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Autoria: Ana Paula Felizatti – Revisão técnica: Symara Rodrigues Antunes Bioestatística e Epidemiologia UNIDADE 4 - ALÉM DA PREVENÇÃO DE EPIDEMIAS: O PAPEL DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA A Vigilância Sanitária é um dos pilares das ciências epidemiológicas, presente em diversos setores. Você sabe como ela em sua rotina? A vigilância atua em setores, como o alimentício, o de cosméticos, o de produtos farmacêuticos e médicos em geral, o de serviços em saúde, e até mesmo no controle de publicidades de determinados produtos. Interessante, não é mesmo? Muitas vezes, nem percebemos essas atuações, mas, certamente, são de grande importância. A Vigilância Sanitária é uma das práticas mais antigas em saúde pública, atuando em ações como monitoramento, regulação e fiscalização. De fato, o objetivo principal da vigilância é a prevenção de danos e riscos associados à saúde coletiva. Você sabe que riscos são esses? Os riscos monitorados são aqueles associados ao surgimento de surtos e estados patológicos de diversas origens, por exemplo, os possíveis riscos de contaminações microbiológicas. Você já ouviu falar em intoxicação alimentar? Esse é um exemplo clássico das preocupações da vigilância, relacionado ao controle sanitário de alimentos e possíveis contaminações microbiológicas. Nesta unidade, vamos aprender sobre o contexto histórico da Vigilância Sanitária, suas principais linhas de atuação, intervenção e as ferramentas utilizadas, assim como o impacto na saúde pública. Bons estudos! Introdução 4.1 O que é vigilância em saúde? O conceito de vigilância em saúde é amplo, tendo como objetivo principal o monitoramento de estados de saúde e os mecanismos preventivos. Dentre os principais conceitos em vigilância em saúde, destacam-se a Vigilância Epidemiológica e a Vigilância Sanitária. Você sabe como elas se diferenciam? Vamos abordar a diferenciação desses conceitos, mas, nesta unidade, vamos focar nossos estudos na Vigilância Sanitária, uma das formas mais importantes de controle e prevenção de doenças em todo contexto mundial. 4.1.1 Vigilâncias em saúde: aspectos fundamentais O conceito de saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é definido como um conjunto de ações que resultam em completo bem-estar, tanto no contexto físico como mental e social (OPAS BRASIL, 2016). Assim, é importante identificar que saúde é muito mais que um simples estado de ausência de doença e contempla, também, os níveis de qualidade de vida em seus diferentes contextos (LOTTENBERG, 2015). A manutenção de um estado de saúde depende de ações preventivas, que são realizadas por agências de vigilância. De acordo com a portaria nº 1.378/2013 (BRASIL, 2013), a vigilância em saúde contempla as frentes de vigilância epidemiológica, situação e promoção de saúde, saúde ambiental, do trabalhador e vigilância sanitária. #PraCegoVer: fluxograma traz vigilância em saúde em um retângulo em cor laranja, que se ramifica para quatro itens, em retângulos de cor cinza: sanitária, epidemiológica, ambiental e saúde do trabalhador. Mas, afinal, qual a diferença entre elas? A Vigilância Epidemiológica tem associação direta com o monitoramento de surtos e surgimento de epidemias, ou seja, tem a responsabilidade de notificar, monitorar e controlar os estados patológicos que podem gerar epidemias, ou gerir estados epidemiológicos já implementados (BRASIL, 2009; FRANCO; PASSOS, 2011). Como vimos, a saúde é composta por diversos fatores, dentre eles o bem-estar ambiental e social. Por isso, a Vigilância Ambiental e a Vigilância de Saúde do Trabalhador atuam no monitoramento da prevenção de doenças nesses contextos, assegurando um ambiente com riscos reduzidos. Em relação à Vigilância Ambiental, há ações voltadas para a redução de riscos associados ao meio ambiente, como, por exemplo, o controle de vetores de transmissões, como ratos e insetos (LOTTENBERG, 2015). Já a saúde do trabalhador monitora os possíveis estados patológicos que podem surgir em decorrência do trabalho, como, por exemplo, lesões por esforço repetitivo e como preveni-las. De modo geral, as principais formas de vigilância em saúde são aquelas relativas à Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária. De acordo com a lei nº 8.880/1990 (BRASIL,1990), temos que a primeira é um conjunto de ações que desenvolvem conhecimento para a prevenção de possíveis estados patológicos, ao passo que a segunda é um conjunto de ações voltadas para a eliminação dos riscos. Podemos concluir que todas as formas de vigilância são complementares e importantes, e que a sanitária é a mais abrangente. Por isso, vamos nos aprofundar sobre ela no tópico a seguir. Figura 1 - Ramificações da vigilância em saúde Fonte: DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2016. 