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VIGILÂNCIA EM SAÚDE VIGILÂNCIA 
EM SAÚDEORGANIZADORA ANA GABRIELA SILVA
ORGANIZADORA ANA GABRIELA SILVA
Vigilância em
 saúde
GRUPO SER EDUCACIONAL
A vigilância em saúde é a área responsável por observar e analisar constante-
mente a saúde da população a �m de articular ações e medidas de saúde 
destinadas a controlar fatores de riscos e de danos à saúde. Neste livro, serão 
abordados diversos aspectos da vigilância, como epidemiológica, sanitária, 
ambiental e ainda a saúde do trabalhador, descrevendo as estruturas, objeti-
vos, informações e como as noti�cações devem ser tratadas.
As medidas de controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis, 
recolhimento de animais que possam trazer riscos à população e a com-
petência em cada uma das esferas do governo também serão temas ampla-
mente discutidos nesta obra abrangente a respeito da vigilância em saúde.
Temas imprescindíveis para conhecer os principais fundamentos da área da 
vigilância da saúde você encontra aqui. Agora é com você! 
Bons estudos!
gente criando futuro
I SBN 9786555583038
9 786555 583038 >
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VIGILÂNCIA EM 
SAÚDE
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Silva, Ana Gabriela.
 Vigilância em saúde / Ana Gabriela Silva. – São Paulo: Cengage, 2020.
 
 Bibliografia.
 ISBN 9786555583038
1. Saúde Pública. 2. Epidemiologia. 3. Vigilância ambiental. 4. Vigilância Sanitária. 5. Saúde do 
Trabalhador.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Ana Gabriela Silva
Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal de São João del-Rei (2014), é Mestre em Ciências 
pela mesma instituição (2017). É especialista em Urgência e Emergência pela Faculdade Batista de 
Minas Gerais (2019) e em Programa de Saúde da Família pela mesma instituição (2019). Doutora em 
Ciências pela Universidade Federal de São João del-Rei (2020). 
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Introdução à vigilância em saúde ..............................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Conceitos básicos de Vigilância em Saúde ......................................................................................... 11
2 Prevenção das doenças ...................................................................................................................... 15
3 Medidas de controle das doenças ..................................................................................................... 19
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................23
UNIDADE 2 - Vigilância epidemiológica .........................................................................................25
Introdução.............................................................................................................................................26
1 Estrutura epidemiológica e casualidade ............................................................................................ 27
2 Vigilância epidemiológica .................................................................................................................. 29
3 Notificação compulsória .................................................................................................................... 37
4 Investigação epidemiológica .............................................................................................................. 38
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................42
UNIDADE 3 - Vigilância sanitária ...................................................................................................43
Introdução.............................................................................................................................................44
1 Vigilância sanitária ............................................................................................................................. 45
2 Articulações da Anvisa com o Estado, o mercado e o consumo de bens e serviços ..........................51
3 Instrumentos de ação da Vigilância Sanitária ................................................................................... 55
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................59
UNIDADE 4 - Vigilância ambiental, zoonoses e saúde do trabalhador ...........................................61
Introdução.............................................................................................................................................62
1 Vigilância ambiental ........................................................................................................................... 63
2 Vigilância das zoonoses ...................................................................................................................... 69
3 Sistemas de informações em saúde ................................................................................................... 73
4 Saúde do trabalhador ........................................................................................................................ 75
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASafetados possa ser controlada evitando uma 
epidemia local ou regional, ou seja, propósito final dessa investigação é orientar medidas de 
controle para impedir a ocorrência de novos casos.
41
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer sobre a estrutura epidemiológica e a causalidade;
• aprender sobre a organização, funcionamento e a importância da vigilância epide-
miológica;
• estudar sobre como ocorre a coleta de dados e informação;
• conhecer sobre a retroalimentação e a avaliação do sistema de vigilância epidemio-
lógica; aprender sobre a notificação compulsória e a investigação epidemiológica.
PARA RESUMIR
BRASIL. Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.: Dispõe sobre a organização das ações 
de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece 
normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências. Diário 
Oficial da União, v. 209, 1975.
BRASIL. Lei, Nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Presidência da República do Brasil. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis Acesso em: 30 mai. 2020
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Guia de vigilância epidemiológica / Fundação 
Nacional de Saúde. 5. ed. Brasília: FUNASA, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Guia_Vig_Epid_novo2.pdf. 
Acesso em: 26 mai. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso 
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-
Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. ed. – Brasília: Ministério 
da Saúde, 2019. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_
vigilancia_saude_3ed.pdf. Acesso em: 25 mai. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 264, de 17 de fevereiro de 2020. Disponível 
em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2020/prt0264_19_02_2020.html. 
Acesso em: 25 mai. 2020.
LUIZ, R. R. et al. Inferência causal em epidemiologia: o modelo de respostas potenciais 
[online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2002.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Vigilância sanitária
Olá,
Você está na unidade Vigilância Sanitária. Conheça aqui sobre a evolução histórica da 
Vigilância Sanitária no Brasil, desde a chegada da Família Real até os dias atuais. Aprenda 
ainda sobre a função e os objetivos da vigilância e as articulações do estado, mercado 
e consumo de bens e serviços. Conheça também os instrumentos de ação da vigilância 
sanitária e a competência em cada uma das esferas do governo.
Bons estudos!
Introdução
45
1 VIGILÂNCIA SANITÁRIA
O termo vigilância tem raiz no verbo vigiar, do latim vigilare, que pode ser compreendido como 
estar atento, cautela, precaução, zelo. Na saúde, o termo vigilância tem relação com o conceito de 
saúde e doença, sendo a vigilância às ações de prevenção da disseminação das doenças.
1.1 Evolução histórica no Brasil
A trajetória da vigilância sanitária no Brasil teve início seguindo o modelo de Portugal. Após a 
chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, foi consolidada e estruturada a Saúde Pública, com o 
objetivo da contenção de epidemias. Além disso, nesse período houve a inserção do Brasil na rota 
de comércio internacional, o que aumentou o fluxo de embarcações com grande circulação de 
pessoas e mercadorias. Por isso, houve necessidade de controle sanitário para evitar epidemias e 
permitir que os produtos brasileiros fossem aceitos e comercializados no mercado internacional.
Em 1820 foi criada a Inspetoria de Saúde Pública do Porto do Rio de Janeiro, sendo este o 
primeiro estabelecimento a criar as normas de organização para a vida nas cidades, espelhando nos 
modelos sanitários europeus. A partir disso, o isolamento de doentes com moléstias como pestes, 
cemitérios, açougues, matadouros, casas de saúde, medicamentos e alimentos, por exemplo, eram 
regulamentados por essa inspetoria. Já em 1932, houve a promulgação pela Câmara Municipal do 
Rio de Janeiro do Código de Posturas que regulamentou a prática e controle das fábricas.
Nesse cenário, houve promulgação de leis, estruturação e reformas sanitárias, em paralelo 
houve reestruturação do Estado quanto a intervenção sanitária que estava sendo institucionalizada 
no país. Houve transição da monarquia para a República, acompanhada de uma nova ordem 
política, econômica e social junto com a saúde. Tudo isso, foi amparado pelo poder da polícia que 
tinha como objetivo a fiscalização e a aplicação das penalidades (Brasil, 2011).
Nas décadas de 1930 a 1945, houve um crescimento na indústria farmacêutica, indústria 
química e indústria de agrotóxicos, sendo resultado impulsionado pela II Guerra Mundial. Somente 
em 1953 foi criado o Ministério da Saúde o que gerou modificações nas leis, principalmente em 
FIQUE DE OLHO
A vigilância sanitária é baseada na legislação e em normas que a amparam, porém ela 
precisa estar em constante atualização devido a sua atuação na saúde pública atuando na 
promoção, na prevenção e na proteção à saúde.
46
relação aos medicamentos e alimentos. Entre as mudanças, houve a publicação da Lei 1.944/53 
que instituiu a iodação do sal de cozinha como obrigatória, com o objetivo de reduzir o bócio 
endêmico, visto que sal faz parte da alimentação de toda a população. Além disso, houve a 
criação do Laboratório Central de Drogas e Medicamentos, em 1954.
O Ministério da Saúde, em 1961, instituiu o Código Nacional de Saúde para atuar na 
fiscalização dos alimentos, da indústria e do comércio. O Decreto 986/69 estabeleceu normas 
básicas para os alimentos, com base no “Codex Alimentarius internacional”. Na década seguinte 
houve uma revisão da legislação sanitária no Brasil, destacando as Leis nº 5991/73, nº 6.360/76 
voltadas para a área de medicamentos e a lei nº 6.437/77 estabeleceu o fluxo administrativo e 
sanitário, assim com as infrações sanitárias e as penalidades. Essas leis foram revogadas pela Lei 
nº 11.343 de 2006.
A partir da reestruturação do Ministério da Saúde, em 1976 foi instituída a Secretaria Nacional 
de Vigilância Sanitária, sendo formada pela fusão do Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina 
e Farmácia e do Serviço de Saúde dos Portos. O Decreto nº 79.059 publicado nesse mesmo ano 
trouxe no artigo 13º que a Secretária de Vigilância Sanitária deveria (BRASIL, 1976):
Promover ou elaborar, controlar a aplicação e fiscalizar o cumprimento de normas e padrões de 
interesse sanitário relativo a portos, aeroportos, fronteiras, produtos médico-farmacêuticos, bebidas, 
alimentos e outros produtos ou bens, respeitadas as legislações pertinentes, bem como efetuar o 
controle sanitário das condições do exercício profissional relacionado com a saúde.
A nova secretaria apresentava maior ênfase no controle da qualidade dos alimentos, 
cosméticos, medicamentos e saneante domissanitário. Em seguida, foi criado o Instituto Nacional 
de Controle de Qualidade em Saúde, no ano de 1981. Nesse momento o Laboratório Oficial 
responsável pela área de alimentos foi agregado à Fundação Oswaldo Cruz, constituindo esse 
novo instituto.
A Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária não teve o sistema de vigilância nacional 
estruturado e as relações entre o estado e o governo federal era frágil. A antiga secretária de 
Vigilância Sanitária atuou de maneira limitada, sendo utilizado o modelo cartorial, ou seja, 
avaliava documentos sem realizar a confirmação das informações através da inspeção sanitária. 
A partir da Nova República ocorreu o processo de redemocratização da sociedade, e a vigilância 
sanitária tornou-se mais próxima do Movimento pela Reforma Sanitária e pela organização dos 
consumidores (Brasil, 2011).
No ano de 1985, ocorreu o Seminário Nacional de Vigilância Sanitária que teve como 
propósito reafirmar a necessidade de definição da Política Nacional de Vigilância Sanitária,é concedida 
e a empresa é licenciada. A licença é emitida após a inspeção do local de funcionamento que tem 
como objetivo avaliar as condições sanitárias das instalações, a capacitação técnica e operacional e 
50
a capacitação profissional dos responsáveis. Quando as empresas desejam inserir algum produto no 
mercado elas precisam de obter o registro da ANVISA que irá atestar que ele está dentro das normas, 
utiliza apenas substancias permitidas, teve ensaios clínicos controlados que atestaram sua eficácia 
no caso dos medicamentos, apresenta embalagem adequada e rótulos com toda as informações 
necessárias, por exemplos. O registro dos produtos deve sempre estar presentes no rótulo ou na 
embalagem, indicando que ele está autorizado para a comercialização.
O poder de fiscalização também é da Vigilância Sanitária podendo ela aplicar multas quando 
encontrar alguma irregularidade. Essa competência é dos fiscais municipais e estudais que realizam 
visitas nas indústrias e empresas a fim de conferir se o funcionamento está dentro do previsto pelo 
regulamento. Durante a fiscalização, os fiscais avaliam, por exemplo, se o processo de produção está de 
acordo com as normas de boas práticas de fabricação, se resíduos produzidos pela empresa recebem 
destino e tratamento adequado, se existe algum risco no local para o meio ambiente e para a saúde 
do trabalhador, quais são as condições de distribuição e circulação utilizados e se estão adequados 
ao produto, quais são as condições de higiene, por exemplos. Nos casos que forem identificados 
irregularidades, a empresa pode ser multada e dependendo da gravidade pode perder a sua licença 
de funcionamento temporariamente ou permanente.
A ANVISA também é responsável por monitorar propagandas de todos os produtos que estão 
sujeitos à sua fiscalização. Essa atuação visa proteger o consumidor de propagandas que possam iludir, 
enganar, confundir ou induzir o consumo de um produto ou substância que possa colocar a saúde do 
indivíduo em risco. A fiscalização de propagandas é importante principalmente quando está vinculada 
a medicamentos, pois os analgésicos por exemplo, podem ser vendidos sem receita, porém sem o 
acompanhamento de um médico por causar danos à saúde do paciente. No Brasil as propagandas 
de medicamentos são permitidas, por isso deve haver fiscalização para que não tenha veiculação de 
mensagens que incentivam o consumo de maneira indiscriminada.
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51
2 ARTICULAÇÕES DA ANVISA COM O ESTADO, O 
MERCADO E O CONSUMO DE BENS E SERVIÇOS
 A vigilância sanitária tem uma responsabilidade em uma área ampla com um grande conjunto 
de atribuições. Ela é responsável pelo desenvolvimento de ações que eliminem, reduzam ou 
previnam os riscos de saúde a partir da intervenção em problemas sanitários de origem do meio 
ambiente, da produção, da circulação e da prestação de serviços, constituindo um desafio a ser 
enfrentado pela esfera governamental municipal, estadual e federal. 
A esfera Federal é composta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Instituto 
Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Veja as suas funções a seguir:
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
Tem como atribuição o controle sanitário em todos os locais como portos, aeroportos, 
fronteiras e locais alfandegados, ações sanitárias nas áreas de Relações Internacionais, promoção 
de estudos e parecer sobre a concessão de patentes de produtos e/ou processos farmacêuticos 
previamente à anuência pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial. 
• Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
Tem como atribuição dar suporte de estrutura laboratorial às ações de vigilância sanitária em 
todo o território brasileiro de acordo com a descrição previstas na legislação sanitária.
A esfera Estadual é composta por vinte e sete órgãos de vigilância sanitária que são 
representados pelas secretarias estaduais de saúde e seus laboratórios centrais de saúde pública. 
Os órgãos são responsáveis pela coordenação estadual e a execução das ações de fiscalização 
do sistema nacional. Além disso, prestação assistência cooperando com assistência técnica aos 
municípios (Brasil, 2011).
Por fim, a esfera Municipal é composta pelos serviços municipais que são responsáveis pela 
coordenação, regulação e execução das ações locais, ou seja, das ações de vigilância sanitária 
municipal (Brasil, 2011). 
2.1 Controle de produtos 
 A vigilância sanitária é responsável pelo controle sanitário de alimentos e bebidas tanto no 
âmbito da saúde como da Agricultura, sendo o primeiro de responsabilidade quanto ao controle 
sanitário e o seu registro como produto para consumo na alimentação humano. Os problemas 
relacionados a alimentos fazem parte de um conjunto já conhecido como a falta de higiene desde 
a produção até a manipulação do alimento. Ainda hoje existem problemas como abatedouro 
52
clandestino, a produção de derivados de leite, em especial, do leite cru e pasteurizado, o comércio 
de rua, a produção de conservas caseiras e sem fiscalização, o resíduo de produtos químicos e a 
contaminação microbiológica nos alimentos. Todos esses fatores são passíveis de controle, mas 
ainda hoje são os principais preocupantes, devido à falta de fiscalização e regulamentação. Diante 
desse cenário a vigilância sanitária tem papel fundamental para a operacionalização na política 
pública, a partir do redirecionamento e o fortalecimento de suas ações, que é um instrumento 
básico para a preservação da qualidade sanitária dos alimentos, com vistas à proteção da saúde 
do consumidor, dentro da perspectiva do direito humano à alimentação e nutrição adequadas 
(Brasil, 2011).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
O controle sanitário de alimentos ocorre em várias etapas da sua produção como na 
inspeção de indústrias e unidades de produção, fiscalização de como ocorre a manipulação e 
comercialização do alimento, liberação de licenças para o funcionamento do estabelecimento 
para a produção ou comercialização do alimento, registro do produto quando for necessário, 
monitoramento da qualidade a partir da coleta de amostras e análises laboratoriais. Dependendo 
o local que o serviço de vigilância sanitária for desenvolver suas atividades, pode ser necessário 
que ele crie programa específicos de acordo com o perfil, como por exemplo em locais que a 
produção de alimentos é voltada para produção artesanal, devendo ser analisado o risco que 
pode acarretar para a saúde e se necessário realizar capacitações que visem a melhoria na 
qualidade da produção para que a comercialização possa ser realizada (Brasil, 2011).
