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Direito Constitucional-Lei do Mandado de Segurança (Pro Leges 2023)

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 Atualizado em 01/03/2023 
Pág. 1 de 25 
www.proleges.com.br 
 
 
SUMÁRIO 
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................................................................................... 2 
LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO: LEI 12.016/2009 .................................................................................................... 2 
JURISPRUDÊNCIA E ENUNCIADOS SOBRE MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................................ 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda dos grifos: 
 AMARELO – DESTAQUE 
 VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE 
 AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO 
 LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES 
 CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO 
 
 
 
Pág. 2 de 25 
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DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Material atualizado (sem custo adicional)! 
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sofreu alguma mudança? 
Clique no link a seguir, confira o 
dia da atualização na capa e faça 
o DOWNLOAD. 
 
Disponível 
 
CLIQUE AQUI 
E FAÇA O DOWNLOAD 
 PARA RECEBER AS NOTIFICAÇÕES DE EVENTUAL ATUALIZAÇÃO DESTE 
MATERIAL: TELEGRAM – PRO LEGES 
 
LEI DO MANDADO DE SEGURANÇA 
INDIVIDUAL E COLETIVO: 
LEI 12.016/2009 
 
 
 MS na CF/88 
Art. 5.º (...) 
LXIX - conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA 
(individual) para proteger DIREITO LÍQUIDO e CERTO, não 
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o 
responsável pela ILEGALIDADE ou ABUSO DE PODER for (i) 
autoridade pública ou (ii) agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público (ex.: agentes de 
pessoas jurídicas privadas que executam, a qualquer título, 
atividades e serviços públicos); 
Evolução história do MS no constitucionalismo brasileiro 
(origem do MS: Constituição de 1934) 
Constituição de 1934 
(art. 113, n. 23) 
“Dar-se-á mandado de segurança 
para defesa do direito, certo e incon-
testável, ameaçado ou violado por 
ato manifestamente inconstitucional 
ou ilegal de qualquer autoridade. O 
processo será o mesmo do habeas 
corpus, devendo ser sempre ouvida a 
pessoa de direito público interessada. 
O mandado não prejudica as ações 
petitórias competentes.” (regula-
mentação pela Lei n. 191, de 
16.01.1936) 
Constituição de 1937 
Não havia previsão expressa da ga-
rantia do “MS” na Constituição de 
1937. A doutrina e a jurisprudência, 
contudo, encontravam na Lei n. 
191/36 os instrumentos contra os 
atos ilegais e violadores de direito in-
dividual. 
Constituição de 1946 
(art. 141, § 24) 
“Para proteger direito líquido e certo 
não amparado por habeas corpus, 
conceder-se-á mandado de segu-
rança, seja qual for a autoridade res-
ponsável pela ilegalidade ou abuso 
de poder.” 
Constituição de 1967 
(art. 150, § 21) 
“Conceder-se-á mandado de segu-
rança para proteger direito individual 
líquido e certo não amparado por ha-
beas corpus, seja qual for a autori-
dade responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder.” 
EC n. 1/69 (art. 153, 
§ 21) (redação idên-
tica à da Const./67) 
“Conceder-se-á mandado de segu-
rança para proteger direito individual 
líquido e certo não amparado por ha-
beas corpus, seja qual for a autori-
dade responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder.” 
Constituição de 1988 
(art. 5.º, LXIX) 
“Conceder-se-á mandado de segu-
rança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas cor-
pus ou habeas data, quando o res-
ponsável pela ilegalidade ou abuso 
de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício 
de atribuições do Poder Público.” 
LENZA, Pedro. Esquematizado – Direito Constitucional, Saraiva, 2022, p. 1297. 
 
Questões 
 (Analista TJDFT 2013 Cespe correta) O mandado de 
segurança pode ser impetrado contra autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do poder público, como é o caso dos 
agentes de pessoas jurídicas privadas que executam, 
a qualquer título, atividades e serviços públicos. 
 (Aspirante PMSE 2018 IBFC correta) Assinale a alter-
nativa correta sobre qual é a ação constitucional ca-
bível para a garantia de direito líquido e certo não 
amparável por Habeas Corpus ou Habeas Data: man-
dado de segurança. 
 (Soldado PMBA 2017 IBFC correta) Conceder-se-á 
mandado de segurança para proteger direito líquido 
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder 
Público 
 (Soldado PMSE 2018 IBFC incorreta) O mandado de 
segurança deverá ser concedido sempre que a falta 
de norma regulamentadora torne inviável o exercí-
cio dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania 
e à cidadania 
 
AUTOR: MARCO TORRANO 
INSTAGRAM: @MARCOAVTORRANO/@PROLEGES 
E-MAIL: PROLEGESMARCOTORRANO@GMAIL.COM 
https://1drv.ms/u/s!Augn79MQplfRhJw9v0f-AalUBULuQQ?e=c7jugV
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https://www.instagram.com/marcoavtorrano/
https://www.instagram.com/proleges/
mailto:prolegesmarcotorrano@gmail.com?subject=Dúvida/Sugestão/Crítica
Pág. 3 de 25 
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LXX - o MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser 
impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso 
Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 
ano (constituição ânua), em defesa dos interesses de seus 
membros ou associados; 
 Comentamos o microssistema processual coletivo aqui! 
Comentários e anotações sobre 
microssistema processual coletivo? 
Confira o nosso material. 
*Atualização sem custo adicional* 
 
Disponível 
 
https://bit.ly/32yRMsv 
 
 
*** 
 
CAPÍTULO III 
 DO PODER JUDICIÁRIO 
Seção II 
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas 
referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o 
habeas data contra atos do Presidente da República, das 
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do 
Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da 
República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
(...) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas 
data e o mandado de injunção decididos em única instância 
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; 
 
*** 
 
Seção III 
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato 
de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do 
Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
 (Procurador PGERO 2022 Cespe correta) João, Lucas e Maria pretendem 
impugnar ato omissivo, de competência de ministro de Estado, lesivo ao di-
reito material dos três. Nessa situação hipotética, João, Lucas e Maria podem 
impetrar mandado de segurança individual perante o STJ. 
(...) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
b) os mandados de segurança decididos em única instância 
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória 
a decisão; 
 
*** 
 
Seção IV 
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES 
FEDERAIS 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato 
do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra 
ato deautoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; 
 
*** 
Seção V 
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais 
do Trabalho e dos Juízes do Trabalho 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas 
data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita à 
sua jurisdição; 
*** 
 
Seção VI 
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS 
Art. 121. (...) 
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior 
Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as 
denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. 
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais 
somente caberá recurso quando: 
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, 
habeas data ou mandado de injunção. 
A TEORIA DA CAUSA MADURA pode ser aplicada em julga-
mento de recurso ordinário em mandado de segurança? 
STJ: SIM (mudança de entendimento)! 
Nos termos do art. 1.027, § 2º, c/c o art. 1.013, § 3º, ambos 
do CPC, a chamada TEORIA DA CAUSA MADURA também se 
aplica aos recursos em mandado de segurança. 
STJ. 1ª Turma. RMS 52.177/AP, Rel. Min. Sérgio Kukina, jul-
gado em 23/11/2021. 
Antes (CPC/73) Depois (CPC/2015) 
Não admitia a teoria da 
causa madura em mandado 
de segurança. 
STJ passou a admitir a teoria 
da causa madura aos recur-
sos em MS. 
 
 
 
https://bit.ly/32yRMsv
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 Iniciando o estudo da LMS 
Art. 1o Conceder-se-á MANDADO DE SEGURANÇA para 
proteger DIREITO LÍQUIDO e CERTO (personalíssimo, 
intransferível e exige prova pré-constituída), não amparado 
por habeas corpus ou habeas data, sempre que, 
ILEGALMENTE ou com ABUSO DE PODER, qualquer pessoa 
física ou jurídica sofrer violação (MS repressivo) ou houver 
justo receio de sofrê-la (MS preventivo) por parte de 
AUTORIDADE, seja de que categoria for e sejam quais forem 
as funções que exerça. 
Requisitos do mandado de segurança 
1. 
Ato comissivo ou omissivo de autoridade pública ou 
agente jurídico no exercício de atribuições públicas. 
2. Ilegalidade ou abuso do poder. 
3. Lesão ou ameaça de lesão a direito líquido e certo. 
4. 
O ato dotado de ilegalidade ou abuso de poder que le-
siona direito líquido e certo não pode ser amparado por 
habeas corpus ou habeas data. 
 
Direito líquido e certo 
Consiste no direito que pode ser comprovado de plano, por 
prova documental. 
Ou seja, pode ser demonstrado no momento da petição ini-
cial, independentemente de dilação probatória. 
Daí falar de “prova pré-constituída” e de rito sumaríssimo 
(não comporta dilação probatória) do mandado de segu-
rança. 
 
