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Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 1 AUTOMAÇÃO E CONTROLE Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3 2. INSTRUMENTAÇÃO .................................................................................................................. 15 2.1 Representação gráfica de processos ...................................................................................................... 19 2.2 Transdutores .......................................................................................................................................... 45 2.3. Sensores Industriais .............................................................................................................................. 53 3. NIVEL .......................................................................................................................................... 57 3.1 MÉTODOS DE MEDIDA DIRETA ..................................................................................................... 58 3.1.1 Trena / Régua / Gabarito ................................................................................................................ 58 3.1.2 Visor de Nível / Gauge ................................................................................................................... 58 3.1.3 Boia / Flutuador .............................................................................................................................. 60 3.1.4 Eletrodos de contato ....................................................................................................................... 62 3.1.5 Sensor de contato ............................................................................................................................ 62 3.1.6 Unidade grade ................................................................................................................................. 63 3.2 MÉTODOS DE MEDIDA INDIRETA ................................................................................................. 63 3.2.1 Capacitância ................................................................................................................................... 63 3.2.2 Medição por empuxo ...................................................................................................................... 65 3.2.3 Medição por pressão hidrostática ................................................................................................... 67 3.2.6 Sensor por Radar – Propagação de Ondas Eletromagnéticas - Microondas ................................... 74 3.2.7 Medição por Pesagem (balança) ..................................................................................................... 77 3.2.8 Pás Rotativas – Chaves de Nível para Sólidos ............................................................................... 79 4. TEMPERATURA ......................................................................................................................... 80 4.1 Conceitos ............................................................................................................................................... 80 4.2 Modos de Transferência da Energia Térmica ........................................................................................ 81 4.3 Escalas de Temperatura ......................................................................................................................... 82 4.3.1 Conversão entre escalas .................................................................................................................. 83 4.4 Partes do transdutor ............................................................................................................................... 83 4.5 Classificação por Princípio de Funcionamento ..................................................................................... 84 4.6 TERMÔMETRO A DILATAÇÃO DE LÍQUIDO ............................................................................... 84 4.6.1 Termômetros de dilatação de líquido em recipiente de vidro ........................................................ 85 4.6.2 Termômetro de dilatação de líquido em recipiente metálico. ........................................................ 86 4.7 Termômetro à Dilatação de Gás ............................................................................................................ 87 4.8 Termômetro à Dilatação de Vapor ........................................................................................................ 88 4.9 Termômetro à Dilatação de Sólidos (Termômetros Bimetálicos) ......................................................... 