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Prévia do material em texto

DIREITO 
 EMPRESARIAL
Profa. Dra. FRANCIS MARÍLIA PÁDUA
Reitor
Márcio Mesquita Serva
Vice-reitora
Profª. Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva
Pró-Reitor Acadêmico
Prof. José Roberto Marques de Castro
Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Ação Comunitária
Profª. Drª. Fernanda Mesquita Serva
Pró-reitor Administrativo
Marco Antonio Teixeira
Direção do Núcleo de Educação a Distância
Paulo Pardo
Coordenadora Pedagógica do Curso
Ana Lívia Cazane
Designer Educacional
Juliana Spadoto
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico
B42 Design
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos
que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A 
violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Universidade de Marília 
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001 
CEP 17.525–902- Marília-SP
Imagens, ícones e capa: ©envato, ©pexels, ©pixabay, ©Twenty20 e ©wikimedia
G915b Sobrenome, Nome autor
Titulo Disciplina [livro eletrônico] / Nome completo autor. - 
Marília: Unimar, 2020.
PDF (XXX p.) : il. color.
ISBN XXX-XX-XXXXX-XX-X
1. palavra 2. palavra 3. palavra 4. palavra 5. palavra 6.
palavra 7. palavra 8. palavra I. Título.
CDD – 610.6952017
Introdução
Olá, aluno!
O objetivo deste material é apresentar o estudo de dois grandes ramos do direito
privado, o direito civil e o direito empresarial, seus principais institutos e as normas que
o compõem. Seu desenvolvimento se dá a partir de breves noções do estudo do direito
com seus conceitos necessários ao ingresso no estudo do direito civil e empresarial.
Aponta a pessoa natural e jurídica no sistema jurídico brasileiro, assim como os
principais institutos jurídicos a que se encontra sujeita, �nalizando com o diploma
normativo atual de recuperação da empresa em crise.
Bons estudos!
3
005 Aula 01:
015 Aula 02:
021 Aula 03:
027 Aula 04:
035 Aula 05:
042 Aula 06:
050 Aula 07:
056 Aula 08:
062 Aula 09:
067 Aula 10:
073 Aula 11:
081 Aula 12:
088 Aula 13:
094 Aula 14:
100 Aula 15:
111 Aula 16:
Noções de Direito 
Direito Civil 
Pessoas Naturais 
Pessoas Jurídicas 
Dos Bens 
Negócio Jurídico 
Atos Jurídicos 
Obrigações 
Adimplemento, Inadimplemento e Extinção das 
Obrigações
Responsabilidade Civil 
Direito de Empresa 
Títulos de Crédito 
Contratos em Geral 
Contratos em Espécie 
Recuperação de Empresas 
A Ordem Econômica na Constituição Federal 
Brasileira
01
Noções de Direito
5
Esta aula tem como objetivo introduzir ao estudo da disciplina, a partir de noções
básicas e imprescindíveis a sua compreensão.
A existência da sociedade está estritamente ligada ao direito, pois o direito, como
instrumento de regulação da conduta humana, permite, por meio das regras
impostas a todos os indivíduos, o convívio social. Devido a sua importância para a
manutenção da ordem, pode ser a�rmado que não poderia existir uma sociedade
sem o direito. 
Vários são os sentidos que podem ser atribuídos à palavra direito e isto é devido aos
vários signi�cados que a palavra “direito” comporta. Direito pode ser entendido como
um conjunto de regras, como uma faculdade atribuída ao cidadão, como ciência,
como justiça, como aquilo que é correto, etc.
Mas isso não signi�ca que somente algum destes sentidos seja o correto, mas que o
signi�cado do direito depende muito do sentido que se pretende atribuir ao vocábulo.
Neste estudo, vamos abordar o direito como norma de agir, que é a regra de conduta
que impõe a todos um comportamento positivo ou negativo, bem como a faculdade
de agir, que é a faculdade que todas as pessoas possuem de buscar uma proteção
jurisdicional quando se sentirem violadas em seus direitos.
6
Fonte: A autora.
Deste modo direito neste estudo, será o direito norma, regra de conduta e o direito
faculdade de agir. O direito é composto por normas e, portanto, compreende a
chamada norma jurídica. A norma jurídica, por sua vez, compreendida em seu sentido
amplo, é composta por todas as leis existentes no ordenamento jurídico, tais como
leis, decretos, resoluções, normas individuais, normas internas etc.
Toda sociedade conta com um complexo de normas vigentes regendo a conduta
humana e a esse conjunto de regras vigentes em uma determinada sociedade
chamamos de Direito Positivo.
Há que se compreender que as normas jurídicas são de várias espécies e como
exemplos podemos citar as normas que compreendem o processo legislativo
brasileiro, previsto no artigo 59 da Constituição Federal de 1988, tais como:
7
A Constituição de um país é a norma hierarquicamente superior a todas as
demais normas, de forma que nenhuma norma existente no ordenamento
jurídico brasileiro pode contrariá-la, sob pena de se tornar inconstitucional.
Direito Público e Direito
Privado
O Direito Positivo Brasileiro se divide em dois grandes ramos ou conjunto de normas
jurídicas: Direito Público e Direito Privado. 
8
Fonte: A autora.
Direito público é o ramo do direito em que se predominam os interesses do Estado,
seus ramos são vários e não se esgotam, surgindo de tempos em tempos novos
ramos:
9
Fonte: A autora.
Direito privado é o ramo do direito em que se predominam os interesses dos
particulares e seus ramos são:
10
Fonte: A autora.
Importante ressaltar que há ainda outros ramos do direito, citados por outros
autores, tais como:
Direito do Consumidor
Direito Digital
Direito Previdenciário
ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
Estatuto do Idoso
Direito Ambiental
11
As normas que protegem o consumidor estão contidas no Código de Defesa
do Consumidor – Lei 8.078/90 e cujo ramo do direito é o Direito do
Consumidor.
Passemos a uma breve análise de cada um dos ramos do Direito Público.
Direito Constitucional
Sua �nalidade é regular a estrutura do Estado, sua organização política e
administrativa, assim como o seu funcionamento.
Direito Administrativo
Regula a atividade do Estado através dos seus órgãos e/ou agentes públicos, a
atuação governamental na execução dos serviços públicos destinadas ao bem-estar
da sociedade.
Direito Penal
Suas normas se destinam a prevenir e reprimir a criminalidade por meio de normas
que de�nem os crimes, as contravenções penais e as penalidades.
Direito Tributário
Regula a atividade �nanceira do Estado, estabelecendo as regras para a arrecadação,
a instituição e a �scalização dos tributos.
Direito Internacional Público
Regula as relações entre o Estado brasileiro e outros países e com as pessoas jurídicas
de Direito Internacional, tais como ONU, UNESCO, MERCOSUL etc.
12
Direito Internacional Privado
Regula as relações entre o Estado brasileiro e os cidadãos pertencentes a outros
países.
Direito Processual
Regula os métodos e procedimentos de instrumentalização do direito material.
Agora, uma análise dos ramos do Direito Privado.
Direito Civil
Regula as inúmeras relações jurídicas dos particulares tais como: nascimento,
maioridade, casamento, morte, etc.
Direito Empresarial
Regula a atividade econômica empresarial privada, sua forma de constituição,
funcionamento, obrigações, falência, etc.
Direito do Trabalho
Regula as relações entre empregadores e empregados, contendo as normas de
proteção do trabalhador e seus direitos sociais assegurados pela Constituição Federal.
13
Acesse o link: Disponível aqui
Entenda o Processo Legislativo
O processo legislativo compreende a elaboração, análise e votação de vários
tipos de propostas: leis ordinárias, medidas provisórias, emendas à
Constituição, decretos legislativos e resoluções, entre outras.
14
https://www.camara.leg.br/entenda-o-processo-legislativo/
02
Direito Civil
15
Esta aula apresenta o fenômeno da codi�cação do direito e seus re�exos para os
ordenamentos jurídicos mundiais, assim como para todos os ramos do direito e as
fontes do direito.
A expressão “direito civil”sofreu variações no seu signi�cado ao longo da história. No
direito romano o direito civil se referia ao direito das cidades, ou seja, o direito que
regia a vida dos seus cidadãos, também denominado como direito comum e se
contrapunha ao direito público.
Este ramo do direito com o passar do tempo foi passando a ter um sentido mais
restrito, se atendo às disciplinas dos institutos por ele regidos. A partir da codi�cação,
a matéria de natureza civil se separou da mercantil e se tornou um ramo especí�co
com direito, com institutos próprios e legislação pertinente. Atualmente este ramo do
direito regula os direitos e obrigações privadas, referentes às pessoas naturais e
jurídicas, aos bens e relações jurídicas.
Codificação
O direito tem como fonte os fatos sociais que acabam por gerar a produção das
normas jurídicas.
Como já vimos, é indispensável a criação de regras de convivência regendo as
condutas humanas, onde a liberdade de um determinado indivíduo não se torne
obstáculo à liberdade de outros indivíduos em uma dada sociedade.
Há uma in�nidade de normas de conduta a que os indivíduos de uma sociedade estão
sujeitos, tais como as normas morais, éticas, religiosas, porém somente a norma
jurídica é capaz de evitar ou compor os con�itos decorrentes da convivência em
comum e isso se dá porque a norma jurídica, diferentemente dos demais tipos de
normas, é dotada de coercitividade.
As normas jurídicas podem ser oriundas dos usos e costumes, da lei, da
jurisprudência, dos negócios jurídicos e outros.
Na história o direito escrito e reunido em um único documento denominado de
códigos, surgiu somente no século XIX, com a promulgação em 1807 do primeiro
código no mundo, o Código Civil Francês e chamado de Código Napoleônico.
16
Pedra original com as inscrições do Código de Hamurabi e o Código Napoleônico
(Museu Histórico de Palatinate, Alemanha)
Fonte: Wikipedia.
Entretanto, o Código de Hamurabi (1772 a.C.) é considerado uma das primeiras
legislações escritas e a mais antiga, reunidas em um único documento.
Antes do Código Civil Francês, o que havia eram compilações, ou seja, reuniões de leis
esparsas e do costume. Com a promulgação do primeiro código o modelo francês
acabou por in�uenciar os ordenamentos jurídicos de todos os países que passaram a
codi�car suas normas.
Fontes do Direito
As fontes do direito correspondem às origens históricas de um instituto jurídico e
podem ser:
Materiais
Diretas
Indiretas
17
Formais
Leis
Usos e Costumes
Doutrina
Jurisprudência
Analogia
Princípios Gerais de Direito
Equidade
Os costumes têm força de lei!
Passamos ao estudo de cada uma das fontes.
Fontes Materiais:
Diretas: quanto ao órgão de sua elaboração que pode ser Federal, Estadual ou
Municipal.
Indiretas: compreendem os fatos sociais que tem o poder de in�uenciar a
criação de uma determinada norma jurídica, decorrem da realidade social e dos
valores que determinada sociedade reputa como relevante, de ordem histórica,
religiosa, demográ�ca, política, econômica, moral e outros valores reconhecidos
e tidos como importantes pela sociedade. 
Fontes Formais:
Leis: em sentido amplo compreendem não somente as leis em si mesmo, como
também todos os demais atos emanados do Poder Legislativo, tais como: 
i. Emenda Constitucional 
ii. Leis Complementares 
iii. Leis Ordinárias 
18
iv. Leis Delegadas 
v. Medidas Provisórias 
vi. Decretos Legislativos 
vii. Resoluções
O conceito de lei, portanto, é: ordem geral emanada de um poder competente,
provida de sanção e que a todos obriga.
Usos e Costumes: trata-se de uma forma originária da lei, que precede a lei e
consiste na prática reiterada de atos, por determinados grupos sociais de uma
dada localidade, que acabam por se tornar obrigatórios, que obrigam e são
respeitados como se fossem lei.
Doutrina: consiste nos estudos feitos dos juristas, que se dedicam ao
aprofundamento de temas especí�cos e relacionados a determinadas áreas do
direito. Seus estudos auxiliam os aplicadores do direito, tais como juízes e
tribunais.
Jurisprudência: consiste no conjunto das decisões em um mesmo sentido
proferidas pelos tribunais, que quando se tornam reiteradas, acabam por se
tornar uma fonte do direito, pois orientam a aplicação da lei ao caso concreto.
Analogia: consiste na aplicação a um caso concreto, de decisão já aplicada em
caso semelhante, quando houver lacuna da lei.
Princípios Gerais de Direito: consistem em enunciados inspirados em ideais de
justiça e que são utilizados pelo aplicador do direito na solução do caso
19
concreto. São também considerados como brocardos jurídicos tais como: não
lesar a outrem, dar a cada um o que lhe pertence, etc.
Equidade: consiste na justiça do caso concreto, pelo qual o aplicador do direito
deverá se basear na �nalidade da justiça e aplicar o direito de forma a satisfazer
as necessidades sociais. 
Acesse o link: Disponível aqui
Assista uma breve aula sobre equidade.
Quando em um caso concreto não houver uma lei especí�ca que venha
tratar a questão, o juiz deverá se valer de outras fontes do direito para a