4.2 Vigilância Sanitária A Vigilância Sanitária é uma prática de saúde pública, cujo objetivo principal é a prevenção do desenvolvimento de estados patológicos e controle de possíveis surtos. Para compreender a origem e as funções, é importante identificar os fatos históricos que se relacionam a esse contexto.Com o crescimento populacional e a migração das populações para centros urbanos, gerou-se aglomerados humanos nas cidades e, consequentemente, aumento da produção de lixo e esgoto, comprometendo a qualidade ambiental, da água e de alimentos. Assim, as aglomerações foram (e são) fator agravante para a disseminação de doenças. O processo de urbanização foi acompanhado do surgimento de surtos de doenças, e podemos afirmar que houve uma relação de proporcionalidade direta entre o crescimento populacional e o surgimento de doenças. De fato, diversos surtos epidemiológicos tiveram destaque ao longo da história da humanidade, como, por exemplo, os relativos à transmissão de varíola, peste, cólera, entre outras (FRANCO NETTO et al., 2017). Com o surgimento das doenças, emerge a necessidade de agências de monitoramento e controle, ou seja, as agências de vigilância sanitária. Na Europa, tal monitoramento foi iniciado entre os séculos XVII e XVIII, e no Brasil, principalmente no século XIX. Uma das primeiras ações para o controle de disseminação de doenças foi relacionado à logística da entrega de água para as populações, que passou a ser por aquedutos (canais de transporte de água), um avanço significativo para a época. Nos anos 1980, no Brasil, ocorreu um intenso processo de reformulação sanitária, em que a sociedade discutia a importância das medidas sociais na produção de saúde, ou seja, como o acesso a moradia e alimentação adequada, emprego, educação, qualidade ambiental e saneamento básico tinham impacto direto na qualidade de vida e de saúde populacional (FRANCO NETTO et al., 2017). Anos mais tarde, em 1990, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado, houve também a aprovação da lei nº 8.080/90 (BRASIL,1990), que define a Vigilância Sanitária como: O Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa) disponibiliza uma série de vídeos sobre Vigilância Sanitária, destacando a história da vigilância em seus diversos contextos. Acesse (http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/? q=taxonomy/term/443) Você quer ver? um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/?q=taxonomy/term/443 Assim, podemos compreender que a Vigilância Sanitária é um conjunto de práticas aplicadas em diversos setores que impactam a saúde populacional. Observe a imagem, que representa tais ações. #PraCegoVer: ilustração traz no topo o título Vigilância Sanitária, e a partir daí, setas indicam ações e funções, de acordo com o previsto em lei. Como e por quem a VigilânciaSanitária é aplicada? A resposta pode ser encontrada na lei nº 9.782/1999, (BRASIL,1999) que determina a aplicação das diretrizes da Vigilância Sanitária realizadas principalmente pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass), pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), pelos centros de vigilância estaduais, distritais e municipais, e pelos órgãos de pesquisa e desenvolvimento em saúde, como, por exemplo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), todos subordinados ao Ministério da Saúde . Os órgãos regulatórios e de fiscalização estão presentes em todos os níveis regionais, sendo cada nível responsável por determinadas competências. A esfera federal, ou seja, a União, tem a função de expedir normas e regulamentar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, de modo a coordená-lo a nível nacional. Já a esfera estadual tem uma função executiva e de dever, ou seja, tem poder de realizar ações, de acordo com as normas regidas pela União. Por fim, a esfera municipal tem como função a execução, a nível local, das normas e complementações estaduais e nacionais. De modo geral, os órgãos reguladores da Vigilância Sanitária são importantes formas