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FRASER, Nancy; HONNETH, Axel Redistribución o reconocimiento - un debate político-filosófico Introdução, capítulos II - Honneth

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`Resumo: FRASER, Nancy; HONNETH, Axel. ¿Redistribución o 
reconocimiento?: un debate político-filosófico. Madrid: Morata, 2006 
(Capítulo II - Honneth). 
 
Inicialmente, verifica-se que Nancy Fraser pretende estabelecer as bases 
conceituais de uma tentativa de se reconectar com uma reivindicação antiga da teoria 
social crítica, tanto no sentido reflexivo, de maneira a conceituar movimentos 
emancipadores, quanto no sentido prospectivo, de forma a examinar a realização de seus 
objetivos. 
Assim, ela crê que, tendo em vista a distância dos conceitos chave da teoria 
social crítica, acaso se aproxime da teoria do reconhecimento isso levaria a ignorar 
demandas de redistribuição econômicas, o que constituiria o núcleo normativo da tradição 
teórica. 
O ponto de vista de Fraser, portanto, é que a justa redistribuição dos recursos 
materiais segue sendo como principal em virtude de sua urgência moral, ao passo em que 
as demandas de reconhecimento deveriam se ajustar aos limites resultantes. 
Contrariamente à tese de que os objetivos normativos da teoria social crítica se 
concebam como o produto de uma síntese de considerações materiais e culturais da 
justiça, Honneth acredita que a intenção de renovar as reivindicações globais da teoria 
crítica atualmente se orientaria melhor através do marco categorial de uma teoria 
diferenciada do reconhecimento, uma vez que estabeleceria um vínculo entre as causas 
sociais e os objetivos normativos dos movimentos emancipadores. 
Ainda, ele afirma que esse enfoque não correria o risco de que teria a teoria de 
Fraser de introduzir um abismo entre os aspectos simbólicos e materiais da realidade 
social, haja vista que a relação entre ambos seria um resultado mutável dos processos 
culturais de institucionalização. 
 
I. Sobre a fenomenologia das experiências da injustiça social 
 
Dessa forma, dando início de fato à perspectiva de Honneth, observa-se que este 
se interessa, primeiramente, pela demanda indireta de um vínculo entre a teoria social 
crítica e os movimentos sociais contemporâneos. O perigo, portanto, que ele examina 
nessa relação seria a redução da busca do sofrimento social e do descontentamento moral 
em prol dos objetivos de organizações públicas amplamente conhecidas. Assim, apenas 
seria moralmente relevante as experiências que já tivessem alcançado a atenção dos meios 
de comunicação. 
 
1. Sobre a desmistificação das “lutas de identidade” 
 
Honneth, dessa maneira, possui uma visão distinta de Fraser, na medida em que 
questiona a partir de que formas moralmente relevantes de privação e sofrimento social 
tem-se que realizar a abstração para chegar ao disgnóstico de que, atualmente, estamos 
enfrentando essencialmente lutas pelo reconhecimento “cultural”, ideia esta que seria, na 
visão dele, enganosa. 
Além disso, muitos movimentos sociais que demandam o reconhecimento de 
suas convicções axiológicas nem sempre são grupos pacíficos, a exemplo de feministas 
ou minorias marginalizadas, mas também grupos racistas e nacionalistas. 
 
 
 
 
 
2. A injustiça como humilhação e falta de respeito 
 
Até então, observa-se que o texto de Honneth apenas demonstrou contra Fraser 
que uma orientação da teoria social crítica em sentido normativo fazia com que as 
demandas publicamente perceptíveis dos movimentos sociais tivessem uma consequência 
não almejada de reproduzir as exclusões políticas. 
Contrariamente à Fraser, Honneth assume que o aumento das demandas de uma 
política de identidade, por não falar de objetivos multiculturais, não justifica a 
reformulação dos conceitos básicos da teoria social crítica em termos do reconhecimento, 
mas uma visão melhorada das fontes motivacionais do descontentamento e das 
resistências sociais. 
 