Info 697/STJ 
É relevante recordar que o mandado de segurança também 
exige prova pré-constituída do direito líquido e certo ale-
gado, não comportando dilação probatória. Esta Corte, toda-
via, consolidou orientação no sentido de que é possível 
emendar a inicial do mandado de segurança, para possibili-
tar ao impetrante a apresentação de documentos compro-
batórios da certeza e da liquidez do direito invocado. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.912.277-AC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado 
em 18/05/2021 (Info 697). 
 
 
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta 
Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os 
administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no 
exercício de atribuições do poder público, somente no que 
disser respeito a essas atribuições. 
Contra quem é impetrado o mandado de segurança? 
De acordo com o art. 5º, LXIX, da Constituição, conceder-se-
á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de po-
der for: 
 autoridade pública; ou 
 agente da pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público. 
O caput do art. 1º da Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 
12.016/2009) tem regra semelhante: 
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer 
pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de 
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e se-
jam quais forem as funções que exerça. 
 O § 1º do art. 1º amplia o conceito de autoridade. 
Segundo esse dispositivo, equiparam-se às autoridades para 
fins de mandado de segurança: 
• os representantes ou órgãos de partidos políticos; 
• os administradores de entidades autárquicas; 
• os dirigentes de pessoas jurídicas no exercício de atribui-
ções do poder público (no que disser respeito a essas atribui-
ções); 
• as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público (no que disser respeito a essas atribuições). 
Quem deve ocupar a posição passiva da demanda de man-
dado de segurança: somente a autoridade apontada como 
coatora ou a pessoa jurídica a que aquela autoridade se vin-
cula? 
Na doutrina, são encontradas três correntes sobre o tema: 
 1C (STJ): quem figura como legitimado passivo é apenas a 
autoridade coatora; 
 2C: legitimado passivo é somente a pessoa jurídica, de Di-
reito Público ou Privado, a cujos quadros integre a autori-
dade coatora; 
 3C: tanto a autoridade como a pessoa jurídica devem figu-
rar no polo passivo, havendo, no caso, um litisconsórcio pas-
sivo necessário. 
O STJ adota a 1ª corrente, afirmando que o polo passivo 
deve ser ocupado apenas pela autoridade apontada como 
coatora, afastando a existência de litisconsórcio necessário 
com a pessoa jurídica interessada. Isso porque a autoridade 
coatora atua substituto processual da pessoa jurídica: 
O STJ tem entendimento pela não formação de litisconsórcio 
passivo, em mandado de segurança, entre a autoridade apon-
tada como coatora e o ente federado ou entidade de direito pú-
blico ao qual é vinculada, porquanto aquela atua como substi-
tuto processual. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1632302/SC, Rel. Min. Gurgel de Faria, jul-
gado em 03/09/2019. 
A legitimidade para recorrer também é da autoridade pú-
blica? 
Aí, não. A legitimidade recursal recai sobre a pessoa jurídica 
a que vinculada a autoridade apontada como coatora. 
A legitimidade recursal na ação mandamental é da pessoa jurí-
dica que suportará o ônus da decisão concessiva da segurança, e 
não da autoridade impetrada, salvo se pretender recorrer como 
assistente litisconsorcial ou como terceiro, para efeito de preve-
nir sua responsabilidade pessoal. 
STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1838062/PA, Rel. Min. Regina He-
lena Costa, julgado em 10/08/2020. 
 (Defensor DPEMS 2022 FGV correta) Ana, defensora pública, passa a fisca-
lizar determinada unidade de internação socioeducativa e a demandar inú-
meras providências do respectivo diretor. Por entender que sua atuação ex-
trapola as atribuições do cargo, o diretor promove reclamação junto ao Mi-
nistério Público que, após abrir procedimento próprio para apuração dos fa-
tos narrados, começa a colher o depoimento de inúmeros funcionários da uni-
dade de internação. Diante de tal quadro, em atuação em defesa de suas 
prerrogativas, Ana: impetraria mandado de segurança, indicando o membro 
do Ministério Público como autoridade coatora, por faltar-lhe atribuição para 
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investigar a atuação escorreita de membros da Defensoria Pública, que possui 
órgão próprio para tanto. 
 (Analista DPDF 2022 Cespe correta) Se o responsável por ilegalidade ou 
por abuso de poder for agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições 
do poder público, a proteção de direito líquido e certo ocorrerá por meio de 
mandado de segurança. 
 
Indicação errada da autoridade coatora 
(TEORIA DA ENCAMPAÇÃO) 
Súmula 628-STJ: A teoria da encampação é aplicada no man-
dado de segurança quando presentes, cumulativamente, os 
seguintes requisitos: 
a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que 
prestou informações e a que ordenou a práticado ato im-
pugnado; 
b) manifestação a respeito do mérito nas informações pres-
tadas; e 
c) ausência de modificação de competência estabelecida na 
Constituição Federal. 
A Administração Pública é cheia de meandros, setores, ge-
rências, departamentos e outros subdivisões, de forma que 
nem sempre é uma tarefa fácil identificar, com exatidão, 
quem foi o responsável pela ordem. 
Diante disso, na prática, verificava-se que o indivíduo impe-
trava o mandado de segurança indicando, por exemplo, 
como autoridade coatora, o diretor de determinado depar-
tamento da Secretaria de Estado. 
Nas informações do mandado de segurança, este diretor vi-
nha dizendo que a indicação da autoridade foi errada, consi-
derando que o responsável pelo ato seria o subdiretor. Ao 
final, a autoridade pedia que o mandado de segurança fosse 
extinto sem resolução do mérito por ilegitimidade passiva. 
Situações como a acima expostas, não se revelam razoáveis, 
tendo em vista que o mandado de segurança é um remédio 
constitucional idealizado para a garantia de direitos, não po-
dendo seu acesso ser inviabilizado por dificuldades burocrá-
ticas de se identificar o verdadeiro autor do ato impugnado 
na Administração Pública. 
Diante desse cenário, há muitos anos, a doutrina e a juris-
prudência idealizaram a chamada “teoria da encampação”, 
por meio da qual se busca relativizar esse “erro” na indicação 
da autoridade coatora, desde que cumpridos determinados 
requisitos. 
Requisitos para que seja aceita a teoria da encampação 
(STJ) 
Essa teoria da encampação não se encontra expressamente 
regulamentada em lei. 
Dessa forma, o STJ construiu três requisitos para que ela seja 
aceita. 
O STJ, ao apreciar este caso acima relatado (RMS 
12.779/DF), afirmou que são três os requisitos para aplica-
ção da teoria da encampação no mandado de segurança: 
a) existência de VÍNCULO HIERÁRQUICO entre a autoridade 
que prestou informações e a que ordenou a prática do ato 
impugnado; 
b) manifestação a respeito do MÉRITO nas informações 
prestadas; e 
c) AUSÊNCIA DE MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA ESTABE-
LECIDA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
 (Promotor MPETO 2022 Cespe correta) Túlio impetrou mandado de se-
gurança no tribunal de justiça contra ato de juiz de direito. Ao prestar as 
informações, o magistrado defendeu o mérito do ato contestado, embora 
tal conduta tivesse sido praticada por oficial de justiça, servidor a ele hierar-
quicamente subordinado. Com relação a essa situação hipotética, assinale 
a opção correta, consoante o entendimento jurisprudencial relativo ao 
tema de encampação no mandado de segurança. Não deve ser aplicada a 
teoria da encampação ao caso, pois o vício da legitimidade passiva originária 
não pode ser suprimido quando há a modificação da competência constitu-
cionalmente estabelecida. 
 (Advogado CRF/GO 2022 Quadrix incorreta) A teoria da encampação é 
aplicável ao mandado de segurança, ainda que não exista vínculo hierár-
quico entre a autoridade que prestou as informações e a que ordenou a 
prática do ato impugnado. 
 (Subprocurador MPCM/PA 2022 Cespe incorreta) A aplicação da teoria 
da encampação no mandado de segurança dispensa a existência de vínculo 
hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a 
prática do ato impugnado. 
Emenda da inicial ou correção de ofício 
Os arts. 338 e 339 do CPC/2015 preveem a possibilidade de 
o juiz ou Tribunal determinar que o autor faça a emenda da 
inicial em caso de ilegitimidade passiva: 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou 
não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao 
autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para 
substituição do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as 
despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, 
que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa 
ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º. 
 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indi-
car o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que ti-
ver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processu-
ais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de 
indicação. 
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 
(quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do 
réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. 
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar 
a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito 
indicado pelo réu. 
Leonardo da Cunha defende que esses dispositivos também 
devem ser aplicados para o processo de mandado de segu-
rança, “permitindo que se corrija a autoridade coatora ou, 
até mesmo, a pessoa jurídica da qual ela faz parte. Assim, se 
a parte impetrou mandado de segurança, por exemplo, con-
tra o Governador do Estado, mas a autoridade impetrada se-
ria o Secretário de Estado, é possível corrigir. De igual modo, 
se impetrou contra o Governador do Estado, mas deveria ter 
indicado, como autoridade, o diretor de determinada autar-
quia, poderá haver a correção tanto da autoridade como da 
pessoa jurídica de cujos quadros faça parte.” (CUNHA, Leo-
nardo Carneiro da. A Fazenda Pública em juízo. São Paulo: 
Forense, 2016, p. 534). 
Com a mesma conclusão: 
Enunciado 511-FPPC: A técnica processual prevista nos arts. 338 
e 339 pode ser usada, no que couber, para possibilitar a correção 
da autoridade coatora, bem como da pessoa jurídica, no pro-
cesso de mandado de segurança. 
 
