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Diretor Geral Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino e Pós-graduação Daniel de Lima Diretor Administrativo Eduardo Santini Coordenador NEAD - Núcleo de Educação a Distância Jorge Van Dal Coordenador do Núcleo de Pesquisa Victor Biazon Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Projeto Gráfico e Editoração André Oliveira Vaz Revisão Textual Leandro Vieira Web Designer Thiago Azenha FICHA CATALOGRÁFICA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. Núcleo de Educação a Distância; VAN DAL, Jorge Luiz Garcia. Sistema de Canais de Distribuição. Jorge Luiz Garcia. Van Dal. Paranavaí - PR.: Fatecie, 2019. 113 p. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Zineide Pereira dos Santos. UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 4 BR-376 , km 102, Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR (44) 3045 9898 www.fatecie.edu.br As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal ● Mestre em Comunicação Social pela UMESP (Universidade Metodista de São Paulo). ● Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) (UniCesumar). ● Especialista em Marketing (Instituto Paranaense de Ensino). ● Especialista em Mídias Digitais (UniFatecie). ● Professor Formador EAD - UniCesumar. ● Docente do curso de MBA Marketing - Comunicação, mercado e mídia (UniCesumar). ● Professor de pós-graduação no Centro Universitário Cidade Verde (UNIFCV). ● Professor de pós-graduação na Faculdade Alfa de Umuarama. ● Coordenador do curso de Marketing na UniFatecie. ● Coordenador do NEAD (Núcleo de Educação a Distância) da UniFatecie. AUTOR Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o inicio de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Proponho, junto com você construir conhecimentos sobre os conceitos fundamentais dos sistemas de canais de distribuição de produtos e serviços. Além de conhecer seus principais conceitos e definições, vamos explorar as mais diversas aplicações dessa importante e estratégica área da logística empresarial. Começaremos a nossa jornada na unidade I, onde vamos compreender a importân- cia estratégica dos canais de distribuição que têm entre as mais variadas funções: ofertar e entregar produtos ou serviços ao mercado, tornando-os acessíveis para o consumidor final. Na unidade II, veremos que a logística e seu componente de ligação física entre a empresa e seus clientes são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio. Sua principal função é agregar às estratégias organizacionais o gerenciamento dos canais de marketing e das cadeias de suprimentos. Na unidade III, vamos destacar o varejo como parte fundamental do canal de distri- buição de marketing e veremos que esse é mais que uma dos elos de ligação entre fabri- cantes e consumidores. Você vai perceber que o varejo é um dos principais guias de toda atividade empresarial e para o atendimento das necessidades e desejos dos consumidores no lugar e tempo que estes desejarem. Pensando nos processos dos canais de distribuição de uma forma mais global e in- terdependente, na unidade IV vamos tratar de uma abordagem relativamente nova sobre a relação, o trade marketing. Veremos que as estratégias organizacionais baseadas no trade marketing, além de complementar as funções da logística e estreitar as relações comerciais entre os membros dos canais de distribuição, auxilia no gerenciamento da demanda e contribui para a realização de ações de comunicação das marcas e ações promocionais no ponto de venda. Aproveito para reforçar o convite a você para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. Muito obrigado e bons estudos! APRESENTAÇÃO DO MATERIAL SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 6 Canais de Distribuição: Definição e Conceitos UNIDADE II ................................................................................................... 25 Logística UNIDADE III .................................................................................................. 43 A Importância do Varejo para os Canais de Marketing UNIDADE IV .................................................................................................. 71 Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores 6 Plano de Estudo: A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Canais de Distribuição. • Canais de Marketing. • Tipos Intermediários. Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer os principais conceitos e definições sobre os Canais de Distribuição. • Compreender as aplicações dos conceitos da logística empresarial por meio da distribuição e das estratégias de marketing. • Apresentar os principais tipos de intermediários de um canal de distribuição: Atacadista, Distribuidor, Agente e Varejista. UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 7UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos INTRODUÇÃO Nesta unidade vamos tratar dos canais de distribuição, que são parte integrante da concepção de logística empresarial e das estratégias de marketing de uma organização. Veremos que as estratégias que envolvem os canais de distribuição estão relacionadas ao planejamento, implementação e o controle do fluxo físico de materiais, produtos finais e informações correlacionadas, desde os pontos de origem até os pontos de consumo, a fim de atender às exigências dos clientes de maneira lucrativa. Em resumo, essa atividade envolve levar o produto certo até o cliente certo, no lugar certo, na hora certa. Vamos destacar a distribuição física de mercadorias como operação vital para o modo de vida da sociedade baseada em consumo. Essa atividade é também bastante com- plexa, pois geralmente fabricantes, distribuidores e clientes potenciais estão distribuídos em regiões geograficamente distintas ou diversas. Se os fabricantes atendem apenas a seu mercado local, acabam restringindo seu potencial de crescimento, lucro e competitividade. Ao estender seu mercado, uma empresa pode ganhar economias de escala na produção, reduzir o custo de compra, obtendo descontos sobre o volume, e melhorar sua lucratividade. Entretanto, a extensão de mercados exige um sistema de distribuição bem operado. A produção acrescenta valor de forma a um produto, tomando as matérias primas e criando algo mais útil. A distribuição acrescenta valor de lugar e valor de tempo, colocando os produtos em mercados onde eles ficam disponíveis para os clientes no momento em que desejarem. Bons estudos! 8UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos 1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Devido a complexidade da distribuição geográfica dos consumidores em um país continental como o Brasil, poucos fabricantes vendem seus produtos diretamente aos con- sumidores finais. Em vez disso, a maioria usa intermediários para levar seus produtos ao mercado. Para isso, eles procuram montar um canal de distribuição. De acordo com Kotler (2007, p. 305) o canal de distribuição é um “conjunto de organizações interdependentes que ajudam a tornar um produto ou serviço disponível para o consumo ou uso por um consumidor final ou usuário organizacional”. Segundo Ballou (2009) Distribuição Física como parte da logística empresarial tem como função fornecer o nível de serviço necessário ao cliente, ao menor custo do sistema como um todo. A distribuição física deve ser integrada, sinérgica e eficiente,lidando com as relações entre as atividades logísticas. Ela é executada nos três níveis da administração, no longo prazo, o planejamento estratégico de como a distribuição deve ser executada, na utilização do sistema de distribuição, planejamento tático e execução diária das tarefas de distribuição. Distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da movimen- tação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da firma. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custos para a maio- ria das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos (BALLOU, 2009, p. 40). De acordo com Kotler (2007, p. 309) a chamada de distribuição física – envolve o planejamento, a implementação e o controle do fluxo físico de materiais, produtos finais 9UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos e informações correlacionadas, desde os pontos de origem até os pontos de consumo, a fim de atender às exigências dos clientes de maneira lucrativa. Em resumo, envolve levar o produto certo até o cliente certo, no lugar certo, na hora certa. No passado, a distribuição física normalmente se iniciava com os produtos na fábrica e, em seguida, tentava se encontrar soluções de baixo custo para fazê-los chegar aos clientes. Entretanto, as empresas atuais preferem pensar sob a ótica da logística centrada no cliente, que começa no mercado e per- corre o caminho inverso até chegar á fábrica ou mesmo às fontes de forneci- mento (KOTLER, 2007, p. 309). De acordo com Arbache (2011, p. 22) distribuição, distribuição física, logística de saída ou outbound logistics referem-se ao que ocorre com os produtos acabados desde que são armazenados até o momento em que são entregues aos clientes, em atendimento aos seus pedidos ou contratos de fornecimento contínuo. A importância, sempre elevada, atribuída a esse processo baseia-se no fato de que muitas vezes essa é a única avaliação de serviço percebida pelos clientes da empresa distribuidora dos bens. Com a gestão eficiente dos ca- nais de distribuição, muitas vezes chamados canais de marketing, a percep- ção do valor agregado pela empresa pode ser maior ou menor, e contribuir significativamente para a retenção de clientes e o posicionamento da marca da empresa no mercado ante a concorrência (ARBACHE, 2011, p. 22) Muitas industrias usam os canais de distribuição para: dividir em lotes, es- tocar, apresentar, vender, entregar seus produtos. Para Zanone (2011, p. 134) canais de distribuição “é o conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de unir produtores com consumidores finais” Podemos considerar como membros de um canal de distribuição: ● Fabricante ou produtor: dá origem ao produto ou serviço que está sendo vendido; ● Intermediários: atacadistas, distribuidores e varejistas; ● Usuários Finais: cliente de empresa ou consumidores individuais. Para Kotler (2007) a empresa deve identificar os tipos de membros disponíveis para realizar suas tarefas de canal. Por exemplo, suponha que um fabricante de equipamentos de teste tenha desenvolvido um dispositivo de áudio para detectar conexões malfeitas em máquinas com peças móveis. Os executivos da empresa acham que esses produto tem mercado em todos os setores em que se fabricam ou usam mo- tores elétricos, de combustão ou a vapor. A força de vendas atual da em- presa é pequena, e o problema é: como alcançar esses diferentes setores (KOTLER, 2007, p. 315). De acordo com Kotler (2007) existem alguns tipos de intermediários que podem surgir como as seguintes alternativas de canal: 10UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Força de vendas da empresa: expandir a força de vendas diretas da empresa. Designar vendedores externos por território para que eles façam contato com todos os clientes potenciais da área ou desenvol- ver forças de vendas separadas para os diferentes setores. Ou acres- centar uma operação interna de televendas na qual os vendedores dessa equipe negociem com empresas de médio e pequeno portes por telefone. Representantes de vendas do fabricante: contratar representantes de vendas do fabricante – empresas independentes cujas forças de vendas já trabalham com produtos correlatos fabricados por muitas outras empresas – em diferentes regiões e setores para vender o novo equipamento de teste. Distribuidores industriais: descobrir distribuidores em diferentes regiões ou setores que comprarão e comercializarão a nova linha de produtos. Oferecer-lhes distribuição exclusiva, boa margem de lucro, treinamento para o produto e apoio promocional (KOTLER, 2007, p. 315). Nesse sentido, a construção de um canal ou de canais de distribuição com parceiros estratégicos, pode gerar economia e valor agregado a empresa, facilitando o ecoamento dos produtos e a aproximação com os consumidores finais. Quanto mais uma empresa tem como objetivo expandir sua área de atuação ou de distribuição de seus produtos para novos mercados, mas estratégico e necessário será a criação e canais de distribuição eficientes e que atendam de forma eficaz esses objetivos. Na fase de expansão da distribuição, muitos fabricantes se questionam por entre- gar parte do controle e das vendas a parceiros ou distribuidores que irão compor o canal. Infelizmente, é comum que as empresas dêem pouquíssima atenção a seus canais de distribuição, às vezes com resultados desastrosos. “Por outro lado, muitas empresas têm usado sistemas de distribuição criativos para conquistar vantagem competitiva. O criativo e impressionante sistema de distribuição de FedEx transformou-a na líder do setor de entre- gas expressas” (KOTLER; 2007, p. 305). Portanto, o uso de intermediários se deve à maior eficiência que eles podem oferecer ao distribuir as mercadorias de fabricantes diferentes para mercados-alvo. “Por 11UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos meio de seus contatos, experiência, especialização e escala operacional, os intermediários geralmente oferecem à empresa mais do que ela conseguiria realizar por conta própria” (KOTLER; 2007, p. 305). Do ponto de vista do sistema econômico, o papel dos intermediários de marketing consiste em transformar o sortimento de produtos fabricados pelas empresas em sortimento de produtos desejados pelos clientes. Os fabrican- tes produzem grandes quantidades de pequenos sortimentos de produtos, mas os consumidores desejam pequenas quantidades de grandes sortimen- tos de produtos. Nos canais de distribuição, os intermediários compram gran- des quantidades de muitos fabricantes e as dividem nas quantidades me- nores e nos maiores sortimentos desejados pelos consumidores (KOTLER; 2007, p. 305). Kotler (2007, p. 305) alerta que as decisões de canal de uma empresa afetam diretamente todas as outras decisões de marketing. A determinação de preços da empresa depende do fato de ela trabalhar com grandes redes de desconto nacionais, usar lojas especializadas de alta qualidade ou vender diretamente aos consumidores pela Internet. A força de vendas e as decisões de comunicação da empresa dependem do grau de persua- são, treinamento, motivação e apoio de que seus parceiros de canal necessitam. A opção da empresa pelo desenvolvimento ou pela aquisição de determinados novos produtos pode depender de como esses produtos se ajustam à capacidade dos membros do canal. Níveis do canal de distribuição As empresas podem projetar seus canais de distribuição para disponibilizar produ- tos e serviços aos clientes de diferentes modos. Cada faixa de intermediários de marketing que realizam algum tipo de traba- lho para aproximar do comprador final o produto e sua posse é um nível de canal. Como tanto o fabricante quanto o consumidor sempre realizam algum tipo de trabalho, eles fazem parte de todos os canais (KOTLER; 2007, p. 307). Portanto, o número de níveis intermediáriosindica a extensão de um canal. Com a visualização da figura 1 poderemos entender melhor esse processo de unir produ- tores e consumidores em suas diversas maneiras diretas e indiretas. 12UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Figura 1: Canais de distribuição Fonte: www.primeaction.com Diversas nomenclaturas e numerações diferentes são usadas quanto ao nível do canal e quanto aos agentes que participam do processo. Observando a figura podemos ver 4 níveis iniciando pelo nível 1 até o nível 4. Zanone (2011) faz essa numeração de 0 a 3), mas entendendo, nesses níveis sendo que no nível 1 o produtor ou fabricante vende diretamente ao consumidor final e isso é chamado de venda ou canal direto. Os níveis 2, 3 e 4 são chamados indiretos por contarem com elementos entre o fabricante e o consumidor final. Os intermediários são elos de uma cadeia de distribuição que agregam valor tanto para os fabricantes quanto para os consumidores ao assumirem as funções que na verdade deveriam ser exercidas pelos fabricantes. “os canais de distribuição são mais eficientes e eficazes na tarefa de disponibilizar os produtos e serviços para o mercado consumidor” (ZANONE, 2011, p. 134). Zanone (2011, p. 135-135) apresenta os principais agentes ou membros de um canal de distribuição: Fabricante/produtor: são empresas dotadas de instalações, equipamentos e trabalhadores que transformam matérias-primas em produtos finais. A indústria contempo- rânea caracteriza-se pela produção em massa. São produtos padronizados resultantes da mão de obra especializada, da intensa automação e mecanização do processo fabril; Agentes: são pessoas ou empresas que não têm direito de propriedade dos pro- dutos que distribuem, apenas vendem para vários fabricantes de produtos correlacionados, mas não concorrentes. Pequenos fabricantes sem capital para manter sua própria equipe de vendas usam agentes. Grandes fabricantes em pequenos mercados fazem o mesmo. 13UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Os agentes também são chamados de representantes dos produtores e possuem exclusi- vidade territorial. Atacadistas: são empresas que compram para revender. Divergem dos varejistas por darem menos importância à localização – lidam com clientes empresariais e não com consumidores finais. Compram grandes lotes e quebram em lotes menores de acordo com as necessidades dos varejistas a quem, por serem seus clientes concedem crédito. Varejistas: São empresas que vendem diretamente para os consumidores finais. Portanto são o último elo da cadeia de distribuição. São vendas feiras em pequenos lotes destinadas ao consumo ou ao uso do comprador e de seus familiares. Geralmente são localizados próximos a eles e financiam suas compras. Consumidor final: é o individuo que usa ou consome bens e serviços de acordo com as suas necessidades. É o alvo final do processo produtivo. Outros autores incluem o termo shopper para designar um dos atores do canal de distribuição, como sendo o individuo que exerce papel de compra no ponto de venda. A compra não se destina, neces- sariamente, ao consumo próprio. Alem desses canais de distribuição que acabamos de conhecer, não posso deixar de mencionar esses operadores, apresentados no quadro 1 que são importantes elos em nossa cadeia, em nosso canal de distribuição. Operador de vendas: Agente de distribuição que atua no ponto de venda: venda, cobrança, pós-vendas; Operador logístico: Agente de distribuição e armazenagem dos produtos; Operador de compras: Agente de distribuição que negocia com forne- cedores. Quadro 1: os operadores logísticos Fonte: Ferreira; Reis; Serra (2010) Sistemas multicanal de distribuição Há pouco tempo, muitas empresas utilizavam apenas um canal distribuir seus pro- dutos e atingirem seus mercados-alvo. Atualmente, com a proliferação de segmentos de clientes e possibilidades de canal, cada vez mais empresas adotam sistemas multicanal de distribuição – muitas vezes chamados de canais híbridos de marketing. Nos dias de hoje, quase toda grande empresa e muitas pequenas empresas distri- buem por meio de múltiplos canais. Segundo Kotler (2007, p. 311) o marketing multicanal 14UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos ocorre quando uma única empresa estabelece dois ou mais canais de marketing para alcançar um ou mais segmentos de clientes. A utilização de sistemas multicanal teve um crescimento muito grande nos últimos anos. No sistema multicanal de distribuição, o produtor pode vender diretamente ao segmento de consumidores, usando catálogos por mala direta, telemarketing e a Internet e também atingir o segmento de consumidores por meio de varejistas. Faz vendas indiretas ao segmento empresarial por meio de distribuidores e revendedores e ao segmento empre- sarial utilizando sua própria força de vendas. Kotler (2007, p. 307) acrescenta ainda outros canais, como os canais de marketing indireto, com um ou mais intermediários. Um fabricante de produtos para uso organizacional pode utilizar sua própria força de vendas para vender diretamente a seus clientes organizacionais. Pode também vender a vários tipos de intermediários, que, por sua vez, ven- dem aos clientes organizacionais. Canais de marketing organizacional e de consumo com ainda mais níveis também podem ser encontrados, mas com menos frequência. Do ponto de vista do fabricante, um número maior de níveis significa menos controle e maior complexidade do canal. Para Kotler (2007, p. 307), todas as instituições componentes do canal são interligadas por diversos tipos de fluxo: ● Fluxo físico de produtos, ● Fluxo de propriedade, ● Fluxo de pagamento, ● Fluxo de informações e ● Fluxo promocional. Esses fluxos podem tornar muito complexo até mesmo canais que têm um único nível ou poucos níveis. 15UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos 2 CANAIS DE MARKETING Os profissionais de Marketing desenvolvem estratégias de distribuição, ou seja, levar o produto até o cliente final, ou ainda garantir que os consumidores encontrem os produtos em quantidades apropriadas, na hora e local certo. Nesse aspecto, falamos em canais de distribuição. Tais canais podem ser elencados em estratégias que podem incluir atacadistas, varejistas, distribuidores, representantes de fabricantes ou distribuidores por localizações regionais (BOONE e KURTZ, 2009). O termo “Praça” é também utilizado para descrever, pelo menos em partes, o canal de distribuição de marketing e faz parte do mix de marketing ou os chamados 4 Ps de Marketing (Produto, Preço, Promoção e Praça). ● O termo “Praça” tem origem na tradução da palavra em inglês place e isso pode confundir um pouco ao ser definido simplesmente como lugar. É importante resssaltar que este “P” não está relacionado apenas com o lugar no qual o pro- duto é encontrado, mas também com todas as questões ligadas à distribuição, estocagem e logística da empresa. ● “Praça” seria, portanto a atividade de concretizar a transmissão de posse, incluindo a movimentação física, de um produto ou serviço da fábrica ou da empresa que o oferece em direção ao consumidor. Podemos defini-lo também como um conjunto de elementos que visa tornar o produto disponível para o consumidor onde e quando ele o desejar. 16UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos É neste “P” do mix que encontra-se todos os esforços em relação as estratégias de distribuição de produtos e serviços, assim como a escolha feita pela empresas de quais mercados irão atuar “geograficamente” e como vão atender esse mercado. As tendências sociais e econômicas também estão diretamente ligadas aos canais de distribuição esco- lhidos pelos gestores para disponibilizar seus produtos e serviços aos clientes e também como esses serão entregues a eles. Basta (2006) nos lembra que de todos os elementos que compõemo marketing mix, a distribuição é, aos olhos do cliente ou consumidor, a menos aparente e palpável. Entretanto, para a organização, as decisões de distribuição são muito importantes pelos impactos que nos geram outros elementos do marketing mix, especialmente a longo prazo. Por exemplo: as decisões relativas à política de preços vão depender da es- colha, do tamanho e do numero de intermediários, assim como as decisões relativas ao número de vendedores e à qualidade da força de vendas vão de- pender, entre outros fatores, do número e da capacitação dos distribuidores (BASTA, 2006, p. 39). Nesse sentido, uma empresa fabricante pode vender os seus produtos diretamente aos consumidores finais, mas devido os desafios logísticos, armazenagem e até mesmo para evitar custos com mão-de-obra contratada, a maioria dos fabricantes utiliza intermediários. Para Basta (2006) ao tomar essa decisão, o fabricante sabe que a venda do seu produto pode não ser realizada da maneira como ele gostaria. Além disso, assim ele também irá se afastar um pouco do consumidor final. Mas o fabricante também obtém algumas vantagens, tais como: o acesso ao canal de distribuição / atacadistas para venda do produto; as economias de escala – as vendas são realizadas em grandes quantidades; a possibilidade de o produto estar presente em locais muito distantes da fábrica; e o conhe- cimento da clientela loca (BASTA, 2006, p. 40). Vale ressaltar que, os canais de distribuição possuem dinâmica e evoluem com o tempo em termos de características e tipologias e também conforme a mudança de hábito dos consumidores. Não podemos deixar de mencionar que a internet e as compras on-line modificaram e muito a forma das empresas repensarem seus espaços (físicos e virtuais) e também a organização para distribuir os produtos observados via computador. Por isso, é preciso ficar atento as necessidades de distribuição de cada seguimento e as mudanças ocorridas ao longo do tempo nos canais de distribuição, suas característi- cas e tipologias e, ainda, conforme a mudança de hábito dos consumidores. Não podemos deixar de mencionar que a internet e as compras on-line modificaram, e muito, a forma de as empresas repensarem seus espaços (físicos e virtuais) e também a organização para distribuir os produtos observados via computador. 17UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Os canais de marketing são compostos de distribuidores, varejistas e outros que se conectam à empresa por meio de seus compradores. A cadeia de suprimento, por sua vez, é um canal maior, que abrange desde matéria – prima para os componentes até os produ- tos finais encaminhando aos compradores finais. A cadeia de suprimento de computadores pessoais, por exemplo, é formada por fornecedores de chips e de outros componentes, pelo fabricante do computador e por distribuidores, varejistas e outros que vendem os computadores para empresas e clientes finais. Para Kotler (2007) canais de marketing são conjuntos de organizações que são independentes, mas que estão ligadas por seu ramo de atividades e que dependem uma da outras para poderem disponibilizar seus produtos ou serviços para uso ou consumo fazendo com que cheguem a seus consumidores finais de acordo com suas exigências (KOTLER, 2007). Ainda de acordo com Kotler (2007), a maioria dos fabricantes não vende diretamen- te seus produtos ou serviços a seus consumidores finais, eles necessitam de intermediários para fazer sua distribuição de acordo com as exigências de mercado de cada região, facili- tando a comercialização do produto, economizando tempo e dinheiro para seus fabricantes, esses intermediários constituem um canal também conhecidos com canal comercial ou canal de distribuição. 18UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos 3 TIPOS INTERMEDIÁRIOS A utilização de intermediários permite aos fabricantes reduzir substancialmente os custos logísticos (estoques, transporte e armazenagem), comerciais (negociação, promo- ção e números de contatos necessários para efetuar uma venda), financeiros (riscos do financiamento) e com serviços de atendimentos ao cliente. O Atacadista é o agente de distribuição que compra/vende de fornecedores da indústria sem vínculo de exclusividade (seja forma/informal ou exclusividade territorial). Já o distribuidor compra da indústria mas possui os tais vínculos. Há no mercado do país empresas que executam atividade de atacadista para um grupo e são distribuidores de outros grupos, logo são vistas como atacadistas e distribuidores. O Agente não adquire mercadoria, ele representa um produtor ou um cliente sendo então também um intermediário. Ele atua com conhecimento e contatos fazendo a ligação entre vendedor e comprador por uma comissão. Esta seria uma estratégia interessante, sobretudo para novas empresas que não conhecem o mercado (nacional ou internacional) e precisam de contatos. O varejista, elo final da cadeia tem como função vender ao consumidor final. Este pode comprar direto do produtor ou do atacadista de acordo com o planejamento que fez pra o seu negócio tendo em vista custos, prazo, qualidade. E quem são esses varejistas? Nós os utilizamos diariamente como Hiper/super/mercado, lojas de conveniência, lojas de desconto, de especialidade, açougue, padaria, etc. Segundo Kotler (2007), os tipos intermediários de canais são: varejista, atacadistas, agentes e corretores. ● Varejistas: Varejo é o processo de compra de produtos em quantidade relati- vamente grande dos produtores atacadistas e outros fornecedores e posterior venda em quantidades menores ao consumidor final. ● Atacadistas: A principal característica dos atacadistas é suas transações co- merciais serem efetuadas no âmbito empresarial, pois eles compram e vendem produtos dos quais assumem a posse e os riscos e possuem autoridade na definição de preços. ● Agentes e corretores: Simplesmente facilitam a venda de um produto do pro- dutor ao usuário final, representando varejistas, atacadistas ou fabricantes: 19UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos a) contratar representantes em diferentes regiões para poder vender seu produto; b) devem expandir suas forças de vendas, designando representantes de vendas para efetuar contato com todos os clientes potenciais da região em que devera efetuar suas vendas, e; c) encontrar distribuidores que possam vender seus produtos e lhes oferecer distribuição exclusiva, margem de lucro adequada e treina- mento sobre o produto e apoio promocional. Portanto, ao trabalhar com intermediários, o controle e a comunicação são fun- damentais, devendo a empresa marcar metas de crescimento de vendas no mercado e ter planos para atingir esses objetivos, os quais, passam pela organização de programas de formação que aumentem o conhecimento do intermediário em termos de gestão do produto, pelo desenvolvimento de campanhas de promoção adequadas aos mercados, pela melhoria do serviços para assegurar a satisfação dos clientes, pelo fornecimento dos serviços. A utilização dos canais de distribuição é essencial para que se possa alcançar os consumidores, como estabelecer parcerias com agentes de canais na qual lhes propiciará lucratividade para ambos os lados. De acordo com Kotler (2007, p. 311) ao disponibilizar produtos e serviços para os consumidores, os membros do canal agregam valor ao servir de ponte nas grandes lacunas de tempo, espaço e posse que separam as mercadorias e os serviços daqueles que eventualmente os utilizarão. Os membros do canal de distribuição desempenham muitas funções-chave. Alguns ajudam a finalizar transações: ● Informações: coletar e distribuir dados de pesquisas e inteligência de marketing sobre agentes e forças presentes no ambiente de marketing necessários para planejar e ajudar a executar permutas. ● Promoção: desenvolver e divulgar mensagens persuasivas sobre uma oferta.● Contato: descobrir compradores potenciais e comunicar-se com eles. ● Ajuste: modelar e adaptar a oferta às necessidades do comprador, inclusive atividades como fabricação, classificação, montagem e embalagem. ● Negociação: chegar a um acordo sobre preços e outras condições da oferta de modo que a posse ou propriedade possa ser transferida. 20UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Outros ajudam a cumprir transações já finalizadas: ● Distribuição física: transportar e armazenar mercadorias. ● Financiamento: obter e utilizar recursos para cobrir os custos do tra- balho do canal. ● Riscos: assumir os riscos de executar o trabalho do canal. Para Kotler (2007, p. 312) a questão não é se essas funções precisam ser execu- tadas – realmente precisam –, as quem vai executá-las. “Na medida em que é o fabricante quem desempenha essas funções, seus custos sobem, e os preços ficam mais altos”. Segundo o autor, quando algumas dessas funções são transferidas a intermediários, os custos e preços do produto podem ser mais baixos, mas os intermediários tem de cobrar um adicional para cobrir os custos de seu trabalho. “Na divisão do trabalho do canal, as várias funções devem ser delegadas aos membros do canal que possam executá-las com maior valor em relação ao custo”. Decisões de projeto do canal As atuais inovações tecnológicas e o crescimento expressivo do comércio on-line estão causando profundo impacto na natureza e no projeto dos canais de marketing. Nesse cenário, uma das principais tendências é a desintermediação, que ocorre quando empresas eliminam ou deixam de lado os intermediários tradicionais e ofertam e entregam seus produtos ou serviços de forma direta aos compradores finais. Assim, fica claro que a complexidade das relações de consumo dos mercados atualmente, obrigam a fabricantes e distribuidores reformularem suas concepção sobre os canais de distribuição e tomar diversas decisões que influenciam em suas operações. de canal que os fabricantes precisam tomar. Para enfrentar esse desafio é preciso muito planejamento e a elaboração de novos projetos de canais de distribuição, que estejam adequados as mudanças no mercado e no comportamento de compra dos consumidores. De acordo com Kotler (2007, p. 312) ao elaborar o projeto de canais de marketing, os fabricantes se debatem entre o que é ideal e o que é prático. Uma empresa nova com ca- pital limitado geralmente começa vendendo em uma área restrita do mercado. Decidir quais são os melhores canais pode não ser um problema: “o problema pode ser simplesmente como convencer um ou alguns bons intermediários a comercializar a linha de produtos da empresa”. Se for bem–sucedida, a nova empresa poderá expandir seus negócios para novos mercados por meio dos intermediários existentes. Em mercados me- nores, ela pode vender diretamente a varejistas; em mercados maiores, pode 21UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos vender por meio de distribuidores. Em determinadas partes do país, pode licenciar franquias exclusivas; em outras, pode vender usando todos os pon- tos-de-venda de canal frequentemente evoluem de acordo com as oportuni- dades e condições de mercado (KOTLER, 2007, p. 312) Contudo, para atingir a eficiência máxima, as análises e a tomada de decisões sobre canais devem ter um propósito mais bem definido. Projetar um sistema de canal exige analisar as necessidades dos clientes, estabelecer os objetivos do canal e identificar e avaliar as principais alternativas dele. Canais de Marketing e as Operações de Distribuição Para que uma empresa decida qual canal vai utilizar, é necessário que haja co- nhecimento sobre os tipos existentes e possíveis. Muitas vezes, emprestando o conceito de gesto de projetos como uma atividade temporária com prazos determinados e um ciclo de inicio, meio e fim, é interessante que se realizem projetos para estruturar canais de distribuição. A variedade de participantes de canal pode ser combinada de muitas maneiras para criar canais de marketing eficazes. Conforme Vendrame et. al (2008) os membros de todos esses canais são interdependentes, há valor de especialização em canais e se faz necessário voltar atenções a todos os elementos de projeto e gerenciamento para assegu- rar umesforço eficaz do canal de marketing. Segundo Coughlanet et. al (2002), o desafio do canal de marketing envolve duas tarefas principais: projetar o canal certo e implementar o projeto. Um canal de marketing é mais do que apenas um conduto para produtos; também é uma maneira de agregar valor ao produto comercializado por meio dele. Dessa maneira, um canal de marketing pode ser entendido como outra linha de produção engajada em produzir não o produto que é vendido propriamente dito, mas os serviços complementares que definem como o produto é vendido. Os principais tipos de canais são: Canais de comunicação: Jornais, revistas, rádio televisão, correio, telefone, out- doors, cartazes, folhetos CDs, fitas cassete e a internet Canais de distribuição: Distribuidores, atacadistas e agentes Canais de serviços: Armazéns, transportadores, bancos e companhias Fonte: Adaptado de Vendrame et. al (2008). 22UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Vendrame et. al (2008, p. 2) dizem que o projeto da estrutura de canal envolve dois elementos básicos: “(1) o projetista de canal tem que decidirquem comporá os membros do canal; (2) o gerente de canal tem que decidir a identidade exata do parceiro de canal a ser utilizada em cada nível do canal”. Portanto, tanto o projetista quanto o gerente precisam conhecer quais são os canais de distribuição e também os canais que dão apoio a distribuição, assim como as possíveis vantagens conseguidas com a utilização da intermediação. SAIBA MAIS A natureza e a importância dos canais de distribuição As decisões de canal de uma empresa afetam diretamente todas as outras decisões de marketing. A determinação de preços da empresa depende do fato de ela traba- lhar com grandes redes de desconto nacionais, usar lojas especializadas de alta qualidade ou vender diretamente aos consumidores pela Internet. A força de vendas e as decisões de comunicação da empresa dependem do grau de persuasão, trei- namento, motivação e apoio de que seus parceiros de canal necessitam. A opção da empresa pelo desenvolvimento ou pela aquisição de determinados novos produtos pode depender de como esses produtos se ajustam à capacidade dos membros do canal. É comum que as empresas dêem pouquíssima atenção a seus canais de distribuição, às vezes com resultados desastrosos. Por outro lado, muitas empresas têm usado sistemas de distribuição criativos para conquistar vantagem competitiva. O criativo e impressionante sistema de distribuição de FedEx transformou-a na líder do setor de entregas expressas. Fonte: Kotler (2007, p. 305). 23UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos Material Complementar GESTÃO DE ESTOQUES Autores: Antônio De Pádua Salmeron Ayres, Cezar Sucupira, Fe- lipe Accioly Editora: FGV Uma característica essencial da atividade do gestor de estoques é o pragmatismo. Gerir estoques é uma atividade que exige re- sultados efetivos, passíveis de mensuração e informe periódicos, aliando teoria à prática. Este livro analisa a sequência de implanta- ção de um processo de gestão de estoques. Iniciando pela classi- ficação e codificação dos materiais, planejamento e gestão da de- manda, inclui técnicas para dimensionamento de lotes e estoques de segurança, medição de desempenho e técnicas de controle da operação de estoques. Finaliza com o planejamento orçamentário e a avaliação de desempenho da gestão. LIVRO (OBRIGATÓRIO) LOGÍSTICA,TRANSPORTE E INFRAESTRUTURA: Armazena- gem, Operador Logístico, Gestão via TI e Multimodal Autor: Marco Aurélio Dias Editora: Atlas Sinopse: Num mundosem fronteiras, plugado pela internet, vi- ciado em informação e velocidade, entregar o produto certo, na hora certa e com o menor custo é vital para a sobrevivência de qualquer negócio. Ganha muita importância em todo esse cenário a logística de transportes, fundamental para a competitividade da economia brasileira. 24UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade vimos que os canais de marketing estão ligados ao tipo de produto comercializado pela empresa, ligado ao público alvo (pessoa física ou jurídica) e é um desafio descobrir, escolher, selecionar qual canal é mais eficaz para meu produto, para atingir meu público alvo, por isso se faz necessário pesquisa, conhecimento interno, co- nhecimento de mercado para poder escolher a maneira certa de disponibilizar e entregar o produto desejado ao cliente. Vimos também que os gestores precisam estar atentos para a integração dos mem- bros do canal, pois a forma que os produtos são distribuídos irão afetar as relações com os consumidores finais. O trabalho de planejar, transportar e disponibilizar um produto pode envolver uma grande variedade de canais e intermediários. Por isso, é importante utilizarmos e bem os canais para alcançarmos os nossos consumidores onde quer que estejam e estabelecer parcerias com agentes de canais que poderão beneficiar ambos com lucratividade. 25 Plano de Estudo: A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Conceito de Logística. • Modais de Transporte. • Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. • Logística como Vantagem Competitiva. Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer os principais conceitos e definições de Logística. • Apresentar os principais Modais de Transporte: Rodoviário, Ferroviário, Hidroviário, Aeroviário e Dutoviário. • Compreender os processos de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. • Ressaltar a gestão Logística como Vantagem Competitiva. UNIDADE II Logística Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 26UNIDADE II Logística Os aspectos competitivos vêm contribuindo para que as organizações procurem mecanismos que desenvolvam o diferencial competitivo necessário para garantir a ma- nutenção de sua existência no mercado. Dessa forma, o cenário logístico visa atribuir aos processos uma maior competência no que tange aos resultados e na relação com os clientes e fornecedores. Atualmente, a integração de processos internos e externos às empresas tem maior peso, pois a competição ficou tão acirrada que foi preciso arregimentar parceiros para coordenar processos tão precisos que os custos e as ine- ficiências fossem reduzidas além das capacidades individuais, levando ao próximo salto na logística: o gerenciamento global da cadeia de suprimentos (ARBACHE, 2011, p. 22). Para Fleury; Lavalle (2000, apud, Rocha, 2010), o que vem fazendo da logística um dos conceitos gerenciais mais modernos são dois conjuntos de mudanças. O primeiro é de ordem econômica. Dentre as principais, a globalização, o aumento das incertezas nos mercados, a proliferação de produtos e as maiores exigências de serviços. Em seu conjunto, esse grupo vem transformando a visão empresarial sobre logística, que passou a ser vista não mais como uma simples atividade operacional, mas sim como uma atividade estratégica, uma ferramenta gerencial, fonte potencial de vantagem competitiva. Segundo Arbache (2011, p. 19) a logística é importante porque é capaz de auxiliar empresas e organizações na agregação e criação de valor ao cliente. Ela pode ser a chave para uma estratégia empresarial de sucesso, provendo uma multiplicidade de maneiras para diferenciar a empresa da concorrência através de um serviço superior ou, ainda, por meio de interessantes reduções de custo operacional. Ainda de acordo Arbache (2011, p. 21) a logística envolve, cada vez em maior grau de importância, a gestão das muitas informações relevantes ao processo de planejamen- to, execução e controle do fluxo e armazenagem de produtos, além de todos os serviços associados. “Assim, gerir informações sobre demanda de clientes, controlar o atendimento de pedidos e manter o rastreamento das entregas sendo realizadas e dos correspondentes pagamentos são atribuições da logística, ainda que executadas por profissionais de outras áreas na empresa”. INTRODUÇÃO 27UNIDADE II Logística 1 CONCEITO DE LOGÍSTICA As constantes transformações do atual cenário mercadológico, que incluem, sobre- tudo, inovações tecnlógicas como a internet, assim como as mudanças sociais, culturais e econômicas provocadas pelo fenômeno da globalização, trouxeram a logística para o centro das preocupações das organizações de todos os portes e segmentos de mercado. O conceito de logística é amplo e vem se reformulando e se adaptando as mudan- ças na produção e distribuição de produtos e serviços que são afetados pelas novas tecno- logias, como também pelas transformações econômicas. No entanto, algumas definições clássicas sobre a logística auxiliam na compreensão do tema. A palavra logística é de origem francesa – do verbo loger, que significa “alojar”, es- tando associada ao suprimento, deslocamento e acantonamento de tropas, tendo, portanto, sua origem ligada às operações militares (FERREIRA; ALVES, 2005). É possível definir o processo logístico como o controle do fluxo de informa- ções e bens, com a finalidade de atender as necessidades do consumidor e suas exigências, desde o seu ponto de origem até o destino, controlando da melhor forma possível à entrega e disponibilização dos produtos ou serviços, por meio de um eficiente gerenciamento e controle de informações, sempre visando atender aos pedidos com o menor custo possível (BALLOU, 2009, p.38). Para Novaes (2001) logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e in- formações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o 28UNIDADE II Logística objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Ballou (2009) cita ainda que as atividades primárias importantes para o atingimento dos objetivos logísticos, de custo e nível de serviços são: transportes; manutenção de esto- ques e processamento de pedidos. Nesse sentido, podemos dividir os processos logísticos em parte, como demonstrado na figura a seguir: Figura 1: infraestrutura logística. De acordo com Ballou (2009), a logística empresarial estuda como a administra- ção pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através do processo de planejamento,atividades de movimentação e arma- zenagem, organização e controle efetivos de serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumoque visam facilitar o fluxo de produtos. Historicamente conforme Machline (2011) desde 1960 nos Estados Unidos a tarefa de entregar o produto na quantidade certa, no local certo, na hora certa, incluía mais do que o transporte em si. A integração da gestão dos estoques, do armazenamento, das compras, da produção, da comunicação e da informação seria necessária para abastecer corretamente, ao mínimo custo possível. Em vez da única variável transporte, a equação do abastecimento necessitava a introdução de mais variáveis. Com essas definições, podemos perceber que o escopo da logística é bastante 29UNIDADE II Logística amplo e vai muito mais além da simples movimentação e armazenagem de produtos. Para Arbache (2011, p. 21) pensar em logística apenas ligada a estoques e transportes tem suas razões: primeiro, porque estas são, em verdade, duas das atividades mais importan- tes da logística, quanto ao dispêndio de recursos; segundo, porque tradicionalmente essas atividades detinham maior atenção pelo seu peso financeiro quando o enfoque sistêmico nas operações empre- sariais não era tão difundido.A visão predominante era de que a otimização das partes levava naturalmente á otimização do todo. A partir dos conceitos apresentados, podemos compreender a logística empresarial como um conjunto de atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo dos produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o consumo final. Pensando ainda no fluxo de informação que colocam os produtos em movimento (integração organi- zacional), com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável. Principais funções da logística A logística como um subsistema gerencial, interfere no desempenho total da em- presa e deve ser integrada ao planejamento e a administração estratégica da mesma. De acordo com Kotler (2007, p. 309 as empresas devem decidir qual é a melhor maneira de armazenar, manusear e transportar seus produtos e serviços para que estejam disponíveis aos consumidores nos sortimentos certos, na hora certa e no lugar certo. “A efetividade da distribuição física e da logística tem grande impacto tanto sobre a satisfação do cliente quanto sobre os custos da empresa”. Segundo Kotler (2007, p. 319) as funções mais importantes da logística incluem armazenagem, gerenciamento de estoque, transporte e gerenciamento de informações de logística. Armazenagem: os ciclos de produção e consumo raramente coincidem. Assim, a maioria das empresas precisa armazenar suas mercadorias enquanto espera que sejam vendidas. Para Kotler (2007, p. 319) a função de armazenagem supera as diferenças entre quantidades necessárias e oportunidades de venda, garantindo que os produtos estejam disponíveis quando os clientes estiverem prontos para comprá-los. A empresa precisa decidir de quantos depósitos necessita e de que tipo e onde deverão estar localizados. Ela pode usar depósitos ou centrais de dis- tribuição. Os depósitos servem para armazenar as mercadorias por períodos de média e longa duração. As centrais de distribuição são projetadas mais para movimentar os produtos do que apenas para armazená-los. São de- pósitos de grande porte, com alto grau de automatização, projetados para 30UNIDADE II Logística receber mercadorias de diversos fabricantes e fornecedores, receber pedi- dos, processá-los com eficiência e entregar os produtos aos clientes o mais rapidamente possível (KOTLER, 2007, p. 320). Como quase tudo nos dias de hoje, a armazenagem passou por drásticas mudanças tecnológicas nos últimos anos. Os depósitos antigos de muitos andares que usam métodos obsoletos de manuseio de matérias estão enfrentando a concorrência de depósitos auto- matizados de um andar só com sistemas avançados de manuseio de mercadorias contro- lados por um computador central, os quais requerem poucos funcionários. Computadores e scanners lêem os pedidos e direcionam as empilhadeiras, esteiras rolantes ou robôs para retirar os produtos e transportá-los até as estações de carga e também emitem as faturas. Gerenciamento de estoque: o gerenciamento de estoque também afeta a satis- fação do cliente. Segundo Kotler (2007, p. 320) o problema principal é manter o delicado equilíbrio entre um estoque excessivo e um estoque insuficiente. ao manter estoque in- suficiente, a empresa corre o risco de não ter os produtos quando os clientes quiserem comprar. Para remediar isso, a empresa pode precisar de produção ou expedição de emergência dispendiosas. O excesso de estoque resulta em custos de ma- nutenção mais elevados do que seria necessário e em obsolescência. Assim, ao gerenciar o estoque, a empresa deve equilibrar os custos de manutenção de estoques maiores e as vendas e os lucros resultantes. Muitas empresas reduziram muito seus estoques e custos correlacionados por meio dos sistemas de logística just-in-time. Com a utilização desses sis- temas, fabricantes e varejistas mantêm apenas pequenos estoques de mer- cadorias ou peças, que frequentemente são suficientes para suprir somente alguns dias de operação (KOTLER, 2007, p. 320). Gerenciamento de informações de logística: as empresas gerenciam suas cadeias de suprimento por meio da informação. Os parceiros de canal costumam se unir para compartilhar informações e tomar melhores decisões logísticas em conjunto. Segundo Kotler (2007, p. 321) do ponto de vista da logística, fluxos de informações como pedidos dos clientes, faturamento, níveis de estoque e até dados do cliente estão relacionados ao desempenho do canal. A empresa deseja projetar um processo simples, acessível, rápido e preciso para coletar, processar e compartilhar informações do canal. As informações podem ser compartilhadas e gerenciadas de muitas maneiras – pelo correio convencional ou eletrônico ou por telefone, por meio do pessoal de vendas ou troca eletrônica de dados (electronic data interchange – EDI), a troca compu- tadorizada de dados entre organizações (KOTLER, 2007, p. 321). 31UNIDADE II Logística Transporte: a escolha dos transportadores afeta o preço dos produtos, a eficiência da entrega e as condições em que as mercadorias chegam ao seu destino – e tudo isso afetará a satisfação do cliente. Segundo Kotler (2007, p. 321) ao despachar produtos para seus depósitos, revendedores e clientes, a empresa pode escolher entre cinco principais meios de transporte: rodoviário, ferroviário, marítimo ou fluvial, por tubulações (dutos) e aéreo, além do meio alternativo para produtos digitais – a Internet. 32UNIDADE II Logística 2 MODAIS DE TRANSPORTE De acordo com o FIESP – Federação das Industrias do Estado de São Paulo1, os transportes de cargas possuem cinco tipos de modais, cada um com custos e característi- cas operacionais próprias, que os tornam mais adequados para certos tipos de operações e produtos. Todas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens. Escolha a melhor opção, analisando os custos, características de serviços, rotas possíveis, capacidade de transporte, versatilidade, segurança e rapidez. De forma bem simples de entender, a logística é responsável pela entrega de bens e serviços, desde a entrega da matéria-prima a indústria, o transporte interno e armazena- mento de produtos semi ou acabados e a entrega até o consumidor. E esta distribuição, esse transporte é feito por modais. Agora vamos entender quais são estes modais, vantagens e desvantagens no quadro 1: Modal Características Rodoviário O transporte rodoviário caracteriza-se pela simplicidade de funcio- namento. No Brasil algumas rodovias ainda apresentam estado de conservação ruim, o que aumenta os custos com manutenção dos veículos. Adequado para curtas e médias distânciasporém seus fre- tes são mais altos em alguns casos. 1 Disponível em <http://www.fiesp.com.br/transporte-e-logistica/modais-de-transporte/> http://www.fiesp.com.br/transporte-e-logistica/modais-de-transporte/ 33UNIDADE II Logística Ferroviário A malha ferroviária brasileira possui aproximadamente 29.000 km. A transferência da operação das ferrovias para o setor privado foi fundamental para que esse setor voltasse a operar. É mais barato e adequado para longas distâncias e grandes quantidades e menor flexibilidade no trajeto; Hidroviário Há escoamento tanto pelos rios quanto pelo mar. O transporte ma- rítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional ou longo curso refere-se ao transporte marítimo internacional. Tem maior ca- pacidade de carga, Menor flexibilidade nos serviços aliado a fre- quentes congestionamentos nos portos; Aeroviário É o transporte adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega. É o transporte mais rápido, porém com menor capacidade de carga Dutoviário Utilizado em movimentos de petróleo, derivados e gás. Custo baixo de movimentação, oferece linha de produto limitada. Quadro 1: Modais de transporte Fonte:fiesp.com.br O modal rodoviário pode ser considerado mais adequado para o transporte decar- gas em distâncias consideradas curtas, ou seja, para trajetos de até 300 quilômetros. Atuaria assim, nas chamadas pontas - do local de origem, já os modais ferroviários e hidroviários ficariam responsáveis pelo transporte a longas distâncias, dadas a maior capacidade de carga e a possibilidade de reduzir custos e perdas. O Aeroviário transporta itens com pouco volume e alto valor agregado e pouco se utiliza o modal dutoviário no Brasil (CORREIA; RAMOS, 2010)2. 2 Disponivel em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20032010000200009&script=sci_arttext> http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20032010000200009&script=sci_arttext 34UNIDADE II Logística 3 GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS O Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP) conceitua logísti- ca como a parte do Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos que inclui os processos de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente e eficaz o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Dessa forma, podemos compreender o conceito de Supply Chain Management como todas as atividades que estão relacionadas aos produtos desde o momento da aqui- sição da matéria-prima até o momento da entrega desse produto ao cliente. Nesses aspectos, fica difícil visualizar algum produto que chegue ao cliente sem suporte logístico, porém, somente pouco tempo, relativamente, as empresas têm se concentrado na Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos como fontes de vantagens competitivas. Para Novaes (2001) a Logística vem apresentando uma evolução constante, sen- do hoje um dos elementos-chave na estratégia competitiva das empresas. No início, era confundida com o transporte e a armazenagem de produtos. Hoje, é o ponto nevrálgico da cadeia produtiva integrada, atuando em estreita consonância com o moderno Gerencia- mento da Cadeia de Suprimentos. Machline (2011) diz que a logística empresarial ampliou o conceito de transporte, adicionando-lhe as dimensões de compras, gestão de estoques, armazenamento, comuni- cação, informação e administração, assim também uma nova concepção, chamada cadeia de suprimentos (supplychain), surgiu na comunidade empresarial e veio enriquecer o ponto de vista logístico. Gonçalves; Martins (2006) dizem que o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos engloba todos os esforços envolvidos na produção e entrega de um produto final, desde o fornecedor do fornecedor até o cliente do cliente. Machline (2011) completa que enquanto a logística concentra-se nas operações da própria empresa, a cadeia de suprimentos olha desde o início até os elos finais da corrente de fornecedores e clientes. E com uma visão mais ampla e panorâmica do que a visão logística. Um aspecto importante da estratégia de logística foi desenvolvida por Porter (1985) com base no conceito de uma cadeia de valor. Se uma empresa quer ganhar uma vantagem competitiva sobre seus concorrentes, deve aumentar o seu valor para o seu cliente por meio de realização de atividades de forma mais eficiente que seus concorrentes. 35UNIDADE II Logística De acordo com O’Brien (2004), outro conceito que pode ser abordado é que o gerenciamento da cadeia de suprimentos engloba as relações entre empresas necessárias para a fabricação de um produto e sua distribuição nos pontos de vendas, conforme apre- sentado na figura a seguir: Figura 2 - Administração Interconectada da Cadeia de Suprimentos Fonte: O’Brien (2004) Segundo O’Brien (2004) o gerenciamento da cadeia de suprimentos é uma de- cisão estratégica para as empresas que querem atender e superar as exigências dos clientes, entregando um produto no prazo certo, com ótima qualidade e com menor custo, assim as empresas estão se organizando para conseguir trocar informações e otimizar processos entre todos os participantes dessa cadeia. O autor cita algumas atividades que fazem parte do processo de gerenciamento da cadeia de suprimentos: ● Relacionamento com os fornecedores: desde a seleção até a avaliação dos produtos oferecidos é mantida uma relação de confiança, desenvolvendo es- tratégias para que o fornecedor possa abastecer seu cliente no momento de precisão. Pode ser integrado nessa relação o EAI, em que sistemas de infor- mação são integrados para que ocorra a troca de informações de forma rápida e segura. ● Planejamento e programação da produção: de acordo com as vendas que estão sendo realizadas nos pontos de vendas, a indústria consegue acompanhar pelo sistema de informação esses dados inseridos, a partir desse momento, começa a etapa de planejamento para identificar a quantidade de produtos que 36UNIDADE II Logística devem ser produzidos. Essas informações estão relacionadas com os demais setores da organização como, por exemplo, o setor de vendas, o setor de almo- xarifado, que passa a informação de estoque disponível, o setor de compras, que passa a informação da quantidade que já foi comprada de matéria-prima, possibilitando assim análises do setor produtivo. ● Controle das ordens de produção: essa etapa se faz necessária, pois para que a indústria consiga entregar seus produtos no prazo prometido ao cliente, deve ser acompanhada a movimentação da produção em cada etapa produtiva, identificando possíveis problemas que podem afetar nesse prazo de entrega. Empresas utilizam sistemas de informação para fazer esse controle, e o acompanhamento dos processos também podem ser feito de modo automatizado como, por exemplo, a leitura de código de barras para identificar a etapa de produção em que o produto se encontra. ● Acompanhamento das entregas aos clientes: esse acompanhamento é fundamental, desde fatores como a maneira como produto será entregue, que tipo de transporte será utilizado, até quantos dias serão necessários para que o produto chegue ao seu destino final. 37UNIDADE II Logística 4 LOGÍSTICA COMO VANTAGEM COMPETITIVA Com a complexidade e desafios logísticos e de transporte vividos por muitas em- presas, principalmente no Brasil, muitas vezes pode ser mais fácil fabricar um produto do que conseguir distribuí-lo em um mercado e fazê-lo chegar aos consumidores. Para Rocha (2010) um planejamento logístico eficiente pode auxiliar na gestão dos processos presentes na cadeia de valor de uma empresa para a geração de oferta de valor superior ao cliente, que resultará em vantagem competitiva frente à concorrência. Ferreira; Alves (2005) dizem que a aplicação da logística como recurso competitivo baseia-se na sua gestão de forma integrada, sendo tratada como um sistema, ou seja, um conjunto de componentes interligados, atuando de forma coordenada em busca de objetivo comum. Este sistema é composto pelos canais logísticos que se estendem a jusante (distri- buição para o mercado consumidor) e a montante (fornecimento de peças e componentes) da empresa. A gestão da logística integrada cuida da movimentação dos produtos entre três áreas: suprimento, apoio à produção e distribuição física, vinculando a empresa a seus clientes e fornecedores conforme figura 3. Figura 3: Logística Integrada Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/prod/v15n3/11fig01.jpg Um dos desafios da gestão logística é conseguir gerenciar a relação entre custo e nível de serviço (trade-off). O maior obstáculo é que cada vez mais os clientes estão exigindo melhores níveis de serviço; mas, ao mesmo tempo, não estão dispostos a pagar mais por isso. Assim, imputa-se à logística a tarefa de agregar valor ao produto por meio do serviço por ela oferecido. Entre estas exigências por serviço, o autor destaca-se: prazo de entrega; maior disponibilidade de produtos; entrega com hora determinada; maior cumprimento dos prazos de entrega; maior facilidade decolocação do pedido. http://www.scielo.br/img/revistas/prod/v15n3/11fig01.jpg 38UNIDADE II Logística Rocha (2010) complementa citando que as atividades da função logística podem ser decompostas em três grandes grupos: a) atividades estratégicas: essas atividades relacionam-se às decisões e à gestão estratégica da própria empresa. A função logística deve participar de decisões sobre serviços, produtos, mercados, alianças, investimentos, alocação de recursos etc. É considerada como sendo de longo alcance, no qual o horizonte é maior do que um ano; b) atividades táticas: envolve um horizonte de tempo intermediário, geral- mente menos de um ano. Exige um conhecimento profundo do problema em questão, e abordagens específicas devem ser personalizadas; c) atividades operacionais: é a tomada de decisão de curto prazo, usual- mente feita em base por hora ou diárias. Opera com dados acurados, e os métodos devem ser capazes de manipular um grande volume desses dados e ainda obter planos razoáveis. O resultado da aplicação da logística de forma eficiente reflete diretamente na diminuição das necessidades de capital de giro, além da evidente importância da logística empresarial para a obtenção de um bom resultado na gestão do negócio e da sobrevivência da empresa. Outra forma de se obter vantagem por meio da logística é não esquecer que há uma ligação direta entre o mercado e a organização que busca satisfazer as necessida- des do cliente. Isso pode ocorrer com a integração entre a atividade logística aplicada ao marketing. 