Análise do filme doze homens e uma sentença

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
CAMPUS ANCHIETA
PÂMELLA NOVAIS SILVA - N501570
FILME: DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA - UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DE CAMPO
São Paulo
2022
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
CAMPUS ANCHIETA
	
PÂMELLA NOVAIS SILVA - N501570
FILME: DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA - UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DE CAMPO
Trabalho de Atividade Prática Supervisionada, apresentado para a disciplina de Processos Grupais, do curso de Psicologia da Universidade Paulista UNIP, campus Anchieta.
Orientadora: Profa Natalia Moraes.
São Paulo
2022
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de analisar o filme “Doze homens e uma sentença” (LUMET, 1958) e sob a ótica da teoria de campo. A teoria de campo criada por Kurt Lewin é derivada da Gestalt, e diz que são as forças do ambiente que levam indivíduos diferentes a reagirem de diferentes formas perante o mesmo estimulo. Neste trabalho, o filme "Doze homens e uma sentença", do diretor Sidney Lumet, é analisado à luz da teoria de campo. O objetivo é evidenciar elementos da teoria usando como exemplo eventos do longa-metragem. 
Palavras-chave: Doze homens e uma sentença, Kurt Lewin, Gestalt, Processos Grupais, Individuo, Psicológico, Teoria de Campo, Espaço Vital.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	5
ANÁLISE DO FILME	
1) A teoria de campo de Kurt Lewin	6
2) Resumo do Filme Doze Homens e Uma Sentença 6
3) Correlação entre a Teoria de Campo e o filme Doze Homens e Uma Sentença	7
CONCLUSÃO	8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	9
INTRODUÇÃO
Diversas são as teorias dentro das dinâmicas de grupos, sendo o tema discutido pela Psicologia. No que se refere a Teoria de Campo de Kurt Lewin, têm como um de seus objetos de estudo os processos que envolvem a interação do indivíduo no grupo. Neste trabalho, a teoria de Kurt Lewin é usada como base para interpretação e análise do filme "Doze homens e uma sentença", do diretor Sidney Lumet. Assim, os principais pontos da sua teoria serão apresentados nesta introdução de modo a pautar as discussões a seguir. 
Kurt Lewin nasceu em Mogilno, na Polônia. Estudou nas universidades de Friburgo, Munique e Berlin, localizadas na Alemanha. Iniciou os estudos e Física e Química, e posteriormente se interessou por Filosofia e aos poucos pela Psicologia, fazendo sua tese do doutorado sobre Psicologia do comportamento e suas emoções. A partir daí, Kurt Lewin passa a dedicar e publicar mais sobre este trabalho. Em um período de pós-guerra (1921) publicou alguns artigos sobre os fenomenos psíquicos, e tornou-se professor titular de psicologia em Berlim e se manteve nessa função acadêmica até os nazistas tomarem o poder (1933).
Lewin era judeu, e foi obrigado a deixar a Alemanha, porém como pagou seu resgate felizmente não foi para o campo de concentração. Após esse ocorrido, foi para Inglaterra e em seguida se mudou para USA e recebeu um convite na Universidade de Stanford, posteriormente, recebeu um outro convite para ser professor de Psicologia na Universidade de Cornell. Dentro desses anos dentro da academia, Lewin publica alguns trabalhos teóricos, que o seu maior interesse era elaborar uma teoria de comportamento individual e ao mesmo tempo explorar e experimentar os fatos psíquicos. Kurt Lewin morre aos 56 anos, deixando dois trabalhos sobre psicologia social e dinâmica de grupos, que foram publicados posteriormente pelos seus professores da universidade onde trabalhava.
