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DIRETORIA ACADÊMICA DE GESTÃO E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – DIATINF CURSO: GESTÃO PÚBLICA – 2023.1 DISCIPLINA: ESTUDOS ORGANIZACIONAIS PROFESSOR(A): ANA CLARA FIRMINO DE OLIVEIRA ROCHA ALUNO(A): PRISCILA FERREIRA MARQUES BATALHA MATRÍCULA: 20231014360036 Fichamento do capítulo 6 e 7 do livro Teoria Geral da Administração de Idalberto Chiavenato. Decorrência da Teoria das Relações humanas (Dando Importância aos Grupos) O advento da Teoria das Relações Humanas trouxe uma nova linguagem que passou a dominar o repertório administrativo: fala-se agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo etc. São deixados de lados os conceitos clássicos de automação, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios gerais da Administração etc. Explora-se o reverso da medalha, aonde o engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica em grupo e a felicidade humana passa ser vista sob um ângulo diferente pois o homo economicus cede o lugar para o homem social. Essa revolução na Administração ocorreu nos prenúncios da Segunda Guerra Mundial, ressaltando o caráter democrático da Administração. A ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ênfase de pessoas. Com a Teoria das Relações Humanas, surge uma nova concepção sobre a natureza do homem: o homem social, que se baseia nos seguintes aspectos: 1. Os trabalhadores são criaturas sociais complexas, dotados de sentimentos, desejos e temores. Havendo variações comportamentais, fazendo com que se tenha consequências de muitos fatores motivacionais; 2. As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas satisfações por meio dos grupos sociais com que interagem. Ocorrendo algum tipo de objeção na interação e socialização em grupo, acaba acontecendo o crescimento de rotatividade de pessoal (turnover), assim causando abaixamento do moral, fadiga psicológica, redução dos níveis de desempenho etc.; 3. O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão e liderança. O dirigente idôneo que é habilidoso para inspirar seus subordinados, ganhando a lealdade, tende a ter padrões elevados de desempenho e alto compromisso com os objetivos de organização; 4. As normas sociais do grupo funcionam como mecanismos reguladores do comportamento dos membros. Os níveis de produção são limitados informalmente pelas normas do grupo. Esse limite social adere sanções positivas (estímulos, aceitação social etc.) como negativas (gozações, esfriamento por parte do grupo, sanções simbólicas etc.). A Influência da Motivação Humana A motivação procura explicar por que as pessoas se comportam. A Administração Científica baseava-se na concepção do homo economicus, segundo a qual o comportamento do homem é motivado exclusivamente pela busca do dinheiro e pelas recompensas salariais e materiais do trabalho. Toda a Abordagem Clássica da Administração se alicerçava nessa estreita teoria da motivação. Kurt Lewin em suas pesquisas sobre o comportamento social já se referia ao importante papel da motivação. Lewin, elaborou a teoria de campo, que se baseia em duas suposições fundamentais: a. O comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes. b. Esses fatos coexistentes têm o caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter-relação com as demais outras partes. O estudo da motivação do comportamento supõe o conhecimento das necessidades humanas. 1. Necessidades Humanas Básicas A Teoria das Relações Humanas constatou a existência das necessidades humanas básicas. Essas causas são necessidades ou motivos: forças conscientes ou inconscientes que levam a pessoa a determinado comportamento. O homem é considerado um animal dotado de necessidades que se alternam ou se sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade, surge outra em seu lugar e, assim por diante, contínua e infinitamente. a. Necessidades fisiológicas São as necessidades primárias, vitais ou vegetativas, relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. São inatas e instintivas. As necessidades fisiológicas podem ser satisfeitas por antecipação, sem mesmo atuarem sobre o comportamento humano. b. Necessidades psicológicas São necessidades secundárias e exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades. Raramente são satisfeitas em sua plenitude. A pessoa procura indefinidamente maiores satisfações dessas necessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente. As principais necessidades psicológicas são: 1. Necessidade de segurança íntima; 2. Necessidades de participação; 3. Necessidade de autoconfiança; 4. Necessidade de afeição. 