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1 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA JOSÉ GERALDO TEIXEIRA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA 1 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA JOSÉ GERALDO TEIXEIRA José Geraldo Teixeira Formação em Ciências Contábeis e Administração pelo Centro Universitário do Leste de Mi- nas Gerais (Unileste – MG), com especialização em administração financeira também pela mesma instituição. Mestrado Profissional em economia de empresas pela FEAD Minas. Con- tador, consultor e administrador financeiro com mais de 25 anos na área de docência, sendo Coordenador do Curso em EaD de Ciências Contábeis da Faculdade Única de Ipatinga – MG. 1 FACULDADE ÚNICA EDITORIAL Diretor Geral: Diretor Executivo: Ger. do Núcleo de Educação à Distância: Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Revisão Gramatical e Ortográfica: Revisão/Diagramação/Estruturação: Design: Valdir Henrique Valério William José Ferreira Cristiane Lelis dos Santos Gilvânia Barcelos Dias Teixeira Izabel Cristina da Costa Bruna Luíza Mendes Leite Carla Jordânia G. de Souza Rubens Henrique L. de Oliveira Aline de Paiva Alves Bárbara Carla Amorim O. Silva Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Luiza Filgueiras Taisser Gustavo Soares Duarte NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA Rua Salermo, 299 Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 www.faculdadeunica.com.br © 2020, Faculdade Única. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita do Editor. Silva, Teixeira, José Geraldo. Contabilidade Intermediária / José Geraldo Teixeira. 1. ed. Ipatinga, MG: Editora Única, 2021. Inclui referências. ISBN: 978-65-990786-6-8 1. Contabilidade. 2. Administração - Negócios. I. Teixeira, José Geraldo. II. Título. CDD: 657 CDU: 657 T266c Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB 6-2920. 2 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA 1° edição Ipatinga, MG Faculdade Única 2021 3 4 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 5 SUMÁRIO 1.1 Introdução...............................................................................................................................................................8 1.2 Método das partidas dobradas.................................................................................................................9 1.3 Mecanismos de débito e crédito............................................................................................................12 1.4 Regra de como fazer lançamentos contábeis.............................................................................14 1.5 Livros utilizados na escrituração............................................................................................................17 1.6 Razão........................................................................................................................................................................19 1.7 Balancete de movimento e verificação...........................................................................................20 2.1 Introdução...........................................................................................................................................................26 2.2 Transações de compras e vendas.......................................................................................................26 2.3 Devoluções de compras e vendas......................................................................................................29 2.4 Fretes e seguros..............................................................................................................................................31 3.1 Introdução...........................................................................................................................................................39 3.2 Composição do ativo e do passivo......................................................................................................39 3.3 Diferenças entre ativo e passivo..........................................................................................................40 3.4 Contabilização do ativo circulante.....................................................................................................41 3.5 Contabilização do ativo não circulante...........................................................................................44 3.6 Contabilização do passivo circulante..............................................................................................45 3.7 Contabilização do passivo não circulante.....................................................................................46 UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE ESCRITURAÇÃO OPERAÇÕES MERCANTIS 4.1 Introdução...........................................................................................................................................................53 4.2 Inventário periódico e inventário permanente.........................................................................53 4.3 Critérios de avaliação de estoques.....................................................................................................56 UNIDADE 4 OPERAÇÕES ENVOLVENDO CONTAS DO ATIVO E PASSIVO APURAÇÃO DO CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA UNIDADE 5 APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 5.1 Introdução...........................................................................................................................................................67 5.2 Receitas................................................................................................................................................................67 5.3 Despesas.............................................................................................................................................................68 5.4 Apuração do resultado do exercício.................................................................................................68 UNIDADE 6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS EXIGIDAS PELA LEI 11.638/07 6.1 Introdução...........................................................................................................................................................77 6.2 Balanço patrimonial....................................................................................................................................78 6.3 Ativo circulante...............................................................................................................................................78 6.4 Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados.............................................................84 6.5 Demonstração das mutações do patrimônio líquido..........................................................85 6.6 Demonstrações dos fluxos de caixa.................................................................................................86 6.7 Demonstração do valor adicionado.................................................................................................88 6 UNIDADE 1 Vamos demonstrar os procedimentos Básicos deEscrituração, com a utilização do Método das partidas dobradas. Os mecanismos de débito e crédito na contabilidade com a utilização do regime de caixa e regime competência. Apresentaremos os principais Livros utilizados na escrituração. Mostraremos como se faz os Lançamentos, seus elementos essenciais e fórmulas e ao final os procedimentos para levantamento do balancete de movimento e verificação. UNIDADE 2 Na unidade 2 vamos trabalhar as operações Mercantis, com foco nas transações de compras e vendas, nos procedimentos para contabilização das devoluções de compras e de vendas, dos fretes e seguros, e dos tributos nas operações, como o ICMS. UNIDADE 3 Nesta unidade vamos mostrar como se faz a contabilização de operações envolvendo contas do ativo e passivo circulante, não circulante, do passivo circulante e não circulante, tais como: contabilização de compra e vendas e seus tributos, deprecação, aquisição de imobilizado, empréstimos, contas a receber, contas a pagar, capital social, constituição de reservas e etc. UNIDADE 4 Neste tópico iremos abordar como se faz apuração do custo da mercadoria vendida, através do controle de estoques pelo inventário periódico e inventário permanente, bem como trabalhar de forma prática os critérios de avaliação de estoques: Primeiro que entra primeiro que sai – PEPS, Último que entra primeiro que sai e o critério da média ponderada. UNIDADE 5 Na unidade 5 você irá aprender os procedimentos para apuração do resultado do exercício, a contabilização de receitas e despesas e das operações envolvendo contas de resultado e finalmente como se faz uma apuração completa do resultado do exercício. Como se faz a destinação do resultado e as provisões das principais reservas estabelecidas em lei. UNIDADE 6 Na unidade 6 serão apresentadas as principais demonstrações contábeis exigidas pela lei 11.638/07, como o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração do valor adicionado, demonstração do fluxo de caixa e finalmente as notas explicativas. Será demonstrado o processo de elaboração de cada demonstração de acordo com as exigências legais. C O N FI R A N O L IV R O 7 PROCEDIMENTOS BÁSICOS DE ESCRITURAÇÃO UNIDADE 01 8 1.1 INTRODUÇÃO O objetivo principal da contabilidade é coletar, registrar, resumir, analisar e demonstrar, em termos