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Material de Apoio - Direito Penal - Mauro Argachoff - 04 12 - Aulas 05 a 08

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Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito
ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa.
Parágrafo único - Somente se procede
mediante representação.
- Mal injusto
- Mal grave.
- Verossímil .
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Ameaça
• Crime subsidiário.
• Crime de forma livre.
• Dolo
• Mal atual ou futuro? Posicionamento nos dois sentidos.
• Sujeito ativo: crime comum. Funcionário público (abuso
de autoridade)
• Sujeito passivo: “alguém”. Tem que compreender o
significado da ameaça.
Presidente da República; Senado; Câmara dos Deputados e
STF ( art. 28 da Lei de Seg. Nacional – 7.170/83)
• Animus jocandi
• Nervosismo/embriaguez
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Ameaça
• Vitima se sentir intimidada: desnecessário/ posicionamento em
contrário.
• Presença da vítima: desnecessário.
• Consumação: ao tomar conhecimento. Crime formal.
• Tentativa: possível.
• Ação penal: pública condicionada a representação.
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Sequestro e Cárcere Privado
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, 
mediante sequestro ou cárcere privado: 
Pena - reclusão, de um a três anos.
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Sequestro e Cárcere Privado
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta)
anos;
II - se o crime é praticado mediante internação da
vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de 
quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 
(dezoito) anos; 
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Sequestro e Cárcere Privado
V – se o crime é praticado com fins libidinosos
- Lei 11.106/05 revogou o rapto violento do art.
219 do CP
- Falava em “mulher honesta”.
- Vítima pode ser homem.
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Sequestro e Cárcere Privado
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou
da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou
moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos
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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
- 1ª Parte do tipo: peculato apropriação
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Peculato
- Apropriar-se: fazer sua coisa de outra pessoa.
- Objeto material: dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel. Não existe peculato de bem imóvel.
- Bens particulares sob a guarda e custódia da
Adm.: peculato malversação. Ex. Carcereiro.
- Sujeito ativo: funcionário público.
- Sujeito passivo: o Estado e eventualmente o
particular, quando o bem lhe pertence.
- Consumação: quando passa o funcionário a se
comportar como dono da coisa.
- Tentativa: possível
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Peculato
Peculato Desvio (segunda parte do tipo penal)
“ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”
- Desviar: alterar o destino do bem que está em seu
poder. Ex. emprestar dinheiro público de que tem a
guarda.
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Peculato
Peculato Furto ou Peculato Impróprio
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário
público, embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-
se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.
...
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Peculato
Peculato Culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o
crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
...
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Peculato
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 – Apropriar-se de dinheiro ou qualquer outra
utilidade que no exercício do cargo, recebeu por
erro de outrem.
Pena – reclusão de um a quatro anos e multa.
Conhecido também como peculato estelionato
- Vítima entrega o bem ao funcionário por estar em
erro (erro não provocado pelo agente, mas tem
ciência de que ele existe)
- Próprio funcionário induz a vítima a erro:
estelionato comum.
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Concussão
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
- Exigir: carrega uma “ameaça”, caso contrário seria mero
pedido.
- Pode ser na presença da vítima ou não (direta ou indireta).
- Vantagem indevida: Divergência (Cunho patrimonial ou
qualquer espécie)
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Concussão
- Sujeito ativo: Funcionário público. Pode estar fora da função ou
nem ter assumido.
- Consumação: exigência chega ao conhecimento da vítima,
independentemente do agente receber a vantagem.
- Prisão em fagrante.
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Corrupção Passiva
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
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Corrupção Passiva
- Solicitar: pedir
- Receber: entrar na posse
- Aceitar promessa: concordar com a proposta.
- Sujeito ativo: crime próprio. Funcionário 
Público. 
- Sujeito passivo: o Estado e o particular na 
modalidade solicitação de vantagem.
- ...
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Prevaricação
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
- Satisfação de interesse ou sentimento pessoal. Não existe qualquer pedido ou influência.
- Interesse: de qualquer espécie. Ex. promoção, fama, etc.
- Sentimento: amizade ou inimizade.
- Pode servir para beneficiar terceiro, mas o interesse ou sentimento é do funcionário. Deve a denúncia narrar 
em detalhes sob pena de inepcia.
- Retardar: atrasar (tempo considerável)
- Deixar de praticar: imitir totalmente.
- Praticar: fazer, realizar (aqui tem que ser contra texto expresso de lei)
- Consumação: quando da prática de qualquer conduta do tipo, independentemente de resultado. Crime 
formal.
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DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
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Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a
quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
- Objetividade Jurídica: a autoridade e o prestigio da função
pública.
- Violência ou grave ameaça contra a execução do ato ( se após,
haverá ameaça ou lesão corporal)
- Finalidade de fuga: se pós a prisão ser realizada (art. 352 –
evasão mediante violência contra a pessoa).
