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Legislação empresarial aplicada Direito e Legislação Tributária Prof. Ms. Patricia Graziela Gonçalves • Unidade de Ensino: 03 • Competência da Unidade: Ser capaz de compreender as principais normas jurídicas do Direito Tributário. • Resumo: Vamos estudar a teoria geral do tributo, a competência e as espécies tributárias, a obrigação e o crédito tributário e o Simples Nacional. • Palavras-chave: espécies tributárias; crédito tributário; Simples Nacional • Título da Teleaula: Direito e Legislação Tributária • Teleaula nº: 03 Contextualização • Qual o papel do Direito Tributário? • O que é tributo? • Quais as espécies tributárias? • A quem compete instituir o tributo? • Quais os elementos da configuração da responsabilidade tributária? • Como se constitui o crédito tributário? Conceitos 1. Teoria geral do tributo “O tributo é vetusta e fiel sombra do poder político há mais de 20 séculos. Onde se ergue um governante, ela se projeta sobre o solo de sua dominação.” https://commons.wikimedia.org/wiki/Fil e:Deputado_(BA)_Aliomar_Baleeiro.tif Aliomar Baleeiro • É o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto das proposições jurídico normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos (Paulo de Barros Carvalho). Direito Tributário 1 2 3 4 5 6 • A supremacia do interesse público sobre o interesse privado; • A indisponibilidade do interesse público. Princípios fundamentais CONSTITUIÇÃO FEDERAL LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA LEIS MEDIDAS PROVISÓRIAS RESOLUÇÕES DO SENADO TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS NORMAS COMPLEMENTARES Atos normativos administrativos Decisões administrativas com eficácia normativa Práticas reiteradas Convênios Lei. 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. (CTN, art. 3°) Tributo A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. (CTN, art. 4°) Natureza jurídica do tributo É uma situação prevista em lei que, ao ocorrer na prática, dá origem a uma obrigação tributária! A regra matriz reúne os elementos que caracterizam o tributo. São as situações nas quais incidirá a norma tributária hipótese de incidência. Exemplos: • de auferir renda (incide o IR); • de ser proprietário de um bem imóvel em área urbana (incide o IPTU). Regra Matriz Outros elementos: • A causa do tributo (renda, patrimônio, serviço); • Quem deverá pagar (contribuinte ou responsável). • A quem deverá ser pago (sujeito ativo); • Quanto deverá ser pago (alíquota e base de cálculo). • Quando deverá ocorrer o pagamento (prazo). • Onde deverá ocorrer o pagamento (local, espaço geográfico). Regra Matriz 7 8 9 10 11 12 Quais os elementos de um tributo? Vamos pensar ? TributoTributo Fato geradorFato gerador Base de cálculo Base de cálculo AlíquotaAlíquota ContribuinteContribuinte Conceitos 2. Competência e espécies tributárias • Competência Tributária é a titularidade indelegável que o ente possui em matéria tributária - para a instituição e majoração de tributos. Está prevista na CF/1988. Competência tributária A competência tributária para a instituição e majoração de tributos NÃO se confunde com a chamada capacidade tributária ativa, que se refere meramente à fiscalização e à arrecadação de tributos. Tributo é gênero Espécies tributárias Impostos Taxas Contribuição de Melhoria Empréstimo compulsório Contribuições especiais CTN, art. 16: “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. • Tributo não vinculado a uma atividade estatal; é o contribuinte quem pratica o fato gerador. • Tem a finalidade de arrecadação de recursos para a manutenção das atividades estatais. Impostos Impostos Federais: CF, art. 153 Impostos Estaduais: CF, art. 155 Impostos Municipais: CF, art. 156 CTN, art. 77. Tributo vinculado a uma atuação estatal (exercício do poder de polícia ou prestação de um serviço público específico e divisível). • Competência comum das entidades federadas (União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios), no âmbito de suas atribuições. • Deve levar em conta o “custo estimado” do serviço ou da fiscalização, no momento de fixar seu valor. Taxas 13 14 15 16 17 18 CTN, art. 81: “(...) é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra a valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”. • Tributo vinculado a atividade do Estado (obra pública) que decorre valorização imobiliária. • Competência comum de todas as entidades federadas. Contribuição de melhoria CF, art. 148: Destinado ao custeio de despesas extraordinárias, nos casos de calamidade pública ou guerra externa; ou para casos de investimento público de caráter urgente e de interesse nacional. • Só podem ser criados por lei complementar; • Competência da União; • O valor será devolvido ao contribuinte na forma previsto em lei. Empréstimo compulsório • Contribuições para o custeio da Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social) – competência da União; • Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE’s) – competência da União; • Contribuições sociais previdenciárias – competência dos Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios(Regime Próprio da Previdência); • Contribuição de Iluminação Pública: competência do Distrito Federal e Municípios. Contribuições especiais Conceitos 3. Obrigação tributária e responsabilidade “Obrigação é uma relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio”. (Washington de Barros Monteiro) SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO Relação jurídico-tributária Vínculo obrigacional Direito Dever Nasce com o fato gerador do tributo! 