monetários, informações acerca dos negócios das companhias. Essas informações são compiladas em termos de um conjunto de demonstrações contábeis, cujos usuários primários, são investidores atuais, investidores potenciais, credores por empréstimos e outros credores (ALMEIDA, 2018). O objetivo da contabilidade é o controle do patrimônio das empresas, com a finalidade de elaboração das demonstrações contábeis, como o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, bem como outras demonstrações que ajudarão no processo de tomada de decisão. A contabilidade precisa registrar todos os fatos que ocorrem na empresa para que a informação contábil produzida seja de qualidade, par isso, utiliza-se a técnica da escrituração contábil ou mercantil. A seguir um fluxo da escrituração mercantil desde o início da transação comercial até o conjunto de demonstrações contábeis: Figura 1: Fluxo da escrituração mercantil Fonte: Almeida (2018) A escrituração contábil ou mercantil procura registrar cronologicamente todos os fa- tos da empresa de acordo com a lei 11.638/07 e a legislação do Imposto de Renda. Também conhecida como escrituração fiscal ou tributária. Para Ribeiro (2013) a escrituração é uma das técnicas utilizadas pela contabilidade, consiste em registrar nos livros próprios (diário, razão, caixa, contas correntes e etc.) todos os fatos que modificam o patrimônio da empresa. Qual o objeto da escrituração contábil? Para que seja fidedigna e possa ser confiável aos usuários da contabilidade, a escrituração precisa: organizar toda a documentação con- tábil para o registro das transações da empresa. Ao registrar as informações estas serão utilizadas para demonstração e análise das modificações do patrimônio da empresa, com o objetivo de analisar e acompanhar as mo- dificações do patrimônio, seja de forma qualitativa ou quantitativa (balanço Patrimonial) ou a apuração do lucro ou prejuízo (situação econômica). Para Almeida (2018) as transações comerciais envolvem troca de valores com tercei- ros, na forma de dinheiro, bens e serviços, e são expressas em termos monetários. A escri- turação mercantil da contabilidade é o registro sistemático dessas transações, de maneira que as relações financeiras e econômicas dos negócios da entidade com terceiros estejam claramente explicadas, e que o efeito cumulativo dessas transações esteja adequadamen- te refletido no conjunto de demonstrações contábeis. Marion (2017) em seu livro de contabilidade empresarial, demonstra que uma em- 9 presa sem contabilidade é uma entidade sem memória, sem identidade e sem as mínimas condições de sobreviver ou de planejar seu crescimento. Afirma ainda que uma empresa sem contabilidade é como um navio em alto mar, sem bússola. A escrituração contábil ou mercantil é obrigatória para todas as empresas, com ex- ceção do Microempreendedor Individual, ou seja, as empresas optantes pelo lucro real, as microempresas e as empresas de pequeno porte deverão manter a escrituração contábil regular. A escrituração contábil completa está contida como exigência expressa em diversas legislações vigentes, (Código Comercial, Lei das Sociedades por ações, Legislação Tributá- ria, Normas Brasileiras de Contabilidade). Para o Oliveira (2013) infelizmente as pequenas e médias empresas e as empresas de pequeno porte deixam de praticar a escrituração contábil. Com isso a empresa não tem condições de: • Ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercado- rias, valor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financei- ras. Isso ocorre porque não é feito o registro adequado das transações realizadas; • Saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades operacionais, porque não é elaborado o demonstrativo de resultados; • Calcular corretamente o preço de venda, porque não são conhecidos seus custos e despesas; • Conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos, bem como o volu- me e o destino dos pagamentos, porque não é elaborado um fluxo de caixa, um controle do movimento diário do caixa; • Saber quanto os sócios retiram de pró-labore, porque não é estabelecido um valor fixo para a remuneração dos sócios; • Fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não existe um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimo- nial). 1.2 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS A contabilidade, para registrar as suas operações, adota o MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS. A partida dobrada na escrituração mercantil tem efeito em cada transação que é possível ser registrada em termos monetários. O princípio básico da partida dobrada é que para registrar qualquer transação são necessários dois lançamentos em duas contas distintas na escrituração mercantil. Um lançamento a débito e um lançamento a crédito (ALMEIDA, 2018). 10 Pelo método das partidas dobradas cada Débito efetuado em uma ou mais contas, deve corresponder um Crédito em uma ou mais contas, de tal forma que o total debitado seja sempre igual ao total creditado. Isso significa que toda aplicação de recurso deve ter uma origem, portanto não há Débito sem um Crédito correspondente ou não há uma apli- cação sem uma origem respectiva (IUDICÍBUS; MARION, 2010). Figura 2: O mecanismo de débito e crédito Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) • DÉBITO – Corresponde ao aumento de Bens ou Diretos, ou ainda a diminuição de Obrigações. A título de exemplo, debitamos a conta de “Duplicatas a Receber” pela venda a prazo, pois esta contaagora é um devedor da empresa, deve pagar a duplicata. • CRÉDITO – Corresponde ao aumento de obrigações para com alguém ou a dimi- nuição de bens ou direitos de uma empresa. A título de exemplo, creditamos a conta de fornecedores pelo lançamento do registro de uma obrigação, pois o fornecedor passou a ser credor da empresa. O método de partidas dobradas diz que para cada débito existente, um crédito deve ser tomado como correspondente. Assim um lançamento contábil pode ter: um débito e um crédito correspondente, vários débitos com um crédito ou vários créditos com um débito, que são chamados de lançamentos de primeira, segunda e terceira fórmula, mas sempre vai haver um equilíbrio entre ativos e passivos. Muitos questionam o porquê da expressão “método das partidas dobradas”. A figura a seguir traz uma explicação: quando se faz um lançamento contábil, debita-se uma conta e credita-se outra com o mesmo valor. Ao se comprar por exemplo uma mercadoria a vista, debita-se a conta estoque e credita-se a conta caixa. 11 Figura 3: Métodos das partidas dobradas Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) Pagamento diversos de despesas no valor de R$ 5.000,00 em dinheiro, sendo: Ma- terial de escritório (R$ 1.000,00), Material de Limpeza (R$ 500,00), Energia elétrica (R$ 1.500,00), Aluguel (R$ 2.000,00). Recebimentos diversos em dinheiro no valor de R$ 10.000,00, sendo: Vendas de mer- cadorias (6.000,00). Aluguel R$ 3.000,00. Juros ativos 1.000,00. 12 Para registrar os fatos por meio de lançamentos a contabilidade utiliza-se as contas. São diversos os termos técnicos utilizados no uso das contas, entre os quais podemos citar: 1.3 MECANISMOS DE DÉBITO E CRÉDITO Vamos entender o que vem a ser Débito e Crédito dentro da contabilidade. Muitos acham que esses dois termos são iguais ao que vemos no extrato da nossa conta no banco, onde o Débito seria uma saída de dinheiro de nossa conta e o Crédito seria uma entrada. Na contabilidade esse termo não tem o mesmo significado. Os lançamentos contábeis são formados através de Debito e Crédito: 13 Os saldos das contas podem ser: devedor, credor ou nulo. O saldo será devedor quan- do o valor do débito for superior ao do crédito; será credor quando o valor do crédito for superior ao do débito e nulo quando o valor do débito for igual ao do crédito. Figura 4: Resumo de memorização do débito e do crédito Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) Lançamento é o registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças na composição do patrimônio da entidade), efetuados de acordo com o método das partidas dobradas. Vale ressaltar que os atos não são passiveis de serem registrados, uma vez que não provocam alteração no patrimônio, como por exemplo a assinatura de um contrato de seguro. Os fatos ao serem registrados no livro diário e serão feitos em ordem cronológica e obedecendo a determinada técnica, com obrigatoriedade da data, conta a débito, conta a crédito, histórico e valor. Padoveze (2018) afirma que todo lançamento deve ser feito baseado num documen- to que o habilite chamado documento hábil. Nenhum lançamento poderá ser feito nos livros contábeis sem algum documento que o comprove, tanto em nível fiscal quanto em nível comercial, e mesmo em nível de controle patrimonial, já que o contador sempre terá de prestar conta de seus registros. A documentação que embasa um lançamento de acordo com o princípio da mate- rialidade, poderá ser de origem externa ou origem interna. São exemplos de documenta- ção externa: recibos de depósitos bancários, comprovantes de aplicações financeiras, no- tas fiscais, cópias de cheques, duplicatas, recibos. Já os de documentação interna: requisições de almoxarifados, comunicações de transferências, notas de débito, notas de crédito, relatórios de despesas de viagens etc. O lançamento é feito nas contas Patrimoniais, pertencentes ao grupo do ATI-VO, PASSIVO EXIGÍVEL e PATRIMÔNIO LÍQUIDO (que ajudarão a formar o balanço patrimonial), e nas contas de Resultado, representadas pelas RECEITAS, e DESPESAS (que irá ajudar na forma- ção da DRE, apurando o lucro ou prejuízo). 