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AULA 5 
METODOLOGIAS DE 
AUDITORIA EXTERNA 
Prof. Liezer Veloso 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Nossos estudos têm revelado como a auditoria pode ser realizada com 
ênfase, eficiência e eficácia. Mantendo esse objetivo, será possível compreender 
um pouco sobre os objetivos e conteúdos que são informados pelas 
demonstrações contábeis, as quais são objetos raízes para auditagem. Dentro 
das organizações, as contas, tecnicamente na contabilidade conhecidas como 
Razão, absorvem valores das transações respectivas a elas. 
A união das contas, tendo a mesma essência, mas distinção de forma, são 
denominadas por um grupo, como o Estoque, o qual é formado por vários 
estoques (MP, PA, ME), ou o grupo Ativo Circulante, formado por todas as contas 
e grupos que serão realizados até o exercício seguinte. Agora, é importante 
compreender o teor dessas contas, sua relação individual e no grupo, visando 
entender sua relevância, materialidade e procedimentos que poderão ser 
adotados nos processos de auditagem. Nesta etapa, vamos tratar acerca da 
auditoria em disponibilidades; contas a receber: clientes e outros créditos; 
estoques e despesas antecipadas. 
Cada razão apresenta uma gama de informações, as quais foram geradas 
por inúmeras transações feitas pela entidade ao longo de seu exercício social. 
Cada uma possui critérios e formas que são preponderantes na sua escrituração. 
É importante observar as normas e pronunciamentos contábeis, os quais 
determinam como a contabilidade deve escriturar, mensurar, avaliar e reavaliar 
esses valores. Os procedimentos adotados pela entidade e também as 
especificidades de cada uma apresentam uma análise profunda que deverá 
passar pelo auditor. Assim, este, no planejamento, consegue identificar quais 
contas e processos deverão ser auditados. Algumas contas possuem maior 
possibilidade de fraude e erro, outras menor. É válido sempre lembrar que o 
controle interno é o meio que pode blindar e conceder que os processos sejam 
realizados com maior prova de erro. 
A conversão de todos os recursos e elementos que estão dentro da 
organização em dinheiro (disponibilidade) possuem processos e características 
bem diferentes. O estoque precisa ser vendido e se transforma em Clientes a 
Receber. Depois se transforma em bancos pelo seu recebimento. Cada conta 
deverá ser auditada pelo seu processo, pela sua essência. Assim, os 
 
 
3 
procedimentos de auditoria serão aplicados levando em consideração o potencial 
de gerar evidências mais assertivas acerca da afirmação. 
TEMA 1 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS AUDITADAS 
Os frutos da escrituração contábil são os demonstrativos contábeis, os 
quais são elaborados visando conceder dados e informações acerca da entidade 
que reporta. Todos os atos, decisões, negociações, acordos, relacionados às 
relações trabalhistas, comerciais, aspectos tributários, relacionamentos com 
investidores, coligadas e controladas, dentre outras, são evidenciados nas 
demonstrações contábeis. 
Para tanto, a entidade precisa elaborar as DCs em conformidade com a 
legislação brasileira de contabilidade (NBC), como também obedecer aos 
preceitos dos órgãos que lhes concernem obrigações, como a Receita Federal 
(RF) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), dentre outros. 
O teor dos demonstrativos recai na evidenciação das informações 
financeiras e econômicas, capacidades produtivas, acerca da composição do 
capital, lucros e dividendos, as fontes de investimentos e financiamentos, a 
composição dos elementos como bens, direitos e obrigações. Um aspecto 
importantíssimo é que os DCs apresentam a posição em determinada data, ou 
seja, é como um retrato extraído da organização. Assim eventos com 
probabilidades remotas de acontecer, caso ocorram, podem mudar drasticamente 
as informações. Imagine como estavam as DCs da empresa da Vale S.A. um dia 
antes do desastre de Brumadinho (SC). 
1.1 Auditoria das contas patrimoniais (Balanço Patrimonial (BP)) 
O balanço patrimonial exibe o rol de contas (razão) da organização que 
representam os bens, direitos e obrigações. Esses elementos são essenciais para 
dar suporte às operações da entidade. Cada conta possui uma especificidade e 
impacta na apuração dos resultados (DRE) das operações, ocorrendo uma 
interinfluência entre elas. 
Os mecanismos contábeis priorizam efetuar a escrituração conforme a 
movimentação da conta, não podendo ou devendo ser possível o registro 
intencional em conta errada. Por exemplo: uma venda de R$ 1.000,00 (um mil 
reais), com 50% à vista e 50% a prazo, precisa ser registrada como débito no 
 
 
4 
Caixa (AC) no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) e débito em Clientes a 
Receber (AC) no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), tendo contrapartida um 
crédito na Receita de Vendas (RES) no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). 
Imagine que fosse feito só um débito na conta Caixa (AC) no valor total. A 
informação estaria distorcida, pois o caixa não teve ingresso do valor total. E a 
DCs não evidenciaria que a empresa tem um direito a receber dos clientes. Com 
esse exemplo, fica nítido que o processo de lançamentos e escrituração é 
essencial para apresentar a realidade fidedigna de todas as operações, as quais 
são reportadas pelos demonstrativos contábeis. 
No BP encontram-se valores relacionados ao ativo: estoques, caixa, 
bancos, clientes, despesas antecipadas, investimentos, valores realizável a longo 
prazo, máquinas e equipamentos, depreciação etc. É dividido em ativo circulante 
(AC) e ativo não circulante (ANC), registrando no circulante os valores realizáveis 
até final do exercício seguinte. No passivo, encontram-se as contas: fornecedores, 
empréstimos e financiamentos a pagar, impostos sobre vendas a pagar, tributos 
sobre lucros a pagar, salários e encargos sociais, contas a pagar de consumos, 
ainda, patrimônio líquido (formado pelo capital social, reservas de lucros e 
resultados do exercício). O passivo é composto pelo passivo circulante (PC), 
passivo não circulante (PNC) e o patrimônio líquido (PL). 
No BP há inúmeras afirmações (contas e valores) cujos testes e exames 
para constatar de sua veracidade competem ao auditor efetuar. Alguns exames 
precisam ser feitos minuciosamente, outros necessitam de revisões e discussões, 
análise e conciliações. A profundidade, extensão e procedimentos a serem 
adotados levam em consideração o tipo de empresa, valor da conta e sua 
representatividade no ativo e seu impacto sobre o resultado. 
Quadro 1 – Aspectos na auditoria das DCs 
Como regra geral da conduta do auditor quanto à fidedignidade das demonstrações 
contábeis, é importante a verificação dos seguintes aspectos: 
▪ Propriedade; 
▪ Èxistência física; 
▪ Aplicação adequada e consistente dos princípios contábeis; 
▪ Existência ou não de riscos e contingências; 
▪ Existência ou não de restrição de uso e vinculações em garantia; e 
▪ Correta exposição dos dados nas demonstrações contábeis. 
Fonte: Attie, 2018, p. 375. 
 
