidades; contas a receber: clientes e outros créditos; estoques e despesas antecipadas. Cada razão apresenta uma gama de informações, as quais foram geradas por inúmeras transações feitas pela entidade ao longo de seu exercício social. Cada uma possui critérios e formas que são preponderantes na sua escrituração. É importante observar as normas e pronunciamentos contábeis, os quais determinam como a contabilidade deve escriturar, mensurar, avaliar e reavaliar esses valores. Os procedimentos adotados pela entidade e também as especificidades de cada uma apresentam uma análise profunda que deverá passar pelo auditor. Assim, este, no planejamento, consegue identificar quais contas e processos deverão ser auditados. Algumas contas possuem maior possibilidade de fraude e erro, outras menor. É válido sempre lembrar que o controle interno é o meio que pode blindar e conceder que os processos sejam realizados com maior prova de erro. A conversão de todos os recursos e elementos que estão dentro da organização em dinheiro (disponibilidade) possuem processos e características bem diferentes. O estoque precisa ser vendido e se transforma em Clientes a Receber. Depois se transforma em bancos pelo seu recebimento. Cada conta deverá ser auditada pelo seu processo, pela sua essência. Assim, os 3 procedimentos de auditoria serão aplicados levando em consideração o potencial de gerar evidências mais assertivas acerca da afirmação. TEMA 1 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS AUDITADAS Os frutos da escrituração contábil são os demonstrativos contábeis, os quais são elaborados visando conceder dados e informações acerca da entidade que reporta. Todos os atos, decisões, negociações, acordos, relacionados às relações trabalhistas, comerciais, aspectos tributários, relacionamentos com investidores, coligadas e controladas, dentre outras, são evidenciados nas demonstrações contábeis. Para tanto, a entidade precisa elaborar as DCs em conformidade com a legislação brasileira de contabilidade (NBC), como também obedecer aos preceitos dos órgãos que lhes concernem obrigações, como a Receita Federal (RF) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dentre outros. O teor dos demonstrativos recai na evidenciação das informações financeiras e econômicas, capacidades produtivas, acerca da composição do capital, lucros e dividendos, as fontes de investimentos e financiamentos, a composição dos elementos como bens, direitos e obrigações. Um aspecto importantíssimo é que os DCs apresentam a posição em determinada data, ou seja, é como um retrato extraído da organização. Assim eventos com probabilidades remotas de acontecer, caso ocorram, podem mudar drasticamente as informações. Imagine como estavam as DCs da empresa da Vale S.A. um dia antes do desastre de Brumadinho (SC). 1.1 Auditoria das contas patrimoniais (Balanço Patrimonial (BP)) O balanço patrimonial exibe o rol de contas (razão) da organização que representam os bens, direitos e obrigações. Esses elementos são essenciais para dar suporte às operações da entidade. Cada conta possui uma especificidade e impacta na apuração dos resultados (DRE) das operações, ocorrendo uma interinfluência entre elas. Os mecanismos contábeis priorizam efetuar a escrituração conforme a movimentação da conta, não podendo ou devendo ser possível o registro intencional em conta errada. Por exemplo: uma venda de R$ 1.000,00 (um mil reais), com 50% à vista e 50% a prazo, precisa ser registrada como débito no 4 Caixa (AC) no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) e débito em Clientes a Receber (AC) no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), tendo contrapartida um crédito na Receita de Vendas (RES) no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Imagine que fosse feito só um débito na conta Caixa (AC) no valor total. A informação estaria distorcida, pois o caixa não teve ingresso do valor total. E a DCs não evidenciaria que a empresa tem um direito a receber dos clientes. Com esse exemplo, fica nítido que o processo de lançamentos e escrituração é essencial para apresentar a realidade fidedigna de todas as operações, as quais são reportadas pelos demonstrativos contábeis. No BP encontram-se valores relacionados ao ativo: estoques, caixa, bancos, clientes, despesas antecipadas, investimentos, valores realizável a longo prazo, máquinas e equipamentos, depreciação etc. É dividido em ativo circulante (AC) e ativo não circulante (ANC), registrando no circulante os valores realizáveis até final do exercício seguinte. No passivo, encontram-se as contas: fornecedores, empréstimos e financiamentos a pagar, impostos sobre vendas a pagar, tributos sobre lucros a pagar, salários e encargos sociais, contas a pagar de consumos, ainda, patrimônio líquido (formado pelo capital social, reservas de lucros e resultados do exercício). O passivo é composto pelo passivo circulante (PC), passivo não circulante (PNC) e o patrimônio líquido (PL). No BP há inúmeras afirmações (contas e valores) cujos testes e exames para constatar de sua veracidade competem ao auditor efetuar. Alguns exames precisam ser feitos minuciosamente, outros necessitam de revisões e discussões, análise e conciliações. A profundidade, extensão e procedimentos a serem adotados levam em consideração o tipo de empresa, valor da conta e sua representatividade no ativo e seu impacto sobre o resultado. Quadro 1 – Aspectos na auditoria das DCs Como regra geral da conduta do auditor quanto à fidedignidade das demonstrações contábeis, é importante a verificação dos seguintes aspectos: ▪ Propriedade; ▪ Èxistência física; ▪ Aplicação adequada e consistente dos princípios contábeis; ▪ Existência ou não de riscos e contingências; ▪ Existência ou não de restrição de uso e vinculações em garantia; e ▪ Correta exposição dos dados nas demonstrações contábeis. Fonte: Attie, 2018, p. 375. 