14 Figura 5: Comportamento das contas patrimoniais e de resultados Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) 1.4 REGRA DE COMO FAZER LANÇAMENTOS CONTÁBEIS Vamos ao exemplo da conta caixa: Outros exemplos: Para simplificar as ilustrações e a resolução de problemas, e para fins didáticos, utili- zaremos uma representação gráfica bastante simples, que será denominada CONTA T ou RAZONETE ou simplesmente T. 15 Figura 6: Conta T Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) Marion (2018) afirma que o razonete é uma representação gráfica em forma de T bastante utilizada pelos contadores, sendo um instrumento didático para desenvolver o raciocínio contábil. Através do razonete são feitos os registros individuais por conta. O Ra- zonete é formado pelo: • Título da Conta: indica o elemento patrimonial ou de resultado. • Lado Esquerdo: indica o lado do Débito. • Lado Direito: indica o lado do Crédito. Um exemplo de como debitar e creditar usando a técnica do razonete: Compra de mercadorias para estoque a prazo, no valor de R$ 5.000,00. Agora que entendemos o que é uma conta, sua natureza, sua classificação, a repre- sentação gráfica, vamos entender sobre uma ferramenta contábil utilizada pelo contabi- lista para produzir seus relatórios para atendimento ao fisco e a empresa na tomada de decisões: o lançamento contábil. Todos os acontecimentos que ocorrem durante o funcionamento da empresa, tais como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, folha de pagamento de pessoal, gas- tos como custos e despesas e etc., são registrados contabilmente em suas respectivas con- tas. O contabilista pode criar tantas contas quantas necessárias para registrar todos os fatos administrativos. Dentro desse contexto, as contas que são criadas para registrar os fa- tos nos livros contábeis, como o diário e o razão, são contas que representam os elementos do Ativo e do Passivo (contas patrimoniais), mas também devem ser criadas contas que expliquem os ganhos, gastos e perdas, as receitas e despesas (contas de resultado). Padoveze (2018) afirma que o Plano de Contas agrupa um conjunto de contas cria- das pelo contador, para atender às necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e aten- der a todos os usuários da informação contábil. Esse conjunto de contas é chamado de Plano de Contas porque, na realidade, ele é criado antecipadamente ao uso de tais contas. Por isso, o contador tem de planejar a es- truturação do Plano de Contas, de maneira que a sua principal ferramenta seja criada para 16 lhe possibilitar o melhor dos resultados no trato com as informações contábeis. A seguir um exemplo de um plano de contas do ATIVO e do PASSIVO. As Contas de Resultado são as que representam variações no patrimônio da entida- de. Dividem-se em Despesas e Receitas, conforme exemplos a seguir: As Despesas: caracterizam-se pelo consumo de bens e pela utilização de serviços, com o objetivo de obter receitas: diminuindo o ativo ou aumentando o passivo. 17 1.5 LIVROS UTILIZADOS NA ESCRITURAÇÃO Dado um fato contábil, devemos seguir alguns passos para efetuar seu devido lança- mento. Exemplo: Compra de um veículo à vista em dinheiro. Todos os registros de fatos ocorridos em uma entidade, no decorrer de um termina- do exercício, devem ser escriturados em um livro que chamamos de Livro Diário. É um livro obrigatório (exigido por lei) em todas as empresas. Registra os fatos contábeis em partidas dobradas na ordem cronológica do dia, mês e ano. Marion (2018) afirma que o livro Diário deve ser encadernado com folhas numeradas seguidamente, e os registros devem ser feitos diariamente. Quando se usa o computador, as folhas são numeradas automaticamente pelo programa e, no final do período, o livro será encadernado. Portanto, o Diário registraoficialmente todas as transações de uma em- presa (veja Resolução CFC no 1.130/11 quando tratamos do Livro Diário). No Livro Diário devem ser lançadas, em ordem cronológica, com individualização, clareza e referência ao documento (de acordo com o princípio da materialidade), todas as operações ocorridas, e quaisquer outros fatos que provoquem variações patrimoniais, ou seja, os fatos administrativos. O registro dos fatos no livro diário é feito em forma contábil por meio de lançamentos. São 5 (cinco) os elementos de um lançamento: 18 Exemplos: Compra de mercadorias para estoque a prazo, no valor de R$ 5.000,00. Pagamento diversos de despesas no valor de R$ 5.000,00 em dinheiro, sendo: Ma- terial de escritório (R$ 1.000,00), Material de Limpeza (R$ 500,00), Energia elétrica (R$ 1.500,00), Aluguel (R$ 2.000,00). Recebimentos diversos em dinheiro no valor de R$ 10.000,00, sendo: Vendas de mer- cadorias (6.000,00). Aluguel R$ 3.000,00. Juros ativos 1.000,00. 19 1.6 RAZÃO Para Marion (2017) a razão é um livro atualmente obrigatório, que foi durante muito tempo facultativo. Em virtude de sua eficiência, é indispensável em qualquer tipo de em- presa: é o instrumento mais valioso para o desempenho da Contabilidade. Por isso, pela legislação contábil, é um livro obrigatório. Este livro tem por finalidade informar a movimentação de cada conta escriturada no livro Diário. Ele seguira a mesma ordem cronológica que o Livro Diário. No Razão será de- monstrado em cada folha de seu livro, o movimento de uma determinada conta, sempre trazendo o seu saldo inicial, a movimentação do período e o saldo final, sendo devedor ou credor. Para este livro, não existe nenhuma formalidade básica, seja para a sua escrituração ou para o seu registro. É um livro obrigatório pela legislação do imposto de renda para em- presas tributadas pelo lucro Real. A seguir no Quadro 13 é apresentado uma razão analítica da conta caixa, com suas movimentações de entradas e saídas de dinheiro, seus lançamentos a débito, a crédito e o saldo final. 20 1.7 BALANCETE DE MOVIMENTO E VERIFICAÇÃO De acordo com o método das partidas dobradas, cada lançamento a débito deve corresponder a um lançamento a crédito de igual valor. Portanto, o somatório dos saldos das contas devedoras deverá ser igual ao dos saldos das contas credoras. Com o objetivo de constatar essa igualdade, é usual, antes do levantamento do conjunto das demons- trações contábeis, que as contas de ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas sejam classificadas em um relatório denominado balancete (ALMEIDA, 2018). O Balancete de Verificação tem a finalidade de identificar os possíveis erros após ter feito os registros no livro diário e na razão e sua estrutura terá três colunas, onde na primei- ra encontra-se saldo inicial da conta, na Segunda a movimentação (a débito e a crédito) do referido período e na terceira, o saldo final da conta. A escrituração contábil é a primeira e mais importante das técnicas contábeis, pois somente a partir dela que se desenvolvem as demais técnicas de demonstração, ana- lise e auditoria, sua finalidade é a de fornecer a pessoas interessadas informações sobre um patrimônio determinado. Todo fato da entidade deverá ser escriturado, para este fim devem ser utilizados livros contábeis, que devem seguir critérios intrínsecos e extrínsecos, de acordo com a legislação. Alguns livros são obrigatórios, tais como o Livro Diário e o Livro Razão. FIQUE ATENTO 21 •Existem diversos métodos de escrituração contábil. A escrituração é o registro cronológico e específico da natureza de todos os fatos que ocorrem na empresa. Uma empresa sem Contabilidade é uma entidade sem memória, sem identidade e sem as mínimas condições de sobreviver ou de planejar seu crescimento. Recomenda-se a leitura do capítulo 13 do livro “Contabilidade empresarial: instrumentos de análise, gerência e decisão” de Marion (2018), que trata dos livros contábeis, acessando o endereço: https://bit.ly/39tds98. Acesso em: 07 mar. 2020; • Outro autor importante é Padoveze (2017) que apresenta no capítulo 2 do seu livro de “Con- tabilidade Geral Facilitada” o objetivo prático da escrituração contábil dos fatos contábeis (eventos econômicos) por meio do método das partidas dobradas nas contas e livros contá- beis. acessando o endereço: https://bit.ly/2ZYtjcG. Acesso em: 07 mar. 2020 BUSQUE POR MAIS Uma empresa que não possui um processo de escrituração contábil, não possui organiza- ção suficiente para crescer dentro do mercado. As informações provenientes desse processo auxiliam diversas áreas dentro do empreendimento. A escrituração contábil vai muito além de apenas reunir números para questões fiscais e tributárias. Ao realizar esse processo o que pode afetar diretamente o desenvolvimento das empresas, trazendo diversos benefícios para as que o cumprem essa obrigação? VAMOS PENSAR? CONTA: registra as movimentações contábeis, podendo ser contas patrimoniais (para o ba- lanço patrimonial) ou contas de resultado (para a DRE). CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS: as contas podem ser classificadas de acordo com vários cri- térios. Entretanto, aqui nos interessa classificar em dois grupos: Patrimoniais (Ativo e Passi- vo) e as de Resultado(Receitas, Custos e Despesas). CREDITAR: significa registrar uma importância na coluna de Crédito de uma conta, para aumentar seu valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu valor (se a conta representa um Bem ou Direito). DEBITAR: significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para aumentar o seu valor (se a conta representa um Bem ou um Direito), ou para diminuir seu valor (se a conta represen- ta uma obrigação. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL: é o registro regular dos atos e fatos administrativos, através de processo manual, mecanizado ou eletrônico. FATO CONTÁBIL (OU ADMINISTRATIVO): são fatos que provocam alterações patrimoniais ou de resultado, divididos em fatos permutativos, modificativos ou misto. GLOSSÁRIO https://bit.ly/39tds98 https://bit.ly/2ZYtjcG 22 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O objetivo principal da contabilidade é coletar, registrar, resumir, analisar e demonstrar, em termos monetários, informações acerca dos negócios das companhias. Essas informa- ções são compiladas em termos de um conjunto de demonstrações contábeis para seus usuários. São considerados usuários da informação contábil: I. Bancos, investidores, funcionários II. Auditores internos, investidores, governo III. Funcionários, fornecedores, administradores É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. Como a contabilidade faz o controle do patrimônio das empresas para elaboração das demonstrações contábeis? I. Através de técnicas de auditoria com o auxílio da controladoria. II. Para que o controle seja eficaz, a contabilidade precisa registrar todos os fatos que ocor- rem na empresa. Esse registro é feito por meio da escrituração contábil. III. Através dos controles de contas a pagar e a receber, bem como controle de custos e despesas. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. O fluxo da escrituração mercantil desde o início da transação comercial até o conjunto de demonstrações contábeis seria na seguinte ordem: I. Transação comercial, documento comprobatório, ficha de lançamento contábil, razão geral, balancete, elaboração de demonstrações. II. Documento comprobatório Transação comercial, ficha de lançamento contábil, razão geral, balancete, elaboração de demonstrações. III. Ficha de lançamento contábil, Transação comercial, documento comprobatório, razão geral, balancete, elaboração de demonstrações 23 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. A escrituração ______________ também conhecida por “escrituração __________ ou ___________”e “escrituração __________ou ________” é o registro ___________ e específico da natureza de todos os ________ que ocorrem na empresa. As palavras que completam as lacunas, seriam na seguinte ordem: a escrituração contábil também conhecida por “escrituração mercantil ou comercial” e “escrituração tributária ou fiscal” é o registro cronológico e específico da natureza de todos os fatos que ocorrem na empresa. I. Comercial, mercantil, contábil, tributária, fiscal, cronológico, atos. II. Contábil, mercantil, comercial, tributária, fiscal, cronológico, fatos. III. Mercantil, contábil, comercial, tributária, fiscal, cronológico, atos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 5. Para Ribeiro (2013, p. 9) a escrituração é uma das técnicas utilizadas pela contabilidade, consiste em registrar nos livros próprios (diário, razão, caixa, contas correntes e etc.) todos os fatos que modificam o patrimônio da empresa. Neste contexto a escrituração contábil: I. Tem como objetivo: organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em um determinado período. II. Tem como objetivo: registrar os fatos de natureza e econômica e financeira. III. Apurar o lucro ou prejuízo através da elaboração de demonstrações contábeis. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 6. A escrituração contábil deve ser efetuada: 24 I. Somente microempresas e empresas de pequeno porte. II. Por qualquer tipo de empresa, independentemente de seu porte ou natureza jurídica. III. Somente pelas empresas optantes pelo lucro presumido e lucro real. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 7. A escrituração contábil completa está contida como exigência expressa em diversas le- gislações vigentes: I. Código Comercial, Lei das Sociedades por ações, Legislação Tributária, Normas Brasileiras de Contabilidade. II. Comissão de valores imobiliários, código tributário, Normas internacionais de contabili- dade. III. Legislação do simples, estatuto da microempresa. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 8. Infelizmente as pequenas e médias empresas e as empresas de pequeno porte muitas das vezes não mantém a escrituração contábil regular. Com isso a empresa não tem con- dições de: I. Ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, va- lor das contas a receber e das contas a pagar, volume das despesas fixas e financeiras. Isso ocorre porque não é feito o registro adequado das transações realizadas. II. Saber se a empresa está tendo lucro ou prejuízo em suas atividades operacionais, por- que não é elaborado o demonstrativo de resultados. III. Calcular corretamente o preço de venda, porque não são conhecidos seus custos e des- pesas. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 25 Figura 9: Estrutura das bases nitrogenadas que compõem os ácidos nucleicos Fonte: Nelson e Cox (2019, p. 283) As bases nitrogenadas possuem uma conformação estrutural que permite sua ligação com uma base nitrogenada correspondente (Figura 10), assim, no DNA a adenina se liga à timina, enquanto a guanina se liga a citosina, enquanto no RNA a uracila assume a posição da timina ao se ligar a adenina de forma complementar (NELSON; COX, 2019; MARQUES; BALDINI, 2017; VOET; VOET; PRATT, 2014). OPERAÇÕES MERCANTIS UNIDADE 02 26 2.1 INTRODUÇÃO Para Iudícibus e Marion (2010) o ponto fundamental em numa empresa comercial, as operações com mercadorias representam, obviamente, o núcleo da atividade comercial. De um sistema de apuração de resultados em operações com mercadorias, bem como dos controles físicos paralelos, depende, em grande parte, o sucesso da empresa. A expressão MERCADORIAS, na contabilidade, é utilizada para se designar os bens adquiridos por um estabelecimento comercial para serem revendidos. Se o estabeleci- mento for industrial as expressões mais utilizadas são MATÉRIAS-PRIMAS, INSUMOS, etc. Temos que lembrar que uma indústria não adquire matéria-prima para revender e sim para industrializar, ou seja, para transformá-la. Aí sim, vende os chamados produtos, que é o resultado da transformação daquelas matérias-primas. Se o objeto social da empresa é a compra e venda de mercadorias, é natural que a sua principal fonte de RECEITA, seja exatamente a transferência da propriedade destas mercadorias a terceiros. Além disso tem a incidência de imposto, com suas características básicas, alíquotas e recolhimento, conforme aponta Padoveze (2018). 2.2 TRANSAÇÕES DE COMPRAS E VENDAS Quando a empresa adquire mercadorias, temos um fato meramente permutativo, ou seja, a operação não afeta resultado, apenas há movimentação nas contas do balanço (Patrimoniais). DÉBITO: ESTOQUE DE MERCADORIAS E CRÉDITO N0 CAIXA Quando ocorre a venda desta mercadoria, é necessário verificar o resultado apurado 27 na transação. Por isso o reconhecimento do CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS. Para Iudícibus e Marion (2012) O Custo das mercadorias vendidas (CMV) representa o valor atribuído as mercadorias negociadas pelo comerciante com os seus clientes. O CMV como indica é um valor de custo para o comerciante, valor que será confrontado com o valor de venda (receita) para a obtenção do Resultado com Mercadorias – RCM. O controle de estoques nas empresas tem várias finalidades: identificar as quanti- dades físicas das mercadorias e produtos, o saldo em valores que irão compor o balanço patrimonial e ao adotar o regime permanente de estoques o valor do custo das vendas. Ve- remos com mais detalhes o controle de estoques e seus métodos de avaliação na Unidade 4. Monetariamente o CMV é obtido (pelo regime periódico) pela equação (1): “CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA (CMV) = ESTOQUE INICIAL (EI) + “ “COMPRAS (C) – ESTOQUE FINAL (EF).” (1) Já o Resultado com Mercadorias – RCM (2): “RESULTADO COM MERCADORIAS (RCM) = VENDAS – CMV” (2) Para Marion (2018) o custo das mercadorias vendidas refere-se unicamente às em- presas comerciais, que revendem as mercadorias da mesma forma que recebem dos for- necedores, sem alteração de sua constituição. Portanto, nesse caso, o único componente desse custo é o valor de custo das mercadorias adquiridas, líquido dos impostos de IPI, ICMS, COFINS e PIS se recuperáveis. Prossegue o autor demonstrando que o custo dos produtos vendidos se refere uni- camente às empresas industriais, que recebem matéria-prima e componentes, adicionam insumos de produção e produzem um novo produto. Os componentes básicos do Custo dos Produtos Vendidos são os seguintes: Matéria-prima e Componentes Materiais Auxiliares Mão de obra Industrial Direta Mão de obra Industrial Indireta Despesas gerais de fábrica Depreciação do parque industrial A seguir serão demonstrados fatos que alteram o valor das compras e das vendas, bem como a apuração do custo das mercadorias: Exemplo 1: Compras de mercadorias no valor de R$ 10.000,00, a vista, ICMS de 18%. 28 Obs.: O ICMS será descontado da conta de estoques uma vez que está incluso no valor da mercadoria, dando direito de recuperação por parte da empresa. Exemplo 2 – Venda de mercadorias no valor de R$ 20.000,00, a vista. Baixa de esto- que pelo custo das mercadorias no valor de R$ 10.000,00. ICMS de 18%. Obs.: Crédito na conta de estoque uma vez que houve sua diminuição (entrega do estoque) pela venda das mercadorias. O ICMS das vendas será registrado em conta de re- sultado e a contrapartida gera uma obrigação de recolhimento pela empresa. Para Ribeiro (2013, p. 48)há alguns fatos que alteram o valor das compras e das ven- das, o custo das mercadorias, impostos como o ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS,além de fretes e seguros, as compras e vendas anuladas e suas devoluções. 