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APOSTILA-METODOLOGIA-E-DESENVOLVIMENTO-DE-MATERIAIS-DIDÁTICOS-PARA-A-EDUCAÇÃO-BÁSICA (1)

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METODOLOGIA E 
DESENVOLVIMENTO DE 
MATERIAIS DIDÁTICOS PARA A 
EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase 
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre 
o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para 
todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. 
Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo 
de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
1 Diferenciação: didática, metodologia e método 
Este tópico concentra-se no conceito e na diferenciação dos termos 
didática, metodologia e método que deve estar no cerne da profissão docente de 
maneira clara e precisa. O entendimento desse conceito contribui para a seleção 
de práticas docentes específicas, capazes de auxiliar o desenvolvimento 
cognitivo dos estudantes. Consoante a isso, Zoppo (2020), afirma que didática é 
um conceito fundamental, na prática, educacional, destacando-se como uma 
prática social e dinâmica. É importante compreender que a educação não ocorre 
de forma estática e única, mas sim por meio de um constante movimento de 
saberes, conceitos, métodos e orientações que são reinterpretados ao longo do 
tempo. Nesse contexto, é relevante esclarecer alguns termos amplamente 
utilizados no campo educacional, que continuam em evolução. 
A palavra “didática” teve seu primeiro registro no mundo grego e 
originalmente significava facilitar o ensino e a aprendizagem dos modos de 
conduta. A partir desse ponto, seu uso se expandiu e a didática passou a ser 
aplicada tanto na transmissão de conteúdos morais quanto cognitivos. Portanto, 
atualmente, a didática abrange ambos os aspectos (LUCKESI, 2014). 
A didática refere-se à maneira pela qual o professor utiliza metodologias 
e estratégias para conduzir diferentes etapas do processo de ensino. E 
desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de uma aula, 
possibilitando um diálogo crítico entre todos os elementos envolvidos no 
processo pedagógico, incluindo o professor, os alunos, a disciplina, o conteúdo, 
o contexto e as estratégias metodológicas. É por meio da aplicação adequada 
da didática que se promoverá uma aprendizagem significativa e eficaz, 
estimulando a participação ativa dos alunos e favorecendo a compreensão e 
assimilação dos conteúdos abordados. 
Corretamente observado, nenhuma prática pedagógica é neutra, ao estar 
intrinsecamente relacionada a concepções filosóficas de educação que 
influenciam como o ensino é conduzido em uma determinada instituição 
educacional. Zoppo (2020), define o conceito de didática como a mediação 
realizada pelo professor, que transforma a teoria pedagógica em prática 
pedagógica. Nesse sentido, a didática desempenha um papel fundamental ao 
traduzir os princípios teóricos em ações concretas de ensino, considerando as 
características dos alunos, os objetivos educacionais e o contexto em que ocorre 
o processo de ensino-aprendizagem. Através dessa mediação, a didática 
possibilita a aplicação efetiva das teorias pedagógicas no cotidiano escolar, 
promovendo uma educação mais significativa e enriquecedora. 
A didática vai além do ensino de técnicas e estratégias para o 
desenvolvimento da aprendizagem; ela desempenha um papel mais relevante: 
o de fomentar uma ação-reflexão crítica por parte do professor na condução da 
prática educativa. Ela estabelece uma conexão entre as opções filosóficas e 
políticas da educação, considerando a complexidade técnica, humana e política 
envolvida. Não se limita apenas à transmissão de conhecimentos e habilidades, 
mas engajará o professor em uma abordagem reflexiva, onde suas escolhas 
pedagógicas são conscientemente fundamentadas e direcionadas pelos 
princípios filosóficos e políticos subjacentes à educação. 
Além disso, a didática reconhece a natureza multidimensional da prática 
educativa, envolvendo aspectos técnicos, humanos e políticos, e incentiva uma 
análise crítica dessas dimensões para promover uma educação mais abrangente 
e impactante (ZOPPO, 2020). 
Em se tratando a método, consoante a referida autora, o termo tem origem 
no latim, derivado da palavra “methodus”, que significa o caminho ou a via para 
alcançar algo. Dessa forma, o método é o processo utilizado para alcançar um 
objetivo específico ou obter um conhecimento desejado. 
Os métodos de ensino consistem nas estratégias planejadas e 
implementadas pelo professor, de modo a organizar e estruturar as atividades 
visando promover a aprendizagem em relação a um conteúdo específico. Dentro 
desse contexto, existem diferentes classificações dos métodos de ensino 
consoante o que Libâneo (1994) citado por Zoppo (2020) apresenta, incluindo o 
método de exposição pelo professor, método de trabalho independente, método 
de elaboração conjunta ou conversação, método de trabalho em grupo e método 
de atividades especiais. Cada um desses métodos tem características e 
abordagens distintas, adequados para diferentes contextos e objetivos 
educacionais. 
Método de exposição: envolve o professor transmitindo informações 
como atividade principal. Esse método é valioso quando utilizado para motivar e 
estimular os estudantes a aprender, mediante relatos, curiosidades ou 
experiências que despertem seu interesse. 
Método de autonomia na aprendizagem: tem como propósito 
apresentar cenários de aprendizagem direcionados e orientados pelo professor 
de maneira indireta, seja por intermédio da leitura de um texto, seja por uma 
atividade de estudo direcionada ou pela elaboração de um esboço cartográfico. 
Método de colaboração mútua ou diálogo: neste método, o propósito 
é incentivar os alunos a manifestarem suas perspectivas, compartilhando 
experiências, debatendo e permitindo que se expressem, resultando na 
construção de novos conhecimentos. 
Método de colaboração em equipe: enfatiza a cooperação no 
desenvolvimento de uma atividade específica. As equipes são normalmente 
formadas por três a cinco alunos, de preferência com competências e aptidões 
diversas, de modo a promover a assistência mútua entre os membros da equipe. 
Método de práticas diferenciadas: apresentará práticas diferenciadas, 
como encontros de estudantes, excursões a museus, instituições de caridade, 
indústrias, mercados, universidades, usinas de energia, entre outras. De forma 
que essas práticas complementem os demais métodos de ensino e também 
ampliar o conhecimento dos alunos. 
Em uma única aula é possível abranger diversos métodos, no entanto, a 
seleção do método dependerá da finalidade que o professor alcançará nessa 
atividade educacional. 
No que tange a metodologia é a exploração de múltiplos caminhos refere-
se ao ensino que os professores observam, planejam e vivenciam em sala de 
aula, ou seja, orienta o ensino-aprendizagem de acordo com determinados 
objetivos ou metas educacionais. Com base na definição anterior, entende-se 
que a metodologia refere-se a pensar sobre o método. Em outras palavras, seu 
papel é orientar o professor a escolher as melhores estratégias em função dos 
métodos utilizados. 
Um professor deve ser um bom estrategista e saber claramente o que 
planeja alcançar com o processo de ensino. Assim, pode-se concluir que as 
estratégias de ensinopodem auxiliar os alunos na aquisição de novos 
conhecimentos e são necessárias para a aprendizagem (ZOPPO, 2020). 
 
1.1 As atribuições dos recursos e materiais pedagógicos 
Para Zoppo (2020), os recursos e materiais didáticos desempenham um 
papel fundamental nos procedimentos de ensino e aprendizagem, quando forem 
empregados adequadamente e com a participação ativa dos alunos durante as 
aulas. Nesse contexto, é responsabilidade do professor monitorar atentamente 
as reações dos estudantes, a fim de determinar se há um envolvimento genuíno 
de toda a turma nas atividades propostas e se o material selecionado atende às 
necessidades individuais de cada aluno. 
Entende-se que o material didático desempenha um papel auxiliar 
essencial nos processos de ensino e aprendizagem, e uma variedade de 
materiais é aprimorada e redesenhada para melhor atender aos interesses tanto 
do professor quanto do aluno. 
Existem alguns materiais didáticos levados para a sala de aula pelo 
professor, mas que não foram originalmente desenvolvidos com finalidade 
pedagógica específica. Um exemplo disso é o ábaco, que foi criado e projetado 
para auxiliar as pessoas nos cálculos. Atualmente, esse recurso é utilizado na 
sala de aula como um material didático para auxiliar os alunos a compreender o 
sistema de numeração e as operações fundamentais. Em contrapartida, 
podemos mencionar o material dourado, que foi criado e desenvolvido com 
propósitos pedagógicos. Sua invenção surgiu devido às dificuldades enfrentadas 
por estudantes com necessidades especiais em relação às relações numéricas 
abstratas. 
A educadora e médica Maria Montessori, ao perceber que seus alunos 
aprendiam mais através da ação do que apenas do pensamento abstrato, 
desenvolveu o material dourado para disponibilizá-lo para uso de todos. Ela 
constatou que as crianças aprendem por meio de experiências concretas, 
dispensando a necessidade de repetir várias listas de exercícios, o que se torna 
um trabalho exaustivo e desprovido de significado. 
De acordo com Montessori (1965), quando as crianças interagem com o 
material, elas se dedicam a uma atividade concentrada e séria, que aparenta 
emergir do âmago de sua consciência. É possível afirmar, de fato, que as 
crianças se situam em circunstâncias propícias para alcançar a mais alta 
realização de que sua mente é capaz. 
Outrossim, Zoppo (2020), esclarece que assim como a utilização dos 
tradicionais quadro-negro, giz e apagador quanto o aproveitamento de outras 
tecnologias, como computadores, televisões e softwares, os materiais didáticos 
desempenham um papel significativo na prática docente em sala de aula e 
devem estar alinhados ao plano de ensino. Contudo, o sucesso de sua eficácia 
não se limita apenas às características do recurso, mas também à maneira como 
o professor o emprega. É incontestável que alguns recursos didáticos podem 
contribuir para os alunos refletirem e se apropriarem dos conteúdos abordados 
em uma aula, porém é responsabilidade do educador fazer uso oportuno e 
criativo dos inúmeros materiais disponíveis. 