5 Saiba mais 1. DEMONSTRAÇÕES Contábeis: Quais são as três mais importantes para a empresa? Sihus Contabilidade, 31 mar. 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=b4L30di22g0>. Acesso em: 24 jun. 2022. 2. DEMONSTRAÇÕES financeiras (Contabilidade). Professor Quintino, 25 fev. 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tV9PK9bileQ>. Acesso em: 24 jun. 2022. 1.2 Auditoria das Contas de Resultado (Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)) O resultado da empresa representa as operações de receitas, subtraindo os custos e despesas. É efetuado o registro pelo regime de competência, ou seja, quando elas são geradas ou consumidas, independentemente do recebimento ou pagamento. Avaliam-se os aspectos econômicos das operações (capacidade de comprar e vendar), e não os aspectos financeiros – capacidade de pagar e receber. O confronto das receitas, despesas e custos evidencia como as receitas foramgeradas, e como estas foram consumidas pelos custos e despesas, assim o resultado positivo apresenta lucro, e o negativo apresenta prejuízo das operações. Muitos gastos, como provisões de férias e 13º salário, devem ser contabilizados mês a mês, em conformidade ao regime de competência. Dessa forma, o balanço irá expressar corretamente as obrigações com essas verbas que deverão ser honradas nos prazos vencíveis, todavia o impacto no resultado (lucro) fica evidenciado no mês a que a despesa (ou custo) pertence. As contas de resultados são: receita bruta de vendas; impostos incidentes sobre vendas (PIS, Cofins, ICMS), IPI, custos das mercadorias vendidas, custos dos produtos vendidos e custos dos serviços prestados; despesas operacionais, compreendidas como todas as despesas com vendas e despesas administrativas; despesas financeiras; receitas financeiras e ganhos com a vendas de capital menos seu custo. Basicamente as contas de resultados tem contrapartida com as contas patrimoniais, havendo uma relação direta entre BP e DRE. Por exemplo: o valor total da receita bruta de vendas (DRE) terá como contrapartida o valor em clientes, caixa e/ou bancos. 6 1.3 Outras demonstrações contábeis O BP e a DRE são as demonstrações mais utilizadas, juntamente com a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), que apresenta a tríada da informação contábil. É possível, por meio delas, identificar como o resultado foi gerado (DRE), como ficou a situação patrimonial da empresa (BP) e como ocorreu a movimentação do dinheiro (DFC). Os acionistas em geral utilizam essas três demonstrações para obter um panorama global da organização. Assim é possível compreender a capacidade de crescimento e perpetuidade da organização, como seu potencial de pagamento, sua capacidade produtiva, a capacidade de gerar lucros e caixa, e principalmente de remunerar os acionistas. Todavia, é necessário compreender de forma mais detalhada algumas informações, além do BP e da DRE. Para tanto, a contabilidade dispõe de outras DCs, as quais são obrigatórias para companhias de capital aberto (e equiparadas), conforme a Lei n. 6.404/76, o Decreto n. 3.000/1999 (RIR/1999), a Resolução CFC n. 1.185/2009 (NBC TG 26 (R5)), alterada pela Resolução CFC n. 1.376/2011, e na Deliberação CVM n. 676/2011. Quadro 2 – Demonstrações contábeis Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) Essa demonstração apresenta as variações ocorridas no patrimônio líquido da entidade, como os recursos entraram e saíram. Assim é possível acompanhar a evolução do PL da organização e monitorar o PL em relação ao mercado. As contas reservas de capital, reservas de lucro, e lucros e prejuízos acumulados, outras reservas, são contas desta DC. Assim, é possível identificar ajustes de exercícios anteriores, reversões de capitais, destinação do lucro líquido, avaliação de ativos e a diminuição do capital. Demonstração do fluxo de caixa (DFC) Procura evidenciar a movimentação do dinheiro, pode ser elaborada pelo método direto ou indireto. Ambos os métodos apresentam a movimentação do dinheiro separado pelas atividades operacionais, atividades de investimentos e atividades de financiamentos. Basicamente como o dinheiro foi gerado (recebido – entradas) e como ele foi aplicado (pagamentos – saídas). Demonstração do valor adicionado (DVA) Tem por característica evidenciar a riqueza gerada na entidade e como ela foi distribuída. Pode-se correlacionar com o PIB da empresa. Toda riqueza gerada e oriunda de terceiros (insumos e transferências) compõem o valor adicionado a distribuir. Os valores pagos ao governo, pessoal, juros sobre capital próprio e terceiros, compõem a parte do valor adicionado distribuído. Demonstração do resultado abrangente. (DRA) Tem por finalidade evidenciar o que é capital da empresa e o capital do sócios (acionistas). Assim os ganhos e perdas durante o ano pode ser medido e demonstrado, visto que algumas variações patrimoniais não transitam na DRE, como 7 a conta de Ajuste da Avaliação Patrimonial, onde ocorre o registro de ajustes do ativo e passivo a valor justo. Assim o lucro expressa a realidade profunda da empresa, não somente o lucro apontado pela DRE. Notas Explicativas (NE) Muitas informações presentes no BP e na DRE, podem não trazer com clareza a realidade do valor, pois pode apresentar inúmeras situações, fatos e procedimentos que lhe acarretaram. Assim a NE visa detalhar e conceder afundo informações que são relevantes para o entendimento das DCs. Assim são informados