solução do caso.
20
https://www.youtube.com/watch?v=2z6Au1oMmCY
03
Pessoas Naturais
21
Esta aula apresenta o estudo das pessoas naturais, a aquisição da personalidade
jurídica e os direitos dela decorrentes, bem como da aquisição da capacidade.
A pessoa natural está ligada à personalidade, porém, são distintas a pessoa natural e
a personalidade jurídica. A pessoa natural é a pessoa de acordo com suas
características individuais, já a personalidade é um atributo da pessoa humana,
reconhecido pela lei.
Personalidade
A pessoa humana é um ser próprio e individualizado, dotado de um conjunto de
atributos que são protegidos pela ordem jurídica. Alguns destes atributos são comuns
a todas as pessoas e outros são individuais com características próprias, valores e
atitudes, que a individualizam.
A personalidade é um atributo da pessoa humana e perdura durante toda a sua
existência e se traduz na aptidão para ser titular de direitos e deveres. É um direito
absoluto de toda a pessoa humana.
Início e fim da personalidade
A aquisição dá personalidade se dá no momento do nascimento com vida e após a
sua aquisição todo ser humano passa a ter aptidão para adquirir direitos e contrair
obrigações.
Disto decorrem dois requisitos indispensáveis à sua aquisição: nascimento e a vida.
A partir do nascimento, deste modo, a pessoa adquire a personalidade jurídica e com
a sua morte ocorre o �m da personalidade jurídica.
22
Para o direito brasileiro, a personalidade jurídica é adquirida no nascimento
com vida, independentemente do modo de concepção, seja por meio de
relações sexuais normais, seja arti�cial ou mediante processos técnicos de
concepção.
Direitos da personalidade
Todos os sistemas jurídicos existentes no mundo protegem os chamados direitos da
personalidade, que compreendem princípios que visam à proteção da integridade
física e moral do indivíduo.
O primeiro instrumento de defesa dos direitos de personalidade foi a Carta Magna de
1215, na Inglaterra, que passou a permitir o habeas corpus em caso de prisão irregular
ou arbitrária.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, na França e assim como
o Bill of Rights de 1776, nos Estados Unidos da América, contemplaram a proteção
dos direitos da personalidade.
A Declaração dos Direitos do Homem (Declaração Universal dos Direitos Humanos) de
1948 proclamou os direitos da personalidade como direitos fundamentais dos
indivíduos.
As Constituições dos países passaram a conter a proteção aos direitos da
personalidade expressamente em seus textos.
23
O princípio da dignidade da pessoa humana expresso na Constituição Federal
Brasileira é o fundamento da tutela da personalidade. A lei maior do nosso país
concebe a personalidade como um atributo natural da pessoa humana.
Pode-se dizer, portanto, que o direito de personalidade decorre do princípio do direito
à vida e todos os demais decorrentes, tais como o direito ao nome, à imagem e à
intimidade.São direitos imprescritíveis, irrenunciáveis e intransmissíveis.
Art. 5º da Constituição Federal de 1988: “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]”.
Capacidade
A capacidade traduz-se na aptidão decorrente da personalidade para adquirir os
direitos na vida civil.
O artigo 1º do Código Civil Brasileiro, assim dispõe: “Toda pessoa é capaz de direitos e
deveres na ordem civil.” São todas as pessoal que não incorrem em algumas das
incapacidades previstas na legislação civil. 
24
As incapacidades previstas no Código Civil Brasileiro são:
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos.
A incapacidade absoluta é aquela na qual a lei considera a pessoa totalmente inapta
para o exercício das atividades na vida civil. Os absolutamente incapazes deverão ser
representados.
25
A incapacidade relativa é aquela em que a lei não priva totalmente a pessoa, mas
somente a priva de realizar determinados atos jurídicos. Os relativamente incapazes
deverão ser assistidos.
Se um menor de 16 anos vier a praticar algum negócio jurídico, como, por
exemplo, a venda de um bem, este ato não terá validade jurídica, pois como
vimos o menor de 16 anos é absolutamente incapaz e neste caso o ato
jurídico por ele praticado (venda de um bem) será nulo, não produzirá
nenhum efeito jurídico.
Acesse o link: Disponível aqui
Uma breve história dos direitos humanos e a Carta Magna. Leia e assista ao
vídeo.
26
https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/what-are-human-rights/brief-history/magna-carta.html
04
Pessoas Jurídicas
27
Esta aula apresenta o estudo das pessoas jurídicas, sua natureza e classi�cação, assim
como a responsabilidade e a personalidade jurídica.
Noção, Natureza e
Classificação
A pessoa jurídica se caracteriza em razão de:
1. Constituem-se de acordo com a forma que a lei determina;
2. Possuem um objeto ou objetivo social a ser alcançado, ou seja, uma �nalidade
especí�ca;
3. É formada por um conjunto de pessoas e de bens;
4. Possui personalidade distinta das pessoas que a constituíram
O Código Civil Brasileiro classi�ca as pessoas em:
As pessoas naturais foram estudadas na aula anterior, as pessoas jurídicas são
entidades criadas com �nalidades especí�cas e que possuem personalidade distinta
daqueles que a constituíram.
Várias são as teorias justi�cativas das pessoas jurídicas e atualmente a teoria da
realidade técnica é que melhor a concebe. Esta teoria reconhece a existência de entes
criados pelo homem e que são dotados de capacidade, personalidade e são distintas
da pessoa que o criou.
A capacidade da pessoa jurídica decorre, como na pessoa natural, da sua
personalidade jurídica. Uma vez adquirindo a personalidade jurídica, a pessoa jurídica
passa a ser titular de direitos e de obrigações. Com o registro a pessoa jurídica se
28
personi�ca com um ser autônomo, distinto, com personalidade jurídica própria,
patrimônio e objetivos próprios.
As pessoas jurídicas se classi�cam, de acordo com o artigo 40 do Código Civil em:
As pessoas jurídicas de Direito Público podem ser também classi�cadas em pessoas
jurídicas de direito público interno:
Art. 41: São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas
de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado,
regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas
normas deste Código.
Autarquias: São entes públicos criados por lei, possuem autonomia administrativa,
�nanceira e patrimonial e realizam atividades típicas e próprias da administração
pública.
Fundações Públicas: são entes públicos cujo objeto é prestar atividades de ordem
social como pesquisa, educação, saúde e serviço social.
As pessoas jurídicas de Direito Público também se classi�cam como pessoas jurídicas
de direito público interno:
29
a. Sociedades simples são as que se destinam a atividades que não são
próprias de empresário, de natureza intelectual, artística, literária ou
cientí�ca e consistem, portanto, na reunião de pessoas que prestam
serviços no exercício destas pro�ssões.
b. Sociedades empresárias são as que se destinam a atividades próprias
de empresário, tais como a produção ou circulação de bens ou de
serviços, podendo serem constituídas dentre os vários tipos societários
existentes no ordenamento jurídico brasileiro, tais como: Sociedade em
Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples, Sociedade Limitada,
Sociedade Anônima e Sociedade em Comandita por Ações. 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados
estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito
internacional público.
As pessoas jurídicas também podem ser de direito privado, que por sua vez se
classi�cam em:
Art. 44: São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Associação: consiste na reunião de um determinado grupo de pessoas com mesmo
objetivo e com determinadas �nalidades como �lantropia, cultura, religião, recreação
etc. Não possuem �nalidade econômica e se constituem mediante estatuto que rege e
disciplina a associação e seus associados.
Sociedades: podem ser as sociedades simples ou as sociedades empresárias.
Fundações: são entes cujo objeto é prestar atividades de ordem social como
pesquisa, educação, saúde e serviço social.
30
Responsabilidade Ci�l
Uma vez que possuem capacidade, assim como personalidade, as pessoas jurídicas
praticam atos durante sua existência, pelos quais são titulares de direitos e de
deveres, no qual assumem responsabilidades e respondem pelos atos que praticarem
por meio do seu representante.
Respondem pelas obrigações que contraem no campo contratual, assim como
respondem pelas obrigações decorrentes do campo extracontratual, que são as
obrigações decorrentes da prática de ilícitos e de imputar danos a outras pessoas.
De acordo com o Código Civil, as pessoas jurídicas respondem objetivamente, como
regra geral, pelos danos causados a outrem.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios,
associados, instituidores ou administradores. 
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é
um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos,
estabelecido pela lei com a �nalidade de estimular
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e
inovação em benefício de todos.
As sociedades são espécies de pessoas jurídicas de direito privado e são
chamadas de sociedades simples ou empresárias.
31
Desconsideração da Pessoa
Jurídica
A desconsideração da pessoa jurídica é um instituto a ser utilizado toda vez que a
pessoa jurídica se constituir como obstáculo ou meio de ocultação de prática de atos
ilícitos ou lesivos praticados pelos sócios ou administradores, onde o juiz poderá
determinar a sua desconsideração, para que o patrimônio particular dos sócios venha
a ser afetado, para fazer face a indenização decorrentes dos ilícitos praticados.
A desconsideração da pessoa jurídica está prevista também em legislações especiais
como Lei dos Meio Ambiente, Lei Tributária, Lei Previdenciária, Lei Trabalhista e sua
aplicação �cava a critério do juiz, entretantorecente alteração na legislação passou a
de�nir as hipóteses em que poderá ser aplicada.
Art. 50.  Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado
pelo desvio de �nalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a
requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens
particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica
bene�ciados direta ou indiretamente pelo abuso. 
§1º   Para os �ns do disposto neste artigo, desvio de �nalidade é a
utilização da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e
para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza. 
§2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de
fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou
do administrador ou vice-versa; 
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas
contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insigni�cante; e 
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. 
§3º   O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se
aplica à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à
pessoa jurídica. 
§4º   A mera existência de grupo econômico sem a presença dos
requisitos de que trata o caput deste artigo não autoriza a
desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. 
§5º   Não constitui desvio de �nalidade a mera expansão ou a
32
alteração da �nalidade original da atividade econômica especí�ca da
pessoa jurídica.
Direitos de Personalidade
Jurídica
A pessoa jurídica tanto pode ser titular de deveres como também de direitos, deste
modo goza de proteção legal contra o uso indevido do seu nome empresarial ou do
título do seu estabelecimento.
Goza de proteção do direito à honra e à imagem. 
Em caso de dano provocado por pessoa jurídica, decorrente de práticas
perpetradas pela pessoa jurídica que venha causar danos ao meio ambiente
ou aos consumidores, por exemplo, as pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativamente (multa), civil (reparação de danos) e
penalmente (restrição de direitos e de prestação de serviços à comunidade).
33
Acesse o link: Disponível aqui
“A já famosa desconsideração da personalidade jurídica é, na verdade, um
instituto recente, criado pela jurisprudência, portanto, não tem previsão
legal especí�ca sobre seu momento processual de aplicação. Por isso, seu
procedimento é objeto de muitas discussões.” Leia mais sobre a
desconsideração da personalidade jurídica.
34
https://www.conjur.com.br/2011-dez-07/desconsideracao-personalidade-juridica-cpc
05
Dos Bens
35
Nesta aula o estudo recairá sobre os bens, objeto do direito e sua
classi�cação.
O patrimônio compreende um conjunto de bens passíveis de valoração
econômica, que corriqueiramente são objetos de relações jurídicas entre
seus titulares.  Este patrimônio, composto de bens a medida que podem ser
vendidos, transferidos, modi�cados, emprestados, doados, produzem efeitos
jurídicos e por isto a importância do seu estudo.
 