Um problema já mencionado, que merece destaque sobre a ação da vigilância sanitária, é 
o abate clandestino de animais, algo ainda frequente em municípios de pequeno porte. Diante 
dessa situação e para o seu combate é necessária uma forte articulação com os órgãos de 
agricultura das esferas Federal, Estadual Municipal e Distrito Federal. Ainda hoje, nem todos os 
municípios apresentam condições adequadas para o abate de animais, o gera sérios problemas 
53
de saúde pública, como riscos da transmissão de doenças infecto-parasitárias, uso indiscriminado 
de anabolizantes, hormônios e antibióticos (Brasil, 2011).
As ações da vigilância sanitária têm se tornado cada vez mais descentralizada, sendo que a 
sua parte relacionada ao controle sanitário de alimentos a que está mais avançada na maioria dos 
municípios. Ela tem realizado ações de controle sanitário relacionado com os alimentos como: 
• Manter atualizado o cadastro de estabelecimentos;
• Executar inspeções nos estabelecimentos que realizam importação;
• Distribuir e comercializar alimentos;
• Atuar em conjunto com programas de monitoramento dos produtos, coleta amostras 
para análise;
• Desenvolver ações educativas voltadas, sobretudo, aos manipuladores de alimentos.
Quando ocorrem surtos de intoxicação alimentar, é a vigilância sanitária que realiza a 
investigação,a fim de determinar a fonte, podendo ser essa atividade realizada de forma conjunta 
com a de vigilância epidemiológica e os laboratórios de saúde pública. Em cada município 
existem serviços que auxiliam no estudo de amostras coletadas, apesar que é mais comum o 
desenvolvimento dessa atividade por serviços estaduais que colaboram com a Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária que é responsável pelo registro de produtos alimentícios. Quando a 
fiscalização ocorre diretamente na indústria ela pode ser pelo serviço estadual ou pelo serviço 
municipal, dependendo da descentralização que o município apresenta.
O controle sanitário também deve ser realizado em medicamentos, drogas, insumos 
farmacêuticos e correlatos, pois esses são um conjunto abrangente de produtos que apresentam 
uma composição diversificada em termos de materiais, substâncias ativas, processos e tecnologias. 
Nesse grupo de materiais, ainda estão os produtos higiene, cosméticos, perfumes e os saneantes 
domissanitários. Todos os estabelecimentos desde a produção, transporte, armazenamento 
e comercialização estão sujeitos a fiscalização, assim como a propaganda desses materiais. 
Nenhum medicamento no Brasil pode ser comercializado se não for registrado, mesmo que seja 
importado. O registro e sua revalidação são de responsabilidade do órgão federal que garante 
a segurança-eficácia dos produtos que são colocados no mercado para consumo da população 
(Brasil, 2011).
Quando ocorre algum agravo à saúde relacionado ao uso de medicamento deve ser iniciada 
a etapa de investigação, coletando amostrados do medicamento e encaminhando ao laboratório 
de saúde pública. Em conjunto, medidas de controle devem ser instituídas localmente como 
por exemplo a apreensão dos medicamentos sob suspeita, interdição cautelar e notificação à 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária para que outras medidas possam ser adotadas quando 
54
for necessário. Nessa situação a rapidez da identificação da causa como contaminação ou fraude 
por exemplo, é importante para reduzir os danos causados na população.
Um outro grupo de produtos que fazem parte dos medicamentos, são os chamados de 
correlatos. Segundo a Lei nº 5.991/73, os correlatos são os equipamentos e materiais de saúde, 
como os aparelhos, os materiais de consumo em que seu uso está relacionado à defesa e 
proteção da saúde individual ou coletiva. Os correlatos podem ter fins como de diagnósticos e 
analíticos, podem ser os cosméticos e perfumes, produtos dietéticos, ópticos, de acústica médica, 
odontológicos e veterinários. Os correlatos devem ser submetidos ao Sistema de Garantia da 
Qualidade que visam as boas práticas de fabricação e controle em estabelecimentos de produtos 
para diagnóstico de uso in vitro.
Ainda dentro do controle sanitário estão os agrotóxicos, que são de responsabilidade dos 
Ministérios da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente. O Ministério da Saúde é responsável 
pelo registro dos agrotóxicos e seus componentes que são destinados a higienização ou 
desinfestação de ambientes domiciliares, públicos ou coletivo. Além dos produtos que são 
utilizados no tratamento de água. Ele ainda é responsável por campanhas de saúde pública, pelo 
controle, fiscalização e inspeção da produção, importação e exportação, quanto ao aspecto de 
saúde humana (Brasil, 2011).
Já os produtos que são de uso veterinário são de responsabilidade do Ministério da Agricultura. 
Ele deve verificar periodicamente as qualidades e as características originais averbadas no registro. Os 
produtos veterinários têm a capacidade de influir nos níveis de saúde da população, desde a promoção, 
à proteção, recuperação e reabilitação da saúde, por isso devem ser controlados rigorosamente.
A ação da Vigilância Sanitária é ampla e complexa, como podemos observar. A sua atuação 
ocorre desde a obtenção da matéria prima, processamento, transporte e comércio. Nos casos dos 
importados eles precisam ser avaliados antes de serem autorizados quanto a comercialização no 
Brasil. Além disso, ela atua de maneira descentralizada, o que permite um fluxo de trabalho mais 
dinâmico e amplia a sua capacidade de fiscalização.
FIQUE DE OLHO
Os serviços e estabelecimentos de saúde são organizações de extrema complexidade, 
devido à realização de procedimentos heterogêneos. Além disso, vários materiais são 
utilizados desde a limpeza adequada do ambiente, bem como dos materiais que são 
utilizados para a realizado de exames e procedimentos. A fiscalização e controle da vigilância 
sanitária é importante para evitar infecções devido a materiais não esterilizados, assim como 
as contaminações cruzadas. 
55
3 INSTRUMENTOS DE AÇÃO DA VIGILÂNCIA 
SANITÁRIA 
A Lei 9.782/99 que criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, também instituiu o 
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Nesse sistema, está integrado na esfera federal a Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde que 
está vinculado a administração da Fundação Oswaldo Cruz. No plano estadual estão os órgãos 
de vigilância sanitária das Secretarias de Estado de Saúde e seus Laboratórios Centrais, seguida 
pela vigilância sanitária municipal. Devemos lembrar que ela não está presente em todos os 
municípios devido ao tamanho reduzido de alguns municípios e o alto custo de manutenção da 
vigilância, nesses casos a estadual é quem fica responsável (Brasil, 2011).
Em relação à coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, ela é realizada pela 
Agência Nacional de Vigilância em Saúde, ocorrendo a partir de um processo de negociação 
entre os próprios integrantes do sistema. A coordenação não tem relação de subordinação 
entre as esferas, ela ocorre através da pactuação e do compartilhamento de competências 
entre cada uma das instâncias. A elaboração de normas que regulamentem o funcionamento 
dos estabelecimentos que atuam em processos produtivos e oferecem serviços à população, são 
realizadas pela Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, sendo de competência das três esferas de 
governo a sua elaboração. Mas isso não é simples, pois deve ser considerada as especificidades 
locais, observando as normas como um todo para que não ocorra contradição ou divergência 
entre as normas das demais esferas de governo e não descumpra à hierarquia das leis.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária é uma instância federal que constitui uma autarquia 
sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde. Ela é caracterizada por apresentar 
56
independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira. A direção 
dessa agência é realizada por cinco membros, sendo um deles o Diretor Presidente (Brasil, 2011).
As responsabilidades da Agência Nacional é a regulamentação e a coordenação do Sistema 
Nacional de Vigilância Sanitária, assim como a execução de ações de controle. Ela está ligada 
diretamente ao Ministério da Saúde, sendo regida por um Contrato de Gestão. O contrato é 
um instrumento utilizado para avaliar e acompanhar o desempenho administrativo da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária, por parte do Ministério da Saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária deve outorgar o registro de produtos de acordo 
com as normas referente ao produto; autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, 
distribuição e importação de acordo com a lei vigente; monitorar os preços de medicamentos, 
equipamentos, componentes, insumos e serviços de saúde a fim de evitar uso abusivos nos 
valores.
O componente estadual do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, é formado pela vigilância 
sanitária das secretarias estaduais de saúde, e algumas autarquias especiais nos estados do 
Amazonas, Paraíba, Pernambuco e Rondônia. Ainda em relação a composição estadual está 
também o Laboratório Central (Brasil, 2011). 
Em relação aos municípios, no Brasil são mais de 5.000, sendo a sua maioria de pequeno 
porte, por isso o serviçode vigilância sanitária, apesar de ser descentralizado é realizado ainda 
pelo Estado, devido à falta de estrutura. Nos municípios que apresentam estrutura a vigilância 
sanitária deve realizar a fiscalização de serviços de saúde e alimentícios.
Os municípios que apresentam estrutura para a implantação da Vigilância Sanitária devem 
apresentar os seguintes documentos:
• Lei de criação do serviço de vigilância sanitária 
Lei do município sobre a criação do serviço no município. Essa lei formaliza a sua criação no 
município, entrando em ação a partir da sua publicação as ações da vigilância sanitária.
• Portaria de designação dos profissionais como fiscais sanitários
Designa os servidores municipais que irão atuar como fiscal sanitário de vigilância sanitária 
junto da Secretaria Municipal de Saúde. Essa portaria deve conter o nome do profissional e o 
cargo designado. Além disso, deve especificar as ações que o fiscal irá realizar, a fim de fiscalização 
futura, se for necessário.
• Lei de instituição do Código Sanitário
Estabelece o código sanitário do município de acordo com as leis vigentes. Nessa lei deve 
57
conter as competências e as atribuições, um capítulo sobre a licença sanitária, outro capítulo 
sobre as taxas municipais, outro capítulo sobre a fiscalização sanitária, capítulo sobre a notificação 
e as penalidades sanitárias e um capítulo sobre o processo administrativo sanitário.
• Lei de Criação das Taxas de Vigilância Sanitária
Dispõe sobre a taxa de vigilância sanitária. Essa lei irá regulamentar os valores das taxas 
cobradas pelo município, isso garante que não seja praticado valores abusivos das taxas.
58
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre a evolução histórica da vigilância sanitária no Brasil;
• conhecer sobre as funções e os objetivos da vigilância sanitária;
• estudar sobre as articulações da vigilância sanitária com o estado e o mercado de 
consumo de bens e serviços;
• aprender sobre o controle de produtos pela vigilância sanitária;
• conhecer os instrumentos de ações da vigilância sanitária.
PARA RESUMIR
BRASIL. Decreto nº 79.059, de 30 de dezembro de 1976. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil, Brasília, Brasil. Disponível em: https://www.normasbrasil.com.br/
norma/decreto-79059-1976_33053.html Acesso em: 01 jun. 2020. 
BRASIL, Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a 
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos 
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial [da] República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 de setembro de 1990.
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância Em Saúde. Parte 2 
Coleção Para Entender a Gestão do SUS. 1ª. ed.Brasilia: CONASS, 2011. v. 06. 113 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM 1378 de 9 de julho de 2013. Regulamenta 
as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de 
Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao 
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. 
Brasília: 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/
prt1378_09_07_2013.html Acesso em: 01 jun. 2020. 
TEIXEIRA, C. F. et al. Vigilância da saúde e vigilância sanitária: concepções, estratégias e 
práticas. Texto preliminar elaborado para debate, n. 20, 2008.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 4
Vigilância ambiental, zoonoses e 
saúde do trabalhador 
Olá,
Você está na unidade Vigilância ambiental, zoonoses e saúde do trabalhador. Conheça 
aqui sobre a Vigilância ambiental, como é a sua operacionalização e quais os programas 
que fazem dessa vigilância. Conheça também sobre a Vigilância das Zoonoses, como 
ocorre o recolhimento dos animais que apresentam relevância para à saúde pública. 
Aprenda ainda sobre o sistema de informação em saúde e a sua importância. Por fim 
conheça sobre a saúde do trabalhador e quais os riscos ele pode estar exposto e quais 
medidas podem ser tomadas para a prevenção dos riscos e agravos à saúde.
Bons estudos!
Introdução
63
1 VIGILÂNCIA AMBIENTAL
A vigilância ambiental é composta por um conjunto de ações que visam o conhecimento e a 
identificação de qualquer alteração nos fatores relacionados ao meio ambiente, que influenciam 
na saúde humana com o objetivo de identificar possíveis medidas de prevenção e controle de 
riscos ambientais relacionados às doenças e agravos à saúde. Os riscos relacionados ao ambiente 
podem ser biológicos ou não. Os riscos biológicos estão relacionados com animais e insetos que 
podem ser vetores, hospedeiros e reservatórios de doenças, além dos animais peçonhentos. Já 
os riscos não biológicos estão relacionados com a água, o ar, o solo, os alimentos e contaminação 
desses com produtos químicos por exemplo.
O ambiente pode ser prejudicial ao homem, devendo ser compreendido de maneira holística, 
ou seja, analisar diversos fatores, não só a presença de agentes microbiológicos e químicos. 
É importante observar se é um problema localizado ou não e qual a população afetada, só os 
trabalhadores ou a população em geral.
Os principais riscos que a vigilância ambiental deve estar atenta são:
• Toxinas químicas;
• Radiações;
• Aglomerações de pessoas;
• Qualidade do ar;
• Exposição à poluição industrial.
1.1 Riscos ambientais
O organismo pode ser afetado de várias maneiras pelos riscos ambientais, ou seja, isso irá 
depender de como ocorreu o contato e qual o órgão ou sistema afetado. O corpo humano pode 
ser exposto ao risco através da pele que pode estar lesionado por um agente microbiano ou 
pelo próprio elemento químico como calor, radiação ultravioleta e energia cinética por exemplo, 
que pode causar cortes e/ou contusões na pele. O sistema gastrointestinal também pode 
sofrer agressão devido a entrada microbiana que agride esse sistema ou ainda o contato com 
substâncias químicas através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Outro sistema 
que pode ser afetado é o respiratório devido a entrada de elementos químicos nas formas de 
aerossóis, fumaças, poeira e alérgenos causando agressões nesse sistema. Além desses sistemas, 
qualquer órgão pode ser afetado por agentes químicos e físicos, podendo causar patologias 
diversas, dependendo qual o agente causador (MINAYO, 2002).
64
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A exposição aos agentes danosos pode ser aguda, ou seja, exposição de curto prazo, porém 
com capacidade de causar danos, como por exemplo, o monóxido de carbono que é tóxico para 
os pulmões e o calor que pode promover queimaduras de terceiro grau. Já a exposição crônica 
ocorre danos menores, porém cumulativos no organismo. Um exemplo é a exposição prolongada 
a metais pesados como chumbo e mercúrio, movimentos repetitivos que causam as lesões de 
movimentos repetitivos e barulhos intensos que causam perda auditiva.