 
 
5 
Saiba mais 
1. DEMONSTRAÇÕES Contábeis: Quais são as três mais importantes para 
a empresa? Sihus Contabilidade, 31 mar. 2021. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=b4L30di22g0>. Acesso em: 24 jun. 2022. 
2. DEMONSTRAÇÕES financeiras (Contabilidade). Professor Quintino, 
25 fev. 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tV9PK9bileQ>. 
Acesso em: 24 jun. 2022. 
1.2 Auditoria das Contas de Resultado (Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE)) 
O resultado da empresa representa as operações de receitas, subtraindo 
os custos e despesas. É efetuado o registro pelo regime de competência, ou seja, 
quando elas são geradas ou consumidas, independentemente do recebimento ou 
pagamento. Avaliam-se os aspectos econômicos das operações (capacidade de 
comprar e vendar), e não os aspectos financeiros – capacidade de pagar e 
receber. 
O confronto das receitas, despesas e custos evidencia como as receitas 
foramgeradas, e como estas foram consumidas pelos custos e despesas, assim 
o resultado positivo apresenta lucro, e o negativo apresenta prejuízo das 
operações. 
Muitos gastos, como provisões de férias e 13º salário, devem ser 
contabilizados mês a mês, em conformidade ao regime de competência. Dessa 
forma, o balanço irá expressar corretamente as obrigações com essas verbas que 
deverão ser honradas nos prazos vencíveis, todavia o impacto no resultado (lucro) 
fica evidenciado no mês a que a despesa (ou custo) pertence. 
As contas de resultados são: receita bruta de vendas; impostos incidentes 
sobre vendas (PIS, Cofins, ICMS), IPI, custos das mercadorias vendidas, custos 
dos produtos vendidos e custos dos serviços prestados; despesas operacionais, 
compreendidas como todas as despesas com vendas e despesas administrativas; 
despesas financeiras; receitas financeiras e ganhos com a vendas de capital 
menos seu custo. Basicamente as contas de resultados tem contrapartida com as 
contas patrimoniais, havendo uma relação direta entre BP e DRE. Por exemplo: o 
valor total da receita bruta de vendas (DRE) terá como contrapartida o valor em 
clientes, caixa e/ou bancos. 
 
 
6 
1.3 Outras demonstrações contábeis 
O BP e a DRE são as demonstrações mais utilizadas, juntamente com a 
Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), que apresenta a tríada da informação 
contábil. É possível, por meio delas, identificar como o resultado foi gerado (DRE), 
como ficou a situação patrimonial da empresa (BP) e como ocorreu a 
movimentação do dinheiro (DFC). 
Os acionistas em geral utilizam essas três demonstrações para obter um 
panorama global da organização. Assim é possível compreender a capacidade de 
crescimento e perpetuidade da organização, como seu potencial de pagamento, 
sua capacidade produtiva, a capacidade de gerar lucros e caixa, e principalmente 
de remunerar os acionistas. 
Todavia, é necessário compreender de forma mais detalhada algumas 
informações, além do BP e da DRE. Para tanto, a contabilidade dispõe de outras 
DCs, as quais são obrigatórias para companhias de capital aberto (e 
equiparadas), conforme a Lei n. 6.404/76, o Decreto n. 3.000/1999 (RIR/1999), a 
Resolução CFC n. 1.185/2009 (NBC TG 26 (R5)), alterada pela Resolução CFC 
n. 1.376/2011, e na Deliberação CVM n. 676/2011. 
Quadro 2 – Demonstrações contábeis 
Demonstração das mutações 
do patrimônio líquido (DMPL) 
Essa demonstração apresenta as variações ocorridas no 
patrimônio líquido da entidade, como os recursos entraram e 
saíram. Assim é possível acompanhar a evolução do PL da 
organização e monitorar o PL em relação ao mercado. As 
contas reservas de capital, reservas de lucro, e lucros e 
prejuízos acumulados, outras reservas, são contas desta DC. 
Assim, é possível identificar ajustes de exercícios anteriores, 
reversões de capitais, destinação do lucro líquido, avaliação 
de ativos e a diminuição do capital. 
Demonstração do fluxo de 
caixa (DFC) 
Procura evidenciar a movimentação do dinheiro, pode ser 
elaborada pelo método direto ou indireto. Ambos os métodos 
apresentam a movimentação do dinheiro separado pelas 
atividades operacionais, atividades de investimentos e 
atividades de financiamentos. Basicamente como o dinheiro 
foi gerado (recebido – entradas) e como ele foi aplicado 
(pagamentos – saídas). 
Demonstração do valor 
adicionado (DVA) 
Tem por característica evidenciar a riqueza gerada na 
entidade e como ela foi distribuída. Pode-se correlacionar com 
o PIB da empresa. Toda riqueza gerada e oriunda de terceiros 
(insumos e transferências) compõem o valor adicionado a 
distribuir. Os valores pagos ao governo, pessoal, juros sobre 
capital próprio e terceiros, compõem a parte do valor 
adicionado distribuído. 
Demonstração do resultado 
abrangente. (DRA) 
Tem por finalidade evidenciar o que é capital da empresa e o 
capital do sócios (acionistas). Assim os ganhos e perdas 
durante o ano pode ser medido e demonstrado, visto que 
algumas variações patrimoniais não transitam na DRE, como 
 