19 20 21 22 23 24 SUJEITO PASSIVO Obrigação principal Obrigação acessória Possui relação direta com o fato gerador? Contribuinte Responsável Pessoa obrigada às prestações de fazer e não fazer SIM NÃO Obrigação tributária principal: pagamento do tributo. Obrigação tributária acessória: deveres instrumentais. • Sócios que praticaram ato não-doloso: responsabilidade subsidiária pela dívida social (CTN, art. 134, VII). • Sócios que praticaram atos com violação de poderes, lei, contrato social ou estatuto: responsabilidade pessoal (CNT, arr. 135, III). Responsabilidade dos sócios • Pessoa jurídica que resultar de processos de fusão, transformação ou incorporação, será responsável pelos tributos devidos até essa data. Responsabilidade em operações societárias • Duas ou mais pessoas têm interesse na situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária principal ou por expressa disposição de lei (CTN, art. 124). Responsabilidade solidária • Adquirente do estabelecimento responderá pelos tributos devidos até a data do negócio: 1) Integralmente: se o alienante cessar a exploração da atividade; 2) Subsidiariamente: se o alienante prosseguir na exploração da atividade dentro de 06 meses da alienação. (CTN, art. 133, caput, I e II). Responsabilidade em caso de trepasse A empresa XYZ vendeu seu estabelecimento empresarial para a empresa ABC, que passou a explorar a mesma atividade econômica, mas sob outra razão social. Por seu turno, após 02 meses, a empresa XYZpassou a explorar a mesma atividade em outro local. Cerca de 4 meses após a alienação do estabelecimento, a empresa ABC foi notificada administrativamente quanto à ausência de pagamento de ICMS e ISSQN. Vamos praticar? Os impostos possuíam fatos geradores de cerca de 02 anos antes da data da alienação do estabelecimento empresarial. Diante da situação narrada, questiona-se: • Estaria correta a atuação do Fisco estadual e municipal? • Será que a responsabilidade tributária nesta hipótese possui tamanha extensão? Vamos praticar? 25 26 27 28 29 30 Trata-se de responsabilidade subsidiária da empresa ABC, visto que a empresa XYZ passou a explorar a mesma atividade em outro local antes de decorrido o prazo de 06 meses. Os fiscos estadual e municipal devem cobrar os montantes do ICMS e ISSQN, respectivamente, primeiro da empresa XYZ (alienante) e não da empresa ABC (adquirente). Vamos praticar? Conceitos 4. Crédito Tributário e Simples Nacional • Crédito tributário é um direito pertencente ao sujeito ativo da obrigação tributária. • Uma vez constituído, só se modifica ou extingue nos casos previstos em lei. • A autoridade administrativa não pode dispensar o seu pagamento ou suas garantias, sob pena de responsabilidade funcional (art. 141 do CTN). Crédito tributário Lançamento do crédito tributário Procedimento administrativo que: • atesta a ocorrência do fato gerador, • determina a matéria tributável, • calcula o montante do tributo devido, • identifica o sujeito passivo, • aplica a penalidade (quando cabível). DE OFÍCIO POR DECLARAÇÃO POR HOMOLOGAÇÃO Modalidades de Lançamento O fisco apenas homologa (ou não) o tributo e o pagamento feito pelo contribuinte Realizado pela autoridade administrativa Há participação do contribuinte • Decadência: o Fisco, após realizado o fato gerador, deve constituir o crédito tributário por meio do lançamento no prazo de 05 anos (prazo decadencial). • Prescrição: Prazo de 05 anos para promover a execução fiscal, após constituído o crédito tributário. Crédito tributário 31 32 33 34 35 36 • Hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (CTN, art. 151): parcelamento; recursos administrativos; medida liminar em mandado de segurança ou outra ação judicial, etc. • Hipóteses de extinção do crédito tributário (CTN, art. 156): pagamento; prescrição; decadência; remissão; etc. • Hipóteses de exclusão do crédito tributário (CTN, art. 175): isenção e anistia. Crédito tributário • Sistema tributário diferenciado e simplificado para ME e EPP (Lei Complementar 123/2006). • ME: receita bruta igual ou inferior a 360 mil; • EPP: receita bruta superior a 360 mil e receita bruta igual ou inferior a 4,8 milhões; • Trata-se de uma opção feita pela ME/EPP irretratável durante todo o exercício fiscal. Simples Nacional • Permite o recolhimento de impostos e contribuições da U, E, DF, M mediante um regime único de arrecadação. • Recolhimento mensal por intermédio de documento único de arrecadação: IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS/PASEP, contribuição patronal previdenciária, ICMS, ISS. Simples Nacional É correto falarmos em autolançamento? Vamos pensar ? Conceitos Recapitulando Recapitulando • Teoria geral do tributo; • Competência e espécies tributárias; • Obrigação tributária e responsabilidade; • Crédito Tributário e Simples Nacional. 37 38 39 40 41 42 43
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