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MÓDULO II - RESUMO PROVA Fundamentos da Avaliação Funcional de Glândulas Endócrinas Considerações na avaliação laboratorial de glândulas endócrinas · baixas concentrações séricas · local de ação geralmente é distante do local de produção · geralmente proteínas · meia-vida de alguns hormônios · concentrações séricas de alguns hormônios apresentam ritmos circadianos (ACTH) Provas de estímulo e supressão · ajudam a evidenciar deficiências ou excessos de produção ou secreção de hormônios · valores basais podem apresentar grandes variações, ou valores próximo a zero ou indetectáveis podem estar dentro da normalidade Dosagem laboratorial de hormônios (imunoensaios) · radioimunoensaio (125I) · resultado inversamente proporcional: ↑aldosterona do paciente ↓ radioatividade · moléculas pequenas · imunoensaio enzimático (ELISA) · resultado diretamente proporcional: ↑hormônio ↑ligação · moléculas grandes · quimioluminescência · imunoensaio de fluorescência ou eletroquimioluminescência Doenças e Avaliação Funcional da Glândula Tiróide Tipos de disfunção · primária: glândula · secundária: hipófise · hipotireoidismo terciário: disfunção do hipotálamo · produz THR para estimular tireoide (TSH), produz T3 e T4, feedback negativo inibe TRH e TSH Regulação Fisiológica Hipotálamo → THR → hipófise → tiróide → T3, T4 ↷ T3L, T4L Fisiologia TSH (hormônio estimulador da tiróide) · meia-vida plasmática de 50 min · age em receptores da membrana plasmática de células dos folículos da tiróide · estimula síntese e secreção de hormônios tiroideanos T4 (tiroxina) · meia-vida plasmática de 7 dias · pequena fração na forma livre: 0,03% · principais proteínas ligadoras: TBG, transtiretina e albumina · Conversão periférica à T3 pela 5-deiodinase (T4 ↷ T3) · enzima localizada no fígado e músculo. · pró-hormônio (não tem atividade) T3 (triiodotironina) · meia-vida plasmática de 1 dia (½ T3>T4) · hormônio ativo · fração livre: 0,3% (>T4) · 80% provém da conversão de T4, apenas 20% da tiróide Hormônios Tireoidianos - FUNÇÃO · ação em receptores nucleares · importantes reguladores do metabolismo · regulam metabolismo oxidativo mitocondrial · regulam síntese de proteínas · auxiliam o desenvolvimento cerebral e crescimento corpóreo Teste do pezinho Diagnóstico de hipotireoidismo congênito Disfunção em Hormônios Tiroideanos Hipotiroidismo · mais comum na população (incidência maior em mulheres) · não tem cura · causas mais comuns: · tiroidite de hashimoto (>90%) · deficiência de TSH (destruição da hipófise) · falta crônica de iodo T4 T3 ↓TSH ↑ Características clínicas: diminuição da memória e frequência cardíaca, constipação, hipomotibilidade gastrointestinal, irregularidade menstrual, fraqueza muscular, pele seca, retenção hídrica, edema facial, bócio → metabolismo reduzido Tiroidite de Hashimoto - Fisiopatologia · doença autoimune da tiróide: produção de autoanticorpors contra proteínas da tiróide · destruição lenta de células tiroideanas: formação de anticorpos envolvidos na síntese do hormônio, diminuindo sua produção · infiltração linfocitária na tiróide · associada com presença de bócio Comment by Ana Carolina Silveira Risk: T4 e T3 baixo, TSH alto Hipertiroidismo (Tirotoxicose) · mais raro · transitório: trata e cura, tem remissão ou progride para hipotiroidismo · causas mais comuns: · doença de graves · bócio multinodular tóxico · fontes exógenas de T3 ou T4 Características clínicas: nervosismo e labilidade emocional, tremor fino nas mãos, palpitações, taquicardia, diarréia, hipermotibilidade gastrointestinal, fraqueza muscular, pele quente, úmida e lisa, perda de peso com aumento de apetite, rubor facial, bócio, transpiração → metabolismo exagerado Doença de Graves - Fisiopatologia · distúrbio autoimune: produção de autoanticorpos contra receptores de TSH (TRAb) · autoanticorpos atuam como o TSH, estimulam a glândula tireóide a produzir constantemente ↑ T4 T3 ↓TSH, TRAb + Bócio Multinodular Tóxico - Fisiopatologia · mais frequente na meia-idade e em idosos · associado a presença de bócio e deficiência crônica de iodo · produção autônoma de hormônio por tecido tiroideano ↑ T4 T3 ↓TSH (feedback negativo) Fontes Exógenas de T3 e T3 · dose excessiva de medicamentos → tirotoxicose factícia · exemplo: T3 para não perder massa muscular Análises disponíveis para avaliação da função tiroideana TSH Hipertireoidismo (↑↑ produção hormônio) · TSH alto diminui T3 e T4 · Alteração na tireóide = TSH diminui Pequenas falhas na tireoide resultam em grandes aumentos de TSH. Maior sensibilidade para detectar alterações na função tireoidiana. TSH: melhor para avaliação de hipotireoidismo (escala log) O TSH demora para atingir o equilíbrio no início do tratamento (longo prazo), em que o T4 livre varia rapidamente · início de tratamento: neste caso, T4 livre é melhor para avaliação TSH escala exponencial T4 livre escala linear Regras gerais para o uso de testes para diagnóstico de doenças tireoidianas em pacientes ambulatoriais · condição tiroideana estável: TSH · condição instável: T4 livre T4 livre fração livre dos hormônios correlaciona melhor com alterações patológicas e efeitos T3 livre T3 é o hormônio ativo, mas a dosagem de T4 livre é melhor pq T3 é decorrente da conversão de T4 · falso negativo no início do hipotiroidismo (compensação inicial) · T4L apresenta melhor correlação com a condição clínica T3 ajuda em situações de exceção Quando dosa T3 livre? Para diagnóstico de hipertiroidismo por T3 (raro) e suspeita de tirotoxicose factícia por T3. · ↓ iodo, TSH ↓, T4 ↓ ou normal, T3 ↑ (tirotoxicose por T3) Anticorpos antitiróide anti-TPO (antitiroperoxidase), anti-TG (antitiroglobulina) HIPO · associados a tiroidite autoimune e destruição da tiróide (hashimoto) · precedem o aparecimento do hipotiroidismo clínico · estabelecem a etiologia da falência tiroideana Autoanticorpos: usados para confirmar a tiroidite de Hashimoto (hipo) TRAb (anti-receptor de TSH) · auxilia no diagnóstico da Doença de Graves Farmacologia Tireoide Metabolismo e excreção de T4 · 40% do T4 é convertido em T3 pela isoforma D1 da 5-deiodinase · 40% do T4 é convertido em T3 reverso, que não tem atividade fisiológica, pela D3 da 5-deiodinase · T3 é posteriormente metabolizado e grande parte do iodo é recaptado pela tireóide · 5% do T4 e T3 sofrem desaminação e descarboxilação, produzindo TETRAC TRIAC. São excretados na bile, restante sofre glicuronidação e eliminação fecal FÁRMACOS TIREOIDIANOS (hipo) Possibilidades terapêuticas no hipotiroidismo · reposição de hormônio tiroidiano · não se inibe o processo autoimune T3 (liotironina sódica) · apenas manipulação T4 (levotiroxina sódica) · pró-fármaco · vantagem fisiológica · forma o hormônio ativo de maneira mais fisiológica · vantagem farmacocinética · meia-vida maior, maior adesão ao tratamento (1x ao dia) · potência mais uniforme · duração mais prolongada · levotiroxina sódica: sal sódico do isômero sintético da tiroxina (T4) · absorção de 50 a 80% · 30 min antes do café da manhã (jejum) · níveis estáveis somente após 4-6 semanas de tratamento → meia-vida longa faz com que demore mais para atingir os níveis · importância da administração regular → efeito cumulativo Após usar o medicamento: o pequeno aumento de T4 circulante é comum logo após a administração · doses menores em pacientes com doença coronariana e >60 anos · cuidado com cardiopatas · início do tratamento com doses mais baixas e depois aumenta (12,5-25) → incrementos graduais até eutireoidismo · ajustes a cada 6 a 8 semanas · situações de maior necessidade: gravidez e infância Maior necessidade de Levotiroxina Redução da absorção de levotiroxina: sucralfato, resina de colestiramina, suplementos de ferro e cálcio, hidróxido de alumínio, dimeticona, preparados de soja em excesso. · aumento da metabolização hepática: fenitoína, carbamazepina · inibição da deiodinação de T4 para T3: amiodarona, propranolol. Tratamento do Hipertiroidismo Possibilidades terapêuticas: Fármacos