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A História das Primeiras Comunidades Humanas

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A História das Primeiras Comunidades Humanas
	A descoberta do fogo, a criação de ferramentas, o uso da roda, o domínio da linguagem e muitas outras invenções que estão presentes no nosso dia-a-dia surgiram há muito tempo, quando os seres humanos andavam em grupos à procura de alimentos. Ao contrário do que muitos pensam, nossos ancestrais enfrentaram muitos desafios para sobreviver, por isso, acumularam saberes que deixaram marcas na história da humanidade. Conhecer como as primeiras comunidades realizavam suas descobertas e invenções é um grande desafio, pois muitas indagações ainda estão sem respostas e faltam documentos para comprová-las.
Você sabe como teve início a história das sociedades humanas?
Como sobreviveram os primeiros homens e mulheres? Que atividades realizavam?
	Há muito tempo, os cientistas vêm se interessando pela origem do ser humano. A cada dia, novas reportagens são divulgadas pelos jornais, pelas revistas e pela televisão, demonstrando que esse assunto é de grande interesse para a sociedade, de maneira geral. Atualmente, existem vários estudos que procuram explicar desde quando existe o ser humano, mas nenhum deles ainda oferece informações completas.
	Na história da humanidade, vários povos criaram a própria explicação para a origem do mundo e dos seres humanos, muitas delas incluindo mitos e lendas. Para os guaranis, povos indígenas que habitavam o litoral do Brasil, a origem do mundo e dos homens está relacionada ao grande deus Namandu, gerador de todas as coisas, pai dos outros deuses e dos homens. As narrativas desses indígenas afirmam que esse deus é o princípio de tudo e se identifica com o próprio Sol, mas se desdobra em flores. Namandu, apesar de divino, tem o corpo semelhante ao dos humanos. Ele é a vida e dele procedem os indígenas que se tornam humanos no momento do nascimento.
Há também explicações sobre a origem do homem que se apoiam em fontes religiosas, como a Bíblia Sagrada. Outras, no entanto, seguem o caminho das investigações científicas, utilizando as informações de pesquisadores que exploram locais, como cavernas e grutas em busca de vestígios que comprovem a origem da humanidade.
	Há muito tempo, os estudiosos vêm se dedicando a essas experiências. Para isso, eles viajam em busca de “pistas” sobre a origem do ser humano. Guiados por leituras de livros especializados, eles escolhem determinados lugares do planeta para realizar escavações, onde esperam encontrar vestígios humanos, ferramentas e objetos deixados por seres que viveram há milhões ou milhares de anos. Esse trabalho exige muita dedicação, pois, na maioria das vezes, são encontrados apenas ossos dispersos que precisam ser agrupados cuidadosamente, a fim de se obter o maior número de informações para que seja possível reconstituir o esqueleto.
	A partir de 1850, as pesquisas sobre esse assunto aumentaram e trouxeram informações que muito contribuíram para esclarecer antigas dúvidas. Um desses trabalhos pertenceu a Charles Darwin que, em 1859, publicou a obra denominada A Origem das espécies. Nesse trabalho, o cientista apresentou seus estudos de como os diferentes seres vivos adquiriram características próprias. Pesquisando a vida das plantas e dos animais, ele afirmou que teria ocorrido um processo de seleção natural. De acordo com suas pesquisas, entre os seres vivos havia alguns que seriam mais aptos e mais resistentes aos desafios apresentados na natureza.
	A história da evolução dos animais demonstra que as diversas espécies aprimoraram determinadas características que lhes permitiram um melhor ajustamento ao meio ambiente. As girafas, por exemplo, durante milhares de anos, desenvolveram o pescoço para conseguir alcançar seu alimento nas copas das árvores. Essa característica foi transmitida aos descendentes, possibilitando a preservação da espécie. Entretanto, os estudiosos afirmam que alguns representantes dessa espécie, que viveram em tempos anteriores, tinham o pescoço menos longo. Com isso, a chance de elas obterem alimento era menor e, consequentemente morriam.