 
7 
a conta de Ajuste da Avaliação Patrimonial, onde ocorre o 
registro de ajustes do ativo e passivo a valor justo. Assim o 
lucro expressa a realidade profunda da empresa, não 
somente o lucro apontado pela DRE. 
Notas Explicativas (NE) Muitas informações presentes no BP e na DRE, podem não 
trazer com clareza a realidade do valor, pois pode apresentar 
inúmeras situações, fatos e procedimentos que lhe 
acarretaram. Assim a NE visa detalhar e conceder afundo 
informações que são relevantes para o entendimento das 
DCs. Assim são informados as práticas contábeis e os 
métodos utilizados que geram tal valor. A NE serve para 
detalhar e informar sobre qualquer DC reportada, na qual gere 
maior credibilidade da organização e transparência dos fatos 
e atos praticados por ela. 
Todas essas demonstrações passarão pelo crivo da auditoria, pois tudo 
que a empresa reportar compete ao auditor conceder maior credibilidade por meio 
de seu relatório, em que sua opinião confirma, concorda totalmente, concorda com 
ressalva, ou exime de opinar, diante das evidências obtidas por sua auditagem. 
Saiba mais 
BALANÇO PATRIMONIAL e demonstração resultado – Conceitos básicos 
em 10 min! Demonstrações Financeiras. GCoelho, 25 abr. 2021. Disponível em: 
24 jun. 2022. 
TEMA 2 – AUDITORIA DAS DISPONIBILIDADES 
O ativo é organizado pelo grau de liquidez, ou seja, a conta que se converte 
em dinheiro mais rapidamente deve ser evidenciado por primeiro. Para tanto, as 
contas caixas e bancos são as primeiras do ativo, visto que são dinheiros que 
podem ser utilizados. Agora, a conta estoque de mercadorias precisa passar pelo 
processo de venda e pelo recebimento para ser convertida em disponibilidade. 
A conta disponibilidade (ou caixa e equivalentes de caixa) concentra-se 
basicamente as contas: caixa, bancos e aplicações financeiras de liquidez 
imediatas. O caixa contém o menor valor, pois as organizações utilizam muito 
mais bancos para realizar maior parte dos recebimentos e pagamentos, devido ao 
volume das transações e maior segurança, todavia grandes corporações que 
atuam no varejo podem apresentar uma parcela significativa de numerários em 
espécie, para atender às necessidades de troco, compras do cotidiano que 
precisa se agilidade no pagamento, como vales para empregados, adiantamentos 
de viagens, compras emergenciais, materiais de expediente, limpeza e 
alimentação. 
 
 
8 
Quando há superávit financeiro, parte da disponibilidade é dedicado a 
aplicações financeiras para manter o poder de compra, mas que podem ser 
resgatadas a qualquer momento. Nessas aplicações ocorrem ganhos pela 
aplicação, rendimentos, contabilizados como receitas financeiras. Os controles e 
reconhecimentos devem ser feitos pelo regime de competência, realizando as 
provisões e ajustes nas devidas contas. 
Quadro 3 – Auditoria disponível 
A auditoria do disponível tem a finalidade de: 
▪ Determinar sua existência, que poderá estar na empresa, em bancos ou com terceiros; 
▪ Determinar se é pertencente à empresa; 
▪ Determinar se foram utilizados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; 
▪ Determinar a existência de restrições de uso ou de vinculações em garantia; e 
▪ Determinar se está corretamente classificado no balanço patrimonial e se as divulgações 
cabíveis foram expostas por notas explicativas. 
O auditor externo necessita observar algumas situações: 
▪ Se os valores de caixas como fundo fixo são excessivos ou necessitam de reposição 
constante; 
▪ Se as aplicações de sobras de caixas e bancos não terão uso imediato; 
▪ Se a organização utiliza os meios de financiamentos mais acessíveis; 
▪ Se há centralização no controle de recursos dispostos em locais diferentes, como escritórios, 
filiais, entre outros, a fim de evitar sobra de recursos em algum desses locais enquanto o outro 
tenha falta e necessite realizar empréstimos; 
▪ Se há política definida referentea descontos financeiros, ou seja, se é possível usufruir 
pagando na data de vencimento ou tardar os pagamentos a fim de negociar as transações; 
▪ Se é elaborado diariamente relatório para recursos de caixas e bancos, com intuito de 
possibilitar que a administração da organização execute o controle destes. 
Fonte: Attie, 2018, p. 400; Alves, 2017, p. 37. 
O quadro acima revela que existem algumas complexidades nos processos 
de auditagem do caixa e equivalentes, pois há inúmeras transações que precisam 
ser confirmadas e examinadas. Devido à sua disponibilidade, pode acontecer que 
as transações de bancos não estejam todas computadas na contabilidade, assim 
o mecanismo de conciliações não é realizado de forma sistémica e controlada 
com rapidez e tempestividade. 
Para o caixa é usado o teste de contagem física para obter confirmação 
dos valores reportados; já para os bancos, além de acompanhar os extratos e a 
conta razão, a auditoria pode solicitar uma confirmação a terceiros, solicitando 
mediante carta que a entidade bancária informe o saldo bancário em determinada 
data. O desafio após o recebimento é fazer os ajustes e contabilizações 
(conciliação) entre os dados do banco e a conta razão banco. 
Para a disponibilidade é possível fazer alguns procedimentos de auditoria: 
 
 
9 
• Exame físico: contagens do fundo fixo ou de caixa, contagem das 
aplicações financeiras efetivadas; 
• Confirmação: solicitar as instituições bancárias (contas correntes e de 
liquidez imediatas) para confirmar os saldos, ou dos responsáveis; 
• Documentos originais: examinar documentos de contratos, cheques 
emitidos ou depositados, avisos bancários, atas das reuniões deliberativas 
e extratos bancários; 
• Cálculos: apuração dos juros pagos e recebidos nas contas, taxas 
bancárias contratuais, conciliação da conta corrente e aplicações com os 
respectivos razão; 
• Escrituração: examinar o razão dessas contas; 
• Investigação: exames na documentação, originada para pagamentos ou 
recebimentos acerca das aplicações financeiras aplicadas ou resgatadas; 
• Inquérito: solicitar explicações acerca do saldo e da documentação 
observada; 
• Registro auxiliares: controles de recebimentos e pagamentos, diário 
auxiliar; 
• Correlação: observar as relações do controle do contas a pagar com as 
despesas e sua movimentação no caixa, controle do contas a receber e as 
entradas no banco. Confronto dos juros pagos e das despesas em atrasos 
do contas a pagar. 
Observação: ordem correta das contas, observância ao atendimento dos 
princípios contábeis, contas altas sem movimentação. 
Saiba mais 
1. AUDITORIA I - Vídeo 7 - Plano de auditoria das disponibilidades (caixa, 
bancos e aplicações FIN... Bruno Professor, 13 maio 2020. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=oR2G2EGtCXo>. Acesso em: 24 jun. 2022. 
2. O livro indicado a seguir é todo dedicado para casos práticos acerca da 
auditoria, temáticas deste tópico e demais podem ser mais aprofundadas: 
PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações 
contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 
 