antitiroidianos, iodo radioativo ou cirurgia.Síntese de Hormônios Tireoidianos · células do folículo da tiróide · colóide: armazenamento · estímulo de TSH provoca pinocitose - liberação de hormônios T3 e T4 Processo: captação de iodeto (dieta ou degradação do hormônio) pela tiróide e glândula salivar (menor qtd) → concentração do iodo de 30-50x Tirosina (substrato para síntese do hormônio) capta o iodeto → oxidação do iodeto (tiroperoxidase) → iodo molecular (I2) ou hasto hipoiodoso → interação com ácido tirosina (tiroglobulina) → T4 e T3 Tiroperoxidase (TPO) · doença de Hashimoto: produção de anticorpos contra a enzima · promove oxidação e acoplamento de dois aminoácidos FÁRMACOS ANTITIREOIDIANOS (hiper) Ex: propiltiouracila (↓ ½, conversão), metimazol (↑ ½, mais EA), carbimazol *Mecanismo: inibem a tireoperoxidase (TPO) · consequências da inibição - inibe: · oxidação do iodeto · incorporação de iodo a tirosina da tireoglobulina · acoplamento de mono e diiodotirosina · apenas PTU inibe a conversão de T4 para T3 · avaliação da conversão: se inibe é inibida, o T3 tem meia-vida menor e se normaliza mais rápido que T4 · normaliza T3 mais rápido em situação aguda · inibe resposta imune celular (graves) Esquema terapêutico clássico · dose de ataque (primeiras semanas) · dose maior · dose de manutenção Reações adversas: agranulocitose (0,2%), urticária, febre, rash cutâneo, dor e rigidez articular, cefaléia, náuseas, nefrite e hepatite (raras) Usa o esquema até uns 2 anos, chegando a remissão espontânea. Se não tiver remissão, a opção é o radiofármaco. Iodo radioativo · quando não ocorre remissão espontânea com fármacos antitireoidianos · tratamento ambulatorial (via oral) · captado e acumulado na tiróide · meia-vida: 8 dias · destrói e altera células tiroideanas · clínica: melhora a partir de 1 mês, efeito máximo depois de 4 meses · evolução para hipotiroidismo, se não resolver o tratamento Cirurgia Quando não há remissão ou intolerância a antitiroidianos na gravidez Distúrbios e Avaliação Funcional da Hipófise Anterior - Fármacos Prolactina · secreção pulsátil e negativamente regulada por dopamina(-) e positivamente por TRH(+) · não há grandes variações do VR · promove lactação · dosagem · coleta entre 8-10h, após 30 min de repouso (estresse influencia) · >150ng/mL: prolactinoma Condições Hipoprolactinemia: raro, deficiência de hormônios hipofisários Hiperprolactinemia · M: galactorréia e amenorréia: ↓GNRH ↓FSH e ↓LH Comment by Ana Carolina Silveira Risk: hormonio liberador de gonadotrofina - hormonio peptidico liberado pelo hipotalamo · H: disfunção sexual↓testosterona · causas não fisiológicas · tumores secretores de prolactina · uso de fármacos (antagonistas de receptor de dopamina, não são tão seletivos) Fenotiazinas, morfina, reserpina , metildopa, cimetidina · hipotiroidismo primário (↑TRH): T4 e T3 ↓, THR e TSH↑ aumenta prolactina Possibilidades terapêuticas Excesso de prolactina · agonistas dopaminérgicos · cirurgia para remoção do tumor · radioterapia · agonistas de receptores D2 · bromocriptina: meia-vida curta, efeitos colaterais, 3x/dia, adesão é mais difícil · cabergolina: meia-vida maior, 1 a 2x/semana, maior seletividade e afinidade Efeitos colaterais: náusea, vômitos, cefaléia, hipotensão postural, psicose, alucinações Hormônio de Crescimento (GH) · secreção pulsátil regulada positivamente por GHRH(+) e negativamente por somastatina(-) Comment by Ana Carolina Silveira Risk: hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) · efeito anabólico, síntese proteica, lipolítico · grandes variações durante o dia · coleta em jejum · amostra basal tem pouco valor para diagnóstico · estimula produção de IGF-1 · desordens relacionadas: gigantismo, acromegalia, nanismo Falta do GH · pré-puberal: baixa estatura e retardo da puberdade → nanismo · defeito hipotalâmico-hipofisário · adultos: ↑ taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares, inflamação ↑, ↓ da massa muscular e ↓ densidade óssea · pós-cirurgia