Figura 1 - Análise da qualidade da água 
Fonte: Mr_Mrs_Marcha, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem ilustra um fiscal realizando um teste da qualidade de água de um rio. 
Vemos duas mãos, com luvas, recolhendo amostras de água deste rio.
1.2 Operacionalização da Vigilância em Saúde Ambiental
O Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental tem como atribuições algumas ações 
relacionadas aos riscos ambientais e ao desenvolvimento de doenças ou agravos à saúde, como:
65
• Coordenação; 
• Avaliação; 
• Planejamento; 
• Acompanhamento; 
• Inspeção e supervisão de ações. 
Para que a vigilância ocorra de maneira efetiva, ela é organizada e estruturada no âmbito nacional, 
estadual e municipal, sendo dividida em cinco:
• Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua);
• Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos (Vigipeq);
• Vigilância em Saúde Ambiental de Populações Expostas à Poluição Atmosférica (Vigiar);
• Vigilância em Saúde Ambiental Associada aos Fatores Físicos (Vigifis);• Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres (Vigidesastres).
1.3 Programa Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas 
a Contaminantes Químicos (Vigipeq)
O Programa Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Contaminantes Químicos 
(Vigipeq) tem como objetivo ações em relação aos contaminantes químicos que podem interferir 
na saúde humana e também na interação do homem com o meio ambiente. Ele visa articular 
ações de prevenção, de promoção, de vigilância e de assistência à saúde de indivíduos expostos a 
agentes químicos. Faz parte desse Programa a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Áreas 
Contaminadas (Vigisolo).
O Vigipeq tem como objetivo ações em relação aos contaminantes químicos que podem interferir 
na saúde humana e também na interação do homem com o meio ambiente. Ele visa articular 
ações de prevenção, de promoção, de vigilância e de assistência à saúde de indivíduos expostos a 
agentes químicos. Faz parte desse Programa a Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Áreas 
Contaminadas (Vigisolo).
O fluxo de atuação do Vigipeq voltado à população exposta a áreas contaminadas e/ou exposta 
a substâncias químicas prioritárias é dividido em cinco etapas sendo elas a identificação; priorização; 
análise, diagnóstico e avaliação; elaboração de protocolo e rotina e por fim o registro no sistema 
de informação. Os locais que são áreas contaminadas são os lixões, locais de depósito de resíduos 
químicos, os postos de combustíveis e regiões agrícolas que usam agrotóxicos.
66
Os locais que são identificados como contaminados ou potencialmente contaminados devem ser 
inicialmente categorizados em relação a distância da população em relação à área contaminada, se 
houve ou não exposição anteriormente da população e qual o contaminante se é do grupo prioritário 
ou não. A população também precisar ser caracterizada quanto ao número de indivíduos em 
situação de risco, se existe instituições vulneráveis como hospitais, creches, escolas e asilos e o nível 
socioeconômico da população. Outro fator que deve ser considerado é a toxicidade e a persistência 
ambiental dele, observando se há medidas de contenção e controle para o agente contaminante. 
Por fim, deve-se analisar a rota de exposição se foi alimento, água, solo ou ar; qual a proporção da 
população contaminada e a via de contaminação, ingestão, contato ou inalação. A partir desse conjunto 
de informações é possível elaborar protocolos e rotinas de saúde com a finalidade de interromper a 
exposição e a contaminação, além disso, deve-se realizar o registro no sistema de informação de saúde 
(Brasil, 2010).
Em relação ao tipo de contaminante, existem cinco substâncias que são consideradas prioritárias:
• Agrotóxicos;
• Benzeno;
• Mercúrio;
• Amianto;
• Chumbo.
Os casos suspeitos ou confirmados por intoxicação a esses agentes devem ser registrados no 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Devemos ressaltar que os agrotóxicos 
são os químicos que apresentam maior risco para os trabalhadores agrícolas e também para o meio 
ambiente.
Os agrotóxicos apresentam quatro eixos e diretrizes separados dos demais grupos considerados 
prioritários. Veja a seguir quais são esses eixos:
• Atenção integral à saúde das populações expostas a agrotóxicos 
Tem com diretriz a promoção de ações de prevenção e assistência na perspectiva de atenção 
integral a população exposta a agrotóxicos. 
• Promoção à saúde 
Tem como diretrizes reconhecer a população em risco ou que tenha sido contaminada e estimular 
ações intersetoriais com o objetivo de promoção à saúde. 
67
• Agenda integrada de estudos e pesquisas 
Tem como diretriz a fundamentação científica para que possa ser traçada medidas de intervenção 
em relação aos agrotóxicos e à saúde. 
• Participação e controle social
Tem como diretriz o fortalecimento social e a sua participação com o objetivo de sustentabilidade 
das ações e da vigilância à saúde à população exposta aos agrotóxicos. 
1.4 Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental de Populações 
Expostas à Poluição Atmosférica (Vigiar)
A evolução industrial e o surgimento de grandes centros urbanos propiciam condições de 
exposição populacional a poluentes atmosféricos, de diversas origens como por exemplo meios de 
transporte, chaminés de industrias e queima de biomassa. Apesar dos grandes centros apresentarem 
maior poluição atmosférica, os pequenos centros também podem sofrer com a poluição atmosférica 
devido a queima de biomassa como queimadas na Amazônia, regiões com atividades mineradoras e 
regiões agrícolas que utilizam a pulverização de agrotóxicos.
Atualmente cerca de metade da população já vive em centros de urbanização e esse número está 
crescendo. Os problemas de saúde decorrentes de poluentes atmosféricos nas regiões urbanas são 
observados principalmente no sistema respiratório e cardiovascular.
O Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental de Populações Expostas à Poluição 
Atmosférica (Vigiar) realiza ações que visam identificar os municípios que apresentam maior risco de 
exposição humana; identificar as áreas de atenção atmosférica de interesse para à saúde; caracterizar 
os efeitos agudos e crônicos da exposição; avaliar a situação populacional a exposição de poluentes 
atmosféricos e subsidiar elementos que permitam nortear as políticas nacionais em relação a 
exposição à poluição atmosférica. Para que essas ações possam ser realizadas e os municípios que são 
prioridade sejam caracterizados foi criado o Instrumento de “Identificação de Municípios de Risco” 
(IIMR). Esse instrumento faz parte de um sistema online e é dividido em três campos de informações 
sendo elas as gerais, as ambientais e as de saúde. A partir de todas essas informações é realizada a 
caracterizada de cada município, estabelecendo a taxa de mortalidade e a de internação por agravos 
respiratórios. Os municípios que são identificados com maior risco, a Rede de Atenção Básica conta 
com unidades preparadas para atuarem como Unidades Sentinela do VIGIAR. Isso permite que ocorra 
uma avaliação epidemiológica mais rigorosa e ações específicas sejam realizadas afim de monitorar as 
condições atmosféricas (Brasil, 2014).
FIQUE DE OLHO
O número de obtidos decorrentes da poluição atmosférica é de aproximadamente 3 
milhões anualmente, representando cerca de 5% do total de mortes. Essa média pode 
ainda ser maior em algumas regiões com cerca de 30% de casos de óbito decorrentes de 
complicações de asma ou doenças respiratórias, devido a poluição atmosférica.
68
1.5 Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Associada 
aos Fatores Físicos (Vigifis)
O Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Associada aos Fatores Físicos (Vigifis) é 
o programa responsável por medidas que buscam proteger a saúde da população que foi exposta ou 
que apresenta um risco potencial de ser exposta a radiações ionizantes ou não ionizantes. A radiação 
ionizante está presente em vários locais próximos da população como na indústria de maneira 
geral, na construção civil, nos hospitais, em clinicas médicas, clínicas radiológicas e laboratórios, por 
exemplo. Já a radiação não ionizante ela tem estado mais presentes no cotidiano nos últimos anos 
devido a expansão do fornecimento de energia elétrica e energia eletromagnética como por exemplo, 
a telefonizar celular, micro-ondas e laser. O Vigifi visa proteger a população exposta principalmente 
em regiões de exposição a ionização devido as linhas de transmissão de energia elétrica, as linhas 
de Estações Rádio Bases. Esse programa atua de maneira articulada com a vigilância em saúde do 
trabalhador, devido exposição ocupacional.
1.6 Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos 
Associados aos Desastres (Vigidesastres)
O Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres 
(Vigidesastres) tem como proposito minimizar a exposição aos riscos de desastres naturaiscomo por 
exemplo as enchentes, as secas, os deslizamentos. Ele também visa reduzir patologias decorrentes 
de desastre antropogênico, como por exemplo, os acidentes com produtos perigosos e desastres 
industriais. Esse programa então atua na integração dos processos de planejamento, de organização, 
de implementação e de controle à redução e ao gerenciamento do desastre, assim como à recuperação 
dos seus efeitos, com base em medidas de prevenção e atuação em situações de risco e em planos de 
contingência (BRASIL, 2009).
Os desastres podem afetar a saúde pública de várias formas como o aumento repentino no número 
de óbitos e traumas; no aumento no número de demanda e de intervenções nos serviços de saúde; 
danos, interrupção ou até mesmo destruição do serviço de saúde; interrupção na distribuição de água 
potável, drenagem sanitária e limpeza urbana, propiciando o surgimento de insetos como mosquitos e 
moscas e de roedores, que são reservatórios e/ou vetores de diversas doenças. Além disso, pode ainda 
ocorrer um aumento de patológicas devido a contaminação hídrica ou alimentar, o que pode acarretar 
69
em uma sobrecarga ao sistema de saúde local, assim como na escassez de alimentos e água para a 
população do local em que ocorreu o desastre (BRASIL, 2009).
O Vigidesastres tem sua operacionalização dividida em três etapas sendo elas a redução de risco, 
o manejo do desastre e a recuperação. A primeira etapa, a de redução de riscos visa planejar ações 
que possibilite identificar e reduzir as áreas de vulnerabilidade. Nesse momento é então realizado o 
mapeamento do local atingido pelo desastre e ações coordenadas são elaboradas de acordo com a 
extensão. Na segunda etapa, do manejo, é realizada ações de busca e regaste de pessoas atingidas e 
que estão desaparecidas, é avaliado também os danos no fornecimento de água potável e também de 
infraestrutura da região atingida, visando identificar as necessidades da população e as necessidades 
em saúde. Por fim, a etapa de recuperação, visa recuperar a normalidade do território e a prevenção 
de novos desastres futuros, a partir da mensuração da magnitude de risco futuro (BRASIL, 2009).
2 VIGILÂNCIA DAS ZOONOSES
A Vigilância das Zoonoses faz parte da Vigilância Epidemiológica do Sistema Único de Saúde 
e tem como objetivo desenvolver ações, atividades e estratégias para a vigilância e o controle das 
zoonoses. Além disso, é responsável pelo controle de doenças transmitidas por vetores e dos agravos 
decorrentes de animais peçonhentos.
A estrutura física e técnica da vigilância das zoonoses está vinculada ao Sistema Único de Saúde, 
sendo responsável por ações e estratégias de vigilância, prevenção e controle das zoonoses, assim 
como de acidentes com animais peçonhentos e venenosos que são relevantes na saúde pública.
2.1 Vigilância, prevenção e controle de zoonoses
A vigilância de zoonoses tem responsabilidade no controle e na prevenção de zoonoses de 
relevância para a saúde humana, não sendo apenas a raiva e a leishmaniose alvos dessa vigilância, 
mas todas as doenças que apresentam transmissão vetorial. Essas doenças se dividem em três grupos 
que são as zoonoses monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do Ministério da 
Saúde, zoonoses de relevância regional ou local e zoonoses emergentes ou reemergentes.
Dentre as zoonoses que são monitoradas por programas nacionais de vigilância e controle do 
Ministério da Saúde temos:
• Leptospirose;
• Febre maculosa brasileira;
• Hantavirose;
• Doença de Chagas;
70
• Febre amarela;
• Febre de chikungunya;
• Febre do Nilo Oriental.
 Já as zoonoses de relevância regional ou local, ou seja, que apresentam incidência e prevalência 
em um local restrito, porém apresentam relevância quanto a sua magnitude, transcendência, 
severidade, gravidade, vulnerabilidade e potencial de disseminação, são:
• Toxoplasmose;
• Esporotricose;
• Ancilostomíase;
• Toxocaríase (larva migrans cutânea e visceral);
• Histoplasmose;
• Criptococose;
• Complexo equinococose.
Já as zoonoses emergentes ou reemergentes, são aquelas que apresentam uma fase sem a sua 
presença ou que passam por um período de baixa no número de casos e que apresentam potencial 
de ressurgir (Brasil, 2016).
Quando falamos em zoonoses devemos lembrar que são doenças que envolvem uma ou mais 
espécies de animais no ciclo de transmissão, por isso existe uma variação nas regiões do Brasil e 
também em nível mundial, devido as variações climáticas, os vetores não estão presentes em toda 
as regiões. As ações da zoonose no controle de doença está diretamente ou indiretamente liga ao 
controle ou até mesmo a eliminação, quando é possível, dos vetores que transmite a doença para a 
população humana (Brasil, 2016).
A vigilância ativa é o controle permanente através de programas de saúde que monitoram o 
número de humanos doentes em cada região. As zoonoses são doenças de notificação compulsória 
que permite esse monitoramento e possibilita traçar medidas de prevenção e controle conforme 
a necessidade regional. Essa vigilância então realiza uma articulação sistemática com a vigilância 
epidemiológica local, monitora constantemente a população de animais presentes na região e 
apresenta uma estrutura que informa a incidência e a prevalência do número de casos por período 
do ano, podendo assim estabelecer se há períodos de maior incidência e outros períodos com menor.
Já a vigilância passiva, ela é baseada em risco real, agindo de maneira preventiva. Ela realiza 
avaliação dos animais de relevância pública, lembrando que essa avaliação dos animais só é possível 
71
quando na região existe Unidade de Vigilância de Zoonoses. Além disso, realiza comunicação com a 
população tanto de caráter informativo quando de busca de informações sobre animal suspeito, por 
exemplo (Brasil, 2016).
A prevenção pode ser temporária ou permanente dependendo do perfil epidemiológico, das 
atividades de educação em saúde, do manejo ambiental e da vacinal de animais. A educação pode ser 
realizada nas unidades de saúde, rádios, TV e escolas, por exemplos, permitindo que o conhecimento 
sobre as zoonoses seja difundidos e permita que a população participe da prevenção de forma ativa. A 
vacinação, ela pode ser gratuita em campanhas nacionais como acontece para gatos e cachorros, que 
são vacinados gratuitamente todos os anos ou pode ser algo obrigatório como no caso dos criadores 
de gado, que precisam realizar a vacinação da febre aftosa dos animais para que eles possam ser 
comercializados, sem a vacinação os animais não podem ser comercializados e o proprietário pode ser 
penalizado através de multa.
Figura 2 - Controle da dengue 
Fonte: JARUN, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: A imagem ilustra uma mão com uma luva carregando uma ampola de exame de 
sangue, que demonstra um resultado positivo para a dengue.
As zoonoses precisam de monitoramento e atualização periódica, pois elas podem variar conforme 
as estações climáticas do ano, mas pode ocorrer a inserção de nova doença para o mesmo vetor, como 
no caso do mosquito aedes aegypti que é vetor de quatro doenças diferentes, dengue, o zika vírus, a 
febre amarela e a Chikungunya.
2.2 Recolhimento de animais de relevância para a saúde pública
Os animais que apresentam relevância para a saúde pública podem ser reconhecidos de maneira 
seletiva, sendo realizada uma avaliação a partir do encaminhamento do caso, ou devido a uma 
reclamação ou solicitação para o recolhimento do animal. O reconhecimento deve seguir a Portaria 
FIQUE DE OLHO
Os animais invertebrados que forem capturados e transportados devem ser transportados 
em recipientes fechados para evitar acidentes. Quando não houve condições adequadas 
para a captura e o transporte do animal ela não deve ser improvisada, pois o risco de 
acidente e lesões graves ao funcionário da vigilância em zoonoses é superior ao benefício de 
deixar o animal solto. 