29 2.3 DEVOLUÇÕES DE COMPRAS E VENDAS Ribeiro (2013) descreve que as compras e vendas anuladas e suas devoluções, consis- te na devolução parcial ou total das mercadorias adquiridas ou vendidas, podem ocorrer por avarias no transporte, ou não correspondem ao pedido, ou ainda por qualquer fato não corresponderam às expectativas da empresa. A identificação dos valores que deverão ser contabilmente registrados nos casos de devolução de compras a fornecedores exige 3 informações distintas: 1) O valor da Nota Fiscal de devolução - é o preço de aquisição da mercadoria devol- vida que consta da Nota Fiscal de compra; 2) O valor que compõe o estoque - é o valor pelo qual a mercadoria foi registrada nos estoques, que geralmente têm agregados ao preço de compra da mercadoria outros valores, tais como valor de seguros, valor de fretes e outros, por vezes apropriados de forma indireta devido às características das mercadorias ou do próprio gasto; 3) O valor dos tributos recuperados - é o valor do é o valor do ICMS, IPI, PIS e COFINS que a empresa se credita pela entrada da mercadoria. Exemplo: No dia 20.01.2020, a empresa efetuou uma compra de 100 unidades de determinada mercadoria pelo valor total de R$ 12.000,00, incluindo ICMS sobre esse preço no valor de R$ 2.000,00. A contabilização da compra foi procedida da seguinte forma: a) Pela entrada da mercadoria no estoque da empresa: b) Pelo registro do frete da mercadoria: Ribeiro (2013) demonstra que o frete e o seguro sobre as compras correspondem as importâncias pagas pela empresa compradora das mercadorias diretamente ao fornece- dor ou a uma terceira empresa que promoveu o transporte das mercadorias, desde o esta- belecimento do fornecedor, até a sede da empresa. Tanto o frete como o seguro farão parte do custo da mercadoria, portanto serão adi- 30 cionados ao valor dos estoques. Considerando-se que o valor do frete foi de R$ 2.000,00 com a incidência de ICMS que gera um crédito de imposto no valor de R$ 200,00, com o seguro destacado na nota fiscal no valor de R$ 300,00, teremos o seguinte lançamento: No dia 25.01.2020 foram devolvidas 40 unidades correspondentes ao lote comprado em 20.01.2020. O valor registrado na contabilidade em 20.01.2020, referente às entradas, engloba o valor do preço da mercadoria constante da Nota Fiscal de Entrada líquido do ICMS e do valor do frete, também líquido do ICMS, incorrido no transporte da mercadoria. Contabilização das operações de estoque relativas à devolução: 1 - Registro da Nota Fiscal de devolução no valor de R$ 4.000,00, com incidência de ICMS no valor de R$ 800,00: - Registro da transferência do valor do frete. 31 2.4 FRETES E SEGUROS Quando o frete ou o seguro for pago pela empresa adquirente das mercadorias, en- tão, o valor do frete ou do seguro, passa a compor o preço das mercadorias, pois para elas o frete será um custo a mais. Frete na Compra de mercadorias Considerando que a empresa realizou uma compra à vista de mercadorias no valor de R$20.000,00, cujo frete cobrado foi de R$ 800,00 pago no ato, com seguro no valor de R$ 500,00. O frete e do seguro será incorporado ao custo da mercadoria. Frete na Venda de mercadorias Nas vendas, o frete concedido pela empresa vendedora passa a ser uma despesa com vendas para a empresa que vendeu as mercadorias. Venda à vista de toda mercadoria adquirida anteriormente, por um preço total de R$ 20.000,00, sendo que o frete pago pelo vendedor foi o valor equivalente a R$ 500,00, com um seguro de R$ 200,00. É comum as empresas receberem de seus clientes a devolução total ou parcial das mercadorias vendidas, por vários motivos. A contabilização das devoluções dependerá do tipo de controle de estoque PEPS, UEPS e média), que será discutido no Capítulo 3. Poderão ocorrer ainda abatimentos sobre as vendas, descontos incondicionais con- cedidos, juros embutidos nas vendas a prazo, que serão discutidos e exemplificados no capítulo que tratará da demonstração do resultado do exercício. 32 • No capítulo 4 do livro “Contabilidade Básica” dos autores Viceconti e Neves (2017), onde os autores demonstram as várias formas de contabilização da compra de mercadorias, dos impostos incidentes sobre as vendas e de outros valores destaca- dos na nota fiscal, como o seguro e fretes. Disponível no link da minha Biblioteca da Faculdade Única através do link: https://bit.ly/39tsknY. Acesso em: 12 mar. 2020. • Outra sugestão é o livro “Contabilidade Básica” de Ribeiro (2013), no capítulo 6 de escrituração contábil, demonstra de forma clara e objetiva exemplos de contabi- lização de receitas, juros e descontos, lançamentos de constituição de empresa. Disponível em: https://bit.ly/2D6ru4s. Acesso em: 12 mar. 2020. BUSQUE POR MAIS Mercadorias são artigos adquiridos pelo comércio para revenda em seus estabeleci- mentos, seja a varejo, seja em atacado. Nas compras de mercadorias temos além do valor das mercadorias, ainda os impostos, como o ICMS, IPI, além do frete e de seguros destacados na nota fiscal. Os impostos uma vez destacados na nota fiscal poderão ser recuperados pela empresa. Já o seguro e o frete irão compor o valor das mercado- rias em estoque. FIQUE ATENTO Realizar um bom controle de estoques pode ser a chave para o sucesso de um negócio. Você já deve ter notado que em muitas circunstâncias, se uma loja ou empresa tem grandes dificuldades para vender ou negociar um produto, ela se esforçará para se livrar de diversas formas do seu estoque, seja por promoções, liquidações ou buscando a diminuição de custo. O que incorre também em diminuição de lucros para cada venda. Você deve se perguntar: o que a empresa ganha diminuindo seus preços em promoções e ações semelhantes? VAMOS PENSAR? https://bit.ly/39tsknY https://bit.ly/2D6ru4s 33 Mercadorias - valores de venda de produtos adquiridos de terceiros. Exemplo: uma farmácia adquire medicamentos de um distribuidor, e revende-os. Trata-se de mercadorias, e não de produtos. Produtos - valores de venda de produtos de produção própria (indústria). Exemplo: uma indústria farmacêutica adquire insumos, industrializa-os e venda aos distribuidores. Trata-se de produtos de produção própria vendidos. Serviços – valores de venda de serviços executados por contrato ou tarefa. Exemplo: serviços de auditoria independente, executados para um cliente. ICMS: Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação, é de competência dos Estados e do Distrito Federal. Contribuinte: é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou presta- ções de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior ICMS E IPI RECUPERÁVEIS: O IPI e o ICMS pagos na aquisição de mercadorias para revenda e de insumos da produção industrial (matérias-primas, materiais intermediários e embala- gens) não devem integrar o respectivo custo, quando forem recuperáveis mediante crédito nos livros fiscais pertinentes. GLOSSÁRIO 34 1. Associe a primeira coluna de acordo com a segunda: 1 - O Imposto sobre Produtos In- dustrializados (IPI) 2 - O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 3 - O Imposto sobre serviços – ISS ( ) Depende de cada município, não podendo ser menor do que 2% e maior do que 5%. ( ) É um imposto estadual e abrange tanto a indús- tria quanto o comércio e mesmo alguns serviços, como energia elétrica, comunicações e transportes. ( ) É um imposto pago apenas pelas indústrias, en- quanto os produtos estão sendo transformados e, por conseguinte, não existe em operações comer- ciais. É um imposto federal, de caráter seletivo e com cunho social. A sequência corretaé: a) 1, 2, 3. b) 3, 2, 1. c) 2, 1, 3. d) 1, 3, 2. e) 2, 3, 1. 2. Na composição básica do custo dos produtos vendidos em uma indústria temos os se- guintes itens: I. Matéria-prima e Componentes, Materiais Auxiliares, Mão de obra Industrial Direta. II. Mão de obra Industrial Indireta, Despesas gerais de fábrica, Depreciação do parque in- dustrial. III. Despesas administrativas, Comissão de vendedores, Salários do pessoal da contabilida- de. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. No dia 10.11.2019, a empresa efetuou uma compra de 100 unidades de determinada mer- cadoria pelo valor total de R$ 12.195,12, incluindo 18% de ICMS sobre esse preço. Não houve recuperação de outros tributos. FIXANDO O CONTEÚDO 35 O lançamento será efetuado nas seguintes contas: I. D - Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante) – R$ 10.000,00 II. ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) - R$ 2.195,12 III. C - Fornecedores (Passivo Circulante) - R$ 12.195,12 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. Marque V ou F nas alternativas abaixo. ( ) Há alguns fatos que alteram o valor das compras e das vendas, o custo das mercadorias, impostos como o ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS, além de fretes e seguros, as compras e vendas anuladas e suas devoluções. ( ) As compras e vendas anuladas e suas devoluções, consiste na devolução parcial ou total das mercadorias adquiridas ou vendidas, podem ocorrer por avarias no transporte, ou não correspondem ao pedido, ou ainda por qualquer fato não corresponderam às expectativas da empresa. ( ) Tanto o frete como o seguro não farão parte do custo da mercadoria, portanto serão adicionados ao valor dos estoques. Serão lançados como despesa. ( ) É comum as empresas receberem de seus clientes a devolução total ou parcial das mer- cadorias vendidas, por vários motivos. A contabilização das devoluções dependerá do tipo de controle de estoque, que será discutido no capítulo seguinte. ( ) O valor da Nota Fiscal de devolução - é o preço de aquisição da mercadoria devolvida que consta da Nota Fiscal de venda. A sequência correta do Verdadeiro ou Falso será: a) V, V, F, F, V. b) V, V, F, V, F. c) F, V, F, V, V. d) V, F, V, F, F. e) F, V, V, F, V. 5. A identificação dos valores que deverão ser contabilmente registrados nos casos de de- volução de compras a fornecedores exige 3 informações distintas: I. O valor da Nota Fiscal de devolução - é o preço de aquisição da mercadoria devolvida que consta da Nota Fiscal de compra. II. O valor que compõe o estoque - é o valor pelo qual a mercadoria foi registrada nos esto- ques, que geralmente têm agregados ao preço de compra da mercadoria outros valores, tais como valor de seguros, valor de fretes e outros, por vezes apropriados de forma indireta 36 devido às características das mercadorias ou do próprio gasto. III. O valor dos tributos recuperados - é o valor do é o valor do ICMS, IPI, PIS e COFINS que a empresa se credita pela entrada da mercadoria. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 6. Para Ribeiro (2013, p. 48) há alguns fatos que alteram o valor das compras e das vendas, tais como: I. O custo das mercadorias, impostos como o ICMS, IPI, ISS, PIS, COFINS. II. Fretes e seguros, as compras e vendas anuladas e suas devoluções. III. Os descontos incondicionais, os abatimentos, e os juros cobrados na nota fiscal. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 7. Para Marion (2018) o custo das mercadorias vendidas refere-se: I. Unicamente às empresas comerciais, que revendem as mercadorias da mesma forma que recebem dos fornecedores, sem alteração de sua constituição. Portanto, nesse caso, o único componente desse custo é o valor de custo das mercadorias adquiridas, líquido dos impostos de IPI, ICMS, COFINS e PIS se recuperáveis. II. O custo dos produtos vendidos refere-se unicamente às empresas prestadoras de servi- ços, que recebem matéria-prima e componentes, adicionam insumos de produção e pro- duzem um novo produto. III. O custo dos serviços prestados refere-se unicamente às empresas industriais, que re- cebem matéria-prima e componentes, adicionam insumos de produção e produzem um novo produto. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 37 8. Para Iudicíbus e Marion (2012) O Custo das mercadorias vendidas (CMV) representa: I. O valor atribuído as mercadorias negociadas pelo comerciante com os seus clientes. II. O valor dos produtos calculado pela indústria levando em consideração as despesas administrativas, a matéria prima e a mão de obra. III. O valor do custo dos serviços prestados levando em conta as despesas administrati- vas, vendas e financeiras. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 38 OPERAÇÕES ENVOLVENDO CONTAS DO ATIVO E PASSIVO UNIDADE 03 39 3.1 INTRODUÇÃO Para a contabilidade, o patrimônio é o conjunto dos bens, direitos e as obrigações, isto vale tanto para as pessoas físicas quanto jurídicas. E ainda de acordo com o princípio fundamental da entidade não se mistura os negócios da empresa com os dos sócios, uma vez que a Contabilidade deve tratar separadamente a pessoa jurídica da pessoa física que lhe gerencia. Segundo Silva (2008) os elementos patrimoniais são considerados sob um aspecto homogêneo, que é o da tradução monetária de seus valores, formando por assim dizer um fundo de valores, representados de um lado por valores positivos (ATIVO – bens e direitos) e de outro os valores negativos (PASSIVO - obrigações). A representação gráfica do patrimônio é o Balanço Patrimonial, no qual são regis- trados os bens, direitos e obrigações de uma entidade, no qual serão demonstrados no capitulo 6. 3.2 COMPOSIÇÃO DO ATIVO E DO PASSIVO Em contabilidade o passivo corresponde ao saldo das obrigações devidas, enquanto no ativo se representam os bens e direitos que pertencem a uma determinada entidade. O passivo é a coluna da direita num balanço patrimonial, já o ativo o lado esquerdo, conforme abaixo: Os ativos e passivos fazem parte da contabilidade de uma empresa e são registrados no balanço patrimonial, um relatório contábil que demonstra a posição financeira e eco- nômica da organização. Os ativos são os bens, como o dinheiro em caixa, móveis e imóveis, maquinários, estoque de mercadorias, e os direitos. Para Marion (2018) entende-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer às necessidades das pessoas e das empresas. Se eles têm forma física, são palpáveis, deno- minam-se bens tangíveis: veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e 40 utensílios (móveis de escritório), ferramentas etc. Segundo o CPC 00(R1).4 .8 -9 (Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Re- latório Contábil-Financeiro), o benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade (ALMEIDA, 2018). Os passivos são as obrigações, isto é, as despesas feitas pela empresa que se constituem por contas a pagar, fornecedores e obrigações com impostos, por exemplo. 3.3 DIFERENÇAS ENTRE ATIVO E PASSIVO Na opinião de Marion (2018) o passivo representa as dívidas com outras pessoas. Em Contabilidade, tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos: pagamento na data do vencimento. Em caso de um empréstimo bancário, você fica devendo ao banco (empréstimo a pagar). Se a dívida não for liquidada na data do vencimento, o bancoexigirá o pagamento. Uma obrigação exigível bastante comum nas empresas é a compra de mercadorias a pra- zo (exatamente o contrário de duplicatas a receber): ao comprar a prazo, a empresa fica devendo para o fornecedor da mercadoria; por essa razão, tal dívida é conhecida como fornecedores, embora também possa ser denominada duplicatas a pagar. Outras obrigações exigíveis são: com os funcionários – salários a pagar; com o gover- no – impostos a pagar; com as financeiras – financiamentos; com a Previdência Social e FGTS – encargos sociais a pagar; com o locador do prédio – aluguéis a pagar; diversas con- tas de luz, água, gás etc. – contas a pagar etc. Segundo o CPC 00(R1).4.15 (Estrutura Conceitual para Elabo- ração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro), uma carac- terística essencial para a existên- cia de passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de desempenhar uma dada tarefa Figura 7: Equação do equilíbrio patrimonial Fonte: Elaborado pelo Autor (2020) de certa maneira (ALMEIDA, 2018). Para Almeida (2018) as obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência de contrato ou de exigências estatutárias. Esse é normalmente o caso, por exemplo, das contas a pagar por bens e serviços recebidos. A principal diferença entre os ativos e passivos estão nos fluxos monetários da em- presa. Enquanto os ativos são relacionados aos meios de rendimentos e que trazem bene- fícios, os passivos são saídas de dinheiro pelos gastos e despesas que a empresa teve de fazer. A diferença do valor total dos ativos e dos passivos de uma empresa é o patrimônio líquido. 41 Pra Padoveze (2018) depois de encontrada a equação fundamental de Contabilidade (PL = B + D – O), houveram por bem transformá-la, colocando-se em cada lado da equa- ção de igualdade os valores positivos, sem misturá-los com os valores negativos. Assim, passou-se o PL para o lado direito, montando o que foi denominado equação de equilíbrio patrimonial, conforme demonstrado anteriormente. Os ativos e passivos são registrados em contas contábeis. Por exemplo, quando a empresa recebe uma quantia em dinheiro, o registro é feito na conta caixa, se compra mercadorias é lançado na conta de estoques, se vende a prazo usa a conta duplicatas a receber, se faz um empréstimo utiliza a conta de empréstimos e financiamentos a pagar, a folha de pagamento e seus encargos são registrados em contas especificas no passivo circulante. As contas contábeis fazem parte de um plano de contas, um sistema da contabili- dade que organiza as contas por diferentes tipos, em contas de ativo, passivo, receitas e despesas. Os lançamentos em contas de ativo e passivo deverão serão lançados no livro diário, como veremos a seguir, no próximo item. 3.4 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE 1) Caixa Conforme Silva (2008) a conta caixa representa o montante de recursos imediata- mente disponíveis, a ser utilizado como meio de pagamentos, registrando-se nela os mon- tantes recebidos e pagos. O débito nessa conta dever acontecer pelos recebimentos de recursos financeiros e o crédito por pagamentos realizados pelo caixa. Exemplos: No dia 10.12.19, uma empresa vendeu 3 unidades de mercadorias por R$18.000 à vista: Débito – Caixa .............................................................................. 18.000 Crédito – Receita de Vendas ........................................................... 18.000 No dia 31.01.XX, empresa resolve deixar apenas R$ 1.000,00 no caixa e deposita o res- tante em sua conta do Banco: Débito – Bancos conta movimento ..................................................... 17.000 Crédito – Caixa ................................................................................... 17.000 42 3.4.1 BANCOS CONTA MOVIMENTO As contas de Bancos Conta Movimento registram recursos financeiros depositados numa instituição bancária disponíveis imediatamente à empresa. Normalmente as contas de caixa e bancos são afetadas pelas operações normais da empresa. Desta forma, vamos praticar um pouco com algumas destas transações (SILVA, 2008). Exemplos de uma transação de compra: No dia 10.01.20, é efetuada uma compra a prazo de matéria-prima no valor de R$ 20.000. Débito – Estoque de matéria-prima ......................................... 