 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de 
gestão comercial praticados pelos administradores de 
empresas públicas, de sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público (ADI 4296: o § 2º do art. 1º 
é constitucional). 
Não cabe mandado de segurança 
contra atos de gestão comercial, 
Pág. 6 de 25 
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mas cabe contra ato praticado em licitação... 
• Súmula 333-STJ: Cabe mandado de segurança con-
tra ato praticado em licitação promovida por socie-
dade de economia mista ou empresa pública. 
#Resumindo: “se um administrador de empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou concessionária de serviço pú-
blico pratica um ato de gestão comercial, ele não está atu-
ando ‘no exercício de atribuições do Poder Público’. A gestão 
comercial dessas empresas é assunto de caráter nitidamente 
privado. Logo, não cabe realmente mandado de segurança 
por força da própria previsão constitucional” – na lição do 
Dizer o Direito (Info 1021/STF). 
Art. 5º (...) 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por 
“habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o res-
ponsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-
toridade pública ou agente de pessoa jurídica no 
exercício de atribuições do Poder Público; 
 
Cabe mandado de segurança contra ato judicial? 
O que diz a Lei 
12.016/09? 
Art. 5º Não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar: 
(...) 
II - de decisão judicial da qual caiba re-
curso com efeito suspensivo; 
O que diz a 
Súmula 267-STF? 
Sumula 267-STF: Não cabe mandado de 
segurança contra ato judicial passível de 
recurso ou correição. 
O que diz o STJ? 
Em regra, não cabe mandado de segu-
rança contra decisão judicial da qual 
caiba recurso. Isso porque o MS não 
pode ser utilizado como sucedâneo re-
cursal (ou seja, como substituto de re-
curso). 
Exceção: será cabível MS contra decisão 
judicial manifestamente eivada de ile-
galidade, teratologia ou abuso de po-
der. 
A utilização do mandado de se-
gurança para impugnar deci-
são judicial só tem pertinência 
em caráter excepcionalíssimo, 
quando se tratar de ato mani-
festamente ilegal ou teratoló-
gico, devendo a parte demons-
trar, ainda, a presença dos re-
quisitos genéricos do fumus 
boni iuris e do periculum in 
mora. 
STJ. Corte Especial. AgInt no 
MS 23896, j. 6-6-2018. 
* Conteúdo: Dizer o Direito /Buscador Dizer o Direito. 
 (Analista FUNPRESP 2022 Cespe incorreta) De acordo com o STJ, o cabi-
mento do mandado de segurança contra ato judicial dispensa a presença dos 
requisitos genéricos do fumus boni iuris e do periculum in mora. 
 
Súmula 
Súmula 266-STF 
Não cabe mandado de segurança contra 
lei em tese. 
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, pois esta, como norma 
abstrata de conduta, não lesa, por si só, qualquer direito individual. Seria ne-
cessário que ela se converta em ato concreto para ensejar a impetração. 
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias 
pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de 
segurança. 
 
 
 
Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora 
(federal) se as consequências de ordem patrimonial do ato 
contra o qual se requer o mandado houverem de ser 
suportadas pela UNIÃO ou entidade por ela controlada. 
 
 
 
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de 
direito, em condições idênticas, de terceiro (o terceiro 
prejudicado poderá impetrar MS se o titular do direito 
originário não o fizer no prazo de 30 dias, quando notificado 
judicialmente) poderá impetrar mandado de segurança a 
favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no 
prazo de 30 dias, quando notificado judicialmente. 
Deixando o art. 3º mais fácil... 
“O terceiro prejudicado pode, por inércia do verdadeiro titu-
lar do direito, ter o mesmo direito e poderá impetrar Man-
dado de Segurança a favor do direito originário, se o seu ti-
tular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando este for 
notificado judicialmente” (Juiz do Trabalho TRT2R/SP 2016 
correta). 
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput 
deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei 
(120 dias), contado da notificação. 
 Cuidado: não confundir os prazos 
30 DIAS 
(caput do art. 3º) 
O prazo de 30 dias diz respeito à inércia 
do titular do direito originário, quando 
notificado judicialmente. 
120 DIAS 
(parágrafo único 
do art. 3º) 
O prazo de 120 dias é para o exercício 
do direito do terceiro prejudicado po-
der impetrar MS no caso de o titular ori-
ginário não o fizer no prazo de 30 dias, 
quando notificado judicialmente. 
 
Se o prazo de 120 dias do mandado de segurança terminar 
durante o recesso, a parte poderá impetrar o writ no pri-
meiro dia útil após o recesso 
STJ. 1ª Turma. REsp 1944582/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, 
julgado em 14/09/2021. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 687.431/PA, Rel. Min. Herman 
Benjamin, julgado em 18/06/2015. 
 
 
Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os 
requisitos legais, impetrar mandado de segurança por 
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telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de 
autenticidade comprovada. 
Questões 
 (Juiz TJDFT 2015 Cespe) Em caso de urgência, é per-
mitido impetrar mandado de segurança por tele-
grama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de 
autenticidade comprovada, desde que observados 
os requisitos legais. (correta) 
 (Juiz TJPR 2010) Em caso de urgência, é permitido, 
observados os requisitos legais, impetrar mandado 
de segurança por telegrama, radiograma, "fax" ou 
outro meio eletrônico de autenticidade compro-
vada. (correta) 
 
§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a 
autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio que 
assegure a autenticidade do documento e a imediata ciência 
pela autoridade. 
§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 
5 dias úteis seguintes. 
§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de 
documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra-
Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. 
 
 
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando 
se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo COM efeito 
suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso COM efeito 
suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Parágrafo único. (VETADO) 
Não cabe MS para declarar lei ou ato normativo inconstitu-
cional 
O mandado de segurança não é o instrumento processual 
adequado para o controle abstrato de constitucionalidade 
de leis e atos normativos. 
STF. 2ª Turma. RMS 32.482/DF, rel. orig. Min. Teori Zavaski, 
red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 21/8/2018 (Info 
912). 
Mas cabe controle incidental de constitucional em MS 
É possível a declaração incidental de inconstitucionalidade, 
em mandado de segurança, de quaisquer leis ou atos norma-
tivos do Poder Público, desde que a controvérsia constituci-
onal não figure como pedido, mas sim como causa de pedir, 
fundamento ou simples questão prejudicial, indispensável à 
resolução do litígio principal. 
STJ. 2ª Turma. RMS 31.707-MT, Rel. Min. Diva Malerbi (De-
sembargadora convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 
13/11/2012. 
 (Subprocurador MPCM/PA 2022 Cespe correta) Não obstante certas limi-
tações processuais inerentes a seu rito especial, é juridicamente possível fa-
zer-se controle incidental de constitucionalidade em ação de mandado de se-
gurança. 
 
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos 
estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 vias 
com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos 
na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa 
jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual 
exerce atribuições. 
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do 
alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou 
em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por 
certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por 
ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia 
autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo 
de 10 dias. O escrivão extrairá cópias do documento para 
juntá-las à segunda via da petição. 
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for 
a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da 
notificação. 
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha 
praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a 
sua prática. 
§ 4o (VETADO) 
§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos 
previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. 
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser 
renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão 
denegatória não lhe houver apreciado o mérito. 
Jurisprudência e Questões 
• A denegação da segurança por ausência de direito 
líquido e certo não impede a repropositura da ação 
[mandado de segurança], por não ter sido enfren-
tado o mérito da impetração, não fazendo, por-
tanto, coisa julgada material, mas apenas formal 
(STJ. 2ª Turma. EDcl no REsp 1022257/RS, Rel. Min. 
Castro Meira, julgado em 09/12/2008). 
 (Defensor DPEAM 2018 FCC) Denegada a ordem 
pleiteada no mandado de segurança sem resolução 
do mérito, é possível a repropositura de pedido 
idêntico dentro do prazo decadencial. (correta) 
 
 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, 
enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos 
documentos, a fim de que, no prazo de 10 dias, preste as 
informações; 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação 
judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da 
inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no 
feito; 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, 
quando houver fundamento relevante e do ato impugnado 
puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente 
deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança 
ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à 
pessoa jurídica (ADI 4296: o art. 7º, III, é constitucional). 
 
