@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700&display=swap); 6.5 MEIA IDADE: DESENVOLVIMENTO FÍSICO, COGNITIVO, SOCIAL E DA PERSONALIDADE DO ADULTO.A meia-idade, em termos cronológicos, geralmente é definida como o período entre os 40 e os 65 anos de idade; mas ela também pode ser definida contextualmente, como: Um contexto é a família: uma pessoa de meia-idade às vezes é descrita como aquela que tem filhos crescidos ou pais idosos. Contudo, hoje algumas pessoas nos 40 ou mais ainda estão criando filhos pequenos; e alguns adultos em qualquer idade não têm filhos.Aqueles que têm filhos crescidos podem ver-se com o ninho vazio, ou enchendo-se novamente. A idade também tem um aspecto biológico: uma pessoa de 50 anos que se exercita com regularidade tende a ser biologicamente mais jovem do que uma de 35 anos cujo exercício mais intenso é clicar o controle remoto. Podem-se observar como pensadores maduros combinam lógica com intuição e consideramos como a responsabilidade por pais idosos pode afetar a saúde física e mental (PAPALAIA & OLDS, 2006).Muitas pessoas de meia-idade têm boa condição física, cognitiva e emocional, e algumas consideram esse período o melhor de suas vidas. Os anos intermediários são marcados por diferenças individuais crescentes (PAPALAIA & OLDS, 2006).6.5.1 Desenvolvimento FísicoEmbora algumas mudanças fisiológicas resultem do envelhecimento, o comportamento e o estilo de vida afetam o momento de seu aparecimento e sua extensão. Adultos de meia-idade compensam bem o os declínios graduais e pequenos nas habilidades sensórias e psicomotoras (PAPALAIA & OLDS, 2006).A maior parte dos adultos acredita que importante declínio, tanto físico quanto mental, tem início na meia-idade, ainda que, na realidade, as mudanças sejam bastante pequenas e gradativas. Aos 40 anos, a expectativa de vida é de 35 a40 anos adicionais, e esse dado tem aumentado consistentemente; a extensão devida, diferentemente, tem probabilidade de permanecer até cerca de 110 anos. Muitas funções físicas mostram mudanças pequenas aos 40, 50 e 60 anos; somente algumas evidenciam mudanças significativas (BEE, 1997).Camadas acrescidas ao cristalino do olho, com uma perda também da elasticidade, reduzem notadamente a acuidade visual, durante os 40, 50 anos. A perda auditiva é mais gradativa. A massa óssea reduz-se bastante na meia-idade, especialmente nas mulheres, começando logo antes da menopausa. Uma mais rápida perda óssea ocorre nas mulheres que vivenciam uma menopausa mais precoce, que estão abaixo do peso Normal, que fazem pouco exercício e que apresentam dietas com baixo teor de cálcio (BEE, 1997).A perda da capacidade de reprodução, chamada de climatério, nos homens e mulheres, ocorre lentamente nos homens, embora com mais rapidez nas mulheres. Aqueles produzem cada vez menos esperma viável e uma menor quantidade de fluido seminal. A menopausa costuma ocorrer entre 45 e 55 anos, como consequência de uma série de mudanças hormonais, o que inclui declínios rápidos de estrogênio e progesterona. Um dos principais sintomas é a onda de calorões (BEE, 1997).Os homens sentem um declínio gradual nos níveis de testosterona a partir do fim da adolescência. Embora os homens possam continuar a gerar filhos até tarde na vida, alguns sentem declínios na fertilidade e na frequência de orgasmo após os 40 e mais dificuldade em conseguir uma ereção (PAPALAIA & OLDS, 2006).A atividade sexual geralmente diminui apenas ligeira e gradualmente na meia-idade. Os declínios na frequência de relações sexuais muitas vezes devem-se as causas não orgânicas(PAPALAIA & OLDS, 2006).A taxa de doença e mortalidade eleva-se notavelmente na meia-idade. Jovens adultos apresentam mais doenças agudas; adultos na meia-idade apresentam mais doenças crônicas. As mulheres evidenciam significativamente mais doenças do que os homens, mesmo que venham a falecer mais tarde. As duas principais causas de morte na meia-idade são câncer e doenças cardíacas. As taxas de mortalidade