72
MS/GM nº 1.138, de 23 de maio de 2014 que define as ações e os serviçosde saúde que são voltados 
para vigilância, prevenção e controle de zoonoses, assim como os acidentes causados por animais 
peçonhentos e venenosos, de relevância para a saúde pública.
Os animais podem ser levados as unidades de vigilância de zoonoses, desde que seja animais 
vertebrados e que apresentem algum risco à saúde pública como por exemplo, nos casos de cachorros 
contaminados por leishmaniose. Quando for o caso de animal já morto é importante avaliar o 
histórico quanto a doenças e seguir o protocolo estabelecido pelo município, sendo que nos casos de 
suspeita deve-se realizar a necropsia, coleta e encaminhamento de amostras laboratoriais ou outros 
procedimentos preconizados para a zoonose em suspeita. Já os animais vivos, que apresentem risco 
ou eles já foram avaliados e apresentam-se positivos para alguma zoonose, podem ser submetidos a 
eutanásia, de acordo com a legislação vigente sobre o controle de zoonoses. Animais sadios, agressivos 
ou que estão com alguma patologia que não é de interesse a saúde pública ou que é tratável deve ser 
encaminhada pelo proprietário para a avaliação e tratamento veterinário, pois nesses casos não cabe 
a vigilância de zoonoses prestar os cuidados e testes nos animais (Brasil, 2016).
A apreensão ou remoção de animais vertebrados pela Unidade de Vigilância de Zoonoses só pode 
ocorrer quando for um risco iminente para a saúde pública. Nos casos de animais silvestres que forem 
encontrados em área urbana ou região próxima, os órgãos do Meio Ambiente devem ser acionados 
para que o animal possa ser abordado de maneira adequada e realocado para o seu local de origem. 
Nos casos de animais não silvestres a captura ou remoção deve ser agendada, se possível, sendo que 
a captura e o transporte precisam ser realizados de maneira cuidadosa para que o animal não fique 
ferido e nenhum sofrimento (Brasil, 2016).
O transporte dos animais precisa ser realizado de maneira segura e tranquila, lembrando que 
cada tipo de animal tem seu transporte específico, como gado, cavalo e cachorros. Não pode realizar o 
transporte de várias espécies em conjunto, pois existe o risco de estresse e acidentes com os animais. 
Após a captura o transporte do animal deve ser direto para a Unidade de Vigilância de Zoonoses, no 
menor tempo possível. Os animais como as fêmeas prenhes ou com ninhadas e animais idosos, feridos 
ou acidentados devem ser transportados individualmente e serem colocados em alojamento isolados 
também nas Unidades de Vigilância em Zoonoses.
73
3 SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE
A informação é instrumento primordial na tomada de decisões em saúde, tanto que na tríade 
que sintetiza a dinâmica das atividades em saúde, a informação é a primeira: informação-decisão-
ação. A informação ela é obtida a partir de dados brutos ou trabalhados que geral resultados que irão 
sustentar a tomada de decisão.
O sistema de informação deve oferecer um suporte para o planejamento, a tomada de decisões e 
as ações dos gestores, seja de caráter decisória em nível municipal, estadual ou federal. O sistema de 
informação em saúde ele é dividido em vários subsistemas com o propósito de facilitar a formulação 
das informações e a avaliação das políticas de saúde. As informações elas são hierarquizadas o que irá 
permitir um fluxo ascendentes de dados, reduzindo a duplicidade e permitindo caracterizar em nível 
regional, estadual e nacional as variáveis epidemiológicas.
Entre os subsistemas de informação temos., de acordo com Brasil (1998):
• Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) 
Criado pelo DATASUS com o objetivo de regular as informações sobre mortalidade no país. A partir 
da sua criação tem disso possível obter informações sobre a mortalidade, de forma abrangente o 
que oferece subsídio para as esferas de gestão na saúde pública, visto que as informações permitem 
analisar a situação local, realizar o planejamento e a avaliar os programas que foram implantados, 
quanto a sua redução na mortalidade. O SIM atualmente é todo informatizado e o número de certidão 
de óbito é controlado em nível Municipal, Regional, Estadual e Federal. 
• Sistema de Informações de Agravos de Notificações (Sinan) 
Sistema de coleta, transmissão e disseminação de dados que são gerados pelo sistema de 
vigilância epidemiológica, nas três esferas de governo. Ele apresenta dois documentos básicos a ficha 
individual de notificação (FIN) que é preenchida pelas unidades assistenciais a partir da suspeita 
clínica de ocorrência de um agravo de notificação compulsória ou outro agravo sob vigilância e a ficha 
individual de investigação (FII), que possui campos específicos de orientação para a investigação do 
caso. A distribuição desses formulários é de responsabilidade das secretarias estaduais ou municipais 
de saúde, devendo as fichas serem numeradas para maior controle. 
• Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) 
Sistema que está relacionado apenas com as internações no âmbito do SUS. O documento básico 
para a informação é a Autorização de Internação Hospitalar (AIH), que autoriza a internação do 
paciente e gera os valores para pagamento da assistência prestada. 
74
• Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) 
Sistema responsável por registrar as características dos estabelecimentos de saúde, como o tipo 
de estabelecimento, o número de leito, o tipo de serviço prestado e os equipamentos disponíveis. O 
CNES ainda tem o registro de acordo com as habilitações do estabelecimento e os profissionais com 
vínculo empregatício. Isso só é realizado quando o serviço tem convênio com o SUS para a prestação 
de algum serviço. As equipes de Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde, também 
fazem parte desse sistema, o que permite uma visão geral dos recursos físicos e humanos disponíveis. 
• Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) 
Sistema que avalia os riscos de ocorrência de surtos e epidemias com base no registro de 
imunológicos disponíveis e o número de indivíduos vacinados, sendo as informações subdividas por 
faixa etária, período de tempo e área geográfica. Esse sistema também permite o controle do estoque 
de imunobiológicos. 
• Sistema de Informações para a Gestão do Trabalho em Saúde 
Banco de dados fornecido pelo conselho de profissionais que apresenta informações dos 
conselhos federais e regionais dos profissionais que fazem parte da equipe de saúde. Esse sistema 
permite identificar a localização, a abrangência, o número de inscritos, estatuto, o código de ética, as 
legislações, as resoluções dos profissionais de saúde. 
• Sistema de Informações em Saúde da Atenção Básica (SISAB) e o e-SUS
Sistemas que visam coletar informação sobre a produção de serviços prestados pelas equipes de 
saúde, sistematizando os dados a partir das visitas domiciliares e dos atendimentos especializados que 
foram prestados.
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75
4 SAÚDE DO TRABALHADOR
A saúde do trabalhador é um tema sobre a fase produtiva do indivíduo, sendo muito relevante, 
pois o trabalhador normalmente passa a maior parte do seu tempo exercendo a sua atividade de 
trabalho. A saúde do trabalhador então tem como enfoque principal do trabalho/trabalhador a 
garantia de um local de trabalho saudável, livre de riscos à saúde.
O trabalho é para o indivíduo uma forma de provimento das necessidades biológicas e sociais, 
sendo que é através do trabalho que ocorre o alívio da tensão emocional e estimula a criatividade, as 
relações sociais e o bem-estar. Ele é um uma forma de crescimento individual e coletivo do homem e, 
em decorrência, da sociedade.
Durante o trabalho, existem várias mudanças que podem ser observadas no organismo e na 
personalidade do trabalhador, podendo ser notadas durante a jornada de trabalho ou após ela. Essas 
alterações pode ser mudanças no processo metabólico, aumento do ritmo respiratório e cardíaco, 
mudança no teor físico-químico do sangue e tecidos musculares, redução da velocidadee qualidade 
do rendimento do trabalho, decorrentes de esforços prolongados. Todas essas mudanças podem 
surgir ao longo do tempo de trabalho, devido a fatores que desencadeiam elas e durante o processo, 
podem ser acompanhadas por profissionais de saúde de maneira que previna a sua cronificação.
Quando falamos sobre a saúde do trabalhador, devemos ressaltar que é algo de responsabilidade 
multidisciplinar. O acompanhamento da saúde do trabalhador envolve o seu espaço laboral, os riscos 
de exposição ambiental, sanitária e biológica que o indivíduo se encontra. Além disso, não deve pensar 
em apenas um indivíduo, mas em um coletivo. A saúde do trabalhador não é apenas normatização, 
ela vai além, como o uso de equipamentos de proteção individual, por exemplo (Gomes et al., 2018).
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76
O local de trabalho deve apresentar segurança, mas também o equilíbrio físico, psíquico e social, 
para que o profissional possa ter bem-estar durante a sua jornada produtiva. O ambiente de trabalho 
deve ser um local com características específicas do local de trabalho, mantendo as condições 
adequadas para a realização das atividades laborais. Quando o ambiente de trabalho não apresenta 
características próprias, pode expor o indivíduo a riscos.
O risco de acidente está presente em qualquer trabalho podendo ser agravada nos casos que o 
trabalhador é colocar em situações de vulnerabilidade que afeta a sua condição física ou psíquica. 
Podemos citar como exemplos de riscos de acidentes as máquina e equipamentos que são utilizados 
sem proteção adequada, o risco de explosão e incêndio, a distribuição inadequada do espaço (GOMES 
et al., 2018).
O risco ergonômico está relacionado com qualquer tipo de fator que influencie nas características 
psicofisiológicas como por exemplo o trabalho excessivo, levantamento de peso, repetitividade 
e postura inadequada. Outro risco que deve ser considerado é o físico, em que a energia que o 
trabalhador está exposto pode desencadear danos à saúde, como queimaduras, redução da acuidade 
visual e dores de cabeça. Os riscos físicos mais comuns são os ruídos, o calor, o frio, a pressão a 
umidade, a radiação e a vibração. Os riscos também podem ser químicos e biológicos. O risco químico 
está relacionado com exposição de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores E o risco 
biológico pode ser bactérias, vírus, fungos, parasitas, sendo os profissionais da saúde os expostos a 
estes riscos (GOMES et al., 2018).
77
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre a Vigilância Ambiental;
• conhecer sobre a operacionalização da Vigilância em Saúde Ambiental;
• estudar sobre a Vigilância das Zoonoses;
• aprender sobre o Sistema de Informações em Saúde;
• conhecer sobre a Saúde do trabalhado.
PARA RESUMIR
BRASIL, S. I. A. B. Manual do sistema de informação de atenção básica. Brasília: 
Ministério da Saúde, 1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de 
Vigilância em Saúde Ambiental. Diretriz nacional do plano de amostragem da vigilância 
em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano (Série A. 
Normas e Manuais Técnicos). – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação geral 
de Vigilância em Saúde Ambiental. Manual de Procedimentos de vigilância em saúde 
ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil 2008: 20 anos de Sistema Único de Saúde 
(SUS) no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral 
de Vigilância em Saúde Ambiental. Diretrizes para Vigilância em Saúde de Populações 
Expostas a Agrotóxicos. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. Brasília, 
DF. 2010. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov. br/images/pdf/2015/julho/08/
Diretrizes-Vig-Pop-Exposta-Agrotoxico-2010.pdf Acesso em: 14 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de 
Vigilância em Saúde Ambiental. Manual de Instruções – Instrumento de Identificação 
dos Municípios de Risco – IIMR. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. 
Brasília, DF. 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/
agosto/05/2014/Instrutivo-IIMR-VIGIAR.pdf. Acesso em: 14 jun. 2020
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual vigilância, prevenção e controle de zoonoses. 
Brasília, DF. 2016.
GOMEZ, C. M. et al. Saúde do trabalhador: aspectos históricos, avanços e desafios no 
Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 1963-1970, 2018.
MINAYO, M. C. S. (org.). Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro. 
Ed. FIOCRUZ, 2002.
ROHLFS, D. B. et al. A construção da Vigilância em Saúde Ambiental no Brasil. Cad. Saúde 
Colet., Rio de Janeiro, 19 (4): 391-8, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A vigilância em saúde é a área responsável por observar e 
analisar constantemente a saúde da população a fim de articular 
ações e medidas de saúde destinadas a controlar fatores de riscos e 
de danos à saúde. Neste livro, serão abordados diversos aspectos da 
vigilância, como epidemiológica, sanitária, ambiental e ainda a saúde 
do trabalhador, descrevendo as estruturas, objetivos, informações e 
como as notificações devem ser tratadas.
As medidas de controle de doenças transmissíveis e não 
transmissíveis, recolhimento de animais que possam trazer riscos à 
população e a competência em cada uma das esferas do governo 
também serão temas amplamente discutidos nesta obra abrangente 
a respeito da vigilância em saúde.
Temas imprescindíveis para conhecer os principais fundamentos 
da área da vigilância da saúde você encontra aqui. Agora é com você! 
Bons estudos!......................................................................................................78
Este livro fará um estudo sobre a vigilância em saúde em quatro unidades, que 
descreverão os setores de atuação e o que cada esfera governamental tem sob sua 
responsabilidade. Importante para manter a saúde da população, a vigilância em saúde 
deve prevenir, detectar e tomar ações para debelar os riscos. Veja a seguir os temas 
tratados por cada unidade.
Na primeira unidade, vamos abordar uma Introdução à vigilância em saúde, onde 
serão apresentados os conceitos, seus componentes e como se deu sua formação 
social no Brasil. Vamos tratar de temas importantes como as vigilâncias epidemiológica, 
sanitária, ambiental e saúde do trabalhador, além das divisões da vigilância em saúde. 
Os níveis de prevenção das doenças e o que cada um deles têm em particular serão 
apresentados aqui também, além de mostrar as medidas de controle das doenças 
transmissíveis e não transmissíveis. 
Na segunda unidade aprofundaremos o tema sobre a Vigilância epidemiológica, 
onde serão apresentadas a estrutura da epidemiológica e a causalidade. A vigilância 
epidemiológica no Brasil, como surgiu e como é a sua estruturação atual serão temas 
discutidos aqui e, ainda, quais as fontes de dados para as informações epidemiológicas 
e quais as responsabilidades das esferas municipais, estaduais e federais. Ainda nesta 
unidade, falaremos sobre a notificação compulsória e as doenças que são de notificação 
semanal e imediata. Você ainda verá como deve ser a investigação epidemiológica para 
evitar que o número de indivíduos afetados após a notificação não aumente.
A terceira unidade abordará a vigilância sanitária, e apresentará a evolução histórica 
dessa área no Brasil desde a chegada da Família Real até os dias atuais. Discutiremos 
sobre a função, os objetivos da vigilância e as articulações do estado, mercado e consumo 
de bens e serviços. Nessa unidade você também aprenderá sobre os instrumentos de 
ação da vigilância sanitária e a competência em cada uma das esferas do governo. 
Por fim, falaremos mais especificamente de vigilância ambiental, zoonoses e saúde 
do trabalhador. Você verá como é a sua operacionalização e quais os programas que 
fazem parte desse setor de vigilância. Conheça também sobre a vigilância das zoonoses 
e como ocorre o recolhimento dos animais que apresentam relevância para a saúde 
pública. Serão discutidos ainda o sistema de informação em saúde e a sua importância, 
além de abordar a saúde do trabalhador, a quais os riscos ele pode estar exposto e 
quais medidas podem ser tomadas para a prevenção dos riscos e agravos à saúde. 
Um livro completo a respeito da vigilância no país e os aspectos importantes a 
respeito de cada setor. Aproveite a leitura e bons estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Introdução à vigilância em saúde
Olá,
Você está na unidade Introdução à Vigilância em Saúde. Você está na unidade Introdução 
à Vigilância em Saúde. Conheça aqui os conceitos de Vigilância em Saúde, quais os seus 
componentes e como ocorreu a sua construção social no Brasil. Quando falamos em 
Vigilância em Saúde estamos abordando a integração das vigilâncias epidemiológica, 
sanitária, ambiental e saúde do trabalhador. Elas são divisões da vigilância em saúde. 
