Eixo 1-Aula 2-Tecido epitelial

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Tecido epitelial
Histologia
Rai Macena
Tecido epitelial
Organizam-se sob duas formas:
Epitélios que cobrem todo o corpo externamente e revestem o corpo internamente.
Glândulas que se originam das células epiteliais.
	Um epitélio ou tecido epitelial é uma camada celular que cobre todas as superfícies internas e externas do corpo. Os epitélios são caracterizados por serem constituídos de células com formas e disposição variáveis.
De revestimento
Glandular
 Os epitélios podem ser derivados:
 - Ectoderma:
 - Mesoderma:
 - Endoderma:
EPIDERME
Epitélio da córnea
ENDOTÉLIOS
MESOTÉLIOS
Revestimento rins
EPITÉLIO: gastro-intestinal
EPITÉLIO: bexiga
EPITÉLIO: traquéia,
brônquios, pulmão
Tecido epitelial
Proteção
Revestimento
-Secreção de substâncias (as glândulas - hormônios)
-Absorção (ex. microvilosidades intestinais; que aumentam a absorção de nutrientes)
-Percepção Sensorial (sentidos) 
Funções do tecido epitélial
Junção celular
Tecido epitelial
 As junções celulares são especializações da membrana plasmática das células que tem como função a ligação entre células vizinhas ou entre células e a matriz extracelular. 
 Existem fundamentalmente três tipos de junções: junções apertadas, junções comunicantes e junções aderentes
As junções apertadas
liga duas células vizinhas que torna o meio extracelular impermeável não permitindo a passagem de pequenas moléculas ou íons. As proteínas que intervém nesta junção são as claudinas e as ocludinas.
As junções comunicantes
servem para a ligação entre duas células adjacentes permitindo a passagem de moléculas e de íons entre as duas células. Estas junções são constituídas por seis proteínas denominadas conexinas que se organizam formando um canal.
As junções aderentes
rodeiam completamente as células. As proteínas que intervém neste tipo de junção são as caderinas e as cateninas. Existem vários tipos de junção aderente entre eles os desmossomas e os hemidesmossomas.
Faixas de proteínas
Espaço extracelular
Membranas plasmáticas adjacentes
Espaço extracelular
Filamentos de actina
Filamentos intermediários
Placa
Desmogleínas
Membranas plasmáticas adjacentes
Espaço extracelular
Conexons
Integrinas (proteínas receptoras transmembranares)
Junção celular
Tecido epitelial
 Cobertura flexível e fina (40-120 nm) de matriz especializada, que está presente em todos os epitélios; 
Influência a sobrevivência e proliferação celular;
 Determina a polaridade celular, influencia o metabolismo, organiza proteínas adjacentes à M.P.
 Induz a diferenciação celular e funciona como estradas para a migração das células; 
Lâmina basal
Tecido epitelial
Constituintes da LB: 
São sintetizados por fibroblastos e células epitéliais. 
 
colágeno tipo IV
proteoglicana Percelan e glicoproteínas
laminina e Entacina.
Epitélio de revestimento
Tecido epitelial
 As células geralmente são justapostas, permitindo a existência de pouco material intercelular. 
 Entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo sobre o qual se assenta, existe uma camada chamada membrana basal. 
 Esta é constituída principalmente de colágeno IV, que forma a lâmina basal, e fibras reticulares, que, penetrando no tecido conjuntivo subjacente, completam a membrana basal.
 Função do epitélio de revestimento:
- o órgão de impacto imediato do organismo, a pele, a qual possui o epitélio do tipo pavimentoso estratificado queratinizado, que impede a ação microbiológica patogênica conferindo proteção, evita o ressecamento do organismo e ameniza a ação de choques mecânicos. 
 Quanto ao formato da célula: 
- células do epitélio pavimentoso: são achatadas e têm forma poligonal.
 células do epitélio cilíndrico são altas, com forma de prismas e;
 células cúbicas têm formato cúbico.
 Quanto ao número de camadas: 
simples: quando todas as células do epitélio se prendem à membrana basal.
 epitélio pseudo-estratificado: no qual todas as células se prendem à membrana basal, mas não atingem a mesma altura, dando a impressão, ao microscópio, de ser estratificado. 
estratificado: quando apenas algumas células se prendem a ela, pois as demais vão se sobrepondo umas às outras, formando vários estratos.