para essas duas doenças são mais elevadas entre os homens (BEE,1997).Doenças cardíacas coronarianas não são partes comuns do envelhecimento; trata-se de uma doença para a qual existem fatores de risco, o que inclui o tabagismo, hipertensão, taxa elevada de colesterol, obesidade e dieta com alto teor de gordura. Já o câncer também apresenta fatores de risco conhecidos, como o tabagismo, dieta com alto teor de gordura, obesidade e um estilo de vida inativo. O papel de uma dieta com elevado teor de gorduras é controverso, embora a maior parte das evidências apoie sua contribuição causal (BEE, 1997).Adultos de meia-idade apresentam taxas mais baixas de perturbações emocionais de virtualmente todos os tipos, se comparados a adultos mais jovens. O estresse, principalmente quando associado com a falta de controle, está relacionado a uma variedade de problemas físicos e psicológicos. Há poucas evidências de qualquer \u201ccrise da meia-idade\u201d disseminada. O \u201cduplo padrão de envelhecimento\u201d faz com que as mulheres mais do que os homens pareçam menos desejáveis à medida que perdem sua aparência mais jovem. Para ambos os sexos, os problemas de envelhecer muitas vezes são exacerbados por viver-se numa sociedade que valoriza a juventude (PAPALAIA & OLDS, 2006).6.5.2 Desenvolvimento CognitivoO desempenho em medidas de inteligência fluída (baseada nas condições neurológicas) diminui a partir do início da idade adulta, mas a inteligência cristalizada(baseada na aprendizagem) aumenta durante ou após a meia-idade. A pesquisa sequencial constatou amplas diferenças individuais nas condições cognitivas e variações entre as habilidades (PAPALAIA & OLDS, 2006).Alguns desenvolvimentistas sustentam que a inteligência assume formas distintivas na meia-idade. Hoyer e seus colegas propuseram que as habilidades fluídas tornam-se encapsuladas, ou dedicadas ao uso em campos de conhecimento especializado. Os teóricos pós-formais descrevem uma transição para o pensamento relativista, integração da emoção e intuição com a lógica, e interpretação da informação à luz da experiência. A capacidade de resolver problemas práticos é forte, e pode até atingir o máximo na meia-idade (PAPALAIA & OLDS, 2006).As habilidades cognitivas são, geralmente, mantidas em bom estado, nos anos de meia idade, a não ser por algumas habilidades não exercitadas ou no caso daquelas que requeiram velocidade. O QI costuma elevar-se, assim como o vocabulário. Ocorre certa perda da memória, embora ela seja bastante pequena até bem depois, durante a meia-idade, pelo menos em relação à maioria das medidas (BEE, 1997).Segundo Gardner, o desempenho criativo depende de atributos pessoais e forças ambientais, bem como de habilidades cognitivas. De acordo com Sternberg, os aspectos analíticos, práticos e de discernimento da inteligência desempenham todos, um papel no desempenho criativo. Um declínio na criatividade relacionado com a idade aparece tanto nos testes psicométricos quanto na produção real, mas as idades de apogeu variam conforme a ocupação. Os indivíduos tendem a produzir o maior número, embora não necessariamente a maior proporção, de trabalhos importantes em períodos de máxima produtividade (PAPALAIA & OLDS, 2006).A produtividade criativa parece permanecer elevada durante a meia-idade, pelo menos no caso dos adultos que tenham trabalhos que os desafiem, com os quais foi realizada a maior parte dessas pesquisas (BEE, 1997).A importância do exercício é um tema permanente na pesquisa sobre o funcionamento físico e cognitivo na vida adulta da meia idade. Os adultos que mantém níveis elevados de exercício parecem continuar com suas habilidades em melhor estado do que os que levam uma vida mais sedentária.Em relação a todas as medidas do funcionamento físico e mental, adultos da classe operária ou de baixa renda evidenciam uma manutenção mais insatisfatória ou um maior declínio (BEE, 1997).6.5.2.1 Educação, Trabalho e LazerUma das mudanças de papéis diferenciados