ou radioterapia de tumor hipofisário Deficiência: somatropina (sintético), uso subcutâneo e diário à noite. Excesso do GH · acromegalia: excesso de GH após término da fase de crescimento (fechamento das epífises) · aumento do esqueleto, tecidos moles e espessamento da pele · ganho de peso, hiperinsulinemia, fadiga, cefaléia · produção excessiva de IGF-1 · gigantismo: antes do fechamento das epífises · aumento do crescimento esquelético linear Excesso: octreotida (análogos da somatostatina) Provas funcionais para GH Coleta de amostras seriadas antes e durante estímulo ou supressão · estímulo de GH: clonidina para ↓ GH · promove hipoglicemia com insulina endovenosa, estimula a hipófise a produzir GH · se não produzir: deficiência de GH · supressão de GH: glicose via oral · promove hiperglicemia, suprime a produção de GH Comment by Giovana Fernanda Santos Fidelis: regulador negativo do GH · se ainda produzir: tumor produtor de GH Dosagem de IGF-1 · boa correlação com níveis de GH · dosagens basais para triagem de deficiência ou excesso · meia-vida de até 15h · reduz a necessidade de provas funcionais de GH · sofre influência de: idade, maturação sexual e estado nutricional Doença de Parkinson Patogênese da doença de Parkinson · rigidez muscular, bradicinesia (movimentos limitados e lentos), tremor de repouso · idade média: 55 anos · degeneração da substância negra → neurônios dopaminérgicos · ↓ dopamina no corpo estriado (via nigroestriatal) · estresse oxidativo · dopamina sofre autooxidação quando fora da vesícula (citosol), formando espécies reativas (pH 7) · presença de corpos de Lewy contendo α-sinucleina · inclusão hialina no citoplasma de neurônios · α-sinucleina: estoque intracelular de dopamina, associada com membrana sináptica → TÓXICO → rompimento funcional de vesículas sinápticas · disfunção mitocondrial · inibição parcial da cadeia respiratória na substância negra · ↓ATP ↑ espécies reativas de O2 Fatores de risco · envelhecimento · menor funcionamento do sistema de detoxicação de proteínas disfuncionais → acúmulo → degeneração · toxinas/ambiente externo: pesticidas e herbicidas Mutações (forma familiar da doença) · α-sinucleina → gene SNCA · forma autossômica dominante · doença precoce · corpos de Lewy · acúmulo tóxico · parkin → gene PARK2 · forma autossômica recessiva · doença precoce · ausência de corpos de Lewy · função: processamento fisiológico intracelular de proteínas defeituosas (↓ atividade de proteassomas → destrói proteínas danificadas) Diagnóstico laboratorial Ainda não existe análise que possa ser utilizada de forma rotineira no diagnóstico Em alguns casos (forma familiar) o diagnóstico poderá ser subsidiado por: · testes genéticos para busca de mutações: 10-20% dos casos da forma familiar da doença apresentam mutações em PARK2 Doença de Alzheimer Sintomas cognitivos: perda de memória, desorientação, confusão, problemas com o raciocínio. Sintomas comportamentais: agitação, ansiedade, alucinações, depressão e insônia. Patogênese da doença de Alzheimer · perda de neurônios colinérgicos → deficiência de acetilcolina · Alterações clássicas devido a perda de massa encefálica: 1. retração dos giros 2. alargamento dos sulcos 3. aumento bilateral dos ventrículos 4. perda marcante de massa encefálica na região do hipocampo Alterações neuropatológicas · deposição de material amilóide · formação de placas senis → provoca degeneração de neurônios e células da glia · deposição não é exclusiva da DA · angiopatia amilóide · deposição de material amilóide na parede de microarteríolas · redução da perfusão do tecido nervoso → problema vascular · novelos neurofibrilares intracelulares agregado proteico PPA e secretases PPA: Proteína Precursora de Amilóide → expressa na parede celular de neurônios, relacionada à plasticidade neuronal. Degradação da PPA: α-secretase, β-secretase e γ-secretase · clivagem influenciada pelas presenilas 1 e 2 presentes na membrana · Via não amiloidogênica · predomina α e γ-secretase · fragmentos