para prevenção de diversos riscos, sejam ambientais, ocupacionais, sociais, iatrogênicos ou institucionais. Figura 2 - Ações e funções da Vigilância Sanitária, de acordo com a lei nº 8.880/1990 Fonte: Adaptada de UNIFESP, 2020. Relacionados ao meio ambiente, como, por exemplo, água, esgoto, lixo e poluição. Relacionados ao ambiente de trabalho e incluem a carga horária, o ambiente de trabalho per se, o tipo de atividade realizada em relação aos processos ou à exposição a substâncias, por exemplo. Relacionados à sociedade de modo geral e podem incluir desde as necessidades básicas até meios de transporte, exposição à violência e substâncias nocivas (FRANCO NETTO ., 2017).et al Diretamente relacionados aos riscos intrínsecos de processos de saúde, como o uso de medicamentos ou a exposição à procedimentos em saúde. Aqueles que ocorrem em ambientes específicos, como escolas, aeroportos, salão de beleza e clubes, por exemplo. Riscos ambientais Riscos ocupacionais Riscos sociais Riscos iatrogênicos Riscos institucionais O campo da Vigilância Sanitária é “amplo e quase inesgotável, intervindo em todos os aspectos que possam dizer respeito à saúde dos cidadãos” (BRASIL, 2002, p. 23). Assim, podemos dizer que onde há riscos possíveis, há a presença de um dos órgãos regulatórios ou de monitoramento e fiscalização da Vigilância Sanitária (BRASIL, 2002). Agora que já aprendemos sobre o contexto histórico da Vigilância Sanitária, assim como sua composição executiva, normativa e principal função, podemos aprofundar nossos conhecimentos sobre o assunto. 4.2.1 Coleta de dados para vigilância e prática ética A vigilância em saúde contempla um processo de contínuo conhecimento, composto por coletas de dados que são analisadas e geram informações consolidadas acerca de determinado estado de saúde, visando fornecer ferramentas para prevenção, regulação e intervenção, com o objetivo claro: a promoção de saúde. De modo geral, a coleta de dados é realizada pelas agências de controle, em todas as esferas, e centralizadas em um órgão regulatório hierarquicamente superior (como a Anvisa e o Ministério da Saúde). A coleta de dados em vigilância em saúde ocorre pelas seguintes etapas (BRASIL, 2002): E quais são as fontes de dados da vigilância? Os dados utilizados são obtidos a partir de observações e redes de notificação médica, que podem incluir desde registros hospitalares e inquéritos populacionais, até mesmo rumores sobre determinada condição. Como vimos, há um sistema nacional de vigilância e algumas doenças devem ser obrigatoriamente notificadas em tal sistema, para que as agências de controle e vigilância mantenham sempre um estado de alerta quando tais ocorrências apontarem um crescimento anormal. Assim, as principais fontes de dados para a vigilância são relacionadas aos dados de notificação compulsória, ou seja, de doenças monitoradas e de grande importância epidemiológica, e aos dados relacionados a Teste seus conhecimentos (Atividade não pontuada) coleta de dados; processamento, análise e interpretação dos dados; elaboração de recomendações e ações de medidas preventivas; análise da eficácia das medidas realizadas; divulgação dos dados e conclusões. pesquisas populacionais visando identificar possíveis surtos. Dentre as principais doenças de notificação obrigatória no Brasil estão incluídas: cólera, febre amarela, influenza por novo subtipo (pandêmica), poliomielite, botulismo e doença de Chagas (BRASIL, 2002). As notificações compulsórias são obrigatórias e devem ser realizadas pelos médicos e profissionais de saúde, tanto do sistema público como privado, em um intervalo de até 24 horas após o primeiro contato com o paciente. A notificação é realizada no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), sendo este a principal fonte de dados para vigilância. A partir do Sinan, os dados coletados são levados para as esferas municipais, regionais e nacionais, responsáveis pela consolidação dos dados e pelo encaminhamento ao Ministério da Saúde (MARQUES; SIQUEIRA; PORTUGAL, 2020). É importante destacar que a coleta e transferência de notificação devem ser realizadas de forma ética e profissional, identificando o paciente no sistema, que assegura o sigilo de dados. Assim, a questão ética é pautada em dois momentos: na obrigação de notificar e na obrigação da manutenção do sigilo, conforme destacam Santana e Castilho (2011, p. 254): Outra forma de monitoramento de dados, muito