Lopes (2019) leciona que, embora os recursos didáticos apresentem 
vantagens evidentes, nem todos os educadores os exploram e utilizam 
adequadamente. A maioria dos professores tende a adotar abordagens de 
ensino tradicionais, como aulas expositivas, em que prevalece a transmissão dos 
conteúdos e das ideias pelo docente, demonstrando certa relutância em buscar 
inovações, muitas vezes impulsionados pelo receio ou pela comodidade. Os 
conteúdos transmitidos aos alunos por meio de aulas expositivas não interativas 
podem ser mais facilmente esquecidos, uma vez que esse método de 
aprendizagem se mostra menos eficiente, podendo comprometer o potencial de 
aquisição de conhecimento. 
O professor eficaz é aquele que demonstra flexibilidade em relação ao 
seu estilo e prática pedagógica, adaptando-se conforme as necessidades de 
aprendizagem de seus alunos. Os recursos didáticos desempenham um papel 
crucial ao auxiliar e facilitar o desenvolvimento de diversas atividades em sala 
de aula. É imprescindível que o docente esteja familiarizado com os recursos 
disponíveis e consiga selecionar e utilizar o material adequadamente, 
considerando o conteúdo a ser abordado, o perfil do público-alvo e os objetivos 
educacionais a serem alcançados. 
Quanto maior for a disponibilidade de acesso a uma ampla gama de 
materiais diversificados, maiores serão as oportunidades de encontrar aqueles 
mais adequados às necessidades educacionais. Nesse sentido, os educadores 
assumem a responsabilidade de selecionar, adaptar e até mesmo criar novas 
alternativas, valendo-se de diferentes recursos, como textos, experiências 
práticas, vídeos e revistas de divulgação científica, entre outros. 
1.2 Parâmetros para seleção, emprego e criação de recursos e materiais 
didáticos na educação básica 
Para explorar os parâmetros que norteiam a seleção, o uso e a elaboração 
de recursos e materiais didáticos na educação básica, é fundamental realizar 
uma análise aprofundada do desenvolvimento cognitivo. Para Zoppo (2020), 
consoante a Piaget (1971) e Vygotsky (2007), respectivamente, o progresso 
cognitivo humano é baseado em um sistema biológico e ocorre em fases 
determinadas pela idade. No entanto, durante esse processo de 
desenvolvimento, é crucial que o indivíduo desempenhe um papel ativo, agindo 
como um explorador do mundo. Ao interagir com o ambiente externo e com 
outros indivíduos, eles ampliam seus conhecimentos. 
As interações sociais desempenham um papel primordial na construção 
do conhecimento, uma vez que são por meio delas que ocorre o 
desenvolvimento. A linguagem e a manipulação de ferramentas são elementos 
essenciais que facilitam a mediação dessas interações com outros indivíduos e 
até mesmo com o ambiente natural, contribuindo, assim, para o progresso da 
cognição humana. 
 Ao selecionar recursos didáticos, o professor pode embasar sua escolha 
nos estágios de desenvolvimento da inteligência humana propostos por Piaget, 
conforme a epistemologia genética: 
1. Estágio sensório-motor — crianças de 0 a 2 anos; 
2. Estágio pré-operatório — crianças de 2 a 7 anos; 
3. Estágio operacional concreto — de 7 a 11 anos; 
4. Estágio operacional formal — de 11 anos até a fase adulta. 
O estágio sensório-motor, caracterizado por crianças de até cerca de 2 
anos, é um período em que a descoberta do mundo ocorre principalmente por 
meio dos sentidos e da manipulação. Nessa etapa, é recomendável utilizar 
materiais didáticos adequados, como objetos com diversas características, como 
tamanho, forma, textura, cor e consistência; brinquedos com tampas e 
elementos atrativos; brinquedos de encaixe; livros com imagens grandes, entre 
outros exemplos. 
O estágio pré-operatório é identificado como uma fase em que as 
crianças apresentam um desenvolvimento significativo da imaginação e 
memória, além de demonstrarem curiosidade por tudo ao seu redor. Para essa 
etapa, existem diversos exemplos de materiais didáticos adequados, tais como 
blocos pedagógicos, jogos de encaixe, quebra-cabeças, materiais recicláveis, 
uma variedade de livros de literatura, música, filmes, entre outros recursos. 
O estágio das operações concretas é reconhecido como uma fase que 
traz consigo importantes mudanças cognitivas. Nesse período, as crianças 
começam a resolver problemas mentalmente, apresentam maior habilidade com 
números e conseguem distinguir a fantasia da realidade. Para essa etapa, 
existem diversos exemplos de materiais didáticos adequados, como bola de 
futebol, bola de basquetebol, bolinha de gude, jogos de montar, jogos com regras 
estabelecidas, jogos de construção, jogos de perguntas e respostas, quebra-
cabeças com níveis de dificuldade mais complexos, materiais para contagem 
(como tampinhas e botões), diferentes conjuntos de miniaturas para 
agrupamentos, filmes variados,livros literários e didáticos, mapas, obras de arte 
e material dourado, entre outros recursos. 
O estágio das operações formais é o período em que os estudantes 
conseguem atribuir significado a termos abstratos, ou seja, conseguem resolver 
situações sem depender de material manipulável. Além disso, conseguem lidar 
com situações hipotéticas, criando outras possibilidades e estratégias para a 
resolução de problemas. Exemplos de materiais didáticos adequados para essa 
fase incluem jogos com regras estabelecidas, jogos de tabuleiro, softwares 
educacionais, dicionários, jornais, panfletos, mapas, entre outros recursos. 
Em suma, Zoppo (2020), reconhece que os estágios de desenvolvimento 
cognitivo nem sempre ocorrem na idade esperada. No entanto, utilizar esses 
estágios como referência para a seleção de materiais didáticos pode ser uma 
das opções disponíveis. A seleção dos recursos e materiais didáticos deve ser 
realizada com base em um planejamento cuidadoso dos processos de ensino, 
considerando as diversas situações que podem surgir ao abordar os conteúdos 
e os objetivos desejados. Além disso, é importante considerar a motivação 
esperada por parte dos alunos e saber utilizar o material adequadamente. 
1.3 Resumindo 
Nesta aula aprendemos, que diante das reflexões e ao considerar as 
discussões realizadas, constata-se que durante o planejamento de uma aula, o 
professor é responsável por tomar decisões que abrangem desde a seleção dos 
métodos de ensino até a definição da metodologia e a escolha dos recursos a 
serem utilizados em sala. Essas escolhas desempenham um papel crucial no 
momento da elaboração da aula, ao procurarem facilitar, mediar e estimular a 
aprendizagem dos estudantes. Todo esse processo de preparação e condução 
da aula está inserido no âmbito da didática do professor. 
Na diferenciação entre didática, metodologia e método, aprendemos que 
a didática abrange como o professor emprega metodologias e estratégias para 
guiar as diversas etapas do processo de ensino, desempenhando um papel 
crucial no progresso de uma aula. Ela permite estabelecer um diálogo crítico 
entre todos os elementos presentes no contexto pedagógico, como o professor, 
os alunos, a disciplina, o conteúdo, o contexto e as estratégias metodológicas. 
Já o método é o processo utilizado para alcançar um objetivo específico 
ou obter um conhecimento desejado. 
Quanto a metodologia, refere-se a pensar sobre o método. Em outras 
palavras, seu papel é orientar o professor a escolher as melhores estratégias em 
função dos métodos utilizados. 
Portanto, a fim de investigar os princípios que orientam a escolha, o uso 
e a criação de recursos e materiais didáticos para educação básica, é essencial 
realizar uma análise detalhada do desenvolvimento cognitivo. 
2 Concepções epistemológicas do material didático 
O uso de recursos, como modelos e materiais didáticos, para ilustrar aulas 
não é algo novo. Desde a Didática Magna de Comenius, publicada em 1657, já 
se enfatizava a significância da utilização de diversos recursos materiais para 
promover uma aprendizagem mais efetiva. Educadores renomados, como 
Pestalozzi e Froebel nos séculos XVII e XIX, também defendiam a utilização de 
uma abordagem ampla e interativa com discentes, acreditando que isso 
resultaria em uma "educação ativa". Nesse sentido, Justino (2013), apresenta 
que a pedagogia ativa ganhou força no Brasil doravante ao movimento da Escola 
Nova, estabelecido com o manifesto de 1932, sendo pioneiro nesse movimento 
John Dewey. 
Essa abordagem pedagógica valorizava a autoinstrução do aluno, 
permitindo que ele se tornasse autor de suas próprias experiências mediante 
atividades e métodos ativos e criativos. Em outras palavras, essa pedagogia 
tinha como foco central o interesse do aluno. 
Espera-se que, nas atividades de aprendizado, haja uma integração entre 
os propósitos educacionais e os interesses pessoais do estudante. Educadores 
renomados, como Maria Montessori e Ovide Decroly, foram inspirados pelas 
ideias de Dewey e criaram diversos jogos e materiais com o propósito de 
aprimorar o ensino. Desde então, foram desenvolvidos numerosos recursos 
didáticos com essa finalidade. 
Dentro do contexto da Escola Nova, além de John Dewey, reconhecido 
como seu pioneiro, existem outros educadores escolanovistas que 
desenvolveram métodos relevantes para o processo de ensino-aprendizagem. A 
seguir, a luz dos pensamentos de Justino (2013), estudaremos os principais 
escolanovistas e suas contribuições nesse campo. 
