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CONTABILIDADE GERAL UNIDADE 3 Professora: Debora Barbosa Fernandes de Carli ESCRITURAÇÃO A escrituração contábil é uma técnica de controle patrimonial baseado no registro cronológico de todos os fatos contábeis que ocorrem em uma organização. O objetivo por trás dessa técnica é permitir que uma empresa possa controlar o seu patrimônio da melhor forma possível – auxiliando na gestão do negócio. Grande parte das pessoas conhecem a escrituração contábil somente pela exigência imposta pelo Fisco, no entanto, estamos falando sobre uma das técnicas mais antiga do mundo dos negócios. Civilizações muito antigas já a utilizavam como forma de controlar riquezas e patrimônios. A escrituração contábil como conhecemos hoje teve origem em 1494 com um frei franciscano chamado Luca Pacioli, foi ele quem criou o método das partidas dobradas, que prevê o sistema básico para o lançamento contábil: o valor total nas contas a débito deve ser igual ao total lançado nas contas a crédito. Na prática, cada operação realizada pela sua empresa gera um impacto patrimonial que deve ser registrado – seja uma compra, venda, empréstimo ou recebimento de cliente, e é justamente com base nos registros desses lançamentos que é realizada toda a gestão patrimonial. Importante dizer que o controle contábil das empresas começa com a escrituração dos eventos no livro Diário, completando-se, depois, nos demais livros de escrituração, assim, escrituração é uma técnica que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, Razão, Caixa etc.) todos os fatos administrativos que ocorrem na empresa. É através dos fatos administrativos que ocorre a gestão do Patrimônio das empresas, e esses fatos são registrados por meio da escrituração. Dos vários livros usados pelas empresas para realizar a escrituração, vamos mencionar apenas os utilizados pela contabilização dos atos e fatos administrativos. Os principais livros utilizados pela Contabilidade a serem estudados nessa disciplina são: Livro Diário Livro Razão Livro Diário O Diário é um livro obrigatório pela legislação comercial, por ser obrigatório, o Diário está sujeito às formalidades legais extrínsecas e intrínsecas As Formalidades extrínsecas (ou externas) dizem que o livro Diário deve ser encadernado com folhas numeradas em sequência, tipograficamente, ele deve conter, ainda, os termos de abertura e de encerramento e ser submetido à autenticação do órgão competente do Registro do Comércio. As Formalidades intrínsecas (ou internas) dizem que a escrituração do Diário deve ser completa, em idioma e moedas nacionais, em forma mercantil, com individuação e clareza, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco nem entrelinhas, borraduras, rasuras, emendas e transportes para as margens, essas formalidades devem ser observadas para que o livro Diário mereça fé a favor do comerciante, pois como a vida da empresa é registrada no livro Diário, toda e qualquer demonstração de situação empresarial, apresentada em qualquer momento, tem sua comprovação nesse livro, desde que o mesmo não contenha vícios (erros de escrituração) contrários às formalidades legais descritas. O livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas (contínuas, em forma de sanfona, soltas ou avulsas), porém, a adoção desse sistema não exclui a empresa de obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro Diário. As empresas que utilizam fichas são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição das demonstrações financeiras. Os Termos de Abertura e de Encerramento devem ser transcritos na primeira e na última página do livro Diário, respectivamente, esses termos são colocados na época da abertura dos livros, conforme o seguinte modelo: LIVRO RAZÃO O Livro Razão, também conhecido como Razão Auxiliar, é um dos livros fundamentais para o processo contábil. Seu preenchimento permite a identificação do saldo de cada conta registrada no Livro Diário, individualmente, possibilitando a visualização da situação do patrimônio a cada transação, ele é exigido pela legislação brasileira para empresas com tributação de Imposto de Renda com base no lucro real, mas sua indicação é válida para qualquer tipo de negócio, uma vez que traz de forma detalhada e discriminada o histórico de transações das contas escrituradas no Livro Diário. O Razão é um livro de grande utilidade para a contabilidade, porque registra o movimento de todas as contas, extrato da conta são denominações para o principal agrupamento de registros contabilísticos de uma empresa que usa o método das partidas dobradas. ichas que o substituam. Ele é composto pelo conjunto de contas contábeis e é um "índice" para todas as