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Apg s11p1- verminoses pulmonares

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Objetivos: 
1. Compreender o ciclo dos parasitas citados 
2. Estudar como ocorre a migração dos parasitas para o pulmão 
3. Analisar a relação da imunossupressão com o parasita (corticoide)
4. Investigar a confiabilidade das informações médicas presentes na internet. 
Ascaridíase lumbricoide 
Também conhecido como “lombriga”, estes seres pertencem ao grupo dos nematelmintos. 
Características: 
1. Pertencem ao reino animália 
2. Filo: nematodo 
3. Habita o intestino delgado (jejuno e ílio) 
4. Quando maior a sua densidade populacional, maior o seu deslocamento para outros órgãos
5. Reservatório natural: humanos
6. Transmissão fecal-oral indiretamente pela água e alimentos contaminados com fezes 
Fatores de risco: 
1. Países de baixa estrutura econômica e sanitária 
2. Coprofagia: crianças que botam tudo na boca e acabam ingerindo fezes 
3. Fezes humanas contaminadas usadas como adubos em plantações
Morfologia: 
Este apresenta-se de três formas:
1. Ovo 
2. Larvas ( L1 a L5)
3. Verme adulto ( Fêmea sendo maior e mais robusta) 
Ciclo biológico
o ciclo biológico desse nematelminto é um ciclo monoxênico, ou seja, apresenta apenas um hospedeiro durante todo o seu ciclo, que é o ser humano. 
1. O verme adulto presente no intestino delgado (íleo e jejuno) acasalando e realizando ovipustura de até 70 mil ovos por dia;
2. Os ovos saem pelas fezes humanas e se instauram no solo (nas formas infértil e fértil) encontrando condições ambientais favoráveis ao seu desenvolvimento- solo quente e úmido e C02. A larva L1 dentro do ovo transforma-se em 8 dias na forma L2. 
3. A forma L2 por sua vez, transforma-se na forma L3 que já é uma forma infectante ao ser humano. 
4. Esta fase é considerada a fase infectante para o ser humano, pois é nela que o ser humano adquiri pela ingestão de água e alimentos contaminados a fase larval;
5. Quando a larva (ainda dentro do ovo) chega ao intestino, esta encontra condições como a concentração de CO2 e acidez que promove o desprendimento dessa larva no duodeno. 
6. Nessa fase a larva começa a penetrar os lúmens intestinais, chega ao sistema portal, vai para o ventrículo direito e de lá para capilares pulmonares. Essa migração é conhecida como CICLO DE LOSS.
7. L3 se transforma em L4 e posteriormente em L5 na cavidade pulmonar, rompendo os capilares e os alvéolos durante esse processo, ascendendo até a traqueia de onde poderá seguir dois trajetos: 
· Ser liberado para o meio esterno pela expectoração 
· O paciente degluti as larvas e estas chegam até o intestino onde lá se tornarão vermes adultos e fecharão o ciclo. 
Migração do parasita para o pulmão- ciclo de loss ou ciclo cardiopulmonar: 
1. Os ovos atravessam as paredes intestinais entram nas vênulas e linfáticos 
2. Passam para a circulação portal chegando ao fígado e ao coração direito 
3. Alcançam os alvéolos e amadurecem 
4. Ascendem pelo bronquíolo, brônquio, traqueia, laringe e faringe, provocando tosse ao passar pela epiglote
5. São expelidos pela expectoração ou são engolidos e retornam ao intestino delgado. 
Sintomatologia: 
Na grande maioria das vezes o quadro de ascaridíase é ASSINTOMÁTICO. 
Síndrome de loeffle: Surge com o ciclo de loss, caracterizando-se por uma pneumonite (inflamação dos pulmões), com a forte presença de um infiltrado inflamatório do tipo eosinofílico e presença de edema e hemoptise. Brônquio espasmo devido ao edema, obstrução das vias aéreas. 
Migração errática: Quando a densidade populacional é tão grande essas larvas começam a migrar para outros órgãos. 
Problemas intestinais: A presença de grandes quantidades de vermes adultos provoca no paciente dor abdominal, distensão, anorexia por falta de apetite e diarreia. 
O intestino é capaz de suportar distensões excessivas pelo aumento do número de parasitas, mas em casos extremos pode gerar:
· Volvo intestinal: torção do intestino prejudicando o fluxo sanguíneo. 
· Infarto 
· intestinal 
Diagnóstico: 
1. História clínica – coleta de sintomas 
2. Visualização direta nas fezes- EPF 
3. Técnica de Lutz/Hoffman – esfregaço fecal para detecção do parasita (ovo)
4. Método de Kato-katz- cálculo da quantidade de parasita (carga parasitária)
5. Exame de faust: identificação microscópica 
6. Exame de sangue- eosinofilia 
7. Exames radiológicos- identifica bolos de áscaris e infiltrado inflamatório no pulmão (síndrome de loffer) 
8. Endoscopia- identificação de larvas e vermes adultos diretamente. 
Strongyloides stercoralis
Pertencente aos nematelmintos, sendo responsável por causar strongiloidíase.
Os solos, alimentos e água infectada com fezes contendo esses verme, são as principais fontes de contaminação. A entrada desses ocorre também de forma direta na pele do indivíduo, incidindo fortemente sobre os que não utilizam sapatos ao pisarem em solos. 
Morfologia:
O verme fêmea apresentam a característica de serem maiores que os machos, sendo essas a única forma infectante e capaz de causar doença. 
Estas são ovovíparas e colocam ovos já férteis (com larvas já desenvolvidas em seu interior) e prontas para eclodirem na parede intestinal).
Os machos vivem no solo, não causam infecção e se alimentam de dendritos do próprio solo. 
 Existem dois tipos de larvas: 
1. Larva rabiditoide ( são liberadas nas fezes e não causam infecção no hospedeiro) 
2. Larva filarioide (causam infecção) 
Habitat e ciclo biológico:
Os vermes fêmeos encontram-se alojadas a parede intestinal, especificamente nas glândulas de lieber-kuhn no duodeno. 
Em infecções mais graves elas podem habitar desde a região pilórica do estomago até o final do intestino. 
 