2. Necessidades de Auto Realização São as necessidades mais elevadas e decorrem da educação e da cultura da pessoa. São raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o ser humano procura maiores satisfações e estabelece metas crescentemente sofisticadas. A necessidade de auto realização é o corolário de todas as necessidades humanas. É o impulso de realizar o próprio potencial e de estar em contínuo autodesenvolvimento. A Liderança A Teoria Clássica não se preocupou com a liderança e suas implicações. Os autores clássicos apenas se referiram superficialmente à liderança pois ela não chegou a constituir um assunto de interesse. A Teoria das Relações Humanas constatou a influência da liderança sobre o comportamento das pessoas. A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, seja nas empresas, seja em cada um de seus departamentos. Ela é essencial em todas as funções da Administração: o administrador precisa conhecer a natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. Para os humanistas, a liderança pode ser visualizada sob diversos ângulos, a saber: 1. Liderança como um fenômeno de influência interpessoal; 2. Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo; 3. Liderança como uma relação funcional entre líder e subordinados; 4. Liderança como um processo em função do líder, dos seguidores e de variáveis da situação. Teorias Sobre Liderança A liderança constitui um dos temas mais pesquisados e estudados nas últimas décadas. As teorias sobre a liderança que foram apresentadas por autores humanistas podem ser classificadas em três grupos: a. Teorias de traços de personalidade: São as teorias mais antigas a respeito da liderança. Um traço é uma qualidade ou característica distintiva da personalidade 1. Traços físicos; 2. Traços intelectuais; 3. Traços sociais; 4. Traços relacionados com a tarefa. Em resumo, um líder deve inspirar confiança, ser inteligente, perceptivo e decisivo para ter condições de liderar com sucesso. b. Teorias sobre estilos de liderança: São teorias que estudam a liderança em termos de estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados. 1. Liderança autocrática. O líder centraliza as decisões e impõe suas ordens ao grupo; 2. Liderança liberal. O líder delega totalmente as decisões ao grupo e deixa-o completamente à vontade e sem controle algum; 3. Liderança democrática. O líder conduz e orienta o grupo e incentiva a participação democrática das pessoas. Os grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram maior quantidade de trabalho produzido. Sob a liderança liberal não se saíram bem quanto à quantidade e qualidade. Com a liderança democrática, os grupos apresentaram um nível quantitativo de produção equivalente à liderança autocrática, com uma qualidade de trabalho surpreendentemente superior. c. Teorias situacionais da liderança: As teorias situacionais explicam a liderança dentro de um contexto mais amplo e partem do princípio de que não existeum único estilo de liderança válido para toda e qualquer situação. Da abordagem situacional, pode-se inferir as seguintes proposições: a. Quando as tarefas são rotineiras e repetitivas, a liderança é limitada e sujeita a controles pelo chefe, que passa a adotar um padrão de liderança próximo ao extremo esquerdo do gráfico. b. Um líder pode assumir diferentes padrões de liderança para cada um de seus subordinados, de acordo com as forças anteriores. c. Para um mesmo subordinado, o líder também pode assumir diferentes padrões de liderança, conforme a situação envolvida. Em situações em que o subordinado apresenta alto nível de eficiência, o líder pode dar-lhe maior liberdade nas decisões, mas se o subordinado apresenta erros seguidos e imperdoáveis, o líder pode impor-lhe maior autoridade pessoal e menor liberdade de trabalho. A Comunicação Comunicação é a troca de informações entre pessoas. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social. O enfoque das relações humanas mostrou que as comunicações dentro das organizações são terrivelmente falhas e alertou os administradores a: a. Assegurar a participação das pessoas dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa. b. Incentivar franqueza e confiança entre indivíduos e grupos nas empresas. A comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais: a. Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam se conduzir em sua tarefa. b. Proporcionar as atitudes necessárias que promovam a motivação, a cooperação e a satisfação nos cargos. A Teoria das Relações Humanas enfatiza os grupos e não o comportamento individual. A comunicação é tratada como fenômeno social. Redes de Comunicação As organizações estão longe de utilizar bem as comunicações. Uma mensagem pode ser enviada de uma pessoa a outra através de várias alternativas de redes de comunicação. Cada rede apresenta características diferentes de eficiência, rapidez, ligação, acuracidade etc. As redes de comunicação - padrões ou cadeias de comunicação - foram pesquisadas pelos autores humanistas e tentaram inicialmente encontrar a melhor maneira (the best way) de comunicar. A conclusão final foi de que não existe uma única maneira universal de comunicar nas organizações, pois os dados e informações são intercambiados entre as pessoas dentro de uma variedade de propósitos e situações. A maneira eficaz de comunicar mensagens depende de fatores situacionais, que já estudamos na seção destinada à liderança. A análise das redes de comunicação ajuda a determinar a maneira mais indicada de comunicar em cada situação. A Dinâmica de Grupo A dinâmica de grupo é um dos assuntos preferidos da Teoria das Relações Humanas. Kurt Lewin, o fundador da Escola da Dinâmica de Grupo, introduziu o conceito de equilíbrio "quase-estacionário" nos processos grupais para significar o campo de forças existentes dentro dos grupos e que conduzem a processos de auto regulação e manutenção de equilíbrio. Os processos grupais e os hábitos sociais não são estáticos; ao contrário, são processos vivos e dinâmicos. Os membros de um grupo se comunicam entre si de maneira direta e face a face, razão pela qual cada membro influencia e é influenciado pelos outros membros do grupo. Além disso, o grupo apresenta as seguintes características: uma finalidade, ou seja, um objetivo comum; uma estrutura dinâmica de comunicações e uma coesão interna. Abordagem Neoclássica da Administração A abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da Teoria Clássica devidamente atualizada e redimensionada aos problemas administrativos atuais e ao tamanho das organizações de hoje. Em outros termos, a Teoria Neoclássica representa a Teoria Clássica colocada em um novo figurino e dentro de um ecletismo que aproveita a contribuição de todas as demais teorias administrativas. A abordagem neoclássica baseia-se nos seguintes fundamentos: 1. A Administração é um processo operacional composto por funções, como: planejamento, organização, direção e controle. 2. Como a Administração envolve uma variedade de situações organizacionais, ela precisa fundamentar-se em princípios básicos que tenham valor preditivo. 3. A Administração é uma arte que, como a Medicina ou a Engenharia, deve se apoiar em princípios universais 4. Os princípios de administração, a exemplo dos princípios das ciências lógicas e físicas, são verdadeiros. 5. A cultura e o universo físico e biológico afetam o meio ambiente do administrador. Como ciência ou arte, a teoria da Administração não precisa abarcar todo o conhecimento para poder servir de fundamentação científica aos princípios de Administração. Teoria Neoclássica da Administração A Teoria Neoclássica (Escola Operacional ou do Processo Administrativo) surgiu da necessidade de se utilizar os conceitos válidos e relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos do pioneirismo e condensando-os com outros conceitos válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas mais recentes. A Teoria Neoclássica é identificada por algumas características marcantes: 1. Ênfase na prática da administração; 2. Reafirmação dos postulados clássicos; 3. Ênfase nos princípios gerais de administração; 4. Ênfase nos objetivos e nos resultados; 5. Ecletismo nos conceitos. Administração como Técnica Social Para os neoclássicos, a "Administração consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um grupo de indivíduos para um objetivo comum. A Administração é uma atividade essencial a todo esforço humano coletivo, seja na empresa industrial, na empresa de serviços, no exército, nos hospitais, na Igreja etc. O ser humano cada vez mais necessita cooperar com outras pessoas para atingir seus objetivos. Nesse sentido, a Administração é basicamente a coordenação de atividades grupais. Aspectos Administrativos Comuns às Organizações a. Quanto aos objetivos. As organizações não vi- "em para si próprias, mas são meios, são órgãos sociais que visam à realização de uma tarefa social. A sobrevivência - objetivo típico da espécie biológica - não é um objetivo adequado da organização. b. Quanto