Além disso, aprenda sobre os níveis de prevenção das doenças e o que cada um deles tem 
em particular. Por fim, conheça sobre as medidas de controle das doenças transmissíveis 
e não-transmissíveis.
Bons estudos!
Introdução
11
1 CONCEITOS BÁSICOS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
A vigilância em saúde objetiva observar e analisar constantemente a saúde da população para 
articular ações e medidas de saúde destinadas a controlar fatores de riscos e de danos à saúde. O 
planejamento das ações é realizado por região, garantindo assim que todos recebam assistência 
de maneira integral e de acordo com as suas particularidades. Além disso, a abordagem é 
individual e coletiva, garantindo a assistência de todos, buscando prevenir os problemas e os 
agrados de saúde na população.
1.1 Componentes da vigilância em saúde
A extensão de vigilância em saúde compreende três eixos que são: as medidas de vigilância, 
promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde. Para que todos esses eixos possam ser 
alcançados, a vigilância em saúde precisa articular o conhecimento e técnicas em relação às doenças e 
aos agravos à saúde da população, tendo em vista a localização geográfica da população, a influência 
sazonal, além de aspectos naturais e sociais que possam influenciar na saúde do indivíduo.
No cotidiano da assistência em saúde em todos os níveis, a vigilância em saúde deve estar 
presente. Assim, associado ao conhecimento e à prática epidemiológica, analise situacional 
da saúde e dos seus determinantes em uma população, associado aos determinantes sociais, 
é possível planejar, organizar e executar ações que permitam acesso a todos aos serviços de 
saúde. A partir dessa organização, as demandas podem ser realizadas de maneira sistematizada, 
permitindo maior acesso à população e o atendimento em diversas áreas que demandam 
cuidado, direcionando o cuidado e a prevenção à saúde (BRASIL, 2007).
A vigilância em saúde é subdivida em quatro: a vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, 
vigilância ambiental e a vigilância da saúde do trabalhador. A divisão permite ações centralizadas 
em cada eixo, de acordo com a necessidade da população, descentralizando as ações. Veja a 
seguir suas definições:
1.2 Construção social da vigilância em saúde no Brasil
Os primeiros debates sobre a construção da vigilância em saúde no Brasil iniciaram-se nos 
anos 1990. Essa discussão foi realizada por vários seguimentos sanitários que buscavam uma 
sistematização da sua prática na prevenção da prática de saúde, principalmente em relação 
as estratégias epidemiológicas, o planejamento e a organização do serviço de saúde. Nesse 
momento, a principal preocupação era a reorganização do processo de prestação de serviços, 
visando integrar as diferentes lógicas das demandas espontâneas e das especiais, propondo uma 
nova organização com base na identificação prévia das principais necessidades à saúde. E, a partir 
disso, elaborar estratégias visando abranger as necessidades à saúde em cada um dos distritos 
sanitários, suplantando toda a demanda da população.
12
A ideia era que a nova estrutura passasse então a ser uma oferta de serviço programado, 
com um espaço articulado que é baseado nos dados epidemiológicos. A partir disso, as ações 
têm foco na programação e execução de medidas e ações que proporcionam a identificação e 
a resolutividade dos problemas de saúde de acordo com a delimitação geográfica e os dados 
epidemiológicos identificados. Isso não exclui as particularidades, porém a demanda do serviço 
não fica focada de maneira generalizada, pois no Brasil temos várias realidades, devido ao 
território geográfico ser amplo e com grande variedade climática, ambiental e social (TEIXEIRA, 
et al., 2008).
Durante o III Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em 1995, o novo modelo de atenção à 
saúde foi discutido e a expressão do termo vigilância em saúde foi apresentado. A concepção 
desse termo era entendida como uma integração entre a vigilância epidemiológica e a sanitária 
associada a uma proposta de ampliação do modelo assistencial. A partir dessa discussão, no 
IV Congresso Brasileiro de Epidemiologia foram apresentadas três vertentes para a vigilância 
em saúde: a análise da situação de saúde, a integração da proposta e redefinição das práticas 
sanitárias.
Na perspectiva da vigilância em saúde como análise de situações de saúde foi proposto 
um monitoramento da saúde, porém, sem ações voltadas para resolutividade dos problemas 
identificados. Essa ideia gera a criação de centros de controle de doenças semelhantes ao 
modelo norte-americano, identificado os problemas a fim de reduzir a transmissão comunitária 
de doenças. Esse modelovisa atividades educacionais para aprimorar à saúde da população 
(TEIXEIRA et al., 2008).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Em relação à vigilância como integração institucional entre a vigilância epidemiológica e 
a sanitária, seria uma reforma na forma organizacional sendo extintas as Secretarias Estudais 
de Saúde e passando ser chamadas de superintendências ou divisão de vigilância em saúde. 
13
A mudança gerava uma fusão de responsabilidades a partir da agregação de vários órgãos na 
vigilância em saúde como a vigilância epidemiológica, os programas de controle de doenças, a 
vigilância sanitária, a vigilância de saúde do trabalho e os programas especiais de controle de 
doenças. Podemos ver isso no “Esquema hierárquico da Vigilância em saúde e suas subdivisões” 
abaixo:
Figura 1 - Esquema hierárquico da Vigilância em Saúde e suas subdivisões 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020
#ParaCegoVer: Esquema em hierarquia mostrando a vigilância em saúde no topo, como 
integração das vigilâncias epidemiológica, sanitária, ambiental e saúde do trabalhador. Elas são 
divisões da vigilância em saúde.
A retificação da vigilância em saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias 
baseada na integralidade nas ações de saúde visava a promoção, proteção, diagnóstico, 
tratamento e a reabilitação do indivíduo. Ao abordar o sujeito de maneira integral no serviço de 
saúde, é necessário avaliar a complexidade tecnológica e estrutura organizacional se é atenção 
primária, secundária e/ou terciária para que possa ser discutido sobre a promoção da saúde e as 
estratégias necessárias quanto a vigilância sanitária, com foco na intersetorialidade das ações do 
sistema de saúde. Ao colocar a vigilância sanitária como referência para a construção da assistência 
integral, é importante ressaltar que deve ser avaliada a necessidade e a demanda da população 
em relação às suas características demográficas, econômicas, sociais e epidemiológicas, o que 
torna a política pública um desafio devido à discrepância em relação à saúde que encontramos 
em cada região do Brasil (TEIXEIRA et al., 2008).
Diante dessa perspectiva, a vigilância em saúde interage em níveis de prevenção e organização 
da atenção à saúde, buscando o desenvolvimento amplo das ações sobre a formulação e 
implementação das políticas intersetoriais e das ações sociais, em conjunto com a vigilância 
14
sanitária, ambiental e epidemiológica. Essa ação em conjunto tem como objetivo reduzir os riscos 
e danos à saúde, a partir de ações de controle por grupos prioritários e de medidas de cuidados 
desde a prevenção, tratamento e a reabilitação.
A execução da vigilância em saúde, portanto, é complexa, pois articula na promoção (enfoque 
população), na proteção (risco à saúde) e assistência (clínica), sendo uma forma de agir e pensar 
na saúde de uma maneira integral, porém, obscura diante da heterogeneidade brasileira. Isso 
gera um cenário desafiador para as políticas pública e para a prática, que precisam adaptar e 
articular ações específicas de acordo com a situação populacional de um estado, município ou 
até mesmo bairro.
Assim, a vigilância em saúde precisa estar atenta:
• Ao sujeito que pode ser a equipe de saúde ou a população;
• Ao objetivo das ações relacionadas ao que foi diagnosticado como danos, riscos, necessi-
dade de tratamento ou reabilitação;
• Ao meio de trabalho disponível, como as tecnologias médico e sanitárias que podem ser 
utilizadas para o planejamento das ações de maneira resolutiva aos problemas identifica-
dos;
• Às formas de organização e as ações necessárias para resolver-se o problema.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A Vigilância da Saúde sugere a incorporação de novos sujeitos à prática de saúde, buscando a 
responsabilização do indivíduo frente a sua saúde, medida adotada na prevenção à saúde. Diante 
disso, é necessário que os profissionais de saúde vão além das tecnológicas médicas e busquem 
a comunicação social como uma articulação da mobilização, organização e atuação em busca 
da promoção e manutenção das condições de saúde. Assim, a vigilância em saúde transcende o 
15
espaço físico dos serviços de saúde, as ações governamentais e não governamentais, tomando 
uma proporção complexa. A prática social não é algo exclusivo dos profissionais de saúde, apesar 
de eles serem o serviço especializado e os gestores do serviço de saúde, a população tem papel de 
destaque quanto aos cuidados da prevenção dos riscos e agravos à saúde, sendo eles os principais 
responsáveis para a busca e a manutenção dela (BRASIL, 2007).
2 PREVENÇÃO DAS DOENÇAS
O conceito de prevenção mudou ao longo do tempo: antes era algo restrito ao senso de 
prevenir o desenvolvimento de uma patologia, sendo então utilizadas terapias que limitavam a 
progressão da doença. De modo geral, a prevenção é um ato que impede ou reduz a mortalidade 
e a morbidade dos indivíduos.
Atualmente, a prevenção está acompanhada da identificação de fatores de risco que possam 
desencadear alguma patologia, sem necessariamente existir uma patologia já instalada. Ela 
passou a ser mais ampla, considerando os fatores de prevenção e cura distintos a partir da 
concepção atual da prevenção
2.1 Níveis de prevenção das doenças
Os níveis de prevenção podem ser estabelecidos em cinco níveis: primordial, primária, 
secundária, terciária e quaternária. Veja a seguir suas definições, de acordo com Brasil (2013):
Prevenção primordial: Tem como objetivo principal evitar o surgimento de novas doenças a 
partir da elaboração e incentivo ao estilo de vida mais saudável e que reduza esses riscos. Nesse 
nível a prevenção atual nos padrões de vida socioeconômica e/ou cultura, buscando reconhecer 
entre eles o que pode promover riscos de desenvolvimento de doenças e fatores de proteção 
à saúde a ao bem-estar, estimulando os fatores protetivos e consequentemente reduzindo a 
probabilidade de doenças a longo prazo. A fim de alcançar essa prevenção, surge a elaboração e 
FIQUE DE OLHO
A vigilância em saúde faz parte de todos os níveis de atenção à saúde, apresentando 
especificidades entre as equipes de saúde na atenção de saúde, pois a necessidade de 
cada comunidade é distinta e exige o desenvolvimento de habilidades na programação, 
planejamento e organização dos serviços de saúde para todos os indivíduos de maneira 
integral.
16
a implementação de políticas e programas de promoção à saúde, como por exemplo, a legislação 
para criação de espaços livres de fumo e tabaco e o plano nacional de saúde escolar. Essas 
medidas a longo prazo têm impacto na saúde pública de maneira notável, uma vez que o público 
alvo é um grande número de pessoas que são estimuladas a buscar um comportamento saudável.
Prevenção primária: Busca evitar e/ou remover fatores causais e de risco antes do 
desenvolvimento de uma doença. Esse tipo de prevenção pode recorrer a recursos de maneira 
individual ou em grupos que apresentam maior risco ou ainda para população geral. A partir 
da difusão de informações espera-se uma redução na incidência de doenças que podem ter os 
fatores de risco controlados, de uma maneira geral, espera redução no número de casos por 
doenças previsíveis na população. A prevenção primária pode ser obtida através da imunização 
contra doenças infectocontagiosas, uso de preservativos para prevenção de doenças sexualmente 
transmissíveis, mudança no estilo de vida para evitar o desenvolvimento de hipertensão, obesidade 
e diabetes. Apesar de parecer simples, a mudança de hábitos e a divulgação de informações é 
algo difícil, pois nem todos tem acesso as informações ou quando tem acesso consegue entende-
la de maneira clara, por isso é importante sempre estar difundindo as informações e buscando 
maneira de reduzir os riscos de doenças futuras na prevenção primária.
Prevenção secundária: Visa detectar uma doença de maneira precoce, ainda na fase 
assintomática da doença. Quando as doenças são identificadas ainda no início as chancesde 
reestabelecimento da saúde são maiores, além disso, existe também a possibilidade de redução 
das consequências devido ao estabelecimento da doença. Nesse tipo de prevenção é importante o 
conhecimento prévio da história natural da doença, pois a partir disso é possível a detecção ainda 
no período pré-clínico e consequentemente a prevenção da evolução da doença para estágios 
mais graves da doença. Esse tipo de prevenção é comum nos casos de câncer em que existe um 
rastreio precoce dos tumores de colo de útero, mama e próstata, o que permite o diagnóstico 
ainda no estágio inicial e aumenta a probabilidade de cura e menor tempo de tratamento.
Prevenção terciária: Tem como objetivo reduzir a evolução de uma doença já diagnosticada, 
reduzir as complicações que possa surgir como insuficiências, sequelas e incapacidades, promover 
adaptação nos casos que as consequências decorrentes da doença são inevitáveis e prevenir 
que ocorra agudização da doença, nos casos dos casos crônicos por exemplo, estabelecendo 
um controle para que ocorra uma estabilização do quadro clínico. Esse tipo de prevenção 
normalmente tem uma intervenção conjunta entre a prevenção e a cura, porém nem sempre é 
possível dissociar as medidas de prevenção e cura, sendo que ambas ocorrem simultaneamente 
na maioria dos casos. Além da doença, é preciso um olhar mais amplo, pois nesses casos como 
o percurso da doença é longo o indivíduo sente medo e incapacidade frente a doença, sendo 
necessário um suporte psicológico também. A interação familiar e social frente a doença também 
é importante e tem um efeito positivo no controle da doença. As ações na prevenção terciária 
podem ser a realização de ações educativas em escolas e ambiente de trabalho a fim de eliminar 
17
atitudes negativas frente a indivíduos soropositivos ou obesos por exemplo, realizar a reintegração 
do trabalho na empresa após alguma lesão que o deixou incapacitado.
Prevenção quaternária: Identificação de pessoas em situações de risco de intervenções, 
diagnósticas e/ou terapêuticas excessivas. Esse tipo de intervenção visa proteger o indivíduo de 
novas intervenções e busca alternativas que são aceitas eticamente. A prevenção quaternária 
pode ser dividida em três categorias que é a manutenção de baixo risco, a redução do risco e a 
detecção precoce. A manutenção de baixo risco visa garantir que a pessoa que apresenta baixo 
risco para complicações dos seus problemas de saúde permanecem nessa condição, evitando 
o agravamento da doença. Em relação a redução de risco, ela visa os riscos moderados e altos, 
relacionados a doença, buscando reduzir ou controlar a sua prevalência frente a doença. Já a 
detecção precoce busca estimulador o indivíduo frente a seu problema de saúde e os sinais 
que podem surgir, de modo que as alterações sejam detectadas ainda precoces, podendo assim 
ter intervenção e eliminar a complicação, isso é comum alguns tipos de tumores, que tem uma 
progressão lenta e podem surgir novos tumores, que quando detectados ainda no início podem 
ser tratados, com grandes chances de cura.
Quando abordamos sobre o diagnóstico precoce, devemos lembrar que são ações que tem 
como objetivo a identificação de uma doença a partir de sinais e sintomas ainda que precoces, ou 
seja, visa a detecção no menor estágio do desenvolvimento da doença possível. Enquanto que o 
rastreamento ele busca pessoas ainda assintomáticas, mas também tem como foco o diagnóstico 
precoce. Quando é realizado o rastreamento, o impacto pode ser maior, pois são indivíduos 
que eram saudáveis, pelo menos se sentiam assim, por não terem nenhum sintoma. Por isso, 
é importante uma abordagem mais densa e cautelosa no rastreamento, pois um dos riscos é o 
psicológico do indivíduo frente a nova doença (BRASIL, 2013).