as práticas contábeis e os métodos utilizados que geram tal valor. A NE serve para detalhar e informar sobre qualquer DC reportada, na qual gere maior credibilidade da organização e transparência dos fatos e atos praticados por ela. Todas essas demonstrações passarão pelo crivo da auditoria, pois tudo que a empresa reportar compete ao auditor conceder maior credibilidade por meio de seu relatório, em que sua opinião confirma, concorda totalmente, concorda com ressalva, ou exime de opinar, diante das evidências obtidas por sua auditagem. Saiba mais BALANÇO PATRIMONIAL e demonstração resultado – Conceitos básicos em 10 min! Demonstrações Financeiras. GCoelho, 25 abr. 2021. Disponível em: 24 jun. 2022. TEMA 2 – AUDITORIA DAS DISPONIBILIDADES O ativo é organizado pelo grau de liquidez, ou seja, a conta que se converte em dinheiro mais rapidamente deve ser evidenciado por primeiro. Para tanto, as contas caixas e bancos são as primeiras do ativo, visto que são dinheiros que podem ser utilizados. Agora, a conta estoque de mercadorias precisa passar pelo processo de venda e pelo recebimento para ser convertida em disponibilidade. A conta disponibilidade (ou caixa e equivalentes de caixa) concentra-se basicamente as contas: caixa, bancos e aplicações financeiras de liquidez imediatas. O caixa contém o menor valor, pois as organizações utilizam muito mais bancos para realizar maior parte dos recebimentos e pagamentos, devido ao volume das transações e maior segurança, todavia grandes corporações que atuam no varejo podem apresentar uma parcela significativa de numerários em espécie, para atender às necessidades de troco, compras do cotidiano que precisa se agilidade no pagamento, como vales para empregados, adiantamentos de viagens, compras emergenciais, materiais de expediente, limpeza e alimentação. 8 Quando há superávit financeiro, parte da disponibilidade é dedicado a aplicações financeiras para manter o poder de compra, mas que podem ser resgatadas a qualquer momento. Nessas aplicações ocorrem ganhos pela aplicação, rendimentos, contabilizados como receitas financeiras. Os controles e reconhecimentos devem ser feitos pelo regime de competência, realizando as provisões e ajustes nas devidas contas. Quadro 3 – Auditoria disponível A auditoria do disponível tem a finalidade de: ▪ Determinar sua existência, que poderá estar na empresa, em bancos ou com terceiros; ▪ Determinar se é pertencente à empresa; ▪ Determinar se foram utilizados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; ▪ Determinar a existência de restrições de uso ou de vinculações em garantia; e ▪ Determinar se está corretamente classificado no balanço patrimonial e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas. O auditor externo necessita observar algumas situações: ▪ Se os valores de caixas como fundo fixo são excessivos ou necessitam de reposição constante; ▪ Se as aplicações de sobras de caixas e bancos não terão uso imediato; ▪ Se a organização utiliza os meios de financiamentos mais acessíveis; ▪ Se há centralização no controle de recursos dispostos em locais diferentes, como escritórios, filiais, entre outros, a fim de evitar sobra de recursos em algum desses locais enquanto o outro tenha falta e necessite realizar empréstimos; ▪ Se há política definida referentea descontos financeiros, ou seja, se é possível usufruir pagando na data de vencimento ou tardar os pagamentos a fim de negociar as transações; ▪ Se é elaborado diariamente relatório para recursos de caixas e bancos, com intuito de possibilitar que a administração da organização execute o controle destes. Fonte: Attie, 2018, p. 400; Alves, 2017, p. 37. O quadro acima revela que existem algumas complexidades nos processos de auditagem do caixa e equivalentes, pois há inúmeras transações que precisam ser confirmadas e examinadas. Devido à sua disponibilidade, pode acontecer que as transações de bancos não estejam todas computadas na contabilidade, assim o mecanismo de conciliações não é realizado de forma sistémica e controlada com rapidez e tempestividade. Para o caixa é usado o teste de contagem física para obter confirmação dos valores reportados; já para os bancos, além de acompanhar os extratos e a conta razão, a auditoria pode solicitar uma confirmação a terceiros, solicitando mediante carta que a entidade bancária informe o saldo bancário em determinada data. O desafio após o recebimento é fazer os ajustes e contabilizações (conciliação) entre os dados do banco e a conta razão banco. Para a disponibilidade é possível fazer alguns procedimentos de auditoria: 9 • Exame físico: contagens do fundo fixo ou de caixa, contagem das aplicações financeiras efetivadas; • Confirmação: solicitar as instituições bancárias (contas correntes e de liquidez imediatas) para confirmar os saldos, ou dos responsáveis; • Documentos originais: examinar documentos de contratos, cheques emitidos ou depositados, avisos bancários, atas das reuniões deliberativas e extratos bancários; • Cálculos: apuração dos juros pagos e recebidos nas contas, taxas bancárias contratuais, conciliação da conta corrente e aplicações com os respectivos razão; • Escrituração: examinar o razão dessas contas; • Investigação: exames na documentação, originada para pagamentos ou recebimentos acerca das aplicações financeiras aplicadas ou resgatadas; • Inquérito: solicitar explicações acerca do saldo e da documentação observada; • Registro auxiliares: controles de recebimentos e pagamentos, diário auxiliar; • Correlação: observar as relações do controle do contas a pagar com as despesas e sua movimentação no caixa, controle do contas a receber e as entradas no banco. Confronto dos juros pagos e das despesas em atrasos do contas a pagar. Observação: ordem correta das contas, observância ao atendimento dos princípios contábeis, contas altas sem movimentação. Saiba mais 1. AUDITORIA I - Vídeo 7 - Plano de auditoria das disponibilidades (caixa, bancos e aplicações FIN... Bruno Professor, 13 maio 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oR2G2EGtCXo>. Acesso em: 24 jun. 2022. 