10 
TEMA 3 – AUDITORIA DO CONTAS A RECEBER E OUTROS CRÉDITOS 
Muitas transações da empresa com seus clientes ocorrem por meio da 
concessão de crédito, assim os clientes satisfazem suas necessidades de 
consumo imediatamente, sem que necessite efetuar o pagamento. Esse aspecto 
deriva de uma promessa de pagamento (crédito), na qual os clientes assumem o 
compromisso de honrar futuramente esses valores, utilizando um título de crédito 
que lhe confere tal obrigação, como duplicata, nota promissória etc. Empresas 
comerciais, industriais e prestadores de serviços utilizam o crédito como forma de 
manter o giro de suas operações. 
O risco nessa transação é alto, pois a inadimplência pode complicar a 
situação financeira da empresa, acarretando prejuízos em seu ciclo financeiro, 
tendo que contrair dívidas para honrar suas obrigações. Esse entendimento é vital 
para os auditores, porque as relações com empréstimos podem recair sobre essa 
justificativa. Assim, a auditagem segue um curso lógico e racional e sempre que 
sobre ou falte dinheiro na entidade, é possível observar algumas ações de 
investimento ou financiamentos para capital de giro. 
O controle interno e a política de crédito e vendas são mecanismos que 
buscam proteger a organização da inadimplência, pela segregação dos bons e 
maus clientes, por uma avaliação mais profunda acerca do perfil do cliente. 
A conta Clientes (duplicatas a receber) é formada pelo total de vendas 
concedidos aos inúmeros clientes. A cada venda a prazo, esse valor aumenta e. 
conforme a periodicidade dos pagamentos, ela diminui. Essas transações 
necessitam de documentos que comprovem tais movimentações, como nota 
fiscal, faturas, recibos, dentre outros. 
Como forma de manter a conta de clientes com valores que realmente 
serão recebíveis, a empresa poderá fazer a provisão para crédito de liquidação 
duvidosa (PECLD) e, dentro dos moldes legais, ela efetua a provisão no intuito de 
reconhecer perdas futuras com o crédito concedido. Outra transação utilizada 
sobre os clientes ocorre no desconto de duplicatas, pela antecipação do crédito 
por uma instituição financeira, a qual cobra juros e taxas para isso. 
Tanto a PECLD quanto o desconto de duplicatas precisam conter fluxos e 
procedimentos que estejam contemplados pelo controle interno, o qual será objeto 
de exame do auditor. Compete ao auditor observar todas as variações ocorridas 
no contas a receber, criando referências e examinando se as escriturações 
 
 
11 
obedeceram aos princípios contábeis, evidenciando se o saldo reportado confere 
com a realidade identificada. 
Quadro 4 – Auditoria contas a receber 
A auditoria das contas a receber tem a finalidade de: 
▪ Determinar sua existência e representatividade contra os devedores envolvidos; 
▪ Determinar se é de propriedade da empresa; 
▪ Determinar se foram utilizados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; 
▪ Determinar a existência de restrições de uso, de vinculações em garantia ou de contingências; 
e, 
▪ Determinar que está corretamente classificada no balanço patrimonial e que as divulgações 
aplicáveis foram expostas por notas explicativas. 
Exemplos de controles internos sobre a conta clientes: 
▪ Cadastro atualizado de clientes; 
▪ Confrontação periódica entre as vendas e a conta clientes; 
▪ Descontos sobre o pagamento dos clientes só por pessoas autorizadas; 
▪ Utilização de recebimentos apenas via bancos; 
▪ Acompanhamento constante e rigoroso dos valores em aberto. 
Fonte: Attie, 2018, p. 419; Lins, 2017, p. 97. 
Algumas entidades possuem créditos a receber, os quais não derivam de 
sua operação principal, ou seja, que não fazem parte de seu objeto social. Para 
tanto, é preciso conter no BP a conta Outros Créditos a Receber, evidenciando 
valores que estão com terceiros, os quais a empresa tem direito de receber. Caso 
os valores são vencíveis dentro do próximo exercício social e devem fazer parte 
do AC; do contrário, contabiliza-se no ANC, obedecendo às prerrogativas 
contábeis. Dentro desse grupo (Outros Créditos a Receber), encontram-se como 
exemplo tais contas: cheques em cobrança; créditos a receber; juros a receber; 
títulos a receber; dividendos a receber; bancos contas vinculadas; adiantamentos 
de férias, 13º salário e viagens; empréstimos concedidos a empregados, 
executivos e administradores, ou ainda as empresas coligadas e controladas. 
Observa a gama de complexidade das transações do Contas a Receber 
(clientes e outros). Cada uma exige aplicação de procedimentos de auditoria que 
lhe possa examinar e obter provas diante da afirmação. Algumas transações 
deverão ser avaliadas pela amostragem, visto a magnitude e a amplitude delas. 
Como muitas são repetitivas e obedecem ao mesmo fluxo, a amostragem se 
apresenta comomeio capaz de conceder informações e dados para que o auditor 
possa fazer os testes e aplicar alguns procedimentos, visando obter provas para 
formar sua opinião. 
 