transações que ocorrem em uma companhia. A escrituração do livro Razão passou a ser obrigatória a partir de 1991 (artigo 14 da Lei nº 8.218, de 29/8/91), vale lembrar que a pessoa jurídica tributada com base no lucro real deverá manter, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro Razão ou fichas, utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no livro Diário, mantidas as demais exigências e condições previstas na legislação, observando-se que: a) a escrituração deverá ser individualizada, obedecendo à ordem cronológica das operações; b) a não manutenção do livro Razão, nas condições determinadas, implicará o arbitramento do lucro da pessoa jurídica; c) estão dispensados de registro ou autenticação o livro Razão ou fichas que o substituam. Por se tratar de uma importante documentação, é necessário que o registro seja realizado de forma correta. O que deve conter no Livro Razão? O Livro Razão é um tipo de livro de escrituração, pertencente ao subconjunto de livros contábeis, bem como o Livro Diário, além dos livros contábeis, também são considerados os livros fiscais e livros sociais. Eles são utilizados para marcar os atos e fatos próprios ocorrentes na administração de uma empresa. De acordo com a legislação, todos os comerciantes são obrigados a seguir uma ordem uniforme de contabilidade e escrituração, para isso, devem registrar as informações pertinentes a cada um dos livros mencionados, quando aplicável, a depender do tipo de empresa. Para garantir um registro correto e organizado do Livro Razão, deve-se considerar, no mínimo, os seguintes elementos contábeis: nome e código da conta; data de lançamento — dia, mês e ano de cada evento que altera de alguma forma o componente patrimonial da empresa; histórico do lançamento; contrapartida — conta que complementa o lançamento da conta contábil a ser escriturada; débito e crédito — apontamento do valor a ser acrescido e/ou diminuído da conta; saldo — diferença entre o somatório de débito e somatório de crédito de uma conta contábil; D/C — apontamento da natureza do saldo escriturado, sendo “D” usado para devedor e “C” para credor. Para o caso de empresas de grande porte, o plano de contas, a lista de contas que aparecem no Livro Diário, pode ser composto por centenas de contas diferentes. Em situações como essa, pode ser viável o uso de um conjunto de livros auxiliares, em vez de apenas um Livro Razão. Livro Razão e Livro Diário: entenda as diferenças As pessoas jurídicas, com exceção do Microempreendedor Individual (MEI), devem escriturar o Livro Razão e o Livro Diário. No livro diário, são lançadas diariamente todas as movimentações de valor de uma empresa, ações que podem alterar a situação patrimonial do negócio. A principal diferença entre os dois livros contábeis é que o Livro Razão carece de menos formalidades que o Livro Diário. Veja os pontos a serem considerados ao se comparar os dois livros: Dados registrados em ordem cronológica: para melhor organização, os dois livros têm tal característica; Período de escrituração: ambos devem considerar o mesmo conjunto de informações nos mesmos períodos registrados; Rasuras: não devem conter nenhum tipo de rasura, entrelinhas ou qualquer indício que sugira dúvidas a respeito dos registros; Autenticação:o Livro Diário precisa ter seus termos de Abertura e de Encerramento assinados por um contador e pelo empreendedor, bem como serem devidamente autenticados pela Junta Comercial. O Livro Razão dispensa tal formalidade (Art. 259 do RIR/1999); Folhas numeradas: apenas o Livro Diário conta com essa formalidade. É importante lembrar, que os dois livros têm funções diferentes. Enquanto o Livro Diário registra os fatos contábeis da empresa em ordem cronológica, o Livro Razão detalha os lançamentos realizados no Livro Diário para cada conta, separadamente, trata-se, portanto, de um complemento ao Livro Diário. Os fatos administrativos são registrados através do lançamento, inicialmente no livro Diário, mediante documentos que comprovem a legitimidade da operação (Notas Fiscais, Recibos, Contratos etc.). O lançamento, de acordo com o método das partidas dobradas, é feito em ordem cronológica (data), e os elementos que o compõem obedecem a uma determinada disposição. Para elaborar um lançamento você deve seguir os seguintes passos: a) Verificar o local e a data da ocorrência do fato. b) Verificar que documento foi emitido na operação. Se não houver documento idôneo que comprove a ocorrência do fato, este não poderá ser contabilizado. c) Todo fato administrativo, objeto de escrituração, envolve, no mínimo, dois elementos patrimoniais ou de resultado d) Verificar, no Plano de Contas, que conta deveremos utilizar para registrar