em razão a idade para papéis integrados pela idade parece estar ocorrendo em resposta à maior longevidade e transformação econômica e social. Os adultos estudam por muitas razões, mas principalmente para aperfeiçoar suas habilidades e conhecimentos ligados ao trabalho ou para preparar-se para uma mudança de carreira (PAPALAIA & OLDS,2006).A teoria de Ginzberg descreve dois caminhos básicos para a carreira: estabilidade e mudança. A teoria de Raynor enfatiza a interação entre a motivação para realização e a percepção das pessoas de seu efeito em sua trajetória profissional (PAPALAIA & OLDS, 2006).As causas de estresse ocupacional e esgotamento incluem uma combinação de alta pressão e pouca autonomia, conflito interpessoal e sobrecarga de trabalho. As mulheres podem ter fontes especiais de tensão, inclusive assédio sexual. O desemprego também tem causado efeitos físicos e psicológicos em homens e mulheres. Uma proporção cada vez maior da força de trabalho é formada por pessoas que trabalham em casa, e uma grande proporção delas é de meia-idade (PAPALAIA & OLDS, 2006).O tipo de trabalho que os adultos realizam afeta seu desenvolvimento cognitivo. As pessoas que realizam trabalho mais complexo tendem a envolver-se com atividades de lazer intelectualmente mais demandantes (PAPALAIA & OLDS, 2006).6.5.3 Desenvolvimento Social e da PersonalidadeCarl Jung afirmava que os homens e as mulheres na meia-idade, livres de grande parte da obrigação da criação dos filhos, expressam aspectos previamente suprimidos da personalidade. A necessidade de reconhecer a mortalidade favorece a introspecção e o questionamento de metas. A sétima crise psicossocial de Eriksoné a de geratividade versus estagnação. A pessoa gerativa preocupa-se em estabelecer e orientar a próxima geração. Uma pessoa que deixa de desenvolver a geratividade torna-se excessivamente preocupada consigo mesma e com seus interesses, ou fica estagnada (PAPALAIA & OLDS, 2006).Ampliando os conceitos de Erikson, Peck especificou quatro desenvolvimentos psicológicos críticos para êxito na adaptação durante a meia-idade: valorizar a sabedoria versus os poderes físicos, socialização versus sexualização, flexibilidade emocional versus empobrecimento emocional e flexibilidade mental versus rigidez mental. Os estudos de Vaillant e Levinson sugerem que o início dos 40 é uma época potencialmente estressante de transição para os homens, durante a qual pode ocorrer uma crise (PAPALAIA & OLDS, 2006).A pesquisa normativa sugere que as mulheres passam por mudanças na meia-idade, o que pode envolver crises. O domínio ou o controle de sua vida é uma questão importante para mulheres dessa idade. Na pesquisa de Helson, o início dos 40 anos era um período particularmente estressante para as mulheres; os 50 anos eram a \u201cplenitude\u201d da vida. Algumas pesquisas sugerem que o ingresso na meia-idade não resulta necessariamente numa crise, para muitas pessoas essa é apenas uma entre muitas transições da vida(PAPALAIA & OLDS, 2006).Qualquer mudança de papel ou crise que se dá fora do tempo certo, que se desvia das expectativas normais para determinado grupo ou cultura, está associada a maiores níveis de estresse, o que inclui tornar-se avô muito cedo, morte precoce de algum dos pais ou partida postergada dos filhos crescidos de casa (BEE, 1997).Alguns teóricos defendem que as crises podem conduzir ao crescimento e ao sofrimento. De fato, uma crise ou mudança importante na vida podem ser necessárias para que se dê o crescimento psicológico. Esta questão permanece em aberto (BEE, 1997).Costa e McCrae constataram que a personalidade permanece estável depois dos 30. Entretanto, grande parte da pesquisa constatou que as pessoas de meia-idade tendem a assumir características associadas com o sexo oposto: as mulheres se tornam mais assertivas e os homens emocionalmente mais expressivos (PAPALAIA & OLDS,2006).O casamento na meia idade, normalmente, acontece uma queda de satisfação conjugal durante os anos