Kilpatrick (1871-1965), foi discípulo de Dewey, desempenhou um papel 
significativo na disseminação dos princípios da Escola Nova. Um dos métodos 
desenvolvidos por ele foi o método de projetos, que se baseia na realização de 
atividades intencionais em que os alunos participam ativamente em um ambiente 
natural, integrando e globalizando o processo de ensino. Por exemplo, a 
construção de uma casinha de coelhos pode envolver diversos ensinamentos, 
como geometria, desenho, cálculo e história natural. 
Os projetos são divididos em quatro etapas: estabelecer o objetivo final, 
preparar o plano, executá-lo e avaliá-lo. Eles podem se enquadrar em diferentes 
categorias, como projetos de produção, nos quais os alunos criam algo; projetos 
de consumo, nos quais eles exploram e analisam algo existente; projetos de 
resolução de problemas, nos quais buscam soluções para desafios específicos; 
e projetos de aperfeiçoamento de técnicas, nos quais procuram melhorar 
habilidades ou conhecimentos prévios. 
Decroly (1871-1931), desempenhou um papel importante como precursor 
dos métodos ativos, que se baseiam na ideia de permitir que os alunos 
conduzam seu próprio processo de aprendizagem e, assim, aprendam a 
aprender. Ele desenvolveu o método dos Centros de Interesse, que abordam 
temas como a família, o universo, o mundo animal e vegetal, entre outros. Esses 
centros de interesse são projetados para promover a observação, a associação 
e a expressão dos alunos. 
Diferentemente dos projetos, o método dos Centros de Interesse não 
pretende a construção de algo físico ou a conclusão de um projeto específico. 
Em vez disso, ele se concentra na exploração e no aprofundamento dos temas 
de interesse, incentivando os alunos a observar, fazer conexões e se expressar 
de diferentes maneiras. O foco está na participação ativa dos alunos e no 
desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais através da imersão em 
assuntos relevantes e significativos. 
Maria Montessori (1870-1952), foi uma das pioneiras na criação e 
implementação de métodos ativos na educação. O método Montessoriano 
possui um enfoque principal nas atividades motoras e sensoriais, especialmente 
na educação pré-escolar, e também é aplicado durante a segunda infância. 
Esse método valoriza o trabalho individual das crianças, embora também 
tenha um caráter social, pois incentiva a colaboração entre os alunos para criar 
um ambiente escolar positivo. O material utilizado no método Montessoriano é 
cuidadosamente projetado para estimular tanto o desenvolvimento sensorial 
quanto intelectual das crianças. O objetivo é proporcionar experiências 
enriquecedoras que promovam o aprendizado por meio da exploração, da 
experimentação e do envolvimento ativo dos alunos. 
Claparéde (1873-1940), utilizou o termo "educação funcional" para 
descrever a abordagem educacional que busca desenvolver os processos 
mentais, não apenas por si, mas em relação à sua utilidade para a ação presente 
ou futura, ou seja, para a vida na totalidade. A educação funcional busca atender 
às necessidades e interesses da criança, tornando-se um processo interno e não 
imposto externamente. 
Essa abordagem enfatiza a magnitude da atividade vital para o ser 
humano, sendo ao mesmo tempo, individualizada e social, promovendo a 
interação e socialização entre os alunos. O objetivo é proporcionar umaeducação que seja significativa, relevante e que esteja em sintonia com as 
dificuldades e interesses da criança, permitindo assim o desenvolvimento pleno 
de suas capacidades mentais e sociais. 
Piaget (1896-1980), renomado teórico da epistemologia, dedicou-se a 
explicar a evolução da inteligência humana. Seu foco principal foi o estudo da 
natureza do desenvolvimento intelectual em crianças. Ele advogou pelo uso do 
método da observação, por intermédio da pedagogia experimental, para 
compreender como a criança organiza mentalmente a realidade; enfatizou a 
importância de estimular o pensamento da criança, colocando-a em situações 
que a desafiem intelectualmente, e também defendeu que os professores devem 
respeitar as diferentes etapas do desenvolvimento da criança, adaptando suas 
abordagens apoiando as habilidades e necessidades individuais de cada 
estudante. 
Ao reconhecer e trabalhar com as particularidades do processo de 
desenvolvimento cognitivo da criança, é possível promover uma educação mais 
eficaz e adequada ao seu estágio de crescimento. 
Cousinet (1881-1973), foi responsável pelo desenvolvimento do método 
de trabalho em equipe, o qual consiste em diversas etapas: 
a) Acumulação de informações por intermédio de pesquisas; 
b) Exposição e elaboração das informações; 
c) Correção dos erros; 
d) Cópia individual dos resultados; 
e) Realização de desenhos individuais; 
f) Seleção do desenho mais significativo para ser arquivado na sala; 
g) Leitura do trabalho em grupo; 
h) Elaboração de uma ficha resumo. 
Ele era defensor da liberdade no ensino e do trabalho coletivo, 
acreditando que o trabalho em grupo possui valor pedagógico ao desenvolver 
virtudes sociais, tais como cooperação, auxílio mútuo, espírito de sacrifício, 
camaradagem e lealdade. Além disso, ele acreditava que essa abordagem 
fortalece o senso de grupo e colaboração entre os alunos. 
2.1 O emprego dos materiais didáticos na educação básica 
É fundamental que o professor saiba como utilizar de forma efetiva um 
material didático em sala de aula, para que esse recurso exerça seu papel como 
mediador da aprendizagem. Nesta perspectiva, Zoppo (2020), esclarece sobre 
a importância em compreender que o material didático nunca deve ultrapassar a 
categoria de meio, ou seja, auxiliar de ensino, sendo uma alternativa 
metodológica tanto para o professor quanto para o aluno. É essencial 
compreender que o material didático por si só não garante um bom ensino nem 
uma aprendizagem significativa, e ele não substitui a presença do professor. 
Todo material utilizado na sala de aula deve ser cuidadosamente 
selecionado e avaliado, pois, independentemente de quão estimulante possa 
parecer, o aspecto mais importante é a experiência significativa que o material 
proporcionará aos estudantes na compreensão dos conteúdos. O professor 
desempenha um papel fundamental ao guiar e contextualizar o uso do material 
didático, garantindo que ele seja integrado de maneira adequada ao processo 
de ensino-aprendizagem, enriquecendo a experiência educacional dos alunos. 
Corroborando, Justino (2013, p. 108 e 109): 
No contexto educacional, o material didático é a ligação entre a teoria 
(palavra) e a prática (realidade). Quando a aprendizagem não pode 
ocorrer a partir das experiências de vida, isto é, a partir do meio onde 
o aluno está inserido, o uso do material didático pode possibilitar esse 
aprendizado, representando, da melhor forma possível, saudações que 
favoreçam a compreensão do aluno. O material didático pode tornar 
concreto o que é estudado por meio de palavras, compapel importante 
no trabalho docente de todas as disciplinas. É preciso lembrar que o 
material didático por si só não contempla o que é necessário para uma 
boa aula. É preciso que o professor, além do conhecimento que 
adquiriu e adquire constantemente, saiba utilizá-lo de forma criativa 
para tornar suas aulas dinâmicas e interessantes. 
Nesse sentido, a referida autora reafirma que a incorporação dos 
materiais didáticos nas escolas ocorreu gradualmente, influenciada por diversos 
educadores como Rousseau (1712-1758), Pestalozzi (1746-1827), Herbart 
(1776-1841), Froebel (1782-1852), Decroly (1871-1932) e Montessori (1879-
1952). Esses educadores desempenharam um papel importante ao estabelecer 
as bases teórico-metodológicas para a utilização desses recursos no processo 
educacional. Eles compreenderam a importância fundamental de aprender a 
aprender e, portanto, sentiram a necessidade de criar modelos de ensino que 
atendessem às demandas educacionais reais, levando em consideração o 
avanço científico e tecnológico. 
Durante muito tempo, educadores e demais envolvidos com a educação 
dedicaram-se a criar, desenvolver e aprimorar materiais didáticos pedagógicos, 
visando facilitar a aprendizagem e promover a melhoria da qualidade do 
processo educativo. O interesse em explorar e utilizar esses recursos visava 
oferecer suporte e enriquecer a experiência educacional, buscando estratégias 
mais eficientes para engajar os alunos e tornar o ensino mais eficaz. 
Ao produzir recursos e materiais didáticos para educação básica, Zoppo 
(2020), esclarece que o trabalho realizado pelo professor em sala de aula é 
estruturado de maneira organizada, intencional e sistemática, para promover a 
formação integral do aluno. Nesse sentido, é responsabilidade do professor 
planejar cuidadosamente as atividades de ensino, levando em consideração as 
necessidades individuais de cada estudante, além de selecionar os recursos 
adequados e definir as formas de avaliação. 
Ao selecionar os materiais, é preciso considerar os elementos que 
fazem parte do processo educacional: os sujeitos envolvidos 
(professor e aluno), os objetivos visados (as metas de ensino e 
aprendizagem a serem atingidas) e a situação de aplicação (tempo, 
espaço, equipamentos, tipos de materiais) (JUSTINO, 2013, p. 112, 
grifos do autor). 
Antes de entrar em sala de aula, o professor deve ter previamente 
selecionado ou produzido um material didático que seja capaz de auxiliar no 
processo de mediação entre o estudante e os objetos de conhecimento. Esse 
material tem o propósito de facilitar a compreensão, a aprendizagem e a 
interação do aluno com os conteúdos abordados, sendo uma ferramenta 
essencial para promover um ensino eficaz. O professor desempenha um papel 
crucial ao escolher e utilizar esses recursos, garantindo que sejam adequados 
ao contexto educacional e capazes de promover uma experiência de 
aprendizagem significativa para os estudantes. 