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou 
denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o 
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www.proleges.com.brdisposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de 
Processo Civil. 
 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por 
objeto 
(i) a compensação de créditos tributários, 
(ii) a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, 
(iii) a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e 
(iv) a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou 
pagamento de qualquer natureza (ADI 4296: o art. 7º, § 2º, é 
INCONSTITUCIONAL). 
Inconstitucionalidade do § 2º do art. 7º 
1) Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão 
comercial praticados por administradores de empresas pú-
blicas, sociedades de economia mista e concessionárias de 
serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 
12.016/2009. 
2) O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito 
para o deferimento de medida liminar em mandado de se-
gurança, quando verificada a real necessidade da garantia 
em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 
3) É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. 
4) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione 
a concessão de medida liminar na via mandamental. É in-
constitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 
5) É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva pré-
via do representante da pessoa jurídica de direito público 
como condição para a concessão de liminar em mandado de 
segurança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de 
cautela do magistrado. 
6) É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa 
o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man-
dado de segurança. 
7) É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê 
que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con-
denação em honorários advocatícios. 
STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator 
do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 
(Info 1021). 
 (Defensor DPEPI 2022 Cespe correta) De acordo com STF, é inconstituci-
onal regra prevista na Lei do Mandado de Segurança (Lei nº 12.016/2009) 
que determina a impossibilidade de concessão de medida liminar que tenha 
por objeto a compensação de créditos tributários. 
 (Delegado PCRJ 2022 Cespe correta) É inconstitucional ato normativo 
que vede ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamen-
tal. 
Diante da inconstitucionalidade do § 2º do art. 7º da LMS, 
fica superada a Súmula 212 do STJ 
• Súmula 212-STJ: A compensação de créditos tributá-
rios não pode ser deferida em ação cautelar ou por 
medida liminar cautelar ou antecipatória. 
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Análise da (in) constitucionalidade da Lei 
do Mandado de Segurança. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/deta-
lhes/2b515e2bdd63b7f034269ad747c93a42>. Acesso em: 16/10/2021 
 
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou 
cassada, persistirão até a prolação da SENTENÇA. 
 
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade 
para julgamento. 
 
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de 
liminares previstas neste artigo se estendem à tutela 
antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, 
de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
 
 
Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da 
medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério 
Público quando, concedida a medida, o impetrante criar 
obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de 
promover, por mais de 3 dias úteis, os atos e as diligências que 
lhe cumprirem. 
 
 
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 
horas da notificação da medida liminar, remeterão ao 
Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao 
Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação 
judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade 
apontada como coatora cópia autenticada do mandado 
notificatório, assim como indicações e elementos outros 
necessários às providências a serem tomadas para a eventual 
suspensão da medida e defesa do ato apontado como ilegal 
ou abusivo de poder. 
 
 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão 
motivada, quando (i) não for o caso de mandado de segurança 
ou (ii) lhe faltar algum dos requisitos legais ou (iii) quando 
decorrido o prazo legal para a impetração. 
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau 
caberá apelação e, quando a competência para o julgamento 
do mandado de segurança couber originariamente a um dos 
tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão 
competente do tribunal que integre. 
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido 
após o despacho da petição inicial. 
É possível intervenção anômala[1] no MS? 
STJ: NÃO! 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGU-
RANÇA. PEDIDO DE INGRESSO NO FEITO. CONDIÇÃO DE AS-
SISTENTE LITISCONSORCIAL OU INTERVENÇÃO ANÔMALA. 
VEDAÇÃO DO § 2º DO ART. 10 DA LEI 12.016/2009 E INAPLI-
CABILIDADE DO ART. 5º, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 
9.469/97. PRECEDENTES DO STJ E DO STF. 1. Agravo regi-
mental interposto contra decisão na qual foi indeferido o pe-
dido de ingresso no feito mandamental no polo passivo, na 
condição de assistente litisconsorcial ou como interveniente 
anômalo. 2. O Supremo Tribunal Federal já fixou que "(...) o 
rito procedimental do mandado de segurança é incompatível 
com a intervenção de terceiros, ex vi do art. 24 da Lei nº 
12.016/09, ainda que na modalidade de assistência litiscon-
sorcial, na forma da jurisprudência remansosa do Supremo 
Tribunal Federal (....)" (MS 32.074/DF, Relator Min. Luiz Fux, 
Primeira Turma, Processo Eletrônico publicado no DJe-217 
em 5.11.2014.). 3. Em caso, todo similar ao encontrado no 
presente feito, a Primeira Seção já manteve o indeferimento 
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de entidade da Administração Pública federal indireta que 
postulava o ingresso no feito mandamental para auxiliar na 
defesa da autoridade coatora e da União; no caso, restou as-
sentado que "a jurisprudência vem se consolidando no sen-
tido de considerar incompatível o instituto da assistência 
simples com o rito e a finalidade do mandado de segurança" 
e que "não se aplica ao mandado de segurança o art. 5º, pa-
rágrafo único, da Lei n. 9.469/1997, que confere à pessoa ju-
rídica de direito público o privilégio de intervir como assis-
tente em qualquer causa" (AgRg no MS 15.298/DF, Rel. Mi-
nistro Og Fernandes, Primeira Seção, DJe 14.10.2014). 
Agravo regimental improvido. (AgRg no MS 16.702/DF, Rel. 
Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado 
em 14/10/2015, DJe 22/10/2015) 
[1] O que se entende por intervenção anômala (art. 5º, parágrafo único, da 
Lei 9.469/1997)? O parágrafo único do art. 5° da Lei 9.469/1997 permite às 
pessoas jurídicas de direito público a possibilidade de intervirem em qualquer 
processo judicial, desde que a decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, 
de natureza econômica, independentemente de demonstração de interesse 
jurídico. 
 
 
Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo 
cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica dos 
ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação 
judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da 
entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo 
e, no caso do art. 4o desta Lei, a comprovação da remessa. 
 
 
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do 
art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério 
Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 
dias. 
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério 
Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual 
deverá ser necessariamente proferida em 30 dias. 
 
 
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, 
por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante 
correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da 
sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídicainteressada. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz 
observar o disposto no art. 4o desta Lei. 
 
 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o 
mandado, cabe APELAÇÃO. 
§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita 
obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição (REMESSA 
NECESSÁRIA). 
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança 
pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que 
for vedada a concessão da medida liminar. 
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias 
assegurados em sentença concessiva de mandado de 
segurança a servidor público da administração direta ou 
autárquica federal, estadual e municipal somente será 
efetuado relativamente às prestações que se vencerem a 
contar da data do ajuizamento da inicial. 
REMESSA NECESSÁRIA EM MANDADO DE SEGURANÇA 
No mandado de segurança, proferida sentença de procedên-
cia, independentemente da condição da parte demandada, 
haverá remessa necessária. 
 (Procurador Prefeitura de Florianópolis/SC 2022 FEPESE correta) Conce-
dida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau 
de jurisdição. 
Pedido de concessão de efeito suspensivo 
na remessa necessária 
Além da suspensão de segurança, é possível pedir ao relator 
da remessa necessária a concessão do pretendido efeito sus-
pensivo. Aqui há de se aplicar, por analogia, o disposto no § 
3° do art. 1.012 do CPC. A remessa necessária, que é um re-
curso de ofício, rege-se, por analogia, pelas normas aplicá-
veis à apelação. Na remessa necessária, o pedido de conces-
são de efeito suspensivo poderá ser formulado por requeri-
mento dirigido ao tribunal, no período compreendido entre 
a prolação da sentença e a distribuição da remessa, ficando 
o relator designado para seu exame prevento para julgá-la. 
Se a remessa necessária já tiver sido distribuída, o pedido de 
concessão de efeito suspensivo poderá ser formulado por re-
querimento dirigido ao relator. 
O pedido de concessão de efeito suspensivo na remessa ne-
cessária não inibe nem impede a suspensão de segurança, 
postulada ao presidente do tribunal. De igual modo, a sus-
pensão de segurança requerida ao presidente do tribunal 
não impede o pedido de concessão de efeito suspensivo ao 
relator da remessa necessária. São medidas concorrentes, 
que podem ser requeridas paralelamente. 
A LMS não prevê qualquer hipótese de dispensa 
da remessa necessária, nem se pode aplicar as do CPC 
(STJ: prevalece a norma especial - LMS) 
Não se aplica as hipóteses de dispensa da remessa necessá-
ria do CPC no procedimento sumaríssimo do mandado de se-
gurança (prevalece a norma especial da LMS em detrimento 
da geral CPC). Nesse sentido: 
PROCESSUAL CIVIL. DIREITO ADMINISTRATIVO. 
MANDADO DE SEGURANÇA. REMESSA NECESSÁRIA 
(ART. 475, § 2º, DO CPC). ALTERAÇÃO INTRODUZIDA 
PELA LEI 10.352/2001. ART. 14, §1°, DA LEI 
12.016/2009 . INAPLICABILIDADE. PREVALÊNCIA DO 
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1373905/RJ, Rel. Min. 
Herman Benjamin, julgado em 06/06/2013. 
Portanto, não se aplica as hipóteses de dispensa da remessa 
necessária do CPC. 
 CUNHA, Leonardo Carneiro da. A fazenda pública em juízo..., Grupo GEN, 
2021. 
 