importante para vigilância e associada à Anvisa, são os sistemas sentinelas. Além deles, o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) também é responsável pelo fornecimento e coleta de dados. Os sistemas sentinelas são pontos de coleta de dados, espalhados pela União, e que respondem ao Ministério da Saúde e à Anvisa, Portaria nº 054-R, de 31 de março de 2020 Comentário: a lista de doenças de notificação compulsória é constantemente atualizada, de acordo com o nível de gravidade e potencial de disseminação observado. Por exemplo, em 2020, a covid-19 foi adicionada à lista, juntamente com a doença de Chagas, esporotricose, varicela, tracoma, rubéola, hepatite e outras. Acesse (https://saude.es.gov.br/Media/sesa/coronavirus/Port arias/PORTARIA%20054-R%20- %20LISTA%20NACIONAL%20DOEN%C3%87AS%20D E%20NOTIFICA%C3%87%C3%83O%20COMPULS%C 3%93RIA.pdf) Você quer ler? O registro do diagnóstico correto e a notificação no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) são também obrigatórios e deveres profissional dos médicos. Todavia, as condições referentes ao respeito a privacidade, confidencialidade e anonimato, já referidos, devem estar garantidas. Notar que o anonimato e a confidencialidade não se restringem à referência nominal dos sujeitos, mas a toda forma de apresentação de resultados que permita a identificação dos participantes, sejam indivíduos ou entes jurídicos. https://saude.es.gov.br/Media/sesa/coronavirus/Portarias/PORTARIA%20054-R%20-%20LISTA%20NACIONAL%20DOEN%C3%87AS%20DE%20NOTIFICA%C3%87%C3%83O%20COMPULS%C3%93RIA.pdf além de compartilhar dados com a OMS em determinados casos. Usualmente, esses sistemas estão inseridos em unidades hospitalares e de pronto atendimento, em alerta para a coleta de dados em casos de suspeita de doenças de notificação obrigatória. Durante a pandemia da covid-19, no Brasil, as unidades sentinelas foram essenciais para o monitoramento da doença. Elas foram inseridas em unidades de pronto atendimento, onde se realiza a coleta de conteúdo da nasofaringe, que era encaminhado aos laboratórios centrais mais próximos. No Paraná, por exemplo, o primeiro caso identificado da doença, na cidade de Campo Mourão, foi realizado por uma unidade sentinela. Após a confirmação da doença, os dados foram encaminhadosàs Secretarias de Saúde e ao Ministério da Saúde, auxiliando na elaboração de planos de contenção conforme o aumento de casos notificados e identificados nos sistemas sentinelas. Tal exemplo demonstra como a vigilância se integra com pequenas unidades de coleta, unidades maiores de análise e unidades ainda maiores que recebem e compilam todas essas informações (AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO PARANÁ, 2020). A coleta de dados é realizada com o diagnóstico médico e laboratorial, em que há uma avaliação clínica e posterior confirmação. Usualmente, os casos são previamente registrados como suspeitos e consolidados após a confirmação clínico-laboratorial. Os registros são devidamente encaminhados aos sistemas, previamente discutidos, e analisados por ferramentas estatísticas, para avaliação do nível de disseminação, mortalidade, sintomas graves ou crônicos, medidas de risco relativo, entre outras metodologias analíticas utilizadas para a construção do conhecimento acerca das medidas de prevenção e controle (BRASIL, 2002). Observe na imagem a seguir como uma esfera municipal representa as etapas para geração de seu boletim epidemiológico. Caso #PraCegoVer: fluxograma, com o título boletim epidemiológico, traz seis etapas, organizadas de modo circular e separadas por setas. No centro, o título ciclo de vigilância. A seguir, vamos acompanhar quais medidas são realizadas após as etapas de coleta e consolidação dos dados. Acompanhe! Figura 3 - Fluxograma de coleta de dados e elaboração de boletim epidemiológico Fonte: Adaptada de SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE JATAÍ, 2019. 