 
 
12 
Quadro 5 – Procedimentos auditoria contas a receber 
Procedimentos de auditoria no contas a receber e outros créditos. 
• Exame físico: Realização da contagem das duplicatas a receber. Contagem dos títulos 
a receber pela entidade. 
• Confirmação: Confirmação das duplicatas a receber. Confirmação dos títulos a 
receber. Confirmação referente aos adiantamentos que foram cedidos. Confirmação de 
adiantamento efetuado para colaboradores. 
• Documentos originais: Exame de documentos que envolvem: as vendas efetuadas, 
os recebimentos referentes às contas a receber, as atas relativas a assembleias e 
reuniões, os contratos e o teste alternativo das respostas não alcançadas. 
• Cálculos: Somatório referente às duplicatas a receber pela entidade, aos juros que 
serão auferidos e ao total dos adiantamentos concedidos. 
• Escrituração: Exames do razão referentes à conta duplicatas a receber, o razão de 
adiantamentos a colaboradores, o razão da conta títulos a receber e da contabilização 
conforme período de competência. 
• Investigação: Exames específicos dos documentos que comprovem a venda, dos 
contratos de venda, das autorizações de vendas e das baixas referentes a duplicatas 
consideradas incobráveis. 
• Inquérito: Alteração do saldo das contas a receber e esclarecimento das duplicatas 
que estão com o recebimento em atraso ou das incobráveis. 
• Registros auxiliares: Testes referentes ao razão analítico de contas a receber, do 
diário auxiliar referente às contas a receber e do registro correspondente aos 
recebimentos. 
• Correlação: O vínculo das contas a receber com as vendas efetuadas pela entidade, 
dos recebimentos com o disponível, das provisões formadas para de vedores duvidosos 
com o resultado e dos juros que serão recebidos com o resultado. 
Observação: Ordenação apropriada das contas. Observação dos princípios contábeis. 
Verificação da quantidade de contas a receber que estão em atraso. 
Fonte: Attie, 2018, p. 422; Alves, 2017, p. 60. 
Saiba mais 
1. AUDITORIA I - Vídeo 6 - Plano de auditoria do Contas a Receber. Bruno 
Professor, 6 maio 2020. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=M6Six5WuUQw>. Acesso em: 24 jun. 2022. 
2. O livro sugerido a seguir é todo dedicado para casos práticos acerca da 
auditoria, temáticas deste tópico e demais podem ser mais aprofundadas. 
PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações 
contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 
TEMA 4 – AUDITORIA DOS ESTOQUES E DAS DESPESAS ANTECIPADAS 
Para muitas empresas, o estoque apresenta o ativo com maior valor 
investido. Tal razão justifica pelo objeto social das empresas comerciais e 
industriais. Assim, o estoque nas empresas comerciais é formado para revenda 
(mercadorias para revenda) aos clientes e consumidores. Todos os gastos e 
sacrifícios para sua obtenção formam o custo de aquisição do estoque. Já nas 
 
 
13 
indústrias, a formação do estoque de produto acabado é mais complexa, visto que 
o sistema produtivo agrega valor consumindo diversos recursos, como mão de 
obra, materiais diretos, embalagens, energia, gastos com a estrutura, sistemas e 
outros. 
Na indústria, pode ocorrer a formação de vários estoques, além do produto 
acabado (PA), como estoque de materiais de suprimentos, que serão consumidos 
na produção, estoque de materiais de expediente (ME), copa e cozinha, estoques 
de produtos químicos e estoques de peças e materiais para manutenção, ainda 
estoques de produtos em processo (PP) (transformação), o qual representa o 
produto que está em elaboração – ainda não foi finalizado. Para tanto, a entidade 
precisa monitorar e controlar todos os seus estoques. Além disso, sistemas de 
controles e contagem físicas devem fazer parte dos procedimentos para 
assegurar que o estoque esteja avaliado corretamente. 
A formação e a contabilização do estoque na indústria possui mecanismos, 
processos e fluxos que precisam estar em conformidade com toda legislação 
aplicável, como exemplo: o crédito de ICMS é redutor do custo com a matéria-
prima e deve ser contabilizado no ativo circulante. Ainda, os sistemas de custeio, 
precisam ser claros e objetivos, computando realmente os valores e sacrifícios 
que a entidade industrial acarretou para formar seu estoque. 
Os controles, a segregação dos custos fixos, custos variáveis, diretos e 
indiretos precisam ser monitorados e evidenciados nos mecanismos contábeis. A 
adoção de critérios de rateios, como os controles intermediários nos processos, 
precisa ser assertivo e que realmente expresse a realidade mais fidedigna da 
organização. A entidade precisa manter durante o exercício social os 
procedimentos e métodos de controle e avaliação dos estoques, não podendo 
alterar em curso. Como determina o CPC 16 (CPC, 2009), o controle de estoque 
poderá ser feito pelo custo médio ponderado (CMP) ou pelos PEPS (primeiro que 
entra, primeiro que sai). Em estoques distintos que não tenham caracterização 
produtiva, a empresa poderá usar outro método, diferente do utilizado para 
produção, todavia não pode usar CMP para matéria-prima e PEPS para 
embalagens, pois os dois elementos impactam diretamente no produto e, por isso, 
precisa ter uniformidade nos controles. 
O CPC 16 (R1) (2009) apresenta como empresas devem evidenciar seu 
estoque (CPC, 2009). Traz em seu escopo maior detalhamento dos métodos 
contábeis para tal escrituração. Aos auditores compete conhecer essa 
 