facilmente degradados e removidos do SNC · Via amiloidogênicaComment by Ana Carolina Silveira Risk: causa problema · predomina β e γ-secretase, fragmento formado resulta em dois peptídeos (placas senis) · peptídeo de 40aa: Aβ40 → maior metabolização e menos tóxica · peptídeo de 42aa: Aβ42 → menor metabolização e maior toxicidade Peptídeo Aβ42 · forma oligomérica interage mais com neurônios e gera maior toxicidade · deposição - placas difusas · alterações intracelulares · perda de homeostase iônica A interação do peptídeo com os receptores leva a inibição da recaptação de glutamato → aumento extracelular → hipersensibilidade/hiperativação dos receptores → perda de gradiente iônico → toxicidade · estresse oxidativo Interação dos peptídeos com receptores → sinalização intracelular → hiperativação de enzimas kinase · fosforilação de proteínas tau (microtúbulos) resulta na agregação no meio intracelular e formação de novelos intracelulares → disfunção e neurodegeneração Apolipoproteína E (APOE) · presença de um ou dois alelos APOE ε4 aumenta a chance, mas não determina a doença · alelo ε2: menor chance de desenvolver, “protetor” Fatores de risco · envelhecimento · aumento da PPA Diagnóstico laboratorial Para predizer se indivíduos com comprometimento cognitivo leve desenvolverão a doença · Aβ42, tau e fosfo-tau no líquido cefalorraquidiano Na doença de Alzheimer (LQR) · ↓ Aβ42: depósito nos tecidos · ↑ tau e fosfo-tau: morte de neurônios, liberação da forma fosforilada Doenças e Avaliação Funcional da Glândula Supra-Renal Controle do eixo hipótalamo-hipófise · processo inflamatório · glicocorticoides exógenos: imunosupressão, antiinflamatório · ex: predinisona, dexametasona → feedback negativo em ↑dose ACTH inibido por longo período (3 semanas) → atrofia da adrenal · para evitar: retirada lenta dos glicocorticoides, para voltar a produzir ACTH e estimular adrenais Causas da falta de cortisol Cursam com ↑ de ACTH · destruição da glândula supra-renal · inibição da síntese por medicamentos (cetoconazol, mitotano) Cursam com ↓ de ACTH · após supressão do eixo hipotálamo/hipófise/suprarrenal por glicocorticoides exógenos · lesões hipotalâmicas-hipofisárias Manifestações clínicas - falta de Cortisol •Síndrome Aguda: febre; dor abdominal; quadro de agitação e confusão; hipotensão arterial que evolui para choque. · retirada de glicocorticoides Comment by Giovana Fernanda Santos Fidelis: hormonios esteroides que se ligam no receptor de cortisol, provocando efeitos similares •Síndrome Crônica: mal-estar; fraqueza muscular; fadiga; anorexia; hipotensão ortostática; hiperpigmentação da pele. Causas do excesso de glicocorticoides Cortisona ↷ Cortisol (final -ol/olona) Síndrome de Cushing Manifestações: obesidade, “face de lua cheia”, hipertensão, estrias violáceas, hirsutismo, acne, deposição aumentada de gordura no tronco, osteoporose Cursam com ↑ de ACTH · adenoma de supra-renal, CA de supra-renal · glicocorticoides exógenos Cursam com ↓ de ACTH · tumor hipofisário secretor de ACTH · neoplasia não-hipofisária secretora de ACTH Características do uso terapêutico de glicocorticóides em doenças endócrinas · doses fisiológicas na terapia de reposição em doenças endócrinas · insuficiência renal por causa de doença auto-imune, infecciosa ou por ↓CRH e/ou ↓ACTH · deficiência enzimática na biossíntese do cortisol (hiperplasia de supra renal) Uso terapêutico de glicocorticóides em doenças não-endócrinas · ações antiinflamatórias e imunosupressoras Distúrbios reumáticos, asma brônquica, doenças cutâneas, doença intestinal inflamatória, hepatite auto-imune, transplante de órgãos, edema cerebral · doses supra-fisiológicas geralmente determinadas por tentativa e erro · efeitos paliativos · possibilidade de inibição do eixo HHSR com o uso >1 semana · lenta retirada · interrupção abrupta com insuficiência supra-renal · dose única na suspeita de insuficiência em pacientes críticos recuperação da produção de CRH, ACTH e cortisol após supressão crônica e