Cabe ressaltar que o recurso pedagógico em si não abrange o conjunto 
de elementos indispensáveis a uma aula de qualidade. É imprescindível que o 
docente, além de possuir e aprimorar constantemente seu conhecimento, seja 
capaz de empregá-lo de maneira inventiva, a fim de conferir dinamismo e 
atratividade às suas aulas. 
A finalidade do material didático em sala de aula é propiciar o 
aprendizado ao aluno, oferecendo a ele um ensino de qualidade, em 
que associe o conhecimento já adquirido aos novos. Para tanto, o 
professor deve atender aos critérios de qualidade na escolha dos 
materiais a serem utilizados, tendo em mente a importância deles à 
bem como sua influência na aprendizagem (JUSTINO, 2013, p. 112). 
Deste modo, consoante a Nérici (1971) citado por Zoppo (2020) as 
atribuições do material didático são as seguintes: 
1. Aproximar o discente da realidade do conteúdo a ser ensinado, 
proporcionando-lhe uma compreensão mais precisa dos eventos ou 
fenômenos investigados; 
2. Estimular o interesse pela aula; 
3. Favorecer a percepção e a compreensão dos eventos e conceitos; 
4. Concretizar e exemplificar o que está sendo verbalmente apresentado; 
5. Minimizar os esforços necessários para conduzir os alunos à 
compreensão dos eventos e conceitos; 
6. Contribuir para a consolidação da aprendizagem por meio de uma 
impressão mais vívida e sugestivaque o material pode suscitar; 
7. Proporcionar oportunidades para a expressão de habilidades e o 
desenvolvimento de competências específicas por parte dos alunos, 
seja através da manipulação de dispositivos ou da sua própria 
construção. 
Outrossim, conforme Justino (2013), os recursos pedagógicos 
apresentam diversas características que podem ser combinadas para apoiar a 
elaboração de um planejamento de atividades que estimulem a motivação, 
despertando o interesse e a participação dos estudantes. 
Quando viável, é recomendável que o professor ofereça oportunidades 
aos alunos para que eles próprios confeccionem os materiais a serem utilizados. 
Dessa maneira, será possível despertar o interesse e a curiosidade em relação 
ao tema a ser abordado em sala de aula, além de proporcionar satisfação através 
da realização da atividade. 
Podemos conceber qualquer recurso utilizado no processo educativo 
como material didático, uma vez que seu propósito é facilitar a aprendizagem. 
Existem diversos tipos de materiais empregados para facilitar a compreensão 
dos alunos, variando desde os mais especializados até os menos 
especializados. Por exemplo, jornais e revistas podem ser excelentes recursos 
tanto para os estudantes quanto para os professores, quando utilizados para 
pesquisa de notícias e assuntos relacionados à sociedade, entre outros temas 
que ofereçam informações relevantes sobre a atualidade. 
No entanto, quando seu uso não é direcionado para ser um recurso 
didático, esses materiais tornam-se menos especializados em comparação, por 
exemplo, com vídeos preparados pelas Secretarias de Educação, que servem 
como auxílio no trabalho com temas transversais. 
Dessa maneira, os recursos pedagógicos são ferramentas utilizadas pelos 
profissionais envolvidos no processo educativo - educadores e investigadores - 
com o propósito de realizar a prática pedagógica, com o intuito de promover a 
construção do saber por meio da interpretação e utilização das tecnologias 
educacionais presentes nesse contexto (JUSTINO, 2013). 
2.2 Resumindo 
Nesta aula aprendemos, que a utilização de meios, tais como exemplares 
e recursos pedagógicos, para ilustrar as aulas não constitui uma prática recente, 
vindo desde a obra Didática Magna de Comenius, veiculada em 1657. Embora 
não exista uma fórmula pronta para o emprego de cada recurso, é crucial 
ressaltar que a atenção cuidadosa por parte do professor está diretamente 
relacionada à efetividade do material. 
Todo recurso utilizado no ambiente de sala de aula deve ser 
criteriosamente escolhido e avaliado pelo educador, haja vista que, 
independentemente do quão estimulante possa parecer, o recurso pedagógico 
em questão jamais deve transcender a classificação de instrumento 
complementar de ensino, configurando-se como uma opção metodológica tanto 
para o docente quanto para o discente. É imperativo compreender que o recurso 
pedagógico, por si só, não assegura uma instrução de qualidade nem uma 
aprendizagem de relevância, e ele não substitui a presença ativa do professor. 
Além dos recursos pedagógicos prontos para serem utilizados em sala, é 
viável também a criação de outros materiais por meio de parcerias entre 
estudantes e professores, seja utilizando materiais recicláveis ou até mesmo na 
forma digital, como jogos, vídeos, slides, entre outros 
3 Material didático, definição e atribuição 
As ferramentas de ensino devem obedecer ao princípio de atender às 
exigências do aprendizado, com efetividade e desempenho, e não com o 
propósito de diminuir o esforço do educador. Do ponto de vista de Justino (2013), 
a efetividade do processo de ensino-aprendizagem está associada à qualidade 
e quantidade dos conhecimentos construídos e compartilhados, por meio da 
interação com indivíduos e o ambiente, de forma autônoma e com o auxílio do 
professor. A maneira e as estratégias pelas quais o educador utiliza os recursos 
pedagógicos o auxiliarão a alcançar os objetivos estabelecidos por ele, 
relacionados ao tópico em questão. Portanto, é necessário adquirir 
conhecimento sobre os diferentes tipos de recursos pedagógicos disponíveis 
para auxiliar no desenvolvimento do processo educativo. 
No passado, o material didático tinha como função principal ilustrar as 
aulas e era apresentado aos alunos para reforçar o conteúdo explicado pelo 
professor. Atualmente, a finalidade dos materiais vai além de ilustrar, eles 
auxiliam os alunos no trabalho a ser desenvolvido, incentivando-os a investigar, 
descobrir e construir conhecimento. Dessa maneira, tornam o processo de 
ensino-aprendizagem mais dinâmico, proporcionando oportunidades para 
enriquecer as experiências dos alunos e aproximá-los da realidade. 
Com o contínuo avanço das tecnologias, muitos materiais foram 
aprimorados e modernizados. Portanto, é crucial que as escolas incorporem 
essas tecnologias, pois elas desempenham um papel importante na melhoria da 
qualidade do ensino, em conjunto com as inovações na prática pedagógica. No 
entanto, é importante destacar que não basta apenas utilizar a tecnologia, é 
necessário também inovar em termos de prática pedagógica. 
Do mesmo modo, segundo Bandeira (2017), a informatização das 
sociedades é resultado dos esforços científicos, tecnológicos e políticos, fruto de 
um rápido avanço decorrente da colaboração entre governos e organizações: 
desde a origem e desenvolvimento da internet, no período entre os anos de 1960 
e 1980, até a consolidação dos usos da rede e a proliferação de dispositivos de 
comunicação, como os telefones celulares, na década de 1990, e o surgimento 
das redes sociais e diversas outras ferramentas digitais, como blogs e 
repositórios digitais, que se popularizaram por volta dos anos 2000. 
Dessa forma, dentre as várias transformações ocorridas nesse intervalo, 
que culminaram na caracterização da chamada sociedade da informação, 
destaca-se a implementação de um conjunto de tecnologias que contribuíram 
para a expansão do trabalho colaborativo on-line. 
Nesse contexto, muitas pessoas já possuíam os recursos materiais e 
cognitivos para acessar a internet, e uma ampla gama de serviços foi viabilizada 
pelo uso das redes eletrônicas, tais como transações bancárias e comunicação 
por e-mail ou chat entre entidades públicas e cidadãos. 
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) desempenham um 
papel crucial na redução das barreiras de tempo e espaço na sociedade, 
facilitando a circulação de textos, imagens, áudios e vídeos por meio das redes 
de informação. Nesse sentido, a educação desempenha um papel fundamental, 
pois é necessário aprender a produzir, distribuir e compartilhar informações para 
expandir significativamente o conhecimento. 
Nesta perspectiva, Karling (1991) introduz uma nova taxonomia em que 
as tecnologias ganham destaque em relação ao paradigma anterior. Conforme 
mencionado por esse autor, os recursos instrucionais podem ser categorizados 
em: 
1. Recursos perceptivos: Esses recursos pretendem apoiar o processo 
de educação e aprendizagem, uma vez que a visualização do material 
desperta a atenção do estudante para o conteúdo em questão. São 
elementos que exibem ícones, os quais, por meio da percepção visual, 
fornecem a exposição da mensagem pretendida. Entre os recursos 
perceptivos estão o álbum seriado, cartazes, diafilmes, diagramas, 
espécimes e exposições. 
2. Recursos acústicos: Esses recursos visam promover a 
aprendizagem por meio da audição. Incluem elementos sonoros, 
como gravações de áudio, podcasts, palestras gravadas, entrevistas 
em formato de áudio e narrativas auditivas. 
3. Recursos audiovisuais: Esses recursos combinam elementos 
visuais e acústicos para enriquecer a experiência de aprendizagem. 
Abrangem materiais como vídeos educacionais, animações, 
documentários, apresentações multimídia e aulas em vídeo. 
4. Recursos multimodais: Essa categoria engloba materiais queutilizam múltiplos recursos, como texto, imagens, áudio e vídeo, de 
forma integrada. Proporcionam uma abordagem ampla e diversificada 
para a aprendizagem, podendo incluir recursos como livros interativos, 
aplicativos educacionais, jogos educativos e ambientes virtuais de 
aprendizagem. 