 
14 
regulamentação e, diante dos exames, averiguar se os procedimentos e valores 
expressam em conformidade ao tal pronunciamento. 
Os estoques devem ser mensurados pelo seu custo de aquisição ou 
fabricação, devendo sofrer ajustes de provisão para ajustar ao valor de mercado 
quando tal custo estiver superavaliado. Os impostos (IPI, PIS, COFINS e ICMS) 
incidentes na aquisição de mercadorias, matéria-prima e materiais usados no 
processo de transformação devem ser deduzidos da compra, sendo lançadas no 
ativo circulante como impostos a recuperar. 
Para garantir um fluxo dentro das prerrogativas aplicáveis, o controle 
interno deve abranger todos os processos que estão ligados diretamente com a 
formação do estoque. Iniciando na área de compras, áreas de estocagem e 
armazenamento, controle e planejamento de produção, apontamentos até chegar 
no estoque de produto acabado. 
Quadro 6 – Objetivos auditoria Estoque 
Objetivos da auditoria de estoques 
▪ Definir a existência de um controle eficiente para os estoques; 
▪ Confirmar que o estoque de fato pertence ao cliente; 
▪ Verificar a quantidade de estoque que está em mãos de clientes; 
▪ Verificar e confirmar que o preço do estoque atribuído pelo cliente está conforme; 
▪ Determinar se existe responsabilidade sobre o estoque; 
▪ Definir a probabilidade de venda do estoque existente, devendo observar se há produtos 
defeituosos, entre outros aspectos; 
▪ Definir o modo correto de evidenciação do estoque mediante as demonstrações financeiras; 
▪ Determinar se foram aplicados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; 
▪ Determinar a existência de estoques penhorados ou dados em garantia; e 
▪ Determinar se estão corretamente classificados no balanço patrimonial e se as divulgações 
cabíveis foram expostas por notas explicativas. 
Fonte: Attie, 2018, p. 444; Alves, 2017, p. 68. 
Os procedimentos de auditoria nos estoques dependerão da materialidade 
e do controle interno da organização. Assim, o programa de auditoria para os 
estoques poderá ser projetado. Como procedimentos, podemos observar: 
• Exame físico: contagem de todos os estoques (MP, PA, PP, ME), materiais 
que estão com terceiros ou em consignação; 
• Confirmação: confirmação dos estoques com terceiros, de terceiros e em 
consignação;• Documentos originais: exames nos documentos: nota fiscal, orçamentos 
compras, controles do almoxarifado, controles de rateio e alocações dos 
custos; 
 
 
15 
• Cálculos: soma das contagens dos estoques, custos médio, preço unitário, 
cálculo de impostos; 
• Escrituração: exame das conta razão dos itens de estoques, exame das 
ordens e controles de produção. 
Além disso, são aplicados os procedimentos de investigação, inquérito, 
registro auxiliares, correção e a observação para constatar a afirmação da 
entidade acerca do item estoques. 
Saiba mais 
AUDITORIA I – Vídeo 8 – Programa de auditoria Estoques. Bruno 
Professor, 20 maio 2020. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=6sSNclxqc58>. Acesso em: 24 jun. 2022. 
4.1 Auditoria das Despesas Antecipadas 
As despesas que foram pagas antecipadamente precisam ser 
contabilizadas no ativo circulante (AC) e efetuando as baixas conforme sua 
utilização (consumo): “Exemplo, os prêmios de seguro, aluguéis, honorários 
decorrentes de serviços técnico-profissionais, agenciamento de propaganda e 
publicidade, bilhetes de empresas transportadoras, impostos, juros sobre 
empréstimos pagos antecipadamente e outros” (Attie, 2018, p. 486). 
A empresa efetua o pagamento integral ou em períodos menores em que 
os benefícios das despesas serão desfrutados. Imagine um seguro de R$ 
1.200,00 (um mil e duzentos reais) pagos no dia 05/01/X1, tendo cobertura para 
12 meses. Aqui, entende-se uma saída de caixa no dia 05/01, mas os benefícios 
de estar segurado perdurará por 12 meses. Assim, a despesa precisa ser 
contabilizada no final do mês, quando ela é totalmente consumida na proporção 
1/12. As despesas antecipadas representam direitos de usufruir de um serviço 
futuramente. 
Para tanto, a entidade precisa manter controles e monitorar conforme as 
despesas vão sendo realizadas. Assim, documentos auxiliares e originais 
precisam evidenciar prazos e valores que facilitem e permitem sua escrituração. 
Precisa ocorrer obediência aos princípios da competência para que as apurações 
mensais e o resultado mês a mês sejam apontados em conformidade aos 
aspectos econômicos e financeiros, representando com credibilidade a afirmação 
em questão. 
 
 
16 
Quadro 7 – Objetivos auditoria despesas antecipadas 
Objetivos da auditoria das despesas antecipadas 
▪ Determinar que representam gastos efetivos da empresa que irão beneficiar o período 
subsequente; 
▪ Determinar se foram utilizados os princípios e as práticas usuais de contabilidade; 
▪ Determinar se estão corretamente classificadas no balanço patrimonial e se as divulgações 
cabíveis foram expostas em suas notas explicativas. 
Fonte: Attie, 2018, p. 486. 
Os controles internos devem priorizar que haja um mapa mensal para 
apropriação de tais despesas, um procedimento para autorização e aprovação 
dos pagamentos, normas e políticas internas acerca da contratação e gestão das 
despesas antecipadas, e uma regra norteadora acerca da contratação e gestão 
de seguros para proteção dos ativos. 
Como procedimentos, observa-se: 
• Confirmação: confirmar com os seguradores as apólices vigentes e 
aspectos contratuais; 
• Documentos originais: exame das apólices, notas fiscais e faturas, 
contratos aditivos; 
• Cálculo: conferência dos critérios e cálculo da despesa no mês; 
• Escrituração: exame e análise do razão de todas as despesas 
antecipadas; 
• Inquérito: obter esclarecimentos diante de anormalidades ou dúvidas; 
• Correlação: relacionar os controles do contas a pagar e caixa com as 
despesas antecipadas, e apropriação da despesa no resultado. 
Observação: classificação adequada das contas, conformidade com o 
controle interno e com as NBC. 
Saiba mais 
1. 08.05. AULA de Despesas antecipadas (Contabilidade Geral). TEC 
Concursos, 2 dez. 2020. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=oRaFRXN1LJo>. Acesso em: jun. 2022. 
2. O livro sugerido a seguir é todo dedicado para casos práticos acerca da 
auditoria, temáticas deste tópico e demais podem ser mais aprofundadas: 
 PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações 
contábeis: testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 
17 
TEMA 5 – ATIVIDADE PRÁTICA III – ANÁLISE E PROGRAMA DE AUDITORIA 
Você irá fazer auditagem na Companhia Ômega, após sua constatação de 
que ela mantém controles internos mínimos e processos de escrituração. 
Inicialmente pode-se avaliar que estão em conformidade com as normas 
contábeis. Dessa forma, sua firma de auditoria deu aceite no trabalho e elaborou 
o contrato de prestação de serviço. 
Agora, sua decisão recai sobre o programa de auditoria, na qual deve 
avaliar quais afirmações deverão ser realizadas exames e procedimentos de 
auditoria. Para isso, foi elaborado o seguinte papel de trabalho, no qual demonstra 
o valor da conta e sua representatividade no Ativo Circulante e específica no 
grupo. 
Tabela 1 – Atividade prática (1) 
Item Valor 
Percentual no 
AC 
Percentual 
no Grupo 
Ativo Circulante (AC) 54.300 100% 
Disponibilidade 10.150 18,7% 100,0% 
Caixa Geral 1.500 2,8% 14,8% 
Banco A Conta Corrente 6.750 12,4% 66,5% 
Banco B Conta Corrente 1.250 2,3% 12,3% 
Banco C Aplicação Financeira 650 1,2% 6,4% 
Contas a Receber 6.600 12,2% 100,0% 
Duplicatas a Receber 7.500 13,8% 113,6% 
(-) Duplicatas Descontadas (850) 1,6% 12,9% 
(-) Provisão Crédito Liquidação Duvidosa (50) 0,1% 0,8% 
Outros Créditos a Receber 7.000 12,9% 100,0% 
Empréstimos a Empregados 5.000 9,2% 71,4% 
Antecipação de Salários e Férias 2.000 3,7% 28,6% 
Estoques 26.550 48,9% 100,0% 
Estoque Produto Acabado 15.000 27,6% 56,5% 
Estoque Produto em processo 3.500 6,4% 13,2% 
Estoque Matéria-prima 6.500 12,0% 24,5% 
Estoque Embalagens 1.550 2,9% 5,8% 
Despesas antecipadas 4.000 7,4% 100,0% 
Prêmios de seguros 3.500 6,4% 87,5% 
Bilhetes de transportes públicos 500 0,9% 12,5% 
 