A prevenção é a melhorar forma de minimizar ou até mesmo erradicar danos maiores à saúde. 
O profissional de saúde é o principal responsável, cabendo a ele reforçar os sinais e sintomas, 
incentivar os hábitos saudáveis e eliminar os fatores de riscos identificados na população. 
Quando existe uma rede de informação bem consolidada, isso aumenta os fatores protetivos à 
saúde dos indivíduos e facilita a prevenção primária. Mas esse trabalho da prevenção precisa de 
ajuda do sujeito, pois o profissional de saúde pode informar e orientar, mas as mudanças devem 
ser aplicadas pelo sujeito.
2.2 Rastreamento
O conceito de rastreamento é derivado da palavra de língua inglesa “screening”, que traduz a 
ideia de peneirar, podendo encontrar resultados falsos positivo ou falso negativo. O rastreamento 
e o diagnóstico de doença eram tratados como sinônimos. Mas existe uma distinção, nos casos 
que o sujeito apresente algum sinal ou sintoma de uma doença ocorre o diagnóstico da doença, 
mas sem que haja ocorrido um rastreamento. O rastreamento ocorre nos casos que ainda não 
18
houve nenhuma manifestação da doença, ocorrendo então o diagnóstico quando realiza exames 
de rotina, ou seja, são realizados exames e testes em indivíduos saudáveis.
Os exames realizados durante o rastreamento podem vir com resultado positivo, isso não 
significa que é um diagnóstico da doença fechado, pois esses exames normalmente selecionam 
indivíduos que apresentam maior probabilidade de apresentar a doença em investigação. Um 
exemplo é o exame de mamografia utilizado no rastreamento do câncer de mama. A presença 
de um nódulo não significa que é um tumor e isso é confirmado ou descartado a partir de uma 
biópsia e da confirmação anatomopatológica. Nem todos os nódulos serão tumores malignos, 
como ocorre nos casos dos tumores benignos, são identificados também na mamografia, pois 
esse exame não faz a distinção.
Quando falamos em rastreamento, devemos lembrar que ele pode ser algo oportuno ou 
estar relacionado a um programa de rastreamento. O rastreamento oportuno ocorre quando um 
indivíduo procura o serviço de saúde por uma queixa qualquer e o profissional de saúde aproveita 
para realizar o rastreamento de algum fator de risco ou doença. Esse tipo de rastreamento não é 
de grande impacto em relação ao impacto na morbidade e mortalidade (BRASIL, 2013).
Em relação aos programas de rastreamentos, eles são organizados e sistematizados. As ações 
são voltadas para o diagnóstico precoce de uma determinada patologia. O rastreamento visa um 
grupo especifico exposto a algum fator de risco ou dentro de uma faixa etária especifica que é mais 
comum o surgimento daquela doença. Assim todos os sujeitos que atingem uma determinada 
idade por exemplo são habilitados e convidados a participar do programa de rastreamento, como 
por exemplo, o rastreamento para o câncer de mama por mamografia. Atualmente é preconizado 
pelo programa de rastreamento do câncer de mama a realização da mamografia anual em mulher 
com idade igual ou superior a 40 anos, sendo o exame realizado anualmente. Portanto, todas 
as mulheres nessa faixa etária são convidadas a realizar o rastreamento. Devemos lembrar que 
o rastreamento é opcional, pois o indivíduo pode se negar a realizar um exame, visto que ele 
não acha que tem alguma patologia. Nessa situação, é importante que os profissionais orientem 
sobre a importância do exame, como é feito o exame e escute as dúvidas do paciente, pois muitas 
vezes o medo de realizar o rastreamento é devido ao desconhecido, a partir do momento que as 
dúvidas são sanadas, a adesão é maior.
A efetividade de um programa de rastreamento se deve ao maior número possível de 
indivíduos de uma população que realizar o rastreamento. Por isso, é importante que o programa 
de rastreamento tenha as seguintes características:
• Acesso para todos que estão dentro dos critérios estabelecidos;
• Agilidade no atendimento e no retorno do resultado;
• Oferecimento de evidências da sua efetividade;
19
• Garantia ao sujeito do direito de realizar ou não o exame;
• Oferecimento de informação sobre o que está sendo buscado, os riscos e os benefícios 
que ele tem a partir desse rastreamento.Devemos lembrar que um programa de rastreamento só deve ser implantado quando 
a doença for de relevância para a saúde pública, que a história natural da doença já seja bem 
estabelecida e conhecida pelos profissionais de saúde, o estágio pré-clínico ou assintomático 
esteja bem evidente, os benefícios precisam ser maiores que os riscos e o custo do rastreamento 
menor que o do tratamento. Esse conjunto de fatores que estabelecem a criação do programa 
visa garantir qualidade para a população e para serviço público de saúde.
3 MEDIDAS DE CONTROLE DAS DOENÇAS
A medida de controle das doenças só é possível quando o mecanismo da doença é conhecido. 
Atualmente, as doenças podem ser transmissíveis ou não-transmissíveis, o que afeta direto no 
meio de controle das doenças. O estilo de vida, o ambiente social, as condições de saneamento 
básico são alguns dos fatores que podem influenciar diretamente no controle das doenças. É 
preciso conhecer o que está sendo um fator positivo para o desenvolvimento das doenças para 
que assim possa controla-la e se possível erradica-la.
3.1 Medidas de controle de doenças não-transmissíveis
No Brasil, houveram mudanças, nos últimos anos, em relação à sua estrutura demográfica e 
ao seu perfil epidemiológico. Alguns fatores que foram determinantes nessas mudanças foram:
• Redução da taxa de fecundidade;
• Redução da mortalidade precoce e por doenças infecciosas;
• Aumento da expectativa de vida ao nascer.
FIQUE DE OLHO
Os procedimentos de rastreamentos são as vezes questionáveis, pois a maioria necessita 
de uma técnica correta para que o resultado seja confiável. Porém, pensando em saúde 
pública os benefícios e o custo-efetividade devem ser pontos relevantes, pois a sobrecarga 
no serviço de saúde pode causar um caos e a qualidade na assistência pode não ser efetiva 
e curativa, devido a limitação de recursos científicos frente as doenças em estágio avançado.
20
Portanto, a população brasileira tem envelhecido mais, consequentemente aumentando o 
número de idosos e junto aumenta o número de morbi-mortalidade e das Doenças crônicas não-
transmissíveis (DCNT) (BRASIL, 2007).
A mudança no perfil populacional em países desenvolvidos ocorreu em um período médio de 
um século. Enquanto que nos países subdesenvolvidos, como o Brasil essa mudança ocorre em 
apenas 30 anos, o que levou à necessidade de uma rápida adaptação e reorganização do sistema 
de saúde. Porém isso ainda é falho, pois as mudanças ainda estão ocorrendo no Brasil e a cada 
ano novas medidas precisam ser implementadas nos serviços de saúde, principalmente para o 
controle das DCNT (BRASIL, 2007).
Quando falamos da reorganização da assistência à saúde, devemos lembrar que o objetivo 
é reduzir a mortalidade precoce, principalmente decorrentes de agravos à saúde decorrentes da 
DCNT. Dentre as principais DCNT temos: a diabetes, obesidade e a hipertensão. Normalmente essa 
tríade está presente quando o sujeito tem um estilo de vida sedentário, hábitos alimentares não 
saudáveis com baixa ingestão de frutas e legumes ou com a base alimentar em comidas rápidas 
e prontas. A mudança no estilo de vida proporcionou um cenário que aumenta a probabilidade 
de desenvolvimento dessas doenças, pois atualmente é fácil o acesso aos alimentos sem precisar 
deslocar até o restaurante ou ao supermercado. Além disso, comidas preparadas são mais rápidas 
e fáceis de serem consumidas do que os alimentos frescos, pois esses demandam um tempo para 
preparar. O tempo hoje é algo que poucos tem, devido a carga de trabalho e a rotina atarefada. 
Mas com isso, o preço a ser pago é o desenvolvimento das DCNT (BRASIL, 2007).
A obesidade é uma porta para o desenvolvimento da hipertensão e a diabetes. A gordura 
abdominal aumenta as chances de distúrbios cardíacos e a sobrecarga no organismo, 
principalmente da glicose aumenta as chances de desenvolvimento da diabetes. Apesar dessas 
doenças não serem transmissíveis aos indivíduos que convivem entre si, elas acarretam uma 
sobrecarga ao serviço de saúde, pois são patologias que demandam cuidados e controle médico 
frequente, para manter o estado saudável e prevenir os agravos que essas doenças podem trazer 
para o indivíduo.
3.2 Medidas de controle de doenças transmissíveis
As doenças transmissíveis são as que demandam maior preocupação epidemiológica, uma 
vez que um indivíduo contaminado pode infectar várias outras pessoas e a disseminação ocorrer 
rapidamente e sem controle, quando não é realizada nenhuma medida de prevenção e controle. 
A notificação compulsória não é algo novo no sistema de saúde público e privado, uma vez 
que várias doenças precisam ser notificadas através do Sistema de Informação de Agravos de 
Notificação, para o controle epidemiológico e o controle do número dos casos.
Quando abordamos a notificação compulsória, o termo compulsório é de responsabilidade 
21
formal do profissional de saúde, podendo ser apenas uma suspeita ou um caso confirmado. 
A suspeita deve ser notificada também, pois algumas doenças são transmitidas rapidamente, 
infectando diversas pessoas se não for previamente controlada. Quando as suspeitas se 
confirmam o caso continua na estatística, quando o caso não é confirmado o profissional notifica 
o resultado negativo e o caso previamente identificado como suspeita é retirado da contagem 
epidemiológica (BRASIL, 2007).
A notificação ocorre de maneira sigilosa e somente quando ocorre risco para a comunidade 
é que medidas coletivas podem ser tomadas, porém respeitando o direito de anonimato do 
cidadão. A notificação ela é periódica e o documento deve ser enviando mensalmente mesmo 
se não houver notificação de nenhum caso de doença transmissível de notificação compulsória. 
Quando não há necessidade de notificação o relatório é uma notificação negativa e também é 
utilizado como um controle da eficácia das medidas preventivas.
As doenças transmissíveis apresentam um grupo que estão em processo de declínio no 
número de casos devido a eficácia do controle e da prevenção. Dentre essas doenças temos 
a varíola que está erradicada desde 1978, a poliomielite erradicada desde 1994 e o sarampo 
que também está eliminado. A raiva humana transmitida por animais domésticos, da rubéola 
congênita e do tétano neonatal são as próximas da lista de erradicadas no Brasil, proposto para 
a próxima década. A difteria, a rubéola, a coqueluche e o tétano acidental são patologias que 
apresentam prevenção imunológica e com isso o número de casos será cada vez maior. Algumas 
doenças estão relacionadas as condições sanitárias precárias e por isso são mais frequentes em 
algumas regiões do país como a doença de Chagas, hanseníase e a febre tifoide, por exemplo 
(BRASIL, 2007).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
22
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre os componentes da vigilância em saúde;
• conhecer sobre como ocorreu a construção social da vigilância em saúde no Brasil;
• analisar sobre os níveis de prevenção das doenças;
• entender sobre o rastreamento de doenças;
• analisar sobre as medidas de controle de doenças não-transmissíveis e transmissíveis.
PARA RESUMIR
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância em Saúde. 2007. Disponí-
vel em: http://www.conass.org.br/biblioteca/vigilancia-e-saude-parte-1/ Acesso em: 20 
mai. 2020.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Cadernos de Atenção primária: Rastreamento. Brasilia: DF, 2013. 
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/rastreamento_caderno_
atencao_primaria_n29.pdf Acesso em: 20 mai. 2020. 
TEIXEIRA, C. F. et al. Vigilância da saúde e vigilância sanitária: concepções, estratégias e 
práticas. Texto preliminar elaborado para debate, n. 20, 2008.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Vigilância epidemiológica
Olá,
Você está na unidade Vigilância epidemológica. Conheça aqui sobre a estrutura da 
epidemiológica e a causalidade. Aprenda sobre Vigilância epidemiológica no Brasil, como 
surgiu e como é a sua estruturaçãoatual. Conheça quais as fontes de dados para as 
informações epidemiológicas e quais as responsabilidades das esferas municipais, estudais 
e federais. Ainda nessa unidade, aprenda sobre a notificação compulsória e conheça as 
doenças que são de notificação semanal e imediata, sendo que as de notificação imediata 
pode ser em nível municipal, estadual e federal. A partir da notificação como deve ser 
a investigação epidemiológica para evitar que um grande número de indivíduos seja 
afetado.
Bons estudos!
Introdução
27
1 ESTRUTURA EPIDEMIOLÓGICA E CASUALIDADE
A busca pela causa de diversos fenômenos observados no cotidiano é movida pela curiosidade 
e a necessidade de controle, principalmente das doenças, em que há um interesse de conhecer as 
causas e o que pode ser feito para sua prevenção. Porém, a detecção da causa não é simples, pois 
envolve diversas áreas de investigação e conhecimento. A medicina busca a relação da doença e 
suas causas, enquanto que a estatística faz a dimensão de ocorrência dos casos.
A causa e a estrutura epidemiológica estão relacionadas na representação sistêmica dos 
elementos envolvidos no processo saúde – doença. Os fatores inter-relacionam com o agente 
etiológico, o indivíduo susceptível e o ambiente que atua, existindo um equilíbrio que quando é 
perturbado favorece a manifestação patológica da doença (LUIZ et al., 2002).
A busca sobre causalidade é mais objetiva no contexto estatístico, pois ela faz a mensuração 
de efeitos causais. A mensuração dos efeitos causais sem a compreensão do mecanismo não tem 
nenhum significado, pois não permite que ocorra a resolução da causa, apensar a quantificação 
em números. Para ter efetividade é importante compreender os mecanismos que levam as 
causas, para que possa ser quantificado e traçado métodos resolutivos de prevenção e cura do 
que for identificado.
Quando é feita a inferência causal em epidemiologia, quer dizer a relação entre a filosofia 
da doença e o estabelecimento de condições ou restrições que respaldem uma interpretação 
da causa. A estatística então estabelece a associação entre a doença e os fatores de exposição, 
mensurando epidemiologicamente o número de ocorrências (LUIZ et al., 2002).
A identificação dos fatores causa na epidemiologia utilizada estudos observacionais e ensaios 
clínicos. Apesar de nem sempre ser possível a utilização dos ensaios clínicos quando os seres 
afetados são as populações humanas, por isso a maioria dos estudos são observacionais, como 
os estudos de caso-controle. Esse tipo de estudo apesar de ter maior número de vieses é o mais 
viável em relação ao tempo, custo e número de casos da doença, por exemplo.
Na epidemiologia, independentemente se o modelo do desenho epidemiológico for 
experimental ou observacional para a determinação de uma proposição causal a ser investigada, 
como por exemplo “o tabagismo como causa doença cardiovascular”, existem características 
que atrapalham sua avaliação, pois não são todos os fumantes que irão desenvolver doença 
cardiovascular, assim como existem pessoas que não são tabagista que irão desenvolver a doença. 
A partir disso, a proposição a avaliação passa a ser o risco, ou seja, se existe um risco maior de 
quem fuma desenvolver doença cardiovascular quando comparado ao risco de quem não fuma. 
Porém, é importante que a determinação do risco seja observada a divisão dos grupos fumante 
e não fumante, pois a idade muito discrepante pode interferir, assim como a presença de outras 
28
doenças como diabetes e hipertensão. Para chegar a uma conclusão do risco, é importante que os 
grupos comparados sejam mais homogêneos e a única variável seja o tabagismo. Lembrando que 
o tempo de tabagismo também pode influenciar, se o grupo de tabagismo for jovem, pode não 
haver associação em curto prazo, enquanto que em um grupo de tabagismo mais velho, ou seja, 
indivíduos que fazem o uso do tabaco por mais tempo, a presença da doença pode estar presente 
em uma proporção maior (LUIZ et al., 2002).