cada um dos elementos identificados na letra c. e) Preparar o histórico do problema. O histórico consiste em relatar o fato, este relato deve conter apenas dados necessários para o bom esclarecimento do evento, nunca se deve esquecer de identificar a espécie e o número do documento comprobatório, a coisa transacionada, bem como o nome da empresa com quem se transaciona. f) Identificar que conta será debitada e que conta será creditada. O que é a conta a ser debitada e a conta ser creditada? Observe que todo fato que ocorre na empresa ocorre em forma de troca. Podemos concluir, nesta fase de aprendizagem, que em todo evento ocorrido na empresa envolvendo elementos materiais existe pelo menos um elemento que entra para a empresa, podendo acarretar aumento nos elementos patrimoniais, existe, também, pelo menos um elemento que sai em troca do que entrou, podendo acarretar diminuição entre os elementos patrimoniais, sendo assim, todo fato administrativo objeto de contabilização pode aumentar e/ou diminuir os elementos do Ativo, do Passivo e do Patrimônio Líquido, conforme estudamos anteriormente. Para identificar mais facilmente a conta a ser debitada e a conta a ser creditada, aplique a regra de movimentação. INVENTÁRIO PERIÓDICO É um controle do inventário que é efetuado de forma manual a cada certo tempo, normalmente várias vezes por ano. Consiste em fazer uma contagem das localizações do armazém para determinar com exatidão a quantidade de produtos armazenados em uma data específica. O sistema de Inventário Periódico pressupõe a não existência de controle permanente dos estoques feito em fichas para acompanhamento mediante registro de todas as transações de entradas e saídas, mas apenas se faz um levantamento físico das quantidades estocadas em determinados períodos de tempo, assim, as quantidades e os valores exatos estocados só serão conhecidos após um levantamento e contagem física dos itens estocados. Vocês perceberam que o sistema de inventário Periódico deixa um pouco a desejar. Basicamente, o sistema vem de antigamente, quando se fazia apenas um balanço anual, e naquele momento fazia-se também o levantamento dos estoques. Nos tempos atuais, com as modernas ferramentas de gestão e, principalmente, com auxílio de sistemas informatizados, o controle permanente dos estoques tornou-se imprescindível, voltando à metodologia de funcionamento do Sistema de Inventário Periódico, a contagem dos estoques é feita com duas finalidades: a primeira é identificar o saldo de mercadorias em estoque na data da elaboração do balanço patrimonial; a segunda é permitir a determinação do Custo das Mercadorias Vendidas – CMV durante o período que está se encerrando. O Custo das Mercadorias Vendidas – CMV é denominado como sendo o custo das mercadorias adquiridas para revenda que foram vendidas, assim, é importante salientar que o Custo das Mercadorias Vendidas – CMV é uma despesa avaliada pelo “custo” ou valor de compra. Cabe ressaltar que o CMV é despesa. INVENTÁRIO PERMANENTE É minucioso, gerencia o estoque de modo individualizado e mantém o monitoramento de toda entrada e saída de mercadorias, tanto em termos de quantidade como de valores. É importante não confundir o termo inventário de estoque e inventário permanente. O primeiro é uma lista completa de todos os itens presentes no estoque, isso inclui os materiais destinados à produção de mercadorias e, até mesmo, o mobiliário do escritório. Já o inventário permanente representa uma forma de controle que é sempre imediata, ou seja, é dada baixa nos itens em estoque após cada operação de venda. Esse sistema é bastante comum no comércio varejista que depende de informações atualizadas sobre o volume de vendas para planejar a reposição de mercadorias. Empresas com uma grande diversidade de materiais também dependem desse método quando o volume de itens no depósito é considerado elevado. Na maioria dos casos, um sistema de gestão é utilizado para processar essas informações e manter um controle rigoroso da circulação de materiais. Entendemos então que o inventário permanente é um sistema de controle de estoques que proporciona informações para a apuração de resultados. Consiste no controle de forma contínua e permanente das mercadorias, registrando as entradas pelas compras, dando baixa em cada venda, pelo custo dessas mercadorias vendidas – CMV. O inventário permanente permite que a empresa controle todas as entradas e saídas de mercadorias por meio de fichas desenvolvidas especificamente para esse fim, ele apresenta vantagens de permitir à empresa determinar, a qualquer momento, o valor de seus estoques e o custo das mercadorias vendidas, essas vantagens superam também o sistema de