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PROJETOS DE ARQUITETURA E URBANISMO V A G O S T O / 2 0 2 3 G R U P O S E R E D U C A C I O N A L A R Q U I T E T U R A A P R E S E N T A Ç Ã O : D A T A PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO V U N I D A D E I 2 0 2 3 Análise do contexto urbano Análise de soluções projetuais diversas Figura : Ilustração ambiente urbano Fonte: freepik 2 0 2 3 Análise do contexto urbano Ao longo da história, centenas de cidades surgiram e desapareceram, mas todas elas sempre vivenciaram contextos políticos e sociais. Com a explosão demográfica e o desenvolvimento dos centros urbanos, houve um período de migração de parte da população rural para áreas urbanas, processo conhecido como êxodo rural. Milhares de pessoas fazem esse processo migratório todos os anos. 2 0 2 3 Espaço urbano Conjunto de lotes, ruas, bairros e construções de diferentes usos (residencial, comercial ou misto) A cidade sempre foi um espaço de convivência, de relações e de trocas, sejam afetivas ou econômicas. Esse papel da cidade permanece desde a Antiguidade até os dias de hoje, independentemente de ser uma cidade tradicional ou uma cidade moderna. 2 0 2 3 A cidade tradicional Considerando como cidade tradicional as cidades históricas, temos exemplos de cidades medievais europeias, como Óbidos, em Portugal. A planta do conjunto urbano de Óbidos assume a disposição “fusiforme” em planta, alongada, típica das urbes medievais que se implantam sobre colinas, com o núcleo acastelado no seu ponto mais alto, e as duas portas principais nos extremos. Figura : Vila de Óbidos Fonte: dicasdelisboa.com.br 2 0 2 3 Figura : Vila de Óbidos Fonte: www.obidos.pt 2 0 2 3 Figura : Entrada para a Vila de Óbidos Fonte: Turistas à lupa Figura : Igreja de São Pedro, Óbidos Fonte: Flickr 2 0 2 3 A cidade moderna Segundo Gonsalez (2005), “o inchaço populacional da cidade industrial do século XIX e todos os problemas decorrentes desse fato, constituem- se como o impulso de novas idéias para a moderna cidade. A partir da migração campo-cidade de uma população que buscava trabalho e melhores condições de vida, surgem os primeiros bairros operários que em seguida vão apresentar problemas de insalubridade e falta de infra-estrutura”. Diante disso, o século XIX é conhecido por uma série de projetos de intervenção em cidades, buscando lidar com os problemas dessa nova cidade industrial. 2 0 2 3 Para esta mesma autora: “Se os utopistas apresentaram propostas de negação da cidade, afastando-se da urbe doente, essas intervenções eram apresentadas sob a forma de propostas “curativas” que enfrentavam as enfermidades da própria cidade. Os Planos de Haussmann, para a cidade de Paris e de Cerdà, para Barcelona, são dois conhecidos exemplos de abordagens diferenciadas dentro do que pode ser chamado de planejamento urbano moderno”. O plano de Paris influenciou na reforma de cidades em todo o mundo. 2 0 2 3 Figura : Traçado radiocêntrico e as doze avenidas que convergem para o arco do triunfo Fonte: cnn 2 0 2 3 Barcelona possui traçados ortogonais bem marcados, pátios e praças no interior das quadras. Seu traçado é obra de Ildefons Cerdà, engenheiro, urbanista e político catalão criador do Plano de Extensão e Reforma da Cidade de Barcelona, em 1859. Segundo Bárbara Cassou “o principal diferencial das quadras são os cantos chanfrados e o interior vazio, permitindo a ventilação e a insolação de todos os apartamentos da quadra. De algum modo ou por algum tempo do dia os apartamentos recebem luz”. Figura : Traçado de Barcelona Fonte: inbec.com.br 2 0 2 3 No Brasil, Brasília é um exemplo de cidade planejada. Seu desenho urbano foi definido por meio de concurso nacional onde Lucio Costa foi o vencedor. Classificada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO, a cidade foi eleita um marco da arquitetura e do urbanismo modernos no ano de 1987. Figura : Esboço do plano piloto de Brasília Fonte: g1.globo.com 2 0 2 3 O Plano Piloto de Brasília é uma releitura dos quatro pontos fundamentais do urbanismo de Le Corbusier, apresentados pela primeira vez no III CIAM de 1930, influenciando na Carta de Atenas de 1943. Figura : Esboço do plano piloto de Brasília Fonte: Santos et al. , 2017. 2 0 2 3 Importante: Para traçar um mapa da modernização das cidades é necessário considerar todo um processo que ocorre desde o século XIX e que vai configurando e tornando cada vez mais complexa a trama social e cultural desses espaços. 