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Atualizado em 01/03/2023 Pág. 1 de 25 www.proleges.com.br SUMÁRIO DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................................................................................... 2 LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO: LEI 12.016/2009 .................................................................................................... 2 JURISPRUDÊNCIA E ENUNCIADOS SOBRE MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................................ 17 Legenda dos grifos: AMARELO – DESTAQUE VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO Pág. 2 de 25 www.proleges.com.br DIREITO CONSTITUCIONAL Material atualizado (sem custo adicional)! Quer saber se este material sofreu alguma mudança? Clique no link a seguir, confira o dia da atualização na capa e faça o DOWNLOAD. Disponível CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD PARA RECEBER AS NOTIFICAÇÕES DE EVENTUAL ATUALIZAÇÃO DESTE MATERIAL: TELEGRAM – PRO LEGES LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO: LEI 12.016/2009 MS na CF/88 Art. 5.º (...) LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA (individual) para proteger DIREITO LÍQUIDO e CERTO, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ILEGALIDADE ou ABUSO DE PODER for (i) autoridade pública ou (ii) agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (ex.: agentes de pessoas jurídicas privadas que executam, a qualquer título, atividades e serviços públicos); Evolução história do MS no constitucionalismo brasileiro (origem do MS: Constituição de 1934) Constituição de 1934 (art. 113, n. 23) “Dar-se-á mandado de segurança para defesa do direito, certo e incon- testável, ameaçado ou violado por ato manifestamente inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade. O processo será o mesmo do habeas corpus, devendo ser sempre ouvida a pessoa de direito público interessada. O mandado não prejudica as ações petitórias competentes.” (regula- mentação pela Lei n. 191, de 16.01.1936) Constituição de 1937 Não havia previsão expressa da ga- rantia do “MS” na Constituição de 1937. A doutrina e a jurisprudência, contudo, encontravam na Lei n. 191/36 os instrumentos contra os atos ilegais e violadores de direito in- dividual. Constituição de 1946 (art. 141, § 24) “Para proteger direito líquido e certo não amparado por habeas corpus, conceder-se-á mandado de segu- rança, seja qual for a autoridade res- ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder.” Constituição de 1967 (art. 150, § 21) “Conceder-se-á mandado de segu- rança para proteger direito individual líquido e certo não amparado por ha- beas corpus, seja qual for a autori- dade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder.” EC n. 1/69 (art. 153, § 21) (redação idên- tica à da Const./67) “Conceder-se-á mandado de segu- rança para proteger direito individual líquido e certo não amparado por ha- beas corpus, seja qual for a autori- dade responsável pela ilegalidade ou abuso de poder.” Constituição de 1988 (art. 5.º, LXIX) “Conceder-se-á mandado de segu- rança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas cor- pus ou habeas data, quando o res- ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.” LENZA, Pedro. Esquematizado – Direito Constitucional, Saraiva, 2022, p. 1297. Questões (Analista TJDFT 2013 Cespe correta) O mandado de segurança pode ser impetrado contra autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, como é o caso dos agentes de pessoas jurídicas privadas que executam, a qualquer título, atividades e serviços públicos. (Aspirante PMSE 2018 IBFC correta) Assinale a alter- nativa correta sobre qual é a ação constitucional ca- bível para a garantia de direito líquido e certo não amparável por Habeas Corpus ou Habeas Data: man- dado de segurança. (Soldado PMBA 2017 IBFC correta) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (Soldado PMSE 2018 IBFC incorreta) O mandado de segurança deverá ser concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercí- cio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania AUTOR: MARCO TORRANO INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES E-MAIL: PROLEGESMARCOTORRANO@GMAIL.COM https://1drv.ms/u/s!Augn79MQplfRhJw9v0f-AalUBULuQQ?e=c7jugV https://1drv.ms/u/s!Augn79MQplfRhJw9v0f-AalUBULuQQ?e=c7jugV https://t.me/proleges https://www.instagram.com/marcoavtorrano/ https://www.instagram.com/proleges/ mailto:prolegesmarcotorrano@gmail.com?subject=Dúvida/Sugestão/Crítica Pág. 3 de 25 www.proleges.com.br LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano (constituição ânua), em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Comentamos o microssistema processual coletivo aqui! Comentários e anotações sobre microssistema processual coletivo? Confira o nosso material. *Atualização sem custo adicional* Disponível https://bit.ly/32yRMsv *** CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO Seção II DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; (...) II - julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; *** Seção III DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Procurador PGERO 2022 Cespe correta) João, Lucas e Maria pretendem impugnar ato omissivo, de competência de ministro de Estado, lesivo ao di- reito material dos três. Nessa situação hipotética, João, Lucas e Maria podem impetrar mandado de segurança individual perante o STJ. (...) II - julgar, em recurso ordinário: b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; *** Seção IV DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar, originariamente: c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato deautoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; *** Seção V Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Juízes do Trabalho Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; *** Seção VI DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS Art. 121. (...) § 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. § 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção. A TEORIA DA CAUSA MADURA pode ser aplicada em julga- mento de recurso ordinário em mandado de segurança? STJ: SIM (mudança de entendimento)! Nos termos do art. 1.027, § 2º, c/c o art. 1.013, § 3º, ambos do CPC, a chamada TEORIA DA CAUSA MADURA também se aplica aos recursos em mandado de segurança. STJ. 1ª Turma. RMS 52.177/AP, Rel. Min. Sérgio Kukina, jul- gado em 23/11/2021. Antes (CPC/73) Depois (CPC/2015) Não admitia a teoria da causa madura em mandado de segurança. STJ passou a admitir a teoria da causa madura aos recur- sos em MS. https://bit.ly/32yRMsv Pág. 4 de 25 www.proleges.com.br Iniciando o estudo da LMS Art. 1o Conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para proteger DIREITO LÍQUIDO e CERTO (personalíssimo, intransferível e exige prova pré-constituída), não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ILEGALMENTE ou com ABUSO DE PODER, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação (MS repressivo) ou houver justo receio de sofrê-la (MS preventivo) por parte de AUTORIDADE, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Requisitos do mandado de segurança 1. Ato comissivo ou omissivo de autoridade pública ou agente jurídico no exercício de atribuições públicas. 2. Ilegalidade ou abuso do poder. 3. Lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo. 4. O ato dotado de ilegalidade ou abuso de poder que le- siona direito líquido e certo não pode ser amparado por habeas corpus ou habeas data. Direito líquido e certo Consiste no direito que pode ser comprovado de plano, por prova documental. Ou seja, pode ser demonstrado no momento da petição ini- cial, independentemente de dilação probatória. Daí falar de “prova pré-constituída” e de rito sumaríssimo (não comporta dilação probatória) do mandado de segu- rança. Info 697/STJ É relevante recordar que o mandado de segurança também exige prova pré-constituída do direito líquido e certo ale- gado, não comportando dilação probatória. Esta Corte, toda- via, consolidou orientação no sentido de que é possível emendar a inicial do mandado de segurança, para possibili- tar ao impetrante a apresentação de documentos compro- batórios da certeza e da liquidez do direito invocado. STJ. 3ª Turma. REsp 1.912.277-AC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/05/2021 (Info 697). § 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. Contra quem é impetrado o mandado de segurança? De acordo com o art. 5º, LXIX, da Constituição, conceder-se- á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de po- der for: autoridade pública; ou agente da pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. O caput do art. 1º da Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009) tem regra semelhante: Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e se- jam quais forem as funções que exerça. O § 1º do art. 1º amplia o conceito de autoridade. Segundo esse dispositivo, equiparam-se às autoridades para fins de mandado de segurança: • os representantes ou órgãos de partidos políticos; • os administradores de entidades autárquicas; • os dirigentes de pessoas jurídicas no exercício de atribui- ções do poder público (no que disser respeito a essas atribui- ções); • as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público (no que disser respeito a essas atribuições). Quem deve ocupar a posição passiva da demanda de man- dado de segurança: somente a autoridade apontada como coatora ou a pessoa jurídica a que aquela autoridade se vin- cula? Na doutrina, são encontradas três correntes sobre o tema: 1C (STJ): quem figura como legitimado passivo é apenas a autoridade coatora; 2C: legitimado passivo é somente a pessoa jurídica, de Di- reito Público ou Privado, a cujos quadros integre a autori- dade coatora; 3C: tanto a autoridade como a pessoa jurídica devem figu- rar no polo passivo, havendo, no caso, um litisconsórcio pas- sivo necessário. O STJ adota a 1ª corrente, afirmando que o polo passivo deve ser ocupado apenas pela autoridade apontada como coatora, afastando a existência de litisconsórcio necessário com a pessoa jurídica interessada. Isso porque a autoridade coatora atua substituto processual da pessoa jurídica: O STJ tem entendimento pela não formação de litisconsórcio passivo, em mandado de segurança, entre a autoridade apon- tada como coatora e o ente federado ou entidade de direito pú- blico ao qual é vinculada, porquanto aquela atua como substi- tuto processual. STJ. 1ª Turma. REsp 1632302/SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, jul- gado em 03/09/2019. A legitimidade para recorrer também é da autoridade pú- blica? Aí, não. A legitimidade recursal recai sobre a pessoa jurídica a que vinculada a autoridade apontada como coatora. A legitimidade recursal na ação mandamental é da pessoa jurí- dica que suportará o ônus da decisão concessiva da segurança, e não da autoridade impetrada, salvo se pretender recorrer como assistente litisconsorcial ou como terceiro, para efeito de preve- nir sua responsabilidade pessoal. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1838062/PA, Rel. Min. Regina He- lena Costa, julgado em 10/08/2020. (Defensor DPEMS 2022 FGV correta) Ana, defensora pública, passa a fisca- lizar determinada unidade de internação socioeducativa e a demandar inú- meras providências do respectivo diretor. Por entender que sua atuação ex- trapola as atribuições do cargo, o diretor promove reclamação junto ao Mi- nistério Público que, após abrir procedimento próprio para apuração dos fa- tos narrados, começa a colher o depoimento de inúmeros funcionários da uni- dade de internação. Diante de tal quadro, em atuação em defesa de suas prerrogativas, Ana: impetraria mandado de segurança, indicando o membro do Ministério Público como autoridade coatora, por faltar-lhe atribuição para Pág. 5 de 25 www.proleges.com.br investigar a atuação escorreita de membros da Defensoria Pública, que possui órgão próprio para tanto. (Analista DPDF 2022 Cespe correta) Se o responsável por ilegalidade ou por abuso de poder for agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, a proteção de direito líquido e certo ocorrerá por meio de mandado de segurança. Indicação errada da autoridade coatora (TEORIA DA ENCAMPAÇÃO) Súmula 628-STJ: A teoria da encampação é aplicada no man- dado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a práticado ato im- pugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações pres- tadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal. A Administração Pública é cheia de meandros, setores, ge- rências, departamentos e outros subdivisões, de forma que nem sempre é uma tarefa fácil identificar, com exatidão, quem foi o responsável pela ordem. Diante disso, na prática, verificava-se que o indivíduo impe- trava o mandado de segurança indicando, por exemplo, como autoridade coatora, o diretor de determinado depar- tamento da Secretaria de Estado. Nas informações do mandado de segurança, este diretor vi- nha dizendo que a indicação da autoridade foi errada, consi- derando que o responsável pelo ato seria o subdiretor. Ao final, a autoridade pedia que o mandado de segurança fosse extinto sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva. Situações como a acima expostas, não se revelam razoáveis, tendo em vista que o mandado de segurança é um remédio constitucional idealizado para a garantia de direitos, não po- dendo seu acesso ser inviabilizado por dificuldades burocrá- ticas de se identificar o verdadeiro autor do ato impugnado na Administração Pública. Diante desse cenário, há muitos anos, a doutrina e a juris- prudência idealizaram a chamada “teoria da encampação”, por meio da qual se busca relativizar esse “erro” na indicação da autoridade coatora, desde que cumpridos determinados requisitos. Requisitos para que seja aceita a teoria da encampação (STJ) Essa teoria da encampação não se encontra expressamente regulamentada em lei. Dessa forma, o STJ construiu três requisitos para que ela seja aceita. O STJ, ao apreciar este caso acima relatado (RMS 12.779/DF), afirmou que são três os requisitos para aplica- ção da teoria da encampação no mandado de segurança: a) existência de VÍNCULO HIERÁRQUICO entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do MÉRITO nas informações prestadas; e c) AUSÊNCIA DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA ESTABE- LECIDA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. (Promotor MPETO 2022 Cespe correta) Túlio impetrou mandado de se- gurança no tribunal de justiça contra ato de juiz de direito. Ao prestar as informações, o magistrado defendeu o mérito do ato contestado, embora tal conduta tivesse sido praticada por oficial de justiça, servidor a ele hierar- quicamente subordinado. Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta, consoante o entendimento jurisprudencial relativo ao tema de encampação no mandado de segurança. Não deve ser aplicada a teoria da encampação ao caso, pois o vício da legitimidade passiva originária não pode ser suprimido quando há a modificação da competência constitu- cionalmente estabelecida. (Advogado CRF/GO 2022 Quadrix incorreta) A teoria da encampação é aplicável ao mandado de segurança, ainda que não exista vínculo hierár- quico entre a autoridade que prestou as informações e a que ordenou a prática do ato impugnado. (Subprocurador MPCM/PA 2022 Cespe incorreta) A aplicação da teoria da encampação no mandado de segurança dispensa a existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado. Emenda da inicial ou correção de ofício Os arts. 338 e 339 do CPC/2015 preveem a possibilidade de o juiz ou Tribunal determinar que o autor faça a emenda da inicial em caso de ilegitimidade passiva: Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indi- car o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que ti- ver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processu- ais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. § 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. Leonardo da Cunha defende que esses dispositivos também devem ser aplicados para o processo de mandado de segu- rança, “permitindo que se corrija a autoridade coatora ou, até mesmo, a pessoa jurídica da qual ela faz parte. Assim, se a parte impetrou mandado de segurança, por exemplo, con- tra o Governador do Estado, mas a autoridade impetrada se- ria o Secretário de Estado, é possível corrigir. De igual modo, se impetrou contra o Governador do Estado, mas deveria ter indicado, como autoridade, o diretor de determinada autar- quia, poderá haver a correção tanto da autoridade como da pessoa jurídica de cujos quadros faça parte.” (CUNHA, Leo- nardo Carneiro da. A Fazenda Pública em juízo. São Paulo: Forense, 2016, p. 534). Com a mesma conclusão: Enunciado 511-FPPC: A técnica processual prevista nos arts. 338 e 339 pode ser usada, no que couber, para possibilitar a correção da autoridade coatora, bem como da pessoa jurídica, no pro- cesso de mandado de segurança. § 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público (ADI 4296: o § 2º do art. 1º é constitucional). Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial, Pág. 6 de 25 www.proleges.com.br mas cabe contra ato praticado em licitação... • Súmula 333-STJ: Cabe mandado de segurança con- tra ato praticado em licitação promovida por socie- dade de economia mista ou empresa pública. #Resumindo: “se um administrador de empresa pública, so- ciedade de economia mista ou concessionária de serviço pú- blico pratica um ato de gestão comercial, ele não está atu- ando ‘no exercício de atribuições do Poder Público’. A gestão comercial dessas empresas é assunto de caráter nitidamente privado. Logo, não cabe realmente mandado de segurança por força da própria previsão constitucional” – na lição do Dizer o Direito (Info 1021/STF). Art. 5º (...) LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o res- ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au- toridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; Cabe mandado de segurança contra ato judicial? O que diz a Lei 12.016/09? Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: (...) II - de decisão judicial da qual caiba re- curso com efeito suspensivo; O que diz a Súmula 267-STF? Sumula 267-STF: Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. O que diz o STJ? Em regra, não cabe mandado de segu- rança contra decisão judicial da qual caiba recurso. Isso porque o MS não pode ser utilizado como sucedâneo re- cursal (ou seja, como substituto de re- curso). Exceção: será cabível MS contra decisão judicial manifestamente eivada de ile- galidade, teratologia ou abuso de po- der. A utilização do mandado de se- gurança para impugnar deci- são judicial só tem pertinência em caráter excepcionalíssimo, quando se tratar de ato mani- festamente ilegal ou teratoló- gico, devendo a parte demons- trar, ainda, a presença dos re- quisitos genéricos do fumus boni iuris e do periculum in mora. STJ. Corte Especial. AgInt no MS 23896, j. 6-6-2018. * Conteúdo: Dizer o Direito /Buscador Dizer o Direito. (Analista FUNPRESP 2022 Cespe incorreta) De acordo com o STJ, o cabi- mento do mandado de segurança contra ato judicial dispensa a presença dos requisitos genéricos do fumus boni iuris e do periculum in mora. Súmula Súmula 266-STF Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, pois esta, como norma abstrata de conduta, não lesa, por si só, qualquer direito individual. Seria ne- cessário que ela se converta em ato concreto para ensejar a impetração. § 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora (federal) se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela UNIÃO ou entidade por ela controlada. Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro (o terceiro prejudicado poderá impetrar MS se o titular do direito originário não o fizer no prazo de 30 dias, quando notificado judicialmente) poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 dias, quando notificado judicialmente. Deixando o art. 3º mais fácil... “O terceiro prejudicado pode, por inércia do verdadeiro titu- lar do direito, ter o mesmo direito e poderá impetrar Man- dado de Segurança a favor do direito originário, se o seu ti- tular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando este for notificado judicialmente” (Juiz do Trabalho TRT2R/SP 2016 correta). Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei (120 dias), contado da notificação. Cuidado: não confundir os prazos 30 DIAS (caput do art. 3º) O prazo de 30 dias diz respeito à inércia do titular do direito originário, quando notificado judicialmente. 120 DIAS (parágrafo único do art. 3º) O prazo de 120 dias é para o exercício do direito do terceiro prejudicado po- der impetrar MS no caso de o titular ori- ginário não o fizer no prazo de 30 dias, quando notificado judicialmente. Se o prazo de 120 dias do mandado de segurança terminar durante o recesso, a parte poderá impetrar o writ no pri- meiro dia útil após o recesso STJ. 1ª Turma. REsp 1944582/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14/09/2021. STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 687.431/PA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/06/2015. Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por Pág. 7 de 25 www.proleges.com.br telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. Questões (Juiz TJDFT 2015 Cespe) Em caso de urgência, é per- mitido impetrar mandado de segurança por tele- grama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada, desde que observados os requisitos legais. (correta) (Juiz TJPR 2010) Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, "fax" ou outro meio eletrônico de autenticidade compro- vada. (correta) § 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade. § 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 dias úteis seguintes. § 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra- Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo COM efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso COM efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. Parágrafo único. (VETADO) Não cabe MS para declarar lei ou ato normativo inconstitu- cional O mandado de segurança não é o instrumento processual adequado para o controle abstrato de constitucionalidade de leis e atos normativos. STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912). Mas cabe controle incidental de constitucional em MS É possível a declaração incidental de inconstitucionalidade, em mandado de segurança, de quaisquer leis ou atos norma- tivos do Poder Público, desde que a controvérsia constituci- onal não figure como pedido, mas sim como causa de pedir, fundamento ou simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal. STJ. 2ª Turma. RMS 31.707-MT, Rel. Min. Diva Malerbi (De- sembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 13/11/2012. (Subprocurador MPCM/PA 2022 Cespe correta) Não obstante certas limi- tações processuais inerentes a seu rito especial, é juridicamente possível fa- zer-se controle incidental de constitucionalidade em ação de mandado de se- gurança. Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. § 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição. § 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação. § 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática. § 4o (VETADO) § 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. § 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito. Jurisprudência e Questões • A denegação da segurança por ausência de direito líquido e certo não impede a repropositura da ação [mandado de segurança], por não ter sido enfren- tado o mérito da impetração, não fazendo, por- tanto, coisa julgada material, mas apenas formal (STJ. 2ª Turma. EDcl no REsp 1022257/RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 09/12/2008). (Defensor DPEAM 2018 FCC) Denegada a ordem pleiteada no mandado de segurança sem resolução do mérito, é possível a repropositura de pedido idêntico dentro do prazo decadencial. (correta) Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 dias, preste as informações; II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica (ADI 4296: o art. 7º, III, é constitucional). § 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o Pág. 8 de 25 www.proleges.com.brdisposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto (i) a compensação de créditos tributários, (ii) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, (iii) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e (iv) a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza (ADI 4296: o art. 7º, § 2º, é INCONSTITUCIONAL). Inconstitucionalidade do § 2º do art. 7º 1) Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas pú- blicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 2) O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em mandado de se- gurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 3) É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. 4) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental. É in- constitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 5) É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva pré- via do representante da pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de cautela do magistrado. 6) É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man- dado de segurança. 7) É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con- denação em honorários advocatícios. STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 (Info 1021). (Defensor DPEPI 2022 Cespe correta) De acordo com STF, é inconstituci- onal regra prevista na Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009) que determina a impossibilidade de concessão de medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários. (Delegado PCRJ 2022 Cespe correta) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamen- tal. Diante da inconstitucionalidade do § 2º do art. 7º da LMS, fica superada a Súmula 212 do STJ • Súmula 212-STJ: A compensação de créditos tributá- rios não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Análise da (in) constitucionalidade da Lei do Mandado de Segurança. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/deta- lhes/2b515e2bdd63b7f034269ad747c93a42>. Acesso em: 16/10/2021 § 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da SENTENÇA. § 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. § 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder. Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando (i) não for o caso de mandado de segurança ou (ii) lhe faltar algum dos requisitos legais ou (iii) quando decorrido o prazo legal para a impetração. § 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre. § 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial. É possível intervenção anômala[1] no MS? STJ: NÃO! PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGU- RANÇA. PEDIDO DE INGRESSO NO FEITO. CONDIÇÃO DE AS- SISTENTE LITISCONSORCIAL OU INTERVENÇÃO ANÔMALA. VEDAÇÃO DO § 2º DO ART. 10 DA LEI 12.016/2009 E INAPLI- CABILIDADE DO ART. 