4.3 Análise de dados em vigilância em saúde: a importância da estatística Vimos que o principal objetivo da vigilância em saúde é a construção de um mecanismo de prevenção e controle, baseado em dados coletados, sobre determinada doença ou estado relacionado a riscos para a saúde. Os dados são provenientes de sistemas de coleta em todas as esferas administrativas, sendo possível rastrear estados de saúde (ou ausência de saúde) à nível local ou global. E como ocorre o tratamento desses dados? Sanches (2000) destaca que apenas a coleta e consolidação de dados não é por si só um sistema de vigilância em saúde, e sim uma forma de arquivo de dados de saúde coletiva. O autor indica, então, a importância da análise de dados com ferramentas estatísticas para a efetiva construção de um sistema de vigilância. Assim, podemos compreender que um processo de vigilância em saúde contempla quatro pilares essenciais: coleta, consolidação e análise estatística dos dados e disseminação das informações obtidas a partir deles. Ainda de acordo com Sanches (2000, p. 319): Podemos concluir, portanto, que as análises estatísticas são essenciais para a validação dos dados coletados, indicando se há uma representação da realidade ou se o observado é apenas uma ocorrência aleatória, sem importância ou indicativo para a realização de um programa de controle ou prevenção. Considerando que a vigilância é um processo contínuo no tempo, a estatística visa compreender se dentre as variáveis monitoradas, alguma se destaca em relação aos períodos anteriores. Ou seja, o objetivo é analisar se há alguma variação significativa ao longo do período observado não condizente com o esperado. Essa informação é usualmente obtida com a análise de médias de incidência, frequência e prevalência, considerando um intervalo de confiança aceitável e possíveis alterações bruscas no período avaliado. É importante destacar que não basta apenas conhecer um dado sobre a incidência de determinada doença, e sim construir uma análise complexa que de fato represente a condição de saúde daquele local, considerando entre outros fatores: [...] o objetivo da análise estatística, principalmente rotineira, é detectar a presença de conglomerados de casos e se tais conglomerados têm alta probabilidade de serem aleatórios ou não. Portanto, em função do processo de vigilância, as únicas hipóteses estatísticas que têm significado para dados de vigilância em saúde pública são aquelas de aleatoriedade ou não das ocorrências. dados da população (idade, densidade populacional); informações socioeconômicas (disponibilidade de alimentos e condições da moradia); dados sobre as condições ambientas (como, por exemplo, se há presença de saneamento); Tais dados são importantes, pois não há como estabelecer um programa de prevenção sem conhecer as variáveis que influenciam a presença de determinada doença. Vamos a um exemplo? Imagine que em determinada região, o número de pessoas que desenvolveram esquistossomose vem crescendo além do esperado, por isso foi recomendado o envio de um fármaco para tratamento. Todavia, o acesso ao posto é extremamente difícil, e houve aumento significativo de pessoas vivendo em locais sem saneamento. Assim, apenas a verificação do aumento de casos e o envio do medicamento não serão suficientes para que se estabeleça um mecanismo de controle, que depende de diversos outros fatores. Nesse contexto, podemos compreender que as análises estatísticas auxiliam na avaliação da associação das variáveis, como elas se relacionam, e se tal relação tem impacto na alteração do estado de saúde observado. Agora que compreendemos a importância da estatística para a construção da vigilância, vamos aprender sobre as principais ferramentas analíticas. e informações sobre a presença e o acesso às estruturas de saúde (postos de saúde, hospitais) (SANCHES, 2000; BRASIL, 2002). 4.4 Procedimentos estatísticos da vigilância em saúde Dentre as principais ferramentas estatísticas utilizadas para compreender as condições de saúde, destacam-se as análises de incidência, prevalência e relações de inferência. Você já conhece esses conceitos, então, vamos destacar a aplicabilidade da bioestatística em vigilância, conhecendo os testes de estatística de controle. Vamos lá! 4.4.1 Testes de estatística de controle A estatística de controle é representada essencialmente pela utilização dos chamados gráficos de controle e tem ampla utilização para o monitoramento de doenças. De acordo com Zanini et al. (2016), o uso dos diagramas de controle para o acompanhamento de doenças foi possível devido a uma analogia entre o processo de saúde e o processo industrial de qualidade, com a diferença que no primeiro caso se busca por doenças e, no segundo, por defeitos de fabricação. Assim, as ferramentas do controle estatístico de processos (CEP) foram “emprestadas” à ciência da saúde. O CEP é capaz de avaliar se as variações observadas têm causa aleatória ou