O quadro a seguir apresenta um resumo dos recursos mais utilizados na 
educação básica, consoante a Justino (2013): 
Quadro 1 – Recursos pedagógicos mais utilizados 
 
 
 
Recursos visuais 
Quadro de giz, flanelógrafo, imantógrafo, 
cartazes, mapas, flip-chart (bloco de 
papel), álbum seriado, dispositivos, 
diafilmes, retroprojetor (transparências), 
fotografias, mural didático, objetos, 
holografia. 
Recursos auditivos Rádio, discos, fita magnética, CD, DVD. 
Recursos 
audiovisuais 
tradicionais 
 
Dispositivos com som, diafilmes com 
som, cinema sonoro, televisão, 
videocassete, aparelho DVD. 
Recursos 
audiovisuais 
integrados ao 
computador 
CD-ROM, bases de dados, pacotes 
estatísticos, softwares, projetor de 
multimídia. 
Recursos 
audiovisuais 
baseados na internet 
Bases de dados, e-mail, áudio e 
videoconferências. 
Fonte: Justino (2013, p. 116) 
Essa classificação, proposta por Karling (1991), ressalta a importância 
das tecnologias como ferramentas de apoio ao processo educativo, oferecendo 
uma variedade de recursos para aprimorar a experiência de ensino e 
aprendizagem. 
Segundo Bandeira (2017), é importante ressaltar que muitas das decisões 
tomadas pelas editoras nesse ramo específico também são influenciadas pelas 
exigências do mercado e do público-alvo. Por exemplo, produzir materiais 
didáticos consoante os critérios de avaliação dos programas governamentais de 
distribuição para o ensino médio. 
Consequentemente, uma definição de material didático é amplamente 
difundida e influenciada pelos documentos das políticas públicas para a leitura 
no Brasil, ações estabelecidas a partir da década de 1990, especialmente pelo 
Ministério da Educação (MEC), visando implementar programas para o livro 
escolar. 
Entre os programas implementados pelo MEC na educação básica, 
destacam-se as políticas educacionais nas áreas de alfabetização, leitura e 
capacitação dos profissionais da educação. Essas ações abrangem a 
aprendizagem dos alunos, visam valorizar os educadores e têm como meta 
melhorar a infraestrutura física e pedagógica das escolas, sendo a maioria delas 
executadas como apoio aos órgãos estaduais e municipais. 
Um aspecto importante das políticas educacionais do MEC são os 
programas direcionados à alfabetização. Em 2007, por exemplo, pesquisadores 
envolvidos na produção de uma série sobre alfabetização para o Ministério 
levantaram diversas questões com base nas perguntas feitas por professores da 
educação básica sobre o uso do livro didático em suas práticas de ensino. 
As várias edições do PNLD desempenharam um papel fundamental na 
ampliação do uso do livro didático nas escolas, além de contribuírem para a 
atualização das concepções relacionadas ao ensino da língua portuguesa e da 
alfabetização. 
3.1 O livro didático como ferramenta pedagógica 
O livro didático é um dos meios empregados com maior regularidade nas 
instituições educacionais do Brasil. Outrossim, Zoppo (2020), afirma que isso 
ocorre em virtude de diversos elementos, tais como a sua acessibilidade 
facilitada, capaz de contribuir para a estruturação do material didático e para o 
arranjo da sessão de ensino, frequentemente poupando o tempo do educador 
na criação de tarefas. Ademais, é importante ressaltar que o livro didático 
constitui uma fonte de pesquisa variada acerca dos temas a serem abordados. 
E ainda, a referida autora discorre que no território brasileiro, o livro 
didático emergiu aproximadamente no século XIX, período em que o acesso à 
educação deixou de ser exclusividade da elite. Nessa conjuntura, esse 
instrumento educativo congregava todos os conhecimentos que deveriam ser 
transmitidos aos discentes. À medida que o ensino foi desmembrado em 
matérias distintas ao longo desse mesmo século, o livro começou a ser 
concebido por docentes especializados, assumindo, nesse momento, o papel 
primordial de estruturar e orientar as aulas. 
A partir do ano de 1938, mediante a promulgação do Decreto-lei 1.006, o 
manual pedagógico adquiriu a condição de recurso educativo, adotando uma 
perspectiva político-ideológica. Os docentes selecionavam os livros de uma lista 
previamente estabelecida pelo Estado, conforme as regulamentações dispostas 
no artigo 208, inciso VII, da Constituição Federal do Brasil de 1937. Nesse 
dispositivo, estabeleceu-se a responsabilidade estatal com a educação por meio 
de programas complementares e de material didático escolar. 
No que diz respeito ao papel desempenhado pelo manual pedagógico, 
conforme argumentado por Zoppo (2020), frente às contínuas mudanças 
tecnológicas que a sociedade tem enfrentado, o livro didático mantém sua 
relevância no ambiente escolar, pois os conhecimentos contidos nele estão de 
certa maneira organizados e isso pode auxiliar o docente na estruturação das 
atividades de ensino-aprendizagem. Contudo, o educador não deve restringir 
sua prática pedagógica à utilização exclusiva do livro didático: é imperativo 
diversificar os recursos didáticos empregados para enriquecer as aulas. 
Na atualidade, é possível observar nos livros didáticos como uma 
ampliação dos materiais anexados ao próprio livro, como adendos para 
produção de diversos materiais e indicações de fontes em plataformas digitais, 
como objetos de aprendizagem, sítios, produções cinematográficas, vídeos, 
entre outras sugestões. O educador não deve limitar sua prática pedagógica ao 
uso do livro didático: é essencial diversificar os materiais didáticos empregados 
para enriquecer as aulas. 
3.2 Parâmetros de avaliação: elementos das diretrizes governamentais 
para a alocação do livro didático 
A preocupação constante de todo educador é: como escolher o material 
didático apropriado para cada contexto de ensino-aprendizagem no trabalho 
pedagógico? Quais são as opções disponíveis de materiais didáticos e como 
utilizá-los na sala de aula? 
Bandeira (2017), retrata que o processo de seleção e avaliação do 
material didático é uma tarefa demorada e complexa, envolvendo professores, 
gestores e, por vezes, até mesmo alunos e a comunidade escolar. 
No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) é o órgão responsável por 
estabelecer critérios de avaliação para os livros didáticos. A maioria dos guias 
de avaliação concentra-se em duas etapas: a primeira aborda aspectos 
relacionados à sua materialidade (suporte, design e layout), enquanto a segunda 
está relacionada à garantia dos indicadores de qualidade estabelecidos para o 
conteúdo. 
Durante um longo período, entre as décadas de 1960 e 1970, o livro 
didático era concebido como um modelo vinculado aos manuais escolares, cujo 
objetivo principal era apresentar o desenvolvimento do conteúdo curricular, em 
detrimento de uma abordagem mais sintética que pudesse apoiar o processo de 
ensino e aprendizagem. 
Em relação a essa perspectiva, Zoppo (2020, p. 56) afirma que: 
O Programa Nacional do livro didático (PNLD) é um programa cujo 
objetivo é destinar obras didáticas e literárias de forma gratuita às 
escolas públicas e instituições filantrópicas que tenham o apoio do 
governo, visando contribuir com a prática pedagógica do professor. 
Com mais de 80 anos, esse programa vem sendo aperfeiçoado ao 
longo do tempo. A primeira iniciativa do projeto ocorreu em 1937 com 
a criação da Instituto Nacional do Livro, mas foi em 1985 que o governo 
federal criou o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) por meio 
do decreto 91.542, de 19 de agosto de 1985, para distribuir livros 
escolares a todos os alunos matriculados nas escolas públicas de 
ensino fundamental do país. 
Atualmente, o Programa Nacional do LivroDidático (PNLD) é executado 
pelo governo em etapas sucessivas, abrangendo os quatro níveis da educação 
básica: educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do 
ensino fundamental e ensino médio. O Ministério da Educação (MEC) é 
responsável pela seleção inicial, elaboração do guia PNLD, aquisição e 
distribuição dos materiais. 
As obras são distribuídas para todas as escolas públicas cadastradas no 
censo escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP). A entrega é 
realizada pelos Correios mediante um contrato estabelecido com o Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), onde a empresa contratada 
recolhe diretamente o material das editoras e efetua a entrega nas escolas. 
Os livros submetidos ao PNLD passam por uma avaliação técnica e 
pedagógica coordenada pelo MEC. Após essa avaliação, os livros são 
aprovados e incluídos na lista disponibilizada no guia do PNLD, para que a 
escolha dos livros seja feita por todos os segmentos da escola. É possível 
considerar que esse programa governamental desempenha um papel importante 
no processo de ensino em todas as escolas brasileiras (ZOPPO, 2020). 
Deste modo, para Luz (2016), o livro didático como material pedagógico 
desempenha um papel valioso no acesso à cultura e no desenvolvimento da 
educação. Em muitos lares brasileiros, ele assume a posição de primeiro livro, 
estabelecendo as bases para o hábito da leitura e o processo de aprendizagem. 
Ao longo de dois séculos, desde os primeiros manuais didáticos produzidos no 
Brasil, os livros passaram por inúmeras transformações, para acompanhar as 
novas dinâmicas presentes nas salas de aula e contribuir para uma 
aprendizagem significativa. 
Esses avanços refletem o compromisso da indústria editorial em 
incorporar novas tecnologias, avanços metodológicos, recursos visuais, 
diretrizes governamentais e atender à demanda dos educadores por materiais 
de qualidade que promovam valores de cidadania. 