	Darwin fez estudos sobre os seres vivos e inspirou outros pesquisadores a continuarem o trabalho sobre a origem do homem e da humanidade. De acordo com os estudiosos, há cinco milhões de anos, aproximadamente, surgiram na África os primeiros antepassados dos seres humanos.
			Antropóides ou Hominídeos?
	Os estudos comparativos mostram que alguns antropóides – espécie de macacos, particularmente, gorilas e chimpanzés – apresentam a formação anatômica parecida com a dos humanos. Entre as semelhanças, podemos citar clavículas longas, membros flexíveis que permitem movimentos giratórios, bíceps fortes capazes de sustentar o corpo com o braço, quando se movimentam de um galho para outro nas árvores. Além dos traços físicos, gorilas e chimpanzés revelam outras características que os aproximam dos humanos: são capazes de reconhecer sua própria imagem no espelho e aprendem a se defender dos inimigos, fazendo uso de varas ou paus. Essas características deram origem a explicações de que os seres humanos e os macacos tiveram um ancestral comum. Por esse motivo, homens e macacos foram incluídos na ordem dos primatas, que quer dizer os primeiros na ordem zoológica e no plano da organização da natureza.
	Na história da evolução humana, as mudanças foram ocorrendo muito lentamente. As espécies adquiriram características próprias distinguindo-se os antropóides dos hominídeos. Os antropóides, apesar de apresentarem semelhanças com os humanos, constituíram um grupo à parte. Embora pudessem andar sobre os dois membros inferiores, não o faziam o tempo todo, pois algumas características de seu esqueleto dificultavam esse modo de caminhar. Hoje, ainda, podemos observar que seus pés são chatos, os dedos grandes estão separados e os ossos da bacia são altos, dificultando o equilíbrio.
	Nossos ancestrais, os hominídeos – criaturas semelhantes ao homem -, abandonaram as copas das árvores, adotaram a posição ereta e tornaram-se bípedes. A capacidade de eles se locomoverem sobre os dois membros inferiores liberou as mãos para outras funções. Desde então, podiam trazer alimentos de lugares distantes, manusear objetos e fabricar instrumentos.
	Algumas espécies desses hominídeos desapareceram, enquanto outras se adaptaram vencendo os desafios da natureza. Elas evoluíram, adquirindo características parecidas com as do ser humano atual.
			Os Colecionadores de Ossos
	Em 1925, os pesquisadores encontraram, no sul da África, um crânio de uma criança de aproximadamente 5 anos de idade. Doze anos mais tarde(1937), acharam o crânio de uma mulher adulta. Continuando a pesquisa, conseguiram reunir outros ossos. Assim, chegaram à conclusão de que esses esqueletos pertenciam a homens e a mulheres que viveram há milhões de anos. Os estudos desses esqueletos e dos locais onde foram encontrados indicaram que esses seres humanos eram bípedes (caminhavam sobre os membros inferiores), utilizavam instrumentos de pedras e paus e se alimentavam de ervas e raízes. Embora apresentassem essas características humanas em sua constituição física, eles ainda revelavam certas semelhanças com os antropóides; por isso os cientistas os chamara de Australopithecus ou “macacos do sul” (austral vem do latim e quer dizer “do sul”, pithecus vem do grego e significa macaco).
	Muito tempo depois, outras pesquisas foram feitas na África Oriental. Os fósseis encontrados apresentaram constituições diferentes das dos Australopithecus, mas indicavam que eles teriam vivido na mesma época. Essa nova espécie humana foi denominada de Homo habilis (homem habilidoso).
	Com base nos dados analisados, os estudiosos afirmaram que esses seres viviam em bandos e manifestavam cuidados com a vida social. O estudo das arcadas dentárias – forma, tamanho e desgaste no esmalte dos dentes – demonstrou que alguns se alimentavam de grãos, sementes, frutos e raízes; outros, de ovos e insetos; havia também grupos que faziam da carne seu principal alimento, apesar de não praticarem a caça. A carne provinhados restos deixados por outros animais.