inventário periódico, o qual permite essa apuração apenas no final de cada período. O sistema de inventário permanente possui basicamente três métodos de controle: o PEPS, UEPS e a Média Ponderada Móvel. Diferenças entre inventário periódico e permanente. Já descrevemos como o inventário permanente está sendo constantemente atualizado para a apropriação correta dos custos e o acompanhamento das vendas. O inventário periódico, por outro lado, tem uma data específica para acontecer. O seu processo é uma contagem física do estoque ao final do exercício da empresa. Essa é uma obrigação fiscal que deve ser mantida no Livro Registro de Inventário. Devem ser incluídos os insumos, produtos acabados, em fabricação e, ainda, materiais para embalagem. Embora o inventário periódico seja considerado mais simples, a sua execução requer cuidados para garantir a exatidão da contagem de cada mercadoria. Por isso, todo o processo deve ser bem alinhado junto a equipe para evitar erros. As empresas de pequeno porte são as principais usuárias desse método devido aos obstáculos para manter um inventário permanente. Quando isso acontece, o custo da mercadoria vendida (CMV) é apurado somente no final de cada ano. Vale lembrar que não existe uma modalidade de inventário que se aplica a todos os tipos de organização, portanto, utilize a movimentação do estoque e o volume de itens para tomar a melhor decisão. PEPS PEPS é a sigla para Primeiro que entra, Primeiro que sai, isso significa que os primeiros itens comprados pela sua empresa são os primeiros itens a serem vendidos para os clientes. O PEPS é indispensável quando a empresa trabalha com produtos perecíveis, pois tende a fazer com que o item mais antigo seja o primeiro a ser vendido. O método PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai tem por objetivo avaliar o estoque final pelas aquisições mais recentes(últimas) e o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) pelas aquisições mais antigas (primeiras). Esse método pressupõe que as primeiras mercadorias que entraram no estoque da empresa serão as primeiras a serem vendidas. Neste método, em uma economia inflacionária, existe a preservação do valor do estoque final (EF) avaliado pelas aquisições mais recentes, mas subavalia o valor do CMV avaliado pelas aquisições mais antigas, cabe destacar que em todos os métodos (PEPS, UEPS e Média) que serão estudados, o mecanismo de funcionamento de cada um é especificamente para a geração de informações para a apuração dos Estoques e do CMV e não para o controle e organização física dos estoques. Nesta técnica, o custo/preço de venda da mercadoria é calculado de acordo com o custo do estoque mais antigo. É priorizado nessa técnica então, a ordem cronológica de entrada dos produtos no estoque para a sua saída. As primeiras unidades ou lotes deverão ser os primeiros à serem comercializados, assim como o valor em que será vendido se baseará no seu preço de compra. No lote seguinte se segue o mesmo padrão, colocando como padrão para precificação o preço de custo ou de aquisição do mesmo. Esse método de contabilidade de custos, além de auxiliar com o giro de estoque, faz com que, ao se basear no preço de compra mais antigo, se mantenha o lucro real do produto. Por esse motivo, é uma metodologia pela qual é possível se garantir maior segurança no controle de estoque. Assim como pode fazer com que a política de preços da empresa seja capaz de suprir os custos e garantir a melhor Margem de Lucro. É também importante destacar que nas vendas existem dois preços: ● O primeiro é o preço de venda (receita de vendas) acordado na ocasião da venda entre a empresa e o cliente que adquire as mercadorias. ● O segundo é o preço de custo (CMV), calculado na ficha de estoques, pelo valor das saídas. Assim, também é necessário dar atenção especial à operação que gera o lançamento contábil na venda, pois essa operação irá resultar em dois lançamentos, que são: ● O primeiro lançamento é relacionado ao lançamento da receita da venda (pelo preço da venda). ● O segundo lançamento é relacionado à baixa do estoque, pois entregamos as mercadorias vendidas ao cliente, e o reconhecimento do custo das vendas. Esse lançamento é feito pelo preço de custo a débito na conta CMV e a crédito na conta de Estoques. UEPS Significa último a Entrar, Primeiro a Sair. A ideia também é simples: o último item comprado é o primeiro a ser vendido. Se a sua empresa trabalha com itens perecíveis, o UEPS não é viável. Nesse cenário, o uso desse método poderia fazer com que a primeira mercadoria comprada, no momento da venda, já estivesse vencida. Quando falamos de UEPS é importante entender que nesse método ocorre o processo inverso, já que