3.3 Resumindo 
Nesta aula, tivemos a oportunidade de refletir sobre a importância das 
ferramentas de ensino em atender às necessidades de aprendizagem com 
eficácia e desempenho, em vez de apenas buscar facilitar o trabalho do 
educador. Ao contrário do passado, quando sua função principal era ilustrar as 
aulas e reforçar o conteúdo apresentado aos alunos, os materiais educacionais 
têm passado por constantes melhorias e modernizações com o avanço das 
tecnologias. No entanto, é importante ressaltar que não basta simplesmente 
utilizar a tecnologia, é necessário também inovar em termos de práticas 
pedagógicas. 
Durante a aula, foram apresentados os critérios utilizados para avaliar a 
qualidade do livro didático, considerado, pela maioria dos especialistas, como o 
recurso educacional mais aceito, democrático e abrangente. 
Além de fornecer uma breve contextualização sobre a utilização do livro 
didático no Brasil, foram mencionados alguns critérios a serem considerados na 
seleção do material. Também foi abordado o conceito do Programa Nacional do 
Livro Didático (PNLD) e seu objetivo dentro do contexto do governo federal. 
Em conclusão, é importante ressaltar que o livro didático é apenas um dos 
recursos disponíveis para os professores, devendo ser utilizado em conjunto 
com outras ferramentas trazidas para a sala de aula. Exatamente por isso, tem 
sido considerado um fio condutor na educação. 
4 Desenvolvimento de materiais didáticos alinhados ao planejamento 
O planejamento de ensino é um documento que contém os objetivos 
gerais e específicos, os conteúdos a serem abordados, a metodologia de 
desenvolvimento e os recursos utilizados. Podendo estabelecer metas a serem 
alcançadas em curto, médio ou longo prazo. Nesta perspectiva, Zoppo (2020), 
afirma, que uma preparação adequada para as aulas é essencial, pois 
improvisos e atividades descontextualizadas não são recomendados. Portanto, 
para a elaboração dos planos de aula é imprescindível, por permitir aos 
professores organizarem objetivos significativos, metodologia e avaliação 
coerentes. 
É de extrema importância ter uma clareza abrangente do que será 
realizado durante a aula. Um plano de aula detalhado deve ser elaborado, 
incluindo o tema a ser abordado, os objetivos a serem alcançados, o material a 
ser utilizado ou disponibilizado aos alunos, além das atividades a serem 
realizadas. Distribuir adequadamente o tempo para cada etapa do processo de 
ensino e aprendizagem promove um desenvolvimento mais efetivo das 
atividades em geral. 
Nesse sentido, é evidente que a aula começa antes mesmo do professor 
entrar na sala, pois sua preparação é resultado do diagnóstico da realidade na 
qual irá atuar. Portanto, o ato de planejar uma aula é uma das responsabilidades 
mais importantes do professor, sua preparação é uma das atividades essenciais 
no trabalho educacional. 
Nada substitui a relevância da preparação adequada da aula em si. Essa 
tarefa está intrinsecamente ligada à competência teórica do professor e aos 
compromissos com a democratização do ensino. Ao planejá-la, o professor 
estabelece objetivos claros, define os conhecimentos que serão abordados e cria 
desafios que incentivam os alunos a aprender. 
Dessa forma, fica evidente que o planejamento requer reflexão, pesquisa 
e cuidado, uma vez, que deve prever uma ampla variedade de recursos e 
estratégias para atender às diferentes demandas que surgirão ao longo do 
processo de ensino-aprendizagem. O plano de aula não pode ser considerado 
uma atividade aleatória, por estabelecer métodos, recursos e objetivos a serem 
alcançados em um dia de aula. Evidente a esta colocação, Justino (2013, p. 82) 
esclarece: 
O sujeito pode ser considerado em atividade quando o objetivo da ação 
é o motivo de sua atividade. Diferenciando as atividades teóricas das 
práticas, é o objeto, o motivo, que sempre responde à necessidade 
criada pelo sujeito, direcionando-o para a realização da atividade. 
Para promover uma prática docente eficaz, um plano de aula deve ser 
elaborado seguindo uma estrutura organizada, na qual todas as ações sejam 
intencionalmente pedagógicas. 
É a partir dos objetivos que os conteúdos de um componente curricular 
são estabelecidos. Se almejo que meus alunos sejam participativos e críticos, 
não posso considerar os objetivos apenas como um fim em si; o componente 
curricular deve ser utilizado como um meio para alcançar projetos mais amplos. 
Os objetivos educacionais são essenciais para o trabalho docente, exigindo que 
o professor os expresse ativamente, tanto no planejamento escolar quanto no 
desenvolvimento das aulas. 
Os conteúdos e os objetivos devem estar interligados, pois os conteúdos 
são os recursos utilizados para atingir um objetivo maior. Com objetivos e 
conteúdo definidos, o professor seleciona os procedimentos didáticos a serem 
utilizados para alcançar esses objetivos, ou seja, define a metodologia de ensino. 
Esses procedimentos compreendem atividades, métodos, técnicas e 
modalidades de ensino escolhidos com o propósito de facilitar a aprendizagem. 
São diversas formas de organizar as condições externas mais adequadas para 
promover a aprendizagem. 
A avaliação é a estratégia que o professor utiliza em sala de aula para 
avaliar a assimilação pelos alunos de um determinado conteúdo. A avaliação 
deve estar relacionada aos objetivos da aula. Por meio dela, o professor pode 
refletir sobre suas práticas, o desempenho dos estudantes e, assim, rever algo 
que não tenha ficado claro para eles (ZOPPO, 2020). 
Nesta perspectiva, Justino (2013), define que durante a prática 
pedagógica, o professor tem a oportunidade de observar e avaliar a eficácia de 
seus métodos e abordagens de ensino, buscando soluções práticas por meio da 
pesquisa para os problemas identificados. 
Além de elaborar e planejar as atividades, e ter um domínio do conteúdo 
a ser trabalhado, o professor também precisaselecionar e determinar quais 
materiais ou recursos didáticos serão utilizados. Nesse processo, é importante 
considerar critérios que permitam utilizar e avaliar como esses materiais 
didáticos podem contribuir para a ocorrência de uma aprendizagem significativa. 
4.1 A relação entre o processo de ensino-aprendizagem e os materiais 
didáticos 
Os materiais didáticos desempenham um papel importante como 
ferramentas e recursos de apoio para a prática docente. Justino (2013), retrata 
que, para sua elaboração e utilização, é crucial considerar a busca por uma 
aprendizagem significativa, pois isso promove a conexão com as questões do 
cotidiano do aprendiz. 
É interessante que o aluno participe ativamente da construção dos 
materiais utilizados, a fim de facilitar esse processo de aprendizagem. Existem 
diversas opções de materiais a serem utilizados em sala de aula, desde aqueles 
feitos com materiais reciclados até o quadro negro, televisão e os recursos mais 
modernos que envolvem novas tecnologias. 
A seguir, serão apresentados alguns materiais didáticos necessários e 
essenciais para o processo de ensino-aprendizagem. 
 Sucatas 
Sucatas são materiais considerados inúteis que podem ser reciclados, 
reaproveitados e transformados em objetos com diversas finalidades, como 
artesanato, decoração, recreação, educação, entre outros. 
Na escola, o uso de sucatas como material didático oferece benefícios 
significativos. Quando os alunos participam da criação desses materiais, 
sentem-se motivados e estimulados criativamente, despertando o interesse nas 
atividades propostas. 
Ao utilizar sucatas na confecção de materiais, o professor proporciona aos 
alunos o desenvolvimento de estruturas cognitivas essenciais para a autonomia 
e a construção do conhecimento. Quando as sucatas são utilizadas para criar 
novos sentidos e significados, elas possibilitam aplicar ações pedagógicas que 
estimulam a criatividade na confecção de materiais diferenciados, motivando e 
facilitando a aprendizagem. 
Quando transformadas em materiais pedagógicos, se tornam recursos 
motivadores e enriquecedores do processo educativo. O objetivo da construção 
desses materiais é proporcionar aos alunos a oportunidade de estimular e 
desenvolver sua percepção visual e tátil, coordenação motora e habilidades de 
linguagem oral. 
Existem diversos exemplos de sucatas que podem ser utilizados na 
criação de materiais educativos, como garrafas PET, tampas plásticas, caixas 
de leite, papelão, revistas, jornais e outros materiais recicláveis. Essas sucatas 
são excelentes para a confecção de materiais didáticos, atendendo a dois 
aspectos importantes. Em primeiro lugar, possuem baixo custo, tornando viável 
o seu uso nas escolas. Em segundo lugar, contribuem para o desenvolvimento 
da consciência ecológica dos alunos, atendendo a uma necessidade da 
sociedade atual (JUSTINO, 2013). 
 Massinha ou massa de modelar 
No ambiente escolar, as crianças têm grande afinidade com a massinha 
de modelar. Quando participam da preparação dessa massinha, a atividade se 
torna animada e divertida, permitindo que aprendam como ela é feita. A 
massinha de modelar é um material de fácil manuseio e possibilita a criação de 
uma variedade de objetos, como bonecos, animais, frutas, legumes, entre 
outros. É importante ressaltar que a massinha utilizada deve ser adequada para 
crianças, considerando sua segurança e faixa etária (JUSTINO, 2013). 
 Quadro de giz ou quadro branco 
No passado, especificamente até o século XIX, o quadro de giz era 
amplamente utilizado pelos professores, uma vez que os alunos tinham acesso 
limitado aos livros. Nesse contexto, o professor escrevia no quadro um resumo 
do conteúdo para os alunos poderem estudar. Atualmente, embora muitos 
professores ainda utilizem o quadro para essa finalidade, outros o utilizam 
apenas para demonstrar exercícios e fazer explicações. 