 
O tecido epitelial de revestimento está dividido da seguinte forma:
Tecido epitelial
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
1. Simples:
1.1 Pavimentoso: quando as células são achatadas como escamas.
Localização:
Alvéolos pulmonares
Ouvido interno e médio
Vasos sanguíneos e linfáticos
Alça de Henle
Cavidades pleural e peritoneal
Funções:
Limitante de membrana
Transporte de fluidos
Trocas gasosas
Lubrificação
Redução do atrito
Membrana de revestimento
Origem: Pulmão
N:núcleo
av:alvéolo
Ep:epitélio 
1. Simples:
1.2 Cúbico: quando as células têm forma de cubo. 
Localização
Cobertura do ovário
Ductos de glândulas
Forma os túbulos renais
Funções:
Secreção
Absorção
Proteção
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
Ovário
1. Simples:
1.3 Cilíndrico: quando as células são alongadas em forma de colunas.
Localização:
testículos
Úteros
Trato digestivo
Vesícula biliar
Bronquíolos
Funções:
Transporte
Absorção 
Secreção
Proteção 
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
Origem: duodeno
L:luz
TC: tecido conjuntivo
CE: célula epiteliais, N:núcleo
CG: célula caliciforme
mV: microvilosidades 
2. Pseudo-estratificado :
	Todas as células tocam a lâmina basal, mas nem todas alcançam a superfície. As células que atingem a superfície são cilíndricas.
Localização:
Traquéia
Brônquios
Cavidade nasal
Funções:
Transporte
Absorção 
Secreção
Proteção 
Lubrificação 
Origem: traquéia
E:epitélio
LT: luz da traquéia
CCc:células cilíndricas ciliadas
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
3. Estratificado :
3.1 Pavimentoso não queratinizado: epitélio bastante espesso, possui o formato cubóide e achatadas (pavimentosas), as células superficiais são nucleadas.
Localização:
Cavidade oral
Epiglote
Esôfago
Vagina
Funções:
Proteção
Secreção
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
Pavimentoso não queratinizado
Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado do esôfago, apoiado no tecido conjuntivo que constitui sua lâmina própria. 
3. Estratificado :
3.2 Pavimentoso queratinizado: camadas de células superficiais mortas e anucleadas e células fortemente queratinizada (camada córnea),
Localização:
Epiderme da pele
Regiões da cavidade oral
Função:
Proteção
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
granulosa
Espinhosa
Basal ou
germinativa
Fotomicrografia do corte de pele do abdômen (pele fina)
3. Estratificado :
3.3 Cúbico: única camada de células, células com formato cúbico com um núcleo central e arredondado.
Localização:
Ductos de glândulas sudoríparas
Função:
Absorção 
Secreção
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
Porções secretoras
Ducto
Conjuntivo
Glândula sudorípara, mostrando a porção secretora e os ductos. A porção secretora envolta por uma camada de células mioepiteliais vermelhas. 
Ducto
3. Estratificado :
3.4 Cilíndrico: mais de uma camada de células, camada superficial de células cilíndricas.
Localização:
Conjuntiva dos olhos
Ductos excretores
Uretra masculina
Função:
Absorção 
Secreção
Proteção
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
Estratificado
cilíndrico
Corte da glândula lacrimal, mostrando cortes de ductos excretores, de vasos sanguíneos e muitas unidades secretoras. 
3. Estratificado :
3.5 Transição: varias camadas de células, formato de cúpula quando relaxadas e achatada quando distendidas..
Localização:
Trato urinário
dos cálices renais até a uretra
Função:
Proteção 
Distensão para acomodação de urina
Classificação dos epitélios de revestimento
Tecido epitelial
Origem: bexiga
N:núcleo,ET:tecido epitelial de transição
LP:lâmina própria,SM:submucosa 
Desenvolvimento de glândulas a partir de epitélios de revestimentos
Tecido epitelial
Epitélios Glandulares
Tecido epitelialÉ formado por um conjunto de células especializadas cuja função é a produção e liberação de secreção. 
O parênquima é a unidade secretora junto com seu ducto, o estroma é o tecido conjuntivo que sustenta o parênquima.
As moléculas secretadas são armazenadas nos grânulos de secreção. 
As células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e secretar proteínas, lipídios ou complexos de carboidratos e proteínas. 
Ultra estrutura de uma célula calciforme
Tecido epitelial
	As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, após o que sofrem diferenciação adicional. 
Elas podem ser:
- Quanto a organização:
Tipos de epitélios glandulares
 Unicelulares - Células glandulares isoladas. 
Ex. célula caliciforme presente no revestimento do intestino delgado ou do trato respiratório.