- Violência contra o funcionário ou quem o auxilie e não contra
coisa.
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Resistência
- Consumação: no momento em que é empregada a 
violência ou grave ameaça.
- Se o ato não se executa: aplica-se o § 1º do artigo:
“Se o ato, em razão da resistência, não se executa -
Pena - reclusão, de um a três anos”.
- Roubo e resistência: A violência para obter a coisa
não pode ser confundida com a praticada contra o
policial. Objetos jurídicos tutelados diversos.
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Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário
público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
- Funcionário dever ter competência para dar aquela
ordem.
- Recusa por força maior ou por ser impossível o
atendimento: não haverá crime.
- Sujeito ativo: qualquer pessoa.
- Sujeito passivo: o Estado e secundariamente o
funcionário.
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Desobediência
Previsão de sanção civil ou administrativa:
Norma civil ou administrativa prevê sanção para um fato que poderia
caracterizar o crime de desobediência, mas não faz ressalva a sua
cumulação com a pena criminal:
Ex: art. 195 do CTB prevê multa para quem desrespeita ordem de agente de
trânsito, mas não ressalva a aplicação autônoma do crime de desobediência.
Recusade médico em fornecer dados sobre paciente: pode caracterizar
desobediência.
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Desobediência
Funcionário Público como sujeito ativo: 
a) Impossibilidade: o artigo está dentre os crimes 
praticados por particular contra a adm;
b) Possibilidade: funcionário comete o crime se 
desobedece a ordem em situação similar a de 
particular (caso contrário será prevaricação) 
Prevalente.
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Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício
da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
- Desacatar: desrespeitar, ofender
- Ação livre: palavras, gestos, vias de fato, fingir que não
está ouvindo, etc.
- Presença do funcionário: é fundamental. Na ausência
será injúria qualificada (art. 140, II do CP)
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Desacato
Funcionário como sujeito ativo
a) Não há crime: pois está previsto no capítulo
dos crimes praticados por particular contra a
administração;
b) Só haverá desacato se o ofensor for
subordinado hierarquicamente ao ofendido, ou
for de igual posto;
c) Haverá sempre desacato: quando um
funcionário ofende o outro ele despe-se da
qualidade de funcionário e se equipara a
particular. ( Prevalente).
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Desacato
• A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
descriminalizou a conduta tipificada como crime de desacato a
autoridade, por entender que a tipificação é incompatível com
o artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos
(Pacto de São José da Costa Rica).
• Controle de Convencionalidade STJ 15/12/2016. REsp nº
1640084
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Corrupção ativa
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida
a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um
terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o
pratica infringindo dever funcional.
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Corrupção ativa
- Oferecer: colocar a disposição
- Prometer: se comprometer a entregar
posteriormente
- Iniciativa é do particular: se o funcionário pede é
pq já está corrompido (corrupção passiva), não
havendo crime na conduta do particular em dar.
- Natureza da vantagem: divergência.
-Sujeito ativo: qualquer pessoa.
-Sujeito passivo: o Estado.
-Consumação: quando a oferta ou promessa chegam
ao funcionário, mesmo que não aceite.
-Tentativa: possível na forma escrita.
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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA 
JUSTIÇA
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Denunciação Caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação
de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
- Agente atribui a outrem a prática de crime ou
contravenção (§ 2º)
- Pode se atribuir falsamente ao denunciado crime
que não ocorreu ou crime que ocorreu.
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Denunciação Caluniosa
- Consciência da falsidade: o agente SABE da
inocência do acusado. Se tiver dúvida não haverá o
crime.
- Sujeito ativo: qualquer pessoa. Particular ou
funcionário público
- Sujeito Passivo: o Estado e o denunciado
- Consumação: com o inicio da investigação, do
inquérito civil ou da ação. A investigação policial
pode ser iniciada sem I.P.
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Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de
autoridade pública autor de crime a que é
cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
• Ajudar alguém a subtrair-se da ação de autoridade.
• Elemento subjetivo: dolo.
• Autor de crime: afasta-se a contravenção. Tem
que haver a possibilidade de condenação com
pena de reclusão.
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Favorecimento pessoal
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de
reclusão:
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e
multa.
- Favorecimento pessoal privilegiado.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente,
descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
- Escusa absolutoria (imunidade absoluta).
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Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou
de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito
do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
- Elemento subjetivo: dolo.
- Criminoso: não se admite o inimputável.
- Não se incluem como sujeito ativo o coautor ou o receptador.
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Favorecimento real
Distinção entre favorecimento real e receptação
- Destino do proveito do crime em beneficio do autor do crime 
anterior: favorecimento real.
- Destino do proveito do crime em beneficio próprio ou de 
terceiro: receptação.
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