2. O livro indicado a seguir é todo dedicado para casos práticos acerca da auditoria, temáticas deste tópico e demais podem ser mais aprofundadas: PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 10 TEMA 3 – AUDITORIA DO CONTAS A RECEBER E OUTROS CRÉDITOS Muitas transações da empresa com seus clientes ocorrem por meio da concessão de crédito, assim os clientes satisfazem suas necessidades de consumo imediatamente, sem que necessite efetuar o pagamento. Esse aspecto deriva de uma promessa de pagamento (crédito), na qual os clientes assumem o compromisso de honrar futuramente esses valores, utilizando um título de crédito que lhe confere tal obrigação, como duplicata, nota promissória etc. Empresas comerciais, industriais e prestadores de serviços utilizam o crédito como forma de manter o giro de suas operações. O risco nessa transação é alto, pois a inadimplência pode complicar a situação financeira da empresa, acarretando prejuízos em seu ciclo financeiro, tendo que contrair dívidas para honrar suas obrigações. Esse entendimento é vital para os auditores, porque as relações com empréstimos podem recair sobre essa justificativa. Assim, a auditagem segue um curso lógico e racional e sempre que sobre ou falte dinheiro na entidade, é possível observar algumas ações de investimento ou financiamentos para capital de giro. O controle interno e a política de crédito e vendas são mecanismos que buscam proteger a organização da inadimplência, pela segregação dos bons e maus clientes, por uma avaliação mais profunda acerca do perfil do cliente. A conta Clientes (duplicatas a receber) é formada pelo total de vendas concedidos aos inúmeros clientes. A cada venda a prazo, esse valor aumenta e. conforme a periodicidade dos pagamentos, ela diminui. Essas transações necessitam de documentos que comprovem tais movimentações, como nota fiscal, faturas, recibos, dentre outros. Como forma de manter a conta de clientes com valores que realmente serão recebíveis, a empresa poderá fazer a provisão para crédito de liquidação duvidosa (PECLD) e, dentro dos moldes legais, ela efetua a provisão no intuito de reconhecer perdas futuras com o crédito concedido. Outra transação utilizada sobre os clientes ocorre no desconto de duplicatas, pela antecipação do crédito por uma instituição financeira, a qual cobra juros e taxas para isso. Tanto a PECLD quanto o desconto de duplicatas precisam conter fluxos e procedimentos que estejam contemplados pelo controle interno, o qual será objeto de exame do auditor. Compete ao auditor observar todas as variações ocorridas no contas a receber, criando referências e examinando se as escriturações 11 obedeceram aos princípios contábeis, evidenciando se o saldo reportado confere com a realidade identificada. Quadro 4 – Auditoria contas a receber A auditoria das contas a receber tem a finalidade de: ▪ Determinar sua existência e representatividade contra os devedores envolvidos; ▪ Determinar se é de propriedade da empresa; ▪ Determinar se foram utilizados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; ▪ Determinar a existência de restrições de uso, de vinculações em garantia ou de contingências; e, ▪ Determinar que está corretamente classificada no balanço patrimonial e que as divulgações aplicáveis foram expostas por notas explicativas. Exemplos de controles internos sobre a conta clientes: ▪ Cadastro atualizado de clientes; ▪ Confrontação periódica entre as vendas e a conta clientes; ▪ Descontos sobre o pagamento dos clientes só por pessoas autorizadas; ▪ Utilização de recebimentos apenas via bancos; ▪ Acompanhamento constante e rigoroso dos valores em aberto. Fonte: Attie, 2018, p. 419; Lins, 2017, p. 97. Algumas entidades possuem créditos a receber, os quais não derivam de sua operação principal, ou seja, que não fazem parte de seu objeto social. Para tanto, é preciso conter no BP a conta Outros Créditos a Receber, evidenciando valores que estão com terceiros, os quais a empresa tem direito de receber. Caso os valores são vencíveis dentro do próximo exercício social e devem fazer parte do AC; do contrário, contabiliza-se no ANC, obedecendo às prerrogativas contábeis. Dentro desse grupo (Outros Créditos a Receber), encontram-se como exemplo tais contas: cheques em cobrança; créditos a receber; juros a receber; títulos a receber; dividendos a receber; bancos contas vinculadas; adiantamentos de férias, 13º salário e viagens; empréstimos concedidos a empregados, executivos e administradores, ou ainda as empresas coligadas e controladas. Observa a gama de complexidade das transações do Contas a Receber (clientes e outros). Cada uma exige aplicação de procedimentos de auditoria que lhe possa examinar e obter provas diante da afirmação. Algumas transações deverão ser avaliadas pela amostragem, visto a magnitude e a amplitude delas. Como muitas são repetitivas e obedecem ao mesmo fluxo, a amostragem se apresenta comomeio capaz de conceder informações e dados para que o auditor possa fazer os testes e aplicar alguns procedimentos, visando obter provas para formar sua opinião. 