1- As larvas rabiditoides (presentes nas fezes e incapaz de gerar infecções) podem seguir dois caminhos até se transformar na forma infectante: filarioide. 
· Caminho direto: dura de 24-72h e já se transformam em filarioide 
· Caminho indireto: de 18- 24h se diferenciam em vermes machos ou fêmeas que ao cruzarem dão origem aos ovos tripoides
· Os ovos dão origem aos rabitidoides que por sua vez se transformam novamente em filarioide e estão prontos para adentrar pela pele ou mucosa do paciente. 
Assim como os áscaris, este verme também realiza o ciclo de Loss, seguindo o mesmo princípio. 
Ciclo de vida livre: reprodução no solo e fora do hospedeiro;
Ciclo de vida parasitário: ocorre dentro do ser humano, principalmente no pulmão e intestino. 
Quadro infeccioso: 
As infecções geradas pela estrangiloidíase apresentam vias de infecção que geram quadros crônicos silenciosos e até mesmo quadros de intensa infeção e parasitose.
A larva rabitiforme (não infectante) podem tanto ser eliminadas nas fezes, quanto evoluírem para a fase filarioide (forma infectante), gerando esse quadro de autoinfecção, explicando o fato dessa infecção persistir por muitos anos no indivíduo
Fatores de risco: 
· Desvantagem socioeconômica 
· Precário saneamento básico 
· Andar descalço 
· Sexo masculino 
· Idade avançada 
· Transmissão animal-humana 
Fatores de risco no quadro de infeção disseminada
· uso abusivo de corticoides e outros imunossupressores;
· imunidade celular alterada 
· neoplasias (linfoma, leucemias)
· transplante de órgãos 
· paciente portadores de HIV
sinais e sintomas
Diagnostico:
· Exame parasitológico das fezes (identificação direta das larvas rabiditoides- 3 a 5 amostras)
· Coprocultura: usado quando o médico ainda suspeita da infecção mesmo quando os exames parasitológicos de fezes dão negativos, ou quando as fezes não estão bem formadas, o que seria ideal para o parasitológico de fezes. 
· Coleta de secreções pulmonares (escarro, por exemplo) 
· Analise de urina, liquido da ascite ou cefalorraquidiano. 
· Endoscopia digestiva 
Métodos indiretos: 
· Hemograma: eosinofilia 
· Rx de tórax 
· Rx de abdomem 
· Exames imunológicos ( IgG, IgM, ELISA) CORTICOIDES
Os corticoides são hormônios de natureza esteroidica produzidos pela porção cortical das glândulas adrenais e constituem três famílias: 
1- Glicocorticoides 
2- Mineralocorticoides 
3- Andrógenos adrenais 
A ação desses é de suprimir as repostas imunológicas normais,sendo por isso indicado para o uso em doenças autoimunes, em que anticorpos são produzidos para destruir células e tecidos especiais do nosso corpo. 
A relação desse uso exagerado do corticoide com o quadro de parasitemia visto acima deve-se ao fato de que a degradação desse fármaco gera metabolitos semelhantes ao 20-hidroxiecdisona que é um hormônio que favorece a mudança da larva no formato rabidtoide (não infectante) para a forma filarioide (infectante), assegurando a cronicidade da infecção que pode desencadear-se em uma hiper infecção ou infecção disseminada se essa transformação larval for intensa.

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