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6. CONTROLE DE PROCESSOS 6.1 Introdução 6.1.1 SISTEMA DE MALHA ABERTA • A ação de controle independe da saída. Exemplo: a alimentação de água para um reservatório é comandada por uma válvula manual. Desde que as vazões de suprimento e de processo costumam variar, esse sistema exige a periódica intervenção de um operador para manter o nível de água acima do mínimo necessário e abaixo do máximo (evitar transbordamento). Exemplo: Controle em malha aberta para controlar a saída de temperatura em 70oC. O operador ajusta a válvula em 15%, porém, quando ocorre uma perturbação no sistema, no tempo 60 s, a temperatura da entrada aumenta e, se não houver a ação do operador, a temperatura de saída permanecerá fora do ponto desejado. 6.1.2 SISTEMA DE MALHA FECHADA • A ação de controle é dependente da saída. Neste tipo de sistema, identifica-se a variável a ser controlada e implementa-se um controlador automático em malha fechada ou com retroalimentação. Exemplo: O controle manual de nível é substituído por um automático: o sinal de um sensor de nível é enviado a um dispositivo controlador que abre ou fecha a válvula de controle de acordo com valores pré-ajustados de níveis mínimo e máximo. Desde que a variação de nível depende da vazão do processo, essa saída comanda indiretamente a entrada de água no reservatório. Exemplo: Controle automático de temperatura. Variável Controlada • Em um sistema de controle, uma variável controlada é a grandeza ou condição que é medida, monitorada ou controlada. • Normalmente, a variável controlada é uma das saıd́as do sistema. Uma saıd́a cuja relevância é primordial para o sistema. Variável Manipulada • Em um sistema de controle, uma variável manipulada, é a grandeza ou condição modificada pelo controlador, de modo que afete o valor da variável controlada. • Em geral, a variável manipulada é uma das entradas do sistema. Uma entrada cuja manipulação é de extrema relevância para a modificação do processo. Valor de referência – Set Point • E] o valor-alvo que um sistema de controle automático tentará alcançar. • Por exemplo, o sistema de controle de um aquecedor pode ter um setpoint de temperatura, isto é, uma temperatura que o sistema de controle tentará alcançar. Distúrbio ou Perturbação • O distúrbio é todo sinal não manipulado que tende a afetar de maneira adversa o valor da variável de saıd́a do sistema. • Pode ser sistêmico ou aleatório. • OBS.: Todas as variáveis de entrada e saıd́a conhecidas que afetam nosso sistema de alguma forma mas que não são consideradas de interesse, são denominadas e interpretadas como distúrbios. 6.1.3 Realimentação Negativa É a informação que um sistema de malha fechada usa para controlar a saída. O valor real da saída é subtraído do valor desejado. Essa diferença é o sinal de erro, que o sistema usa para ajustar a saída ao valor desejado. Exemplo: o sensor de nível fornece a realimentação, que, no controlador, é comparada com um valor ajustado. O controlador de nível usa a diferença entre o nível do sensor e o valor ajustado para enviar, quando necessário, o sinal de comando à válvula de controle. 6.2 Sistema Linear e Não Linear • Um sistema é dito linear quando o funcionamento/comportamento do mesmo pode ser descrito (modelado) por uma equação matemática (função) do 1o Grau (uma reta, um plano, ou um hiperplano). Reta: f (x1)=a1⋅x1+a0 Plano: f(x1;x2)=a1⋅x1+b1⋅x2+a0+b0 Hiperplano: f(x1;x2;⋯;xn)=a1⋅x1+b1⋅x2+⋯+n1⋅xn+a0+b0+⋯+n0 A maioria dos sistemas físicos é linear quando suas variáveis sofrem pequenas variações, mas se tornam não lineares quando da presença de grandes variações de valores. Para que um sistema seja tido como linear, ele tem que respeitar o Princípio da Superposição: y(x1 + x2) = y(x1) + y(x2) Assim sendo, y = x2 não é linear. Um sistema é dito não-linear quando o funcionamento do mesmo somente pode ser descrito (modelado) por uma equação matemática diferente do 1o Grau. 6.3 TRANSFORMADA DE LAPLACE • A Transformada de Laplace é a mudança de domínio de representação da equação, que vai de sua forma diferencial para um espaço de representação polinomial. • A equação sai do domínio do tempo, cuja solução é complicada e vai para o domínio de S, cuja solução é a resolução de um polinômio, no domínio da frequência. Após se encontrarem as raízes no domínio S, pode-se retornar ao domínio do tempo. S1 S0 L{y’(t)} = S.Y(s) – y(0-) S2 S1 S0 L{y”(t)} = S2.Y(s) – S.y(0-) – y’(0-) 6.3 FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA • Denomina-se Função de Transferência ( FT ) a todo modelo matemático que descreve as relações de um sistema de controle. • Ela representa o ganho de um sistema, a razão de proporcionalidade entre a variável manipulada e a variável de controle selecionadas. OBS: Nenhuma FT apresenta a natureza real ( grandezas ) de um sistema, sistemas distintos ( massa-mola, elétrico RLC ) podem possuir representações idênticas e por consequência mesma resposta. De forma genérica, o comportamento de um sistema linear que produz uma saída y(t) em resposta a uma entrada x(t), é descrito por equações diferenciais lineares: Aplicando a transformada de Laplace a ambos os lados dessa igualdade e supondo nulas todas as condições iniciais, As notações N(s) e D(s) são usuais para indicar os polinômios do numerador e do denominador respectivamente. A função G(s) é denominada função de transferência do sistema. Assim, para um sistema genérico como da figura abaixo, a relação entre saída e entrada no domínio da variável complexa s é dada por: Y(s) = G(s) . X(s) O valor m é o grau do polinômio N(s) e n é o grau do polinômio D(s). Seguem algumas definições e conceitos: • As raízes de N(s) são os zeros de G(s). • As raízes de D(s) são os pólos de G(s). • O denominador D(s) é chamado de polinômio característico. • G(s) é estritamente própria se m < n (menos zeros que pólos). Qualquer sistema que não responda instantaneamente à variação da entrada (maioria dos sistemas físicos). • G(s) é própria se m = n. Esses são sistemas instantâneos. • G(s) é imprópria se m > n (mais zeros do que pólos). Esses são sistemas impossíveis (antecipativos) Em alguns casos, é usual representar a função de transferência em forma fatorada: Onde zi e pi são os zeros e pólos. Portanto, um sistema linear invariável com o tempo é completamente descrito por seus zeros e pólos e pelo fator de ganho k0. 6.3.1 Função de Transferência em Malha Aberta G1(s) = Y1(s)/U1(s) ; G2(s) = Y2(s)/U2(s) ; G3(s) = Y2(s)/U2(s) FT = G(s) = G1(s)⋅G2(s)⋅G3(s) FT = G(s) = (Y1(s)/U1(s))⋅(Y2(s)/U2(s))⋅(Y3(s)/U3(s)) FT = G(s) = Y3(s)/U1(s) Y1(s) = U2(s) e Y2(s) = U3(s) 6.3.2 Função de Transferência em Malha Fechada G(s) = Y(s)/e(s) → e(s) = Y(s)/G(s) e(s) = U(s)−Y(s)⋅H(s) Y(s)/G(s) = U(s)−Y(s)⋅H(s) Y(s) = U(s)⋅G(s)−Y(s)⋅H(s)⋅G(s) Y(s)⋅[1+G(s)⋅H(s)] = U(s)⋅G(s)
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