20.000 Crédito – Fornecedor ............................................................ 20.000 No dia 20.01.20, a empresa paga a compra com um cheque, na data do vencimento. Débito – Fornecedor .................................................................. 20.000 Crédito – Bancos – conta movimento ........................................ 20.000 Exemplo de uma operação de vendas: Uma empresa vendeu mercadorias no valor de R$ 80.000, com prazo de 30 dias. O custo total dos produtos foi de $40.000 O ICMS e o IPI foram de R$ 3.000 e R$ 5.000, res- pectivamente: No dia 01.01.20, houve venda: Débito - Contas a receber ...................................................... 80.000 Crédito – Receita de vendas ................................................... 80.000 No mesmo dia, deve acontecer a baixa nos estoques das mercadorias vendidas: Débito – Custo dos produtos vendidos ....................................... 40.000 Crédito – Estoque de produtos acabados .................................... 40.000 Contabilização do IPI e ICMS: Débito – Impostos de vendas – IPI................................................ 5000 Débito – Impostos de vendas – ICMS ........................................... 3000 Crédito – Impostos a recolher – IPI ............................................... 5000 Crédito – Impostos a recolher – ICMS ............................................ 3000 No dia 30.01.20, o cliente efetuou o pagamento da compra, depositando um cheque na conta bancária da empresa: Débito – Banco – conta movimento ......................................... 80.000 Crédito – Contas a receber ..................................................... 80.000 3.4.2 DESCONTOS DE DUPLICATAS Das suas vendas a prazo surgem as duplicatas que geram um direito junto aos seus clientes. O desconto de duplicatas permite antecipar dinheiro para que a empresa possa ter capital de giro para pagar suas obrigações. Normalmente, o banco efetua desconto, mediante aplicação de uma taxa sobre o valor de face do título, além de cobrar tarifas e outros encargos. Desta forma, o valor em- prestado à empresa é creditado pelo valor líquido (valor nominal da duplicata menos os 43 encargos financeiros. (SILVA, 2008) No dia 10.01.20 a empresa descontou junto ao Banco do Brasil um valor de R$ 20.000,00 de duplicatas. Débito – Banco – conta movimento ......................................... 20.000 Crédito – Duplicatas descontadas (PC) .................................. 20.000 No dia 10.02.20 foi constatado que o cliente da duplicata que foi descontada em 10.01.20 fez o pagamento da mesma: Débito – Duplicatas descontadas (PC) ..................................... 20.000 Crédito – Duplicatas a receber ................................................ 20.000 3.4.3 PROVISÃO PARA CRITÉRIOS DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA - PCLD Segundo Silva (2008) a Provisão para Devedores Duvidosos é realizada por empresas que vende a prazo. Neste tipo de operação, existe o risco de eventuais perdas no recebi- mento de seus créditos junto aos clientes. Desta forma, deve ser constituída essa provisão. Como se calcula? Segundo a legislação do Imposto de renda a empresa tributada pelo lucro real pode calcular a provisão para créditos de liquidação duvidosa através da análise individual dos devedores, a fim de verificar a situação financeira do cliente, sua ca- pacidade de pagar, inadimplência e etc. A outra maneira seria por estimativas de perdas, com base nas perdas passadas que acontecem sobre as vendas. Em 30.01.20 – A empresa tinha umsaldo de R$ 60.000,00 de duplicatas a receber. A provisão vai ser constituída em 3%. Débito – Despesa com devedores duvidosos (Contas de resultado) ... 1.800,00 Crédito –Provisão para créditos de liquidação duvidosa (AC) .............. 1.800,00 A conta PCLD será uma conta redutora do ativo, levando em consideração o princí- pio do conservadorismo. No balanço patrimonial ela aparecerá da seguinte forma: 44 3.5 CONTABILIZAÇÃO DO ATIVO NÃO CIRCULANTE Aquisição de ativo permanente 20.01 - Compra de máquinas e equipamentos no valor de R$ 50.000,00, dividido em 5 par- celas iguais: Débito –Máquinas e equipamentos (Ativo imobilizado) .....................50.000,00 Crédito – Fornecedores (PC) ............................................................50.000,00 Contabilização da depreciação A maioria dos bens utilizados na manutenção das atividades da empresa, com ex- ceção de terrenos (não tem depreciação e sim valorização), tem uma vida útil limitada, conforme determina a legislação do imposto de renda. Os fatores que limitam a vida útil de um bem são a deterioração e a obsolescência. A deterioração é o desgaste físico do bem e a obsolescência é o processo pelo qual o bem se torna arcaico com o desenvolvimento de novas tecnologias, ou de processos mais aperfeiçoado, que do ponto de vista contábil trataremos como depreciação (SILVA, 2008). Para efetuar o cálculo da depreciação, é necessário definir o número de anos de vida útil do bem e a maneira de distribuir o seu custo pelos exercícios sociais. Na tabela de depreciação temos os seguintes tempos de vida útil: Veículos (5 anos), máquinas e equi- pamentos (10 anos), ferramentas (5 anos), Construções/Prédios (25 anos). No dia 31/12/19, a empresa tinha um saldo de R$ 60.000,00 na conta de veículos. Aplicando 20%¨sobre este valor, temos uma depreciação anual de R$ 12.000,00. • Débito – Despesa com depreciação (Resultado) .......................... 12.000,00 • Crédito – Depreciação acumulado (Conta redutora do ativo) ....... 12.000,00 No balanço patrimonial ela aparecerá da seguinte forma: 45 3.6 CONTABILIZAÇÃO DO PASSIVO CIRCULANTE No passivo, existem diversas obrigações e também provisões decorrentes de com- promissos assumidos pela empresa, como por exemplo: Provisão de folha de pagamento, Provisão de férias e 13º salário; e Provisão para Imposto de Renda e contribuição social, im- postos a pagar, empréstimos e financiamentos e etc. Contabilização da folha de pagamento No último dia de cada mês é efetuada a contabilização da folha de pagamento, com seus proventos e descontos. Apropriação da folha de pagamento (Serão incluídos o valor dos salários mais a parte varável como horas extras, insalubridade e periculosidade) D – Salários (Despesa) ................................................................. R$ 15.000,00 C – Salários a pagar (Passivo Circulante) .................................. R$ 15.000,00 Registro dos descontos sobre a folha de pagamento dos empregados: D – Salários a pagar (Passivo Circulante) ................................ R$ 1.800,00 C – INSS a recolher (Passivo Circulante) .................................... R$ 600,00 C – IRRF a recolher (Passivo Circulante) ................................... R$ 400,00 Contribuição da Previdência parte empresa mais a contribuição de terceiros previs- tos na legislação previdenciária. D – Encargos sociais (Despesa) .............................................. R$ 5.800,00 C – INSS a recolher (Passivo Circulante) ................................... R$ 5.800,00 2) Contabilização das provisões de férias e 13º. salário 1º Lançamento mensal da provisão do 13º: (1/12 sobre a folha de pagamento) 46 D - 13º SALÁRIO (Despesa) ........................................................ R$ 1.250,00 C - PROVISÃO 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) ................... R$ 1.250,00 2º Lançamento mensal da provisão dos encargos (INSS e FGTS) D - ENCARGOS 13º SALÁRIO (Despesa) ....................................... R$ 620,00 C - PROVISÃO ENCARGOS 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) ... R$ 620,00 3º Lançamento mensal da provisão de férias mais 1/3 constitucional. (1/12 sobre a fo- lha de pagamento) – Férias (Despesa) .......................................................... R$ 1.666,00 C - Provisão de férias (Passivo Circulante) ................... R$ 1.666,00 3.7 CONTABILIZAÇÃO DO PASSIVO NÃO CIRCULANTE A seguir alguns exemplos da contabilização do passivo não circulante: Empréstimos e financiamentos de longo prazo. 30.01.20. - Aquisição de um empréstimo no valor de R$ 80.000,00 com prazo para pagamento em dois anos. Com juros de R$ 6.000,00. D – Bancos conta movimento (Ativo Circulante) .......................... R$ 80.000,00 C – Empréstimos e financiamentos (Passivo Não Circulante...... R$ 80.000,00 D – Juros a apropriar (Ativo Circulante) .......................................... R$ 6.000,00 C - Empréstimos e financiamentos (Passivo Não Circulante) ....... R$ 6.000,00 Capital social integralizado 01/01/20 - Constituição da empresa com um Capital social de R$ 40.000,00. Sendo: R$ 20.000,00 em dinheiro e R$ 20.000,00 em veículos. D – Caixa (ativo circulante) ...........................................................R$ 20.000,00 D – Veículos (Ativo Permanente) .................................................. R$ 20.000,00 C – Capital social (Passivo não circulante – PL) .......................... R$ 40.000,00 O balanço patrimonial tem sua utilidade para o gerenciamento da empresa, pois seus números refletem a situação patrimonial da empresa e ajudam a fazer análises fi- nanceiras, inclusive projeções para a futuro. FIQUE ATENTO É um grande desafio para a Contabilidade mensurar quanto o Capital Intelectual repre- senta para uma empresa. Encontra-se, no entanto, empresas que, se viessem a perder um determinado executivo inviabilizaria ou prejudicaria significativamente a obtenção de re- sultados futuros, pela capacidade intelectual que esse recurso humano detém ou pela sua presença no mercado. Capital intelectual: ativo ou passivo? VAMOS PENSAR? 