39UNIDADE II Logística A Logística e o Marketing A atividade de marketing tem como uma de suas principais funções o gerencia- mento da demanda. Além disso, o marketing também é utiizado pelas empresas para a criação de valores para seus produtos e serviços, entre eles a distribuição e entrega aos clientes. Assim, a logística sendo responsável por toda a movimentação de materiais desde a chegada da matéria-prima, transformação, armazenagem e distribuição aos consumido- res está extremamente ligada as estratégias de marketing das organizações. De acordo com Kotler (2007, p. 309) algumas empresas definem seu objetivo de logística como o fornecimento do máximo atendimento ao cliente com o mínimo custo. Infelizmente, nenhum sistema de logística pode tanto maximizar o atendimento ao cliente quanto minimizar o custo de distribuição. Um atendimento máximo ao cliente implica entrega rápida, grandes estoques, sortimentos flexíveis, políticas liberais de devolução e outros serviços – todos provocando elevação dos custos de distribuição. Em comparação, custos mí- nimos de distribuição implicam entrega mais demorada, estoques menores e depósitos maiores – que representam um nível mais baixo de serviços totais de atendimento ao cliente (KOTLER, 2007, p. 318). A logística de marketing envolve não somente o problema da distribuição dirigida para fora da fábrica (transportar produtos danificados, indesejados ou excedentes devolvi- dos pelos consumidores ou revendedores). Assim, a logística de marketing envolve todo o gerenciamento da cadeia de suprimento – o gerenciamento dos fluxos de valor agregado nos vários níveis da cadeia de suprimentos de matérias-primas, produtos finais e informa- ções relacionadas entre fornecedores, a empresa, os revendedores e os consumidores finais. Nesse sentido, o objetivo da logística de marketing deve ser fornecer um nível de- sejável de atendimento ao cliente com o mínimo custo. “A empresa deve primeiro pesquisar a importância que seus clientes atribuem aos vários serviços de distribuição e só então determinar os níveis de atendimento desejável para cada segmento” (KOTLER, 2007, p. 319). O objetivo é maximizar lucros, e não vendas. Portanto, a empresa deve pesar os benefícios e os custos do fornecimento de um nível mais alto de atendi- mento. Algumas empresas oferecem atendimento de pior qualidade que seus concorrentes e combrarm preços mais baixos. Outras oferecem serviços de melhor qualidade e cobram preços mais elevados para cobrir os custos mais altos (KOTLER, 2007, p. 319). 40UNIDADE II Logística São muitos os fatores que influenciam nas estratégias de Marketing, uma das mais importantes é o canal de marketing, suas estruturas voltadas a disponibilizar ao consumidor um produto de maneira mais confortável, fazendo com que este chegue ao local o mais rapidamente possível com a ajuda da logística, unindo os esforços e proporcionando muito mais, para a empresa, do que levar seus produtos ao mercado. Os modos como os profissionais de marketing tornam seus produtos disponíveis envolvem a escolha dos canais de distribuição , sendo estes uma rede organizada de órgãos e instituições, que, em combinação, executam todas as funções de logística e trans- porte necessárias para ligar os produtores aos usuários finais a fim de realizar a tarefa de marketing. Os canais escolhidos afetam todas as outras decisões de marketing. O preço esta- belecido pela empresa depende de ela utilizar as grandes redes de varejo ou lojas especia- lizadas. Assim também na visão essas escolhas condicionam todas as demais variáveis de marketing, desde os preços praticados até as decisões de propaganda e vendas. Simplificando, quando abordamos o mix de marketing, levamos em consideração o produto ou serviço que vai ser criado/disponibilizado, este deverá ter um preço e neste preço poderá ou não estar incluso o custo da distribuição (frete), para que os consumidores saibam da existência deste produto/serviço deve existir a promoção que se encarrega de divulgar, de comunicar este produto e por fim, onde consumidor irá encontrar o produto, seja em relação a região geográfica (cidade, bairros, ruas) ou em relação aos determinados pontos de venda. 41UNIDADE II Logística SAIBA MAIS Cadeias de suprimento e rede de entrega de valor Gerar um produto ou serviço e disponibiliza-los aos compradores requer a construção de relacionamentos não somente com os clientes, mas também com fornecedores e revendedores na cadeia de suprimento da empresa. Essas cadeia de suprimento consiste em parceiros “nos níveis acima” e “nos níveis abaixo”. A cadeia para cima em relação à empresa é o conjunto de empresas que fornecem as matérias- -primas, os componentes, as peças, as informações, as finanças e o conhecimento especializado necessário para criar um produto ou serviço. As empresas, entretanto, tradicionalmente se focam no lado “para baixo” da cadeia de suprimento – nos canais de marketing ou canais de distribuição que se voltam para os clientes. Os parceiros do marketing para baixo, como atacadistas e varejistas, compõem uma conexão vital entre a empresa e seus clientes. Tanto os parceiros localizados nos níveis acima quanto os localizados nos níveis abaixo também podem participar das cadeias de suprimento de outras empresas. Mas é o desenho único da cadeia de suprimento de cada empresa que lhe permite entregar valor a sua cadeia de suprimento e todo o seu canal de distribuição competem com os canais dos concorrentes. O termo cadeia de suprimento pode ser limitado demais – ele assume uma visão de produzir e vender do negócio. Ele sugere que matérias-primas, insumos e capacidade de produção deveriam servir de ponto de partida para o planejamento. Um termo melhor seria cadeia de demanda, pois sugere uma visão de sentir e reagir sobre o mercado. Desse ponto de vista, o planejamento se inicia com as neces- sidades dos clientes-alvo, às quais a empresa reage organizando uma cadeia de recursos e atividades com o objetivo de criar valor para o cliente. Mesmo uma visão de cadeia de demanda sobre um negócio pode ser limitada demais, pois assume uma visão passo a passo e linear das atividades de compra-produção-consumo. Com o advento da Internet e outras tecnologias, entre- tanto, as empresas estão formando relacionamentosmais numerosos e complexos com outras empresas. Por exemplo, a Ford administra várias cadeias de suprimento. Ela também patrocina ou faz transações em muitos sites Web business-to-business (B2B) e faz compras on-line à medida que surgem as necessidades. Como a Ford, a maioria das grandes empresas hoje em dia está envolvida na construção e no gerenciamento de uma rede de entrega de valor em constante evolução. Fonte: Kotler (2007, p. 304). 42UNIDADE II Logística Material Complementar LOGÍSTICA,TRANSPORTE E INFRAESTRUTURA: Armazena- gem, Operador Logístico, Gestão via TI e Multimodal Autor: Marco Aurélio Dias Editora: Atlas Sinopse: Num mundo sem fronteiras, plugado pela internet, vi- ciado em informação e velocidade, entregar o produto certo, na hora certa e com o menor custo é vital para a sobrevivência de qualquer negócio. Ganha muita importância em todo esse cenário a logística de transportes, fundamental para a competitividade da economia brasileira. LOGÍSTICA EMPRESARIAL: Transportes, Administração de Materiais, Distribuição Física Autor: Ronald H. Ballou Editora: Atlas Sinopse: Este é um livro sobre a administração do fluxo de bens e serviços em organizações orientadas ou não para o lucro. O as- sunto é vital e absorve parte substancial do orçamento operacional de uma organização, incluindo atividades de transporte, gestão de estoques, processamento de pedidos, compras, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem e programação da produção. 43 Plano de Estudo: A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Papel e Funções do Varejo. • Ciclo de Vida do Varejo. • Tendências e Inovações no Varejo. • O Novo Consumidor do Varejo. Objetivos de Aprendizagem: • Destacar o Papel e Funções do Varejo. • Conhecer o Ciclo de Vida do Varejo. • Apresentar algumas Tendências e Inovações do Varejo. • Compreender o Comportamento do Novo Consumidor do Varejo. UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 44UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing Com a dinâmica da economia mundial, e os novos perfis de consumo dos consu- midores, o varejo teve de se reavaliar fundamentalmente tudo o que já faziam. O principal ponto foi começar a trabalhar como estoques mais enxutos através do just in time e desa- celerar planos de expansão (KOTLER e KELLER, 2012). O ambiente o qual pertence o varejo, mudam constantemente, o exige de seus administradores acompanhar as tendências de mudanças e adaptar seu composto merca- dológico, ao novo perfil de seus consumidores, e em muitos casos realizar ajustes mensais. Essas adaptações devem ocorrer com muita agilidade e objetividade, uma vez que o con- sumidor cada vez mais exigente na qualidade e principalmente na prestação dos serviços, buscam por excelência no atendimento (LAS CASAS, 2013). São diversas situações que o varejista precisa entender atualmente relacionados as questões temporais, comodidade, qualidade, socioeconômicas e ambientais. Essas variáveis exigem do setor, uma atenção diferenciada as tendências do futuro. Porque é por meio da análise dessas novas tendências que a empresa contempla em seu planejamento as atividades necessárias para atender ao comportamento do novo consumidor (LAS CA- SAS, 2007). Logo, o novo perfil varejista deve se especializar no seu cliente em potencial. O seu foco está em proporcionar aos seus consumidores satisfação através da solução de suas necessidades e expectativas de modo a surpreende-lo. Pois atualmente o varejo vende emoções a preço justo e procura paparicar por meio de conveniência todos os seus clien- tes. Em suma, o novo varejo tem como papel principal ser o canal de distribuição que escoa a produção industrial, renovando suas atividades ano a ano, agregando valor a cadeia de serviços. (COBRA, 2013) INTRODUÇÃO 45UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing 1 PAPEL E FUNÇÕES DO VAREJO O varejo é parte integrante do sistema de distribuição e vem assumindo um papel cada vez mais importante na economia mundial, não apenas na participação direta no PIB (Produto Interno Bruto) dos países, mas também na geração de empregos e no papel estratégico de disponibilizar os produtos aos consumidores finais nos mais variados pontos de vendas. O papel que o varejo exerce, é de intermediar as relações entre o produtor e o consumidor, ou seja, um elo de ligação entre o nível de consumo e o nível do atacado ou da produção (PARENTE, 2009). Neste processo de intermediação, o varejo adquire a mercadoria podendo ser tanto do fabricante quanto do atacadista, e oferece os produtos aos seus clientes através de suas lojas de diversos formatos, para melhor distribuição. (LAS CASAS, 2007). Porém, além de exercerem a função intermediária, o varejo assume cada vez mais um papel proativo na identificação das necessidades do consumidor e da definição do que deverá ser produzido para atender ás expectativas do mercado (PARENTE, 2009). O varejo, exerce funções que devem ser analisadas e estudadas cuidadosamente Las Casas (2007, p. 24): • Vendas: promove o produto junto a clientes; • Compras: compra uma variedade de produtos de vários vendedores, usualmen- te para revenda; • Seleção: faz sortimento de produtos, geralmente inter-relacionado para seus 46UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing clientes potenciais; • Financiamento- oferece credito a clientes potenciais para potencializar a tran- sação: providenciando também os recursos para os vendedores ajuda-los a financiar seus negócios; • Armazenamento: proteger o produto e manter estoques ara oferecer melhores serviços ao consumidor; • Distribuição: comprar em grande quantidade e dividi-la em quantidades deseja- das pelos clientes. • Controle de qualidade: avaliar a qualidade dos produtos e ajudar em seu me- lhoramento; • Transporte: movimentação física do produto do produtor ao consumidor; • Informações de marketing: prestam informações aos fabricantes sobre condi- ções de mercado, incluindo volume de vendas, tendências de moda e condições de preço; • Riscos: absorve riscos dos negócios, especialmente riscos de manutenção de estoques, obsolescência de produto, entre outros. 1.1 Administração do Varejo São inúmeras as variáveis a serem administradas por um gestor varejista, pois a ele cabe negociar e lidar com fabricantes, distribuidores, clientes e toda complexa rede da qual faz parte seu negócio. Assim como qualquer outro empreendimento, o varejista precisa estudar o merca- do constantemente, monitorar as mudanças e tendências, planejar e executar estratégias e inovar. “Mais do que em todos os negócios, o varejo requer a capacidade de enxergar o todo como o detalhe, tanto a estratégia como a tática. Não há espaço para letargia nesse ramo de negócio” (BERNARDINO, et. al. 2008, p. 21). Na administração do varejo como em qualquer empresa, se faz necessário uma gestão do empreendimento através do planejamento, organização, direção e controle das atividades varejista, visando a longevidade do negócio. Para isso a necessidade de definir ramo de atuação, estabelecer o mercado alvo e seu posicionamento, podendo conside- rá-las como pilares do varejo. Os quais, para que a boa gestão do varejo, depende da tomada de decisões entre essas variáveis e as condições internas e externas da empresa (URDAN&URDAN, 2006). Nesse sentido, a melhor forma de administração varejista é estar atendo ao di- namismo do mercado, estando sempre atualizado sobre as tendências mercadológicas, 47UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing esses fatores são primordiais para a gestão ocorra da melhor forma. Assim, as funções que deve ser desempenhada pelos administradores varejistas, estão diretamente ligadas ao tamanho da estrutura organizacional em que atuam, podendo ser empresas especializadasgeralmente as que apresentam grandes estruturas, e as centralizadas, muitas vezes forma- da apenas por uma pessoa (LAS CASAS, 2007). Cabe ao administrador planejar, organizar, dirigir e controlar a complexa organiza- ção varejista colaborando com sua adaptação as mudanças do mercado e seu crescimento. Tais mudanças, podem ser encaradas como ameaças ou oportunidades e são relacionadas com transformações nos ambientes internos e externos a empresa e ao mercado, também conhecidos como ambientes de marketing. Geralmente as funções básicas desenvolvidas pelo administrador de varejo con- sistem em obter mercadorias por meio de compras, realizar venda pessoal, promoção da mercadoria, e controle dos estoques, como também formar o preço e oferta dos produtos. (LAS CASAS, 2007). Há Também algumas funções que são complementares, que são essenciais para uma gestão estratégica, tais como: registro de mercadorias recebidas, rotulagem de emba- lagens, organização da empresa, delegação de autoridades e responsabilidades, determi- nação de procedimentos, e seleção de equipamentos. (LAS CASAS, 2007). Exercendo essas funções, as empresas varejistas terão maior chance de agregar valor aos seus produtos e serviços, aumentando também essa percepção em seus consu- midores. Logo, a administração do varejo busca além de adaptar-se à mudanças de seus ambientes internos e externos, agir de forma flexível aos novos processos, sempre de forma criativa e inovadora em relação aos seus consumidores e principalmente aos seus concorrentes (LAS CASAS, 2007). Devido as constantes mudanças nos mercados, muitos ajustes na administração do varejo precisam ser realizadas a curto prazo e tendem a permanecer a médio e longo prazo. Nesse sentido cabe elencar algumas tendências que segundo Kotler e keller (2012) são: ● Novos formatos e combinações de varejo: visando um melhor atendimento de seus clientes , uma gama de novas formas de varejo, as quais pode citar como exemplo livrarias que incorporaram as cafeterias; postos de gasolinas com lojas de conveniências, e algumas lojas que só trabalham com sazonais, exemplo um loja que é aperta só no período de páscoa para vender chocolates e presentes relacionados a este período. ● Crescimento da concorrência intraformatos: as lojas de departamentos en- 48UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing tão se tornando grandes centro de compras em diversos formatos abrangendo vestuário, saúde, beleza e eletrodomésticos, juntamente a lojas de descontos, showroom de vendas e venda por catálogos. ● Concorrência entre o varejo com loja e o varejo sem loja: a comunicação via mídias sociais tem beneficiado cada vez mais os varejistas sem loja física, uma vez que possibilitam a compra em suas plataformas digitais, e como as informações mais concretas que a de uma estrutura física. ● Crescimento de megavarejistas: devido a superioridade de seus sistemas de informação, operações logísticas e poder de compra, os megavarejistas são capazes de oferecer maior variedade e com preços muito mais atraentes que o pequeno, causando assim um uma enorme desvantagem entre os pequenos. ● Declínio dos varejistas do mercado intermediário: o crescimento do va- rejo esta concentrado no topo (mega varejistas) e na base (pequeno varejo), acentuando assim o declínio do varejo intermediário, o qual perde em questão de preço e variedade para o megavarejista, e na comodidade e atendimento diferenciado para o pequeno varejista. ● Investimento crescente em tecnologias: todos os varejista de alguma forma adotam tecnóloga para gerar melhores previsões, controlar custos de estoque e fazer pedidos por meios eletrônicos aos seus fornecedores, otimizando assim suas operações. Já em relação ao interior de sua loja física, a tecnologia tem favorecido em pesquisa de marketing, para melhor entendimento do compor- tamento de compra do consumidor, e assim atendê-los da melhor maneira possível. 1.2 Os ambientes de marketing e administração do varejo Independente do segmento de mercado, todo o processo mercadológico está sujeito a influência de variáveis controláveis e incontroláveis, principalmente sobre o seu composto de marketing. Nesse sentido, o varejo sofre influência direta das transformações das características ambientais e principalmente do comportamento do consumidor, o qual necessita desenvolver estratégias adequadas para contornas as constantes ameaças, e oferecer novas e promissoras oportunidades (PARENTE, 2009). O que torna necessário o conhecimento das características do mercado e suas tendências e como essas afetam o comportamento da compra. Isso demonstra a importân- cia do entendimento das forças ambientais que influenciam as oportunidades de mercado, englobando uma análise precisa das variáveis controláveis e incontroláveis sobre o varejo. 49UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing As variáveis controláveis estão relacionadas as principais variáveis do composto de marketing, ou seja, as que depende em grande parte da empresa sendo elas produto, comunicação e distribuição. Pois essas variáveis, são exclusivamente decididas pela em- presa. A variável preço nem sempre é ditada pela empresa, uma vez que sofre influência direta de quando o consumidor está disposto a pagar (LAS CASAS, 2007). Já em relação as variáveis incontroláveis, analisa-se as variáveis demográficas, composição domiciliar, aspectos socioeconômicos, psicológicos e culturais. As quais transformam-se constantemente é afeta diretamente o comportamento do consumidor, e consequentemente o varejo. Essas variáveis podem influenciar positivamente alguns setores e negativamente outros, por tais motivos a analise das variáveis incontroláveis deve ser realizadas por cada empresa. Uma vez que, as ameaças e oportunidades causadas por essas variáveis depen- derão do tipo de negócio do varejista (LAS CASAS, 2007). O ambiente de marketing de uma empresa é constituído pelos participantes e forças que ocorrem no limiar da fronteira da organização com seus clientes, fornecedores, intermediários, concorrentes, entidades públicas e privadas, tais atividades se desenvolvem num ambiente de constantes mudanças internas e externas. A observação desse ambiente em contínua mutação e a rápida adaptação a elas colaboram muito para o sucesso das organizações. O ambiente muda rapidamente, por isso é preciso acompanhar as tendências em busca de oportunidades. Ao conduzir uma análise ambiental cuidadosa e constante é pos- sível ajustar as estratégias de marketing aos novos desafios e oportunidades do mercado em constante evolução. Kotler (2007, p. 56) explica que o ambiente de marketing é formando por um mi- croambiente e um macroambiente: O microambiente é constituído pelos agentes próximos a empresa que afe- tam sua capacidade de atender seus clientes – a empresa, fornecedores, intermediários, mercados de clientes, concorrentes e públicos. O macroambiente é constituído pelas forças societais mais amplas que afe- tam o microambiente – forças demográficas, econômicas, naturais, tecnoló- gicas, políticas e culturais. Podemos usar o exemplo de Kotler (2007) a respeito da tecnologia como um dos elementos que afetam fortemente os negócios. O autor diz que cada nova tecnologia é uma “destruição criativa” porque cada coisa nova criada destrói a tecnologia anterior. A taxa de 50UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing crescimento da economia é afetada pelo número de novas tecnologias importantes que são desenvolvidas. Aqui é importante refletir sobre certos aspectos relacionados à tecnologia do pro- dução que podem afetar a economia do setor, inclusive a presença de produtos substitutos. A análise ajuda a decidir sobre investimentos em pesquisa e desenvolvimento e sobre a conveniência de adotar novas tecnologias, devido às mudançasnos hábitos e padrões de consumo das organizações e indivíduos. O ambiente tecnológico muda rapidamente e por isso afeta diretamente as empresas. Muitos produtos que existem hoje, não existiam a 40, 30, 20, 10 anos atrás. Ideias novas estão sendo testadas para o desenvolvimento de tecnologias em um intervalo de tempo cada vez menor. O tempo entre o lançamento de um produto e o pico de produção está decaindo consideravelmente. A empresa tem capital, investe mais em pesquisa e desenvolvimento e oferece inovação aos consumidores ávidos por novidades. Além de adaptar-se de forma rápida às mudanças de seus ambientes interno e externo, o administrador do varejo também precisa ter flexibilidade e abertura a novos processos e métodos e fomentar a cultura da inovação na organização. 