à administração. Todas as organizações são diferentes em seus objetivos, em seus propósitos, mas são essencialmente semelhantes na área administrativa. Todas elas exigem uma reunião de muitas pessoas que devem atuar em conjunto e se integrar em um empreendimento comum. c. Quanto ao desempenho individual. É o campo onde há menor diferença entre as organizações. O desempenho individual é a eficácia do pessoal que trabalha dentro das organizações. São os indivíduos que fazem, decidem e planejam, enquanto as organizações são ficções legais, pois, por si, nada fazem, nada decidem, nada planejam. Eficiência e eficácia Eficácia é uma medida do alcance de resultados, enquanto a eficiência é uma medida da utilização dos recursos nesse processo. Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência andam de mãos dadas. Uma empresa pode ser eficiente em suas operações e pode não ser eficaz, ou vice-versa. Pode ser ineficiente em suas operações e, apesar disso, ser eficaz, muito embora a eficácia seja bem melhor quando acompanhada da eficiência. Princípios Básicos de Organização Os princípios fundamentais da organização formal são: 1. Divisão do trabalho; 2. Especialização; 3. Hierarquia; 4. Amplitude administrativa. 1. Divisão do trabalho Para ser eficiente, a produção deve basear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas que o constituem. As consequências que a divisão do trabalho trouxe no curto prazo foram: a. Maior produtividade e melhor rendimento do pessoal envolvido. b. Maioreficiência da organização, como resultante do item anterior. c. Redução dos custos de produção, principalmente os de mão-de-obra e de materiais diretos Com a divisão do trabalho, a organização empresarial passa a desdobrar-se em três níveis administrativos que compõem o aparato administrativo necessário para dirigir a execução das tarefas e operações: a. Nível institucional, composto por dirigentes e diretores da organização. b. Nível intermediário, ou nível do meio do campo, composto dos gerentes. c. Nível operacional, composto dos supervisores que administram a execução das tarefas e operações da empresa. 2. Especialização Como consequência do princípio da divisão do trabalho, surge a especialização: cada órgão ou cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas. Os neoclássicos adotam essas colocações e passam a se preocupar com a especialização dos órgãos que compõem a estrutura organizacional. 3. Hierarquia Outra consequência do princípio da divisão do trabalho é a diversificação funcional dentro da organização. A pluralidade de funções imposta pela especialização exige o desdobramento da função de comando, cuja missão é dirigir todas as atividades para que essas cumpram harmoniosamente suas respectivas missões. Autoridade A autoridade se distingue por três características: a. Autoridade é alocada em posições da organização e não em pessoas. b. Autoridade é aceita pelos subordinados. c. Autoridade flui abaixo por meio da hierarquia verticalizada. Responsabilidade A responsabilidade é o outro lado da moeda. Significa o dever de desempenhar a tarefa ou atividade para a qual a pessoa foi designada. É a relação contratual, pela qual o subordinado concorda em executar certos serviços em troca de retribuições ou compensação monetária. A autoridade emana do superior para o subordinado, enquanto a responsabilidade é a obrigação exigida do subordinado para que realize tais deveres. Delegação Delegação é o processo de transferir autoridade e responsabilidade para posições inferiores na hierarquia. Abaixo está alguns dos exemplos há ser seguido pelo superior: a. Delegar a tarefa inteira. b. Delegar à pessoa certa. c. Delegar responsabilidade e autoridade. d. Proporcionar informação adequada. e. Manter retroação. f. Avaliar e recompensar o desempenho. 4. Amplitude administrativa A amplitude administrativa (ou amplitude de comando ou ainda amplitude de controle) significa o número de subordinados que um administrador pode supervisionar. Quando um administrador tem muitos subordinados, ele tem uma amplitude de comando grande e ampla. Na prática, a amplitude média adotada por uma organização determina a configuração geral de sua estrutura organizacional. Uma amplitude média estreita com um maior número de níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional alta e alongada. A tendência atual nas organizações é de achatar e comprimir a estrutura organizacional no sentido de aproximar a base da cúpula e melhorar as comunicações.
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