Aplica-se o art. 183 do CPC no rito sumaríssimo do man-
dado de segurança (prazo em dobro e intimação pessoal)? 
STJ: SIM. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. 
FAZENDA PÚBLICA. PRAZOS EM DOBRO. INTIMAÇÃO PES-
SOAL. INTEMPESTIVIDADE. OCORRÊNCIA. EMBARGOS NÃO 
CONHECIDOS. 1. De acordo com o CPC/2015, a contagem 
dos prazos deve ser feita nos dias úteis. A Fazenda Pública, 
que goza da prerrogativa de intimação pessoal e da conta-
gem em dobro dos prazos para recorrer, não se isenta de 
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comprovar a existência de feriado local que, uma vez ocor-
rido, pode implicar na prorrogação do prazo recursal. 2. No 
caso dos autos, houve o feriado de Corpus Christi 
(15/6/2017), considerado por esta Corte como feriado local, 
o qual não prescinde de comprovação da paralisação do ex-
pediente forense, ainda que o recurso seja interposto pela 
Fazenda Pública. Precedentes. 3. Levando-se em considera-
ção que a intimação eletrônica da União se deu em 2/6/2017 
(sexta-feira) e a contagem do prazo de 10 dias iniciou-se em 
5/6/2017 (segunda-feira), observa-se que seu término acon-
teceu em 16/6/2017. Todavia, os embargos somente foram 
protocolizados no dia 19/6/2017, fora, portanto, do prazo le-
gal. 4. Embargos não conhecidos. (EDcl no MS 11.382/DF, 
Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, jul-
gado em 13/06/2018, DJe 18/06/2018) 
O mesmo se aplica no Direito Processual Penal? 
STJ: NÃO! 
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RE-
CURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. SONEGAÇÃO FISCAL. MAN-
DADO DE SEGURANÇA. MINISTÉRIO PÚBLICO. PRAZO EM 
DOBRO PARA RECORRER. AUSÊNCIA DE PRERROGATIVA EM 
MATÉRIA PENAL. INTEMPESTIVIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚ-
MULA 83/STJ PRECEDENTES AGRAVO INTERNO NÃO CONHE-
CIDO. 1. Correta a decisão de admissibilidade do recurso es-
pecial, na linha do entendimento adotado por esta Corte Su-
perior, razão pela qual incide o óbice do Enunciado n. 83 da 
Súmula/STJ. 2. A jurisprudência desta Corte é pacífica quanto 
ao entendimento de que não há prerrogativa do Ministério 
Público e Fazenda Pública em relação à contagem em dobro 
dos prazos processuais quando se trata de matéria penal, à 
exceção da Defensoria Pública e aos serviços estatais de as-
sistência judiciária. 3. Agravo interno não conhecido. (AgInt 
no AREsp 1077283/MG, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, 
QUINTA TURMA, julgado em 06/02/2018, DJe 19/02/2018) 
 
 
 
 Pedido de suspensão de segurança 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de 
direito público interessada ou do Ministério Público e para 
evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia 
públicas, o PRESIDENTE DO TRIBUNAL ao qual couber o 
conhecimento do respectivo recurso SUSPENDER, em decisão 
fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa 
decisão caberá AGRAVO, sem efeito suspensivo, no prazo de 
5 dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua 
interposição. 
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo 
a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de 
suspensão ao presidente do tribunal competente para 
conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. 
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se 
refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a 
agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se 
refere este artigo. 
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra 
liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e 
seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do 
pedido de suspensão a que se refere este artigo. 
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido 
efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a 
plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão 
da medida. 
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser 
suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do 
tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares 
supervenientes, mediante simples aditamento do pedido 
original. 
O que é PEDIDO DE SUSPENSÃO 
(ou SUSPENSÃO DE SEGURANÇA)? 
O pedido de suspensão é 
- um instrumento processual (incidente processual) 
- por meio do qual as pessoas jurídicas de direito público ou 
o Ministério Público 
- requerem ao Presidente do Tribunal que for competente 
para o julgamento do recurso 
- que suspenda a execução de uma decisão, sentença ou 
acórdão proferidos, 
- sob o argumento de que esse provimento jurisdicional pro-
latado causa grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à 
economia públicas. 
 
Por que “SUSPENSÃO DE SEGURANÇA”? 
Tem o mesmo significado que pedido de suspensão. Alguns 
chamam de suspensão de segurança, porque originalmente 
esse instrumento processual foi previstoapenas para sus-
pender as decisões liminares ou sentenças proferidas em 
mandados de segurança. 
 
Previsão legal do pedido de suspensão 
Há cinco diferentes dispositivos legais prevendo pedido de 
suspensão: 
i) art. 12, § 1º da Lei nº 7.347/85 (suspensão de liminar em 
ACP); 
ii) art. 4º da Lei nº 8.437/92 (suspensão de liminar ou sen-
tença em ação cautelar, em ação popular ou em ACP). É con-
siderada pela doutrina como a previsão mais geral sobre o 
pedido de suspensão; 
iii) art. 1º da Lei nº 9.494/97 (suspensão de tutela antecipada 
concedida contra a Fazenda Pública); 
iv) art. 16 da Lei nº 9.507/97 (suspensão da execução de sen-
tença concessiva de habeas data); 
v) art. 15 da Lei nº 12.016/09 (suspensão de liminar e sen-
tença no mandado de segurança). 
 
Qual é a natureza jurídica do pedido de suspensão? 
Polêmico (posição majoritária: incidente processual). 
Prevalece que se trata de um “incidente processual” (Leo-
nardo José Carneiro da Cunha). "O incidente de contracau-
tela é meio processual autônomo de impugnação de deci-
sões judiciais, franqueado ao Ministério Público ou à pessoa 
jurídica de direito público interessada exclusivamente 
quando se verifique risco de grave lesão à ordem, à saúde, 
segurança e à economia públicas no cumprimento da deci-
são impugnada (art. 4º, caput, da Lei nº 8.437/1992; art. 15 
da Lei nº 12.016/2009 e art. 297 do RISTF) (STF; SS-AgR 
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5.503; RR; Tribunal Pleno; Rel. Min. Presidente; DJE 
08/10/2021; Pág. 25). 
1ª corrente: POLÍTICO 2ª corrente: JURISDICIONAL 
Trata-se de um juízo político 
a respeito da lesividade do 
ato judicial à ordem, à saúde, 
à segurança e à economia pú-
blicas. 
 
É a posição pacífica do STJ. 
 
É com base nesse entendi-
mento que o STJ não admite 
recurso especial contra deci-
sões proferidas no âmbito do 
pedido de suspensão de se-
gurança. 
 
Segundo o STJ, o recurso es-
pecial se destina a combater 
argumentos que digam res-
peito a exame de legalidade, 
ao passo que o pedido de sus-
pensão ostentaria juízo polí-
tico. 
A 1ª Turma do STF entendeu 
que a decisão em sede de 
suspensão de segurança não 
é estritamente política, pos-
suindo conteúdo jurisdicio-
nal. 
 
Com base nessa compreen-
são, a 1ª Turma do STF che-
gou à conclusão que é cabí-
vel, em tese, recurso especial 
contra decisões proferidas no 
âmbito do pedido de suspen-
são de segurança (STF. 1ª 
Turma. RE 798740 AgR/DF, 
rel. orig. Min. Rosa Weber, 
red. p/ o acórdão Min. Marco 
Aurélio, julgado em 
1º/9/201. Info 797). 
 
Possibilidade de formular pedido de suspensão 
e interpor recurso 
Contra uma decisão interlocutória proferida por um juiz, em 
1ª instância, poderão ser interpostos o agravo de instru-
mento e, concomitantemente, o pedido de suspensão. Isso 
porque o pedido de suspensão não é recurso. Logo, não há 
violação ao princípio da singularidade ou unirrecorribilidade. 
Além disso, os objetivos do agravo e do pedido de suspensão 
são diferentes. Vale ressaltar que essa possibilidade é pre-
vista expressamente: 
Lei n.° 8.437/92 
Art. 4º (...) § 6º A interposição do agravo de instru-
mento contra liminar concedida nas ações movidas 
contra o Poder Público e seus agentes não prejudica 
nem condiciona o julgamento do pedido de suspen-
são a que se refere este artigo. 
 
Lei n.° 12.016/2009 
Art. 15 (...) § 3º A interposição de agravo de instru-
mento contra liminar concedida nas ações movidas 
contra o poder público e seus agentes não prejudica 
nem condiciona o julgamento do pedido de suspen-
são a que se refere este artigo. 
 
Legitimidade para formular pedido de suspensão 
a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
b) autarquias e fundações; 
c) Ministério Público; 
d) concessionárias de serviço público (desde que para tutelar 
o interesse público primário). 
 (Juiz TJMA 2022 Cespe correta) Eventual concessão de liminar em sede de 
mandado de segurança não pode ser impugnada por meio de pedido de 
suspensão de segurança feito por partido político, visto que este não possui 
legitimidade para postular o referido pedido. 
 