atribuídas e, portanto, passíveis de serem controladas. Dentre as principais ferramentas utilizadas em CEP, destacam-se os diagramas de controle. Vamos conhecê-los? Começamos com o diagrama de Shewhart. Observe, na imagem a seguir, um modelo geral de diagrama de controle. #PraCegoVer: gráfico traz, no eixo vertical, valores numéricos, e no eixo horizontal, os meses do ano. No espaço entre os eixos, há três linhas, nas cores vermelha, azul e verde, todas irregulares, marcando pontos, identificados com valores numéricos. No topo do gráfico, há a legenda, com identificação para as três linhas. A estatística dos diagramas de controle é baseada em testes de hipóteses, em que os dados obtidos são testados e identificados se estão ou não sob controle, e, com isso podendo associá-los aos erros do tipo I e do tipo II (SANCHES, 2000). Figura 4 - Exemplo de um diagrama de controle Fonte: REBOUÇAS et al., 2013, p. 165. Walter Shewhart (1891-1967) foi um físico dos EUA muito relevante para os estudos científicos. Ele é chamado de o “pai da estatística da qualidade” e impactou não somente as Você o conhece? Amplamente utilizado para análises de monitoramento de doenças, principalmente para o controle da tendência central de determinada variável. É composto por dois eixos: o das abcissas representa o instante dos registros de dados, e o eixo das ordenadas, que traz as informações sobre mensuração do dado propriamente dito naquele instante. Na região central do diagrama,paralelamente à abcissa, há três linhas, a central apresenta o valor da tendência central, e as linhas superior e inferior, representam, respectivamente, os limites de confiança superior e inferior, chamados de limite de alarme de controle (SANCHES, 1993; 2000). Diagrama de Shewhart Outro teste de controle muito utilizado é o procedimento de Cusum (do inglês cumulative sums – soma cumulativa), que também origina um diagrama de controle. Nesse caso, os dados são representados de forma cumulativa ao longo do tempo e atribui-se um score, chamado de x , às observações que são indicadas de acordo com a soma acumulada. Assim como no diagrama anterior, de Shewhart, também é realizado um teste de hipótese, em que se considera como hipótese nula a doença sob controle (SANCHES, 2000). Observe um diagrama de controle que auxilia na avaliação de um quadro de infecção hospitalar. #PraCegoVer: gráfico traz, no eixo vertical, valores numéricos que indicam a taxa de infecção, e no eixo horizontal, os meses do ano. Na área entre os eixos, há três linhas, nas cores preta, vermelha e verde, todas irregulares, marcando pontos. Na parte inferior do gráfico, há a legenda para identificação das linhas. Os diagramas de controle são, portanto, uma maneira de representar os processos, de modo a explicitar os possíveis pontos fora do esperado e os atribuídos pelos limites de controle. ciências exatas, mas também as ciências da saúde, visto que seus modelos foram amplamente difundidos em estudos epidemiológicos e de vigilância (BAYART, 2001). k Figura 5 - Exemplo de diagrama de controle em contexto de análise de casos de infecção hospitalar Fonte: ARANTES et al., 2003, p. 771. Teste seus conhecimentos (Atividade não pontuada) Outro método utilizado é o de estatística scan. Nesse procedimento, os dados são analisados em todo seu contexto histórico, e o tempo de prolongamento do estado de saúde é definido como finito. Assim, realiza-se um “scan” das ocorrências ao longo de um período de interesse, visando compreender possíveis alterações bruscas e indicativas de risco de alteração do controle. Nesses estudos, a hipótese testada passa a ser a relação de aleatoriedade, em que a hipótese nula é que a ocorrência dos eventos ao longo do tempo foi aleatória, em contraste com a hipótese contrária de que algo ocasionou tal comportamento, como, por exemplo, um surto ou um descontrole epidemiológico (SANCHES, 1993; 2000). Em determinados casos, utiliza-se procedimentos específicos para o tipo de análise. Por exemplo, para estudos sobre defeitos congênitos e doenças crônicas é comum a aplicação do procedimento de Chen. Nesse caso, há uma coleta de dados em regiões restritas e predeterminadas, como, por exemplo, um único hospital. Coleta-se, então, dados sobre aparições consecutivas da ocorrência, por exemplo, quantos recém-nascidos diagnosticados com má formação congênita nasceram consecutivamente naquele local (SANCHES, 1993; 2000). A hipótese