2 0 2 3 Legislação referente à fração urbana A legislação brasileira define não apenas as áreas que podem ou não ser ocupadas pela população, mas também o que é preciso que esteja presente em cada uma delas. 2 0 2 3 Loteamento Desmembramento Entende-se como lote a divisão de uma gleba (terreno) para fins de edificação, com modificação de vias públicas, ou até mesmo a extensão de vias existentes, ou a criação de novos logradouros. Semelhante ao processo de loteamento. Divisão de uma gleba em dois ou mais lotes, atendendo à legislação municipal. No desmembramento, não há a criação de novas ruas ou prolongamento de vias. 2 0 2 3 Lote Infraestrutura básica Fração de terreno com infraestrutura básica que atende aos requisitos urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal. Considera-se como infraestrutura básica o conjunto de elementos primordiais para o desenvolvimento de um projeto, constituída por vias de circulação, abastecimento de água potável, escoamento de águas pluviais, descarte e tratamento do esgoto produzido, além do abastecimento de energia elétrica, que são pontos exigidos por lei. 2 0 2 3 Análise da fração urbana A quadra e o entorno Quadra é um elemento morfológico que pode simbolizar o elemento mínimo da escala do bairro, podendo ser definidas como o espaço delimitado pelo cruzamento de três ou mais vias, subdivisível em lotes para a construção de edifícios. Entorno pode ser entendido como o espaço circundante de um determinado edifício, lote ou quadra. A avaliação do entorno de uma quadra se mostra necessária antes mesmo do desenho da primeira linha do projeto. Entender onde está inserido o lote é parte do processo inicial de projetar 2 0 2 3 Levantamento: a primeira etapa do projeto No ato de projetar em arquitetura, o levantamento das informações referentes ao terreno mostra-se de extrema importância. No levantamento inicial, são considerados inúmeros pontos, que podem ser divididos em três tipos: levantamento jurídico, geográfico e físico. 2 0 2 3 Levantamento jurídico Verificar legislação do local: respeitar a legislação vigente, o plano diretor do município e todas as leis que atendem à região que será trabalhada diretamente no projeto é fundamental para a regulamentação da obra, assim como para a legalização do projeto quando finalizado, junto à prefeitura e aos órgãos competentes. 2 0 2 3 Levantamento geográfico Entender onde o terreno está inserido, contexto do entorno e a sua história. Observar se há uma construção há ser preservada no terreno, ou mesmo um tipo de vegetação ou árvore de grande porte. Buscar identificar a partir desse levantamento, quais elementos serão demolidos ou não. 2 0 2 3 Levantamento físico Compreender questões de insolação e o deslocamento do sol ao longo do dia e do ano, assim como os ventos dominantes, tem relação direta com a questão de conforto térmico e a necessidade ou não de utilizar soluções de projeto para contornar uma alta incidência de luz solar. Nesse levantamento é muito importante considerar questões de topografia, pois podem ser decisivas na concepção de projetos. 2 02 3 Análise de soluções projetuais diversas A busca por soluções muitas vezes é o que torna projetos de arquitetura bem- sucedidos, justamente por superar obstáculos durante sua concepção que podem torná-los únicos. Figura : Casa da Cascata de Frank Lloyd Wright (1936) Fonte: Archdaily 2 0 2 3 Projetando com a vegetação existente Figura : Residência Bedolla | P+0 Arquitetura (2017) Fonte: Archdaily Figura : Residência Bedolla | P+0 Arquitetura (2017) Fonte: Archdaily “Em um terreno entre montanhas, de topografia complexa, povoado por cedros e carvalhos de tamanhos generosos, uma pequena residência é projetada. O programa, de aproximadamente 200 m², é muito reduzido em relação aos 2.660 m² do terreno, levando a propor um desenho que aproveita a topografia e as vistas, respeitando quase todas as árvores existentes.” Descrição da equipe de projeto ao Archdaily.combr. 2 0 2 3 O restaurante Rubaiyat, localizado em São Paulo foi projetado em um terreno onde existe uma figueira de bengala de cerca de seis metros de diâmetro. Figura : Restaurante Rubaiyat em São Paulo Fonte: spcity Sobre a árvore, segundo a botânica Célia de Assis “o que parecem troncos são, na verdade, raízes aéreas, que se estendem como bengalas. Elas servem como apoio à árvore, de tão grande que é". 