89 4.10 TERMÔMETRO DE RESISTÊNCIA (Resistência Termo Detectora – RTD) .................................. 91 4.11 Sensor Elétrico por Termopares .......................................................................................................... 96 4.12 Termômetros de radiação total - Pirômetros ....................................................................................... 99 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 2 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 3 1. INTRODUÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA Thomas Newcomen, 1712, Primeira Máquina à Vapor utilizável. Séc. XIX: James Watt, Londres, 1776: Máquina a Vapor melhorada e com controle de velocidade. A late version of a Watt double-acting steam engine, (London) 1859, now in the lobby of the Superior Technical School of Industrial Engineers of the UPM (Madrid). Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 4 Séc. XX • 1922 – Controladores automáticos para embarcações – Minorsky • 1932 – Procedimento para determinação da estabilidade de Sistemas de Malha Fechada a partir da Resposta de Malha Aberta – Nyquist • 1934 – Introdução do termo SERVOMECANISMOS para sistemas de controle – Hazen • Década de 40 – Desenvolvimento da Teoria de Controle Resposta em Frequência – Diagrama de Bode • Década de 50 – Desenvolvimento do Método de Cálculo de Estabilidade – Lugar das Raízes Séc. XXI: Robótica e Automação Integrada FASES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 1ª Revolução Industrial 2ª Revolução Industrial 3ª Revolução Industrial 4ª Revolução Industrial 1784 Indústria 1.0 - Mecanização - Máquina à Vapor - Tecelagem 1870 Indústria 2.0 - Produção em massa - Linha de Montagem - Energia Elétrica 1969 Indústria 3.0 - Eletrônica - Computadores - Automação Agora Indústria 4.0 - Sistemas Inteligentes - Redes de Comunicação - IoT – Internet das Coisas Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 5 Conceitos Fundamentais da Indústria de Processos Processo: Operação Unitária (ou conjunto) pela qual passa a matéria-prima para se transformar em um produto ● São procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da manufatura de um ou vários itens, usualmente em grande escala. Transformar matéria prima em produtos, através de operações fisicas e químicas. ● A produção de um material específico pode envolver mais de um tipo de processo. A maioria dos processos industriais resultam tanto em produtos desejados finais quanto em sub-produtos, muitos dos quais são tóxicos, perigosos, ou de difícil tratamento posterior para serem eliminados. ● Muito poucos processos são "auto-contidos", permitindo o total aproveitamento de seus subprodutos e pouquíssimo tratamento de seus sub- produtos e resíduos.Etapas básicas de um processo Ex: Processo de fabricação de cimento 1.Preparo e/ou purificação de matérias-primas Ex: Homogeneização de CaCO3 na fabricação do cimento. 2.Reação (química, físico-química ou microbiológica) Ex: Clinquerização do cimento: fusão dos componentes em alto forno. 3.Separação e/ou purificação do produto Ex: Separação de finos do cimento. PROCESSO Matéria-prima Insumos Efluentes líquidos e gasosos; resíduos sólidos Produto Co-produtos Calor (± Q) Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 6 Ex: Processo de fabricação de cimento ETAPA 1 Extração da Matéria Prima Britagem Pré-homogeneização e Dosagem Moagem do “cru” Homogeneização ETAPA 2 Pré-aquecimento Cozedura Resfriamento ETAPA 3 Moagem e Adições Embalagem e Expedição Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 7 TIPOS DE PROCESSOS Processo Contínuo • Opera em volumes maiores. Geralmente são literalmente contínuos, pois seus produtos são indivisíveis e produzidos em fluxo ininterrupto. São associados a tecnologias relativamente inflexíveis, de capital intensivo e fluxo altamente previsível. • Um processo industrial é contínuo quando a matéria prima entra num lado do sistema e o produto final sai do outro, contínuamente. Neste processo o termo contínuo significa um período de tempo relativamente longo, medido em horas, em dias e até em meses dependendo do processo. • Um processo contínuo pode levar até vários dias para entrar em regime estável e permanente de produção. E as paradas totais dos processos contínuos se realizam em intervalos de um ano ou mais. Exs.: refinarias de petróleo, petroquímicas, produção de papel em larga escala, usinas de eletricidade, de tratamento de água. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 8 Processo em Batelada (descontínuo) • Num processo por Batelada, uma dada quantidade de material é processada através de passos unitários, cada passo sendo completado antes de passar para o seguinte. A entrada do processo em batelada é feita por quantidades discretas de modo descontínuo. • O processo é alimentado, a operação é executada, o produto é descarregado e reinicia-se outro ciclo. Cada operação do processo em batelada pode ser considerada como um processo contínuo, porém o tempo envolvido é relativamente pequeno, medido em minutos ou horas. • Uma batelada tem características específicas, tais como seu tamanho, peso, cor, matérias primas, aditivos, catalisadores, etc. • Os processos são usados quando a produção é pequena ou em reações de segurança; • Exigem que se operem pequenas quantidades de cada vez, como é o caso de explosivos, esse processos propiciam uma ótima cinética e são frequentemente mais fáceis de ser controlados; • Cada batelada é um sistema fechado e a massa de cada batelada é fixa; • O tempo de reação para todos os elementos do fluido é o mesmo; • A composição da batelada muda com o respectivo tempo; • A batelada é uniforme a partir de um determinado tempo devido a eficiente agitação; Ex: As indústrias de bebidas, alimentícias, farmacêuticas e cosméticos, são alguns exemplos de processos em bateladas. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 9 Processos Industriais Discretos • Baseia-se em processos que são mais reversíveis do que os de fabricação. A maioria dos produtos de manufatura discreta pode ser desmontada e devolvida aos seus componentes originais, o menor destes componentes sendo provavelmente o resultado de um processo de fabricação. • Os produtos finais da fabricação discreta podem ter números de série em todos e ser vendidos com etiquetas de preços e códigos de barras individuais. No processo discreto, cada item a ser fabricado é processado em uma etapa, como um item separado e individual. • Neste tipo de processo, atualmente, usam-se células de manufatura com robôs, máquinas de comando numérico computadorizado (CNC) para executar certas operações repetitivas. Ex: As montadoras de automóveis, fábricas de auto peças e industrias eletro- eletrônicas são exemplos de processos discretos. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 10 Principais Operações Unitárias da Indústria DEFINIÇÕES PRELIMINARES PLANTA (ou processo, ou sistema controlado): designa o sistema que é objeto da ação do sistema de controle. • Geralmente utilizam-se os termos planta e processo, sem distinção, para designar aquilo que se deseja controlar Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 11 Variável controlada (ou regulada): é qualquer variável que se deseja controlar. A variável controlada é geralmente representada pela variável de saída do sistema de controle. • Em um sistema de controle, uma variável controlada é a grandeza ou condição que é medida, monitorada ou controlada. • Normalmente, a variável controlada é uma das saídas do sistema. Uma saída cuja relevância é primordial para o sistema. Variável de controle (ou manipulada): é a quantidade determinada pela ação de um controlador. A variável de controle é geralmente identificada como a variável de entrada da planta. • Em um sistema de controle, uma variável manipulada, é a grandeza ou condição modificada pelo controlador, de modo que afete o valor da variável controlada. • Em geral, a variável manipulada é uma das entradas do sistema. Uma entrada cuja manipulação é de extrema relevância para a modificação do processo. Variável de referência - SET POINT (ou comando): serve de referência (no sentido de comportamento desejado) para a variável a ser controlada. • É o valor-alvo que um sistema de controle automático, por exemplo um controlador PID, tentará alcançar. • Por exemplo, o sistema de controle de um aquecedor pode ter um setpoint de temperatura, isto é, uma temperatura que o sistema de controle tentará alcançar. Distúrbio: é todo sinal não manipulado que tende a afetar de maneira adversa o valor da variável de saída do sistema. • Pode ser sistêmico ou aleatório. OBS.: Todos as variáveis de entrada e saída conhecidas que afetam nosso sistema de alguma forma mas que não são consideradas de interesse, são denominadas e interpretadas como distúrbios. Controlador (ou compensador): é qualquer sistema conectado à planta e responsável pela definição da variável de controle, visando fazer com que a variável controlada responda de acordo com o especificado pela variável de referência. CONTROLE • Em qualquer processo industrial, as condições de operação estão sujeitas às variações ao longo do tempo. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 12 • O nível de líquido em um tanque, a pressão em um vaso, a vazão de um fluido; todas estas condições podem (e costumam) variar. • Mesmo as variáveis que inicialmente consideramos constantes no processo (por exemplo, a temperatura ambiente) variam durante o processo. • Controlar é medir o valor de uma variável controlada do sistema e utilizar a variável manipulada, variando seu valor, para corrigir ou limitar os desvios do valor medido a partir de uma valor desejado, Valor de Referencia ou Set- point. Controle em Malha Aberta • Se as variáveis de referência, de controle e de saída forem denotadas por r, u e y, respectivamente, então é possível representar um sistema de controle em malha aberta como na Figura: • A principal característica do sistema em malha aberta é a inexistência de realimentação: os valores assumidos pela variável de controle não dependem dos valores da variável de saída. • A ação de controle é função apenas do processamento da variável de referência (set-point) pelo controlador. • É todo sistema em que o sinal de saídanão exerce nenhuma influencia ou ação de controle sobre o sistema. • A saída não é medida nem realimentada para comparação com a entrada. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 13 Controle em Malha Fechada (Com Realimentação) Também denominado de sistema de controle por realimentação, é aquele em que a saída y é medida e comparada com a saída desejada, indicada através da referência r, para processamento através do controlador e a consequente definição da ação de controle u. • Chamado de controle por feedback necessita de informações da saída do controlador através de elementos sensores ou transdutores, compara o sinal da saída com o set-point (referência) e corrige a saída caso a mesma esteja desviando-se dos parâmetros programados. • São todos sistemas nos quais se estabelece uma relação de comparação entre a saída e a entrada de referência e se utiliza esta diferença como meio de controle. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 14 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 15 2. INSTRUMENTAÇÃO Importância da Instrumentação na Indústria de Processos Instrumentação é a ciência que aplica e desenvolve técnicas para adequação de instrumentos de medição, transmissão, indicação, registro e controle de variáveis físicas em equipamentos nos processos industriais. • É um dos ramos da engenharia essenciais dentro das plantas industriais; • Responsável pela medição e o controle de todas as variáveis nos processos de produção. • Fornece informações essenciais sobre o funcionamento de um processo através de suas variáveis de controle. • Auxilia a formar parâmetros que indicam onde e quando devem haver ajustes. • Os valores medidos para a formação de um parâmetro e comparação incluem: viscosidade, densidade, radiação, temperatura, frequência, fluxo, medição de nível, tensão, capacitância, resistividade, composição química, indutância e propriedades químicas. Exemplo – Indústria de Alimentos Seleção de Alimentos Preparo de Alimentos Empacotamento Contagem Classificação por tamanho Separação Números;Dimensões Peso; Cor Congelamento; lavagem; descascamento; fatiamento; cozimento; concentração; congelamento. Limpeza; Tamanho; Temperatura;Tempo; Cor Acondicionamento: latas; potes; garrafas; caixas; pacotes. Volume; Peso; Vazão; Tempo; Temperatura Célula Fotoelétrica; ultra-som; célula de carga; termopar; pHmêtro; tacômetro PROCESSO OPERAÇÃO MEDIÇÃO OU CONTROLE Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 16 Exemplo – Operação de uma Caldeira Flamotubular • MEDIÇÃO DE NÍVEL: O nível de água é um dos principais parâmetros que garante o seu correto funcionamento. à superfícies metálicas expostas ao contato dos gases quentes devem estar banhadas pela água. • MEDIÇÃO DE PRESSÃO: questões de segurança e economia. à Cada caldeira tem uma capacidade de pressão nominal e uma pressão máxima. • MEDIÇÃO DE TEMPERATURA: auxilia no controle de funcionamento da caldeira. • MEDIÇÃO DE VAZÃO: auxilia no controle de funcionamento da caldeira à água de alimentação; saída de gases e vapores. • DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA: alarmes, válvulas de bloqueio, chaves de desarme. • DISPOSITIVOS DE CONTROLE: válvulas de controle ligadas aos sensores de pressão que regulam os queimadores. Geração de vapor a altas pressões; Caldeiras automatizadas: Controle de vazão, nível, pressão e temperatura. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 17 É necessário que o engenheiro conheça: • as técnicas de medição e os instrumentos; • a forma adequada de aplicá-los ; • as técnicas de processamento dos dados obtidos, considerando as incertezas de medição envolvidas. Em geral, pode-se afirmar que o engenheiro deve estar capacitado a: • especificar as variáveis físicas a serem investigadas; • conhecer os princípios básicos de funcionamento de uma larga gama de instrumentos; • ter uma compreensão profunda dos princípios físicos envolvidos nos fenômenos estudados; • Conhecer as limitações dos dados experimentais, para que possa analisar os dados coletados. Utilização da instrumentação na indústria de processos Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 18 As variáveis medidas são praticamente todas as variáveis mensuráveis relacionadas com as ciências físicas. Este conjunto de variáveis inclui: • Pressão • Densidade • Quantidade • Temperatura • Viscosidade • Corrente / Tensão Elétrica • Nível / Volume • pH • Indutância / Capacitância • Vazão • Presença / Posição • Frequência • Massa • Velocidade, entre outras Instrumento de Medição x Grandeza Física Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 19 2.1 Representação gráfica de processos Fluxogramas de Processo Representação gráfica simplificada por meio de figuras e letras da estrutura e do funcionamento de instalações de processo Classificação: - Diagrama de Blocos - Fluxograma Simplificado - Fluxograma de Engenharia 1. Diagrama de blocos: representação simplificada das etapas de um processo (baixo nível de detalhamento) Exemplo: Produção de um derivado de petróleo (Benzeno sulfonato de sódio) Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 20 Interpretação: • Blocos ou retângulos: representam uma operação unitária ou processo unitário; • Os blocos são conectados por linhas retas que representam as correntes de fluxo do processo entre as unidades; • . Essas correntes de fluxo podem ser misturas de líquidos, gases e sólidos fluindo em dutos ou sólidos sendo transportados em correias transportadoras. Para serem claros e objetivos: • Operações ou processos unitários tais como misturadores, separadores, reatores, colunas de destilação e trocadores de calor são usualmente denotados por um bloco simples ou retângulo. • Grupos de operações unitárias podem ser denotados por um bloco simples. • Correntes de fluxo do processo entrando e saindo dos blocos são representadas por linhas retas que podem ser horizontais ou verticais. • A direção do fluxo deve ser claramente indicada por setas. • As operações unitárias (i.e blocos) devem ser rotulados. • Quando possível, o diagrama deve ser arrumado de modo que o fluxo material ocorra da esquerda para a direita, com unidades a montante, à esquerda, e unidades a jusante, à direita. Tanque de liquido TL01 Tanque de liquido TL02 Misturador M08 Reator R102 Separador S56 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 21 2. Fluxograma simplificado: nível médio de detalhamento. São chamados de PFD (Process Flow Diagram). Destacam-se a representação de quatro elementos: - Equipamentos - Utilidades - Acessórios - Alinhamentos Um fluxograma de processo inclui: • tubulação do sistema • símbolos dos principais equipamentos, nomes e números de identificação • Controles e válvulas que afetam a operação do sistema • interconexões com outros sistemas • principais rotas de by-pass e recirculação • taxas do sistemas e valores operacionais como temperatura e pressão para fluxos mínimo, normal e máximo • composição dos fluidos ii) Fluxograma simplificado: nível médio de detalhamento. São chamados de PFD (Process Flow Diagram). Destacam-se a representação de quatro elementos: – Equipamentos – Acessórios – Utilidades – Alinhamentos Reator de Alquilação R-1 Coluna de Recuperação de dodeceno Reator de Sulfpnação Secador CL-2 R-2 Spray Coluna de Colunade Reator de SC-1 Recuperação de benzeno de dodecibenzeno Neutralização CL-1 CL-2 R-3 gás úmido Dodecibenzeno Sulfonato de sódio FLUXOGRAMA Dodeceno Benzeno Catalisador Hidrocarbonetos alquilados pesados Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 22 3. Fluxograma de Engenharia: alto nível de detalhamento. Dentro desta classificação, destacam-se os P&I´Ds (Process and Instrumentation Diagram or Piping and Instrumentation Diagram). Um P&ID deve incluir: • Instrumentação e designações • Equipamentos mecânicos com nomes e números • Todas as válvulas e suas identificações • Processo de tubulação, tamanhos e identificação • Miscelânea: ventilação, drenagem, amostragem, redutores, aumentadores • Direção dos fluxos • Referencias das interconexões • Controles de inputs, outputs e intertravamento • Sistemas de controle computadorizados • Identificação dos componentes e subsistemas entregues por outros diagramas • Sequencia física dos equipamentos Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 23 Outras Representações Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 24 Símbolos P&ID – Equipamentos Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 25 Símbolos P&ID – Tubulação Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 