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 9.469/97. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. 1. Agravo regi- mental interposto contra decisão na qual foi indeferido o pe- dido de ingresso no feito mandamental no polo passivo, na condição de assistente litisconsorcial ou como interveniente anômalo. 2. O Supremo Tribunal Federal já fixou que "(...) o rito procedimental do mandado de segurança é incompatível com a intervenção de terceiros, ex vi do art. 24 da Lei nº 12.016/09, ainda que na modalidade de assistência litiscon- sorcial, na forma da jurisprudência remansosa do Supremo Tribunal Federal (....)" (MS 32.074/DF, Relator Min. Luiz Fux, Primeira Turma, Processo Eletrônico publicado no DJe-217 em 5.11.2014.). 3. Em caso, todo similar ao encontrado no presente feito, a Primeira Seção já manteve o indeferimento Pág. 9 de 25 www.proleges.com.br de entidade da Administração Pública federal indireta que postulava o ingresso no feito mandamental para auxiliar na defesa da autoridade coatora e da União; no caso, restou as- sentado que "a jurisprudência vem se consolidando no sen- tido de considerar incompatível o instituto da assistência simples com o rito e a finalidade do mandado de segurança" e que "não se aplica ao mandado de segurança o art. 5º, pa- rágrafo único, da Lei n. 9.469/1997, que confere à pessoa ju- rídica de direito público o privilégio de intervir como assis- tente em qualquer causa" (AgRg no MS 15.298/DF, Rel. Mi- nistro Og Fernandes, Primeira Seção, DJe 14.10.2014). Agravo regimental improvido. (AgRg no MS 16.702/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 22/10/2015) [1] O que se entende por intervenção anômala (art. 5º, parágrafo único, da Lei 9.469/1997)? O parágrafo único do art. 5° da Lei 9.469/1997 permite às pessoas jurídicas de direito público a possibilidade de intervirem em qualquer processo judicial, desde que a decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, independentemente de demonstração de interesse jurídico. Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4o desta Lei, a comprovação da remessa. Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 dias. Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 dias. Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídicainteressada. Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o desta Lei. Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe APELAÇÃO. § 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição (REMESSA NECESSÁRIA). § 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. § 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar. § 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. REMESSA NECESSÁRIA EM MANDADO DE SEGURANÇA No mandado de segurança, proferida sentença de procedên- cia, independentemente da condição da parte demandada, haverá remessa necessária. (Procurador Prefeitura de Florianópolis/SC 2022 FEPESE correta) Conce- dida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. Pedido de concessão de efeito suspensivo na remessa necessária Além da suspensão de segurança, é possível pedir ao relator da remessa necessária a concessão do pretendido efeito sus- pensivo. Aqui há de se aplicar, por analogia, o disposto no § 3° do art. 1.012 do CPC. A remessa necessária, que é um re- curso de ofício, rege-se, por analogia, pelas normas aplicá- veis à apelação. Na remessa necessária, o pedido de conces- são de efeito suspensivo poderá ser formulado por requeri- mento dirigido ao tribunal, no período compreendido entre a prolação da sentença e a distribuição da remessa, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la. Se a remessa necessária já tiver sido distribuída, o pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser formulado por re- querimento dirigido ao relator. O pedido de concessão de efeito suspensivo na remessa ne- cessária não inibe nem impede a suspensão de segurança, postulada ao presidente do tribunal. De igual modo, a sus- pensão de segurança requerida ao presidente do tribunal não impede o pedido de concessão de efeito suspensivo ao relator da remessa necessária. São medidas concorrentes, que podem ser requeridas paralelamente. A LMS não prevê qualquer hipótese de dispensa da remessa necessária, nem se pode aplicar as do CPC (STJ: prevalece a norma especial - LMS) Não se aplica as hipóteses de dispensa da remessa necessá- ria do CPC no procedimento sumaríssimo do mandado de se- gurança (prevalece a norma especial da LMS em detrimento da geral CPC). Nesse sentido: PROCESSUAL CIVIL. DIREITO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. REMESSA NECESSÁRIA (ART. 475, § 2º, DO CPC). ALTERAÇÃO INTRODUZIDA PELA LEI 10.352/2001. ART. 14, §1°, DA LEI 12.016/2009 . INAPLICABILIDADE. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1373905/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 06/06/2013. Portanto, não se aplica as hipóteses de dispensa da remessa necessária do CPC. CUNHA, Leonardo Carneiro da. A fazenda pública em juízo..., Grupo GEN, 2021. Aplica-se o art. 183 do CPC no rito sumaríssimo do man- dado de segurança (prazo em dobro e intimação pessoal)? STJ: SIM. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. FAZENDA PÚBLICA. PRAZOS EM DOBRO. INTIMAÇÃO PES- SOAL. INTEMPESTIVIDADE. OCORRÊNCIA. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS. 1. De acordo com o CPC/2015, a contagem dos prazos deve ser feita nos dias úteis. A Fazenda Pública, que goza da prerrogativa de intimação pessoal e da conta- gem em dobro dos prazos para recorrer, não se isenta de Pág. 10 de 25 www.proleges.com.br comprovar a existência de feriado local que, uma vez ocor- rido, pode implicar na prorrogação do prazo recursal. 2. No caso dos autos, houve o feriado de Corpus Christi (15/6/2017), considerado por esta Corte como feriado local, o qual não prescinde de comprovação da paralisação do ex- pediente forense, ainda que o recurso seja interposto pela Fazenda Pública. Precedentes. 3. Levando-se em considera- ção que a intimação eletrônica da União se deu em 2/6/2017 (sexta-feira) e a contagem do prazo de 10 dias iniciou-se em 5/6/2017 (segunda-feira), observa-se que seu término acon- teceu em 16/6/2017. Todavia, os embargos somente foram protocolizados no dia 19/6/2017, fora, portanto, do prazo le- gal. 4. Embargos não conhecidos. (EDcl no MS 11.382/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, jul- gado em 13/06/2018, DJe 18/06/2018) O mesmo se aplica no Direito Processual Penal? STJ: NÃO! PROCESSUAL PENAL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RE- CURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. SONEGAÇÃO FISCAL. MAN- DADO DE SEGURANÇA. MINISTÉRIO PÚBLICO. PRAZO EM DOBRO PARA RECORRER. AUSÊNCIA DE PRERROGATIVA EM MATÉRIA PENAL. INTEMPESTIVIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚ- MULA 83/STJ PRECEDENTES AGRAVO INTERNO NÃO CONHE- CIDO. 1. Correta a decisão de admissibilidade do recurso es- pecial, na linha do entendimento adotado por esta Corte Su- perior, razão pela qual incide o óbice do Enunciado n. 83 da Súmula/STJ. 2. A jurisprudência desta Corte é pacífica quanto ao entendimento de que não há prerrogativa do Ministério Público e Fazenda Pública em relação à contagem em dobro dos prazos processuais quando se trata de matéria penal, à exceção da Defensoria Pública e aos serviços estatais de as- sistência judiciária. 3. Agravo interno não conhecido. (AgInt no AREsp 1077283/MG, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 19/02/2018) Pedido de suspensão de segurança Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o PRESIDENTE DO TRIBUNAL ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso SUSPENDER, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá AGRAVO, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. § 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. § 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. § 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. § 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. § 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original. O que é PEDIDO DE SUSPENSÃO (ou SUSPENSÃO DE SEGURANÇA)? O pedido de suspensão é - um instrumento processual (incidente processual) - por meio do qual as pessoas jurídicas de direito público ou o Ministério Público - requerem ao Presidente do Tribunal que for competente para o julgamento do recurso - que suspenda a execução de uma decisão, sentença ou acórdão proferidos, - sob o argumento de que esse provimento jurisdicional pro- latado causa grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. Por que “SUSPENSÃO DE SEGURANÇA”? Tem o mesmo significado que pedido de suspensão. Alguns chamam de suspensão de segurança, porque originalmente esse instrumento processual foi previstoapenas para sus- pender as decisões liminares ou sentenças proferidas em mandados de segurança. Previsão legal do pedido de suspensão Há cinco diferentes dispositivos legais prevendo pedido de suspensão: i) art. 12, § 1º da Lei nº 7.347/85 (suspensão de liminar em ACP); ii) art. 4º da Lei nº 8.437/92 (suspensão de liminar ou sen- tença em ação cautelar, em ação popular ou em ACP). É con- siderada pela doutrina como a previsão mais geral sobre o pedido de suspensão; iii) art. 1º da Lei nº 9.494/97 (suspensão de tutela antecipada concedida contra a Fazenda Pública); iv) art. 16 da Lei nº 9.507/97 (suspensão da execução de sen- tença concessiva de habeas data); v) art. 15 da Lei nº 12.016/09 (suspensão de liminar e sen- tença no mandado de segurança). Qual é a natureza jurídica do pedido de suspensão? Polêmico (posição majoritária: incidente processual). Prevalece que se trata de um “incidente processual” (Leo- nardo José Carneiro da Cunha). "O incidente de contracau- tela é meio processual autônomo de impugnação de deci- sões judiciais, franqueado ao Ministério Público ou à pessoa jurídica de direito público interessada exclusivamente quando se verifique risco de grave lesão à ordem, à saúde, segurança e à economia públicas no cumprimento da deci- são impugnada (art. 4º, caput, da Lei nº 8.437/1992; art. 15 da Lei nº 12.016/2009 e art. 297 do RISTF) (STF; SS-AgR Pág. 11 de 25 www.proleges.com.br 5.503; RR; Tribunal Pleno; Rel. Min. Presidente; DJE 08/10/2021; Pág. 25). 1ª corrente: POLÍTICO 2ª corrente: JURISDICIONAL Trata-se de um juízo político a respeito da lesividade do ato judicial à ordem, à saúde, à segurança e à economia pú- blicas. É a posição pacífica do STJ. É com base nesse entendi- mento que o STJ não admite recurso especial contra deci- sões proferidas no âmbito do pedido de suspensão de se- gurança. Segundo o STJ, o recurso es- pecial se destina a combater argumentos que digam res- peito a exame de legalidade, ao passo que o pedido de sus- pensão ostentaria juízo polí- tico. A 1ª Turma do STF entendeu que a decisão em sede de suspensão de segurança não é estritamente política, pos- suindo conteúdo jurisdicio- nal. Com base nessa compreen- são, a 1ª Turma do STF che- gou à conclusão que é cabí- vel, em tese, recurso especial contra decisões proferidas no âmbito do pedido de suspen- são de segurança (STF. 1ª Turma. RE 798740 AgR/DF, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/9/201. Info 797). Possibilidade de formular pedido de suspensão e interpor recurso Contra uma decisão interlocutória proferida por um juiz, em 1ª instância, poderão ser interpostos o agravo de instru- mento e, concomitantemente, o pedido de suspensão. Isso porque o pedido de suspensão não é recurso. Logo, não há violação ao princípio da singularidade ou unirrecorribilidade. Além disso, os objetivos do agravo e do pedido de suspensão são diferentes. Vale ressaltar que essa possibilidade é pre- vista expressamente: Lei n.° 8.437/92 Art. 4º (...) § 6º A interposição do agravo de instru- mento contra liminar concedida nas ações movidas contra o Poder Público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspen- são a que se refere este artigo. Lei n.