2 0 2 3 Figura : Restaurante Rubaiyat em São Paulo Fonte: guia da semana 2 0 2 3 Francisco de Gracia, em seu livro Construir en lo construido: arquitectura como modificación, ressalta que «toda nova intervenção deve considerar a qualidade de singularidade do lugar». Para esse autor, «intervir significa atuar conscientemente no processo dinâmico da cidade, o que implica reconhecer a influência da modificação projetada». Projetando com a história existente 2 0 2 3 A renovação do pátio principal do Louvre, teve como objetivo principal o conforto dos milhares de visitantes diários. Figura : Museu do Louvre, Paris Fonte: Archdaily Segundo a Revista Museu, “até sua inauguração em 1989, a pirâmide do Louvre causou polêmica entre aqueles que viam nesta escultura de vidro que serve de entrada ao museu parisiense uma profanação cultural.” 2 0 2 3 Figura : Museu do Louvre, Paris Fonte: Archdaily O projeto implementou uma grande pirâmide de vidro e aço, cercada por três pirâmides menores, que fornecem luz aos espaços subterrâneos. A pirâmide principal é uma porta de entrada, uma espécie de pórtico para as galerias principais do Louvre, que estão localizadas no subsolo. 2 0 2 3 O edifício no Porto de Antuérpia, na Bélgica, projeto de Zaha Hadid Architects é composto pela pesquisa histórica detalhada e uma análise aprofundada, tanto do local quanto do edifício existente. Figura : Edifício no Porto de Antuérpia Fonte: Archdaily 2 0 2 3 Segundo o site Archdaily, Marc Van Peel, presidente do Porto de Antuérpia, disse: "Houve apenas uma regra estabelecida no concurso de arquitetura: que o edifício original fosse preservado. Não houve outras condições impostas para o posicionamento do novo edifício. O júri foi, portanto, agradavelmente surpreendido quando os cinco candidatos pré- selecionados optaram por uma estrutura moderna acima do edifício original. Todos eles combinaram o novo com o antigo, mas o projeto de Zaha Hadid Architects foi o mais brilhante." 2 0 2 3 Projetando onde parecia impossível Um dos projetos urbanísticos mais audaciosos do nosso tempo se encontra no Golfo Pérsico. As Palm Islands são ilhas artificiais que se encontram em Dubai e podem ser consideradas os maiores projetos de saneamento em todo mundo. Para acertar o formato complexo das ilhas, designers e construtoras utilizaram os Sistemas de Posicionamento Global (GPS) para planejar a palmeira e assegurar que a areia fosse colocada no lugar certo. 2 0 2 3 Figura : Ilhas artificiais em Dubai, Palm Island Jumeirah Fonte: travelclass.tur.br 2 0 2 3 “A Ilha de Palm Jumeirah foi o primeiro dos mega-projetos urbanísticos de ilhas artificiais de Palmas. Há, ainda, mais duas ilhas em forma de palmeiras (a ilha de Palm Jebel Ali e ilha de Palm Deira) e uma ilha em forma mapa do mundo – World e mais duas ilhas, cujo projeto está suspenso, temporariamente, por conta de questões financeiras.” (KHULOUD ALI, Virgínia Vasconcelos) Fonte: URL:http://theaposition.com/golfcoursebusiness/golf-inc/dealmakers/220/dubai-world-struggles-with- debtobligations 2 0 2 3 Algum de vocês ouviu falar em “The Line” ? Figura : The Line Fonte: ArchDaily 2 0 2 3 Capa da matéria sobre “The Line” na Revista Projeto 2 0 2 3 “Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, divulgou planos de construir uma cidade linear de 160 quilômetros de extensão chamada The Line. Anunciando o projeto em um vídeo, a cidade seria composta por uma série de comunidades caminháveis livres de carros e avenidas, com capacidade para um milhão de pessoas. O projeto seria organizado de modo a disponibilizar todos os comércios e serviços essenciais dentro de um raio de cinco minutos a pé a partir das habitações.” Fonte: ArchDaily, em janeiro de 2021 2 0 2 3 Fonte: Revista Projeto, em janeiro de 2021 2 0 2 3 Capa da matéria sobre “The Line” na CNN Brasil “De acordo com engenheiros, a cidade terá uma fachada espelhada externa.” Fonte: CNN Brasil 2 0 2 3 Capa da matéria sobre “The Line” no site mundoconectado.com.br “A cidade pretende juntar a população da Árabia Saudita em uma cidade linear que atravessa o deserto. Serão dois prédios espelhados, de 500 metros de altura, construídos de frente um para o outro, atravessando 170 km de deserto. Entre eles haverá um espaço de 200 metros, onde as pessoas poderão circular e ter acesso a tudo o que uma cidade oferece. ” 2 0 2 3 Figura: The Line Fonte: Imagem reproduzida de Trends BR, apud engenharia360.com Figura: The Line Fonte: Imagem reproduzida de Trends BR, apud engenharia360.com 2 0 2 3 Na webaula de hoje nós vimos o conteúdo da Unidade 01: A evolução das cidades e seu papel social A necessidade do levantamento do terreno no início de um projeto Exemplos projetuais de como a arquitetura pode se adequar ao espaço onde está ou será inserida OBRIGADA!
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