Competência para formular pedido de suspensão 
Decisão prolatada 
por juiz de 
1ª instância: 
A competência para apreciar o pedido 
de suspensão é do Presidente do Tribu-
nal que teria competência para julgar o 
recurso contra a decisão. 
Ex: concedida liminar por juiz federal do 
AM, o pedido de suspensão será jul-
gado pelo Presidente do TRF1. 
Ex2: concedida liminar por juiz de di-
reito do AM, o pedido de suspensão 
será julgado pelo Presidente do TJAM. 
Decisão prolatada 
por membro de 
TJ ou TRF: 
O pedido de suspensão será decidido 
pelo: 
● Presidente do STF: se a matéria for 
constitucional. 
● Presidente do STJ: se a matéria for in-
fraconstitucional. 
Ex: concedida liminar pelo Desembar-
gador do TJ/AM, o pedido de suspen-
são será dirigido ao Presidente do STF 
ou do STJ, e não ao Presidente do 
TJ/AM (art. 25 da Lei nº 8.038/90). 
Decisão prolatada 
por membro de 
Tribunal Superior: 
Se a causa tiver fundamento constituci-
onal, é possível o ajuizamento de pe-
dido de suspensão dirigido ao Presi-
dente do STF. 
Se a causa não tiver fundamento cons-
titucional, não há possibilidade de pe-
dido de suspensão. 
 
Não se examina o mérito no pedido de suspensão 
Na análise do pedido de suspensão, é vedado o exame do 
mérito da demanda principal. O que será examinado pelo 
Tribunal é se a decisão prolatada acarreta risco de grave le-
são à: 
a) ordem; 
b) saúde; 
c) segurança; ou 
d) economia públicas. 
 (Procurador PGEPA 2015 UEPA incorreta) Em sede de pedido de suspensão 
de segurança, é imperioso o exame das razões de mérito que ancoram a de-
fesa da Fazenda Pública na ação principal. 
 
Cabimento 
STJ 
(somente cabível 
no âmbito cível) 
STF 
(matéria penal: é possível, de 
maneira excepcionalíssima) 
Vale salientar que o STJ en-
tende que não é cabível a uti-
lização da suspensão de segu-
rança em demandas de natu-
reza criminal, isto porque o 
cabimento de pedido de sus-
pensão de segurança limita-
se aos feitos de natureza cí-
vel: “O cabimento de pedido 
Por outro lado, o STF entende 
pelo cabimento de pedido de 
suspensão que revela maté-
ria de natureza penal como 
medida excepcionalíssima. 
"No caso, uma vez que a na-
tureza da controvérsia da 
causa de origem, relativa ao 
princípio constitucional da 
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de suspensão de segurança 
limita-se aos feitos de natu-
reza cível. Não há previsão 
legal para o manejo da con-
tracautela com a finalidade 
de suspender a execução de 
decisões proferidas no trans-
curso de procedimentos de 
índole penal”. STJ. Corte Es-
pecial. AgRg-SuspSeg 2.944. 
Proc. 2018/0044282-6/AM. 
Rel. Min. Laurita Vaz, j. em 
16/05/2018. 
soberania do Júri, e conside-
rando a demonstração pelo 
Ministério Público do Estado 
do Rio Grande do Sul de 
grave comprometimento à 
ordem e à segurança pública 
na manutenção da decisão, 
verifico o cabimento excepci-
onal" STF. SL-1504 - MC - Mi-
nistro Presidente Luiz Fux, j. 
em 14/12/2021. 
 
É possível pedido de suspensão em Juizados Especiais Fe-
derais e em Juizados Especiais da Fazenda Pública? 
Turma Recursal. 
STF. 
STJ.✖ 
As leis que regulam os Juizados Especiais Federais (Lei 
10.259/2001) e os Juizados Especiais da Fazenda Pública (Lei 
12.153/2009) não preveem o cabimento do pedido de sus-
pensão contra decisão que conceda provimento de urgência. 
Embora não haja tal previsão, não há incompatibilidade en-
tre os procedimentos dos Juizados Especiais e as hipóteses 
de suspensão de segurança. 
O art. 4° da Lei 8.437/1992 prevê o cabimento do pedido de 
suspensão a ser dirigido ao Presidente do Tribunal, ao qual 
couber o conhecimento do respectivo recurso. Da decisão 
que concede provimento de urgência nos Juizados Especiais 
cabe recurso para a Turma Recursal respectiva. De igual 
modo, da sentença que imponha cumprimento imediato 
cabe recurso para a Turma Recursalrespectiva. Se cabe re-
curso para a Turma Recursal, é possível o pedido de suspen-
são dirigido ao seu Presidente. Em outras palavras, ao Presi-
dente da Turma Recursal cabe apreciar o pedido de suspen-
são intentado pelo Poder Público ou pelo Ministério Público 
contra decisão proferida no âmbito dos Juizados Especiais 
Federais ou dos Juizados Especiais da Fazenda Pública. 
No âmbito dos Juizados, não é possível o pedido de suspen-
são para o Presidente do STJ, justamente porque não cabe 
recurso especial de acórdão proferido por Turma Recursal. 
Não sendo cabível o recurso especial, não é igualmente ca-
bível o pedido de suspensão dirigido ao Presidente do STJ. 
Súmula 203 do STJ: “Não cabe recurso especial con-
tra decisão proferida por órgão de segundo grau 
dos Juizados Especiais”. 
É possível, por sua vez, recurso extraordinário de acórdão 
proferido por Turma Recursal de Juizado Especial. Sendo ca-
bível recurso extraordinário, é possível, então, o pedido de 
suspensão dirigido ao Presidente do STF contra decisão pro-
ferida em Juizado Especial Federal ou em Juizado Especial da 
Fazenda Pública. 
Súmula 640 do STF: É cabível recurso extraordinário 
contra decisão proferida por juiz de primeiro grau 
nas causas de alçada, ou por turma recursal de jui-
zado especial cível e criminal. 
 Referência bibliográfica: CUNHA, Leonardo Carneiro da. A fazenda pública 
em juízo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. 
 
Jurisprudência 
• O incidente da suspensão de liminar e de sentença, 
por não ser sucedâneo recursal, é inadequado para 
a apreciação do mérito da controvérsia. STJ. Corte 
Especial. AgInt na SLS 2.564/SP, Rel. Min. Humberto 
Martins, julgado em 27/10/2020. 
A suspensão de liminar e de sentença limita-se a averiguar a 
possibilidade de grave lesão à ordem, à segurança, à saúde e 
à economia públicas. Os temas de mérito da demanda prin-
cipal não podem ser examinados nessa medida, que não 
substitui o recurso próprio. (AgRg na SLS 1.135/MA, Rel. Mi-
nistro PRESIDENTE DO STJ, Rel. p/ Acórdão Ministro CESAR 
ASFOR ROCHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 12/04/2010, 
DJe 20/05/2010) 
• Aplica-se o art. 188 do CPC 1973 (art. 183 do CPC 
2015) aos recursos interpostos em processos de sus-
pensão de segurança? Polêmico. Recentemente, o 
STJ através da Corte Especial afirmou que haveria 
aplicação do prazo em dobro. Isto é, a Corte especial 
do STJ afirmou que deveria ser aplicado o prazo em 
dobro, pois o § 3º do art. 4º da Lei nº 8.437/92 não 
seria próprio da Fazenda Pública já que seria apli-
cado tanto para a concessão como para a negativa 
da suspensão, devendo ser aplicado o art. 183 do 
CPC: O prazo para a Fazenda Pública interpor agravo 
interno em Suspensão de Liminar é de 15 dias e deve 
ser contado em dobro. STJ. Corte Especial. SLS nº 
2572/DF, julgado em 15/12/2021. 
Resumindo: 
O prazo para a Fazenda Pública interpor agravo interno em 
Suspensão de Liminar é de 15 dias (e não de 5 dias) e deve 
ser contado em dobro. 
STJ. Corte Especial. SLS nº 2572/DF, julgado em 15/12/2021 
STJ. Corte Especial. AgRg no AgRg na SLS 1.955/DF, Rel. Min. 
Francisco Falcão, julgado em 18/03/2015. 
 