° 12.016/2009 Art. 15 (...) § 3º A interposição de agravo de instru- mento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspen- são a que se refere este artigo. Legitimidade para formular pedido de suspensão a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios; b) autarquias e fundações; c) Ministério Público; d) concessionárias de serviço público (desde que para tutelar o interesse público primário). (Juiz TJMA 2022 Cespe correta) Eventual concessão de liminar em sede de mandado de segurança não pode ser impugnada por meio de pedido de suspensão de segurança feito por partido político, visto que este não possui legitimidade para postular o referido pedido. Competência para formular pedido de suspensão Decisão prolatada por juiz de 1ª instância: A competência para apreciar o pedido de suspensão é do Presidente do Tribu- nal que teria competência para julgar o recurso contra a decisão. Ex: concedida liminar por juiz federal do AM, o pedido de suspensão será jul- gado pelo Presidente do TRF1. Ex2: concedida liminar por juiz de di- reito do AM, o pedido de suspensão será julgado pelo Presidente do TJAM. Decisão prolatada por membro de TJ ou TRF: O pedido de suspensão será decidido pelo: ● Presidente do STF: se a matéria for constitucional. ● Presidente do STJ: se a matéria for in- fraconstitucional. Ex: concedida liminar pelo Desembar- gador do TJ/AM, o pedido de suspen- são será dirigido ao Presidente do STF ou do STJ, e não ao Presidente do TJ/AM (art. 25 da Lei nº 8.038/90). Decisão prolatada por membro de Tribunal Superior: Se a causa tiver fundamento constituci- onal, é possível o ajuizamento de pe- dido de suspensão dirigido ao Presi- dente do STF. Se a causa não tiver fundamento cons- titucional, não há possibilidade de pe- dido de suspensão. Não se examina o mérito no pedido de suspensão Na análise do pedido de suspensão, é vedado o exame do mérito da demanda principal. O que será examinado pelo Tribunal é se a decisão prolatada acarreta risco de grave le- são à: a) ordem; b) saúde; c) segurança; ou d) economia públicas. (Procurador PGEPA 2015 UEPA incorreta) Em sede de pedido de suspensão de segurança, é imperioso o exame das razões de mérito que ancoram a de- fesa da Fazenda Pública na ação principal. Cabimento STJ (somente cabível no âmbito cível) STF (matéria penal: é possível, de maneira excepcionalíssima) Vale salientar que o STJ en- tende que não é cabível a uti- lização da suspensão de segu- rança em demandas de natu- reza criminal, isto porque o cabimento de pedido de sus- pensão de segurança limita- se aos feitos de natureza cí- vel: “O cabimento de pedido Por outro lado, o STF entende pelo cabimento de pedido de suspensão que revela maté- ria de natureza penal como medida excepcionalíssima. "No caso, uma vez que a na- tureza da controvérsia da causa de origem, relativa ao princípio constitucional da Pág. 12 de 25 www.proleges.com.br de suspensão de segurança limita-se aos feitos de natu- reza cível. Não há previsão legal para o manejo da con- tracautela com a finalidade de suspender a execução de decisões proferidas no trans- curso de procedimentos de índole penal”. STJ. Corte Es- pecial. AgRg-SuspSeg 2.944. Proc. 2018/0044282-6/AM. Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 16/05/2018. soberania do Júri, e conside- rando a demonstração pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul de grave comprometimento à ordem e à segurança pública na manutenção da decisão, verifico o cabimento excepci- onal" STF. SL-1504 - MC - Mi- nistro Presidente Luiz Fux, j. em 14/12/2021. É possível pedido de suspensão em Juizados Especiais Fe- derais e em Juizados Especiais da Fazenda Pública? Turma Recursal. STF. STJ.✖ As leis que regulam os Juizados Especiais Federais (Lei 10.259/2001) e os Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei 12.153/2009) não preveem o cabimento do pedido de sus- pensão contra decisão que conceda provimento de urgência. Embora não haja tal previsão, não há incompatibilidade en- tre os procedimentos dos Juizados Especiais e as hipóteses de suspensão de segurança. O art. 4° da Lei 8.437/1992 prevê o cabimento do pedido de suspensão a ser dirigido ao Presidente do Tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso. Da decisão que concede provimento de urgência nos Juizados Especiais cabe recurso para a Turma Recursal respectiva. De igual modo, da sentença que imponha cumprimento imediato cabe recurso para a Turma Recursalrespectiva. Se cabe re- curso para a Turma Recursal, é possível o pedido de suspen- são dirigido ao seu Presidente. Em outras palavras, ao Presi- dente da Turma Recursal cabe apreciar o pedido de suspen- são intentado pelo Poder Público ou pelo Ministério Público contra decisão proferida no âmbito dos Juizados Especiais Federais ou dos Juizados Especiais da Fazenda Pública. No âmbito dos Juizados, não é possível o pedido de suspen- são para o Presidente do STJ, justamente porque não cabe recurso especial de acórdão proferido por Turma Recursal. Não sendo cabível o recurso especial, não é igualmente ca- bível o pedido de suspensão dirigido ao Presidente do STJ. Súmula 203 do STJ: “Não cabe recurso especial con- tra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais”. É possível, por sua vez, recurso extraordinário de acórdão proferido por Turma Recursal de Juizado Especial. Sendo ca- bível recurso extraordinário, é possível, então, o pedido de suspensão dirigido ao Presidente do STF contra decisão pro- ferida em Juizado Especial Federal ou em Juizado Especial da Fazenda Pública. Súmula 640 do STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de jui- zado especial cível e criminal. Referência bibliográfica: CUNHA, Leonardo Carneiro da. A fazenda pública em juízo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. Jurisprudência • O incidente da suspensão de liminar e de sentença, por não ser sucedâneo recursal, é inadequado para a apreciação do mérito da controvérsia. STJ. Corte Especial. AgInt na SLS 2.564/SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 27/10/2020. A suspensão de liminar e de sentença limita-se a averiguar a possibilidade de grave lesão à ordem, à segurança, à saúde e à economia públicas. Os temas de mérito da demanda prin- cipal não podem ser examinados nessa medida, que não substitui o recurso próprio. (AgRg na SLS 1.135/MA, Rel. Mi- nistro PRESIDENTE DO STJ, Rel. p/ Acórdão Ministro CESAR ASFOR ROCHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 12/04/2010, DJe 20/05/2010) • Aplica-se o art. 188 do CPC 1973 (art. 183 do CPC 2015) aos recursos interpostos em processos de sus- pensão de segurança? Polêmico. Recentemente, o STJ através da Corte Especial afirmou que haveria aplicação do prazo em dobro. Isto é, a Corte especial do STJ afirmou que deveria ser aplicado o prazo em dobro, pois o § 3º do art. 4º da Lei nº 8.437/92 não seria próprio da Fazenda Pública já que seria apli- cado tanto para a concessão como para a negativa da suspensão, devendo ser aplicado o art. 183 do CPC: O prazo para a Fazenda Pública interpor agravo interno em Suspensão de Liminar é de 15 dias e deve ser contado em dobro. STJ. Corte Especial. SLS nº 2572/DF, julgado em 15/12/2021. Resumindo: O prazo para a Fazenda Pública interpor agravo interno em Suspensão de Liminar é de 15 dias (e não de 5 dias) e deve ser contado em dobro. STJ. Corte Especial. SLS nº 2572/DF, julgado em 15/12/2021 STJ. Corte Especial. AgRg no AgRg na SLS 1.955/DF, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 18/03/2015. Por outro lado, o pensamento do STF é que não se aplica o prazo em dobro. STF. Plenário. SL-AgR-AgR 586; Rel. Min. Presidente. DJE 25/08/2017. STF. Plenário. SS-AgR 4.390. Rel. Min. Presidente. DJE 27/02/2018. Aplica-se o art. 188 do CPC 1973 (art. 183 do CPC 2015) aos recursos inter- postos em processos de suspensão de segurança? “O art. 15 da Lei 12.016/2009, reproduzindo a redação do art. 4° da Lei 4.348/1964, prevê o agravo interno somente da decisão que defere o pedido de suspensão. Pelas razões já expostas, não se deve restringir o cabimento do agravo interno, sendo certo que este se afigura cabível, no prazo de 15 (quinze) dias, tanto do deferimento como do indeferimento do pedido de suspensão. Não é demais lembrar que o prazo passou a ser de 15 (quinze) dias, em virtude do disposto no art. 1.070 do CPC. Assim, indeferido o pedido de suspensão em mandado de segurança, o prazo do agravo interno será de 15 (quinze) dias. Segundo o STF, não se aplica, nesse caso, a prerrogativa do prazo em dobro.73 Para esse Tribunal, até mesmo o prazo para a Defensoria Pública, não se aplica em do- bro para a interposição de agravo interno em suspensão de segurança. A Pre- sidência e, igualmente, a Corte Especial do STJ discordam do STF, entendendo ser em dobro o prazo para a Fazenda Pública interpor agravo interno na sus- pensão de segurança. Por sua vez, a 1ª Seção do STJ, que reúne suas 1ª e 2ª Turmas, adota o mesmo entendimento do STF, afastando o prazo em dobro para a interposição de agravo interno em suspensão de segurança. O tema merece análise um pouco mais detida. Muitos dos precedentes firmados pelo STF e pelo STJ decorrem de julgamentos que aplicaram disposições contidas no CPC de 1973. O atual CPC unificou o regime dos agravos internos, pre- vendo, em seu art. 1.070, que todos eles, previstos em lei ou em regimento interno de tribunal, submetem-se ao prazo de 15 (quinze) dias. Quer isso dizer Pág. 13 de 25 www.proleges.com.br que o prazo para agravo interno previsto na Lei 8.437, de 1992, e o previsto na Lei 12.016, de 2009, passaram a ser de quinze dias. Não prevalece mais o argumento contido nos precedentes do STF, segundo o qual o prazo para agravo interno em suspensão de segurança estaria previsto em lei específica; sendo uma lei especial, não atingida pela lei geral. O CPC regula, generaliza- damente, o prazo para todos os agravos internos. Nesse sentido, o art. 183 do CPC estabelece que a Fazenda Pública goza de prazo em dobro para todas as suas manifestações, ressalvadas as hipóteses em que há prazo específico para determinado ato processual, a exemplo do prazo para impugnação ao cum- primento de sentença, que é específico de 30 (trinta) dias (CPC, art. 535). O prazo para agravo interno interposto contra a decisão do presidente do tribu- nal na suspensão de segurança não é específico, pois se trata de recurso que pode ser interposto independentemente do resultado, não precisando ser in- terposto apenas pela Fazenda Pública. É possível que a suspensão de segu- rança seja ajuizada pelo Ministério Público contra uma decisão que favoreça um ente público, ou é possível uma suspensão de segurança em processo ins- taurado por um ente público contra outro ente público. Qualquer um poderia recorrer, não havendo prazo específico para o ente público, nem para o Mi- nistério Público. Também é possível que o pedido de suspensão seja ajuizado por uma pessoa jurídica de direito privado, que exerça, por delegação, ativi- dade pública ou que atue em colaboração com o Poder Público. Nesse caso, cabe o agravo interno, que não é específico apenas para a Fazenda Pública. Como, nesse exemplo, a pessoa jurídica de direito privado não goza da prer- rogativa de prazo diferenciado, não haverá contagem em dobro do prazo para recorrer. O prazo em dobro é uma prerrogativa da Fazenda Pública, aplicável em qualquer caso. Não decorre da circunstância de ser ou não uma suspensão de segurança, mas de o recorrente ser uma pessoa jurídica de direito público. O Ministério Público, ao recorrer, também goza do prazo em dobro. Se o par- ticular estiver representado pela Defensoria Pública, esta também poderá in- terpor o agravo interno, em suspensão de segurança, no prazo em dobro. É preciso que esse entendimento que afasta o prazo em dobro na suspensão de segurança seja revisto. O CPC uniformizou o regime jurídico do agravo in- terno. O prazo é de 15 (quinze) dias, inclusive no âmbito da suspensão de segurança, sendo contado em dobro quando o recorrente for a FAZENDA PÚBLICA, o MINISTÉRIO PÚBLICO ou a DEFENSORIA PÚBLICA. Tudo está a demonstrar, em suma, que tanto da decisão que defere como da que indefere o pedido de suspensão cabe o agravo interno, a ser interposto no prazo de 15 (quinze) dias, devendo ser contado em dobro quando o recorrente for a Fa-zenda Pública, o Ministério Público ou a Defensoria Pública.” Referência bibliográfica: CUNHA, Leonardo Carneiro da. A fazenda pública em juízo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. Pedido de suspensão de segurança não tem natureza jurídica de recurso, não cabe apreciação do mérito da controvérsia A suspensão de segurança é medida excepcional que não tem natureza jurídica de recurso, razão pela qual não propi- cia a devolução do conhecimento da matéria para eventual reforma. STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3301, j. 17-11-2021. O incidente da suspensão de segurança, por não ser sucedâ- neo recursal, é inadequado para a apreciação do mérito da controvérsia. STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3228, j. 9-3-2021. Questões (Primeiro Tenente Marinha 2020 Quadro Técnico correta) A suspensão da liminar em mandado de se- gurança, salvo determinação em contrário da deci- são que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Su- premo Tribunal Federal, desde que o objeto da limi- nar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração. Partido político não possui legitimidade para postular pe- dido de suspensão de segurança: Partido político não possui legitimidade para postular pe- dido de suspensão de segurança, já que se trata de pessoa jurídica de direito privado, com base na vedação legal dis- posta no art. 15 da Lei 12.016/2009. STF. Tribunal Pleno, SL 1424 AgRg, Min. Luiz Fux (Presidente), julgado em 15/09/2021. Em regra, não cabe pedido de suspensão de segurança à Presidência do STF em face de decisão proferida por minis- tros do STF: Em regra, não cabe pedido de suspensão de segurança à Pre- sidência do STF em face de decisão proferida por ministros do STF, notadamente quando ausente qualquer teratologia na decisão impugnada. STF. Tribunal Pleno, SL 1424 AgRg, Min. Luiz Fux (Presidente), julgado em 15/09/2021. Pedido de suspensão, há legitimidade ativa das pessoas ju- rídicas de direito privado prestadoras de serviço público quando na defesa do interesse público primário: O STJ reconhece a legitimidade ativa das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público (empresas pú- blicas, sociedades de economia mista, concessionárias e per- missionárias de serviço público) para a propositura de pe- dido de suspensão, quando na defesa do interesse público primário. Frise-se que a lesão ao bem jurídico deve ser grave e imi- nente, devendo o requerente demonstrar, de modo cabal e preciso, tal aspecto da medida impugnada. STJ. Corte Especial. AgInt nos EDcl na SLS 2.814/SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 22/06/2021. Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido liminar. Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre. Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 dias, contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, independentemente de revisão. Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada. Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o Pág. 14 de 25 www.proleges.com.br requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. É possível que o impetrante desista do MS após já ter sido prolatada sentença de mérito? SIM. O STF decidiu que a desistência do mandado de segu- rança é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e inde- pendentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação (RE 669367/RJ, Min. Rosa Weber, julgado em 02/05/2013). Para o STF, o MS é uma ação conferida em benefício do cida- dão contra o Estado e, portanto, não gera direito à autori- dade pública coatora de ver o mérito da questão resolvido. O STJ também possui precedentes nesse sentido, ou seja, afirmando que o impetrante pode desistir de mandado de segurança sem a anuência do impetrado mesmo após a pro- lação da sentença de mérito (STJ. 2ª Turma. REsp 1.405.532- SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/12/2013. Info 533). Mas e se o intuito da desistência for abusivo? O entendimento acima parecia consolidado. Ocorre que, em um precedente de 2015, o STF afirmou que não é cabí- vel a desistência de mandado de segurança, nas hipóteses em que se discute a exigibilidade de concurso público para delegação de serventias extrajudiciais, quando na espécie já houver sido proferida decisão de mérito, objeto de su- cessivos recursos. No caso concreto, o pedido de desistência do MS foi formu- lado após o impetrante ter interposto vários recursos su- cessivos (embargos de declaração e agravos regimentais), todos eles julgados improvidos. Dessa forma, o Ministro Relator entendeu que tudo levaria a crer que o objetivo do impetrante ao desistir seria o de evitar o fim da discussão com a constituição de coisa julgada. Com isso, ele poderia propor uma ação ordinária em 1ª instância e, assim, perpe- tuar a controvérsia, ganhando tempo antes do desfecho de- finitivo contrário. Assim, com base nessas peculiaridades, a 2ª Turma do STF indeferiu o pedido de desistência. STF. 2ª Turma. MS 29093 ED-ED-AgR/DF, MS 29129 ED-ED- AgR/DF, MS 29189 ED-ED-AgR/DF, MS 29128 ED-ED-AgR/DF, MS 29130 ED-ED-AgR/DF, MS 29186 ED-ED-AgR/DF, MS 29101 ED-ED-AgR/DF, MS 29146 ED-ED-AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgados em 14/4/2015 (Info 781). STF. 1ª Turma. MS 29895 AgR-ED-AgR, Rel. Min Alexandre de Moraes, julgado em 24/08/2018. Recentemente, o STF indeferiu a homologação da desistên- cia quando a petição da desistência do writ foi protocolada de última hora, exatamente no dia do julgamento do agravo interno interposto da decisão de mérito (monocrática), evi- denciando, por parte do impetrante, a nítida rejeição da so- lução judicial fundamentada pelo STF, demonstrando um in- tuito de recusa da prestação jurisdicional (STF; Rec. 35.835; Rel. Min. Gilmar Mendes; DJE 31/05/2019) Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus. § 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator. § 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 dias. Art. 21. O MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de partedos associados ou membros do impetrante. Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. (Vide ADIN 4296) § 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. § 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 horas (ADI 4296: o art. 22, § 2º, é INCONSTITUCIONAL). Inconstitucionalidade do § 2º do art. 21 1) Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas pú- blicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 2) O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em mandado de se- gurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 3) É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. 4) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental. É in- constitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 5) É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva pré- via do representante da pessoa jurídica de direito público Pág. 15 de 25 www.proleges.com.br como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de cautela do magistrado. 6) É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man- dado de segurança. 7) É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con- denação em honorários advocatícios. STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 (Info 1021). (Procurador Prefeitura de Novo Hamburgo/RS 2022 AOCP correta) O STF julgou inconstitucional a exigência de oitiva prévia do representante da pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de limi- nar em mandado de segurança coletivo, por considerar que a disposição restringe o poder geral de cautela do magistrado. Comentamos o microssistema processual coletivo aqui! Comentários e anotações sobre microssistema processual coletivo? Confira o nosso material. *Atualização sem custo adicional* Disponível https://bit.ly/32yRMsv Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado (ADI 4296: o art. 23 é constitucional). Inconstitucionalidade do § 2º do art. 7º 1) Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas pú- blicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 2) O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em mandado de se- gurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 3) É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. 4) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental. É in- constitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 5) É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva pré- via do representante da pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de cautela do magistrado. 6) É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man- dado de segurança. 7) É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con- denação em honorários advocatícios. STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 (Info 1021). Prazo decadencial de 120 dias e a TEORIA DO TRATO SUCESSIVO Nas hipóteses de atos de trato sucessivo, o prazo decaden- cial para a impetração de mandado de segurança renova-se mês a mês. STJ. 3ª Seção. MS 12473, j. 11-2-2009. (Defensor DPESE 2022 Cespe correta) Não deve ser reconhecida a deca- dência para impetração do mandado de segurança, por se tratar de relação de trato sucessivo, cuja violação do direito mensalmente se renova. Cuidado que o STJ ressalta o seguinte entendimento a tí- tulo de complementação: "A TEORIA DO TRATO SUCESSIVO restringe-se às hipóteses de impetração contra ato omissivo ilegal da autoridade coatora, devendo o ato comissivo, seja de supressão ou de redução de vencimentos, ser atacado dentro do prazo de que cuida o artigo 18 da Lei nº 1.533/51, atualmente art. 23 da Lei 12.016/09, que devem ser interpretados em harmo- nia com a natureza e vocação específica do man- dado de segurança. Precedentes do STJ e do Su- premo" (REsp 1.195.628/ES, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 1/12/2010). STJ. 1ª Turma. RMS 45.275/DF, Rel. Min. Sérgio Ku- kina, julgado em 14/12/2021. #Resumindo: TEORIA DO TRATO SUCESSIVO ATO OMISSIVO ATO COMISSIVO STJ: admite a teoria do trato sucessivo. É possível renovar o prazo decadencial mês a mês. (Analista PGERJ Cespe 2022 cor- reta) A impetração de mandado de segurança contra ato omissivo da administração, envolvendo obriga- ção de trato sucessivo, não se su- jeita à decadência. STJ: não admite a teoria do trato sucessivo. Nesse caso, deve-se respeitar o prazo decadencial de 120 dias. Termo inicial do prazo no caso de ato que suprime ou reduz vantagem O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de proven- tos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão de vantagem, confi- gura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. • Ato que SUPRIME vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). • Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). https://bit.ly/32yRMsv Pág. 16 de 25 www.proleges.com.br STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 (Info 578). O ato que SUPRIME ou REDUZ vantagem de servidor é ato único ou prestação de trato sucessivo? Para o STJ, é preciso fazer a seguinte distinção: • Supressão: ato ÚNICO (prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). • Redução: prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). STJ. 2ª Turma. RMS 34363-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/12/2012 (Info 513) (Promotor MPETO 2022 Cespe correta) Segundo o STJ, o prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renovase mês a mês. Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. NÃO CABE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NO MANDADO DE SEGURANÇA O rito procedimental do mandado de segurança é incompa- tível com a intervenção de terceiros, conformese extrai do art. 24 da Lei nº 12.016/09, ainda que na modalidade de as- sistência litisconsorcial. STJ. 1ª Seção. AgInt na PET no MS 23.310/DF, Rel. Min. Aus- sete Magalhães, julgado em 28/04/2020. STF. 2ª Turma. RExt-AgR-ED 1.046.278/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE 06/11/2020. É possível amicus curiae em MS? É possível a intervenção de amicus curiae em um processo de mandado de segurança? Trata-se de tema polêmico. 1ª corrente: NÃO. No processo de mandado de segurança não é admitida a intervenção de terceiros nem mesmo no caso de assistência simples. Se fosse admitida a intervenção do amicus curiae, isso poderia comprometer a celeridade do mandado de segurança. O rito procedimental do mandado de segurança é incompa- tível com a intervenção de terceiros, por força do art. 24 da Lei nº 12.016/2009, ainda que na modalidade de assistência litisconsorcial. STF. 1ª Turma. MS 29192/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/8/2014 (Info 755). STF. 1ª Turma. MS 36133 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 20/09/2021. É a posição que prevalece. 2ª corrente: SIM. A doutrina defende que, com o novo CPC, é possível a intervenção de amicus curiae em processo de mandado de segurança (Enunciado nº 249 do Fórum Perma- nente de Processualistas Civis). Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má- fé (ADI 4296: o art. 25 é constitucional). Constitucionalidade do art. 25 1) Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão comercial praticados por administradores de empresas pú- blicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 2) O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em mandado de se- gurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 3) É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. 4) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental. É in- constitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 5) É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva pré- via do representante da pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de liminar em mandado de segurança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de cautela do magistrado. 6) É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man- dado de segurança. 7) É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con- denação em honorários advocatícios. STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 (Info 1021). (Procurador Prefeitura de Presidente Prudente/SP 2022 Vunesp correta) Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embar- gos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé. (Defensor DPEPI 2022 Cespe adaptada correta) De acordo com STF, é cons- titucional regra prevista na Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009) que determina a ausência de condenação ao pagamento de ho- norários advocatícios em sede de mandado de segurança. Não cabem honorários recursais em recurso envolvendo processo de mandado de segurança Assim, pode-se dizer que o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que veda a condenação em honorários advocatícios "no processo mandamental", afasta a incidência do regime do art. 85, § 11, do CPC/2015. STJ. 2ª Turma. RMS 52024-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/10/2016 (Info 592). Em mandado de segurança individual, não cabe honorários advocatícios No processo de Mandado de Segurança individual, não ca- bem honorários advocatícios, na esteira do disposto no art. 25 da Lei n. 12.016/2009 e na Súmula 105/STJ, não havendo ressalva à fase de cumprimento de sentença. Pág. 17 de 25 www.proleges.com.br STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1.968.010-DF, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), julgado em 09/05/2022 (Info 753). Recente Súmula 105-STJ Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorá- rios advocatícios. (Defensor DPEMG 2014 Fundep correta) Não é cabível a condenação em honorários advocatícios em ações de mandado de segurança. (Advogado OAB IX 2012 FGV correta) Impetrado um mandado de segu- rança, já sob a égide da Lei n. 12.016/2009, assinale a afirmativa correta: A sentença não fixará honorários advocatícios, por serem eles incabíveis no Mandado de Segurança. (Procurador Câmara de Itaquaquecetuba/SP 2018 Vunesp incorreta) A parte vencida em Mandado de Segurança poderá ser condenada ao paga- mento de honorários advocatícios sucumbenciais. Questões (Analista IPMJP 2018 IBADE correta) O processo de mandado de segu- rança não comporta a interposição de embargos infringentes. (Analista UEAP 2014 CSUFG correta) A interposição de embargos infrin- gentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios são inca- bíveis em mandado de segurança, sem prejuízo da aplicação de sanções em caso de litigância de má-fé. (Analista EBC 2011 Cespe correta) No processo de mandado de segu- rança, não são admitidas a interposição de embargos infringentes nem a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, ressalvada a possi- bilidade de aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé. Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de 180 dias, contado da sua publicação. Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166, de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3o da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art. 1o da Lei no 6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de janeiro de 1982, e o art. 2o da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996. Clique aqui para voltar ao SUMÁRIO JURISPRUDÊNCIA E ENUNCIADOS SOBRE MANDADO DE SEGURANÇA Súmulas • Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. • Súmula vinculante 14-STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos ele- mentos de prova que, já documentados em procedi- mento investigatório realizado por órgão com com- petência de polícia judiciária, digam respeito ao exer- cício do direito de defesa. • Súmula 701-STF: No mandado de segurança impe- trado pelo Ministério Público contra decisão profe- rida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo. • Súmula 650-STJ: A autoridade administrativa não dispõe de discricionariedade para aplicar ao servidor pena diversa de demissão quando caracterizadas as hipóteses previstas no art. 132 da Lei nº 8.112/90. • Súmula 632-STF: É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetração de mandado de se- gurança. • Súmula 631-STF: Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessá- rio. • Súmula 630-STF: A entidade de classe tem legitima- çãopara o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. • Súmula 629-STF: A impetração de mandado de segu- rança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes. • Súmula 628-STJ: A TEORIA DA ENCAMPAÇÃO é apli- cada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes REQUISITOS: a) existência de vínculo hierárquico entre a autori- dade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informa- ções prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabe- lecida na Constituição Federal. • Súmula 627-STF: No mandado de segurança contra a nomeação de magistrado da competência do Pre- sidente da República, este é considerado autoridade coatora, ainda que o fundamento da impetração seja nulidade ocorrida em fase anterior do procedimento. • Súmula 626-STF: A suspensão da liminar em man- dado de segurança, salvo determinação em contrá- rio da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da se- gurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração. Pág. 18 de 25 www.proleges.com.br • Súmula 625-STF: Controvérsia sobre matéria de di- reito não impede concessão de mandado de segu- rança. • Súmula 624-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de mandado de segurança contra atos de outros tribunais. • Súmula 623-STF: Não gera por si só a competência originária do Supremo Tribunal Federal para conhe- cer do mandado de segurança com base no art. 102, I, n, da Constituição, dirigir-se o pedido contra deli- beração administrativa do tribunal de origem, da qual haja participado a maioria ou a totalidade de seus membros. • Súmula 622-STF: Não cabe agravo regimental contra decisão do relator que concede ou indefere liminar em mandado de segurança. Obs. Superada. • Súmula 604-STJ: O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso cri- minal interposto pelo Ministério Público. (Juiz TJRS 2022 FAURGS adaptada correta) Conforme o STJ, o mandado de segurança não é meio idôneo à atribuição de efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público. #Pergunto: Se não pode MS, pode o MP propor medida cau- telar para tentar obter efeito suspensivo (ex.: ação cautelar inominada)? STJ: SIM!. É admissível o ajuizamento de ação cautelar inominada para atri- buir efeito suspensivo a recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público contra decisão que determinou a soltura do Acusado. STJ-5T, AgRg no HC 703166, j. 13-12-2021. É admissível o ajuizamento de ação cautelar inominada para atri- buir efeito suspensivo a recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público contra decisão que determinou a soltura do Acusado. Inaplicável, ao caso, a Súmula n. 604 do Superior Tri- bunal de Justiça, que é específica ao proibir o uso do mandado de segurança como via de atribuição de efeito suspensivo a re- curso criminal da Acusação. STJ-6T, HC 572583, j. 4-8-2020. (Promotor MPEGO 2022 FGV correta) Considerando o caso concreto no texto 1, caso o Ministério Público deseje suspender a audiência de instrução, debates e julgamento aprazada, enquanto aguarda o julgamento da sua pre- tensão recursal, evitando a duplicidade de instruções e oitivas, deverá se valer de: ação cautelar inominada. (Delegado PCAM 2022 FGV correta) Contra a decisão que determina a soltura do acusado preso preventivamente é cabível o recurso em sentido estrito. No entanto, tal recurso é despido de efeito suspensivo. Caso se pre- tenda atribuir efeito suspensivo a esse recurso, é admissível o manejo de ação cautelar inominada. • Súmula 597-STF: Não cabem embargos infringentes de acórdão que, em mandado de segurança decidiu, por maioria de votos, a apelação. Obs. Superada. O CPC/2015 acabou com os embargos infringentes. • Súmula 570-STJ: Compete à Justiça Federal o pro- cesso e julgamento de demanda em que se discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino superior no Ministé- rio da Educação como condição de expedição de di- ploma de ensino a distância aos estudantes. • Súmula 512-STF: Não cabe condenação em honorá- rios de advogado na ação de mandado de segurança. • Súmula 510-STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. • Súmula 506-STF: O agravo a que se refere o art. 4 da Lei 4.348, de 26.06.1964, cabe, somente, do despa- cho do Presidente do Supremo Tribunal Federal que defere a suspensão da liminar, em mandado de se- gurança, não do que a denega. Cancelada. • Súmula 474-STF: Não há direito líquido e certo, am- parado pelo mandado de segurança, quando se es- cuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Fe- deral. • Súmula 460-STJ: É incabível o mandado de segu- rança para convalidar a compensação tributária rea- lizada pelo contribuinte. • Súmula 433-STF: É competente o Tribunal Regional do Trabalho para julgar mandado de segurança con- tra ato de seu presidente em execução de sentença trabalhista. • Súmula 430-STF: Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o man- dado de segurança. • Súmula 429-STF: A existência de recurso administra- tivo com efeito suspensivo não impede o uso do man- dado de segurança contra omissão da autoridade. • Súmula 405-STF: Denegado o mandado de segu- rança pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária. • Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal proces- sar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial. • Súmula 333-STJ: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. • Súmula 330-STF: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de mandado de segu- rança contra atos dos tribunais de justiça dos esta- dos. • Súmula 330-STJ: É desnecessária a resposta prelimi- nar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial. • Súmula 319-STF: O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em "habeas corpus" ou mandado de segurança, é de cinco dias. Obs. Supe- rada em parte. • Súmula 304-STF: Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o im- petrante, não impede o uso da ação própria. • Súmula 299-STF: O recurso ordinário e o extraordi- nário interpostos no mesmo processo de mandado de segurança, ou de "habeas corpus", serão julgados conjuntamente pelo Tribunal Pleno. • Súmula 294-STF: São inadmissíveis embargos infrin- gentes contra decisão do Supremo Tribunal Federal em mandado de segurança. Obs. Superada. O CPC/2015 acabou com os embargos infringentes. • Súmula 272-STF: Não se admite como ordinário re- curso extraordinário de decisão denegatória de man- dado de segurança. • Súmula 271-STF: Concessão de mandado de segu- rança não produz efeitos patrimoniais, em relação a Pág. 19 de 25 www.proleges.com.br período pretérito, os quais devem ser reclamados ad- ministrativamente ou pela via judicial própria. • Súmula 270-STF: Não cabe mandado de segurança para impugnar enquadramento da Lei 3.780, de 12 de julho de 1960, que envolva exame de prova ou de situação funcional complexa. • Súmula 269-STF: O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança. • Súmula 268-STF: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. • Súmula 267-STF: Não cabe mandado de segurança contra atojudicial passível de recurso ou correição. • Súmula 266-STF: Não cabe mandado de segurança contra lei em tese. • Súmula 248-STF: É competente, originariamente, o Supremo Tribunal Federal, para mandado de segu- rança contra ato do Tribunal de Contas da União. • Súmula 213-STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à com- pensação tributária. • Súmula 212-STJ: A compensação de créditos tributá- rios não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória. Obs. Supe- rada, porque o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 7º, § 2º (ADI 4296). • Súmula 202-STJ: A impetração de segurança por ter- ceiro, contra ato judicial, não se condiciona à inter- posição de recurso. • Súmula 177-STJ: O Superior Tribunal de Justiça é in- competente para processar e julgar, originariamente mandado de segurança contra ato de órgão colegi- ado presidido por Ministro de Estado. • Súmula 169-STJ: São inadmissíveis embargos infrin- gentes no processo de mandado de segurança. Obs. Superada. O CPC/2015 acabou com os embargos in- fringentes. • Súmula 105-STJ: Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários advocatí- cios. • Súmula 103-STJ: Incluem-se entre os imóveis funcio- nais que podem ser vendidos os administrados pelas forças armadas e ocupados pelos servidores civis. • Súmula 101-STF: O mandado de segurança não subs- titui a ação popular. • Súmula 41-STJ: O Superior Tribunal de Justiça não tem competência para processar e julgar, originaria- mente mandado de segurança contra ato de outros tribunais ou dos respectivos órgãos. Teses de Repercussão Geral (STF) sobre mandado de segurança • É desnecessária a autorização expressa dos associ- ados, a relação nominal destes, bem como a com- provação de filiação prévia, para a cobrança de va- lores pretéritos de título judicial decorrente de man- dado de segurança coletivo impetrado por entidade associativa de caráter civil. (Tema 1119) • O Ministério Público de Contas não tem legitimi- dade para impetrar mandado de segurança em face de acórdão do Tribunal de Contas perante o qual atua. (Tema 1044) (Subprocurador MPCM/PA 2022 Cespe correta) O Ministério Público do Tribunal de Contas não possui legitimidade para impetrar mandado de se- gurança, mesmo que para defender suas prerrogativas institucionais. • O pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pú- blica entre a data da impetração do mandado de segurança e a efetiva implementação da ordem concessiva deve observar o regime de precatórios previsto no artigo 100 da Constituição Federal. (Tema 831) • Compete à justiça federal comum processar e julgar mandado de segurança quando a autoridade apon- tada como coatora for autoridade federal, conside- rando-se como tal também os dirigentes de pessoa jurídica de direito privado investidos de delegação concedida pela União. (Tema 722) • É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de segurança, independentemente de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da enti- dade estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos litisconsortes passivos necessários, a qual- quer momento antes do término do julgamento, mesmo após eventual sentença concessiva do ‘writ’ constitucional, não se aplicando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC/1973. (Tema 530) (Defensor DPESE 2022 Cespe correta) O impetrante poderá desistir da ação de mandado de segurança, independentemente do consentimento da autoridade apontada como coatora, mesmo que a desistência se dê após a concessão da ordem. • Compete às Turmas Recursais o julgamento de mandado de segurança utilizado como substitutivo recursal contra decisão de juiz federal no exercício de jurisdição do Juizado Especial Federal. (Tema 159) • Não cabe mandado de segurança das decisões in- terlocutórias exaradas em processos submetidos ao rito da Lei 9.099/1995. (Tema 77) Informativos 2023 MANDADO DE SEGURANÇA. Em mandado de segurança, é vedada a oportunização ao impetrante de emenda à inicial para a indicação da correta autoridade coatora, quando a referida modificação implique na alteração da competência jurisdicional. STJ. 2ª Turma. REsp 1.954.451-RJ, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 14/2/2023 (Info 764). Informativos 2022 (STJ) É lícito ao impetrante desistir da ação de mandado de se- gurança, independentemente de aquiescência da autori- dade apontada como coatora, e a qualquer tempo, mesmo após sentença de mérito, desde que antes do trân- sito em julgado, ainda que lhe seja desfavorável. STJ. 1ª Turma. DESIS nos EDcl no AgInt no REsp 1.916.374- PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, julgado em 18/10/2022 (Info 761). Pág. 20 de 25 www.proleges.com.br Não é cabível o pedido de suspensão de liminar concedida