 
 
No entanto, de forma a melhor investigar as formas de descontentamento e 
sofrimento sociais, imperioso se faz alcançar uma pré-compreensão conceitual das 
expectativas normativas que devemos supor a respeito dos membros de uma determinada 
sociedade. 
Assim, enquanto antes muito se supunha acerca de interesses predeterminados 
dos sujeitos, nesse ponto não mais existem orientações prévias suficientes para que se 
possa haver algum nível de expectativas normativas. O que predomina, portanto, nas 
versões mais modernas da teoria social crítica é a convicção de que não faz falta uma 
classificação posterior desse tipo, já que os objetivos articulados pelos movimentos 
sociais já dizem bastante sobre as formas existentes de injustiça social. 
 
 
Dessa forma, a injustiça social ocorre quando já não se pode compreender 
racionalmente por qual motivo uma regra institucional deve-se basear de acordo com os 
motivos usualmente aceitos. 
 
 
 
Diante disso, o confronto à Fraser encontra-se na ideia de que o marco conceitual 
do reconhecimento não tem hoje uma importância fundamental porque expressa os 
objetivos de um novo movimento social, mas sim pelo fato de ter demonstrado que é a 
ferramenta adequada para desvendar as experiências sociais de injustiça em seu conjunto. 
 
II. A ordem capitalista de reconhecimento e os conflitos sobre distribuição 
 
Ademais, para Honneth, parece inverossímil interpretar a história do conflito 
político nas sociedades capitalistas por meio de um esquema que afirma uma transição a 
partir de movimentos sociais baseados em interesses orientados para a identidade, de onde 
se derivaria o passo do interesse e da identidade, na semântica normativa ou da igualdade 
ou diferença. 
 
1. Sobre a diferenciação histórica de três esferas de reconhecimento: amor, lei e 
realização 
 
Na sequência, ele pretende demonstrar que a dependência humana do 
reconhecimento intersubjetivo está configurada sempre pelo modo particular em que se 
institucionaliza a mútua concessão do reconhecimento em uma sociedade. 
Diante disso, no tocante à forma de reconhecimento do amor, esta se tornou 
independente na medida em que as relações entre os sexos foram se libertando das 
pressões econômicas e sociais. Assim, foi surgindo uma classe independente de relações 
sociais, a qual se distingue pelos princípios do afeto e da atenção. 
Outro processo evolutivo encontra-se no aparecimento das instituições 
fundamentais da sociedade capitalista. Dessa maneira, o reconhecimento jurídico do 
indivíduo não estava diretamente conectado com a estima social em razão de idade, 
origem ou função, mas em um prestígio estabelecido, de forma a mesclar respeito jurídico 
e estima social, o que se rompeu com a aparição do capitalismo burguês. 
Assim, a estima individual que o indivíduo merecia na sociedade já não mais era 
decidido por sua propriedade ou demais códigos de honra, mas sim pelo seu êxito 
individual na estrutura da divisão do trabalho organizada em um plano industrial. Ou seja, 
a sociedade se encontrava parcialmente “meritocratizada”, tendo em vista a noção de 
“cidadão produtivo”. 
Destarte, nesse contexto de um novo tipo de relação do indivíduo consigo 
mesmo que foi possível a revolução na ordem do reconhecimento, tendo em vista que 
aprenderam a se referir a si mesmos em três diferentes formas: nas relações privadas, nas 
relações jurídicas e nas relações sociais flexíveis. Ou seja, aprendem a se compreender 
como sujeito detentores de habilidades e talentos importantes para a sociedade, nesse 
contexto de aprovação social. 
 
2. Conflitos distributivos como lutas por reconhecimento 
 
Em seguida, no que se refere aos trabalhos de Marx, Honneth acredita que aquele 
comete erros graves em sua análise acerca da sociedade capitalista, especialmente quanto 
à propensão de se depreciar a força moral dos princípios da igualdade e do êxito enquanto 
superestrutura cultural. Ademais, verifica-se que Fraser, dentro dessa temática, valoriza, 
politicamente, mais as lutas distributivas do que o predomínio das lutas de identidade. 
Diante disso, Honneth vê a necessidade da reelaboração do conceitode lutas por 
distribuição. 
No entanto, no tocante às lutas por reconhecimento, uma visão diferente desta, 
da ocasionalmente verificada, só seria possível quando se levasse em consideração o fato 
de que mesmo a demarcação social das profissões é um resultado da valorização culturas 
de capacidades específicas. 
 
