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Ação Reintegração de Posse

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Douto Juízo de Direito da ... Vara Cível da Comarca ... do Estado do Rio de Janeiro
Paulo Castro, brasileiro, solteiro, profissão ..., inscrito no CPF sob o nº ..., residente e domiciliado ..., por intermédio de seu advogado, inscrito na OAB nº ..., este estabelecido em ..., local onde receberá intimações, vem, com fulcro no artigo 560 do CPC, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR
Pelo rito especial, em face de Sílvia Brandão, brasileira, solteira, profissão, inscrita no CPF sob o nº ..., residente e ..., pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos:
I. Dos fatos:
Entre janeiro de 2007 e dezembro de 2014, o autor e a ré mantiveram união estável, conforme comprovado por meio da documentação anexa. Durante o período de convivência, não houve qualquer convenção sobre o regime de bens dos companheiros. Cabe salientar que as partes não adquiriram quaisquer bens durante o período da união estável.
Na época da separação, a ré, encontrava-se desempregada, e o autor, anuiu à permanência dela, por tempo indeterminado, no imóvel que havia servido de residência aos companheiros, o qual foi adquirido por Paulo em 1997, por meio do pagamento integral do preço.
Após a separação, o autor retirou-se do imóvel e passou a residir em imóvel alugado por ele.
Passados mais de dois anos do fim da união estável, em 15 de março de 2022, o autor promoveu a notificação extrajudicial da requerida, exigindo-lhe a desocupação, no prazo de quinze dias, do imóvel em questão, localizado no Rio de Janeiro. A notificação foi efetivamente recebida por Sílvia e o prazo concedido na notificação extrajudicial já se expirou, sem que ela tenha deixado o imóvel.
II. Do direito:
Nos termos do artigo 1.725 do Código Civil, em caso de inexistência de convenção a respeito do regime conjugal, aplica-se a comunhão parcial de bens, ou seja, os bens anteriores a união estável não se comunicam com o patrimônio da outra parte. Sendo assim, na presente demanda, resta claro que a Ré não possui qualquer direito de posse sobre imóvel, visto que o Autor adquiriu o mesmo antes do início da união estável, de modo que o bem é exclusivamente dele. 
No mais, cabe mencionar que o Autor tomou as medidas cabíveis ao enviar notificação extrajudicial à Ré, concedendo-lhe prazo para desocupação voluntária, o que não foi cumprido pela mesma, afrontando o direito de posse do real proprietário do imóvel.
Na forma do artigo 1.210 do Código Civil, o possuidor tem o direito de ser restituído na posse nos casos de esbulho, como no caso concreto, visto que ocorreu a privação total da posse do Autor.
Apesar da anuência inicial do Autor em permitir que a requerida permanecesse no imóvel após a separação, essa concessão não pode ser interpretada como uma renúncia ao seu direito de reaver a posse do imóvel.
Portanto, conforme disciplina o artigo 562 do CPC, é necessária a concessão de medida liminar de reintegração de posse em favor Autor, visto que clara a urgência e o risco de prejuízo irreparável ou de difícil reparação
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSE (BENS IMÓVEIS). AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. LIMINAR. Presentes os requisitos do artigo 927 do Código de Processo Civil, mantém se a decisão que deferiu pedido liminar de reintegração de posse. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70040290744, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli Pires, Julgado em 17/02/2011)” “POSSESSÓRIA. LIMINAR. Liminar em ação de reintegração de posse. Concessão. Incontroversa a posse anterior e o esbulho recentemente praticado. Art. 927, do CPC. Relação de contrato verbal entre as partes. Livre exame da prova pelo Juiz. Seguimento negado ao agravo. (Agravo de Instrumento Nº 70041160755, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Rafael dos Santos Júnior, Julgado em 10/02/2011)”.
III. Dos pedidos:
Diante do exposto:
a. A citação da Ré para que, se assim desejar, apresente contestação no prazo legal, sob pena de revelia.
b. Seja concedida a liminar para reintegrar o Autor na posse de seu imóvel, determinando-se a imediata desocupação do bem objeto da lide pela Ré, sob pena de incidir em multa diária, cujo valor fica desde já requerido a critério deste Juízo.
c. Seja julgada procedente a ação e confirmada em sede de sentença a liminar fim de reintegrar a posse do bem objeto da lide em favor do Autor.
d. A condenação da parte contrária ao pagamento de perdas e danos, além das despesas processuais e honorários advocatícios.
IV. Das provas:
Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a documental e a testemunhal.
Dá-se à causa o valor de R$ ...
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Local ..., data ...
Advogado ..., OAB ...

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