 
Classi�cação
A doutrina classi�ca os diferentes tipos de bens existentes em razão das
relações jurídicas que eles promovem. De acordo com a divisão estabelecida
no Código Civil, são:
a) Bens considerados em si mesmos
a. Bens imóveis e móveis
b. Bens fungíveis e infungíveis
c. Bens consumíveis e inconsumíveis
d. Bens divisíveis e indivisíveis
e. Bens singulares e coletivos
f. Bens individuais e incertos
g. Bens presentes e futuros
h. Bens comerciáveis e incomerciáveis 
 
b) Bens reciprocamente considerados
a. Bens principais e acessórios 
 
c) Bens em relação com as pessoas e seus titulares
a. Bens públicos e particulares 
 
Passaremos ao estudo de cada um. 
36
Bens Móveis e Imóveis: esta classi�cação se dá em razão da mobilidade do
bem. Bens imóveis são os bens que não podem ser transportados de um
lugar para o outro; bens imóveis são todas as coisas que podem ser
deslocadas sem alteração em sua substância. Os bens móveis podem ser
corpóreos ou incorpóreos.
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe
incorporar natural ou arti�cialmente. 
 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os
asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: 
I - as edi�cações que, separadas do solo, mas conservando
a sua unidade, forem removidas para outro local; 
II - os materiais provisoriamente separados de um prédio,
para nele se reempregarem. 
 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento
próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da
substância ou da destinação econômico-social. 
37
 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações
correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas
ações. 
 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção,
enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade
de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da
demolição de algum prédio. 
De acordo com o Código Civil em seu artigo 1.225, são direitos reais e,
portanto, recaindo a garantia sobre os bens: a propriedade, a superfície, as
servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o direito do promitente comprador
do imóvel, o penhor, a hipoteca, a anticrese, a concessão de uso especial
para �ns de moradia, a concessão de direito real de uso e a laje.
Bens Fungíveis e Infungíveis: bens fungíveis são os bens que podem ser
substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade; bens infungíveis
são os que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade.
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros
da mesma espécie, qualidade e quantidade.
38
Bens Consumíveis e Não consumíveis: bens consumíveis são os que pelo seu uso
normal são destruídos em sua substância; bens não consumíveis são os que não são
destruídos em sua substância.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os
destinados à alienação.
Bens Divisíveis e Indivisíveis: bens divisíveis são aqueles que se fracionados não
resulta na sua desvalia. Bens indivisíveis são os que não podem ser repartidos ou
fracionados sem que ocorra alteração na sua substância.
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração
na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do
uso a que se destinam. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis
por determinação da lei ou por vontade das partes.
Coisas Singulares e Coletivas: são coisa que mesmo reunidas são consideradas
individualizadas e independentes das demais. Coisas coletivas são as que são
agregadas ao todo.
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram
de per si, independentemente dos demais. 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens
singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação
unitária. 
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser
objeto de relações jurídicas próprias. 
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações
jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
39
Bens principais e Acessórios: Os bens principais são os que não dependem da
existência de outro para serem objetivados. Bens acessórios seguem o principal e
dependem do principal.
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou
concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do
principal.
Bens Públicos e Bens Privados: bens públicos são os bens pertencentes a uma
pessoa jurídica de direito público interno. Bens privados são todos os demais bens
que não pertencem a pessoa jurídica de direito público interno.
Bens Públicos de Uso Comum:são de utilização comum.
Bens de Uso Especial: são os bens com destinação especial determinada pelo
poder público.
Bens Dominiais: compõem o patrimônio da União, dos Estados, dos Municípios. 
Bens disponíveis e indisponíveis: bens disponíveis são os bens que podem ser
alienados. Bens indisponíveis são os que não podem ser alienados.
Os direitos autorais e os direitos da propriedade industrial são classi�cados
como bens móveis, para efeitos legais.
40
O bem de família, instituído pela Lei n. 8009/90, cuida da impenhorabilidade
do bem imóvel residencial próprio do casal ou de entidade familiar é um
bem inalienável.
Acesse o link: Disponível aqui
Leia sobre a impenhorabilidade do bem de família, o que é e quais as
possibilidades.
41
https://www.aurum.com.br/blog/impenhorabilidade-do-bem-de-familia/
06
Negócio Jurídico
42
Nesta aula nosso estudo tem por objetivo apresentar os negócios jurídicos, seus
requisitos de validade, bem como os defeitos dos negócios jurídicos.
Negócio Jurídico – Introdução
Dentre os fatos humanos que ocorrem a todo momento na vida das pessoas, pode-se
dizer que há dois tipos de fatos, juridicamente falando. Há os fatos que ocorrem em
razão da vontade das pessoas e há os que ocorrem independentemente da vontade.
Os que ocorrem em razão da vontade são chamados de atos jurídicos, se estes atos
promoverem efeitos jurídicos. Nem todos os atos humanos que decorrem da vontade
são chamados de atos jurídicos, mas somente os que têm a capacidade de produzir
efeitos jurídicos.
Conceito
A manifestação da vontade, consistente em uma declaração de vontade, dirigida à
obtenção de um determinado resultado, chamamos de negócio jurídico.
Deste modo negócio jurídico é todo ato de vontade, tendente a um �m e tutelado
pelo direito e que produz determinado efeito jurídico.
Requisitos de validade do negócio jurídico
Agente Capaz
Absolutamente Incapazes: para exercerem pessoalmente os atos da vida civil são os
menores de 16 (dezesseis) anos;
Relativamente incapazes, em relação a certos atos ou à maneira de os exercer:
43
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir
sua vontade;
IV - os pródigos. 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
Lícito (permitido em lei), não poderão versar sobre ilícitos (exemplo a usura, o
concubinato, a exploração de jogos de azar).
Possível de ser realizado (não pode ter como objeto algo que não possa ser
realizado).
Determinado ou determinável (tem que ser passível de ser localizado, auferível,
mensurável) 
Forma prescrita em lei ou não proibida
Obediência à forma prevista em lei
Espécies
Os negócios jurídicos podem ser de duas espécies, ou em dois grupos, a dos atos
unilaterais e a dos atos bilaterais.
Os atos unilaterais são aqueles que se perfazem com uma só declaração de vontade,
como, por exemplo, o testamento.
Os atos bilaterais são os que necessitam de duas declarações de vontades
coincidentes, como, por exemplo, um contrato de compra e venda. 
44
Manifestação da vontade
É defeituosa quando a declaração de vontade se manifesta em circunstância que não
traduza a verdadeira vontade do agente, há o desequilíbrio na atuação da vontade,
seja no que tange a declaração em si ou em relação às exigências legais.
Defeitos dos Negócios
Jurídicos
Classi�cação dos defeitos dos negócios jurídicos: 
45
46
Um exemplo de manifestação defeituosa ocorre quando uma pessoa realiza
um determinado negócio jurídico sem possuir capacidade para a celebração
do ato.
Erro: quando ocorre a falta de concordância entre a vontade real e a vontade
declarada, em razão de uma deformação do conhecimento que reveste a
manifestação da vontade. Há a declaração de vontade, porém com vício.
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações
de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido
por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do
negócio. 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração,
ou a alguma das qualidades a ele essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem
se re�ra a declaração de vontade, desde que tenha in�uído nesta de
modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o
motivo único ou principal do negócio jurídico. 
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando
expresso como razão determinante. 
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é
anulável nos mesmos casos em que o é a declaração direta. 
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a
declaração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu
contexto e pelas circunstâncias, se puder identi�car a coisa ou pessoa
cogitada. 
47
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a reti�cação da
declaração de vontade. 
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando
a pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer
para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante.
(BRASIL, 2002).
O Erro ocorre quando, por exemplo, uma pessoa adquire um quadro
pensando que se trata de uma obra de um pintor famoso e original, quando
na verdade adquire uma cópia.
Dolo: consiste no vício que leva à anulação do negócio jurídico, por se tratar de
manobra realizada com malícia por uma parte com o intuito de conseguir a
manifestação da vontade da outra, de modo a lhe trazer proveito ou a terceiro.
Coação: é o vício do negócio jurídico quando alguém mediante violência física ou
moral, força a declaração de vontade de outra pessoa, levando a manifestar sua
vontade de modo viciado.
Lesão: ocorre quando alguém se obriga, por inexperiência ou por necessidade, a
uma prestação manifestadamente desproporcional ao valor da prestação
oposta.
Estado de perigo: quando alguém mediante premente necessidade se obriga a
outrem conhecedor desta, por meio de um negócio jurídico em condições
excessivamente onerosa.
Simulação: nesta espécie de defeito do negócio jurídico, o vício não recai sobre
o consentimento, porque o querer do agente é legítimo, porém o defeito recai
sobre o resultado que a declaração possa produzir, celebrando-se um ato que
teria toda característica ou aparência de ato normal, entretanto, não visa o efeito
jurídico que deveria produzir.
48
Fraude contra credores: é um defeito do negócio jurídico que não recai sobre o
consentimento, mas a vontade aqui manifestada visa produzir um efeito
antijurídico. Traduz-se em uma manobra para prejudicar terceiro.
Acesse o link: Disponível aqui
Veja um guia dos defeitos do negócio jurídico e suas repercussões.
49
https://jus.com.br/artigos/23603/guia-dos-defeitos-do-negocio-juridico-e-suas-repercussoes
07
Atos Jurídicos
50
Esta aula tem por objetivo apresentar as noções sobre os atos jurídicos, suas
espécies, seu nascimento, modi�cação e extinção.
Para iniciar o estudo dos atos jurídicos, antes se faz necessário apresentar as noções
acerca dos fatos jurídicos e sua importância para o direito.
A sociedade se encontra estruturada sob o direito objetivo e sob o direito subjetivo.
Um consiste no conjunto de normas que regem e disciplinam a vida dos indivíduos
em uma dada sociedade, enquanto que o direito subjetivo traduz-se no direito
garantido a todos os indivíduos de uma dada sociedade de agir ou de pleitear a tutela
jurisdicional do Estado em sua defesa, quando um direito seu é afetado ou atingido,
ou quando deseja praticar algum ato que tem a capacidade de criar, modi�car ou
extinguir um direito.
A vida social está permeada por acontecimentos que acabam produzindo efeitos
jurídicos, porém, não são todos os acontecimentos produzem efeitos jurídicos. Deste
modo, podemos concluir que alguns fatos humanos têm a capacidade de produzirem
o direito, ou seja, de produzirem efeitos jurídicos, enquantooutros não.
Aos acontecimentos que tem a capacidade de produzir efeitos jurídicos a doutrina
denomina de fatos jurídicos. Eles podem decorrer de ação humana ou de ação da
natureza.
51
Fato Jurídico é, portanto, todo acontecimento, seja por ação humana ou por
ação da natureza e que tem a capacidade de criar, modi�car, conservar ou
extinguir uma relação jurídica.
52
Espécies de Fatos Jurídicos
Os fatos jurídicos podem ser, de acordo com a doutrina, fatos jurídicos em stricto
sensu ou ato jurídico lato sensu. 
Fato Jurídico Stricto Sensu
São os fatos que decorrem da força da natureza e que produzem efeitos jurídicos
criando, modi�cando, conservando ou extinguindo direitos. Eles podem ser:
Ordinários: são os fatos que decorrem por força da natureza e que são previsíveis,
tais como o nascimento ou a morte por exemplo. 
Extraordinários: são os fatos que decorrem por força da natureza e que são
imprevisíveis e sem culpa, tais como:
Caso fortuito: vem a ser uma determinada circunstância que tem o poder de
impedir que uma pessoa cumpra uma determinada obrigação, que ocorre por
circunstância alheia a sua vontade. Ex.: guerra, greve.
Força maior: fato externo que ocorre independentemente da vontade humana e
que também impedem o cumprimento de determinada obrigação. Ex.: raio,
terremoto, inundação.
Factum príncipe: fato externo que independe da vontade humana e que
impedem o cumprimento de uma determinada obrigação. Ex.: fatos que
ocorrem em razão de determinação de uma autoridade, como, por exemplo, a
53
pandemia que possibilitou a suspensão de contratos de trabalho. 
Fato Jurídico Lato Sensu
São os fatos que decorrem da vontade humana e que produzem efeitos jurídicos
criando, modi�cando, conservando ou extinguindo direitos. Eles podem ser lícitos ou
ilícitos, como será visto abaixo.
Atos Jurídicos Lícitos: São os atos que ocorrem em conformidade com a lei,
produzindo efeitos jurídicos diversos e criando, modi�cando, conservando ou
extinguindo direitos. São atos jurídicos lícitos os negócios jurídicos.
Atos Jurídicos Ilícitos: São os atos que ocorrem em desconformidade com a lei,
assim como dispõe o artigo 186 do Código Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
54
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu �m
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Alguns atos, ainda que sejam praticados em desconformidade com a lei e
venham a causar danos a outrem não são considerados atos ilícitos se
praticados em razão de legítima defesa, estado de necessidade ou em razão
de um exercício regular de um direito!
Acesse o link: Disponível aqui
Leia um artigo cientí�co que elenca os principais aspectos integrantes da
estrutura dos atos lícitos e dos atos ilícitos e destaca seus conteúdos
fundamentais.
55
http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/29690/dos-atos-juridicos-licitos-e-ilicitos#:~:text=Art.,185.&text=Os%20atos%20jur%C3%ADdicos%20em%20sentido,gerarem%20conseq%C3%BC%C3%AAncia%20na%20esfera%20judicial
08
Obrigações
56
Nesta aula, o estudo recai sobre as obrigações, instituto jurídico de extrema
importância para as relações econômicas, bem como sua caracterização, modalidades
e formas de transmissão.
As obrigações decorrem de vínculos jurídicos pelo qual alguém pode exigir de outrem
o cumprimento de uma prestação de caráter patrimonial. Sua importância se deve ao
grande número de relações jurídicas existentes na atualidade, intensi�cada pelas
atividades econômicas.
O ramo do direito civil que contém um complexo de normas as regendo e
disciplinando se chama Direito das Obrigações ou Direito Obrigacional.
O Direito das Obrigações, portanto, trata dos direitos pessoais decorrentes dos
vínculos de natureza jurídica, no qual um sujeito ativo (credor) pode exigir do sujeito
passivo (devedor) o cumprimento de uma dada prestação de caráter patrimonial.
Direitos Pessoais são aqueles que decorrem do vínculo entre o sujeito ativo e o sujeito
passivo.
Distinção Entre Direitos Reais
e Direitos Obrigacionais
Direitos Reais – quando os direitos importam numa relação jurídica em que o sujeito
ativo exerce um poder de sujeição sobre uma coisa, exigindo o respeito de todos os
outros membros da coletividade.
Direitos Obrigacionais – concedem-se ao sujeito ativo o direito de exigir de
determinada pessoa ou de certo grupo de pessoas a prática de um ato ou uma
abstenção.
57
Fontes das Obrigações
Lei
Atos ilícitos
Negócios Jurídicos Bilaterais ou Unilaterais 
Modalidades
O Código Civil Brasileiro aponta as modalidades das obrigações, na sua Parte
Especial, Livro I – Do Direito das Obrigações, Título I – Das Modalidades das
Obrigações.
As modalidades podem ser classi�cadas, segundo a autora Maria Helena
Diniz (2004, p. 58-60) em:
58
1) Obrigações consideradas em si mesmas:
a) Em relação ao seu vínculo
a. Civil e Empresarial
b. Moral
c. Natural 
 