26 Símbolos P&ID – Recipientes Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 27 Símbolos P&ID – Trocadores de Calor Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 28 Símbolos P&ID – Bombas e Ventiladores Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 29 Símbolos P&ID – Válvulas Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 30 Simbolos P&ID – Atuadores básicos Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 31 Símbolos P&ID – Outros Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 32 Nomenclatura Usual dos Equipamentos Industriais Sigla Sigla alternativa Equipamento AL Alimentador BA Bomba de Água BP Bomba de Polpa BR Britador CD Caixa desviadora CL Ciclone EP Espessador HC Hidrociclone MB Moinho de bolas MR Moinho de rosca PE Peneira PV Peneira vibratória SL Silo TC BC Transportador de Correia TP Tanque de Produto TR Tanque Reservatório CN SL Carregador de navios VV CD Virador de Vagões Todo equipamento industrial deve ser identificado por seu tag. Este tag é formado por: – nome da área; – tipo do equipamento; – um número seqüencial, caso haja mais de um equipamento do mesmo tipo na mesma área, separados por hífens, totalizando oito caracteres. Obs: muitas empresas adotam tags mais longos de 12 ou mais caracteres. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 33 Exemplos de representação de equipamentos industriais Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 34 Exemplo: Produção de Biodiesel Reação de transesterificação Planta Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 35 Diagrama de Blocos Fluxograma Simplificado Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 36 Identificação das Etapas do Processo de Produção de Biodiesel Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 37 Simbologia ISA 5.1 • Assim como a diversidade de padrões de medidas que havia antes do SI, até algumas décadas atrás havia uma enorme diversidade de simbologias e identificações para todos os equipamentos utilizados em automação e controle de processos, cada projetista em cada país criava a própria. • Para que houvesse uma uniformidade de símbolo e identificadores de instrumentos e equipamentos de automação, foi criada a ISA – International Standard Automation, associação da qual o Brasil é signatário. • Dentre suas normas internacionais, a norma que regula a simbologia e identificação de instrumentos é a norma ISA 5.1 – Instrumentation Symbols and Identification. Regra de Identificação: • Conjunto de letras → Classifica a funcionalidade do instrumento ou função programada. • Conjunto de algarismo → Indica a malha ao qual o instrumento ou função programada pertence. Conjunto de Identificadores 1º Grupo de Letras: Identifica a variável medida ou modificadora. 1ª Letra – Variável Medida Ex: P – Pressão, T – Temperatura, F – Vazão, L – Nível; 2ª Letra – Modificadora Ex: D – Diferencial, Q – Totalização, S – Segurança; 2º Grupo de Letras: Identifica a função programada. 1ª Letra – Função Passiva ou de Informação Ex: A – Alarme, E – Elemento Primário, G – Visão Direta (“Gage” ou “Gauge”), I – Indicador, R – Registrador; 2ª Letra – Função Ativa de Saída Ex: C – Controlador, S – Chave, T – Transmissor, V – Válvula (ou Damper), Y – Relé; 3ª Letra – Modificadora Ex: H – Alto, L – Baixo; Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 38 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 39 Conjunto de Identificadores – Exemplos de Aplicações PIC Controlador Indicador de Pressão LSLL Chave de Nível Muito Baixo TIC Controlador Indicador de Temperatura LSHH Chave de Nível Muito Alto LIC Controlador Indicador de Nível PSHH Chave de Pressão Muito Alta PT Transmissor de Pressão PSLL Chave de Pressão Muito Baixa TT Transmissor de Temperatura LG Visor de Nível LT Transmissor de Nível LV Elemento Final (válvula) de Nível FQI Totalizador Indicador de Vazão PV Elemento Final (válvula) de pressão LSH Chave de Nível Alto PI Indicador de Pressão PSV Elemento Final (válvula) de Segurança de Pressão Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 40 Símbolos para Linhas de interconexão Abreviações para linhas secundárias Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 41 Símbolos Padrões para Instrumentos Localização principal acessível ao operador Montado no campo Localização auxiliar acessível ao operador (montado atrás do painel de controle) Localização auxiliar não acessível ao operador Instrumento Discreto Display compartilhado Função executada no computador Controlador Programável (CLP) Interface CLP/ Supervisório/CLP Interface CLP/campo/CLP Interface CLP/ Panel view/ CLP Interface interna (lógica) Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 42 Exemplos: Loop de