	A habilidade de caminhar sobre os pés, a liberação das mãos para apanhar alimentos das árvores e o ato de fabricar instrumentos favoreceram o crescimento do seu cérebro, o desenvolvimento da sua inteligência e a aquisição de novas características. Essa evolução levou um longo tempo, estendendo-se por milhões de anos, durante os quais a Terra passou por muitas mudanças climáticas que alteraram as condições de vida e reduziram a oferta de alimentos. Para garantir sua sobrevivência, os grupos humanos passaram a se deslocar em busca de outros lugares onde houvesse recursos que atendessem às suas necessidades alimentares. Esse deslocamento dos grupos para diferentes lugares denominou-se nomadismo. Ao migrarem da África para outras regiões, as espécies humanas foram adquirindo outras características, por isso foram denominados pelos especialistas de Homo erectus. Os representantes desse grupo, além de consumirem outros tipos de alimentos, particularmente raízes, se tornaram também ativos caçadores.
	A existência de longos períodos de inverno e a escassez de alimentos também motivaram um melhor aproveitamento dos recursos da natureza e a fabricação de instrumentos mais eficientes, tais como machados e cutelos.
	Junto aos vestígios (ossos e objetos) deixados por representantes desse grupo, foram encontrados restos de cinzas, demonstrando que faziam uso do fogo para se aquecerem e cozerem seus alimentos. Além disso, as pesquisas afirmam que eles ocupavam temporariamente cavernas e saliências das rochas, onde se protegiam do frio e de alguns animais selvagens.
	Ainda não se sabe por que essas espécies desapareceram e cederam lugar a outras, cujos vestígios foram encontrados em diversos lugares do mundo. Esses fósseis apresentavam características diferentes das de seus antecessores, revelando se tratar de uma nova espécie. Depois de muitas discussões e análise do conjunto de objetos e de ossos, os estudiosos concluíram que haviam encontrado um outro tipo humano e o denominaram de Homo Sapiens. Esse nome foi dados porque as espécies encontradas apresentavam conformação física correspondente à dos ser humano moderno. Em vários lugares do mundo, particularmente na Europa e em certas regiões da África e do Oriente Médio, foram achados exemplares dessa nova espécie. O Homem de Neanderthal, encontrado nas imediações do vale do Rio Neander (Alemanha) pertence a essa espécie.
	Outras escavações, encontradas posteriormente, revelaram vestígios de um tipo humano dotado de um crânio maior e mais arredondado, apresentando ossatura mais leve, o que lhe permitia maior mobilidade e rapidez. Além disso, os achados arqueológicos demonstram que esses novos representantes fabricavam instrumentos de pedra bastante precisos para fazer trabalhos. Os desenhos e as pinturas rupestres – produzidas nas paredes das cavernas – revelaram que eles manifestavam ideias, sentimentos e transmitiam mensagens. Possivelmente, faziam uso da linguagem, de forma mais elaborada que seus antecessores. Os estudos comparativos afirmaram que eles possuíam formação óssea ainda mais próxima da do ser humano moderno, por esse motivo foram chamados Homo sapiens sapiens (homem sabido). Nesse grupo, inclui-se o homem de CRO-Magnon.
	Graças aos conhecimentos que foram sendo adquiridos, representantes desse grupo puderam se espalhar por toda a Terra, atingindo outros continentes. Há 40 mil anos, ocorreu a última glaciação, por vezes denominada de Era do Gelo, pois grandes áreas da Terra foram cobertas pelas geleiras. Essas geleiras concentraram grande quantidade de água, o que provocou o abaixamento do nível dos oceanos e mares. Por volta de 13000 a.C., os povos – do tipo Homo sapiens sapiens – teriam migrado da Ásia para a América, fazendo a travessia do Estreito de Bering, em busca de novos recursos. Eles permaneceram por algum tempo na parte norte do continente americano, até que os blocos de gelo se abrissem, favorecendo passagens para as regiões do sul. A caça de grandes animais – mamute, bisão, mastodonte, preguiça – era farta e as sementes também existiam em abundância. Por volta de 10000 a.C., esses povos atingiram o território onde hoje se localiza o Chile, ocupando definitivamente, a América.
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