b) Quanto ao seu objeto
a. Obrigações de Dar
b. Coisa Certa
c. Coisa Incerta
d. Obrigações de Fazer
e. Obrigações de Não Fazer 
 
c) Quanto ao modo de execução
a. Simples
b. Alternativas
c. Facultativas 
 
d) Quanto ao adimplemento
a. Instantânea
b. Continuada
 
e) Quanto aos elementos
a. Condicional
b. Modal
c. A termo
 
f) Quanto aos sujeitos
a. Divisível e Indivisível
b. Solidária
59
 
g) Quanto ao conteúdo
a. De meio
b. De resultado
c. De garantia
2) Obrigações reciprocamente consideradas
a) Principal e Acessória 
Transmissão das Obrigações
A transmissão das obrigações se dá por meio da cessão, que nada mais é do que a
transferência negocial de uma obrigação.
A cessão pode ser:
De crédito
De débito
De contrato 
Acesse o link: Disponível aqui
“As modalidades das obrigações são baseadas no objeto da prestação. A
obrigação de dar se divide em dar coisa certa e incerta, sendo que na
obrigação de dar coisa certa existem duas possibilidades: o ato de dar
(entregar) e o ato de restituir.”
60
https://msjur.jusbrasil.com.br/artigos/913739741/modalidades-de-obrigacoes
Como exemplos práticos de obrigações naturais no direito brasileiro, podem
ser citadas a dívida prescrita, gorjetas a empregados de restaurantes e de
hotéis e uma comissão amigável a intermediários ocasionais em negócios
imobiliários.
61
09
Adimplemento, 
Inadimplemento e Extinção 
das Obrigações
62
Nesta aula, vamos estudar os meios de extinção das obrigações, ou seja, do vínculo
obrigacional entre credor e devedor, assim como os seus efeitos.
O vínculo obrigacional que vincula o devedor ao credor, permitindo a este utilizar de
todos os meios permitidos em lei, para que a obrigação pactuada seja cumprida, pode
se extinguir por meio de atos que desobrigam o devedor ou que promovam os meios
pelos quais o credor vai poder exigir o seu cumprimento.
As obrigações podem ser extintas pelos seguintes modos:
1. Pagamento Direto
2. Pagamento Indireto
3. Sem o pagamento 
Pagamento
Pagamento Direto
A extinção das obrigações através do pagamento direto encontram-se disciplinadas
pelos artigos 304 a 333 do Código Civil Brasileiro.
Decorre do fato de que uma vez cumprida a obrigação e satisfeita a prestação,
encerra o vínculo obrigacional, uma vez que houve o adimplemento da obrigação.
As obrigações também podem ser extintas por meio do pagamento indireto e
consistem em:
Pagamento por consignação
Pagamento com sub-rogação
Imputação de pagamento
Dação em pagamento
Novação
Compensação
Transação
Compromisso
Confusão
63
Remissão da dívida 
Pagamento por consignação: consiste no depósito em juízo ou em estabelecimento
bancário que extingue a obrigação.
Pagamento com sub-rogação: consiste na substituição, nos direitos de crédito, por
terceiro que solveu a obrigação e satisfez o credor.
Imputação de pagamento: consiste na operação em que um devedor de um ou mais
débitos da mesma natureza e devidos a umúnico credor.
Dação em pagamento: consiste no pagamento pelo devedor através da entrega de
coisa diversa da acordada e consentida pelo credor.
Novação: consiste em um novo acordo que substitui o anterior o extinguindo e
criando nova obrigação para o devedor.
Compensação: consiste em uma forma de extinção das obrigações em razão da
existência de débitos e créditos entre credor e devedor.
Transação: consiste em um acordo entre credor e devedor que extingue a obrigação.
Compromisso: consiste em um acordo feito entre credor e devedor, por um árbitro
neutro, em que as partes se comprometem a acatar os termos do compromisso.
Confusão: consiste na extinção da obrigação em razão de que se confundem na
mesma pessoa credor e devedor.
Remissão da dívida: consiste no perdão da dívida pelo credor. 
64
Extingue a obrigação sem pagamento pela prescrição, que é a extinção do
direito de agir por decurso de prazo; pelo caso fortuito ou força maior,
quando circunstâncias alheias à vontade do devedor o impedem de cumprir
a obrigação; e por condição resolutiva ou de termo extintivo, quando há na
obrigação cláusula que subordina a ine�cácia da mesma a evento futuro e
incerto, ou quando há a estipulação de uma data de cessação dos efeitos do
negócio jurídico!
Pagamento Inde�do
De acordo com o Código Civil em seu artigo 876, 1ª parte, todo aquele que recebeu o
que não lhe é devido �ca obrigado a restituir. Consiste no pagamento espontâneo
feito pelo devedor a pessoa que não é o credor, em razão de erro do devedor. 
O pagamento indevido é uma das formas de enriquecimento ilícito e a lei
determina ao que recebeu indevidamente, o dever de restituir!
65
Enriquecimento sem Causa
A lei proíbe o enriquecimento sem causa. O enriquecimento sem causa é um princípio
pelo qual ninguém pode enriquecer à custa alheia, sem uma causa que o justi�que.
O artigo 381 do Código Civil dispõe que a obrigação é extinta quando na
mesma pessoa se confunde a pessoa do credor e do devedor. Um exemplo
de confusão é quando um �lho deve ao pai uma determinada quantia,
porém o pai vem a falecer e este �lho é o seu herdeiro, entretanto, uma vez
que na qualidade de herdeiro deveria receber uma determinada parcela,
porém como também devedor, extingue a obrigação.
Acesse o link: Disponível aqui
“Do ponto de vista jurídico, a proibição do enriquecimento sem causa
garante a equidade nas relações sociais. Por esse motivo, entende-se que,
uma vez identi�cado tais pressupostos delimitados no art. 884 do Código
Civil, nasce uma obrigação de restituir”. Leia mais sobre O pagamento
indevido e o enriquecimento ilícito à luz do Código Civil Brasileiro.
66
https://farelosjuridicos.com.br/colunistas/blog/o-pagamento-indevido-e-o-enriquecimento-il%C3%ADcito-%C3%A0-luz-do-c%C3%B3digo-civil-brasileiro
10
Responsabilidade 
Civil
67
Vamos estudar agora a reparação dos danos e a responsabilidade civil, e seus tipos,
efeitos e pressupostos.
A responsabilidade civil é parte do direito das obrigações e traduz-se na obrigação
atribuída a alguém de reparar um prejuízo causado a outrem, seja por fato próprio,
fato de terceiros ou de coisas que dela dependam, como o não cumprimento de um
contrato, por exemplo, ou ainda em decorrência da prática de um ilícito. 
Obrigação de Indenizar
A obrigação de indenizar, chamada de responsabilidade civil, decorre das disposições
contidas no Código Civil e pressupõe a existência da culpa em sentido amplo, que
compreende a culpa em sentido estrito (imprudência e negligência) e o dolo. 
68
a) Vontade humana
a. Contratos
b. Declarações unilaterais de vontade
c. Atos ilícitos (ações ou omissões culposas ou dolosas que resultam um
dano). 
 