12 Quadro 5 – Procedimentos auditoria contas a receber Procedimentos de auditoria no contas a receber e outros créditos. • Exame físico: Realização da contagem das duplicatas a receber. Contagem dos títulos a receber pela entidade. • Confirmação: Confirmação das duplicatas a receber. Confirmação dos títulos a receber. Confirmação referente aos adiantamentos que foram cedidos. Confirmação de adiantamento efetuado para colaboradores. • Documentos originais: Exame de documentos que envolvem: as vendas efetuadas, os recebimentos referentes às contas a receber, as atas relativas a assembleias e reuniões, os contratos e o teste alternativo das respostas não alcançadas. • Cálculos: Somatório referente às duplicatas a receber pela entidade, aos juros que serão auferidos e ao total dos adiantamentos concedidos. • Escrituração: Exames do razão referentes à conta duplicatas a receber, o razão de adiantamentos a colaboradores, o razão da conta títulos a receber e da contabilização conforme período de competência. • Investigação: Exames específicos dos documentos que comprovem a venda, dos contratos de venda, das autorizações de vendas e das baixas referentes a duplicatas consideradas incobráveis. • Inquérito: Alteração do saldo das contas a receber e esclarecimento das duplicatas que estão com o recebimento em atraso ou das incobráveis. • Registros auxiliares: Testes referentes ao razão analítico de contas a receber, do diário auxiliar referente às contas a receber e do registro correspondente aos recebimentos. • Correlação: O vínculo das contas a receber com as vendas efetuadas pela entidade, dos recebimentos com o disponível, das provisões formadas para de vedores duvidosos com o resultado e dos juros que serão recebidos com o resultado. Observação: Ordenação apropriada das contas. Observação dos princípios contábeis. Verificação da quantidade de contas a receber que estão em atraso. Fonte: Attie, 2018, p. 422; Alves, 2017, p. 60. Saiba mais 1. AUDITORIA I - Vídeo 6 - Plano de auditoria do Contas a Receber. Bruno Professor, 6 maio 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=M6Six5WuUQw>. Acesso em: 24 jun. 2022. 2. O livro sugerido a seguir é todo dedicado para casos práticos acerca da auditoria, temáticas deste tópico e demais podem ser mais aprofundadas. PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. TEMA 4 – AUDITORIA DOS ESTOQUES E DAS DESPESAS ANTECIPADAS Para muitas empresas, o estoque apresenta o ativo com maior valor investido. Tal razão justifica pelo objeto social das empresas comerciais e industriais. Assim, o estoque nas empresas comerciais é formado para revenda (mercadorias para revenda) aos clientes e consumidores. Todos os gastos e sacrifícios para sua obtenção formam o custo de aquisição do estoque. Já nas 13 indústrias, a formação do estoque de produto acabado é mais complexa, visto que o sistema produtivo agrega valor consumindo diversos recursos, como mão de obra, materiais diretos, embalagens, energia, gastos com a estrutura, sistemas e outros. Na indústria, pode ocorrer a formação de vários estoques, além do produto acabado (PA), como estoque de materiais de suprimentos, que serão consumidos na produção, estoque de materiais de expediente (ME), copa e cozinha, estoques de produtos químicos e estoques de peças e materiais para manutenção, ainda estoques de produtos em processo (PP) (transformação), o qual representa o produto que está em elaboração – ainda não foi finalizado. Para tanto, a entidade precisa monitorar e controlar todos os seus estoques. Além disso, sistemas de controles e contagem físicas devem fazer parte dos procedimentos para assegurar que o estoque esteja avaliado corretamente. A formação e a contabilização do estoque na indústria possui mecanismos, processos e fluxos que precisam estar em conformidade com toda legislação aplicável, como exemplo: o crédito de ICMS é redutor do custo com a matéria- prima e deve ser contabilizado no ativo circulante. Ainda, os sistemas de custeio, precisam ser claros e objetivos, computando realmente os valores e sacrifícios que a entidade industrial acarretou para formar seu estoque. Os controles, a segregação dos custos fixos, custos variáveis, diretos e indiretos precisam ser monitorados e evidenciados nos mecanismos contábeis. A adoção de critérios de rateios, como os controles intermediários nos processos, precisa ser assertivo e que realmente expresse a realidade mais fidedigna da organização. A entidade precisa manter durante o exercício social os procedimentos e métodos de controle e avaliação dos estoques, não podendo alterar em curso. Como determina o CPC 16 (CPC, 2009), o controle de estoque poderá ser feito pelo custo médio ponderado (CMP) ou pelos PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai). Em estoques distintos que não tenham caracterização produtiva, a empresa poderá usar outro método, diferente do utilizado para produção, todavia não pode usar CMP para matéria-prima e PEPS para embalagens, pois os dois elementos impactam diretamente no produto e, por isso, precisa ter uniformidade nos controles. O CPC 16 (R1) (2009) apresenta como empresas devem evidenciar seu estoque (CPC, 2009). Traz em seu escopo maior detalhamento dos métodos contábeis para tal escrituração. Aos auditores compete conhecer essa 14 regulamentação e, diante dos exames, averiguar se os procedimentos e valores expressam em conformidade ao tal pronunciamento. Os estoques devem ser mensurados pelo seu custo de aquisição ou fabricação, devendo sofrer ajustes de provisão para ajustar ao valor de mercado quando tal custo estiver superavaliado. Os impostos (IPI, PIS, COFINS e ICMS) incidentes na aquisição de mercadorias, matéria-prima e materiais usados no processo de transformação devem ser deduzidos da compra, sendo lançadas no ativo circulante como