1. Quais contas deverão ser auditadas? Explique os critérios que utilizou para 
selecionar e escolher. 
2. Elabore no mínimo dois programas de auditoria para dois grupos ou para 
duas maiores contas. Use os modelos a seguir para compor sua resposta. 
 
 
 
18 
Tabela 2 – Atividade prática (2) 
PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA – 20X1 
 
Cliente: Companhia Ômega 
Objetivos do exame: 
a) 
b) 
c) 
Análise: 
a) 
Descrição Auditor 
Programado 
x Realizado 
Semana 1 Semana 2 Semana 3 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
Equipe: 
T
iq
u
e
s
 
 Observações: 
1) 
2) 
3) Data de Elaboração: 
4) Elaborado por: 
 
 
Tabela 3 – Atividade prática (3) 
PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA – 20X1 
 
Cliente: Companhia Ômega 
Objetivos do exame: 
a) 
b) 
c) 
Análise: 
a) 
Descrição Auditor 
Programado 
x Realizado 
Semana 1 Semana 2 Semana 3 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 Programado 
 
 
19 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
 
Programado 
Realizado 
Equipe: 
T
iq
u
e
s
 
 Observações: 
1) 
2) 
3) Data de Elaboração: 
4) Elaborado por: 
 
 
Conhecer as complexidades de cada conta e quais as normas que 
disciplinam sua escrituração e divulgação da informação permite ao auditor um 
julgamento mais assertivo acerca da relevância e da materialidade para o 
processo de auditoria. Os testes e procedimentos adotados levam em conta as 
especificidades de cada razão. Conhecer a realidade da empresa, seu escopo e 
forma de atuação torna o processo de auditagem mais assertivo. Todavia, é vital 
entender que muitas vezes errospodem acontecer, por negligência, aspectos 
técnicos ou processuais da organização. Compete ao auditor usar os 
procedimentos que lhe confirmem maior exatidão e alcance das evidências acerca 
da afirmação auditada. A gama de transações, a dispersão física ou sistémica dos 
ativos e informações revelam o cuidado e zelo que deve ter durante a execução 
de auditoria. O planejamento e o programa de auditoria se revelam, em todas as 
fases, instrumentos do que deve ser feito, revisto e avaliado, se, durante a 
execução, surgirem outras evidências ou se os procedimentos adotados 
necessitarem de outros para confirmação. 
O sucesso da auditagem recai sobre o julgamento do profissional do 
auditor, em que este adota uma conduta investigativa, de forma imparcial, 
transparente e focada na busca por evidências. Alguns dribles organizacionais e 
por seus empregados precisam ser contornados pela expertise da equipe de 
auditoria. 
 
 
 
 
20 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A. Auditoria contábil avançada. Porto Alegre: Sagah, 2017. 
ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2018. 
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA – Estrutura conceitual. Diário 
Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 25 nov. 2015. 
_____. NBC TA 200 (R1). Objetivos gerais do auditor independente e a condução 
da auditoria em conformidade com normas de auditoria. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 set. 2016. 
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 16 (R1) – Estoques. IASB, 8 
maio 2009. 
FAVERO, F. Responsabilidade civil dos auditores independentes: uma 
análise da sua função e critérios para sua responsabilização. São Paulo: 
Almedina, 2018 
LINS, L. dos S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria 
externa – contém exercícios. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
MATTOS, J. G. de. Auditoria. Porto Alegre: Sagah, 2017. 
PEREZ JR, J. H.; OLIVEIRA, L. M. de. Auditoria de demonstrações contábeis: 
testes, casos práticos e exercícios. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 
 