b) Vontade do Estado
Ocorrendo um prejuízo, surge o dever de indenizar, ou seja, de reparar o
dano, salvo se por causas inevitáveis e por circunstâncias alheias à vontade
do causado do prejuízo. 
O autor Carlos Roberto Gonçalves (2019, p. 43) conceitua obrigação como “o vínculo
jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento de
determinada prestação”.
A principal característica do vínculo obrigacional é a possibilidade do credor de uma
determinada prestação, exigir o seu cumprimento.
Deste modo, faz-se necessário apontar as fontes das obrigações, que são:
O artigo 186 do Código Civil assim dispõe:
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
E complementando, o artigo 927 do mesmo código assim dispõe: “aquele que, por ato
ilícito, causar dano a outrem, �ca obrigado a repará-lo”.
69
Diferença entre responsabilidade civil e penal:
Há responsabilidade civil quando o interesse lesado é o privado.
Há responsabilidade penal quando o interesse lesado é o público.
Na responsabilidade penal a responsabilidade é pessoal e na
responsabilidade civil a responsabilidade é patrimonial!
Quando alguém compra um determinado produto pela internet e este
produto, no seu uso regular, vem a causar um determinado dano, a empresa
vendedora do produto, ainda que não seja a fabricante do mesmo, terá a
responsabilidade objetiva de indenizar o comprador e neste caso o ônus da
prova caberá à empresa, que terá que provar que o dano causado ao
consumidor não ocorreu por culpa do produto vendido.
Indenização
A responsabilidade civil pode ser subjetiva ou objetiva.
70
A responsabilidade subjetiva é aquela que depende da prova da culpa ou
dolo.
A responsabilidade objetiva é aquela que independe da prova da culpa.
A responsabilidade civil pode ser contratual e extracontratual.
A responsabilidade contratual é a que decorre do descumprimento
contratual.
A responsabilidade extracontratual é aquela que não deriva de um contrato,
porém decorre da culpa, do ilícito extracontratual e o ônus da prova cabe ao
autor da ação.
São pressupostos da responsabilidade civil:
a. Ação/omissão
b. Culpa/Dolo
c. Dano 
 