 
 
Nesse ponto, visualiza-se que o ponto de discordância entre ele e Fraser 
encontra-se na relação entre a economia e a cultura, bem como entre a ordem econômica 
capitalista e os valores culturais. 
Até agora, portanto, as reflexões do Honneth o levaram à conclusão de que uma 
concepção satisfatória da ordem social capitalista não apenas requer incluir as três esferas 
de reconhecimento social, mas também os valores culturais envolvidos na esfera 
econômica mediante as interpretações do “princípio do êxito”, como se verifica: 
 
 
 
 
Outrossim, contrariamente à concepção de Fraser, Honneth defende uma postura 
que não leva a um “monismo teórico cultural”, mas sim a um “monismo teórico moral”, 
de forma que a sua reprodução seguiria dependendo de uma base de consenso moral que 
teria uma primazia real frente a outros mecanismos de integração. 
 
Ressalta-se, portanto, que apenas se pode obter uma abordagem teórico social 
suficiente acerca dos conflitos sociais se, partindo dos princípios de reconhecimento 
institucionalizados e legitimadores, direciona a atenção aos enganos morais e às 
experiências de injustiça. 
 
 
 
III. Reconhecimento ou justiça social 
 
1. A Identidade cultural e as lutas por reconhecimento 
 
Ainda, na sequência, observa-se que as demandas por uma política por 
identidade permanecem dentro de um marco normativo da luta por igualdade de 
tratamento jurídico, ou seja, com a eliminação de obstáculos e/ou desvantagens relativos 
às características culturais de um determinado grupo social (PETERS). 
Assim, quando as demandas por reconhecimento de identidade cultural almejam 
a proteção da integridade da vida do grupo social, esse movimento perpassa pelo princípio 
da igualdade, haja vista a noção de que a igualdade jurídica requer abstração das 
diferenças culturais. 
Também, mais no decorrer do texto, Honneth afirma que enquanto as demandas 
por reconhecimento deixem de adotar a forma meramente negativa de proteção de uma 
degradação dirigida concretamente contra um grupo e promovam a estima de seus 
próprios objetivos e valores, acabarão excedendo o marco normativo do princípio da 
igualdade jurídica. 
 
2. Perspectivas acerca de um conceito de justiça dentro da teoria do reconhecimento 
 
Em seguida, Honneth alega que, em sua resposta à Fraser, limitou-se a explicar 
a infraestrutura normativa do estado capitalista constitucional de forma a delinear o perfil 
geral da luta por reconhecimento. 
 
 
 
Dessa forma, Honneth afirma que se utilizou da ideia normativa de 
reconhecimento em um sentido puramente descritivo, tendo em vista que sua 
preocupação se encontrava em defender a tese de que as expectativas normativas que os 
sujeitos levam à sociedade estão orientadas ao reconhecimento social de suas capacidades 
por outros indivíduos em geral. A consequência disso está tanto na socialização moral do 
sujeito quanto na integração moral da sociedade. 
Assim, sua ideia é de que, com respeito ao desenvolvimento social, devemos ser 
capazes de falar de progresso moral, ao menos na medida em que a demanda de 
reconhecimento social tem sempre um excedente de validade e, consequentemente, 
provoca a longo prazo um aumento na qualidade da integração social. 
 
 
 
Dessa maneira, a diferenciação essencial entre os enfoques de Fraser e Honneth 
reside no fato de que, desde o ponto de partida da autonomia individual, ela passa de 
imediato à ideia de participação social, enquanto ele perpassa primeiramente da 
autonomia individual ao objetivo de uma formação de identidade da forma mais íntegra 
possível, com o escopo de introduzir os princípios do reconhecimento mútuo como 
premissa necessária para esse objetivo. 
 
 
 
Conclusão

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