2 CICLO DE VIDA DO VAREJO O ciclo de vida é um conceito clássico bastante aplicado ao marketing, mas que também pode ser utilizado no varejo, pois esse também tem o seu ciclo de vida. Os for- necedores varejistas também passam por quatro fases distintas: introdução, crescimento, maturidade e declínio. De acordo com Parente (2009) ao identificar em qual estágio de ciclo de vida encontrasse o estabelecimento ou seus modelo de negócio, o administrador de varejo, consegue definir melhor suas estratégias e otimizar resultados. As características básicas de cada fase do ciclo de vida do varejo são: ● Introdução: período em que o novo formato de varejo é introduzido no merca- do. Nessa fase existem poucos ou nenhum concorrente direto, os lucros são baixos, lento crescimento em vendas, custos e despesas de promoção altos, lucros baixos em virtude dos ajustes que o novo modelo irá sofrer nesse período inicial. “Como exemplos de formatos de formatos nessa fase tem-se as lojas virtuais e lojas especializadas em produtos orgânicos” (PARENTE, 2009, p. 37). ● Crescimento: período de crescimento nas vendas. O modelo alcança aceita- ção de mercado, pois muitos varejistas desenvolvem lojas no mesmo formato. 51UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing As vendas crescem, porém as despesas com promoções continuam altas, o que ajuda a propagar ainda mais rapidamente o novo conceito. É o período de expansão nos lucros, pois o mercado já atingiu alto volume, no entanto ainda não está saturado. “Exemplos de formatos que se encontram nesse estágio: mega livrarias, supermercados compactos, hipermercados, novos formatos de padarias e lanchonetes fast food” (PARENTE, 2009, p. 37). ● Maturidade: nessa fase as taxas de crescimento das vendas diminuem e se estabilizam, pois o novo formato já atingiu patamares elevados de aceitação e entrada nos mercados potenciais e a concorrência se torna muito intensa. Nesse cenário, não há espaço para manutenção de altas margens de lucros e as despesas com propaganda são diminuídas. “Exemplos de instituição nesse estágio: supermercados convencionais, lojas de departamentos de linha limita- da, lojas especializadas tradicionais, restaurantes por quilo” (PARENTE, 2009, p. 37). ● Declínio: nessa fase os lucros e as vendas começam a declinar, perdendo espa- ço para novos modelos, mais competentes e ajustados ao mercado. “Exemplos de instituições que estão nessa fase: mercearias, lanchonetes tradicionais, lojas de departamento de linha completa, lojas especializadas tradicionais” (PAREN- TE, 2009, p. 37). Figura 1: O Clico de Vida do Varejo. Autor: Juracy Parente (2009, p. 37). 2.1 O composto do varejo. As decisões de marketing que os administradores de varejo tomam a partir do estudo do mercado e do mix de marketing afetam decisivamente o futuro e o sucesso do empreendimento. 52UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing Para Bernardino (2008) o composto ou mix de marketing representa uma lista de diversas possibilidades que estão ao alcance do profissional de marketing para que ele planeje e execute as ações da empresa. O conceito de marketing mix que envolve os famosos 4 Ps (Produto, Preço, Praça e Promoção, que a princípio foi criado para ser apli- cado na indústria, pode também ser empregado no varejo, uma vez queque Mason (1993) acrescentou outros dois pês: um para apresentação física da loja Presentation e outro para o atendimento People. Alguns exemplos de decisões relacionadas aos elementos do composto de varejo (Produto, Preço, Praça/Localização, Apresentação, Pessoal): ● Produtos – nível de variedade, profundidade, qualidade e servi- ços agregados; ● Preços – níveis de preço, credito, “valor” (beneficio percebido em relação ao custo); ● Comunicação – propaganda, relações púbicas, ofertas e promo- ções de venda; ● Localização – acesso, visibilidade e conveniência; ● Apresentação física da loja – ambiente, projeto, merchandising, sinalização e decoração; ● Pessoal – atendimento, rapidez, serviços. (BERNARDINO, et. al. 2008, p. 80). 2.1.1 Produto O nível de sucesso do empreendimento varejista está diretamente ligado a capaci- dade de estudar o mercado, perceber e identificar necessidades e oportunidades, ofertando produtos e serviços que atendam essas necessidades e claro que tenham valor para os consumidores. O Produto, no varejo, pode ser entendido como aquilo que se pretende oferecer ao consumidor com o objetivo de venda, o que abrange o conceito de serviços. Para Bernardi- no (2008, p. 80) com base no estudo do mercado-alvo pode-se determinar: o que oferecer, com que amplitude, com que profundidade, com que marcas e modelos, em que níveis de qualidade e de que forma apresentar e oferecer ao público. “Outro fator a ser avaliado é o grau de sazonalidade de cada produto. O conhecimento dos hábitos de consumo de cada cliente permite adequar ofertas personalizadas às necessidades especificas dos clientes”. Portanto, a escolha e definição do mix de produtos e sua constante atualização são vitais para o sucesso da operação, ou seja, é necessário um esforço permanente do varejista para melhoria do seu processo de compra. 53UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing 2.1.2 Preço A decisão sobre a política de preços do varejo está diretamente ligada estudo da demanda do mercado envolvido, que envolve a capacidade de compra e quanto os consu- midores estão dispostos a pagar pelo mix de produtos e serviços oferecidos e também aos preços da concorrência. O que, principalmente nos mercados de consumo de massa, o preço, se torna um fator crucial de concorrência e até mesmo de posicionamento, como é o caso do Wal-Mart “Sempre o menor preço”. Bernardino (2008, p. 80) reforça que dentro do composto de varejo, o preço é uma variável relevante, pois influi diretamente na rentabilidade do varejista, bem como na trans- missão de uma determinada imagem ao consumidor. “Como definição, podemos dizer que preço é uma declaração de valor, mas não necessariamente uma declaração de custos”. Em marketing e consequentemente também no varejo, quando falamos de preço, extrapolamos os conceitos monetários e de custos. Sabemos que tanto a indústria como o varejo buscam gerar valor para seus produtos através de suas marcas e campanhas de comunicação. Mas há um longo e complexo caminho entre, a busca por gerar valor e cobrar mais pelos produtos e o consumidor “enxergar” esse valor e pagar a mais por eles. Tanto fatores emocionais quanto racionais interferem nessa percepção de valor, assim como o tipo de mercadoria ofertada, podendo ser bens de conveniência, de compra comparada ou de especialidade. Para alguns produtos o fator preço pode ser menos rele- vante, como um docinho perto do caixa ou um sorvete, mas para outros produtos como uma televisão, um celular ou um jogo de panelas, muitas variáveis que agregam ou não valor podem passar pela cabeça do consumidor antes de se definir a compra. Em cada momento de compra,o consumidor reformula a equação de valor, analisando todos os atributos do seu numerador versus o preço e as formas de pagamento, ou seja: Valor = beneficio (concreto e abstrato) percebido pelo cliente/custo. Com a concorrência cada vez mais acirrada no ramo varejista e com a imensa variedade de produtos disponíveis em um número cada vez maior de pontos de vendas tanto em lojas físicas como virtuais, o consumidor busca mais que o menor preço, daí surge o esforço do varejo para gerar valor para o negócio por meio de: serviço, conveniência, atendimento inovação, suporte, garantia e comunicação. As principais políticas de preço de um estabelecimento varejista são (BERNARDI- NO, et. al. 2008, p. 92-93): 54UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing ● Preço único ou negociado – o varejista vende seus produtos pelo preço único marcado na mercadoria ou lista de preços, independente- mente das quantidades envolvidas. Não existe barganha, e todos os consumidores pagam os mesmos preços pelas mesmas mercadorias. Essa política é utilizada nas redes de fast-food e nos postos de esta- belecimento de combustíveis. Já com relação ao preço negociado, há margem para negociação. Nesse caso incluem-se as a revendedoras de automóveis, que utilizam a política de preços flexíveis, dependendo do grau de barganha do consumidor; ● Preços da concorrência – o varejista monitora os preços que estão sendo praticados pelos principais competidores para decidir como fixará os seus: acima, em linha ou abaixo. Alguns varejistas, como Wal-Mart e Office Depot, utilizam a estratégia de preços baixos todos os dias (every day low price –EDLP) como forma de se posicionarem na mente dos consumidores; ● Preços altos/baixos (high/low)- os varejistas oferecem num dado momento preços altos para determinados produtos e baixos para outros mediante promoções. As lojas de departamentos e butiques utilizam a redução de preços em caso de mudança de estação ou encalhe de algum item; ● Preços múltiplos – nesse caso, os varejistas vendem diferentes quantidades a diferentes preços; ● Preços alinhados ou de linha – os varejistas comercializam linhas diversificadas de produtos com preços muito próximos ou diferencia- dos; ● Preços psicológicos – os varejistas utilizam números quebrados para a precificação; por exemplo, R$29,9 em vez de R$30. Diante da equação do valor, certos varejistas atuam diretamente na redução de preços buscando solucionar os seus problemas, mas se esquecem de incorporar, no nume- rador, benefícios no produto. 2.1.3 Promoção Quando falamos das estratégias de promoção utilizados pelos varejistas, vamos muito além da promoção de vendas, muito utilizado pelo setor, pois acrescentamos aqui um conceito mais amplo, o de comunicação. Nele enxergamos um outro composto ou mix 55UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing de ferramentas promocionais, como: propaganda, publicidade e promoção de vendas e também outras como: merchandising, eventos, relações públicas, marketing direto, etc. Portanto, as decisões de comunicação do comércio varejista devem estar apoiadas não apenas na escolha adequada do mix de comunicação e dos meios, também deve ser apropriada a linguagem compreendida e apreciada pelos consumidores. Bernardino (2008, p. 98-99) reforça a ideia de que para se comunicar eficiente- mente com uma ampla audiência ou nichos de consumidores, a empresa varejista deve desenvolver ações nas áreas de publicidade, propaganda e promoção. A publicidade está ligada às ações na aérea de relações públicas e assessoria de imprensa. Tais ações são de caráter informativo ou jornalístico e, quando bem promovidas, geram confiança e credibilidade, devido à isenção atribuída ás fontes jornalísticas, além de ter custos muito baixos. A propaganda eficaz contribui para que o varejista alcance os objetivos pretendidos com uma campanha de comunicação. Tais objetivos podem estar ligados a conquista de novos públicos, ao aumento do fluxo de consumidores ou do valor da compra, ao fortaleci- mento da imagem ou, ainda, a um determinado evento, como por exemplo, uma liquidação ou alguma data do calendário promocional. A promoções podem ser, em síntese, de vendas ou institucionais. A primeira tem um foco mercadológico e é utilizada como suporte a propaganda, para o lançamento de ofertas, produtos, reações a concorrência, aumento das vendas e do fluxo na loja, assim como incentivo especial a equipe de vendas e a diferentes públicos internos da empresa. A segunda, promoção institucional, é um importante instrumento de apoio à divulgação e a criação e sustentação da imagem da loja, marca e produto. Para que a agência de propaganda desenvolva toda a estratégia de comuni- cação da empresa e elabore campanhas, o varejista deve definir claramente: o público-alvo; o posicionamento de mercado; a imagem que ele deseja cons- truir ou fortalecer; e os diferenciais estratégicos que ele pretende oferecer para se destacar da concorrência e também aqueles reservados para supe- rar as expectativas dos clientes (que não serão mostrados na propaganda). (BERNARDINO, et. al. 2008, p. 98). 2.1.4 Praça/Localização No comércio varejista tradicional (lojas físicas) a decisão quanto a localização do ponto de venda é estratégica e está diretamente ligada a capacidade de atrair clientes. O formato varejista escolhido, o espaço físico disponível e o canal de distribuição a ser utilizado também são fatores determinantes para a adequação do estabelecimento as necessidades do mercado alvo. Os temas abordados nesse tópico não se direcionam diretamente para as 56UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing lojas virtuais (comércio eletrônico). A localização da loja, assim como suas instalações (layout), muitas vezes, são fatores determinantes para escolha por parte do cliente, que além de variedade de produtos e bons preços, também busca agilidade (poupar tempo), comodidade, conforto, conveniên- cia, etc. Diferente de outras variáveis do composto varejista (produto, preço e promoção, pessoas) a localização de uma loja, dificilmente pode ser alterada. “Um erro de seleção de um ponto significa uma enorme desvantagem competitiva para uma loja, exigindo esforços mercadológicos e sacrifícios que levam a prejuízos operacionais” (PARENTE, 2009, p.325). Bernardino (2009, p. 112) apresenta algumas recomendações importante quanto a escolha do ponto comercial: • Para uma melhor visão, tirar fotos aéreas (ou procurar a imagem no Google Maps). • Andar a pé na área de influência do ponto em diferentes horários. • De acordo com o perfil do negócio, avaliar melhor o posicionamento: bairro/ centro ou centro/bairro. • Atentar aos corredores de passagem (grandes avenidas), pois nem sempre o fluxo significa clientes potenciais. • Dependendo do negócio, escolher o lado da rua onde se faz sombra à tarde, quando o movimento de pedestres é maior. • Para lojas com produtos de compras por impulso, escolher pontos com intenso tráfego de pedestre à sua frente. • Verificar a vizinhança. Vale ressaltar que a escolha da localização deve estar em consonância com o posicionamento mercadológico da empresa, levando em conta os segmentos a serem atendidos e a viabilidade do retorno sobre o investimento com a compra do imóveis, cons- truções, reformas, instalações e aluguéis. É fundamental também que o varejista conheça a lei de zoneamento do município, antes da definição da localização da loja, assim como padrões de comunicação e sinalização de fachadas, painéis, taxas, impostos e possíveis restrições impostas pelo poder público. 57UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing 3 TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES NO VAREJO A velocidade das transformações nos mercados consumidores no mundo todo só aumenta. Nem mesmo crises econômicas têm desacelerado asprofundas mudanças pro- vocadas pelas novas tecnologias e seus reflexos nos negócios e nos hábitos de consumo. Pelo contrário, crises e escassez de recursos podem muitas vezes empurrar empresas para soluções criativas, inovações e automatização dos processos para reduzir custos e aumentar a produtividade e consequentemente o lucro. Algumas inovações, principalmente a automatização também pode ter um impacto negativo, principalmente na substituição da mão de obra humana pelas máquinas e pro- vocam reajustes no mundo do trabalho, desemprego e o desaparecimento de algumas profissões. Por outro lado surgem novas oportunidades, principalmente para profissionais de marketing e da área de Tecnologia da Informação no desenvolvimento de estratégias para estimular o consumo e a interação dos novos consumidores com as marcas e produtos nos mais variados ambientes (físicos e virtuais). Todo esse cenário gera também uma alta competitividade varejista que por conse- quência gera cada vez mais mudanças, “são modificações constantes tanto na forma de oferecer produtos, quanto na maneira de se relacionar com seus clientes” (LAS CASAS, 2007, 33). De acordo com Parente (2009) torna-se difícil a previsão de tendências em um am- biente com tantas transformações tecnológicas e sociais. Mas é possível ter a percepção 58UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing de quais tendências podem se consolidar no setor do varejo num futuro próximo, entre elas podemos destacar a eliminação dos operadores dos caixas (check-out). Os consumidores receberiam, ao entrar no supermercado, um scanner apro- priado, e iriam registrando suas compras ao coloca-las no carrinho. Ao sair, os produtos passariam por um processador eletrônico automático, que che- caria as mercadorias e debitaria a despesa diretamente no cartão de crédito (PARENTE, 2009, p. 43). Um dos maiores desafios, principalmente para o pequeno e médio varejista, é justa- mente esse processo constante de monitorar as tendências e estar pronto para se adaptar aos mudanças do mercado. Portanto é estratégico que o empreendimento varejista esteja em processo constante de adaptação e melhoria, e por que não de inovação utilizando e propondo novas tecnologias tanto em nível gerencial quanto e mercadológico, com o objetivo de reduzir custos, aperfeiçoar processos e satisfazer às necessidades de seus consumidores. Logo, a melhoria continua de suas operações é requisito fundamental para longevi- dade dos negócios varejistas, visto que o sucesso da empresa depende de sua capacidade de satisfazer seu cliente. Parente (2009) cita que a medida com que as empresas se aperfeiçoam, os consu- midores se acostuma e passam a querer novos e melhores padrões, que atendam às suas expectativas. A tecnologia da informação desempenha papel nesse processo de evolução, pois proporciona, para as organizações de varejo, a utilização de novos con- ceitos de administração de compras, estoques e distribuição. Em uma segun- da etapa, o varejo passou para a automatização das frentes das lojas. Tal eta- pa culminou com a introdução de tecnologias como: código de barras, leitura óptica (scanners), balanças eletrônicas, preenchimento de cheques, etique- tas eletrônicas nas prateleiras, transferência eletrônica de fundos, smartcard e outras tecnologias que objetivam otimizar a passagem dos clientes pelos caixas (GOUVEIA et al 2009, p. 36). Las Casas (2007) recorre a um artigo publicado na revista Superhiper e observa que de que a tecnologia da informação criará no futuro novas lojas de supermercados, em que o carrinho será eliminado, o cliente deverá estar conectado a redes telefônicas, televisores comuns e a microcomputadores pessoais, assim tendo acesso a lista de pro- dutos dos supermercados, verificar preços, comentar sobre qualidade, com suas compras entregues em sua residência. O autor lista algumas atividades que deverão fazer diferença na administração do varejo: Tecnologia da Automação – a implementação da Tecnologia de Automati- zação – TA- facilita tarefas rotineiras que passam a ser executadas pratica- mente sem a intervenção humana e seus principais impactos são a redução 59UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing de custos e o aumento da eficiência e da produtividade. Ex. código de barras, leitura óptica/scanners, balanças eletrônicas, preenchimento de cheques, RFIDs (etiquetas de identificação por radiofrequência eletrônica nas pratelei- ras também conhecidas como etiquetas inteligentes). Supply chain – gerenciamento da cadeia de abastecimento, que tem a fun- ção de tornar a cadeia de suprimentos eficiente, reduzir perdas, evitar a buro- cracia, garantir o abastecimento e diminuir o preço final do produto. ECR (Efficient Consumer Response) – o ECR (resposta eficiente ao consu- midor) é uma ferramenta estratégica de gestão que tem o objetivo de identi- ficar o perfil dos clientes e suas necessidades. Tem como foco montar o mix ideal de linhas de produtos para cada loja, de modo que se possa conhecer quais são os produtos mais vendidos por dia da semana e por período do dia, manhã, tarde e noite. EDI (Eletronic Data Interchange) - o uso de EDI (troca eletrônica de dados) é utilizado no processo de compras das empresas (comércio eletrônico B2B – business-to-businnes). Todo o processo comercial (cotação, orçamento, fe- chamento do pedido, emissão de ordem de compra e envio de nota fiscal) entre supermercados e fornecedores é realizado de forma eletrônica. CE (Comercio Eletronico) – é a realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócio num ambiente eletrônico, por meio da aplicação inten- sa das tecnologias de comunicação e de informação, atendendo aos objeti- vos de negócio. Os processos podem ser realizados de forma completa ou parcial, incluindo as transações negocio-a-negocio, negocio-a-consumidor e intra-organizacional, dentro de uma infraestrutura predominantemente publi- ca, de fácil e livre acesso e baixo custo. O comercio eletrônica é uma forma de exposição permanente, na qual as empresas podem ficar 24 horas em contanto com seus clientes (LAS CASAS, 2007, 37-38). 