O quadro de giz é empregado pelos professores principalmente quando o 
assunto abordado é de difícil apresentação e representação por meio de outros 
materiais. Sempre que possível, é recomendável que os alunos também utilizem 
o quadro como ferramenta de aprendizado. É importante que o quadro seja 
dividido adequadamente em duas ou três partes, dependendo de seu tamanho. 
No entanto, deve-se evitar a transcrição de longos textos. Ao escrever, o 
professor deve evitar ficar de costas para a classe, a fim de não ocultar o que 
está sendo escrito. 
Atualmente, algumas escolas adotam o uso do quadro branco magnético, 
feito com um laminado de fórmica branca brilhante. Ele possui um suporte para 
canetas especiais desse tipo de quadro e um apagador. Além das anotações 
feitas com a caneta, é possível fixar ímãs nele. O quadro branco magnético pode 
ser instalado na sala de aula tanto na posição vertical quanto na horizontal. 
O quadro de giz é um instrumento utilizado pelos professores para auxiliar 
na exposição de conteúdo e ilustrar a aula, oferecendo algumas vantagens, tais 
como: 
a) Boa visibilidade do que é escrito no quadro; 
b) Disponibilidade fácil do material, já que todos os estabelecimentos de 
ensino possuem quadros de giz; 
c) Possibilidade de complementar outros recursos didáticos; 
d) Uso constante tanto por parte dos professores quanto dos alunos 
(JUSTINO, 2013). 
 Quadro expositor 
É um recurso versátil que serve para expor diferentes elementos. Pode 
ser confeccionado em materiais como papelão, cartolina ou madeira. Na escola, 
ele pode ser utilizado de diversas maneiras, como, por exemplo: 
 Disponibilizar os livros de leitura para os alunos terem fácil acesso a 
eles. 
 Utilizar como um quadro de chamada, onde os alunos colocam 
crachás com seus nomes. 
 Expor os trabalhos realizados em sala de aula. 
Como podemos perceber, há diversas possibilidades de uso para esse 
recurso, sendo necessário apenas ter criatividade. É um material que pode ser 
aproveitado em todas as disciplinas (JUSTINO, 2013). 
 Cartazes 
São recursos visuais, com o propósito de transmitir mensagens 
amplamente, buscando alcançar o maior número possível de pessoas. Eles são 
considerados meios de comunicação em massa e podem abordar temas 
religiosos, políticos, comerciais, campanhas educativas, utilidade pública, 
campanhas de vacinação, recomendações, sugestões, entre outros. A 
composição dos cartazes pode incluir ações ou sequências de ações, utilizando 
fotografias, desenhos, recortes de jornais e revistas, entre outros elementos. 
Na escola, especialmente na sala de aula, os cartazes são utilizados 
visando motivar e fornecer informações aos estudantes. É importante que os 
cartazes abordem apenas um tema e que o texto seja conciso e objetivo. Um 
cuidado relevante na elaboração dos cartazes, além do tamanho do texto, é o 
tamanho da fonte utilizada. Quando o texto é longo e apresenta letras 
desproporcionais, o cartaz pode se tornar visualmente cansativo, 
desencorajando as pessoas a lerem o seu conteúdo (JUSTINO, 2013). 
 Mural 
O mural didático é um recurso muito interessante utilizado para expor 
textos e ilustrações na sala de aula. Sua finalidade é despertar o interesse dos 
alunos, introduzir novos conteúdos, complementar as aulas e também servir 
como uma forma de avaliação dos temas estudados. 
Diferente do cartaz, o mural didático requer explicações e comparações, 
sendo mantido na sala de aula para auxiliar na compreensão e aprendizagem 
dos alunos sobre o conteúdo abordado. Esse material pode ser fixo ou móvel, 
sendo retangular e tendo sua base feita de isopor, cortiça, madeira, papelão, 
forrada com feltro, flanela, plástico, entre outros materiais. Geralmente, possui 1 
metro de largura e o comprimento varia consoante o tamanho da sala, podendo 
ocupar uma parede inteira ou não. 
Ao utilizar o mural didático, o professor deve considerar alguns detalhes 
que influenciam sua utilização na sala de aula: 
 A mensagemtransmitida precisa ser clara e simples; 
 O título deve ser conciso e chamativo, apenas para chamar a atenção; 
 Na ilustração da mensagem, podem ser utilizados objetos, fotografias, 
ilustrações, tabelas, gráficos, entre outros recursos visuais; 
 No texto, devem ser apresentados detalhes e explicações mais 
aprofundados. 
Esse tipo de mural desperta a atenção e o interesse dos estudantes, 
transmitindo informações e conhecimentos, além de motivar e estimular o 
trabalho em grupo. Também auxilia os estudantes na formação de opiniões, 
proporcionando diversas vantagens para o processo de ensino-aprendizagem 
(JUSTINO, 2013). 
 Varal 
Uma opção bastante interessante para ser utilizada em sala de aula é o 
varal didático. Essa ferramenta consiste em fixar fios em um quadro de giz, 
parede ou qualquer outra superfície adequada. Esses fios têm a finalidade de 
sustentar trabalhos feitos em cartolina, papel sulfite ou outros materiais similares. 
Os trabalhos são pendurados no varal seguindo uma ordem lógica conforme o 
desenvolvimento da aula. A confecção do varal é bastante simples: basta fixar 
os fios e preparar os materiais, como cartolinas, papel sulfite, papel cartaz, entre 
outros, com conteúdo relacionado ao tema de estudo. As folhas podem ser 
presas no varal mediante dobraduras, ganchos ou grampinhos de roupa, sendo 
a dobradura a opção mais prática (NÉRICI, 1971). 
 Imagens 
As imagens, como gravuras, fotografias, pinturas e ilustrações, são 
exemplos de linguagem visual. A arte dos ícones é considerada uma das formas 
de mídia mais antigas do mundo. 
As imagens impressas são recursos visuais amplamente utilizados no 
ambiente escolar. Além de enriquecerem as aulas expositivas, elas 
proporcionam uma maior proximidade do aluno com a realidade dos 
acontecimentos e fatos estudados. Isso estimula a curiosidade do aluno, facilita 
a assimilação do conteúdo e auxilia no desenvolvimento de sua criatividade. 
Esses materiais são simples, acessíveis, com um custo baixo. 
Dependendo do contexto da atividade realizada em sala de aula, as 
imagens podem se tornar objetos de pesquisa pelos alunos e servir como apoio 
para o trabalho do professor. Elas podem ser utilizadas para diversos propósitos, 
como motivação, exercícios de observação, exercícios orais, exercícios de 
interpretação, exercícios de apreciação e ilustração (NÉRICI, 1971). 
Ao utilizar imagens impressas, o professor deve observar algumas 
diretrizes. É importante selecionar imagens alinhadas com as ideias 
predominantes, evitando, detalhes excessivos. É recomendado utilizar um 
número limitado de imagens de cada vez, seguindo uma ordem específica, para 
evitar dispersão durante a apresentação. Durante a exploração das imagens, o 
professor deve orientar os alunos a observar os detalhes e descrevê-los, 
promovendo a interpretação deles (JUSTINO, 2013). 
A ilustração é um recurso valioso que permite transformar pensamentos 
e discursos em materiais visuais. O desenho pedagógico é especialmente útil 
para criar ilustrações que auxiliam no desenvolvimento das aulas. Para utilizar 
esse recurso, pode-se fazer uso de um quadro de giz ou cartazes, ambos 
adequados para transmitir a mensagem aos alunos de forma mais eficiente 
(NÉRICI, 1971). 
As imagens usadas como materiais didáticos devem ter um tamanho 
apropriado para que todos os alunos da sala possam visualizá-las 
adequadamente. 
 História em quadrinhos 
As histórias em quadrinhos fazem parte da produção cultural, assim como 
pinturas, esculturas, poemas e cinema. 
As histórias em quadrinhos são amplamente utilizadas no processo de 
alfabetização, por proporcionarem uma leitura agradável, e os desenhos 
despertam a atenção e o interesse dos aprendizes. As imagens presentes nas 
histórias em quadrinhos estimulam o interesse dos alunos, possibilitando uma 
alfabetização visual. Além de serem consideradas um meio de comunicação e 
uma forma de literatura, as histórias em quadrinhos oferecem várias vantagens 
quando utilizadas na educação (JUSTINO, 2013). 
 Retroprojetor 
É um dispositivo utilizado para projetar imagens ampliadas de textos, 
desenhos e outros elementos em uma tela ou parede. Essas imagens são 
impressas em lâminas de plástico transparentes, conhecidas como 
transparências. 
O professor pode aproveitar as transparências para ilustrar suas aulas, 
iniciar uma disciplina, realizar revisões e verificar conteúdos previamente 
abordados. Esse material é de grande auxílio tanto para o processo de ensino 
quanto para a aprendizagem, ao conseguir despertar o interesse e a 
concentração dos alunos. 
O retroprojetor é um recurso didático amplamente utilizado em salas de 
aula, auditórios e salas de conferência. Sua utilização apresenta várias 
vantagens: as transparências são leves e fáceis de transportar, substituem o 
quadro negro de forma eficiente, são de fácil manuseio e permitem que a pessoa 
que utiliza o retroprojetor mantenha o contato visual com a plateia. No entanto, 
atualmente, seu uso diminuiu porque os projetores modernos permitem a 
conexão direta com computadores e dispositivos de vídeo (JUSTINO, 2013). 
 Datashow 
O datashow é um dispositivo conectado ao computador e permite a 
projeção de conteúdos de diversas mídias, como som e vídeo. É um recurso 
amplamente utilizado para apresentações em sala de aula, palestras e 
exposições de trabalhos variados (JUSTINO, 2013). 