a ser testada considera como H a ocorrência da condição aleatória, e o objetivo é identificar se há algum agente causal não aleatório gerando o quadro apresentado. Um fato importante é que as análises estatísticas de epidemiologia e vigilância tendem a seguir padrões de uso mundial, visto que determinadas doenças têm grande importância por conta de seu nível de disseminação. Assim, finalizamos nossa unidade sobre as principais ferramentas de controle utilizadas em epidemiologia, que são de grande importância para determinar se uma observação é indicativa real de possível descontrole que pode prejudicar a saúde pública. Você pôde compreender a importância da análise contínua e pautada em inferências e hipóteses estatísticas válidas e complementadas com informações sobre o ambiente e a população, para ser de fato representativa da realidade. 0 O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Center for Disease Control and Prevention - CDC) dos EUA disponibiliza um pacote de ferramentas para elaboração de bases de dados e análises estatísticas dos dados, chamado de Epi Info. O software pode ser utilizado para investigar surtos, realizar relatórios e análises com diferentes metodologias de epidemiologia utilizadas no mundo, inclusive com treinamentos para seu uso (CDC, 2020). Você sabia? Vamos Praticar! A saúde é muito mais que ausência de doença, e sim um conjunto de fatores que influenciam na qualidade de vida de uma pessoa. A saúde pública não pode apenas se preocupar com a detecção e cura de doenças, mas com todo seu escopo de prevenção e controle. A vigilância em saúde objetiva justamente monitorar as diferentes frentes que impactam diretamente a saúde coletiva, como a frente socioeconômica e as condições de vivência (moradia, alimentação etc.). Considerando o apontado: 1) Entre em sites de agências de vigilância em qualquer esfera administrativa (federal, estadual, municipal ou distrital) e escolha um boletim epidemiológico para ler e refletir. Pode ser sobre uma doença, uma condição de saneamento ou outro tópico que você achar interessante. 2) Faça um pequeno resumo dos dados apresentados e suas conclusões sobre o assunto. Assim, finalizamos nossa unidade sobre os principais conceitos de vigilância em saúde, e pudemos conhecer as diferentes formas de vigilância responsáveis pela manutenção e controle da promoção da saúde coletiva e individual. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: Conclusão compreender os aspectos históricos da vigilância em saúde; reconhecer os segmentos que compõem a vigilância em saúde; reconhecer a importância da Vigilância Sanitária e seu contexto histórico e legal; identificar os principais conceitos estatísticos utilizados em estudos de vigilância; compreender o conceito de saúde e a relação com qualidade de vida; compreender as áreas de atuação e os órgãos de regulamentação da vigilância em saúde e sanitária; compreender as etapas de coleta de dados, análise e disseminação de informações; reconhecer os diagramas de controle e a importância para os estudos de vigilância; compreender a importância da Vigilância Sanitária em saúde pública e coletiva. AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DO PARANÁ. Sistema Sentinela ajuda a localizar e conter doenças respiratórias. Agência de Notícias do Paraná, Curitiba, 2020. Disponível em: http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php? storyid=106605&tit=Sistema-Sentinela-ajuda-a-localizar-e-conter-doencas- respiratorias (http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php? storyid=106605&tit=Sistema-Sentinela-ajuda-a-localizar-e-conter-doencas- respiratorias). Acesso em: 28 dez. 2020. ARANTES, A. et al. Uso de diagramas de controle na vigilância epidemiológica das infecções hospitalares. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 6, p. 768-774, dez. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n6/18020.pdf (https://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n6/18020.pdf). Acesso em: 21 dez. 2020. BAYART, D. Walter Andrew Shewhart. In: HEYDE C.C. et al. Statisticians of the Centuries, Nova York: Springer Science + Bussiness Media, 2001, p. 398-401. Disponível em: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-1-4613-0179- 0_85#citeas (https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-1-4613-0179- 0_85#citeas). Acesso em: 21 dez. 2020. BRASIL. 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