de criação dos filhos, seguida de um relacionamento melhor depois que as crianças saem de casa. O divórcio na meia idade está aumentando. Os fatores mais importantes na longevidade conjugal parecem incluir sentimentos positivos em relação ao cônjuge, um compromisso como casamento em longo prazo, metas compartilhadas e intimidade equilibrada com autonomia. Como muitos homossexuais demoram a assumir sua condição, na meia idade eles estão muitas vezes recém-formado relacionamentos íntimos. Pessoas de meia-idade tendem a investir menos tempo e energia, dependem dos amigos para apoio emocional e orientação prática (PAPALAIA & OLDS, 2006).Os pais de adolescentes têm que se reconciliar com a perda de controle sobre a vida das crianças. O período pós parental, quando os filhos já saíram, está muitas vezes entre os mais felizes. O \u201cesvaziamento do ninho\u201d pode ser estressante para homens que não se envolveram com a criação dos filhos, para pais e mães cujos filhos não se tornaram independentes quando se esperava, e para mães que não conseguiram se preparar para o acontecimento (PAPALAIA & OLDS, 2006).Pais de meia-idade tendem a permanecer envolvidos com seus filhos adultos e continuar dando a eles mais do que recebem. Atualmente, mais jovens adultos estão vivendo com os pais, muitas vezes por motivos econômicos ou após um divórcio. A maioria dos pais e das crianças parece satisfeita com o esquema, mas conflitos graves podem surgir se o status de adulto do filho e o direito de privacidade dos pais não forem totalmente reconhecidos (PAPALAIA & OLDS,2006).Os relacionamentos entre adultos de meia-idade e seus pais geralmente se caracterizam por um forte laço de afeto. As duas gerações geralmente mantêm contato frequente e oferecem e recebem assistência. Pessoas de meia-idade, principalmente filhas, muitas vezes tornam-se cuidadoras de pais idosos e doentes, geralmente mães. Isso pode ser fonte considerável de estresse, principalmente quando o cuidador é pressionado entre as necessidades dos filhos que estão crescendo e dos pais enfermos. A maturidade filial ocorre quando as crianças de meia-idade aceitam e atendem as necessidades de dependência dos pais e ao mesmo tempo mantêm autonomia num relacionamento bidirecional (PAPALAIA & OLDS, 2006).O divórcio e o segundo casamento de um filho adulto, muitas vezes afeta os relacionamentos entre avós e netos e cria novos papéis de parentesco. Cada vez mais crianças estão sendo criadas pelos avós. Esse papel não planejado pode criar tensões físicas, emocionais e financeiras para a família (PAPALAIA & OLDS, 2006).Idade Em AnosDesenvolvimento Físico dos 40 ao 45 anos: Muitos tipos de mudanças físicas tornam-se visíveis entre 40 e 50 anos, o que inclui mudanças na visão , declínio da capacidade aeróbica, mudanças na pela, retardamento no sistema nervoso e, consequentemente, no tempo de reação.Dos 50 ao 55 anos : Menopausa nas mulheres . Aumento da perda óssea. maior perda de tecido muscular.65 anos: Aumento na perda auditiva.Desenvolvimento Cognitivo de todas as idades: Aumento do QI por volta dos 50 , 55 anos ; depois evidencias de declínio gradativo. Perda antecipada de habilidades menos praticadas, e.g., visualização espacial . Pouca mudança na memória até bem depois , nesse período, embora ocorra alguma perda na velocidade da lembrança.Desenvolvimento Social e da Personalidade dos 40 ao 45 anos: Estágio da geratividade , de Erikson.Dos 50 ao 65 anos: Estágio da integridade do ego versus desespero, de Erikson.Relações Sociais de todas as idades: Alguns sinais de abrandamento após o auge da individualidade, segurança e confiança aos 40-45.Ninho vazio: Ultimo filho sai de casa.papel de avo adquirido pela maioria dos adultos.pode assumir papel de provedor de cuidados de pais que são idosos.Papéis profissionais tornam-se menos salientes; declínio gradativo das horas trabalhadas; preparação e aposentadoria.Aumento da satisfação conjugal.
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