para determinar a emissão de certificados de conclusão a alunos de curso de medicina com fundamento nas disposi- ções da Medida Provisória n. 934/2020, convertida na Lei n. 14.040/2020, cujos efeitos foram estendidos pela Lei n. 14.218/2021. STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3.375-MG, Rel. Min. Hum- berto Martins, julgado em 09/08/2022 (Info 757). RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. EX- CLUSÃO DE MULTA COERCITIVA. DECISÃO NÃO DENEGATÓ- RIA. Não cabe recurso ordinário em mandado de segurança com fundamento no art. 105, inciso II, alínea "b", da Cons- tituição da República, na hipótese em que houver a conces- são da segurança e a parte impugna capítulo que havia tão- somente excluído a multa cominatória para o cumprimento da liminar. STJ. 2ª Turma. RMS 69.727-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 18/10/2022 (Info 755). A pretensão mandamental foi deduzida com a finalidade de compelir a autoridade impetrada a providenciar a expedição de um boleto bancário para que a impetrante pudesse realizar a sua inscrição em concurso público. No caso, aparentemente havia um problema tanto na geração desse boleto, quanto no seu registro bancário, e isso dificultava o procedimento de inscri- ção porque o pagamento não podia ser feito. Assim, a pretensão manda- mental esgotava-se nisso, e que a despeito de ter sido cominada multa para obrigar a autoridade ao pronto atendimento da decisão judicial concessiva de liminar, a sua existência em si é irrelevante para a correta definição da pretensão, assim como do seu acolhimento. Nesse sentido, é inafastável concluir que tenha a parte impetrante pedido ou não a cominação de multa, e tivesse o órgão judicial deferido ou indeferido a "astreinte", o primordial a ser considerado para efeito da caracterização da pretensão mandamental, do resultado processual concessivo ou denegatório e da formação da coisa julgada é que o pedido principal consistira tão-somente na expedição de novo boleto bancário e na prorrogação do prazo de inscrição. Foi nesse sen- tido que houve a "concessão da segurança". Em sendo assim, uma vez que o resultado judicial não é denegatório da pretensão mandamental, não há hipótese de cabimento do recurso ordinário, na forma do art. 105, inciso II, alínea "b", da Constituição da República, e por isso não se conhece do re- curso ordinário em mandado de segurança. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPETRAÇÃO CONTRA ATO DO PRESIDENTE DE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA. INÉPCIA DE INI- CIAL COM PEDIDO DE ABERTURA DE IMPEACHMENT DE GO- VERNADOR. RENÚNCIA AO CARGO DE GOVERNADOR. PERDA DO OBJETO. RECURSO PREJUDICADO. A renúncia ao cargo de governador impede o recebimento de pedido de abertura de impeachment. STJ. 2ª Turma. RMS 68.932-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16/08/2022 (Info 753). De acordo com o art. 15 da Lei n. 1.079/1950 (Lei dos Crimes de Respon- sabilidade): "A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo". No processo de Mandado de Segurança individual, não ca- bem honorários advocatícios, na esteira do dispostono art. 25 da Lei n. 12.016/2009 e na Súmula 105/STJ, não havendo ressalva à fase de cumprimento de sentença. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1.968.010-DF, Rel. Min. Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª Região), julgado em 09/05/2022 (Info 753). Em mandado de segurança, a legitimidade para recorrer é da pessoa jurídica de direito público, sendo dispensável a intimação da autoridade coatora para fins de início da con- tagem do prazo recursal. STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1.430.628-BA, Rel. Min. Fran- cisco Falcão, julgado em 18/08/2022 (Info 747). É inadequado o manejo de mandado de segurança com vis- tas à defesa do direito de candidato em concurso público a continuar concorrendo às vagas reservadas às pessoas pre- tas ou pardas, quando a comissão examinadora de heteroi- dentificação não confirma a sua autodeclaração. STJ. 1ª Turma. RMS 58.785-MS, Rel. Min. Sérgio Kukina, jul- gado em 23/08/2022 (Info 746). Logo, no contexto assim desenhado, se alguma margem de subjetividade deve mesmo ser tolerada, ante a falta de critérios objetivos seguros, ex- surge, então, mais uma forte razão a sinalizar em desfavor do emprego do especialíssimo rito mandamental para se discutir e definir, no caso con- creto, o direito do recorrente em se ver enquadrado como pardo, para o fim de concorrer em vagas nesse segmento reservadas. O DEFENSOR PÚBLICO, atuando em nome da Defensoria Pública, possui legitimidade para impetrar mandado de se- gurança em defesa das funções institucionais e prerrogati- vas de seus órgãos de execução, atribuição não conferida exclusivamente ao Defensor Público-Geral. STJ. 4ª Turma. Processo sob segredo judicial, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 07/06/2022 (Info 742). O art. 100 da LC 80/94 confere legitimidade exclusiva do DPG do Estado para impetrar mandado de segurança em defesa das funções institucionais e prerrogativas de seus ór- gãos de execução? Segundo o STJ, NÃO! Prevalência dos princípios institucionais da Defensoria Pública: para o STJ, a doutrina afirma que "em virtude da unidade da Instituição, os atos praticados pelo Defensor Pú- blico no exercício de suas funções não devem ser creditados ao agente, mas atribuídos à própria Defensoria Pública a qual integra", o que é reforçado também pelo princípio da indivisibilidade, corolário daquele, que estabelece que, "quando um membro da Defensoria Pública atua, quem na realidade está atuando é a própria Defensoria Pública; por isso, a doutrina tem reconhecido a fungibilidade dos mem- bros da Instituição" – informações do inteiro teor (Info 742). Conclusão do STJ: O art. 100 da Lei Complementar n. 80/1994, ao atribuir ao Defensor Público-Geral a representação judicial da Defenso- ria Pública do Estado, não exclui a legitimidade dos respec- tivos órgãos de execução - os defensores públicos atuantes perante os diversos juízos - de impetrar mandado de segu- rança na defesa da atuação institucional do órgão. O Ministério Público possui legitimidade ativa para impe- trar Mandado de Segurança a fim de promover a defesa dos interesses transindividuais e do patrimônio público mate- rial ou imaterial: Conforme dispõe o art. 129, inciso III, da Constituição Fede- ral, é função institucional do Ministério Público "promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patri- mônio público e social, do meio ambiente e de outros inte- resses difusos e coletivos". O fato de o citado dispositivo constitucional indicar que o Ministério Público deve promo- ver a Ação Civil Pública na defesa do patrimônio público, ob- viamente, não o impossibilita de se utilizar de outros meios para a proteção de interesses e direitos constitucionalmente assegurados, difusos, coletivos, individuais e sociais indispo- níveis, especialmente diante do princípio da máxima efetivi- dade dos direitos fundamentais. A Constituição Federal ou- torga ao Ministério Público a incumbência de promover a de- fesa dos interesses individuais indisponíveis, podendo, para Pág. 21 de 25 www.proleges.com.br tanto, exercer o direito de ação nos termos de todas a nor- mas, compatíveis com sua finalidade institucional. Nesse sentido, aliás, dispõe o art. 177 do CPC/2015: O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições constitucionais. O art. 32, inciso I, da Lei Or- gânica Nacional do Ministério Público, Lei n. 8.625/1993, a, seu turno, preconiza expressamente que os membros do ór- gão ministerial podem impetrar Mandado de Segurança nos Tribunais Locais no exercício de suas atribuições. É evidente que a defesa dos direitos indisponíveis da sociedade, dever institucional do Ministério Público, pode e deve ser plena- mente garantida por meio de todos os instrumentos possí- veis, abrangendo não apenas as demandas coletivas, a de que são exemplo a Ação de Improbidade, Ação civil pública, como também os remédios constitucionais quando voltados à tutela dos interesses transindividuais e à defesa do patri- mônio público material ou imaterial. STJ. 2ª Turma. RMS 67.108-MA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/04/2022 (Info 732). É incabível a interposição de recurso ordinário contra ape- lação em mandado de segurança: No caso, a parte manejou o recurso ordinário a fim de evitar a incidência da Súmula n. 7/STJ ("A pretensão de simples re- exame de prova não enseja recurso especial."), e defende ser admissível, na hipótese, a fungibilidade com a via especial. Inexiste fungibilidade recursal entre as vias ordinária e espe- cial, ante a ausência de dúvida objetiva patente sobre as hi- póteses de cabimento das espécies recursais. A tática con- fessadamente deliberada de manejar-se o recurso ordinário com o intuito de afastar a incidência da Súmula n. 7/STJ re- vela-se particularmente afrontosa ao Poder Judiciário. A competência desta (e de outras) Cortes se afirma pelo orde- namento constitucional e suas derivações, não pela estraté- gia processual articulada pelas partes. Há inegável erro gros- seiro na interposição do recurso ordinário contra acórdão de apelação em mandado de segurança. O fato de se tratar de erro deliberado, com intuito de burlar a compreensão desta Corte sobre os requisitos constitucionais de manejo do re- curso especial não mitiga ou afasta tal equívoco; ao contrá- rio. Ainda que se admitisse a descabida fungibilidade, por obviedade lógica, a análise do recurso sob a via especial es- barraria, no óbice de que tentou se esquivar, resultando igualmente no não conhecimento da pretensão. STJ. 2ª Turma. RMS 66.905-SP, Rel. Min. Og Fernandes, jul- gado em 22/03/2022 (Info 731). A competência para julgar mandado de segurança contra ato do ato do Controlador-Geral do Distrito Federal é do ju- ízo de 1ª instância (Vara da Fazenda Pública): O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios não tem competência para processar e julgar mandado de segu- rança impetrado contra ato do Controlador-Geral do Distrito Federal. Compete ao TJDFT julgar mandado de segurança contra atos dos Secretários de Governo do Distrito Federal e dos Territó- rios. Ocorre que o Controlador-Geral do Distrito Federal não é considerado Secretário de Governo, para fins de compe- tência do TJDFT. STJ. 2ª Turma. RMS 57943-DF, Rel. Min. Francisco Falcão, jul- gado em 08/03/2022 (Info 728). Não cabe mandado de segurança contra ato de dirigente de federação esportiva: É inviável a subsunção de dirigentes, unidades ou órgãos de entidades de administração do desporto ao conceito de au- toridade pública ou exercício de função pública, sobressa- indo o caráter privado dessas atividades, declarando-se a ile- gitimidade passiva a obstar o exame de mérito do mandado de segurança. STJ. 4ª Turma. REsp 1348503-SE, Rel. Min. Marco Buzzi, jul- gado em 22/02/2022 (Info 726). Informativos 2021 (STF) Análise da (in) constitucionalidade da Lei do Mandado de Segurança: Não cabe mandado de segurançacontra atos de gestão co- mercial praticados por administradores de empresas públi- cas, sociedades de economia mista e concessionárias de ser- viço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida liminar em mandado de se- gurança, quando verificada a real necessidade da garantia em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental. É incons- titucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva prévia do representante da pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de liminar em mandado de segu- rança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de cau- tela do magistrado. É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man- dado de segurança. É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con- denação em honorários advocatícios. STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 (Info 1021). Informativos 2021 (STJ) Contribuinte pode impetrar mandado de segurança pe- dindo que se reconheça o direito à compensação de tribu- tos indevidamente pagos nos 5 anos anteriores ao ajuiza- mento, sem que isso implique ofensa à Súmula 271 do STF: A pretensão em mandado de segurança que visa exclusiva- mente à declaração do direito à compensação de eventuais indébitos recolhidos anteriormente à impetração, ainda não atingidos pela prescrição, não importa em produção de efeito patrimonial pretérito, aproveitando apenas o valor re- ferente a indébitos recolhidos nos cinco anos anteriores ao manejo da ação mandamental. Caso concreto: determinada Indústria forneceu a seus clien- tes diversas mercadorias a título de bonificações (brindes). Fisco cobrou ICMS em relação a essas mercadorias e a indús- tria pagou. Depois disso, a indústria impetrou mandado de segurança pedindo para que se reconheça que ela não Pág. 22 de 25 www.proleges.com.br deveria ter pagado ICMS sobre esses brindes e que se de- clare que ela tem direito de compensar o que pagou indevi- damente nos últimos cinco anos. O simples fato de se declarar que o contribuinte tem direito à compensação tributária dos créditos referentes aos últi- mos cinco anos não significa concessão de efeitos patrimo- niais pretéritos. A situação não se enquadra na Súmula 271 do STF porque pretende simplesmente a declaração em abs- trato do direito de compensar (créditos de ICMS bonificação, não atingidos pela prescrição), para realizar o procedimento “futura e administrativamente”. Súmula 271-STF: Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria. STJ. 1ª Seção. EREsp 1770495-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/11/2021 (Info 717). Não cabe agravo de instrumento contra decisão interlocu- tória que verse sobre instrução probatória; também não cabe mandado de segurança; essa decisão deverá ser im- pugnada por ocasião da apelação: As decisões interlocutórias sobre a instrução probatória não são impugnáveis por agravo de instrumento ou pela via man- damental, sendo cabível a sua impugnação diferida pela via da apelação. STJ. 2ª Turma. RMS 65943-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/10/2021 (Info 715). Se uma associação impetra MS coletivo, essa decisão irá be- neficiar todos os integrantes da categoria substituída (mesmo que não sejam associados); no entanto, essa deci- são não beneficia pessoas que não sejam da categoria subs- tituída: A coisa julgada formada no Mandado de Segurança Coletivo 2005.51.01.016159-0 (impetrado pela Associação de Oficiais Militares do Estado do Rio de Janeiro - AME/RJ, enquanto substituta processual) beneficia os militares e respectivos pensionistas do antigo Distrito Federal, integrantes da cate- goria substituída - oficiais, independentemente de terem constado da lista apresentada no momento do ajuizamento do mandamus ou de serem filiados à associação impetrante. Assim, essa decisão beneficia todos os Oficiais do antigo Dis- trito Federal. No entanto, não irá beneficiar outros militares do antigo Distrito Federal que não sejam Oficiais (ex: um Ter- ceiro Sargento). STJ. 1ª Seção. REsp 1865563-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. Acd. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/10/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 1056) (Info 715). Aplica-se a técnica prevista no art. 942 do CPC no julga- mento de recurso de apelação interposto em mandado de segurança: A técnica de ampliação do colegiado, prevista no art. 942 do CPC/2015, aplica-se também ao julgamento de apelação in- terposta contra sentença proferida em mandado de segu- rança. STJ. 2ª Turma. REsp 1868072-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 04/05/2021 (Info 695). Informativos 2020 (STJ) Não cabe mandado de segurança contra decisão interlocu- tória proferida após a publicação do acórdão do STJ que fi- xou a tese da taxatividade mitigada (Tema 988 – Dje 19/12/2018): Não é admissível, nem excepcionalmente, a impetração de mandado de segurança para impugnar decisões interlocutó- rias após a publicação do acórdão em que se fixou a tese re- ferente ao tema repetitivo 988, segundo a qual “o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da ques- tão no recurso de apelação”. Caso concreto: juiz indeferiu pedido de designação da audi- ência de conciliação prevista no art. 334 do CPC, ao funda- mento de “dificuldade de pauta”. Essa decisão foi proferida em 07/02/2019, ou seja, após a publicação do acórdão do STJ que definiu a tese da taxatividade mitigada (Tema 998 - REsp 1.704.520-MT - DJe 19/12/2018). Logo, neste caso, essa decisão interlocutória somente seria impugnável por agravo de instrumento, não cabendo, portanto, mandado de segu- rança. STJ. 3ª Turma. RMS 63202-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bel- lizze, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado em 01/12/2020 (Info 684). Não cabe intervenção de terceiros no mandado de segu- rança: O rito procedimental do mandado de segurança é incompa- tível com a intervenção de terceiros, conforme se extrai do art. 24 da Lei nº 12.016/09, ainda que na modalidade de as- sistência litisconsorcial. STJ. 1ª Seção. AgInt na PET no MS 23.310/DF, Rel. Min. Aus- sete Magalhães, julgado em 28/04/2020. STF. 2ª Turma. RExt-AgR-ED 1.046.278/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE 06/11/2020. O Secretário de Estado da Fazenda não está legitimado a figurar, como autoridade coatora, em mandados de segu- rança que visa evitar a prática de lançamento fiscal: A autoridade coatora desempenha duas funções no man- dado de segurança: a) uma, internamente, de natureza processual, consistente em defender o ato impugnado pela impetração; trata-se de hipótese excepcional de legitimidade ad processum, em que o órgão da pessoa jurídica, não o representante judicial desta, responde ao pedido inicial; b) outra, externamente, de natureza executiva, vinculada à sua competência administrativa; ela é quem cumpre a or- dem judicial. A legitimação da autoridade coatora deve ser aferida à base das duas funções acima descritas; só o órgão capaz de as cumprir pode ser a autoridade coatora. Por essa razão, o Secretário de Estado da Fazenda não possui legitimidade para figurar, como autoridade coatora, em mandado de segurança que visa afastar exigência fiscal su- postamente ilegítima considerando que ele não competên- cia para a prática de lançamento fiscal. STJ. 2ª Turma.RMS 54823-PB, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 26/05/2020 (Info 673). A decisão em mandado de segurança coletivo impetrado por associação beneficia todos os associados, sendo irrele- vante a filiação ter ocorrido após a sua impetração: Pág. 23 de 25 www.proleges.com.br Ao julgar o Tema 499, o STF fixou a seguinte tese: A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por associação civil na de- fesa de interesses dos associados, somente alcança os filia- dos, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propo- situra da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento (STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2017). Essa tese do STF se aplica exclusivamente para ações coleti- vas ajuizadas sob o rito ordinário por associação quando atua como representante processual dos associados. Isso significa que tal entendimento não se aplica para mandado de segurança coletivo impetrado por associação. O mandado de segurança coletivo configura hipótese de substituição processual, por meio da qual o impetrante, no caso a associação, atua em nome próprio defendendo direito alheio, pertencente aos associados ou parte deles, sendo desnecessária, para a impetração do mandamus, apresenta- ção de autorização dos substituídos ou mesmo lista nominal. Por tal razão, os efeitos da decisão proferida em mandado de segurança coletivo beneficiam todos os associados, ou parte deles cuja situação jurídica seja idêntica àquela tratada no decisum, sendo irrelevante se a filiação ocorreu após a impetração do writ. STJ. 2ª Turma. AgInt no REsp 1841604-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 22/04/2020 (Info 670). Não cabe mandado de segurança contra decisão do juiz de 1ª instância que defere ou indefere o desbloqueio de bens e valores; cabe apelação: Não é admissível a impetração de mandado de segurança contra ato jurisdicional que defere o desbloqueio de bens e valores. Isso porque se trata de decisão definitiva que, ape- sar de não julgar o mérito da ação, coloca fim ao procedi- mento incidente. O procedimento adequado para a restituição de bens é o in- cidente legalmente previsto para este fim. O instrumento processual para impugnar a decisão que resolve esse inci- dente é a apelação, sendo incabível a utilização de mandado de segurança como sucedâneo do recurso legalmente pre- visto. STJ. 6ª Turma. REsp 1787449-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, jul- gado em 10/03/2020 (Info 667). Informativos 2019 (STJ) O mandado de segurança deverá ter seu mérito apreciado independentemente de superveniente trânsito em julgado da decisão questionada pelo mandamus: É incabível mandado de segurança contra decisão judicial transitada em julgado (art. 5º, III, da Lei nº 12.016/2009 e Súmula nº 268-STF). No entanto, se a impetração do mandado de segurança for anterior ao trânsito em julgado da decisão questionada, mesmo que venha a acontecer, posteriormente, o mérito do MS deverá ser julgado, não podendo ser invocado o seu não cabimento ou a perda de objeto. STJ. Corte Especial. EDcl no MS 22.157-DF, Rel. Min. Luis Fe- lipe Salomão, julgado em 14/03/2019 (Info 650). Informativos 2018 (STF) Não cabe MS para declarar lei ou ato normativo inconstitu- cional, mas é possível controle incidental: O mandado de segurança não é o instrumento processual adequado para o controle abstrato de constitucionalidade de leis e atos normativos, mas é possível controle incidental. STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912). Informativos 2018 (STJ) Nas hipóteses de MS no STJ envolvendo anistia política, só é possível a inclusão de juros e correção monetária na fase executiva quando houver decisão expressa nesse sentido: Nos casos de anistia política, em sede de mandado de segu- rança, só é possível a inclusão de juros de mora e correção monetária na fase executiva quando houver decisão ex- pressa nesse sentido. STJ. 1ª Seção. ExeMS 18782-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/09/2018 (Info 634). Cuidado com este outro entendimento: É devida a incidência de correção monetária e juros morató- rios em ação mandamental para pagamento de retroativos devidos àqueles declarados anistiados políticos, indepen- dentemente de decisão expressa nesse sentido. STJ. 1ª Seção. AgInt no MS 24.212-DF, Rel. Min. Og Fernan- des, julgado em 26/06/2019 (Info 652). Não é necessário o ajuizamento de ação autônoma para o pagamento dos consectários legais inerentes à reparação econômica devida a anistiado político e reconhecida por meio de Portaria do Ministro da Justiça, a teor do disposto no art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e no art. 6º, § 6º, da Lei 10.559/2002. STF. 1ª Turma. RMS 36182/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, jul- gado em 14/5/2019 (Info 940). É desnecessária a oitiva do MP se o tribunal já tiver juris- prudência consolidada sobre o tema discutido: Em regra, é indispensável a intimação do Ministério Público para opinar nos processos de mandado de segurança, con- forme previsto no art. 12 da Lei nº 12.016/2009. No entanto, a oitiva do Ministério Público é desnecessária quando se tratar de controvérsia acerca da qual o tribunal já tenha firmado jurisprudência. Assim, não há qualquer vício na ausência de remessa dos au- tos ao Parquet que enseje nulidade processual se já houver posicionamento sólido do Tribunal. Nesses casos, é legítima a apreciação de pronto pelo relator. STF. 2ª Turma. RMS 32482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 912). Efeitos financeiros da concessão de ordem mandamental contra ato de redução de vantagem de servidor público: Os efeitos financeiros, por ocasião da concessão da segu- rança, devem retroagir à data de sua impetração, devendo os valores pretéritos ser cobrados em ação própria. STJ. Corte Especial. EREsp 1087232/ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 07/12/2016. Pág. 24 de 25 www.proleges.com.br STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1481406/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 17/04/2018. Informativos 2017 (STF) Início do prazo decadencial do MS em caso de ato praticado em processo administrativo do qual o interessado seja parte: Se no curso de um processo administrativo federal é prati- cado ato contrário aos interesses da parte, o prazo de 120 dias para impetração de mandado de segurança somente se inicia quando a parte for intimada diretamente, na forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99. O termo inicial para a formalização de mandado de segu- rança pressupõe a ciência do impetrante, nos termos dos arts. 3º e 26 da Lei nº 9.784/99, quando o ato impugnado surgir no âmbito de processo administrativo do qual seja parte. Ex: o Ministro da Justiça negou o pedido de anistia política formulado por João; esta decisão foi publicada no Diário Ofi- cial; o prazo para o MS não se iniciou nesta data; isso porque, como há um processo administrativo, seria necessária a inti- mação do interessado, na forma do art. 26, § 3º da Lei nº 9.784/99; somente a partir daí se inicia o prazo decadencial do MS. STF. 1ª Turma. RMS 32487/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, jul- gado em 7/11/2017 (Info 884). O STF já relativizou o prazo de 120 dias do MS em nome da segurança jurídica: Em outubro/2004, a parte impetrou mandado de segurança no STF. O writ foi proposto depois que já havia se passado mais de 120 dias da publicação do ato impugnado. Dessa forma, o Ministro Relator deveria ter extinguido o mandado de segurança sem resolução do mérito pela decadência. Ocorre que o Ministro não se atentou para esse fato e con- cedeu a liminar pleiteada. Em março/2017, a 1ª Turma do STF apreciou o mandado de segurança. O que fez o Colegiado? Extinguiuo MS sem resolução do mé- rito em virtude da decadência? NÃO. A 1ª Turma do STF reconheceu que o MS foi impetrado fora do prazo, no entanto, como foi concedida liminar e esta perdurou por mais de 12 anos, os Ministros entenderam que deveria ser apreciado o mérito da ação, em nome da segu- rança jurídica. STF. 2ª Turma. MS 25097/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, jul- gado em 28/3/2017 (Info 859). Enunciados CJF I Jornada de Direito Administrativo - Enunciado 35 Cabe mandado de segurança para pleitear que seja obede- cida a ordem cronológica para pagamentos em relação a cré- dito já reconhecido e atestado pela Administração, de acordo com o art. 5º, caput, da Lei n. 8.666/1993. I Jornada de Direito Processual Civil - Enunciado 49 A tutela da evidência pode ser concedida em mandado de segurança. I Jornada de Direito Processual Civil - Enunciado 62 Aplica-se a técnica prevista no art. 942 do CPC no julgamento de recurso de apelação interposto em mandado de segu- rança. 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