 Computador e o acesso à internet 
A presença do computador e da internet torna as aulas interessantes e 
estimulantes, tanto para o ensino quanto para a aprendizagem. O professor pode 
utilizá-los de maneira a proporcionar aos alunos a construção do conhecimento 
de forma agradável e instigante. A utilização do computador permite ao professor 
ilustrar a aula através da visualização de conteúdo, como textos, slides, filmes, 
vídeos, notícias, entre outros recursos. 
Na atualidade, as tecnologias estão presentes em diversas atividades 
humanas. Na área da educação, as novas tecnologias oferecem diferentes 
ferramentas que podem auxiliar. O surgimento do computador pessoal e o uso 
de recursos como TV, rádio e DVD resultaram no rápido desenvolvimento dessas 
ferramentas educacionais e, consequentemente, no uso frequente de 
representações audiovisuais no contexto escolar. 
A integração das novas tecnologias, como informática e computador, com 
os recursos didáticos cogita facilitar o processo educacional. Isso levou ao 
surgimento de uma nova tecnologia conhecida como multimídia, que utiliza 
diferentes meios para transmitir informações e conteúdos educacionais. Os 
multimeios, ou multimídias, possibilitam uma abordagem mais abrangente e 
interativa no ambiente educacional (JUSTINO, 2013). 
 Multimídias 
A utilização dos multimeios no contexto educacional integra diversas 
tecnologias, como DVD, datashow, notebook, home theater, pendrive, MP3 
player, MP4 player, celulares e outros dispositivos eletrônicos menores, em 
benefício da aprendizagem. Ao utilizar os multimeios como material didático, os 
professores devem fazê-lo adequadamente, considerando as necessidades de 
aprendizagem dos alunos, a fim de obter resultados significativos na produção 
do conhecimento. 
Quando utilizados corretamente, os multimeios promovem o 
desenvolvimento da criatividade dos alunos, facilitando a compreensão do 
conteúdo apresentado no ambiente escolar e permitindo uma maior interação 
entre professor e aluno. No entanto, é necessário que o professor não apenas 
saiba manusear essas ferramentas, mas também as aproveite adequadamente 
em sala de aula para estimular a aprendizagem dos alunos. 
A introdução do computador na área educacional possibilitou o uso de 
textos, imagens e sons em sala de aula, proporcionando o acesso a materiais 
interativos. Ele pode ser considerado um recurso dinâmico de mediação entre o 
professor e o aluno. 
A utilização dos multimeios e multimídiasna educação nos proporciona a 
oportunidade de conhecer e utilizar as linguagens presentes nos diversos meios 
de comunicação. Isso leva os alunos a se envolverem em um processo interativo, 
reflexivo e socializador, preparando-os para a sociedade contemporânea. 
Além dos materiais didáticos mencionados anteriormente, existem ainda 
uma variedade de recursos disponíveis, tais como filmes, vídeos, gravador, 
folders, jornais, revistas, mapas, museus, rádio, slides, televisão, livros didáticos 
e paradidáticos, CDs, DVDs, entre outros. 
A escolha dos materiais didáticos a serem utilizados desempenha um 
papel crucial. Como o professor é o autor de sua prática e um profissional 
reflexivo, é importante que ele tenha o cuidado de identificar e selecionar 
recursos que possam motivar e estimular os alunos, contribuindo para o 
desenvolvimento da reflexão sobre os conteúdos abordados. É fundamental 
lembrar que os materiais didáticos precisam ser adequados aos objetivos de 
aprendizagem. E que o professor faça um planejamento adequado, 
estabelecendo os objetivos a serem alcançados e como os materiais didáticos 
poderão auxiliar nesse processo. Dessa forma, as atividades educativas se 
tornarão eficazes para o aprendizado. 
4.2 Resumindo 
Nesta aula, foi evidente a importância do planejamento na prática, 
docente. Não é concebível uma instituição educacional sem um plano 
educacional estruturado e um plano de ensino bem organizado para orientar o 
professor na elaboração do plano de aula. O planejamento é essencial em todas 
as ações humanas e indispensável, na prática de ensino, ao ser por meio dele 
que se verifica se os objetivos educacionais foram alcançados, permitindo a 
revisão de estratégias caso os resultados não sejam satisfatórios. 
Um bom planejamento, no contexto educacional como o plano de aula, 
possibilita a seleção adequada dos materiais didáticos e como eles podem 
contribuir para o processo de ensino e aprendizagem. 
Discutimos também a utilização do material didático, sua classificação e 
importância. No entanto, é importante ressaltar que o material didático por si só 
não é suficiente para garantir uma boa aula. O professor, além de possuir 
conhecimento sólido e estar em constante aprendizado, precisa utilizá-lo de 
maneira criativa, a fim de tornar suas aulas dinâmicas e interessantes. É a 
combinação do material didático adequado com a habilidade pedagógica do 
professor que promove uma experiência de aprendizagem enriquecedora para 
os alunos. 
5 Legislação relevante para a elaboração e avaliação de materiais 
didáticos 
A criação de materiais didáticos envolve uma sequência de atividades 
cujo objetivo é estabelecer mecanismos eficazes de aprendizagem. Inicialmente, 
é realizado um processo de análise das necessidades dos alunos, seguido pela 
definição de objetivos e desenvolvimento dos materiais a serem implementados 
e avaliados. 
Nesse sentido, Castro et al. (2021), estabelece que é essencial buscar a 
integração entre os diferentes formatos de materiais didáticos, como impressos, 
digitais e audiovisuais, de forma que eles se complementem. É importante 
considerar também as potencialidades e limitações de cada linguagem utilizada, 
visando a troca de conhecimento, socialização e interação conforme as 
diferentes abordagens pedagógicas. 
Considerando a diversidade dos alunos em termos de condições físicas, 
intelectuais, emocionais, origens socioeconômicas, crenças, etnias, gêneros e 
contextos socioculturais, é fundamental que a escola seja acolhedora e inclusiva, 
oferecendo materiais didáticos adequados que abranjam as diversas áreas do 
conhecimento. 
Para atender a essas necessidades, é recomendável desenvolver 
materiais que englobem as diversas demandas, ampliando assim a oferta de 
recursos didático-pedagógicos. Nesse processo, é significativo utilizar e 
combinar diferentes meios de tecnologia da informação e comunicação (TIC). No 
entanto, é imprescindível que a produção desses materiais esteja conforme as 
orientações estabelecidas pela legislação educacional, a fim de garantir o 
desenvolvimento adequado dos processos educacionais. 
Visando aprimorar a qualidade dos livros didáticos, o Ministério da 
Educação (MEC) promoveu, em 1994, uma avaliação abrangendo os conteúdos 
programáticos, assim como os aspectos pedagógicos e metodológicos, dos dez 
títulos mais utilizados em cada área de ensino fundamental. Os critérios 
estabelecidos para essa avaliação foram divulgados no livro intitulado “Definição 
de critérios para avaliação dos livros didáticos”. 
A Resolução n.º 38 do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (CD/FNDE n.º 38), datada de 15 de outubro de 
2003, estabeleceu o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para o Ensino 
Médio (BRASIL, 2003c). Em 2009 e 2012, foram publicados os primeiros e 
segundos guias dos livros didáticos para o ensino médio, os quais continham 
critérios de avaliação específicos para livros de Física nessa etapa. 
Inicialmente, os critérios para análise dos materiais didáticos impressos 
eram definidos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). 
Posteriormente, foram incorporados à Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB), à Legislação em Educação a Distância (EAD), ao Parecer e à 
Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE/CP) que instituem as 
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a formação de professores da 
educação básica, bem como aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). 
A Constituição Federal de 1988 é a principal fonte de normas gerais para 
a organização do sistema educacional em níveis federal, estadual e municipal. 
Cada um desses níveis é responsável por estruturar seu próprio sistema de 
ensino, enquanto a coordenação da política nacional de educação é 
competência da União. 
A Lei n.º 9.394/96, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases (LDB), e 
suas subsequentes alterações foram derivadas da Constituição Federal (artigos 
205 a 214). Sua função primordial é regular e organizar a estrutura da educação 
brasileira, estabelecendo concepções, valores e finalidades para a educação. 
Ela estabelece referências de qualidade e orientações para a elaboração de 
materiais didáticos na modalidade de Educação a Distância (EAD) no ensino 
profissional e tecnológico (BRASIL, 1996). 
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) também estabelece a Base Nacional 
Comum Curricular (BNCC), que serve como referência para os currículos dos 
sistemas de ensino e redes de educação nas diferentes Unidades Federativas 
do Brasil. Além disso, a BNCC orienta as propostas pedagógicas de todas as 
escolas públicas e privadas que oferecem educação infantil, ensino fundamental 
e ensino médio em todo o país. 
Conforme o artigo 26 da LDB, os currículos do ensino fundamental e 
médio devem possuir uma base nacional comum, a qual deve ser 
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma 
parte diversificada que considere as características regionais e locais da 
sociedade, cultura e economia dos estudantes. 
A referida Lei estabelece ainda a existência de órgãos com funções 
normativas nos diferentes sistemas de ensino. No âmbito Federal, temos o 
Conselho Nacional de Educação (CNE), criado pela Lei Federal n.º 9.131/1995 
e vinculado ao Ministério da Educação (MEC) (BRASIL, 1995). Nos estados, 
existem os Conselhos Estaduais de Educação (CEE), e nos municípios há a 
possibilidade de organização dos Conselhos Municipais de Educação (CME). O 
CNE é responsável por emitir pareceres e resoluções sobre atos normativos, que 
serão analisados pelo MEC e posteriormente homologados ou não. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) são normas obrigatórias para 
a educação básica. Elas orientam o planejamento curricular das escolas e dos 
sistemas de ensino. Mesmo após a implementação da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC), as diretrizes

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