impostos a recuperar. Para garantir um fluxo dentro das prerrogativas aplicáveis, o controle interno deve abranger todos os processos que estão ligados diretamente com a formação do estoque. Iniciando na área de compras, áreas de estocagem e armazenamento, controle e planejamento de produção, apontamentos até chegar no estoque de produto acabado. Quadro 6 – Objetivos auditoria Estoque Objetivos da auditoria de estoques ▪ Definir a existência de um controle eficiente para os estoques; ▪ Confirmar que o estoque de fato pertence ao cliente; ▪ Verificar a quantidade de estoque que está em mãos de clientes; ▪ Verificar e confirmar que o preço do estoque atribuído pelo cliente está conforme; ▪ Determinar se existe responsabilidade sobre o estoque; ▪ Definir a probabilidade de venda do estoque existente, devendo observar se há produtos defeituosos, entre outros aspectos; ▪ Definir o modo correto de evidenciação do estoque mediante as demonstrações financeiras; ▪ Determinar se foram aplicados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; ▪ Determinar a existência de estoques penhorados ou dados em garantia; e ▪ Determinar se estão corretamente classificados no balanço patrimonial e se as divulgações cabíveis foram expostas por notas explicativas. Fonte: Attie, 2018, p. 444; Alves, 2017, p. 68. Os procedimentos de auditoria nos estoques dependerão da materialidade e do controle interno da organização. Assim, o programa de auditoria para os estoques poderá ser projetado. Como procedimentos, podemos observar: • Exame físico: contagem de todos os estoques (MP, PA, PP, ME), materiais que estão com terceiros ou em consignação; • Confirmação: confirmação dos estoques com terceiros, de terceiros e em consignação;• Documentos originais: exames nos documentos: nota fiscal, orçamentos compras, controles do almoxarifado, controles de rateio e alocações dos custos; 15 • Cálculos: soma das contagens dos estoques, custos médio, preço unitário, cálculo de impostos; • Escrituração: exame das conta razão dos itens de estoques, exame das ordens e controles de produção. Além disso, são aplicados os procedimentos de investigação, inquérito, registro auxiliares, correção e a observação para constatar a afirmação da entidade acerca do item estoques. Saiba mais AUDITORIA I – Vídeo 8 – Programa de auditoria Estoques. Bruno Professor, 20 maio 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6sSNclxqc58>. Acesso em: 24 jun. 2022. 4.1 Auditoria das Despesas Antecipadas As despesas que foram pagas antecipadamente precisam ser contabilizadas no ativo circulante (AC) e efetuando as baixas conforme sua utilização (consumo): “Exemplo, os prêmios de seguro, aluguéis, honorários decorrentes de serviços técnico-profissionais, agenciamento de propaganda e publicidade, bilhetes de empresas transportadoras, impostos, juros sobre empréstimos pagos antecipadamente e outros” (Attie, 2018, p. 486). A empresa efetua o pagamento integral ou em períodos menores em que os benefícios das despesas serão desfrutados. Imagine um seguro de R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) pagos no dia 05/01/X1, tendo cobertura para 12 meses. Aqui, entende-se uma saída de caixa no dia 05/01, mas os benefícios de estar segurado perdurará por 12 meses. Assim, a despesa precisa ser contabilizada no final do mês, quando ela é totalmente consumida na proporção 1/12. As despesas antecipadas representam direitos de usufruir de um serviço futuramente. Para tanto, a entidade precisa manter controles e monitorar conforme as despesas vão sendo realizadas. Assim, documentos auxiliares e originais precisam evidenciar prazos e valores que facilitem e permitem sua escrituração. Precisa ocorrer obediência aos princípios da competência para que as apurações mensais e o resultado mês a mês sejam apontados em conformidade aos aspectos econômicos e financeiros, representando com credibilidade a afirmação em questão. 16 Quadro 7 – Objetivos auditoria despesas antecipadas Objetivos da auditoria das despesas antecipadas ▪ Determinar que representam gastos efetivos da empresa que irão beneficiar o período subsequente; ▪ Determinar se foram utilizados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; ▪ Determinar se estão corretamente classificadas no balanço patrimonial e se as divulgações cabíveis foram expostas em suas notas explicativas. Fonte: Attie, 2018, p. 486. Os controles internos devem priorizar que haja um mapa mensal para apropriação de tais despesas, um procedimento para autorização e aprovação dos pagamentos, normas e políticas internas acerca da contratação e gestão das despesas antecipadas, e uma regra norteadora acerca da contratação e gestão de seguros para proteção dos ativos. Como procedimentos, observa-se: • Confirmação: confirmar com os seguradores as apólices vigentes e aspectos contratuais; • Documentos originais: exame das apólices, notas fiscais e faturas, contratos aditivos; • Cálculo: conferência dos critérios e cálculo da despesa no mês; • Escrituração: exame e análise do razão de todas as despesas antecipadas; • Inquérito: obter esclarecimentos diante de anormalidades ou dúvidas; • Correlação: relacionar os controles do contas a pagar e caixa com as despesas antecipadas, e apropriação da despesa no resultado. Observação: classificação adequada das contas, conformidade com o controle interno e com as NBC. Saiba mais 1. 08.05. AULA de Despesas antecipadas (Contabilidade Geral). TEC Concursos, 2 dez. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oRaFRXN1LJo>. Acesso em: jun. 2022. 