 
21 
RESPOSTAS DA ATIVIDADE PRÁTICA III – ANÁLISE E PROGRAMA DE 
AUDITORIA 
1. Quais contas deverão ser auditadas? Explique os critérios que 
utilizou para selecionar e escolher. 
É possível avaliar a relevância dos percentuais, desta forma, ideal fazer 
auditagem nos grupos que apresentem valor acima de 10% do ativo circulante. 
(esse percentual é escolha pelo julgamento do professor, avaliando o impacto do 
grupo no AC). 
Desta forma, deve ser auditado: Disponibilidades; Contas a receber; Outros 
créditos a receber; Estoques. 
Agora observamos que as contas dentro do grupo possuem 
representatividade diferente, assim iremos selecionar somente as contas com 
maior valor, as quais possuem maior relevância. Podemos estipular que as contas 
acima de 20% de relevância no grupo deverão ser auditadas. 
Para tanto, as contas Banco A Conta Corrente; Duplicatas a Receber; 
Empréstimos a Empregados; Antecipação de salários e Férias; Estoque de 
Produto Acabado e Estoque de matéria-prima deverão passar pelos 
procedimentos de auditoria. 
2. Elabore no mínimo dois programas de auditoria para dois grupos 
ou as duas maiores contas. Use os modelos abaixo para compor sua 
resposta. 
Tabela 4 – Atividade prática (2) 
PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA - 20X1 
Cliente: Companhia Alfa 
Objetivos do exame: Auditar Disponibilidades 
a. Assegurar que os valores existem e estão corretamente classificados; 
b. Assegurar que estão livres de ônus reais; 
c. Certificar-se de que todos os saldos de caixa e banco foram conferidos simultaneamente; 
d. Assegurar que as aplicações financeiras destinadas à negociação estão registradas pelo seu valor de mercado ou 
equivalente; 
e. Certificar-se de que todas as contas correntes e aplicações financeiras foram devidamente verificadas e 
circularizadas. 
Análise: 
 
Descrição (ações) Auditor 
Programado 
x Realizado 
Semana 
1 
Semana 
2 
Semana 
3 
Elabore um WP contendo os dados do balanço final. 
Programado x x 
Realizado 
 
 
22 
Obtenha os saldos da conta caixa, bancos e aplicações 
financeiras e compare com o razão. 
 
Programado x x 
Realizado 
Em 31/12/X1 ou data anterior e próxima a esta, efetue a 
contagem física do caixa evidenciando as possíveis 
discrepâncias ou a existência no caixa de qualquer valor que 
não seja numerário (dinheiro). Certifique-se da presença do 
responsável pelo caixa durante toda contagem. A data e a 
hora da contagem não devem ser avisadas ao cliente. 
 
Programado x 
Realizado 
Para os cheques emitidos pendentes, verifique a sua 
compensação nos extratos bancários dos meses de janeiro e 
fevereiro. Evidencie esse fato. 
 
Programado x x 
Realizado 
Obtenha a conciliação bancária de cada banco e evidencie e 
analise as possíveis pendências. 
 
Programado x x x 
Realizado 
Acompanhe o envio das correspondências de circularização 
aos bancos. 
 
Programado x x 
Realizado 
Arquive e referencie as respostas das circularizações com os 
saldos dos bancos e aplicações financeiras. 
 Programado x x x 
 Realizado 
Avalie os juros das aplicações financeiras e certifique--se do 
seu valor e da sua contabilização dentro do regime de 
competência. 
 
Programado x x 
Realizado 
Analise o valor registrado das aplicações financeiras e o 
valor de realização, ajustando-o se for o caso. 
 
Programado x x 
Realizado 
Confirme com o setor jurídico do cliente, através de 
circularização, a inexistência de garantias dadas sobre o 
saldo do disponível. 
 
Programado x x 
Realizado 
Equipe: 
T
iq
u
e
s
 
* Valores conforme Observações: 
1) Maria / Documentos adicionais 
2) Marcos - Erros de cálculo 
3) João + Conferido Data de Elaboração: Outubro/20X1 
4) Cláudia X Conforme o sistema Elaborado por: Liezer Veloso 
Fonte: Lins, 2017, p. 88. 
Tabela 5 – Atividade prática (2) 
PROGRAMA DE AUDITORIA EXTERNA - 20X1 
Cliente: Companhia Alfa 
Objetivos do exame: Auditar Estoques 
a. Assegurar que os valores existem, são procedentes e estão corretamente avaliados e classificados; 
b. Assegurar que os valores refletem adequadamente a sua recuperabilidade; 
c. Aassegurar que geram benefício futuro e são realizáveis em moeda 
d. Verificar se são de posse/propriedade e uso exclusivo da empresa e estão livres de ônus reais. 
Análise: 
 
Descrição (ações) Auditor 
Programado 
x Realizado 
Semana 
1 
Semana 
2 
Semana 
3 
Elabore um WP contendo os dados do balanço final. 
Programado x x 
Realizado 
Obtenha listagem da composição do estoque e confronte 
com o total do balanço. 
 
Programado x x 
Realizado 
Certifique-se da existência de estoque em trânsito ou em 
poder de terceiros. No caso deste último, avalie a 
necessidade de ida ao local para a contagem física in loco. 
Caso contrário, circularize o local onde os estoques estão 
alocados. 
 
Programado x 
Realizado 
Certifique-se da possível existência de estoques dados em 
garantia. 
 
Programado x x x 
Realizado 
Certifique-se de que a preparação para a realização do 
inventário físico foi corretamente efetuada. 
 
Programado x x x 
Realizado 
 
 
23 
Na data do inventário físico, acompanhe os procedimentos 
durante ele, de forma a certificar-se de que todo o estoque 
foi devidamente inventariado. 
 
Programado x x 
Realizado 
Elaborar um WP contendo a numeração das etiquetas 
emitidas, as utilizadas e não utilizadas separadas por 
produto acabado, em processo e matéria-prima. 
 
Programado x x x 
Realizado 
Elaborar WPs listando as últimas notas fiscais emitidas de 
vendas no exercício e as primeiras do exercício seguinte. 
Igual procedimento deve ser efetuado para as notas fiscais 
de compras. 
 
Programado 
Realizado 
Elabore WP de matéria-prima, selecionando os itens que 
serão testados. Certifique-sede que constam na listagem do 
inventário físico. 
 
Realizado 
Programado 
Elabore WP referente aos produtos em processo e certifique-
se do correto grau de acabamento. 
 
Programado x x x 
Realizado 
Elabore WP de produtos acabados selecionando os itens 
que serão testados. Certifique-se de que constam na 
listagem do inventário físico. 
 
Programado 
Realizado 
Equipe: 
T
iq
u
e
s
 
* Valores conforme Observações: 
1) Maria / Documentos adicionais 
2) Marcos - Erros de cálculo 
3) João + Conferido Data de Elaboração: Outubro/20X1 
4) Cláudia X Conforme o sistema Elaborado por: Liezer Veloso 
Fonte: Lins, 2017, p. 111.

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