47 • Uma das tarefas da contabilidade é registrar os fatos que possam modificar o patrimônio da empresa. Através da escrituração, que é uma técnica contábil que consiste em registrar nos livros próprios (Diário, em na empresa e que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial. Na unidade 5 do livro “Contabili- dade Comercial Fácil” Ribeiro (2013) que trata da escrituração contábil nas empre- sas. Disponível em: https://bit.ly/3fY1map. Acesso em: 17 mar. 2020; • Outra boa leitura é o livro de “Contabilidade Básica” de Marion e Santos (2018). No capítulo 10 você verá o método balanços sucessivos, razonete e seus lançamen- tos, débito e crédito e saldos nas contas. Disponível em: https://bit.ly/3hvlssS. Acesso em: 17 mar. 2020 BUSQUE POR MAIS ATIVO CIRCULANTE: Dinheiro em caixa ou em bancos; bens, direitos e valores a receber no prazo máximo de um ano, ou seja, realizável a curto prazo, (duplicatas, estoques de merca- dorias produzidas, etc.); aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. ATIVO IMOBILIZADO: Ativos tangíveis que são disponibilizados para uso na produção ou for- necimento de bens ou serviços, ou para locação por outros, para investimento, ou para fins administrativos e espera-se que sejam usados por mais de um período contábil. BALANÇO PATRIMONIAL: É a demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da entida- de. Demonstração que apresenta a relação de ativos, passivos e patrimônio líquido de uma entidade em data específica. CONTAS PATRIMONIAIS: Representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obriga- ções e situação líquida). CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO: São contas redutoras classificadas no ativo, tendo sal- dos credores, por isso são demonstradas com o sinal (-). PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Valor que os proprietáriostêm aplicado. Contas do patrimônio líqui- do têm saldos credores, divide-se em: Capital social; Reservas de capital; Reservas de reava- liação, Reservas de lucros; e Lucros/Prejuízos acumulados. PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS: Conta que registra as perdas verificadas em períodos anteriores num determinado valor para cobertura das duplicatas que venham a ser consideradas incobráveis. GLOSSÁRIO https://bit.ly/3fY1map https://bit.ly/3hvlssS 48 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Em contabilidade o passivo corresponde ao saldo das obrigações devidas, enquanto no ativo se representam os bens e direitos que pertencem a uma determinada entidade. I. Os ativos e passivos fazem parte da contabilidade de uma empresa e são registrados no balanço patrimonial, um relatório contábil que demonstra a posição financeira e econômi- ca da organização. II. Os ativos são os bens, como o dinheiro em caixa, móveis e imóveis, maquinários, estoque de mercadorias, e os direitos. III. O passivo representa também as despesas da empresa, como material de escritório, salários, comissões e etc. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 2. Na opinião de Marion (2018) o passivo representa as dívidas com outras pessoas. Em Con- tabilidade, tais dívidas são denominadas obrigações exigíveis, isto é, compromissos que serão reclamados, exigidos: pagamento na data do vencimento. I. Uma obrigação é a compra de mercadorias a prazo (exatamente o contrário de duplicatas a receber): ao comprar a prazo, a empresa fica devendo para o fornecedor da mercadoria. II. Outras obrigações exigíveis são: capital social, reservas de lucros, ações em tesouraria, lucros acumulados. III. As obrigações são registradas do lado esquerdo do balanço patrimonial. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 3. A diferença do valor total dos ativos e dos passivos de uma empresa é o patrimônio lí- quido. Isto indica qual a posição referente às suas atividades, investimentos e valores que os acionistas ou sócios possuem em um negócio. A equação do patrimônio será calculada pela seguinte fórmula: I. PL = B + D – O 49 II. Bens + Direitos = Obrigações - Patrimônio Líquido III. PL = B + O - D É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 4. A maioria dos bens utilizados na manutenção dos negócios da companhia, com exceção de terrenos, tem uma vida útil limitada. I. A vida útil representa o tempo que o bem será utilizado pela companhia em circunstân- cias normais. II. Os fatores que limitam a vida útil de um bem são a depreciação que é o desgaste físico e tecnológico do bem. III. Os bens intangíveis são depreciados de acordo com a Lei 11.638/07. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 5. Para efetuar o cálculo da depreciação, é necessário definir o número de anos de vida útil do bem e a maneira de distribuir o seu custo pelos exercícios sociais. Mas é preciso consul- tar a legislação do imposto de renda para identificar o tempo de vida útil de cada bem. Na tabela de depreciação temos os seguintes tempos de vida útil: I. Veículos (5 anos), máquinas e equipamentos (10 anos), ferramentas (5 anos), construções/ prédios (25 anos). II. Veículos (10 anos), máquinas e equipamentos (5 anos), ferramentas (5 anos), construções/ prédios (25 anos). III. Veículos (10 anos), máquinas e equipamentos (10 anos), ferramentas (15 anos), constru- ções/prédios (20 anos). É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 50 6. No passivo, encontramos diversas provisões decorrentes de obrigações presentes e deri- vada de eventos já ocorridos. I. Provisão de férias de funcionário; Provisões para garantia de defeitos sobre bens vendi- dos; Provisão para 13º salário; e Provisão para Imposto de Renda. II. Provisão para créditos de liquidação duvidosa: Provisão para ajustes de estoques; Provi- são para perdas recuperáveis. III. Provisão de férias, da folha de pagamento e seus encargos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 7. Segundo Silva (2017) a Provisão para Devedores Duvidosos é realizada por empresas que vende a prazo. Neste tipo de operação, existe o risco de eventuais perdas no recebimento de seus créditos junto aos clientes. Desta forma, deve ser constituída essa provisão. Como se calcula? I. Pela análise individual dos devedores, a fim de verificar a situação financeira do cliente. II. Por estimativa de perda, com base nas perdas passadas que acontecem sobre as vendas. III. Calculando-se a média de perdas com clientes no período de 3 anos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 8. As contas de Bancos Conta Movimento registram recursos financeiros depositados numa instituição bancária disponíveis imediatamente à empresa. I. Normalmente as contas de caixa e bancos são afetadas pelas operações normais da em- presa, como: compras e vendas de mercadorias a vista e pagamento e recebimentos de duplicatas. II. Normalmente as contas de caixa e bancos são afetadas pelas operações normais da em- presa, como: baixas de estoques pela venda de mercadorias e lançamentos de impostos sobre compras e vendas. III. Normalmente as contas de caixa e bancos são afetadas pelas operações normais da em- presa, como: compras de mercadorias a prazo e lançamentos de impostos sobre compras e vendas. É correto o que se afirma em: 51 a) I, apenas. b) III, apenas. c) I e II, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 52 APURAÇÃO DO CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA UNIDADE 04 53 4.1 INTRODUÇÃO Estudaremos agora os principais critérios utilizados para avaliação dos materiais (mercadorias) estocados na empresa. Para Almeida (2018) a norma contábil que trata dos estoques é o CPC 16 (R1) – Esto- ques. Os estoques são bens destinados à venda ou à fabricação de produtos, relacionados com os objetivos e atividades da entidade. Eles são normalmente ativos importantes na composição do ativo circulante e na determinação do lucro líquido de cada exercício social das entidades. Os estoques compreendem bens destinados a venda ou que serão utilizados no pro- cesso de produção de produtos, tais como: a) mercadorias destinadas a venda. b) produtos acabados destinados a venda. c) produtos em processo de elaboração. d) matérias-primas destinadas à produção de produtos. e) materiais destinados à produção de produtos. Em geral, os estoques físicos são avaliados por ocasião do “balanço “, normalmente no final do ano civil, ou seja, em 31 de dezembro de cada ano, quando as empresas ela- boram o balanço patrimonial, com a posição quantitativa dos saldos de estoques, seja de mercadorias no caso de empresas comerciais, de matéria prima, de produtos em elabora- ção e produtos acabados no caso de indústrias. As empresas optantes pelo lucro real que apuram o imposto de renda e a contribui- ção social sobre o lucro trimestral com base em balancetes, há necessidade de avaliação dos estoques nos balanços/balancetes respectivos, conforme determina a legislação do imposto de renda. Conforme veremos a seguir os estoques podem ser avaliados pelo custo médio de aquisição ou produção, pelo preço das últimas aquisições menos os impostos recuperáveis – ICMS, IPI, PIS e COFINS, método chamado de PEPS (“primeiro a entrar, primeiro a sair”). 4.2 INVENTÁRIO PERIÓDICO E INVENTÁRIO PERMANENTE A expressão mercadorias para revenda e seu estoque são específicos de empresas comerciais, onde no momento da venda se apura o custo das mercadorias vendidas. Já para as indústrias deve-se apurar o custo dos
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