2. O livro sugerido a seguir é todo dedicado para casos práticos acerca da auditoria, temáticas deste tópico e demais podem ser mais aprofundadas: PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 17 TEMA 5 – ATIVIDADE PRÁTICA III – ANÁLISE E PROGRAMA DE AUDITORIA Você irá fazer auditagem na Companhia Ômega, após sua constatação de que ela mantém controles internos mínimos e processos de escrituração. Inicialmente pode-se avaliar que estão em conformidade com as normas contábeis. Dessa forma, sua firma de auditoria deu aceite no trabalho e elaborou o contrato de prestação de serviço. Agora, sua decisão recai sobre o programa de auditoria, na qual deve avaliar quais afirmações deverão ser realizadas exames e procedimentos de auditoria. Para isso, foi elaborado o seguinte papel de trabalho, no qual demonstra o valor da conta e sua representatividade no Ativo Circulante e específica no grupo. Tabela 1 – Atividade prática (1) Item Valor Percentual no AC Percentual no Grupo Ativo Circulante (AC) 54.300 100% Disponibilidade 10.150 18,7% 100,0% Caixa Geral 1.500 2,8% 14,8% Banco A Conta Corrente 6.750 12,4% 66,5% Banco B Conta Corrente 1.250 2,3% 12,3% Banco C Aplicação Financeira 650 1,2% 6,4% Contas a Receber 6.600 12,2% 100,0% Duplicatas a Receber 7.500 13,8% 113,6% (-) Duplicatas Descontadas (850) 1,6% 12,9% (-) Provisão Crédito Liquidação Duvidosa (50) 0,1% 0,8% Outros Créditos a Receber 7.000 12,9% 100,0% Empréstimos a Empregados 5.000 9,2% 71,4% Antecipação de Salários e Férias 2.000 3,7% 28,6% Estoques 26.550 48,9% 100,0% Estoque Produto Acabado 15.000 27,6% 56,5% Estoque Produto em processo 3.500 6,4% 13,2% Estoque Matéria-prima 6.500 12,0% 24,5% Estoque Embalagens 1.550 2,9% 5,8% Despesas antecipadas 4.000 7,4% 100,0% Prêmios de seguros 3.500 6,4% 87,5% Bilhetes de transportes públicos 500 0,9% 12,5% 1. Quais contas deverão ser auditadas? Explique os critérios que utilizou para selecionar e escolher. 2. Elabore no mínimo dois programas de auditoria para dois grupos ou para duas maiores contas. Use os modelos a seguir para compor sua resposta. 18 Tabela 2 – Atividade prática (2) PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA – 20X1 Cliente: Companhia Ômega Objetivos do exame: a) b) c) Análise: a) Descrição Auditor Programado x Realizado Semana 1 Semana 2 Semana 3 Programado Realizado Programado Realizado Programado Realizado Programado Realizado Programado Realizado Programado Realizado Equipe: T iq u e s Observações: 1) 2) 3) Data de Elaboração: 4) Elaborado por: Tabela 3 – Atividade prática (3) PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA – 20X1 Cliente: Companhia Ômega Objetivos do exame: a) b) c) Análise: a) Descrição Auditor Programado x Realizado Semana 1 Semana 2 Semana 3 Programado Realizado Programado Realizado Programado Realizado Programado 19 Realizado Programado Realizado Programado Realizado Equipe: T iq u e s Observações: 1) 2) 3) Data de Elaboração: 4) Elaborado por: Conhecer as complexidades de cada conta e quais as normas que disciplinam sua escrituração e divulgação da informação permite ao auditor um julgamento mais assertivo acerca da relevância e da materialidade para o processo de auditoria. Os testes e procedimentos adotados levam em conta as especificidades de cada razão. Conhecer a realidade da empresa, seu escopo e forma de atuação torna o processo de auditagem mais assertivo. Todavia, é vital entender que muitas vezes errospodem acontecer, por negligência, aspectos técnicos ou processuais da organização. Compete ao auditor usar os procedimentos que lhe confirmem maior exatidão e alcance das evidências acerca da afirmação auditada. A gama de transações, a dispersão física ou sistémica dos ativos e informações revelam o cuidado e zelo que deve ter durante a execução de auditoria. O planejamento e o programa de auditoria se revelam, em todas as fases, instrumentos do que deve ser feito, revisto e avaliado, se, durante a execução, surgirem outras evidências ou se os procedimentos adotados necessitarem de outros para confirmação. O sucesso da auditagem recai sobre o julgamento do profissional do auditor, em que este adota uma conduta investigativa, de forma imparcial, transparente e focada na busca por evidências. Alguns dribles organizacionais e por seus empregados precisam ser contornados pela expertise da equipe de auditoria. 20 REFERÊNCIAS ALVES, A. Auditoria contábil avançada. Porto Alegre: Sagah, 2017. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA – Estrutura conceitual. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 25 nov. 2015. _____. NBC TA 200 (R1). Objetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas de auditoria. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 set. 2016. CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 16 (R1) – Estoques. IASB, 8 maio 2009. FAVERO, F. Responsabilidade civil dos auditores independentes: uma análise da sua função e critérios para sua responsabilização. São Paulo: Almedina, 2018 LINS, L. dos S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria externa – contém exercícios. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. MATTOS, J. G. de. Auditoria. Porto Alegre: Sagah, 2017. PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 21 RESPOSTAS DA ATIVIDADE PRÁTICA III – ANÁLISE E PROGRAMA DE AUDITORIA 1. Quais contas deverão ser auditadas? Explique os critérios que utilizou para selecionar e escolher. É possível avaliar a relevância dos percentuais, desta forma, ideal fazer auditagem nos grupos que apresentem valor acima de 10% do ativo circulante. (esse percentual é escolha pelo julgamento do professor, avaliando o impacto do grupo no AC). Desta forma, deve ser auditado: Disponibilidades; Contas a receber; Outros créditos a receber; Estoques. Agora observamos que as contas dentro do grupo possuem representatividade diferente, assim iremos selecionar somente as contas com maior valor, as quais possuem maior relevância. Podemos estipular que as contas acima de 20% de relevância no grupo deverão ser auditadas. Para tanto, as contas Banco A Conta Corrente; Duplicatas a Receber; Empréstimos a Empregados; Antecipação de salários e Férias; Estoque de Produto Acabado e Estoque de matéria-prima deverão passar pelos procedimentos de auditoria. 