A epidemiologia é uma ciência que tem como base a frequência, a distribuição e os 
determinantes das doenças que ocorrem na população. Assim ela busca procedimentos 
metodológicos baseados em modelos estatísticos que identificam a etiologia das doenças. Na 
epidemiologia então a causa é qualquer evento, condição ou característica que tenha relação 
com a doença. É importante lembrar que a causa na epidemiologia não é uma relação isolada 
apenas, pois uma doença pode apresentar diversas causas, porém a frequência relacionada as 
causas podem ser diferentes, por exemplo, o câncer de pulmão pode ser causado pelo tabagismo 
ou pela poluição do ar, mas o número de ocorrências relacionadas as essas duas causas são 
diferentes, permitindo que seja realizado medidas de vigilância epidemiológica diferentes nas 
duas causas, para a mesma doença.
A relação da causa também tem associação entre a exposição e doença e a determinação 
da força de associação, ou seja, se existe uma associação entre a causa e a doença. A associação 
ocorre de maneira forte, isso significa que tem relação causal, enquanto que a associação fraca 
indica que provavelmente aquele fator não tem nenhuma relação. Um outro fator é a consistência, 
ou seja, o número de casos na população, isso irá reforçar a causalidade de uma doença. A 
especificidade também, visto que ela tem relação direta com a causa, ou seja, a remoção da causa 
específica implica que o fenômeno patológico não ocorra (LUIZ et al., 2002).
A temporalidade em relação a causa está relacionada principalmente nos estudos transversais 
e retrospectivos, pois o tempo avaliado por interferir no achado em relação a causa. Como 
exemplificado acima, se avaliar um grupo de tabagista que tem o hábito há poucos anos e um 
grupo com um tempo maior, o número de indivíduos com distúrbios cardíacos será diferente, 
devido a temporalidade da causa. Por isso, que os estudos precisam controlar essa variável de 
causa, pois o tempo de exposição tem relação direta com a causa.
29
Figura 1 - Investigação epidemiológica 
Fonte: Kobkit Chamchod, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: Vemos na imagem uma enfermeira com os equipamentos de segurança 
epidemiológicos necessários para o contato com um paciente, que está deitado no leito com máscara.
2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
No início do século XX, iniciaram-se as primeiras medidas de prevenção e controle de doenças 
baseadas nos avanços dos antibióticos e no conhecimento dos ciclos epidemiológicos de doenças 
infecciosas e parasitárias. A partir disso foi possível estruturar campanhas epidemiológicas como 
vacinação para febre amarela e varíola. A expressão vigilância epidemiológica passa a ser usada a 
partir da década de 1950, quando iniciou o controle de doenças transmissíveis. A epidemiologia 
inicialmente estava apenas em observar os casos suspeitos de doenças transmissíveis e monitorar 
a sua transmissão, ou seja, era aplicada uma vigilância baseada nos indivíduos e a partir da sua 
identificação como contaminado era aplicada medidas de isolamento ou tratamento, quando 
existente. A evolução epidemiológica foi a partir da década de 1960 que iniciou medidas 
preventivas, como por exemplo, a vacinação da população para varíola. A prevenção foi baseada 
em busca ativa dos casos, diagnóstico precoce de surtos e bloqueio da transmissão, chegando à 
erradicação da varíola.
2.1 Organização, funcionamento e importância
O Ministério da Saúde, após a recomendação da 5ª Conferência Nacional de Saúde instituiu 
o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que foi regulamentada pela Lei nº 6.259/75 e o 
Decreto nº 78.231/76. Essa legislação tornou obrigatória a notificação de doenças transmissíveis 
selecionadas, constantes de relação estabelecida por portaria. Em 1977, foi elaborado o Manual 
de Vigilância Epidemiológica, que reuniu as normas técnicas utilizadas para a vigilância de cada 
doença naquela época.
30
O Sistema Único de Saúde incorporou o Sistema Nacional de VigilânciaEpidemiológica 
na Lei nº 8080 de 1990, sendo ela definida como: “Um conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e 
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as 
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” (BRASIL, 1990).
A vigilância epidemiológica é um importante instrumento para os serviços de saúde em 
relação ao planejamento, a organização e a operacionalização, permitindo a normatização de 
atividades técnicas correspondentes. A sua operacionalização envolve funções específicas e 
complementares que são desenvolvidas continuamente, possibilitando identificar cada momento, 
o comportamento epidemiológico. A epidemiologia muda constantemente, sendo necessário 
ações e medidas pertinentes a cada nova doença identificada ou emergente.
No sistema de saúde, todos os níveis de assistência têm atribuições na vigilância 
epidemiológica, sendo que quando mais eficiente for as ações em nível local, maior o controle 
e a prevenção das doenças. Isso também permite que problemas mais complexos, emergenciais 
e de maior extensão possam ser realizados, sem preocupar com situações menores, por falta de 
atuação do sistema local.
O perfil epidemiológico não é estático: houveram mudanças nas taxas de mortalidade por 
doenças infecciosas e parasitárias e um aumento da taxa de mortalidade por causas externas e 
doenças crônico-degenerativas nos últimos anos. Isso levou à incorporação de outras questões 
que precisavam ser consideradas na vigilância epidemiológica, segundo Brasil (2019), para além 
da investigação sobre casos, surtos e epidemias. Veja a seguir algumas delas:
• Doenças e agravos não-transmissíveis;
• Vigilância em saúde do trabalhador;
• Violência interpessoal ou autoprovocada;
• Acidentes por animais peçonhentos e intoxicação exógena. 
O funcionamento da vigilância epidemiológica compreende um ciclo de funções que são 
desenvolvidas de modo contínuo e que permite conhecer as doenças ou agravo presentes na 
população naquele momento e selecionar as ações e as medidas de intervenção pertinentes e 
eficazes. A vigilância epidemiológica tem como função:
• A coleta de dados;
• O processamento dos dados coletados;
• A análise e a interpretação dos dados;
31
• A recomendação das medidas a ser adotadas;
• A promoção de ações de controle das doenças e agravos;
• A avaliação das ações quanto à eficácia e efetividade;
• A divulgação das informações obtidas.
A eficiência do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica está relacionada com o 
desenvolvimento das funções realizadas nos diferentes níveis, municipal, estadual e federal, de 
forma harmônica. 
2.2 Coletas de dados e informações
A vigilância epidemiológica necessita de dados que irão nortear e subsidiar as suas ações, 
por isso a qualidade dos dados é importante para que possa ter ações eficazes no controle e 
prevenção das doenças e dos seus agravos. Os dados devem ser coletados em todos os níveis do 
sistema de saúde, mas, para que essa coleta seja realizada, é importante que os profissionais sejam 
capacitados para realizem o diagnóstico correto e a investigação epidemiológica correspondente. 
Outro aspecto, é a representatividade dos dados, pois permite estabelecer a magnitude do 
problema. Nem sempre é possível conhecer todos os casos, mas é possível estabelecer uma 
estimativa a partir das informações coletas, desde que sejam confiáveis e verídicas.
A coleta de dados deve seguir um fluxo, sendo periódica para que possa ser utilizada como 
indicador de características para estabelecer relações sobre doenças ou agravos. Quando a 
intervenção não é apenas local, ou seja, necessita de mais de um nível do sistema de saúde é 
importante que a coleta de dados e o fluxo das informações sejam rápidas, para que as medidas 
a serem traçadas não demorem e possa perder o controle e gerar um problema maior, que não 
seja mais local, por exemplo.
Os dados e informações que são coletados são diversos. Veja a seguir alguns deles, de acordo 
com Brasil (2019):
• Dados demográficos 
Permitem a quantificação dos grupos populacionais quanto ao número de habites, número 
de nascimentos, número de óbitos, escolaridade, ocupação profissional e saneamento básico por 
exemplos. O número de nascimento e de óbito deve ser analisado junto com o sexo e a idade 
do indivíduo. Essas indicações demográficas são relevantes para a caracterização das condições 
gerais de vida da população, estando relacionada a condições de saúde ou agravos de doenças. 
Associado a esses dados, as condições climáticas e ecológicas também são necessárias para 
compreensão epidemiológica. 
32
• Dados de morbidade 
Importantes para a detecção imediata ou precoce de problemas sanitários, permitindo 
também a estimativa de sequelas, por exemplos, o que demandar profissionais especializados 
e também acarretar custos no sistema de saúde. Esses dados são de origem normalmente de 
casos e surtos, serviços hospitalares ou ambulatoriais, busca ativa dos casos, e investigação 
epidemiológica. Porém, essa notificação ainda é falha devida subnotificação e a falha de 
diagnóstico. Por isso, o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica estimula a utilização dos 
sistemas e base de dados disponíveis. Além disso, normatiza as principais causas que devem ser 
notificadas, estabelecendo formulários específicos para a coleta de dados. 
• Dados de mortalidade
Relevantes para estabelecer doenças com maior letalidade, por exemplo. Esses dados são 
obtidos a partir das declarações de óbitos que são padronizadas e processadas nacionalmente. 
A declaração de óbito é preenchida em três vias. A primeira deve ser permanecer na unidade 
notificadora, sendo ela responsável pelo preenchimento dos dados em nível municipal ou 
estadual. A segunda via é entregue ao familiar para que este leve-a ao cartório de registro civil 
para obtenção da certidão de óbito. A terceira via permanece na unidade notificadora, para 
anexar a documentação médica do paciente falecido. 
2.3 Fontes de dados epidemiológicos
As informações são destinadas para a tomada de decisões na vigilância epidemiológica. 
Assim, a notificação é a principal fonte de informação, ou seja, é a comunicação da ocorrência de 
uma determinada doença ou agravo a saúde para que possa ser tomada medidas de intervenção 
pertinente ao problema. Ao longo da história da vigilância epidemiológica no Brasil, a notificação 
compulsória é a principal fonte de informação, a partir do qual ocorre o processo de informação 
que leva a uma decisão e uma ação.
FIQUE DE OLHO
Quando o sistema de vigilância epidemiológica está bem estruturado, a detecção de 
surtos e epidemias ocorrem precocemente. Para que isso ocorra deve haver um sistema de 
acompanhamento contínuo da situação geral de saúde, assim como os casos de doenças 
que devem ser notificados. Isso possibilita conhecer as principais doenças que acometem 
a população local e reconhecer facilmente uma situação epidêmica inicial, permitindo a 
adoção imediata de medidas de controle. Os surtos devem ser notificados para que possa 
ser emitido alertas as áreas vizinhas e/ou para solicitar colaboração, caso seja necessário. 
33
A lista de doenças de notificação compulsória é estabelecida pelo Ministério da Saúde e é 
atualizada periodicamente ou sempre que necessário. Essas doenças compõem o Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação e os estados ou municípios podem adicionar na listagem 
outras patologias de interesse regional e local. Isso viabiliza o conhecimento das particularidades 
locais além de permitir que ações de saúde possam ser estabelecidas a fim de evitar que doenças 
locais espalhem para outras regiões por exemplo (Brasil, 2002).
A notificação de doenças ou agravos é um processo dinâmico, que irá mudar de acordo 
com o perfil epidemiológico ao longo do tempo e também do espaço geográfico. As normas de 
notificação devem acompanhar essadinâmica, além disso, adequa-se ao tempo e ao espaço, de 
acordo com a distribuição de doenças em cada local.
Para que uma nova doença ou agravo seja incluída na lista de notificação é importante que 
sejam observados alguns critérios:
• Magnitude 
A frequência da doença na população. Esse dado será traduzido em número relativos a altas 
taxas de incidência, alta mortalidade, alta prevalência e em anhos potenciais de vida perdido. 
• Potencial de disseminação 
Capacidade de transmissão da doença por vetores ou outras formas que acarretam em risco 
à saúde coletiva.
• Vulnerabilidade 
Principalmente para o controle e a prevenção das doenças individual e coletivamente. 
• Transcendência 
Refere-se à relevância da doença ou agravo, ou seja, o quanto ela é severa. Isso é medido pela 
taxa de mortalidade, número de indivíduos hospitalizados, sequelas decorrentes dessa doença 
ou agravo. Além disso, a transcendência ainda pode estar relacionada à relevância econômica, 
que pode ser mesurada pelos prejuízos devido à restrição comercial, menor força de trabalho, 
ausência laboral ou escolar e os custos acarretados ao sistema assistencial e previdenciário.
Em casos de meta continental ou mundial devem ser traçados compromissos internacionais que 
permitem o controle ou eliminação da doença. Isso deve ser feito seguindo o Regulamento Sanitário 
Internacional, sendo estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os casos de cólera, 
febre amarela e peste são de notificação compulsória de acordo com a OMS (BRASIL, 2002).
Alguns casos como epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde a notificação deve ser 
34
imediata, a fim de isolar a área de ocorrência, evitando que espalhe por uma grande extensão. 
As medidas de diagnóstico e controle também devem ser iniciadas imediatamente a fim de evitar 
o espalhamento. Em relação ao mecanismo de notificação, isso será instituído de acordo com 
clínica e a epidemiológica do evento ocorrido.
Em relação ao caráter compulsório, ele implica na responsabilidade formal de todo cidadão 
além dos profissionais da área da saúde. Apesar disso, nem sempre a notificação é realizada, 
devido ao desconhecimento da importância da notificação ou até mesmo pelo descrédito 
do que aquela doença ou agravo pode resultar na população. Além disso, é observado que o 
funcionamento da notificação está relacionado diretamente com o nível de informação dos 
profissionais de saúde e da população. Por isso o sistema de notificação deve sempre ter 
ações voltadas para a sensibilização dos profissionais e da comunidade, para que isso aumento 
o número de notificações e qualidade dos dados fornecidos durante a notificação. O sistema 
de notificação deve estar presente em todas as unidades de saúde privada ou particular, além 
disso, todos os profissionais devem ser capacitados quanto a importância da notificação e como 
proceder quando for necessário realizar a notificação.
A notificação pode ser devido à suspeita da doença, pois as doenças e agravos à saúde de 
notificação compulsória não devem aguardar a confirmação, para que não ocorra a perda de 
seguimento do paciente e para que esse possa ter uma intervenção eficiente. Ela é sigilosa e só 
pode ser tratada no âmbito medico-sanitária, somente nos casos que seja um risco à comunidade 
pode ser realizada ações de educação e prevenção, porém sempre mantendo o anonimato em 
relação a identificação dos casos, ou seja, a identidade do cidadão acometido pela doença. O 
instrumento de coleta de notificação deve ser enviado periodicamente, mesmo que não tenha 
nenhuma ocorrência, nesse caso é a notificação negativa, que serve como um indicador de 
eficiência do sistema de informações (BRASIL, 2002).
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35
Os dados sobre a saúde têm o registro rotineiro em serviços ou sistemas de informação 
específicos, constituindo uma fonte valiosa de informação para a vigilância epidemiológica. 
Além disso, atualmente os recursos eletrônicos facilitam o acesso a informação, sendo cada vez 
mais estimulados, para que possa aprimorar a qualidade dos registros e o compartilhamento de 
informações.
Os laboratórios fazem parte de uma fonte secundária de informação, principalmente porque 
fazem a confirmação do diagnóstico em casos suspeitos e também são fonte e informação em casos 
que não foram notificados. Porém, eles têm sido fonte de detecção em casos restritos e especiais, 
pois não existe um sistema integrado que permite a avaliação de todos os dados contidos neles. A 
rede de laboratórios públicos e os hemocentros atualmente são a fonte principal para a vigilância 
epidemiológica, não abrangendo todos os laboratórios, como por exemplo os privados.
