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R
Aspirações
ebanho Sanfran
Continuamos as nossas reflexões sobre a vida e nesse
momento, falaremos sobre aspirações e propósito. A palavra
propósito vem do latim e tem o significado de “aquilo que eu coloco ali”,
isto é, aquilo que eu procuro. “Uma vida com propósito é aquela em que
eu entendo as razões pelas quais faço e pelas quais claramente deixo de
fazer o que não faço” (CORTELLA, 2016, p.16).
Para iniciar nossa discussão, deixo aqui uma pergunta: Onde você
gostaria de chegar? Para responder a essa pergunta é necessário que
você pense no amanhã, repense os seus desejos e também as coisas
que podem te impedir de alcançar esse objetivo.
Após dedicar um tempo para responder à pergunta, é necessário destacar
que se você não sabe qual o destino a ser seguido, fica muito mais difícil
encontrar o caminho. Inclusive, nesse ponto dos nossos estudos
podemos trazer à tona um diálogo célebre de Lewis Caroll (2002), autor
de “Alice no País das Maravilhas”, que acontece quando Alice está
perdida e encontra o Gato em cima de uma árvore:
– O senhor pode me ajudar? Diz Alice.
– Claro. Responde o Gato.
– Para onde vai essa estrada?
– Para aonde você quer ir?
– Eu não sei. Estou perdida.
– Para quem não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve.
Assim como acontece no diálogo, você deve saber o caminho a ser
seguido e deve conseguir determinar o destino antes de se mover. Parece
óbvio, não é mesmo? No entanto, muitas vezes não percebemos que
essa atitude de estabelecer o caminho é de suma importância.
Cada um de nós tem várias possibilidades durante o dia, durante o mês e
durante uma vida. Nós é que decidimos onde queremos ou precisamos
estar a cada momento, assim como eu escolhi estar aqui escrevendo
neste momento, por exemplo. Nós precisamos traçar estratégias para os
caminhos da nossa vida. Você sabe o significado de estratégia? Segundo
os autores Certo e Peter (2005, p.11) “a estratégia é definida como um
curso de ação para garantir o alcance dos objetivos”.
Saber onde se quer chegar não é fácil e muitas vezes enxergar essa trilha
e traçar as estratégias corretas é ainda mais difícil. Podemos comparar a
vida a uma escada: cada degrau alcançado é comemorado pela vida.
Mas, podemos refletir: até quando essa escada vai? Você foi colocado
nessa escada, sem saber o seu fim.
Durante a nossa vida surgem diversos desafios e caminhos que vão
sendo mostrados aos poucos e, em alguns momentos, as nossas
aspirações são construídas muito além daquilo que planejamos ou
queremos, como se fosse a vida te mostrando o caminho. E você apenas
sabe que está indo para aquele caminho, você não precisa se limitar ao
que a maior parte das pessoas faz, sendo necessário trilhar aquilo que
você deseja.
 
Em algum lugar do futuro
Ao longo da nossa vida, somos guiados pelos desejos. Mas o que é
desejo? De acordo com Sócrates, “desejo é sempre desejo de alguma
coisa que não se tem, ou que se tem, mas se teme perder no futuro. O
desejo nasce necessariamente da falta” (ROCHA, 2000, p.95).
Corroborado por Platão, que entende que o desejo está relacionado à
falta, ou seja, o desejo é pelo que falta, então o objeto de desejo é aquilo
que falta, mas nem tudo que falta, faz falta. O desejo então pode ser
definido como aquilo que falta e que faz falta a quem deseja. Podemos
dizer que o desejo consiste em uma energia mobilizada em direção àquilo
que faz falta.
Nesse momento, você pode se perguntar: De onde vem isso que faz
falta? Essa falta vem da sua mente, aquilo que ela acusa como faltante. O
desejo pode ser por alguém, por um objeto ou por uma situação.
É necessário refletir que os desejos vão surgindo com o passar do tempo
e você não vai sentir falta de algo que não existe. Como por exemplo,
podemos citar o celular, que hoje em dia você irá sentir falta. Mas há anos
atrás, quando ele não existia, ninguém sentia falta dele.
Podemos constatar então que nós vivemos a nossa vida, nos cercando
de valores e experiências, que serão utilizados para pensar nos seus
objetivos. A partir daí, surgirão os seus desejos. Em toda aspiração,
teremos uma falta para que algo seja desejado por nós e isso foi presença
para alguém próximo a você. A partir desse momento, você passa a ter
desejos e aspirações em determinados pontos da vida que você gostaria
que fossem presença no futuro, apesar de atualmente, serem falta.
 