1. A Teoria de Campo de Kurt Lewin	
A Teoria de Campo de Kurt Lewin (1890 – 1947) foi elaborada para explorar a motivação do comportamento, influenciada pela psicologia da Gestalt, enfatizava a importância das personalidades individuais, conflitos internos e as variaveis dos ambientes. Em resumo, a teoria de campo compreende que o comportamento é o resultado da soma indivíduo e do ambiente. Entendendo que, os traços individuais e o ambiente interagem para causar um determinado comportamento. O campo é constituído por: espaço de vida que é representado pela pessoa, por seu meio psicológico e sua percepção desse espaço. Campo psicológico – indivíduo e seu ambiente. (LEWIN, 1973)
As principais características as dinâmicas de grupo de Kurt Lewin são: a interação do indivíduo no grupo depende da sua definição e participação no espaço vital, o indivíduo utiliza o grupo para satisfazer suas próprias necessidades, nenhum indivíduo do grupo escapa do impacto e da sua totalidade e o grupo é considerado um dos elementos do espaço vital do indivíduo. Espaço vital psicológico para Lewin é fatos que determinam o comportamento de um membro. (LEWIN, 1973)
2. Resumo do Filme Doze Homens e Uma Sentença 
O filme retrata a história de um julgamento de um jovem de 18 anos, que está sendo acusado por ter matado seu pai a facadas. Um jovem que perdeu sua mãe quando criança e foi criado pelo seu pai em meio a violência, onde todos os dias era espancado, o menino em um determinado dia, saiu de casa na parte da noite e voltou de madrugada, quando chegou seu pai havia sido morto com uma arma idêntica à que ele havia comprado horas antes. Os doze jurados terão de dar a sentença final ao réu. Os jurados, dentro de um pequena sala e grande maioria com muita pressa para sair de lá, estava banalizando o caso pois achavam que o menino era culpado sem sombra de dúvidas. Onze jurados votaram culpado (sentença de morte) e apenas um jurado votou inocente pedindo para que o restante do grupo analisasse os fatos além do que foi mostrado pelas testemunhas. (LUMET, 1957)
3. Correlação entre a Teoria de Campo e o filme Doze Homens e Uma Sentença
Dentro do filme, os doze homens são de origens e status diferentes, alguns se destacavam mais e outros menos. E isso era perceptível na fala e posicionamento de cada um. Mesmo que todos estivessem ali pelo mesmo motivo, os jurados tinham um poder decisório sob vida de um jovem nas próximas horas. Onze jurados votaram que o menino era culpado e apenas um homem, este homem provoca dúvida nos jurados o tempo inteiro sempre perguntando como podem ter tanta certeza de que foi o menino quem assassinou o pai.
Observa-se que os havia uma certa autoridade entre os jurados, por questões de idade, trabalho ou até mesmo aparência, que impuseram esse autoritarismo dentro do grupo decisão de culpar o menino). Ondem essas pessoas buscam atacar o jurado que foi contra a decisão dele, agridem o homem com gestos e palavras apenas por ter ido contra a decisão da maioria. Após uma determinada discussão para fazer uma nova votação em sigilo, uma outra pessoa vota que o menino é inocente (após ter escutado alguns argumentos que o primeiro homem que foi contra o grupo expos) 
Levando para dentro da Teoria de Campo, Lewin, observou que dentro dos grupos que lideres democráticos modificam comportamentos autoritários trazendo mais flexibilidade. Como foi o caso no filme, aos poucos o grupo de jurados passou de um grupo autoritário para um grupo democrático, onde aos poucos todos passaram a ouvir uns aos outros e acolher e pensar sobre, não apenas ouvir e descartar o que foi falado. A flexibilização ao longo do filme é perceptível, onde cada um justifica o seu voto e ao se ouvir pensa se realmente é aquilo, e dentro essas justificativas há também as perguntas de outros jurados do porquê e como acham que determinada coisa aconteceu, sempre batendo de frente com acolhimentos e expondo que talvez estejam errados ou que talvez estejam certos, mas que existem milhões de perspectivas dentro de uma situação. 
CONCLUSÃO
O trabalho apresentado propôs uma análise do filme Doze Homens e Uma Sentença sob a perspectiva da Teoria de Campo do Kurt Lewin e seus conceitos. Ao analisar e estabelecer uma relação da obra com a teoria proposta por Lewin, é possível observar que o grupo de jurados vivenciou situações de um grupo comandado por pessoas autoritárias, e quem estava contra aquilo que a maioria queriasofria agressões verbais e gestuais. 
Diante de um ambiente repleto de falhas, os protagonistas conseguem demonstrar muito bem as diferenças de cada um, e mostra também que por mais que estivessem ali por um único motivo – decidir a sentença do réu, uns se sentiam mais autoritários e certos que outros.
O jurado que inicia contra todos, julgando que o menino era inocente, na verdade, era a busca por mais evidencias, ir além do que estava sendo oferecido pelas únicas duas testemunhas. A intenção não era estar sendo certo ou errado, mas sim, ter outras formas de olhar aquela situação e ter consciência de que o que estava sendo decidido era a sentença de morte de um menino. Entendendo que dentro dos grupos que lideres democráticos modificam comportamentos autoritários trazendo mais flexibilidade, o jurado que iniciou contra todos os onze membros foi o que quis ouvir e acolher tudo que todos tinham em mente do julgamento do menino.
Ao final do filme, a flexibilização ao longo do filme era perceptível, todas as justificativas foram questionadas e analisadas, e no final alteradas. A do primeiro jurado de ter uma visão diferente da situação, e principalmente consciência de vida foi um dos pontos que mais chamou a atenção. Assim, dessa forma para o mesmo lugar onde tudo começou: a sala de júri, todos passam da decisão de culpado para inocente por serem questionados um por um pelas justificativas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MINICUCCI, A. Dinâmicas de Grupo: teorias e sistemas. São Paulo: Atlas, 2009.
Lewin, K. (1951) Teoria de campo em ciências sociais; artigos teóricos selecionados. D. Cartwright (ed.) Nova Iorque: Harper & Row.