71
A culpa pode ser:
In eligendo: é a culpa que decorre da má escolha do representante ou preposto,
por exemplo.
In vigilando: é a culpa que decorre da ausência de �scalização por quem detinha
esse dever.
In comittendo: é a culpa que decorre de uma ação.
In omittendo: é a culpa que decorre de uma omissão.
In custodiendo: é a culpa que decorre da falta de cuidado na guarda de um
animal ou objeto.
Acesse o link: Disponível aqui
“O tema (do dano moral e indenização) passa nesse momento por uma
reciclagem de conceitos, depois de sua positivação através do texto
constitucional. Agora o enfrentamento jurídico passa a ser com a
disciplinação do uso do instituto, visto que a demanda reprimida que existia,
tem levado a sua aplicação sem uma uniformidade de critérios.”
72
https://jus.com.br/artigos/2821/dano-moral-e-indenizacao
11
Direito de Empresa
73
Dando sequência ao estudo da disciplina de Direito Civil e Empresarial, esta aula
apresenta as características principais do direito de empresa.
O Direito de Empresa atualmente se encontra disciplinado pelo Código Civil Brasileiro.
Nele se contém todas as normas que regem o chamado “Direito Societário”, tendo em
vista que suas normas regem todos os aspectos de natureza mercantil que envolvem
as empresas tais como sua constituição, seus tipos societários, os direitos e os
deveres dos sócios, responsabilidade dos administradores, etc.
A regência do Direito de Empresa pelo Código Civil se deu a partir de 2002, quando
entrou em vigor o novo Código Civil Brasileiro, que uni�cou as matérias civis e
mercantis, criando dessa forma um título denominado de Direito de Empresa, cujos
dispositivos legais são dos artigos 996 ao 1.195.
Passemos ao seu estudo!
De acordo com o artigo 966, empresário é: “o pro�ssional exercente de
atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços”.
Deste conceito legal de empresário é possível extrair um conjunto de requisitos que
caracterizam o empresário, tais como: 
1º Requisito: Pro�ssionalismo
o exercício da atividade de modopro�ssional, ou seja, tem que exercer a
atividade com habitualidade, com pessoalidade e com know-how; 
2º Requisito: Atividade especí�ca
a atividade exercida terá que ser a produção ou circulação de bens ou de
serviços; 
3º Requisito: Natureza econômica
o objetivo do exercício dessa atividade tem que ser o lucro, tem que ter
�nalidade lucrativa; 
4º Requisito: Organização
74
o exercício da atividade deverá contar com uma organização que compreenda a
articulação dos insumos, capital, tecnologia e mão de obra; 
Por sua vez, não é considerado empresário:
Pro�ssão intelectual, artística, literária ou cientí�ca - pro�ssionais liberais (966 §
único)
Produtor Rural (971)
Cooperativa (982 § único)
Não se enquadre no conceito do artigo 966, caput 
Empresa Indi�dual e Coletiva
A empresa pode ser individual ou coletiva.
A empresa individual é aquela na qual o seu titular deseja realizar uma atividade
mercantil, porém sem a existência de sócios, ou seja, individualmente.
Já a empresa coletiva é aquela cujos titulares se reúnem e são sócios, empreendendo
todos os esforços conjuntamente para atingir o objetivo social.
A empresa individual está sujeita a duas vedações, de acordo com o Código Civil, uma
se refere à capacidade e a outra se refere aos impedimentos para o exercício de uma
atividade empresarial.
1) Capacidade: arts. 972, 974 a 976 C (p/ proteção própria de empresário)
O empresário individual deverá estar em pleno gozo de sua capacidade civil.
O empresário incapaz, poderá ser autorizado em duas hipóteses apenas: 
a. para continuar exercendo o comércio que ele mesmo constituiu enquanto era
capaz 
b. para exercer o comércio de empresa que foi constituída por seus pais ou por
pessoa de que é sucessor = mediante representação (se absoluta a
incapacidade) ou assistência (se a incapacidade for relativa) 
2) Proibições ao exercício da empresa, os legalmente impedidos: art. 973 (p/ proteção
de terceiros).
Os magistrados e membros do Ministério Público, por força da vedações
constitucionais (art. 95, § único) e de proibições das respectivas leis orgânicas;
75
Os funcionários públicos, por seu estatuto (art. 117, X da Lei 8.112/90;
Os militares da ativa, incluídos os corpos policiais;
Os corretores, leiloeiros, agentes aduaneiros e prepostos comerciais;
Os falidos não reabilitados;
Os cônsules remunerados, nos seus distritos;
Os médicos para o exercício simultâneo da farmácia e, também assim, os
farmacêuticos para o exercício simultâneo da medicina;
Os deputados e senadores não poderão ser proprietários, controladores ou
diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
jurídica de direito público, nem exercer nela função remunerada ou cargo de
con�ança, pena de perder o mandato (art. 54 da CF); 
A empresa coletiva deverá se constituir dentre um dos tipos societários previstos no
Código Civil, seja como uma das sociedades não personi�cadas ou como uma das
sociedades personi�cadas. 
Sociedades não personi�cadas são as que não possuem registro e deste
modo não adquirem a personalidade jurídica! Já as sociedades
personi�cadas são as que possuem o registro e personalidade jurídica
própria que lhe garantem autonomia patrimonial, negocial e processual.
Tipos Societários
Classi�cação das sociedades empresárias: 
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Maria das Dores viaja nos �nais de ano para Miami para efetuar compra de
produtos e os revender no Brasil. Ainda que ela reúna os requisitos de
atividade econômica de circulação de bens, ela não é considerada
empresária por lhe faltar dois requisitos: o da pro�ssionalidade, que
pressupõe a habitualidade, e a organização.
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Estabelecimento Empresarial
O estabelecimento empresarial é o local onde o empresário reúne um complexo de
elementos necessários ao desenvolvimento de sua atividade empresarial.
Compõe-se de elementos materiais e imateriais.
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São elementos materiais:
mobiliário
vitrines
estoque
veículos, etc. 
São elementos imateriais:
Clientela
Aviamento
Ponto
Nome Empresarial
Título do Estabelecimento
Propriedade Industrial 
Propriedade Industrial
Compreende quatro bens, que são:
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Marca – é o sinal distintivo, visualmente perceptível que distingue produto ou serviço
de outro idêntico, semelhante ou a�m. 
Invenção – ato humano de criação original, lícito, não compreendido no estado da
técnica e suscetível de aplicação industrial. 
Modelo de utilidade – objeto de uso prático, ou parte deste, não compreendido no
estado da técnica, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou
disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso
ou em sua fabricação. 
Desenho industrial – a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto
ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando
resultado visual novo e original na sua con�guração externa e que possa servir de tipo
de fabricação industrial. 
Acesse o link: Disponível aqui
Um dos primeiros passos ao abrir uma empresa é escolher o tipo societário,
e não existe um tipo melhor ou pior de sociedade empresarial, mas a forma
que melhor se adéqua à necessidade de seu(s) sócio(s).
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https://www.jornalcontabil.com.br/sociedade-quais-sao-os-tipos-societarios/
12
Títulos de Crédito
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Dando sequência à disciplina de Direito Civil e Empresarial, vamos estudar as
principais noções dos títulos de crédito e as suas espécies.
Os títulos de crédito são um instrumento de circulação do dinheiro, e sua importância
se deve ao fato de que ele possibilita o desenvolvimento econômico.  Suas �nalidades
consistem em promover a circulação dos créditos e dar segurança às operações de
crédito.
Há várias espécies de títulos previstos na legislação brasileira e em consonância com
convenções internacionais de uniformização, de modo a garantir a sua circulação no
globo terrestre, da a sua importância econômica.   Segundo Vivante (apud MANOLE,
2003, p. 153), o conceito de título de crédito é: “é o documento necessário ao exercício
de um direito literal e autônomo que nele se contém”.
Deste conceito, podem ser indicadas algumas particularidades dos títulos de crédito,
tais como:
É um documento, pois ele sempre está representado por um documento onde
se contém todas as informações necessárias ao credor.