No talo da perfeição
Quando falamos em aspirações, pensamos em “correr atrás”, pretender e
até mesmo ambição. É comum pensarmos que a maior parte das
pessoas possui essas ambições para ganhar mais dinheiro, conforto e até
mesmo glória, reconhecimento.
Nesse momento, vamos pensar em aspiração com outra conotação, que
é buscar o máximo de perfeição que a natureza permite alcançar. Sendo
assim, estaríamos tirando mais de nós na hora de viver. “Esta questão
sobre os propósitos tem vindo à superfície gradualmente. Até há algum
tempo, a vida era muito menos complexa e a intenção principal era
sobreviver. Isto é, obter recursos para criar uma família e ter um
patrimônio que se pudesse deixar em herança” (CORTELLA, 2016, p.17).
Sabemos que atualmente esse sentido foi ampliado, ultrapassando as
barreiras do trabalho. Mas o que preciso fazer para conseguir conquistar
aquilo que aspiro? Explore os seus talentos, suas habilidades e atue no
local que você se identifica. É importante ir atrás daquilo que você busca,
treinando, repetindo, começando de novo, quantas vezes forem
necessárias. Quando uma pessoa tem talento somado ao treinamento, as
possibilidades de conseguir uma performance muito boa, são maiores.
Isso é o que Aristóteles chama de excelência: “Viver em aretê”.
“Em sentido amplo, por aretê, os gregos designavam qualquer boa
qualidade conformada tanto com dotes e valores inerentes e/ou
agregados aos seres e aos objetos ou coisas, quanto com o bem ou a
excelência almejada e presente, por anuência ou concessão, em qualquer
prática, ação ou conduta” (SPINELLI, 2014, p.166).
Isso significa que você estará habitualmente (e não excepcionalmente),
muito próximo do máximo de excelência que a natureza permite
conseguir. Viver em aretê é jogar quase sempre em altíssimo nível e não
somente às vezes. Dessa forma, você estará habituado a fazer o melhor.
Nesse ponto dos seus estudos é necessário destacar que a excelência é
distinta para cada um de nós. A excelência é o máximo nos limites e nas
condições vividas naquele instante e proporcionadas pela natureza
daquela pessoa que está vivendo. Os limites da natureza são muito
variáveis e cada pessoa precisa levar isso em consideração.
Cada um de nós sabe exatamente do que é capaz e se conhece como
ninguém, sendo assim, somos responsáveis pelo estabelecimento de até
onde podemos ir. Toda vez que você, mesmo sem ninguém ver, conseguir
conquistar algo que ainda não tinha conseguido, estará aspirando a
excelência, conseguindo dar o melhor de si para aquela situação.
 
Atividade extra
Assista ao vídeo Conversa – Alice e o Gato, disponível no Youtube.
 
 
Referência Bibliográfica
BARROS FILHO, C. MEUICCI, A. A Vida que vale a pena ser vivida.
Ed. Vozes. 2014.
CARROLL, L. As aventuras de Alice no País das Maravilhas. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 2002. 303p.
CERTO, S.; PETER, P. Administração estratégia: planejamento e
implementação da estratégia. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
CORTELLA, M. S. Por que fazemos o que fazemos?. São Paulo:
Planeta, 2016.
ROCHA, Z. O desejo na Grécia Clássica. Rev. Latinoam. Psicopatol.
Fundam. [online]. 2000, vol.3, n.1, pp.84-116.
SPINELLI, M. A aretê filosófica de Platão sobreposta à do éthos tradicional
da cultura grega. Archai, n. 12, jan-jun, p. 169-181.

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