2.4 Normas, retroalimentação e avaliação do sistema de vigilância 
epidemiológica
A normatização é um processo fundamental para que os dados fornecidos possam ser 
comparados. Assim, é importante a padronização dos critérios de diagnósticos para a entrada 
de casos no sistema. Os casos então devem ser classificados como suspeitos ou confirmados, 
sendo que os casos descartados devem ser notificados para que possam ser retirados do sistema, 
evitando assim que influencie no número de casos confirmados.
As normas precisam estar disponíveis em todos os níveis do sistema, para que possa ser 
realizado uma análise consistente tanto quanti quanto qualitativamente. Para isso a linguagem 
adotada por todos os profissionais de saúde precisam ser a mesma, tanto em nível regional, 
estadual ou federal.
FIQUE DE OLHO
A decisão e a ação não necessitam da totalidade de casos para que possa ser realizadas 
estratégias de intervenção, uma vez que a clínica e a epidemiologia apresentam instrumentos 
de controle e indicadores para cada diversas situações. Assim, a intervenção em problemas 
de saúde pode usar o sistema de sentinela, que é um sistema que monitora indicadores 
na população ou em uma comunica, servindo como um alerta para o sistema de vigilância 
epidemiológica.
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Para que o sistema funcione é importante também o retorne aos informantes de maneira 
adequada, podendo o retorno ser em forma de compilado de informação. Isso estimula o 
profissional na sua função de alimentação de informações no sistema, pois ele tem retorno sobre 
a situação da sua região por exemplo. Essa retroalimentação deve ser periódica com informes 
epidemiológicos, que pode ser local, regional, estadual ou nacional dependendo do nível de 
gestão que gera a informação compilada. Os boletins podem ser uma fonte para a organização de 
ações para o apoio institucional e para a obtenção de materiais na investigação e no controle de 
eventos sanitários.
Além da retroalimentação é importante a avaliação continua do sistema de vigilância 
epidemiológica uma vez que o quadro epidemiológico pode sofrer alterações, assim é possível 
realizar adaptações e correções oportunas, aumentando a fidedignidade dos dados (BRASIL, 2002).
Os problemas de saúde são avaliados pelos indicadores como a morbimortalidade, a 
incapacidade decorrente da doença e os custos dela para o sistema de saúde. Assim, a capacidade 
de fornecer informações precisas pelo sistema de vigilância epidemiológica permite a mensuração 
de danos futuros, assim como a elaboração de medidas que possam prevenir e reduzir o número 
de casos.
As avaliações periódicas devem ocorrer em todos os níveis, avaliando a lista de doenças e 
agravos mantidos no sistema quanto a realidade atual; a atribuição das normas e instrumentos 
utilizados; a capacidade da rede de notificação; a participação das fontes que a integram; o fluxo 
de informações se é eficiente. Além disso é importante avaliar a organização da documentação 
coletada e a qualidade da informação produzida. Os profissionais de saúde estão recebendo 
os informes analíticos produzidos, qual a quantidade e qualidade desses informes, existe a 
retroalimentação do sistema e ela tem sido efetiva. É importante também avaliar se existeinteração na rede em todos os níveis, assim como a participação da comunidade científica e dos 
37
centros de referências no sistema de vigilância epidemiologia, pois eles são importantes para 
informações e também para auxiliar nas medidas a serem adotadas, permitindo uma avaliação 
situacional do sistema (Brasil, 2002).
A avaliação permite traçar perspectivas a partir da atualização dinâmica das informações e dos 
sistemas. A evolução da rede informatizada é uma aliada para a evolução, pois reduziu os custos 
e aumento a agilidade do fluxo de informações, uma vez que centros distantes das secretárias 
regionais podem emitir informações através da rede computadorizada e as informações estão 
disponíveis cada vez mais rápidas e muitas vezes em tempo real.
3 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
A notificação compulsória deve ser feita pelos profissionais de saúde ou responsáveis pelos 
serviços de saúde públicos ou privados, que prestam assistência ao paciente. A comunicação pode 
ser feita para a Secretária Municipal de Saúde, Secretária Estadual de Saúde e/ou ao Ministério da 
Saúde. Atualmente são 48 doenças de notificação compulsória.
Dentre elas 21 são de notificação semanal, sendo as doenças ou agravos o acidente de trabalho 
com exposição a material biológico, casos novos de dengue, doença de Chagas crônica, doença 
de Creutzfeldt-Jakob, casos agudos pelo vírus Zika, esquistossomose, febre de Chikungunya, 
hanseníase, hepatites virais, infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou Síndrome 
da Imunodeficiência Adquirida, Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e 
Criança exposta ao risco de transmissão vertical do HIV, infecção pelo Vírus da Imunodeficiência 
Humana, intoxicação exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e 
metais pesados), leishmaniose tegumentar americana, leishmaniose visceral, malária na região 
amazônica, óbito infantil e materno, sífilis adquirida ou congênita e em gestante, toxoplasmose 
gestacional e congênita, tuberculose e violência doméstica e/ou outras violências. Em relação às 
doenças e agravos que devem ser notificados imediatamente a Secretária Municipal de Saúde são 
acidente de trabalho grave, fatal e em crianças e adolescentes, acidente por animal peçonhento, 
acidente por animal potencialmente transmissor da raiva, leptospirose, tétano. Acidental ou 
Neonatal e violência sexual e tentativa de suicídio (BRASIL, 2020).
A notificação compulsória imediata visa conter a disseminação na comunidade local 
incialmente, evitando que ocorra um surto de doenças ou agravos que possam ser controlados 
ou prevenidos. Além disso, os casos de notificação imediata são mais graves e expõe mais risco 
para os cidadãos. A Secretária Municipal e a Estadual as doenças e agravos que devem ser 
notificados imediatamente são coqueluche, difteria, doença de Chagas Aguda, doença Invasiva 
por “Haemophilus Influenza”, doença Meningocócica e outras meningites, doença aguda pelo 
vírus Zika em gestante, febre Maculosa e outras Riquetisioses e os casos de varicela - caso grave 
internado ou óbito (BRASIL, 2020).
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Os casos de doença ou agravo como botulismo, cólera, casos de óbito por dengue, doenças 
com suspeita de disseminação intencional como o antraz pneumônico, tularemia, varíola, 
doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes como o arenavírus, ebola, marburg, 
lassae, febre purpúrica brasileira, evento de Saúde Pública que se constitua ameaça à saúde 
pública , eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação, febre Amarela, Febre de Chikungunya 
em áreas sem transmissão, Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya, Febre do Nilo Ocidental 
e outras arboviroses de importância em saúde pública, Febre Maculosa e outras Riquetisioses, 
hantavirose, Influenza humana produzida por novo subtipo viral, Malária na região extra-
Amazônica, Poliomielite por poliovirus selvagem, Peste, Raiva humana, Síndrome da Rubéola 
Congênita, Doenças Exantemáticas como o Sarampo e a Rubéola, Síndrome da Paralisia Flácida 
Aguda, Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus como a SARS-CoV e o 
MERS- CoV devem ser notificadas ao Ministério da Saúde, a Secretária do Estado e a Municipal 
imediatamente (BRASIL, 2020).
4 INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
O episódio de novos casos de doença (transmissível ou não) ou agravo (inusitado ou não) podem 
ser prevenidos e/ou controlados pelo serviço de saúde. Assim, a detecção precoce é imprescindível 
para que isso ocorra. Quando ocorre um surto, por exemplo, ele pode ser causado pelo controle 
inadequado de fatores de risco, por uma assistência à saúde e/ou medidas de proteção errôneas, o 
que torna o esclarecimento da causa necessária para adoção de medidas preventivas e de controle 
afim de evitar que um grande número de pessoas seja infectada. O esclarecimento é feito a partir da 
investigação epidemiológica de casos e epidemias pelo sistema local de vigilância epidemiológica, 
podendo ser auxiliando quando necessária pela instância estatal ou federal, isso irá depender da 
extensão e evolução do número de novos casos (BRASIL, 2005).
A partir da notificação de novos casos de doenças/agravos, as autoridades sanitárias devem 
começar imediatamente a investigação epidemiológica de campo, mesmo que a notificação seja 
apenas uma suspeita. Esse tipo de investigação formula hipóteses que serão avaliadas posteriormente 
por estudos analíticos como os de caso-controle. Quando houver casos agudos, as medidas de 
proteção à saúde devem ser tomadas, restringindo a investigação na coleta de dados e análises, 
paralelamente também realizando o controle das ações de controle na comunidade (BRASIL, 2005).
Quando ocorrem situações que a fonte e o modo de transmissão são conhecidos, as ações 
de controle devem ser iniciadas imediatamente, mesmo antes da realização da investigação 
epidemiológica. Isso irá reduzir a gravidade do evento, pois um menor número de indivíduos será 
afetado. A investigação epidemiológica não é simples, pois evolve exames do caso suspeito e de 
quem ele teve contato, deve ser realizada a coleta de amostras para laboratório, nos casos que os 
exames são pertinentes. Além disso, quando não são conhecidos o agente infeccioso e o modo de 
transmissão devem ser realizados estudos que possam identifica-los, permitindo conhecer como 
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ocorre a transmissão, quais são os reservatórios e o vetores, nos casos de doenças. Em alguns 
casos, a medida inicial é o isolamento dos casos em suspeita e confirmados com o objetivo de 
evitar a progressão da doença na comunidade.
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De maneira geral, a investigação epidemiológica tem perguntas norteadoras que irão gerar 
algumas informações sobre a doença/agravo. Os questionamentos principais são se realmente 
é um caso da doença que se suspeita, isso leva a confirmação do diagnóstico; quais são as 
atribuições individuais do caso que irá permitir a caracterização biológica, ambiental e social do 
caso; como foi contraída a doença esclarece qual a fonte de infecção; como ocorreu a transmissão 
identifica o modo de transmissão; existe risco da mesma fonte de transmissão infectar outros 
indivíduos permite mensurar a abrangência da infecção. É importante na investigação ainda 
buscar conhecer o número de casos que podem ter tido contato com a fonte de transmissão, qual 
o tempo de transmissão da doença e se existe meios de prevenção, para que medidas de controle 
possam ser traçadas, evitando uma disseminação em massa para toda a população.
Figura 2 - Investigação epidemiológica 
Fonte: Sonis Photography, Shutterstock, 2020
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#ParaCegoVer: Vemos na imagem um médico, utilizando os instrumentos de segurança 
necessários, segurando uma ampola nas mães, na qual se lê Corona vírus.
FIQUE DE OLHO
O termo investigação epidemiológico é um trabalho de campo. Ele iniciado quando existe 
um caso confirmado ou uma suspeita, devendo ser realizado rapidamente e de maneira 
metódica, para que a proporção de casose qualidade 
do rendimento do trabalho, decorrentes de esforços prolongados. Todas essas mudanças podem 
surgir ao longo do tempo de trabalho, devido a fatores que desencadeiam elas e durante o processo, 
podem ser acompanhadas por profissionais de saúde de maneira que previna a sua cronificação.
Quando falamos sobre a saúde do trabalhador, devemos ressaltar que é algo de responsabilidade 
multidisciplinar. O acompanhamento da saúde do trabalhador envolve o seu espaço laboral, os riscos 
de exposição ambiental, sanitária e biológica que o indivíduo se encontra. Além disso, não deve pensar 
em apenas um indivíduo, mas em um coletivo. A saúde do trabalhador não é apenas normatização, 
ela vai além, como o uso de equipamentos de proteção individual, por exemplo (Gomes et al., 2018).
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O local de trabalho deve apresentar segurança, mas também o equilíbrio físico, psíquico e social, 
para que o profissional possa ter bem-estar durante a sua jornada produtiva. O ambiente de trabalho 
deve ser um local com características específicas do local de trabalho, mantendo as condições 
adequadas para a realização das atividades laborais. Quando o ambiente de trabalho não apresenta 
características próprias, pode expor o indivíduo a riscos.
O risco de acidente está presente em qualquer trabalho podendo ser agravada nos casos que o 
trabalhador é colocar em situações de vulnerabilidade que afeta a sua condição física ou psíquica. 
Podemos citar como exemplos de riscos de acidentes as máquina e equipamentos que são utilizados 
sem proteção adequada, o risco de explosão e incêndio, a distribuição inadequada do espaço (GOMES 
et al., 2018).
O risco ergonômico está relacionado com qualquer tipo de fator que influencie nas características 
psicofisiológicas como por exemplo o trabalho excessivo, levantamento de peso, repetitividade 
e postura inadequada. Outro risco que deve ser considerado é o físico, em que a energia que o 
trabalhador está exposto pode desencadear danos à saúde, como queimaduras, redução da acuidade 
visual e dores de cabeça. Os riscos físicos mais comuns são os ruídos, o calor, o frio, a pressão a 
umidade, a radiação e a vibração. Os riscos também podem ser químicos e biológicos. O risco químico 
está relacionado com exposição de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores E o risco 
biológico pode ser bactérias, vírus, fungos, parasitas, sendo os profissionais da saúde os expostos a 
estes riscos (GOMES et al., 2018).
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre a Vigilância Ambiental;
• conhecer sobre a operacionalização da Vigilância em Saúde Ambiental;
• estudar sobre a Vigilância das Zoonoses;
• aprender sobre o Sistema de Informações em Saúde;
• conhecer sobre a Saúde do trabalhado.
PARA RESUMIR
BRASIL, S. I. A. B. Manual do sistema de informação de atenção básica. Brasília: 
Ministério da Saúde, 1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de 
Vigilância em Saúde Ambiental. Diretriz nacional do plano de amostragem da vigilância 
em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano (Série A. 
Normas e Manuais Técnicos). – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação geral 
de Vigilância em Saúde Ambiental. Manual de Procedimentos de vigilância em saúde 
ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil 2008: 20 anos de Sistema Único de Saúde 
(SUS) no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral 
de Vigilância em Saúde Ambiental. Diretrizes para Vigilância em Saúde de Populações 
Expostas a Agrotóxicos. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. Brasília, 
DF. 2010. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov. br/images/pdf/2015/julho/08/
Diretrizes-Vig-Pop-Exposta-Agrotoxico-2010.pdf Acesso em: 14 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação Geral de 
Vigilância em Saúde Ambiental. Manual de Instruções – Instrumento de Identificação 
dos Municípios de Risco – IIMR. Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental. 
Brasília, DF. 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/
agosto/05/2014/Instrutivo-IIMR-VIGIAR.pdf. Acesso em: 14 jun. 2020
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual vigilância, prevenção e controle de zoonoses. 
Brasília, DF. 2016.
GOMEZ, C. M. et al. Saúde do trabalhador: aspectos históricos, avanços e desafios no 
Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 1963-1970, 2018.
MINAYO, M. C. S. (org.). Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro. 
Ed. FIOCRUZ, 2002.
ROHLFS, D. B. et al. A construção da Vigilância em Saúde Ambiental no Brasil. Cad. Saúde 
Colet., Rio de Janeiro, 19 (4): 391-8, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A vigilância em saúde é a área responsável por observar e 
analisar constantemente a saúde da população a fim de articular 
ações e medidas de saúde destinadas a controlar fatores de riscos e 
de danos à saúde. Neste livro, serão abordados diversos aspectos da 
vigilância, como epidemiológica, sanitária, ambiental e ainda a saúde 
do trabalhador, descrevendo as estruturas, objetivos, informações e 
como as notificações devem ser tratadas.
As medidas de controle de doenças transmissíveis e não 
transmissíveis, recolhimento de animais que possam trazer riscos à 
população e a competência em cada uma das esferas do governo 
também serão temas amplamente discutidos nesta obra abrangente 
a respeito da vigilância em saúde.
Temas imprescindíveis para conhecer os principais fundamentos 
da área da vigilância da saúde você encontra aqui. Agora é com você! 
Bons estudos!

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