 Multicelulares- Compostas de agrupamentos de células
Célula calciforme (GC) no revestimento epitelial de íleo
- Quanto ao local de secreção:
1. Glândulas exócrinas - mantêm sua conexão com o epitélio do qual se originaram. 
Secretam seus produtos através de um ducto para a superfície de seu epitélio.
 Muitas glândulas do sistema digestivo, respiratório e urogenital secretam substancias que são descritas como mucosas, serosas ou misto (seromucosas). 
- mucosas: secretam mucinogênio. Ex. glândulas esofágicas, salivares da língua e do palato.
 serosas: secretam um fluido rico em enzimas. Ex. pâncreas exócrino e glandula salivar parótida;
 mista: contém acinos que produzem secreções mucosas e serosas.
Tecido epitelial
Tipos de epitélios glandulares
Tipos de secreções
Glândulas esofágicas de secreção mucosa com característico citoplasma claro, levemente basófilo, e núcleos basais (setas). Ao lado das glândulas há um pequeno ducto formado por um epitélio simples cúbico. Todo esse conjunto é circundado por um tecido conjuntivo, corado em rosa. 
Tipos de secreções
Corte de glândula salivar parótida, mostrando os seus ácinos constituídos por células serosas. 
Corte de glândula salivar submandibular com sua estrutura tubulo-acinosa, constituídos por células mucosas e serosas nos ácinos. 
 Glândulas endócrinas - não têm ductos e suas secreções são lançadas no sangue e transportadas para o seu local de ação pela circulação. 
 Existem 2 tipos de glândulas endócrinas. 
Glândulas cordonais: as células dispõem-se em cordões separados por capilares sangüíneos. Não há armazenamento de secreção. 
	Ex.: paratireóide, hipófise, ilhotas de Langerhans do pâncreas, adrenal.
Glândulas vesiculares: as células agrupam-se formando vesículas, que armazenam os produtos secretados antes de eles atingirem a corrente sangüínea. Ex.: tireóide. 
Tecido epitelial
Tipos de epitélios glandulares
Tecido epitelial
Tipos de epitélios glandulares
Glândulas cordonais
Fotomicrogafia de um corte do pâncreas que mostra uma ilhota de Langerhans cercada de células acinosas do pâncreas.
Corte de uma tireóide mostrando os folículos formados por células foliculares e células parafoliculares, produtoras de calcitonina.
Glândulas vesiculares
Correlações clínicas
Síndrome de Kartagener
Tecido epitelial
	A Síndrome de Kartagener é causada por uma doença autossômica recessiva rara, que apresenta uma tríade composta por pansinusite crônica, bronquiectasia e situs inversus com dextrocardia.
	Mais tarde a síndrome foi renomeada para Discinesia Ciliar Primária, uma vez que se verificou defeito na organização estrutural dos cílios do epitélio de revestimento da árvore respiratória.
	O portador pode apresentar tosse produtiva crônica, infecções respiratórias recorrentes e infertilidade masculina.
Pênfígo vulgar
Correlações clínicas
Tecido epitelial
	É uma doença vesicobolhosa crônica de natureza auto-imune. Acomete pele e mucosas e caracteriza-se pela presença de auto-anticorpos contra proteínas desmossômicas encontrado nas junções epiteliais dos tecidos de revestimento,
 	O diagnóstico é firmado pelo exame histopatológico que mostra bolhas acantolíticas intra-epidérmicas baixas, logo acima da zona da membrana basal. 
Metaplasia pavimentosa
Correlações clínicas
Tecido epitelial
Esquemas de das fases de metaplasia escamosa do epitelio cilíndrico simples do colo uterino.
A) Epitelio cilíndrico normal
B) Hiperplasia de células subcilíndricas
C) Metaplasia escamosa inmadura
D) Metaplasia escamosa madura 
	È uma alteração reversível quando uma célula adulta, seja epitelial ou mesenquimal é substituida por outra de outro tipo celular.
Ex. uma forma comum de metaplasia, o epitélio colunar do trato respiratório, submetido cronicamente a irritação pela fumaça do cigarro , passa a ser do tipo escamoso.
Metaplasia também ocorre em células do tecido conjuntivo com a formação de cartilagem, tecido adiposo ou osso em tecidos que originalmente não possuem esses elementos.
Referências consultadas
Gartner, L.P. & Hiatt, J.L. Tratado de histologia em cores. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2007. 576p.
Junqueira e Carneiro - Histologia Básica 8ª edição Editora Guanabara Koogan - 1995