profunda Diagnóstico laboratorial - glicocorticoides ACTH · meia-vida muito curta (8 min) · grandes variações durante o dia Cortisol · provas de estímulo e supressão · cortisol sérico: amostra única tem pouco valor diagnóstico · cortisol salivar: representa cortisol circulante, triagem na suspeita de excesso. · cortisol urinário: pouco sensível, triagem na suspeita de excesso, representa variações diárias Deficiência de cortisol · ACTH sintético sintetiza cortisol (prova de estímulo) · se não aumenta = deficiência · não diferencia causa 1ª ou 2ª Excesso de cortisol (síndrome de Cushing) · cortisol na urina, salivar ou sérico · prova de supressão = dexametasona · nível ↑: tumor produtor de ACTH · nível ↓: tumor produtor de cortisol ALDOSTERONA Promove reabsorção de Na+ e H2O (e excreção K+ e H+) nos rins/néfron distal · controle: equilíbrio hidro-eletrolítico · excesso: hipertensão arterial, hipopotassemia · deficiência: perda de Na+, hiperpotassemia, acidose metabólica, renina ↑ · deficiência primária: (defeito enzimático) renina alta (raro) · renina ↓: tumor produtor de aldosterona Avaliação laboratorial: renina, aldosterona, Na+ e K+ séricos. CATECOLAMINAS Dosagem Como as catecolaminas tem ½ curta e são difícies de quantificar, os produtos são dosados para avaliação · Metanefrinas: diagnóstico de Feocromocitima (tumor nas glândulas adrenais) · pico hipertensivo ↑ metanefrinas Endocrinologia Masculina Caractéres sexuais secundários dependem de testosterona e 5-α-driidrotestosterona Testosterona · produzida a partir do colesterol · destino: ação direta nos receptores · 5-10% convertida em 5-αredutase · <1% convertida pela aromatase (tecido adiposo e fígado - estradiol) · metabolismo · metabólitos inativos: androsterona e etiocolanolona · metabólitos ativos diidrotestosterona e estradiol Principais desordens · infertilidade · distúrbios obstrutivos ou testiculares · avaliação do sêmen e dosagens de testosterona, FSH e prolactina · impotência · causas orgânicas: endócrinas (hipogonadismo), doenças crônicas (cirrose), medicamentos · causas psicogênicas · Deficiência de androgênios Antes da puberdade: não desenvolve caracteres sexuais 2ª Após puberdade: ↓ do tamanho da próstata, crescimento barba e pêlos,, volume de sêmen, libido e impotência Causas relacionadas com hipogonadismo 1º ou 2º Hipogonadismo primário · ↑ FSH e LH, ↓ testosterona · feedback negativo · possível repor testosterona · distúrbios genéticos e de desenvolvimento (Klinefelter) · defeitos estruturais ou adquiridos (pós-orquite viral, cetoconazol) Hipogonadismo secundário · ↓ FSH e LH, ↓ testosterona · falta estímulo · não desenvolve caracteres sexuais secundários Causas: deficiências hipotalâmica/hipofisárias, pan-hipopituitarismo, hiperprolactinemia, uso exógeno de esteróides androgênicos anabólicos, desnutrição. *Esteróides androgênicos anabólicos · moléculas semelhantes à testosterona · pode levar a infertilidade · inibe TSH e LH, inibe produção de testosterona andrógena · riscos: diminui fertilidade e ginecomastia Distúrbios e Avaliação Funcional das Gônadas Femininas Estradiol (+) hipófise: ovulação Principais vias de biossíntese de hormônios esteróides no ovário Colesterol → LH age nos folículos ovarianos → produção de progesterona → aromatase → conversão de estrona e estradiol Ciclo menstrual Fase folicular: ↑ estradiol e TSH Ovulação: pico de FSH e LH Corpo lúteo: produz ↑ progesterona Principais desordens · hirsutismo · crescimento excessivo de pêlos, localizado ou generalizado (hipertricose - minoxidil) · distúrbios ovarianos ou supra-renais · medicações: androgênios esteróides, anabólicos ou glicocorticoides · diagnóstico: testosterona total (forma livre e ligada a SHBG e albumina) · galactorréia · hiperprolactinemia · infertilidade · menopausa · espontânea: 45-55 anos · avaliação laboratorial: ↑ FSH, LH (falência ovariana sem feedbak negativo), ↓ estradiol, prolactina normal · outras: sangramento uterino anormal, dismenorréia, etc) · amenorréia · amenorréia