Representa uma obrigação, pois ele é criado para esta �nalidade, ou seja, de se
conter expresso no título uma obrigação, o devedor desta obrigação e o credor.
Garante um direito de crédito, pois ele é representativo não somente de uma
obrigação, mas também de um direito.
É negociável, o que garante a sua circulação.
É dotado de executividade, as obrigações nele contidas permitem ao credor
utilizar de todos os meios disponíveis na legislação para receber seu crédito. 
Dentre as espécies de títulos existentes, os principais são:
Letra de Câmbio
Nota Promissória
Cheque
Duplicata 
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Características
Os títulos de crédito possuem como características essenciais:
Cartularidade 
o título é representado por uma cártula, um documento de características
próprias que contém todas as informações relativas ao crédito por ela
representada. 
Autonomia:
a obrigação constante do título que o originou é autônoma e independente em
relação à obrigação em si e que deu origem ao título. Desta característica
decorrem dois outros princípios dos títulos de crédito, tais como:
1. Abstração: o título de crédito é desvinculado do negócio jurídico que lhe deu
origem;
2. Inoponibilidade de Exceções Pessoais: o art. 916 do CC2 e enunciado pelo art. 17
da Lei Uniforme (DC nº 57.663/66) garantem ao portador do título que:
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“as pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao
portador exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o
sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador
ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento
do devedor”.
Este princípio decorre da presunção de autonomia que os títulos de crédito possuem,
que podem circular sem que seja alegado pelo devedor do título, em qualquertempo,
exceções ou melhor dizendo, alegações para se eximir do pagamento, relacionadas à
obrigação que deu origem ao título. 
Literalidade
o direito representado pelo título é o que está literalmente explicitado no
próprio título, ou seja, a obrigação contida no título é exatamente a que nele se
contém.
Requisitos dos títulos de crédito
Os títulos de crédito possuem requisitos genéricos e especiais. Como requisitos
genéricos, ou seja, que são comuns a todas as espécies de título, são:
Agente capaz
Objeto lícito, possível e determinável
Forma prescrita em lei ou não proibida 
Possuem ao lado destes outros requisitos tais como a data da emissão do título, a
assinatura do emitente, a indicação dos direitos conferidos etc. 
Garantia pessoal de terceiro em favor do devedor:
A) Aval: ato pelo qual um terceiro, que não o devedor, assume parcial ou
integralmente o pagamento do título de crédito e possui natureza cambiária. O
avalista se torna solidário ao devedor do título.
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B) Fiança: ato pelo qual um terceiro, que não o devedor, assume parcial ou
integralmente o pagamento do título de crédito e possui natureza contratual. 
José dos Santos ao realizar um negócio jurídico, emitiu seis cheques pré-
datados com vencimentos para à vista, 30, 60, 90, 120, 150 dias. O credor
aceitou receber o crédito parceladamente, porém ao saber, posteriormente,
que o cheque é uma ordem de pagamento à vista, o mesmo deposita todos
os cheques e não respeita os prazos pactuados. Neste caso, embora a
legislação considere o cheque como ordem de pagamento à vista, ainda que
o banco sacado pague os cheques em razão de ter provisão de fundos
su�cientes, José poderá ingressar com ação contra o credor por
descumprimento contratual e solicitar a reparação por perdas e danos.
Os títulos de crédito são uniformes em razão da Convenção de Genebra que
determinou uma padronização de todos, para uma melhor circulação do
crédito no comércio internacional!
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Espécies
Antes de falarmos sobre cada uma das espécies de títulos de crédito, veremos a sua
classi�cação. Os títulos de crédito se classi�cam como títulos ao portador, títulos
nominativos e títulos à ordem.
A) Títulos ao portador: são os títulos que circulam sem designar o nome do credor e
se transferem mediante a tradição, ou seja, pela entrega do título. Está proibida no
Brasil a emissão de títulos ao portador (Lei 8.021/90).
B) Títulos nominativos: são os títulos cujo nome do credor é registrado e circulam
mediante a transferência de titularidade.
C) Títulos à ordem: são os títulos que somente se transferem mediante o endosso e
com a indicação da pessoa a quem deva ser paga a quantia.
Espécies de títulos de crédito
A) Letra de Câmbio: título de crédito que contém três partes mencionadas no título, o
sacador (emitente) que dá ao sacado (aceitante) a ordem de pagar ao tomador
(bene�ciário) determinada quantia em data e local determinado no título.
B) Nota Promissória: título de crédito na qual o devedor (emitente) dá a promessa de
pagamento ao tomador (credor).
C) Cheque: título de crédito que contém uma ordem de pagamento à vista, dada pelo
emitente (devedor) de quantia determinada, emitida contra um banco (sacado) e com
base na provisão de fundo para o tomador(credor).
D) Duplicata: título de crédito emitido pelo empresário (credor) com base em nota
�scal-fatura representativa de compra e venda ou nota de prestação de serviços. 
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João (devedor) realizou um negócio jurídico (contrato de compra e venda)
com José, em que emitiu cinco cheques pré-datados e com vencimentos
mensais. José, credor e proprietário do título, poderá transferi-lo a terceiro,
mediante o endosso.
Acesse o link: Disponível aqui
Veja uma de�nição mais teórica do que são títulos de crédito.
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https://www.dicionariofinanceiro.com/titulos-de-credito/
13
Contratos 
em Geral
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Vamos agora estudar a Teoria Geral dos Contratos, situando os contratos civis e os
contratos empresariais.
Teoria Geral dos Contratos
O estudo dos contratos, para uma melhor compreensão, didaticamente falando, é
dividido em duas partes, uma estuda a teoria geral dos contratos e a outra estuda as
espécies de contratos.
Conceito
Os contratos consistem no acordo de duas ou mais vontades, feito entre duas
pessoas ou mais e que produz determinado efeito jurídico como adquirir, resguardar,
modi�car ou extinguir direitos.
Função social do contrato
Os contratos têm a função de serem os instrumentos por meio dos quais diversos
interesses se harmonizam, indispensável à circulação da riqueza.
induzir a massa de consumidores a contratar a prestação ou aquisição de certo
serviço ou produto sob a influência de propaganda enganosa
alugar imóvel em zona residencial para fins comerciais incompatíveis com o
zoneamento da cidade
alugar quartos de apartamento de prédio residencial, transformando-o em
pensão
ajustar contrato simulado para prejudicar terceiros
qualquer negócio de disposição de bens em fraude de credores
qualquer contrato que, no mercado, importe o exercício de concorrência desleal
desviar-se a empresa licitamente estabelecida em determinado
empreendimento, para a contratação de operações legalmente não permitidas,
como, v. g, uma faturizadora que passa a contratar depósitos como se instituição
bancária;
instituição financeira que, em lugar das garantias reais permitidas pela lei, passa
a adotar o pacto de retrovenda ou o compromisso de compra e venda, burlando
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assim a vedação legal do pacto comissário
a agência de viagens que sob a aparência de prestação de serviços de seu ramo,
contrata na realidade o chamado “turismo sexual”, ou a mediação no
contrabando ou em “atividades de penetração ilegal em outros países”.
Obrigatoriedade dos contratos
Os contratos geram um vínculo de natureza obrigacional entre as partes, faz lei entre
as partes e seu descumprimento gera a reparação de danos. 
Contratos ci�s e empresariais
Há esta distinção apenas para se referir aos contratos que são praticados pelos
empresários no exercício de sua pro�ssão, sendo chamados de contratos
empresariais e os que podem ser praticados por qualquer pessoa capaz, sendo
chamados de contratos civis. 
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Elementos Constitutivos dos Contratos
a. Vontade
b. Objeto idôneo
c. Forma legal 
 
Pressupostos dos Contratos
a. Agente capaz
b. Objeto lícito, possível e determinável
c. Forma prescrita ou não defesa em lei 
 