controle de vazão número 14. Uma placa de orifício (FE) possui um transmissor de vazão elétrico (FT14) para medição de vazão. A primeira letra F representa a função de vazão (Flow), a segunda letra, T representa Transmissor (Transmitter) e a linha pontilhada é um sinal elétrico que varia de 0 a 10 V. A saída vai para um PLC (computador de processo) FC14, que faz o controle de Vazão, com saída de corrente de 4 a 20 mA. Este sinal entra em um conversor de sinal FY14 que o converte para pressão de 3 a 15 psi que comanda a válvula FV14. O tanque possui um indicador de nível de leitura direta LI17, uma chave de nível alto LSH17 e uma chave de nível baixo LSL17, em que a primeira letra L representa Nível (Level), S representa Chave (Switch), H representa Alto (High) e L representa Baixo (Low). A saídadas chaves de nível vão para um alarme (note o símbolo de instrumento compartilhado) LAHL17, em que A representa Alarme (Alarm), H é Alto e L é Baixo, indicando que o alarme irá ser ativado tanto se o nível exceder o máximo quanto se diminuir do mínimo configurados. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 43 A medição é feita pelo transmissor de temperatura TT; a comparação do valor medido pelo transmissor (TT) com o ponto de ajuste dado pelo operador (set point) para obtenção do valor do erro e a computação são executadas pelo controlador de temperatura (TRC), enquanto a correção será efetivada pela válvula pneumática de controle com base no sinal elétrico do TRC, através do conversor TY (corrente/ar comprimido). Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 44 Exemplos – Temperatura (a)Termometro básico (b) termômetro em poço (c) símbolo capilar (d) transmissor (e) dispositivo de radiação (f) chave de temperatura alta Exemplos – Pressão (a)símbolo básico de pressão (b) Indicador de pressão com selo de diafragma e linha de pressão (c) transmissor de pressão com saída pneumática (d) regulador de pressão (e) regulador de pressão com tomada traseira (f) disco de ruptura de alívio de pressão Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 45 2.2 Transdutores Transdutor: • O transdutor é um dispositivo capaz de transformar uma forma de energia em outra. • O transdutor é qualquer dispositivo capaz de transformar um tipo de sinal em outro para permitir o controle de processos físicos, ou realizar uma medição. Exemplo: Um dispositivo feito de quartzo para medição da frequência de vibração é um transdutor. Passivos: geram um sinal de saída em resposta a um estímulo e não precisam receber energia externa para produzir um sinal de saída; Ativos: precisam ser excitados por uma fonte externa de energia para produzir um sinal de saída; Um exemplo de transdutor é o microfone, que transforma energia sonora (mecânica) em sinal elétrico. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 46 Sensor: É o elemento de conversão, que converte a grandeza medida (pressão, temperatura, nível de um líquido, som, etc.) numa grandeza de trabalho, elétrica (tensão, corrente, frequência, etc.) • dispositivo que detecta a variável física e a transforma em um sinal elétrico. • Sensores são uma classe de transdutores. IMPORTANTE: Atuadores que transformam sinais elétricos em outras grandezas, são transdutores mas não são sensores. Exemplo: um microatuador de quartzo que atua pela deformação decorrente de um sinal elétrico é um transdutor mas não é um sensor (já que é um atuador). Transmissor: É um sistema que produz um sinal de saída que representa a grandeza física sendo medida. • Recebe a saída do transdutor/sensor e a condiciona a níveis padronizados de transmissão do sinal. • Em aplicações industriais o transmissor adapta o sinal para a rede industrial, sinal esse que é depois transmitido através de cabo coaxial, par trançado, via rádio, wireless, etc. • Esse sinal pode ser um sinal de 4 a 20 mA, 3 a 15 PSI, 20 a 100 kPa, 1 a 5 Vcc, rede 485, internet, etc. • Transmissores ou conversores são os instrumentos que convertem o sinal de um transdutor ou sensor em um sinal padrão para ser enviado à distância. • OBS: • Todas as faixas de operação possuem zero vivo para a detecção de erros. • Todas possuem relação 1:5 para facilitar a conversão dos sinais padrão pelos transdutores. • Sinais Digitais e analógicos podem ser superpostos aproveitando as vantagens de padronização e resposta rápida da transmissão analógica e as de auto diagnose, facilidade de recalibração e alteração de parâmetros da parte digital. Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 47 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 48 Engenharia de Produção – AUTOMAÇÃO E CONTROLE Prof. Marco Aurélio S. Birchal 49
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