primária Causa rara. Tumor abdominal devido a retençãodo fluxo menstrual, correção cirúrgica. → produção diminuída de hormônios: disgenesia gonadal (turner) → produção aumentada: produção em excesso de hormônios, suprimi FSH e LH Diagnóstico laboratorial: FSH e LH ↑, estradiol ↓ · amenorréia secundária Ausência de menstrução por 3 a 6 meses. Produção normal de hormônios sexuais: lesão traumática do endométrio. Produção diminuída de hormônios: FSH e LH altos, pós radioterapia, destruição de ovários. · insuficiência ovariana secundária · amenorreia hipotalâmica · intenso estresse emocional · doença sistêmica · lesão hipotalâmica-hipofisária: FSH e LH baixos, estradiol baixo → reposição (descalcificação) Produção aumentada de hormônios *Síndrome dos ovários policísticos · hiperglicemia → insulina aumenta efeito LH → aumento do crescimento de pelo, grau de queda de cabelo, acne · não precisa repor estradiol (produção não é afetada) · diagnóstico · excesso de androgéno, alteração no ultrassom e amenorreia (precisa ter pelo menos 2 alterações) · tratamento · anticoncepcional = melhor tratamento, anula efeito do LH · metformina → ↓ gliconeogênese hepática, ↓ glicemia, ↓ insulina → deixa de potencializar Marcadores Tumorais Detecção precoce · sobrevida aumenta · maior sucesso de tratamento Marcador tumoral - tipos · séricos (gerais/sorológicos) · moleculares (genéticos) · teciduais (biópsia) · Definição Macromolécula cujo aparecimento e/ou alterações em suas concentrações estão relacionadas com a gênese e crescimento de células neoplásicas. Marcador tumoral ideal · alta especificidade · alta sensibilidade · seletividade para tecido/órgão · valores com correlação com volume tumoral · correlação com prognóstico · resposta com a progressão, estabilidade e regressão da doença · baixo custo e fácil execução Dosagem: ELISA (molécula grande) Tipos de marcadores · glicoproteínas · glicoproteínas mucinas · hormônios · enzimas e proteínas · dentre outros Marcadores tumorais NÃO são órgão-seletivos Ex: CEA (pulmão, cólon e reto, mama), AFP (fígado e testículo) CEA-125 e TG Obs: marcador tumoral não indica metástase e não diferencia tumor maligno e benigno ⚠️ Aplicações dos marcadores na clínica · monitoramento da terapia: quimio · marcador elevado: indicação de cirurgia (pode aumentar no início da quimio devido lise tumoral) · marcadores tem ½ longa · auxiliar o diagnóstico (apenas PSA) · triagem em grupos de risco · prognóstico · localização do tumor CEA (antígeno carcinoembrionário) · aumentos inespecíficos: pequenos e constantes · aumento em tumores: ↑ exponencial · gastrointestinais, pâncreas, mama, pulmão e ovário · não deve ser utilizado como screening populacional AFP (alfafetoproteína) · hepatite e cirrose → chance de desenvolver carcinoma hepatocelular · aumento em tumor de fígado · não deve ser utilizado como screening populacional *CA 125 (cancer antigen-125) · aumentos inespecíficos · aumento em tumores: carcinoma ovariano · utilizado para subsidiar diagnóstico e no acompanhamento de carcinoma ovariano CA 15.3 (cancer antigen 15-3) · carcinoma de mama · monitoramento de recidiva de tumor de mama, junto com CEA HCG (gonodotrofina coriônica humana) · diagnóstico de gravidez · aumento em tumores: trofoblásticos (raros) e CA de testículo Tiroglobulina (TG) · monitoramento de CA de tireóide *PSA (antígeno prostático específico) · auxilia no diagnóstico de CA de próstata (exceção) · sensibilidade alta · associado com exame de cólon retal (exame retal digital) · indicação do exame: 50 anos ou 40 anos se tiver caso na família · função fisiológica: liquefação do coágulo seminal · meia-vida sérica: 2 a 3 dias · aumentos inespecíficos: prostatites, hiperplasia benigna de próstata Caso de falso-positivo - PSA Chance de um exame estar alterado e ser positivo para a doença · PSA ajustado à idade · acompanhar velocidade de aumento de PSA · razão PSA livre/PSA total · fração p2PSA → malignidade
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