o custo do último lote comprado é utilizado para o custeio das vendas. Significa dizer que o valor mais recente é o válido, porque o que repercute são os últimos gastos com a reposição de produtos. O custo da mercadoria é, portanto, empilhado. O que está no topo é o mais atual e é o primeiro a sair. Exemplo: há 3 entradas de mercadorias no seu estoque. A primeira é de 20 itens a R$ 15 cada, a segunda de 30 unidades a R$ 14 e a terceira com 10 exemplares a R$ 17, ou seja, o primeiro lote que sai é o de 10 produtos pelo valor de R$ 17. Nesse método, o custo das mercadorias comercializadas reflete o valor dos elementos comprados recentemente. O total armazenado em estoque é calculado de acordo com o preço mais recente, que tende a ser mais alto. Essa situação gera uma supervalorização dos produtos e, como consequência, um crédito positivo no fim do exercício. É também importante destacar que nas vendas existem dois preços: ● O primeiro é o preço de venda (receita de vendas) acordado na ocasião da venda entre a empresa e o cliente que adquire as mercadorias. ● O segundo é o preço de custo (CMV), calculado na ficha de estoques, pelo valor das saídas . Assim, também é necessário dar atenção especial ao lançamento contábil na venda, pois essa operação irá gerar dois lançamentos, que são: ● O primeiro é relacionado ao lançamento da receita da venda (pelo preço da venda), o qual será feito a débito de caixa, pois foi à vista, e a crédito de receita de vendas (nos razonetes, corresponde ao número do resultado . ● O segundo lançamento é relacionado à baixa do estoque, pois entregamos as mercadorias vendidas ao cliente, e o reconhecimento do custo das vendas. MÉDIA PONDERADA MÓVEL O MPM é um método de avaliação do custo médio do estoque. Ele é baseado nos preços de compra das mercadorias que compõem o estoque da sua empresa, sendo atualizado a partir do momento em que novos itens são adquiridos, tem por objetivo avaliar o Estoque Final (EF) com relação ao custo das mercadorias vendidas (CMV) pela média entre as primeiras e as últimas aquisições. Neste método, em economia inflacionária, tanto o Estoque Final (EF) quanto o CMV são avaliados pelo preço médio ponderado. De uma forma geral, o MPM é extremamente simples e é determinado através da divisão entre a soma dos custos referentes a cada mercadoria e a quantidade disponível da mesma, além disso, vale destacar que não é levado em consideração a ordem cronológica das compras efetuadas no período analisado. Quais são as principais vantagens de se utilizar a técnica MPM ? Podemos dizer que o método MPM se destaca pela sua simplicidade, afinal, os cálculos envolvidos não são muito complexos, existe uma certa facilidade para a implementação na empresa e acaba ocorrendo uma avaliação constante do estoque, uma vez que os cálculos são realizados assim que ocorre uma nova compra. O MPM é apenas um dos dois métodos considerados legais pela Receita Federal, portanto, há uma grande difusão e aceitação do mesmo em território brasileiro. Também vale ressaltar que essa metodologia possui um efeito estabilizante, isto é, faz com que haja um nivelamento das flutuações de valores e que os custos reais de compra sejam refletidos em um longo prazo. COMPARAÇÃO ENTRE OS TRÊS MÉTODOS Qual o resultado que retrata melhor a realidade? Com a utilização do PEPS, vamos notar que estaremos dando baixa nas vendas pelo custo da primeira unidade em estoque, neste caso, o valor do estoque (balanço patrimonial) estará sempre avaliado pelas últimas compras, ou seja, mais próximo de seu valor real. No caso de uma economia inflacionária (comportamento de alta de preços), o CMV será calculado pelo preço mais antigo, com preços menores, assim, o resultado será menor. Já com a utilização do UEPS, vamos notar um CMV mais atualizado, pois a baixa do estoque é feita pelas últimas compras. Por outro lado, o valor dos estoques, no balanço patrimonial, estará sendo calculado com o valor mais antigo. Cabe destacar que a legislação brasileira não permite que as empresas usem o UEPS para controle dos estoques e apuração dos custos, exatamente porque ele traz dentro de si o conceito de “lucro menor” na comparação entre os três métodos, como a maioria das empresas no Brasil tem a tributação do Imposto de Renda – IR a partir de seu lucro contábil, quanto menor o lucro, menor o imposto, razão da proibição do fisco para a utilização do método UEPS. É importante destacar que contabilmente a adoção do método UEPS é permitida, se uma empresa assim o fizer, não estará infringindo nenhum princípio contábil, terá apenas que fazer uma adaptação de sua Demonstração do Resultado para fins de pagamento do Imposto de Renda. MUITO OBRIGADO! SUCESSO! 24