Princípios do direito contratual
a. Princípio da Autonomia da Vontade
b. Princípio da liberdade de contratar ou não contratar
c. Princípio da liberdade de contratar aquilo que entender
d. Princípio da relatividade das convenções
e. Princípio da força vinculante das convenções 
 
Características dos contratos empresariais
são sempre onerosos
versam sempre sobre coisas móveis
os devedores são solidários
a prova se baseia na boa fé dos contratantes 
Agente capaz é toda pessoa que se encontra em pleno gozo de sua
capacidade civil, como os maiores de 18 anos, por exemplo.
91
O contrato faz lei entre as partes e suas cláusulas contratuais em regra são
imutáveis, ressalvado em condições excepcionais, como por exemplo a
pandemia provocada pelo COVID 19, que acabou impondo a revisão
contratual.
Classificação dos contratos
Contratos Bilaterais: São aqueles que criam obrigações recíprocas entre os
contratantes. Ex.: compra e venda.
Contratos Unilaterais: São aqueles que produzem obrigações de um dos
contratantes para com o outro. Ex.: contrato de mútuo.
Contratos Onerosos: É o contrato em que há proveito para ambas as partes.
Contratos Gratuitos: É o contrato que resulta vantagem apenas para uma das
partes.
Contratos Comutativos: São os contratos cujas prestações são certas. Ex.: compra e
venda.
Contratos Aleatórios: São os contratos em que uma prestação pode deixar de existir
em virtude de um acontecimento futuro e incerto. Ex.: seguro.
Contratos Solenes ou Formais: São os contratos que devem obedecer a certas
formalidades para se aperfeiçoarem. Ex.: constituição de sociedades.
Contratos Não solenes:São contratos para os quais a lei não exige requisitos
especiais.
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Contratos Principais: São os contratos cuja existência não depende dos outros.
Contratos Acessórios: São os contratos que �cam subordinados a outros. Ex.:
penhor mercantil.
Contratos Instantâneos: São os contratos em que as prestações podem realizar-se
em um só momento.
Contratos de execução continuada: São os contratos cujas contraprestações são
feitas de modo continuado. Ex.: contrato de consumo de energia elétrica.
Contratos Intuito Personae: São os contratos se dão tendo em vista a pessoa com
quem contratam.
Contratos Impessoais: São os contratos em que não se importa a pessoa que
cumpra a obrigação.
Contratos Típicos: São os contratos para os quais há regras jurídicas próprias e
denominação estipulada por lei.
Contratos Atípicos: São os contratos que ainda não foram regulados em lei. Ex.:
contrato de know-how, faturização, franquia, cartão de crédito.
Acesse o link: Disponível aqui
“Em meio à pandemia ocasionada pela rápida propagação da Covid-19, bem
assim diante da necessidade de isolamento social para evitar/mitigar o
contágio entre a população, o mercado �nanceiro mundial já sente os fortes
impactos da crise que se avizinha, de modo que, nada obstante a crise
sanitária, todos se preparam para uma provável recessão após esse
período.”
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https://www.conjur.com.br/2020-abr-12/opiniao-pandemia-teoria-imprevisao-revisao-contratos
14
Contratos 
em Espécie
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Vamos analisar as principais espécies de contratos existentes? 
Compra e Venda
Conceito: É o contrato em que uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir o
domínio de coisa a outrem (comprador), que por sua vez se obriga a pagar à primeira
o preço entre elas acertado.”
Natureza : Mercantil (quando comprador e vendedor são empresários)
Elementos: Coisa – Preço – Condições
Características
contrato consensual;
qualquer espécie de bem (imóvel, móvel ou semovente, de coisas corpóreas ou
incorpóreas, própria ou alheia);
preço deverá ser pago em dinheiro;
pode estar sujeito a uma condição (vendas a contento – quando se estipular a
entrega da coisa vendida em determinado lugar e prazo, ou a previsão da
cláusula de retrovenda, pela qual a vontade do vendedor de readquirir o bem,
manifestada em certo prazo, opera como condição resolutiva da compra e
venda);
pode ser de execução imediata: quando as partes devem cumprir as obrigações
assumidas logo após a conclusão do contrato;
pode ser de execução diferida: quando comprador e vendedor estabelecem uma
data futura para o termo, muito comum nas bolsas de valores ou de
mercadorias;
pode ser de execução continuada: também chamada de venda complexa, em
que a execução do contratado se desdobra em diversos atos, como o contrato
de fornecimento de ou de assinatura. 
Obrigações do Vendedor
transferir o domínio da coisa
responder pelos vícios
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responder pela evicção 
Obrigações do Comprador
pagar o preço no local, montante e prazos estipulados
receber a coisa adquirida no tempo, lugar e modo contratados 
Representação Comercial
É o vínculo contratual em que uma das partes, pessoa física ou jurídica, denominada
de representante, desempenha a realização de negócios empresariais.
Não há relação de emprego e não é de ordem eventual, o representante realiza
negócios em nome da representada, tais como a venda de produtos fabricados. 
Cabe à representada a aprovação dos pedidos feitos pelo representante,
que não poderá conceder descontos ou abatimentos sem a autorização da
representada. O representante comercial autônomo deverá estar inscrito no
Conselho Regional de Representantes Comerciais na região em que exercer
suas atividades.
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Comissão
É o vínculo contratual em que o empresário (comissário) se obriga a realizar negócios
mercantis por conta de outro (comitente) em nome próprio e assumindo perante
terceiros, responsabilidade pessoal pelos atos praticados, mediante uma
remuneração, designada de comissão.
Neste contrato, o comissário realiza negócios em seu próprio nome, porém por conta
e risco do comitente.
O comissário deverá agir em estrita obediência às ordens do comitente,
ainda que realizando atos em seu nome.
Agência e Distribuição
O contrato de agência se caracteriza por ser um tipo de contrato pelo qual uma
pessoa (agente) se compromete a realizar negócios em uma determinada área para
outra pessoa (proponente), mediante remuneração.
O contrato de distribuição é o contrato pelo qual uma pessoa (distribuidor) realiza
negócios para outra pessoa.
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Cartão de Crédito
É o tipo de contrato misto, visto que reúne outros contratos em função de
determinada operação de crédito, visando à agilidade e segurança para as partes.
São partes nesta modalidade de contrato: a operadora do cartão de crédito, o titular
do cartão de crédito e o fornecedor do produto ou do serviço.
Factoring
É o tipo de contrato pelo qual uma das partes (faturizado) cede a um terceiro
(faturizador) os créditos originários de suas vendas. Na verdade, trata-se de um
contrato misto, o contrato de cessão de crédito e o contrato de compra e venda.
Franchising
Contrato pelo qual um empresário (franqueador) licencia o uso de sua marca a outro
(franqueado) e presta-lhe serviços de organização empresarial, com ou sem venda de
produtos.
Conjugação de dois contratos (licenciamento de uso de marca e de organização
empresarial);
O franqueado adquire do franqueador os serviços de organização empresarial e
mantém com os seus recursos, mas com estrita observância das diretrizes
estabelecidas por este último, um estabelecimento que comercia os produtos ou
presta os serviços da marca do franqueador.
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Mandato
É o contrato em que um empresário ou sociedade empresária (mandante) contrata
uma determinada pessoa (mandatário) a gestão de um ou mais negócios
empresariais de acordo com as suas instruções e mediante uma remuneração.
Nesta espécie de contrato o mandante se utilizará de uma procuração a ser dada ao
mandatário para realizar os negócios em nome do mandante.
Acesse o link: Disponível aqui
Contrato de franquia: saiba tudo que deve ser analisado para não errar.
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https://www.portaldofranchising.com.br/franquias/saiba-tudo-sobre-o-contrato-de-franquia/
15
Recuperação 
de Empresas
100
Esta aula apresenta a legislação que rege a empresa em crise e as formas de
recuperação existente.
Como vimos nas aulas anteriores no campo do direito obrigacional, no momento que
é contraída uma determinada obrigação, na qual há um devedor e um credor, cabe ao
devedor a obrigação de cumprir esta obrigação, assim como dá ao credor o direito de
exigir o seu cumprimento.
No âmbito empresarial pode ocorrer, em razão de determinadas condições
especí�cas, que uma empresa, conforme já visto nas aulas anteriores detentora de
personalidade jurídica própria, titularidade obrigacional e respondendo pelas
obrigações por ela assumidas, pode passar por crises e se tornar insolvente,
necessitando recorrer à recuperação para poder conseguir superar a crise
momentânea e continuar sua atividade.
Há no direito brasileiro a chamada insolvência civil e a insolvência empresarial. No
caso da insolvência civil ela é destinada a todos aqueles que estão em situação de
insolvência e não são empresários, neste caso são regidos pelo Código Civil que
estabelece o chamado concurso de credores e tem um regime especí�co denominado
de insolvência civil. Já a insolvência empresarial é regida por um regime legal próprio,
que é a Lei de Recuperação de Empresas, Lei n. 11.101/05.
De acordo com a LRE, as formas previstas são a Recuperação Judicial, a Recuperação
Extrajudicial e a Falência.
A empresa insolvente resulta de uma crise que pode ser:
Crise econômica da empresa: retração considerável nos negócios desenvolvidos
pela sociedade;
Crise �nanceira: falta de caixa para honrar compromissos, crise de liquidez
(endividamento, crise cambial)
Crise patrimonial: insu�ciência de bens do ativo para atender à satisfação do
passivo. 
O Artigo 1º da LRE, já identi�ca a

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