Por outro lado, o pensamento do STF é que não se aplica o 
prazo em dobro. 
STF. Plenário. SL-AgR-AgR 586; Rel. Min. Presidente. DJE 
25/08/2017. 
STF. Plenário. SS-AgR 4.390. Rel. Min. Presidente. DJE 
27/02/2018. 
Aplica-se o art. 188 do CPC 1973 (art. 183 do CPC 2015) aos recursos inter-
postos em processos de suspensão de segurança? “O art. 15 da Lei 
12.016/2009, reproduzindo a redação do art. 4° da Lei 4.348/1964, prevê o 
agravo interno somente da decisão que defere o pedido de suspensão. Pelas 
razões já expostas, não se deve restringir o cabimento do agravo interno, 
sendo certo que este se afigura cabível, no prazo de 15 (quinze) dias, tanto do 
deferimento como do indeferimento do pedido de suspensão. Não é demais 
lembrar que o prazo passou a ser de 15 (quinze) dias, em virtude do disposto 
no art. 1.070 do CPC. Assim, indeferido o pedido de suspensão em mandado 
de segurança, o prazo do agravo interno será de 15 (quinze) dias. Segundo o 
STF, não se aplica, nesse caso, a prerrogativa do prazo em dobro.73 Para esse 
Tribunal, até mesmo o prazo para a Defensoria Pública, não se aplica em do-
bro para a interposição de agravo interno em suspensão de segurança. A Pre-
sidência e, igualmente, a Corte Especial do STJ discordam do STF, entendendo 
ser em dobro o prazo para a Fazenda Pública interpor agravo interno na sus-
pensão de segurança. Por sua vez, a 1ª Seção do STJ, que reúne suas 1ª e 2ª 
Turmas, adota o mesmo entendimento do STF, afastando o prazo em dobro 
para a interposição de agravo interno em suspensão de segurança. O tema 
merece análise um pouco mais detida. Muitos dos precedentes firmados pelo 
STF e pelo STJ decorrem de julgamentos que aplicaram disposições contidas 
no CPC de 1973. O atual CPC unificou o regime dos agravos internos, pre-
vendo, em seu art. 1.070, que todos eles, previstos em lei ou em regimento 
interno de tribunal, submetem-se ao prazo de 15 (quinze) dias. Quer isso dizer 
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que o prazo para agravo interno previsto na Lei 8.437, de 1992, e o previsto 
na Lei 12.016, de 2009, passaram a ser de quinze dias. Não prevalece mais o 
argumento contido nos precedentes do STF, segundo o qual o prazo para 
agravo interno em suspensão de segurança estaria previsto em lei específica; 
sendo uma lei especial, não atingida pela lei geral. O CPC regula, generaliza-
damente, o prazo para todos os agravos internos. Nesse sentido, o art. 183 do 
CPC estabelece que a Fazenda Pública goza de prazo em dobro para todas as 
suas manifestações, ressalvadas as hipóteses em que há prazo específico para 
determinado ato processual, a exemplo do prazo para impugnação ao cum-
primento de sentença, que é específico de 30 (trinta) dias (CPC, art. 535). O 
prazo para agravo interno interposto contra a decisão do presidente do tribu-
nal na suspensão de segurança não é específico, pois se trata de recurso que 
pode ser interposto independentemente do resultado, não precisando ser in-
terposto apenas pela Fazenda Pública. É possível que a suspensão de segu-
rança seja ajuizada pelo Ministério Público contra uma decisão que favoreça 
um ente público, ou é possível uma suspensão de segurança em processo ins-
taurado por um ente público contra outro ente público. Qualquer um poderia 
recorrer, não havendo prazo específico para o ente público, nem para o Mi-
nistério Público. Também é possível que o pedido de suspensão seja ajuizado 
por uma pessoa jurídica de direito privado, que exerça, por delegação, ativi-
dade pública ou que atue em colaboração com o Poder Público. Nesse caso, 
cabe o agravo interno, que não é específico apenas para a Fazenda Pública. 
Como, nesse exemplo, a pessoa jurídica de direito privado não goza da prer-
rogativa de prazo diferenciado, não haverá contagem em dobro do prazo para 
recorrer. O prazo em dobro é uma prerrogativa da Fazenda Pública, aplicável 
em qualquer caso. Não decorre da circunstância de ser ou não uma suspensão 
de segurança, mas de o recorrente ser uma pessoa jurídica de direito público. 
O Ministério Público, ao recorrer, também goza do prazo em dobro. Se o par-
ticular estiver representado pela Defensoria Pública, esta também poderá in-
terpor o agravo interno, em suspensão de segurança, no prazo em dobro. É 
preciso que esse entendimento que afasta o prazo em dobro na suspensão de 
segurança seja revisto. O CPC uniformizou o regime jurídico do agravo in-
terno. O prazo é de 15 (quinze) dias, inclusive no âmbito da suspensão de 
segurança, sendo contado em dobro quando o recorrente for a FAZENDA 
PÚBLICA, o MINISTÉRIO PÚBLICO ou a DEFENSORIA PÚBLICA. Tudo está a 
demonstrar, em suma, que tanto da decisão que defere como da que indefere 
o pedido de suspensão cabe o agravo interno, a ser interposto no prazo de 15 
(quinze) dias, devendo ser contado em dobro quando o recorrente for a Fa-zenda Pública, o Ministério Público ou a Defensoria Pública.” 
 Referência bibliográfica: CUNHA, Leonardo Carneiro da. A fazenda pública 
em juízo. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. 
 
Pedido de suspensão de segurança 
não tem natureza jurídica de recurso, não cabe apreciação 
do mérito da controvérsia 
A suspensão de segurança é medida excepcional que não 
tem natureza jurídica de recurso, razão pela qual não propi-
cia a devolução do conhecimento da matéria para eventual 
reforma. 
STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3301, j. 17-11-2021. 
 
O incidente da suspensão de segurança, por não ser sucedâ-
neo recursal, é inadequado para a apreciação do mérito da 
controvérsia. 
STJ. Corte Especial. AgInt na SS 3228, j. 9-3-2021. 
 
Questões 
 (Primeiro Tenente Marinha 2020 Quadro Técnico 
correta) A suspensão da liminar em mandado de se-
gurança, salvo determinação em contrário da deci-
são que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado 
da decisão definitiva de concessão da segurança ou, 
havendo recurso, até a sua manutenção pelo Su-
premo Tribunal Federal, desde que o objeto da limi-
nar deferida coincida, total ou parcialmente, com o 
da impetração. 
 
Partido político não possui legitimidade para postular pe-
dido de suspensão de segurança: 
Partido político não possui legitimidade para postular pe-
dido de suspensão de segurança, já que se trata de pessoa 
jurídica de direito privado, com base na vedação legal dis-
posta no art. 15 da Lei 12.016/2009. 
STF. Tribunal Pleno, SL 1424 AgRg, Min. Luiz Fux (Presidente), 
julgado em 15/09/2021. 
 
Em regra, não cabe pedido de suspensão de segurança à 
Presidência do STF em face de decisão proferida por minis-
tros do STF: 
Em regra, não cabe pedido de suspensão de segurança à Pre-
sidência do STF em face de decisão proferida por ministros 
do STF, notadamente quando ausente qualquer teratologia 
na decisão impugnada. 
STF. Tribunal Pleno, SL 1424 AgRg, Min. Luiz Fux (Presidente), 
julgado em 15/09/2021. 
 
Pedido de suspensão, há legitimidade ativa das pessoas ju-
rídicas de direito privado prestadoras de serviço público 
quando na defesa do interesse público primário: 
O STJ reconhece a legitimidade ativa das pessoas jurídicas de 
direito privado prestadoras de serviço público (empresas pú-
blicas, sociedades de economia mista, concessionárias e per-
missionárias de serviço público) para a propositura de pe-
dido de suspensão, quando na defesa do interesse público 
primário. 
Frise-se que a lesão ao bem jurídico deve ser grave e imi-
nente, devendo o requerente demonstrar, de modo cabal e 
preciso, tal aspecto da medida impugnada. 
STJ. Corte Especial. AgInt nos EDcl na SLS 2.814/SP, Rel. Min. 
Humberto Martins, julgado em 22/06/2021. 
 
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, 
caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada 
a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido 
liminar. 
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou 
denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente 
do tribunal que integre. 
 
 
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de 
segurança e nos respectivos recursos, quando não publicado, 
no prazo de 30 dias, contado da data do julgamento, o 
acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, 
independentemente de revisão. 
 
 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas 
em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e 
extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso 
ordinário, quando a ordem for denegada. 
 