2. Elabore no mínimo dois programas de auditoria para dois grupos ou as duas maiores contas. Use os modelos abaixo para compor sua resposta. Tabela 4 – Atividade prática (2) PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA - 20X1 Cliente: Companhia Alfa Objetivos do exame: Auditar Disponibilidades a. Assegurar que os valores existem e estão corretamente classificados; b. Assegurar que estão livres de ônus reais; c. Certificar-se de que todos os saldos de caixa e banco foram conferidos simultaneamente; d. Assegurar que as aplicações financeiras destinadas à negociação estão registradas pelo seu valor de mercado ou equivalente; e. Certificar-se de que todas as contas correntes e aplicações financeiras foram devidamente verificadas e circularizadas. Análise: Descrição (ações) Auditor Programado x Realizado Semana 1 Semana 2 Semana 3 Elabore um WP contendo os dados do balanço final. Programado x x Realizado 22 Obtenha os saldos da conta caixa, bancos e aplicações financeiras e compare com o razão. Programado x x Realizado Em 31/12/X1 ou data anterior e próxima a esta, efetue a contagem física do caixa evidenciando as possíveis discrepâncias ou a existência no caixa de qualquer valor que não seja numerário (dinheiro). Certifique-se da presença do responsável pelo caixa durante toda contagem. A data e a hora da contagem não devem ser avisadas ao cliente. Programado x Realizado Para os cheques emitidos pendentes, verifique a sua compensação nos extratos bancários dos meses de janeiro e fevereiro. Evidencie esse fato. Programado x x Realizado Obtenha a conciliação bancária de cada banco e evidencie e analise as possíveis pendências. Programado x x x Realizado Acompanhe o envio das correspondências de circularização aos bancos. Programado x x Realizado Arquive e referencie as respostas das circularizações com os saldos dos bancos e aplicações financeiras. Programado x x x Realizado Avalie os juros das aplicações financeiras e certifique--se do seu valor e da sua contabilização dentro do regime de competência. Programado x x Realizado Analise o valor registrado das aplicações financeiras e o valor de realização, ajustando-o se for o caso. Programado x x Realizado Confirme com o setor jurídico do cliente, através de circularização, a inexistência de garantias dadas sobre o saldo do disponível. Programado x x Realizado Equipe: T iq u e s * Valores conforme Observações: 1) Maria / Documentos adicionais 2) Marcos - Erros de cálculo 3) João + Conferido Data de Elaboração: Outubro/20X1 4) Cláudia X Conforme o sistema Elaborado por: Liezer Veloso Fonte: Lins, 2017, p. 88. Tabela 5 – Atividade prática (2) PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA - 20X1 Cliente: Companhia Alfa Objetivos do exame: Auditar Estoques a. Assegurar que os valores existem, são procedentes e estão corretamente avaliados e classificados; b. Assegurar que os valores refletem adequadamente a sua recuperabilidade; c. Aassegurar que geram benefício futuro e são realizáveis em moeda d. Verificar se são de posse/propriedade e uso exclusivo da empresa e estão livres de ônus reais. Análise: Descrição (ações) Auditor Programado x Realizado Semana 1 Semana 2 Semana 3 Elabore um WP contendo os dados do balanço final. Programado x x Realizado Obtenha listagem da composição do estoque e confronte com o total do balanço. Programado x x Realizado Certifique-se da existência de estoque em trânsito ou em poder de terceiros. No caso deste último, avalie a necessidade de ida ao local para a contagem física in loco. Caso contrário, circularize o local onde os estoques estão alocados. Programado x Realizado Certifique-se da possível existência de estoques dados em garantia. Programado x x x Realizado Certifique-se de que a preparação para a realização do inventário físico foi corretamente efetuada. Programado x x x Realizado 23 Na data do inventário físico, acompanhe os procedimentos durante ele, de forma a certificar-se de que todo o estoque foi devidamente inventariado. Programado x x Realizado Elaborar um WP contendo a numeração das etiquetas emitidas, as utilizadas e não utilizadas separadas por produto acabado, em processo e matéria-prima. Programado x x x Realizado Elaborar WPs listando as últimas notas fiscais emitidas de vendas no exercício e as primeiras do exercício seguinte. Igual procedimento deve ser efetuado para as notas fiscais de compras. Programado Realizado Elabore WP de matéria-prima, selecionando os itens que serão testados. Certifique-sede que constam na listagem do inventário físico. Realizado Programado Elabore WP referente aos produtos em processo e certifique- se do correto grau de acabamento. Programado x x x Realizado Elabore WP de produtos acabados selecionando os itens que serão testados. Certifique-se de que constam na listagem do inventário físico. Programado Realizado Equipe: T iq u e s * Valores conforme Observações: 1) Maria / Documentos adicionais 2) Marcos - Erros de cálculo 3) João + Conferido Data de Elaboração: Outubro/20X1 4) Cláudia X Conforme o sistema Elaborado por: Liezer Veloso Fonte: Lins, 2017, p. 111.
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