 
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de 
segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o 
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requerente, por ação própria, pleiteie os seus direitos e os 
respectivos efeitos patrimoniais. 
É possível que o impetrante desista do MS após já ter sido 
prolatada sentença de mérito? 
SIM. O STF decidiu que a desistência do mandado de segu-
rança é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer 
a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e inde-
pendentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda 
que favorável ao autor da ação (RE 669367/RJ, Min. Rosa 
Weber, julgado em 02/05/2013). 
Para o STF, o MS é uma ação conferida em benefício do cida-
dão contra o Estado e, portanto, não gera direito à autori-
dade pública coatora de ver o mérito da questão resolvido. 
O STJ também possui precedentes nesse sentido, ou seja, 
afirmando que o impetrante pode desistir de mandado de 
segurança sem a anuência do impetrado mesmo após a pro-
lação da sentença de mérito (STJ. 2ª Turma. REsp 1.405.532-
SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/12/2013. Info 
533). 
Mas e se o intuito da desistência for abusivo? 
O entendimento acima parecia consolidado. Ocorre que, 
em um precedente de 2015, o STF afirmou que não é cabí-
vel a desistência de mandado de segurança, nas hipóteses 
em que se discute a exigibilidade de concurso público para 
delegação de serventias extrajudiciais, quando na espécie 
já houver sido proferida decisão de mérito, objeto de su-
cessivos recursos. 
No caso concreto, o pedido de desistência do MS foi formu-
lado após o impetrante ter interposto vários recursos su-
cessivos (embargos de declaração e agravos regimentais), 
todos eles julgados improvidos. Dessa forma, o Ministro 
Relator entendeu que tudo levaria a crer que o objetivo do 
impetrante ao desistir seria o de evitar o fim da discussão 
com a constituição de coisa julgada. Com isso, ele poderia 
propor uma ação ordinária em 1ª instância e, assim, perpe-
tuar a controvérsia, ganhando tempo antes do desfecho de-
finitivo contrário. 
Assim, com base nessas peculiaridades, a 2ª Turma do STF 
indeferiu o pedido de desistência. 
STF. 2ª Turma. MS 29093 ED-ED-AgR/DF, MS 29129 ED-ED-
AgR/DF, MS 29189 ED-ED-AgR/DF, MS 29128 ED-ED-AgR/DF, 
MS 29130 ED-ED-AgR/DF, MS 29186 ED-ED-AgR/DF, MS 
29101 ED-ED-AgR/DF, MS 29146 ED-ED-AgR/DF, Rel. Min. 
Teori Zavascki, julgados em 14/4/2015 (Info 781). 
STF. 1ª Turma. MS 29895 AgR-ED-AgR, Rel. Min Alexandre de 
Moraes, julgado em 24/08/2018. 
 
Recentemente, o STF indeferiu a homologação da desistên-
cia quando a petição da desistência do writ foi protocolada 
de última hora, exatamente no dia do julgamento do agravo 
interno interposto da decisão de mérito (monocrática), evi-
denciando, por parte do impetrante, a nítida rejeição da so-
lução judicial fundamentada pelo STF, demonstrando um in-
tuito de recusa da prestação jurisdicional (STF; Rec. 35.835; 
Rel. Min. Gilmar Mendes; DJE 31/05/2019) 
 
 
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os 
respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos 
judiciais, salvo habeas corpus. 
§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a 
julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que 
forem conclusos ao relator. 
§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá 
exceder de 5 dias. 
 
Art. 21. O MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO pode ser 
impetrado por partido político com representação no 
Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos 
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por 
organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 
1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da 
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na 
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de 
segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os 
transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular 
grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito 
desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou 
situação específica da totalidade ou de partedos associados 
ou membros do impetrante. 
 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença 
fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou 
categoria substituídos pelo impetrante. (Vide ADIN 4296) 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz 
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da 
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual 
se não requerer a desistência de seu mandado de segurança 
no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da 
impetração da segurança coletiva. 
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só 
poderá ser concedida após a audiência do representante 
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se 
pronunciar no prazo de 72 horas (ADI 4296: o art. 22, § 2º, é 
INCONSTITUCIONAL). 
Inconstitucionalidade do § 2º do art. 21 
1) Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão 
comercial praticados por administradores de empresas pú-
blicas, sociedades de economia mista e concessionárias de 
serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 
12.016/2009. 
2) O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito 
para o deferimento de medida liminar em mandado de se-
gurança, quando verificada a real necessidade da garantia 
em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 
3) É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. 
4) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione 
a concessão de medida liminar na via mandamental. É in-
constitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 
5) É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva pré-
via do representante da pessoa jurídica de direito público 
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como condição para a concessão de liminar em mandado de 
segurança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de 
cautela do magistrado. 
6) É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa 
o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man-
dado de segurança. 
7) É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê 
que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con-
denação em honorários advocatícios. 
STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator 
do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 
(Info 1021). 
 (Procurador Prefeitura de Novo Hamburgo/RS 2022 AOCP correta) O 
STF julgou inconstitucional a exigência de oitiva prévia do representante da 
pessoa jurídica de direito público como condição para a concessão de limi-
nar em mandado de segurança coletivo, por considerar que a disposição 
restringe o poder geral de cautela do magistrado. 
 
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Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança 
extinguir-se-á decorridos 120 dias, contados da ciência, pelo 
interessado, do ato impugnado (ADI 4296: o art. 23 é 
constitucional). 
Inconstitucionalidade do § 2º do art. 7º 
1) Não cabe mandado de segurança contra atos de gestão 
comercial praticados por administradores de empresas pú-
blicas, sociedades de economia mista e concessionárias de 
serviço público. É constitucional o art. 1º, § 2º da Lei nº 
12.016/2009. 
2) O juiz tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito 
para o deferimento de medida liminar em mandado de se-
gurança, quando verificada a real necessidade da garantia 
em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 
3) É constitucional o art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009. 
4) É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione 
a concessão de medida liminar na via mandamental. É in-
constitucional o art. 7º, § 2º da Lei nº 12.016/2009. 
5) É inconstitucional o § 2º do art. 22, que exigia a oitiva pré-
via do representante da pessoa jurídica de direito público 
como condição para a concessão de liminar em mandado de 
segurança coletivo. Essa previsão restringia o poder geral de 
cautela do magistrado. 
6) É constitucional o art. 23 da Lei nº 12.016/2009, que fixa 
o prazo decadencial de 120 dias para a impetração de man-
dado de segurança. 
7) É constitucional o art. 25 da Lei nº 12.016/2009, que prevê 
que não cabe, no processo de mandado de segurança, a con-
denação em honorários advocatícios. 
STF. Plenário. ADI 4296/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, redator 
do acórdão Min. Alexandre de Moraes julgado em 9/6/2021 
(Info 1021). 
 
Prazo decadencial de 120 dias e 
a TEORIA DO TRATO SUCESSIVO 
Nas hipóteses de atos de trato sucessivo, o prazo decaden-
cial para a impetração de mandado de segurança renova-se 
mês a mês. 
STJ. 3ª Seção. MS 12473, j. 11-2-2009. 
 (Defensor DPESE 2022 Cespe correta) Não deve ser reconhecida a deca-
dência para impetração do mandado de segurança, por se tratar de relação 
de trato sucessivo, cuja violação do direito mensalmente se renova. 
 
 Cuidado que o STJ ressalta o seguinte entendimento a tí-
tulo de complementação: 
"A TEORIA DO TRATO SUCESSIVO restringe-se às 
hipóteses de impetração contra ato omissivo ilegal 
da autoridade coatora, devendo o ato comissivo, 
seja de supressão ou de redução de vencimentos, 
ser atacado dentro do prazo de que cuida o artigo 
18 da Lei nº 1.533/51, atualmente art. 23 da Lei 
12.016/09, que devem ser interpretados em harmo-
nia com a natureza e vocação específica do man-
dado de segurança. Precedentes do STJ e do Su-
premo" (REsp 1.195.628/ES, Rel. Ministro Castro 
Meira, Segunda Turma, DJe 1/12/2010). 
STJ. 1ª Turma. RMS 45.275/DF, Rel. Min. Sérgio Ku-
kina, julgado em 14/12/2021. 
 
#Resumindo: 
TEORIA DO TRATO SUCESSIVO 
ATO OMISSIVO ATO COMISSIVO 
STJ: admite a teoria do trato 
sucessivo. É possível renovar 
o prazo decadencial mês a 
mês. 
 (Analista PGERJ Cespe 2022 cor-
reta) A impetração de mandado de 
segurança contra ato omissivo da 
administração, envolvendo obriga-
ção de trato sucessivo, não se su-
jeita à decadência. 
STJ: não admite a teoria do 
trato sucessivo. Nesse caso, 
deve-se respeitar o prazo 
decadencial de 120 dias. 
 
 
Termo inicial do prazo no caso de ato que 
suprime ou reduz vantagem 
O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança 
contra redução do valor de vantagem integrante de proven-
tos ou de remuneração de servidor público renova-se mês a 
mês. 
A redução, ao contrário da supressão de vantagem, confi-
gura relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação 
do próprio fundo de direito. Assim, o prazo decadencial para 
se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. 
• Ato que SUPRIME vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o 
MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência 
do ato). 
• Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de 
TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). 
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STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min. Napoleão 
Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 (Info 578). 
 
O ato que SUPRIME ou REDUZ vantagem de servidor é ato 
único ou prestação de trato sucessivo? 
Para o STJ, é preciso fazer a seguinte distinção: 
• Supressão: ato ÚNICO (prazo para o MS é contado da data 
em que o prejudicado tomou ciência do ato). 
• Redução: prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o 
MS renova-se mês a mês). 
STJ. 2ª Turma. RMS 34363-MT, Rel. Min. Herman Benjamin, 
julgado em 6/12/2012 (Info 513) 
 (Promotor MPETO 2022 Cespe correta) Segundo o STJ, o prazo decadencial 
para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de vantagem 
integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renovase 
mês a mês. 
 
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 
49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de 
Processo Civil. 
NÃO CABE INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
NO MANDADO DE SEGURANÇA 
O rito procedimental do mandado de segurança é incompa-
tível com a intervenção de terceiros, conforme

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