3.1 Inovações no Varejo A Inovação é algo cada vez mais procurado pelas organizações para se destaca- rem no mercado em relação aos consumidores e também para aumentarem sua vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes diretos e indiretos. Adotar estratégias de posicionamento competitivo por meio da inovação garantiu a diversas empresas criarem novos mercados e isolarem os concorrentes, ao mesmo tempo a lucratividade desses no- vos produtos se tornou significativamente maior, já que estes têm um valor percebido pelos clientes muito maior, o que se dá pelo ineditismo. No tópico anterior conhecemos algumas tendências do setor do varejo, que podem ser enxergadas como oportunidades para os empreendimentos que buscam se adaptar rapidamente as transformações ocorridas em um determinado mercado ou se antecipar a elas e isso se dá, principalmente, pela vocação que algumas organizações tem de buscar de maneira constante a inovação. Tanto o profissional de marketing quanto o empreendedor varejista têm hoje em dia à sua disposição variadas e crescentes fontes de informação e inovação, das quais se pode absorver as tendências e aplica-las, em certa media, em suas estratégias e negócios. Mas é preciso saber encontrar e filtrar as fontes de informação para dinamizar o processo 60UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing de inovação da organização. Para Las Casas (2007, p. 61) “a própria natureza da inovação é dinâmica: enquanto introduzimos um leque de inovações, certamente muitos varejistas estão criando e expe- rimentando outras tantas soluções”. Percebemos então que mais que imitar as melhores práticas, o varejista terá de decidir quais conjuntos de inovações deverá implementar para seu modelo de negócio e também decidiro momento certo de em pratica, não perdendo o “timing” e deixando a oportunidade passar. A competitividade outro grande fator que impulsiona a inovação. Las Casas (2007, 61) resgada o conceito de competitividade sustentável, tendo em vista que, para a ma- nutenção de sua competitividade, quanto mais adequada e sustentável for sua posição competitiva, mais chance de rentabilidade terá. Esse tipo de competitividade agrega uma dimensão de julgamento na adoção de inovações: algumas inovações se mostrarão necessários, mas não necessariamente ga- rantirão uma vantagem competitiva sustentável ao varejista. A sustentabilidade de muitas inovações no varejo pode estar ligada à maneira como as coisas são feitas dentro da empresa, aos processos e inter-relações entre departamentos, que tomam muito tempo do concorrente para que o mesmo possa aprende-las e copia-las, e que estão não apenas nos manuais, mas também na qualificação e Know-how do pessoal de operações (LAS CASAS, 2007, p. 61). 3.1.2 Inovações de formato Parente (2004) define diferentes graus de inovação de formato no varejo, depen- dendo do alcance da inovação proposta: 1) Inovações de alto grau de novidade, com a criação de novos formatos, como foi o caso das lojas de conveniência. 2) Inovação de mediana novidade, quando existe uma alteração significativa do formato existente, como nas novas padarias, que se tornaram mais próximas de centros de conveniência, com um mix mais amplo de produtos e margens mais atraentes. 3) Inovações de baixo grau de novidade, normalmente restritas a poucas modi- ficações do marketing mix (produtos, preço, distribuição e promoção), como alterações na variedade de itens, mudanças de layout, introdução de novos programas de relacionamento e promoção etc. O posicionamento é o conceito central da inovação de formato no varejo. A partir da definição do posicionamento, que não é tangível ao cliente, uma série de elementos 61UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing tangíveis do marketing mix pode ser inovada, como o ponto de venda, o mix de produtos, a política de preços, propaganda e promoção, o layout de loja e sua decoração, além do próprio pessoal de atendimento. 3.1.3 Inovações evolutivas Uma primeira explicação para inovação de formatos (PARENTE,2004) vem do conceito de ciclo de vida. Tomando-se por exemplo, o surgimento dos restaurantes por quilo, seu nascimento deu-se a partir da necessidade de conveniência, preço e rapidez de um consumidor em mudança de valores quanto às suas necessidades para uma refeição. Em um primeiro momento, certamente os primeiros inovadores encontraram algum es- tranhamento em relação ao estilo de servir o prato, mas foram continuamente ganhando adeptos e, em consequência, também chegaram novos concorrentes querendo dividir o crescimento da aceitação do formato. A partir de um sucesso e de um período de significativo crescimento e rentabili- dade, a concorrência e a fartura de opções forçam uma sofisticação crescente do formato em termos de prover uma melhor experiência para o cliente, até o ponto em que o próprio posicionamento inicial perde aderência com o formato evoluído. A padronização e a imitação indiscriminadas do novo formato indicam sua maturi- dade e abrem brechas para uma inovação que venha substitui-lo em um futuro próximo, de maneira que o ciclo recomece. 3.1.4 Inovações por hibridismo Uma segunda causa de inovação dos formatos dá-se por movimentos cíclicos de expansão e contração na variedade das lojas, com a criação de formatos híbridos, interme- diários entre os formatos inicialmente propostos. Como exemplo, temos os hipermercados que criaram versões compactas e lojas de departamentos que optaram por limitar o número de linhas de produtos. Há que se manter certa atenção e cuidado na implementação de posicionamentos intermediários, em função da tendência da massificação vs especialização. Movimentos como esse têm o potencial de confundir percepções sobre o efetivo posicionamento do varejista, se não acompanhados de outras variações no marketing mix que garantam a consistência da movimentação. 3.1.5 Inovações adaptativas Trata-se de inovações de formato pioneiras no atendimento de uma necessidade 62UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing de consumidores, até o momento não atendidads ou parcialmente satisfeitas. Essas inova- ções derivam principalmente do espírito empreendedor e da perspicácia do varejista, que assume o risco da introdução do novo formato a partir da verificação de uma tendência relevante para o perfil de consumidores. 3.1.6 Mistura de formatos Um processo de mistura de formatos colhe duas alternativas frontalmente distintas e seleciona, em cada uma delas, as características desejadas para o novo formato. Exempli- ficando, tome-se uma grande rede, com muitas categorias de produto, baixo preço, grandes lojas e auto-serviço. Ao mesmo tempo, uma rede especializada, com preços-premium, lojas menores e venda assistida. Uma mistura de formatos seria, a partir dos formatos originais, uma loja especializada em todas as categorias de produto ligadas à construção de imóveis, com grande área, preços convidativos e auto-serviço. Aplicam-se a esse item as mesmos observações acerca dos cuidados com o po- sicionamento e a manutenção do diferencial competitivo. novos formatos resultantes de alterações dos modelos puros precisam ser adequadamente comunicadas ao público-alvo e avaliadas quanto à sustentabilidade do diferencial competitivo ao longo do tempo. Inovações Tecnológicas no Varejo A cada dia as novas tecnologias vem ampliando sua importância no desempenho do setor varejista, tanto na eficiência operacional, como vantagem competitiva e principal- mente como novas formas de atendimento e relacionamento com o consumidor. Mas a tecnologia, por si só, não representa vantagem competitiva para o varejista; apenas quando adequada ao posicionamento escolhido, implementada corretamente e gerenciada com destreza é que a tecnologia dá frutos como elemento de inovação. Vejamos agora, algumas das inovações listadas por Las Casas (2007, p. 64-65): 4.1 Check-out automático Sistema automatizado, ativado pelo consumidor, que combina balança, scanner e terminal de pagamento em um único lugar, acelerando o processo de check-out e minimi- zando o trabalho do operador de caixa, que no entanto, continua necessário. Implementado em algumas redes americanas, tem, entretanto, de lidar com questões operacionais como aberturas e fraudes nos pagamentos e uso indevido de cupons de desconto. 63UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing 4.2 Auto-scanning Uma inovação já presente em algumas redes brasileiras, como nas livrarias Sa- raiva, permite a obtenção de informações sobre o produto por meio de leitura de código de barras, permitindo uma experiências de compra mais rápida, informações sobre preços sem depender de etiquetas e vendedores e eliminação de discrepâncias no caixa entre preço da etiqueta e preço do sistema. Seu uso mais avançado permite o escaneamento do produto e efetiva contabilização da compra por meio do sistema, diminuindo sensivelmente o tempo na fila do caixa. 4.3 Redes sem fio O uso de redes sem fio, por meio dos diversos protocolos disponíveis, como WLan, Bluetooth ou Wi-Fi, permitem a montagem de uma rede local com potencial para configura- ção de filas flexíveis de caixa, uma vez que a informação circula independente das estações de trabalho, também dando à gerência o estado das compras dos clientes em tempo real. Há ainda preocupações técnicas acerca da segurança da informação, mas as fer- ramentas de redes sem fio prometem utilização em escala global. 4.4 Celulares e PCs de mão com transmissão de dados Os dispositivos de processamento e a transmissão de dados móveis já represen-tam uma importante base instalada em termos de penetração junto ao público consumidor de maior renda. No Brasil, o número de aparelhos celulares já supera o de linhas fixas instaladas. 4.6 Cartões Inteligentes Uma aplicação já bastante difundida é a utilização de cartões com chips especiais que guardam informação do cliente e podem trabalhar com créditos ou outros valores nu- méricos que, uma vez gastos, podem ser recarregáveis. Oferece grandes vantagens de segurança sobre os cartões de tarja e já estão sendo usados pela indústria de cartões de crédito e segurança, inclusive como meio de acesso de funcionários a áreas restritas e para manuseio de créditos de serviços pré-pagos. 4.7 Biométrica É o uso de características físicas, específicas de cada consumidor, como, por exem- plo, as digitais, retina, mãos e linhas do rosto como meio de identificação e autenticação do usuário para acesso e liberação de compras, aumentando o nível de segurança contra 64UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing fraudes aos estabelecimentos. Planejados inicialmente para controle de acesso a bancos e áreas restritas, possuem inúmeros aplicações potenciais em varejo, ficando ainda dúvidas quanto à sua confiabilidade e viabilidade econômica de implementação em larga escala. 4.8 Registro e sincronização de dados A tecnologia de rede e os meios de transmissão sem fio viabilizam a formação de redes sem tempo real, as quais permitem a sincronização de informações entre lojas e depósito central para análise de vendas e estoques, resultando tanto em benefícios para os lojistas, que podem agir sobre promoções ou faltas de produto de forma imediata, quanto para clientes que, no tempo em que estão na loja, podem receber promoções diferenciadas e ter uma experiência de compra mais enriquecedora. 4.9 Código eletrônico de produto – ECP O ECP (código eletrônico do produto) é “a próxima geração de identificação de pro- dutos, semelhante ao código de barros”, segundo dados da AC Nilsen. Uma identificação exclusiva é atribuída a cada objeto de estoque, seja um produto individual, uma caixa ou mesmo um pallet. O código está contido dentro de um chip de silício, embutido em uma etiqueta que por meio de rádio frequência e antenas comunicam a posição do produto por toda cadeia logística. 65UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing 5 O NOVO CONSUMIDOR DO VAREJO Um dos elementos primordiais para se desenvolver novas estratégias de marketing bem sucedidas, principalmente no varejo, é a identificação das necessidades dos consumi- dores, juntamente com o entendimento de seu processo decisório e compreensão do seu comportamento de compra. Uma vez que as expectativas dos clientes se elevam, o varejista deve buscar meios de superar seus concorrentes, tornando a experiência de compra do consumidor em sua empresa, superior a suas expectativas, e assim conseguir estabelecer um relacionamento mais duradouro e inibindo assim a ação de seus concorrentes (PARENTE,2009). Para Novaes (2015) as relações interpessoais no comércio varejista não ocorrem de forma aleatória. São um conjunto de forças econômicas, sociais e tecnológicas que in- fluenciam o comportamento de fabricantes, distribuidores, varejistas e consumidores finais. Muito embora pequenas empresas e organizações possam comprar diretamente nas lojas, o foco básico do varejo está localizado no consumidor final. Sendo assim é muito importante compreender os mecanismos mentais e psico- lógicos que conduzem o comportamento dos consumidores finais. O autor destaca seis elementos que podem estar por trás das atitudes de compra, processos de escolha, neces- sidades e expectativas dos consumidores: • A informação sobre o produto, seu preço, uso, restrições de funcionamento, vantagens comparativas, etc.; 66UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing • O produto em si mesmo, na forma e na qualidade desejadas; • A posso do produto no momento desejado, representado pelo cumprimento dos prazos prometidos e acordados no que se refere á entrega do produto adquirido; • A gratificação ou prazer pessoal ou familiar no uso ou consumo do produto adquirido; • A relação de confiança e parceria com o varejista, que é con- cretizada através da atenção pessoal, honestidade, manutenção permanente dos padrões de qualidade etc., por parte do comer- ciante; • A continuidade na relação entre consumidor e varejista, que caracteriza a fase de pós-venda (garantias, serviços de manu- tenção e consertos etc.) (NOVAES, 2015). Ao lidarmos com pessoas, sabemos que elas reagem a cada influência do mercado, por meio de cada lançamento de produtos, notícias, política. E ainda assim, é possível notar alguns traços importantes que definem o comportamento do novo consumidor (COUTI- NHO,2016). O perfil do consumidor está diretamente relacionado aos produtos comprados por ele. O seu comportamento na hora da compra apresenta informações cruciais que devem ser observadas e analisadas pelas empresas que visam manter suas operações. É por meio desses estudos, que consegue-se perceber que as mudanças nas decisões de com- pra feitas pelos consumidores são constantes (LAS CASAS, 2007). Entender o comportamento das novas gerações, sem perde o foco nas demais deve estar entre as grandes preocupações das empresas varejistas, uma vez que o engaja- mento entre consumidor e empresas estão cada vez maiores. Nesse sentido, a importância da compreensão de variáveis como idade, renda, instrução, sentimentos, pensamentos, valores, costumes, família, estilo de vida, grupos de referência e tecnologia. Pois estão di- retamente relacionadas ao novo perfil de consumo dos consumidores (LAS CASAS, 2007). Esses fatores levam as organizações pesquisar e estudar detalhadamente o pro- cesso de decisão de compra do consumidor, visando saber como, quando, onde, de que forma e por que os consumidores compram. Algo que é completo e influenciado por uma enorme gama de fatores (PARENTE, 2009). Atualmente a tecnologia tem moldado o novo consumidor, o qual o varejo tem bus- cado compreender, o consumidor online. Este, forma sua opinião e suas ações influenciam diretamente no comportamento dos demais. Que antes era facilmente simples de entender, 67UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing pois estava localizado próximo aos locais de compra, suas decisões eram vistas, percebi- das e analisadas. Já o novo pode estar tanto no local de compra, quanto na comodidade do seu lar (LAS CASAS, 2007). O varejo que almeja sucesso, busca aplicar estratégias baseadas no valor para o cliente, o qual o comportamento que compra do consumidor nos apresenta que os clientes compram mais pela emoção do que com a razão, e as suas necessidades devem estar em consonância com o prazer que a posse de um produto proporciona (COBRA, 2013). O entendimento do comportamento do consumidor é uma tendência que se preser- va desde de os primórdios do varejo, pois serve de base para desenvolver inovações para os novos perfis de consumidores. É preciso suprir expectativas, surpreender e, para isso, é preciso conhecer qual é a direção que o consumo está tomando para se adequar às necessidades do seu cliente. Para isso, e necessário conhecer as novas variáveis que influência o comportamento desse novo consumidor, conforme Coutinho (2016): Multicanais Ser multicanal é uma realidade para os consumidores e para as marcas, que precisam trabalhar todos os pontos de contato pos- síveis com seu público. Hoje, ser multicanal importa, mas tudo isso se torna ainda mais significativo quando a marca se arrisca em canais inovadores, não apenas muitos canais e contextos ideais, participando pontualmente da vida das pessoas na hora e lugar certo. Dinâmismo Os consumidores são digitais e não estão acostumados com a linearidade e faltade interação. É preciso oferecer experiências vivas, dinâmicas e envolventes, assim como uma comunicação cada vez direta, que aproxime os clientes. Influência de valor O valor que a marca oferece, seus ideais, valores e projetos são decisores de compra e um dos principais motivos para a sua visibilidade. Se o seu produto/marca tem valor, a influência será propagada pelos próprios consumidores, muito mais forte do que qualquer mídia tradicional de propaganda. Experiências agra- dáveis O consumidor é bem informado e não vai se contentar com pou- co. Ele avalia a usabilidade, a comunicação, o preço, o valor, as condições de pagamento, a segurança, a interatividade e tudo o que diz respeito à sua experiência antes de fechar negócio. Por isso, alinhe o que puder para oferecer uma experiência verda- deiramente boa. 68UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing Sustentabilidade Consequência de consumidores bem informados é a sua preo- cupação crescente sobre a procedência dos produtos que con- some. Marcas com produtos sustentáveis e posicionamento éti- co ganham cada vez mais pontos. Inteiração Chega de experiências rasas, o consumidor quer interação com que ele se identifique e se sentir parte da marca que ele “inves- te”. Sempre que tiver chance, envolva seu público e fortaleça essa ideia. Inteligência artifi- cial O aumento de consumidores vai exigir das marcas o uso de tec- nologias de inteligência artificial cada vez mais poderosa, para que os seus produtos e serviços inteligentes estejam nos bol- sos, casas e redes sociais dos novos consumidores. Fonte: adaptação de Coutinho (2016) As novas tecnologias aplicadas ao varejo e automatização cada vez maior do ponto de venda não representam apenas a redução de custos com mão de obra. Inovações como o registro das compras em sistemas mais inteligentes, o uso do cartão de crédito e outras formas de pagamento, permitem que as empresas varejistas analisem com mais precisão os hábitos de consumo de seus clientes. Novaes (2015) aborda a importância estratégica da análise de dados e a troca de informações entre empresas supermercadistas como possibilidades preciosas para anali- sar fidelidade ás marcas e aos estabelecimentos, dias e horários preferidos para compras, categorias de consumidores, etc. O autor exemplifica falando sobre o cruzamento de dados de compra com informações sobre a localização da residência do consumidor na malha urbana poderá trazer elementos preciosos para estudos sobre a localização e de dimensio- namento de lojas. Las Casas (2007, p. 34) diz que a utilização da internet está moldando a criação de um novo tipo de consumidor, “o consumidor on-line”. Consumidor esse que o setor de varejo tem procurado atender. O autor reforça que nesse cenário de mudanças em relação ao processo de compras do consumidor, coube ao varejo um papel mais importante e relevante, que passou de “simples facilitador do processo de levar o produto ao consumidor final, passou a ter o poder de decidir o que e como deve ser levado: preço, local de exposi- ção, destaque nas suas ações de comunicação e assim por diante”. 69UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing Leitura Complementar As tendências do varejo mundial Adir Ribeiro O consumidor está mais empoderado e conhecedor dos produtos e serviços das empresas. Além disso, busca autenticidade das marcas e um alinhamento claro entre o propósito do negócio e o que ele oferece. Em paralelo, o conceito de multicanal evoluiu, passando a envolver todas as interações dos clientes com os pontos de contato das mar- cas. Esses são alguns dos principais aprendizados em torno do varejo contemporâneo captados durante o evento internacional Retail’s Big Show, organizado pela National Retail Federation, em Nova York. A partir da pluralidade de tendências, inquietudes e reflexões presentes neste tipo de encontro, é possível traçar diversos panoramas de negócios e transformar a informação em conhecimento. Lembrar que o consumidor está no centro das decisões, por exemplo, muda bastante a arquitetura dos negócios e traz mudanças positivas para as empresas, que terão de ser mais ágeis e simples no seu funcionamento, com equipes preparadas para essa nova realidade. Dessa maneira, reúno aqui uma lista de 5 insights importantes para os empreende- dores que estão buscando conhecimento e tendências para melhorar o varejo e os canais de vendas/franquias no Brasil, visto que os desafios são enormes para todos que preten- dem conquistar maior acesso ao mercado, seja por franquias ou unidades próprias, ou por outros canais de vendas, como distribuidores, representantes comerciais, e-commerce etc. O consumidor no centro das decisões: Com a avalanche de opções de compras disponíveis e com o manancial tecnológico de apoio (celulares, smartphones, acesso a web, mobilidade, mídias sociais etc.), o consumidor tende a acreditar cada vez menos na publicidade dos negócios e ler (ouvir) os depoimentos de outros clientes – customer reviews – sobre suas percepções da marca e produtos. Efeito “showrooming”: O conceito refere-se ao fato do consumidor usar as unidades físicas como showrooms das marcas e depois decidir a compra por meio do e-commerce. Fonte: https://endeavor.org.br/as-tendencias-do-varejo-mundial/ http://www.nrf.com/ http://www.nrf.com/ https://endeavor.org.br/as-tendencias-do-varejo-mundial/ 70UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing Material Complementar INDICAÇÃO DE LIVRO Varejo no Brasil: gestão e estratégia Autor: Juracy Parente Editora: Editora Atlas Sinopse: esse livro oferece conhecimentos que ajudam estudantes e pro ssionais do varejo a entenderem a dinâmica do mercado e a enfrentarem as mudanças dramáticas ocorridas no setor. De forma didática, o autor oferece respostas e sugestões para questões da estratégia e da tática varejista em áreas, tais como: estratégia varejista, pesquisa de mercado, posicionamento e diferenciação, preços e margens, variedade de produtos, gerenciamento de categorias, compras e abastecimento, propaganda e promoções, atendimento, serviços, localização de novas lojas e na eliminação de desperdícios no varejo. INDICAÇÃO DE FILME Fome de Poder: Filme sobre a história do McDonald’s – 2016 Sinopse: dirigido por John Lee Hancock (Um Sonho Possível, O Álamo), o lme narra a trajetória de Ray Kroc (Michael Keaton), um homem de negócios de Illinois que conheceu Mac e Dick Mc- Donald, os quais comandavam uma hamburgueria em 1950, no sudeste da Califórnia. Impressionado pelo sistema de rapidez dos irmãos McDonald, Kroc manuseou a sua própria função e conse- guiu arrancar a companhia para si e construir a própria fortuna. Comentário: o filme revela a criação da maior rede de fast-food do mundo 71 Plano de Estudo: A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Trade Marketing. • Trade Marketing Mix. • O Trade Marketing e Interação com o Consumidor no PDV. • Shopper Marketing. • Novas Tecnologias aplicadas no PDV. Objetivos de Aprendizagem: • Conhecer os principais conceitos e definições de Trade Marketing. • Apresentar o composto do Trade Marketing Mix. • Compreender o Trade Marketing como ferramenta de Interação com o Consumidor no PDV. • Entender o conceito de Shopper Marketing. • Elencar algumas Novas Tecnologias aplicadas no PDV. UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal 72UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Até aqui podemos compreender a importância de se agregar às estratégias or- ganizacionais a logística, o gerenciamento dos canais de marketing e das cadeiais de suprimentos. Vimos que tais estratégias consistem, basicamente, em ofertar e distribuir produtos ou serviços ao mercado para que o consumidor final localize, compre e contribua para a obtenção de lucro de todos os agentes envolvidosnos canais de distribuição. Ao destacarmos o varejo como parte fundamental do canal de distribuição de marketing, vimos que esse é mais que uma dos elos de ligação entre fabricantes e consu- midores. O varejo é uma dos principais guias de toda atividade empresarial negócios para o atendimento das necessidades e desejos dos consumidores no lugar e tempo que estes desejarem. Nesta unidade vamos tratar de uma abordagem relativamente nova sobre a relação entre os membros dos canais de distribuição. Para isso, vamos apresentar o conceito de Trade Marketing que conforme resumo da obra de Alvarez (2006) considera a interação com o consumidor final no ponto de venda, estudando e interagindo no seu papel de shopper (comprador). Vamos observar que as estratégias de trade marketing estão ganhando cada vez mais importância, principalmente para as empresas de produtos de consumo que traba- lham com canais de distribuição independentes, a partir das mudanças de: comportamento do consumidor que é fortemente influenciado pelo ponto de venda, da concentração do varejo, onde grandes redes concentram cada vez mais poder econômico, da própria ação de marketing destas redes que procuram solidificar sua imagem de marca na mente do con- sumidor e da própria indústria que aumenta significativamente a quantidade e variabilidade de produtos e marcas. INTRODUÇÃO 73UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores 1 TRADE MARKETING Nas unidades anteriores vimos que a logística e seu componente de ligação física entre a empresa e seus clientes são fundamentais para o sucesso de qualquer negócios. Pensando nos processos dos canais de distribuição de uma forma mais global e interde- pendente, surge um novo e importante conceito para empresas de varejo, o trade marke- ting, que complementa a logística e os canais de distribuição de marketing por meio do gerenciamento da demanda e também com ações de comunicação de marcas e ações promocionais no ponto de venda. De acordo com Arbache (2011, p. 145) o processo contínuo de fragmentação das mídias, somado à maior especialização dos canais de venda e em um contexto no qual o consumidor está cada vez mais difícil de ser conquistado, criou um cenário de competi- ção acirrada no qual as empresa lutam pela sua participação de mercado. Nesse cenário, “continua sendo fundamental desenvolver marcas fortes que estabeleçam condições de enfrentamento da concorrência, interesse dos canais de vendas pela sua comercialização e, o mais importante, o share de preferência dos seus consumidores-alvo”. Nesse contexto, dentro da destão mercadológica surge o trade marketing, que amplia o conceito de estratégias de comunicação no Ponto de Venda para algo muito mais amplo. Para compreendermos melhor, podemos observar a origem do termo “trade”. Se traduzirmos a palavavra da língua inglesa encontraremos entre seus significados o “co- mércio”. Esse termo sempre foi bastante utilizado na área do comércio exterior e está cada 74UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores vez mais próximo das áreas de marketing e vendas, pois utilizando sua tradução básica significa estratégia de “marketing no comércio” (Ponto de Venda), ou no próprio distribuidor. Para Alvarez (2006) esse ambiente propicia a introdução do conceito de Trade Marketing como forma de garantir a visibilidade da estratégia de marketing no ponto de ven- da, e que tem no início uma forte concentração na atividade de promoção e merchandising no ponto de venda, deixando de utilizar o potencial das variáveis do Trade Marketing Mix. Segundo Arbache (2011) Trade Marketing é uma área que orienta o desenvolvi- mento das relações entre fabricantes e canais de venda, ou seja, pela compreensão real das necessidades entre marcas, pontos-de-venda e consumidores. Trata-se de uma área fundamental em toda organização no contexto atual, pois, Trade Marketing analisa os há- bitos e preferências dos consumidores, fator essencial para o sucesso das estratégias de marketing e vendas. “É uma filosofia de trabalho voltada para os canais de venda, com o objetivo de solidificar a relação entre fabricantes e distribuidores e atender com excelência os consumidores finais” (ARBACHE, 2011, p. 24). Trade marketing busca investigar e discutir o desenvolvimento das relações entre fabricantes e canais de vendas, por meio do entendimento da relação entre marcas, pontos de venda e consumidores, para adaptar os produtos, a logística, as políticas e as estratégias de marketing das marcas, de modo a conquistar o consumidor nos pontos de venda, satisfazendo, da melhor maneira possível, as necessidades de canais comerciais específicos e de clientes estratégicos (ARBACHE, 2011, p. 24). Podemos perceber que o conceito e aplicação de trade marketing é bastante amplo e complexo. Mas, infelizmente, inda é muito comum algumas empresas o confundirem apenas como um conjunto de ferramentas voltadas para a promoção e a comunicação dos produtos no PDV. No entanto, o conceito é, na verdade, bem mais amplo do que isso, pois estabelece a necessidade das empresas “adaptarem produtos, logística e estratégias de marketing, de modo a conquistar o consumidor nos pontos de venda, por meio de um modelo de parceria entre os fabricantes e seus canais de distribuição, tendo como foco as indústrias de consumo de massa” (ARBACHE, 2011, p. 145). Ainda de acordo com Arbache (2011) Distribuição e Trade marketing se combinam para dar suporte ao processo de vendas,com o objetivo de estreitar as relações entre a empresa e seus distribuidores. O Trade Marketing implica, portanto, uma mudança de ên- fase por parte dos fabricantes, objetivando alcançar o consumidor por meio do alinhamento de suas atividades de marketing com as necessidades de desenvolvimento de mercado dos varejistas resolvendo um problema de distanciamento entre as tradicionais ações de marketinge o comportamento do consumidor no ponto de venda. Seus dois principais as- 75UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores pectos são: Distribuição para o Ponto De Venda (PDV) e Distribuição no Ponto de Venda. A Distribuição Para o Ponto de Venda envolve o movimento físico do es- toque para o PDV. Se não há estoque em quantidade, forma e qualidade adequadas, o produto não será vendido. A Distribuição no Ponto de Venda serve para assegurar a disponibilidade contínua do produto para o consumidor. O produto pode estar estocado, mas se não estiver disponível para o consumidor, não será vendido. (ARBACHE, 2011, p. 25). Podemos considerar Trade Marketing, como sendo o marketing feito junto aos canais de distribuição com o objetivo de estreitar a parceria e relacionamento junto a estes canais de distribuição. Nesse aspecto, o Trade Marketing não é no varejo e sim o Marketing realizado através do varejo. Conforme Campos (2011, p. 1): O Trade Marketing é o marketing feito junto aos canais de distribuição com o objetivo de estreitar a parceria e relacionamento junto a estes canais de distribuição. O Trade Marketing é uma das áreas do Marketing com foco no desenvolvimento do relacionamento entre indústrias e canais de venda, após identificação das necessidades entre marcas dos produtos, pontos-de-venda e consumidores. A atividade de Trade Marketing tem como foco o desenvolvimento do relacionamen- to entre indústrias e canais de venda, após identificação das necessidades entre marcas dos produtos, pontos-de-venda e consumidores. Para Yanaze (2011) não há como fugir dessas pressões dos varejistas, porém, o fabricante deve participar de todo o processo de desenvolvimento da comunicação cooperada, a fim de que seus objetivos de comunicação também sejam atingidos. São exemplos de ações que ocorrem via cooperação entre os fabricantes e in- termediários, isto é, atacadistas, distribuidores e varejistas: os treinamentosda força de vendas dos canais de distribuição conforme especificações dos produtos que o fabricante comercializa e a elaboração e veiculação de comunicações voltadas ao consumidor final em parceria (YANAZE, 2011). Nesse sentido, o Trade marketing agrega valor para o crescimento da empresa, consolidando e estabelecendo relacionamentos mais diligentes e estáveis no processo negociação dos fabricantes com os intermediários (atacadistas e varejistas). Segundo Arbache (2011, p. 148) “os fabricantes estão tentando entender mais depressa e com mais profundidade a mesma equação, para desenvolver vantagem competitiva por meio dos seus canais de vendas”. 76UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Grandes empresas, nacionais e multinacionais, cada vez mais adotam times de executivos voltados exclusivamente para o gerenciamento customizado das contas-chave de redes de varejo, desenvolvendo, em conjunto com o ponto de venda, uma estratégia de atuação, e não mais ações isoladas ou parcerias momentâneas (ARBACHE, 2011, p. 148). Por sua vez, acompanhamentos da rentabilidade, ocupação de espaços no ponto de venda, exclusividade do abastecimento para algumas redes, automação na reposição de produtos e efetividade das ações promocionais, são subsídios que beneficiarão o posi- cionamento competitivo da organização e deixarão que as resoluções sejam tomadas com base de dados muito mais específicos e que haja uma estrutura organizada para implantar e acompanhar ações individualizadas de marketing da empresa. Relacionamento entre fabricantes e pontos de venda Uma das maiores vantagens do Trade Marketing é a possibilidade de aumento da rentabilidade para todos os agentes de um canal de distribuição por meio de informações estratégicas. Isso ocorre, principalmente, pela melhora de relacionamento entre seus agen- tes e por consequência uma maior confiança entre o canal de vendas, de distribuição e a indústria. Para Arbache (2011, p. 146-147) nesse novo cenário é comum os fabricantes terem diferentes modelos de atuação junto aos seus canais de vendas: há aqueles que acreditam que o ponto de venda precisa, e muito deles e de suas marcas; afinal, sem eles, o ponto de venda não existiria ou, mesmo que tentasse, não conseguiria atrair o consumidor para dentro da loja; há os que reclamam o tempo todo de como é difícil negociar com o ponto de venda e acreditam que ele é injusto e quer tirar o máximo de vantagem do fabricante. A resposta, neste caso, é descobrir uma maneira de aprimorar o processo de negociação, tentando encontrar pontos fracos na estratégia comercial do ponto de venda, fazendo-o entender que nem sempre é possí- vel ganhar tudo, criando ou desenvolvendo modelos de parceria, ou mesmo agindo de forma dura quando necessário; há um grande número de empresas que reconhecem que o ponto de venda tem um papel cada vez mais importante nos seus negócios, e que a resposta, neste caso, é adaptar a organização e o modelo de trabalho, concentran- do recursos (pensamento, tempo e dinheiro) e esforços no desenvolvimento de marketing por meio dos canais de vendas – trade marketing (ARBACHE, 2011, p. 146-147). O primeiro grupo de fabricantes faz, cada ves menos, poarte do cenário atual. Com a profissionalização do ponto de venda (de forma acelerada nos últimos 10 anos) e o aumento da competitividade no mercado com novos entrantes, diminui progressivamente o núero de empresas que adotam uma atitude ar- rogante em relação aos canais de vendas com os quais operam (ARBACHE, 2011, p. 147). 77UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores O segundo grupo, mais numeroso, precisa perceber rapidamente que a negocia- ção representa apenas o início do processo na relação entre fabricante e canal de vendas. O resultado dessas negociações geralmente depende menos da capacidade de negociar e mais do balanço de forças entre ponto de venda e fabrican- te. Quando a negociação efetivamente começa, nove décimos da disputa já estão resolvidos. A força das marcas, a importância do canal de vendas em uma determinada região, o comportamento de compra dos consumidores e o grau de conhecimento das partes sobre ferramentas de marketing definem o modelo da negociação. A cooperação ou parceria é parte da equação de negócios, mas invariavelmente atende mais ao canal de vendas do que ao fabricante (ARBACHE, 2011, p. 147). O terceiro grupo sabe que parcerias e ações cooperativas fazem parte do modelo de negócios, mas são circunstanciais. No longo prazo, não sustentam a vantagem competitiva da empresa. Além disso, as parcerias são, normalmente, resultado de uma comparação de van- tagens entre parceiros ou concorrentes, cujo resultado dá a vitória – mesmo que momentânea – àquele que ofereceu mais valor. Essas empresas reco- nhecem a capacidade do ponto de venda em comprar produtos de forma cada vez mais profissional, analisando concorrentes, marcas, mercados e consumidores (ARBACHE, 2011, p. 148). Segundo Alvarez (2006) uma boa estratégia de Trade Marketing deve conter, funda- mentalmente, os seguintes itens: ● Relações comerciais: é preciso que os fabricantes dediquem um grande esfor- ço nas relações com os canais distribuidores. Não falo de descontos em venda de grandes quantidades, ou brindes, mas é preciso desenvolver uma estratégia de CRM B2B para estes canais. O relacionamento deve ser exclusivo, e não deve ser tratado apenas como mais uma negociação. ● Esfoço logístico do fabricante: é essencial que a empresa se preocupe, e MUITO, com a presença do seu produto no PDV. Afinal, de nada valerá um super esforço de Trade, de vendas, de Merchandising, seja do que for, se o produto não estiver disponível para venda. Muitas vezes já fomos seduzidos por propagandas, por anúncios no encarte do distribuidor, e ao chegar na loja, não encontramos o produto. Assim não há encantamento que resista, e lá vamos nós comprar o concorrente. ● Ações no PDV: Sem a correta exposição no PDV, as ações de Merchandising, o treinamento dos promotores e vendedores, as ações de degustação, de nada valerá o ótimo relacionamento com o distribuidor nem a presença do produto na loja. Neste item, o foco é no consumidor final, pois ele terá a oportunidade de conhecer o produto, saber mais sobre suas características, etc. Este conjunto de ações é fundamental para o processo decisório do cliente. 78UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Portanto, torna-se fundamental desenvolver canais de venda fortes e estabelecer parcerias comerciais para enfrentar a concorrência, como também atender as constantes mudanças e exigências dos mercados consumidores. Arbache (2011, p. 163) ressalta que os planos por canal devem sempre levar em conta a distribuição do mix de marcas, sua exposição no PDV e estratégias promocionais que ampliem o giro na loja. “Para isso trade marketing deve suportar a construção destes planos com base em estudos, pesquisas de PDV e visitação constante aos canais”. Ainda segundo o autor, deter o conhecimento do canal significa ter o conhecimento das melhores práticas, tendências e dados atualizados sobre o comportamento dos consumidores, bem como dos materiais que melhor funcionam em cada canal. 79UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores 2 TRADE MARKETING MIX Como vimos até aqui, a atividade de Trade marketing pode ser o elo estratégico entre fabricantes, distribuidores e varejistas por meio de ações de marketing e vendas que resultem na ligação entre as marcas e os consumidores finais no PDV. Para que trade marketing, como área, possa assumir o seu papel, torna-se necessária a reformulação de processos, responsabilidades da área e, finalmente, da estrutura. Segundo Arbache (2011, p. 162) o trade marketing deve atuar nas rotinas de “pla- nejamento, execução e controle das atividades de marketing no ponto de venda –planeja- mento de todas as atividades da marca nos canais de vendas, execução das atividades de comunicação e promocionais, controles ligados a monitoramento de resultados e efetividade das ações no campo”. Os processos devem ser reformulados para garantir o equilíbrio da participa- ção de trade marketing tanto na área de marketing quanto na área de ven- das. É bom lembrar que, no rol das responsabilidades de trade marketing, a independência da área se faz necessária, de forma a evitarmos a criação de feudos ou a percepção de que existem “privilégios” na relação de trade marketing, seja com marketing, seja com vendas (ARBACHE, 2011, p. 163). Randall (1994) ressalta que as ações e a operacionalização do conceito de Trade Marketing não se contrapõem às ações de vendas e marketing tradicionais, a sua dife- renciação está no fato de tratar o mercado de consumidores finais por meio das ações comerciais desenvolvidas junto ao canal de distribuição em geral e aos principais clientes 80UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores em particular e em reconhecer a independência e a influência do cliente no processo de decisão de compra junto ao consumidor final. Fazendo uma analogia com o marketing voltado para o consumidor final, o Trade Marketing também têm seu composto ou mix de elementos que devem ser administrados em conjunto para atingiros objetivos propostos. Conforme Alvarez (2006, p. 10) os elemen- tos que compõem o Trade Marketing mix são os seguintes: Produto: procurar diferenciação por meio da inovação ou de produtos dedi- cados ou exclusivos que ajudem o varejista a manter seu nível de competiti- vidade. Preço: a concentração neste item como o principal ponto de negociação deve ser evitado, buscando ampliar o conceito para o valor dos produtos e serviços oferecidos. Presença de Mercado: buscar a otimização da presença no ponto de ven- da destinando recursos em função das necessidades demandadas por cada cliente. Promoção: o principal objetivo é conseguir o balanceamento entre a promo- ção do produto no ponto de venda e as promoções gerais de preço, buscando ainda o equilíbrio com a propaganda dirigida ao consumidor final, para cons- truir a imagem da marca e do produto. Vendas: substituição dos vendedores por Trade Marketers nos principais clientes, que têm uma alta participação no faturamento. Serviço: é o principal elemento de negociação e atendimento, normalmente existirão diferenças entre o que o varejista deseja e demanda e o que o pro- dutor pode efetivamente fornecer. Resultados e Rentabilidade: o resultado total da empresa é obtido pela so- matória dos resultados individuais, e, portanto o custo de atendimento e as margens obtidas em cada cliente devem ser apurados; devendo ainda ser estabelecido objetivo individual de margem e rentabilidade para cada cliente e não apenas de volumes de vendas. De acordo com Randall (1994) o Trade Marketing considera cada cliente como um mercado e a aplicação dos elementos de seu composto serão utilizados para maximizar a participação e a lucratividade em cada cliente individualmente. Para Alvarez (2006, p. 10-11) nessa mesma linha de desenvolvimento conceitual, utiliza os 4P’s (Produto, Preço, Promoção e Ponto de Venda) do marketing mix e os aplica ao Trade Marketing: Produto: deve ser considerado com uma visão ampliada da Marca, uma vez que a importância desta junto ao consumidor final é que determinará o nível de influência do produtor sobre o varejista. Preço: o preço continuará a ser um ponto crítico da negociação, e somente a importância da marca junto ao consumidor final, é que poderá diminuir um pouco a influência deste item no processo de negociação. Promoção: a avaliação dos gastos de comunicação e promoção deve consi- derar as demandas e necessidades do ponto de venda. Ponto De Venda: a relação e o posicionamento junto ao mercado varejis- ta deve ser entendido em seus aspectos mais amplos; a inter-relação en- tre marketing, vendas, logística, manufatura, compras e desenvolvimento de fornecedores, deve ser entendida e assimilada por toda organização. 81UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Embora a atividade mais visível do Trade Marketing seja a de Propaganda, Promoção e Merchandising no Ponto de Venda, devem ser desenvolvidas atividades relacio- nadas ao Mix de Produtos, Preços, Vendas, Serviços e Logística, Sistemas de Informações e Resultados e Rentabilidade (ALVAREZ, 2006). Para Alvarez (2006, p. 11) a operacionalização do sistema de Trade Marketing a empresa deverá atuar de forma diferenciada, voltada para o cliente em suas diversas áreas: ● Produtos; ● Preços; ● Equipes de Vendas; ● Serviços; ● Resultados e Rentabilidade. Nesse sentido, o uso adequado do elementos do mix do Trade Marketing, irão permitir que a organização, juntamente com todos os integrantes do canal de distribuição, aplique e desenvolva uma política de mercado voltada para o consumidor final, por meio do desenvolvimento de suas relações e parcerias comerciais. Segundo Randall (1994), a aplicação dos conceitos de Trade Marketing na orga- nização pode ser feita formalmente com a formação de uma estrutura que contemple a função específica de Trade Marketing, junto às funções de vendas e marketing ou produto; ou de maneira informal com o estabelecimento das ações de vendas e marketing e do gerenciamento de contas especiais. Business Teams (times ou equipes de negócios): a organização pode ser formada com Business Teams, que são grupos formados com a participação de diversos setores para estudar um projeto ou negócio específico, e por gerentes de contas especiais ou nacionais e de categorias, que são funções responsáveis por um grupo pequeno de clientes especiais. As políticas estariam sendo estabelecidas pelo grupo de trabalho, e os gerentes de contas teriam autonomia para tomar decisões táticas de acordo com as políticas esta- belecidas (RANDALL, 1994). Portanto, os objetivos de trade marketing só poderão ser alcançados se houver um envolvimento completo em todas as atividades e uma integração entre as mesmas. Por 82UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores exemplo, uma campanha conjunta de promoção e merchandising envolvendo produtos de um determinado fabricante e uma rede de supermercados varejistas com objetivo de aumentar as vendas de determinado produto. Para a ação conjunta funcionar é importante que as estratégias de comunicação, dos preços, da disponibilidade dos produtos e força de vendas estejam alinhadas. Caso o consumidor reaja positivamente a promoção é preciso que todos os envolvidos no canal de distribuição do produto estejam integrados para uma pronta reação de logística e de serviços para acompanhar o giro e o abastecimento no ponto de venda. 83UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores 3 O TRADE MARKETING E INTERAÇÃO COM O CONSUMIDOR NO PDV O trade marketing deve dar suporte à área de marketing nas estratégias e planos das marcas, além de planejar e viabilizar sua execução no PDV. Segundo Arbache (2011, p. 162) essa integração só irá ocorrer por meio do conhecimento do que está acontecendo no ponto de venda, “seja pelo acompanhamento das ações da empresa, como também pelo monitoramento da concorrência, entendimento dos hábitos de compra dos consumidores e das características de negócio dos clientes (canais)”. Os pontos de venda devem ser agrupados em canais, de acordo com a estra- tégia da empresa. Esta especialização por canal permitirá à área estabelecer prioridades nos canais, sempre respeitando as realidades regionais e as ca- racterísticas de compra dos consumidores (ARBACHE, 2011, p. 163). Para Arbache (2011, p. 24) o conhecimento dos hábitos e preferências dos consu- midores é também, cada vez mais, a chave para o sucesso das estratégias de marketing e vendas. “Paradefinir quais canais de comunicação deverão ser utilizados, que produtos devem ser desenvolvidos e quais os canais de comercialização mais críticos para atender às preferências de consumo do público”. O conhecimento dos hábitos e preferências dos consumidores é também, e cada vez mais, peça-chave para o sucesso das estratégias de marketing e vendas, definindo quais canais de mídia serão utilizados, que produtos devem ser desenvolvidos e que canais de comercialização são críticos para atender às preferências de consumo desse público. Trade marketing é uma ciência que investiga e discute o desenvolvimento das relações entre fabricantes e canais de venda, pelo entendimento da relação entre marcas, pontos de ven- 84UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores da e consumidores. As empresas estão crescentemente buscando evoluir do estágio de vendas para o de trade marketing, trocando a estratégia push ou selling-in, isto é, empurrar produtos no cliente (varejo), pela estratégia pull ou selling-out, ou seja, abastecer o mercado de acordo com a demanda de consumo (consumidores finais) (ARBACHE, 2011, p. 146). Para Alvarez (2006) o conceito de Trade Marketing considera a interação com o consumidor final no ponto de venda, estudando e interagindo no seu papel de shopper (comprador). O conceito passa a ganhar importância cada vez maior para as empresas de produtos de consumo que trabalham com canais de distribuição independentes, a partir das mudanças de: comportamento do consumidor que é fortemente influenciado pelo pon- to de venda, da concentração do varejo, onde grandes redes concen- tram cada vez mais poder econômico, da própria ação de marketing destas redes que procuram solidificar sua imagem de marca na mente do consumidor e da própria industria que aumenta significativamente a quantida- de e variabilidade de produtos e marcas (ALVAREZ, 2006, p. 1). Segundo Arbache (2011, p. 148) tivemos, nas últimas duas décadas, grandes transformações ocorridas no consumo, ocorrências estas que mudaram a forma de ofertar produtos e serviços aos clientes finais. Neste novo cenário, o valor de um produto ou serviço equivale cada vez mais à qualidade, à longevidade, à sustentabilidade e ao seu significado para o consumidor. Cada vez mais os consumidores vão premiar suas marcas fa- voritas com lealdade e repetição de compra, mas tendo em mente a relação custo-benefício (ARBACHE, 2011, p. 148). Por esses motivos, as estratégias de trade marketing também devem ser realizadas a partir de estudo e identificação de novos comportamentos do consumidor, que como sa- bemos podem ter várias origens como: a economia, a tecnologia, a cultura, a demografia, o ambiente natural, etc. Esse comportamento que muda a partir dessas variáveis e da relação entre elas é extremamente complexo e também recebe influência das ações de fabricantes e varejistas que criam novos estímulos no ponto de venda e novas experiências de compra para se diferenciar da concorrência, por uma via de mão dupla ou de várias mãos. No que diz respeito as novas tecnologias do ponto de venda, assunto central desta unidade, o que vemos é uma intensa integração do PDV físico e dos produtos com a TI (tecnologia da Informação). Se antes o PDV se resumia a uma vitrine, display estático, sendo apenas uma via de mão única, onde o consumidor atuava como receptor das infor- mações, com a tecnologia o ambiente ganhou interatividade e movimento, criando novas experiências de compra para o consumidor e fazendo com que ele se identifique com a marca, com o produto e o serviço (PEACH JR, 2012, online). 85UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Já não é mais novidade dizer que vivemos em um processo constante e continuo de mudanças em todas as esferas da vida cotidiana, incluindo, sobretudo, o comércio varejista. O processo acelerado de globalização, por exemplo, vem ampliando a difusão de padrões de consumo globais, o que inclui novos sistemas e processos automatizados, compras online, etc. As tecnologias de informação e comunicação (TIC) desenvolveram-se a pon- to de penetrar em todas as esferas do cotidiano, e no varejo não foi diferen- te. Mas a tecnologia não é tudo, e uma visão excessivamente tecnocêntrica pode fazer perder de vista o consumidor de carne e osso (OBSERVATÓRIO DE SINAIS, 2010, online). Nesse sentido, percebe-se que o discurso de inovação e tendências no varejo, especialmente no ponto de venda, vem se ampliando nos últimos anos. Está óbvio que as novas tecnologias provocam mudanças no ponto de venda, “mas quais são as novas forças propulsoras da inovação, além da tecnologia? Em que medida a compreensão do compor- tamento da atual geração pode reverter em informação estratégica para a configuração e a gestão do varejo e do PDV?” (OBSERVATÓRIO DE SINAIS, 2010, online). É grande o desafio a todos envolvidos como o comércio varejista compreender quais são essas forças, não só tecnológicas, que provoca, profundas mudanças nas estra- tégias organizacionais. “Quais são, enfim, os novos formatos de lojas, as experiências que antecipam e já apontam para o futuro, e por isso tornam-se referências no presente?” É um desafio empolgante e o principal objetivo deste livro é despertar em você a curiosidade e a vontade de conhecer mais sobre o assunto, explorar novas perspectivas e com isso remodelar seus próprios conceitos sobre o varejo, o marketing, a tecnologia da informação e todas as áreas que interferem e refletem o comportamento do consumidor. 86UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores 4 SHOPPER MARKETING O atual contexto de mudanças profundas e velozes, em todas as áreas da vida humana, não deixa de fora a atividade de marketing e muito menos o comportamento do consumidor. É difícil afirmar se o comportamento do consumidor muda primeiramente e as empresas correm atrás, ou se as ações planejadas das grandes corporações com o lança- mento de inovações em todas as áreas é que provocam as mudanças no comportamento do consumidor. Muito provavelmente, essa é uma via de mão dupla. Com o surgimento de novas tecnolgias digitais, comércio eletrônico em crescimento e novas plataformas de comunicação, o maior desafio das empresas é, sem dúvida, con- tinuar encantando seus consumidores. Para isso, além de expandir suas operações para o comércio eletrônio, grandes corporações tradicionais do varejo têm adotado estratégias de marketing que integram os novos e antigos canais de vendas para surpreender o novo consumidor. Estamos observando rápidas mudanças no perfil dos consumidores. Por isso neste tópico abordaremos um novo conceito que surge para melhor compreender, especifica- mente, aquele que compra um produto, que agora é denominado shopper. O novo foco das estratégias de marketing de grandes empresas de varejo é justamente o shopper, ou seja, o indivíduo que, efetivamente, realiza a compra, seja no ponto de venda físico quanto virtual. Com esse contexto, o conceito de Shopper Marketing, que é relativamente recente, está contribuindo com empresas que buscam investir no ponto de venda para criar valor 87UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores aos consumidores no ato da compra e, com isso, entregar mais conveniência, satisfação e facilidade. O novo foco das estratégias de marketing de grandes empresas de varejo é jus- tamente o shopper, ou seja, o indivíduo que, efetivamente, realiza a compra, seja tanto do ponto de venda físico quanto virtual. Indivíduo esse que pode, com frequência, ser o consumidor do produto ou serviço adquirido. Como sabemos, o consumidor assume vários papéis no processo de compra. Portanto, é preciso diferenciar o papel do consumidor que realmente consome o produto do shopper, que é aquele que exerce o ato de comprar. D’Andrea, Cônsoli e Guissoni (2011, p. 5)destacam que consumidores são aqueles que consomem: “Isso mesmo, quem come, bebe ou usa um produto”. Aqueles que compram um produto, são os “compradores”, ou, como se diz em inglês, shoppers. Para D’Andrea, Cônsoli e Guissoni (2011, p. 5) “quando alguém compra ração para o seu cachorro, o cachorro é o consumidor e seu dono é o shopper. O mesmo ocorre para fraldas (mãe é shopper, crianças são consumidores) e assim por diante”. Os autores alertam, ainda, que não se deve chamar todos de “consumidores”, já que, a comunicação com “comprador”, para o shopper, requer ferramentas distintas do consumidor. Por conta dessa diferenciação, a indústria já distingue a comunicação que é direcionada para os pais e para as crianças. Alguns autores chamam essa estratégia de “dualidade da mensagem” e que é utilizada quando pais e filhos “gostam” de coisas diferentes a respeito de um produto, como, por exemplo, alimentos como biscoitos infantis, cereais matinais, entre outros, que devem destacar atributos de produto (nutrição/ diversão) tanto para as crianças quanto para os pais (D’ANDREA; CÔNSOLI; GUISSONI, 2011, p. 6). Conforme o POPAI Brasil, instituto global de estudos de varejos, cerca de 70% da decisão de compra do consumidor acontece no PDV. Portanto, essa separação se faz ne- cessária, quando a empresa quer direcionar suas ferramentas e estratégicas, assim como sua comunicação para o comprador. Esse número é mais do que suficiente para compreender esse movimento das grandes empresas do varejo, de estudar o comportamento do consumidor no PDV e de- senvolver estratégias específicas para integração do chamado marketing multicanal, ao CRM (customer relationship management) e à comunicação com o shopper. O objetivo final é chegar ao shopper no momento em que o contato com a marca exige uma resposta positiva, seja em casa, no trânsito, na web ou no ponto de venda, com a mensagem certa, mas não única. Segundo D’Andrea, Cônsoli e Guissoni (2011, p. 10) o conceito de shopper teve 88UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores origem no conceito de shopper marketing, que está relacionado a qualquer estímulo de marketing e merchandising “baseado em um profundo entendimento do comportamento do shopper e sua segmentação, desenvolvido para satisfazer suas necessidades e melhorar a experiência de compra, criando valor para as marcas e os negócios de fabricantes e varejistas”. Infere-se, portanto, que o shopper é o indivíduo que, efetivamente, realiza a compra de um determinado produto ou serviço, e que, para isso, vai até o ponto de venda (físico ou virtual). Por essa característica, tende a ser influenciado por estímulos, no PDV, que o levem a decidir e efetivar a compra. Podemos compreender que o conceito de Shopper Marketing seja uma evolução do Trade Marketing. Ele surgiu da necessidade dos profissionais atuantes na cadeia de Promoção e Vendas identificarem e compreenderem o que e como as pessoas pensam e agem no momento da compra como forma de aumentar as vendas no varejo de suas próprias marcas e ainda proporcionar uma experiência de compra mais agradável para o cliente. Empresas do segmento alimentício, por exemplo, inovaram desenvolvendo áreas de shopper marketing para poder compreender e influenciar o comportamento do consu- midor diretamente no PDV. Através da utilização das informações e conhecimento sobre o comportamento de seus consumidores, aproveitaram a oportunidade para criar ações vantajosas junto aos varejistas, utilizando ações estratégicas focadas no aumento das ven- das dos varejistas, de suas marcas e melhorar experiência de compra junto aos shoppers (clientes compradores). Comportamento do consumidor e experiência no ponto de venda Para D’Andrea, Cônsoli e Guissoni (2011) o pressuposto básico para o desenvol- vimento e implementação de ações de shopper marketing é o profundo entendimento do comportamento do consumidor, e como se dá e é influenciada a experiência no ponto de venda. Nesse sentido, os autores apresentam duas questões iniciais que devem ser trata- das sobre esse assunto: 1. a complexidade no entendimento do comportamento do shopper aumentou nos últimos anos. Hoje, além do que relatar o comportamento de compra, é preciso compreender os modelos mentais que explicam este comportamento para diferentes grupos. Esta compreensão possibilitará a definição de ações de influência ao shopper proativas e não mais reativas; 2. a abordagem clássica de comportamento do consumidor demanda alguns ajustes para entendimento do shopper, pois o shopper não é necessariamen- te o consumidor. (D’ANDREA; CÔNSOLI; GUISSONI, 2011, p. 17). 89UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Depreende-se que o foco das ações de marketing, no ponto de venda (in-store marketing), tem aumentado à medida que as empresas entenderam que as atividades de shopper marketing podem gerar vantagem competitiva. Os autores também destacam que é parte essencial do estudo do comportamento do shopper a análise do processo de compra. Com isso, podemos identificar que existem etapas específicas relacionadas ao shopper, que evidenciam seu comportamento no ato de compra no ponto de venda, conforme figura a seguir: Figura 1 - Comportamento de compra do shopper no ponto de venda Fonte: D’Andrea, Cônsoli e Cassoni (2011, p. 19). É importante ressaltar que as estratégias de shopper marketing precisam ser di- vididas em etapas para que se alcancem os melhores resultados. Podemos estabelecer quatro etapas básicas: o planejamento (intenção de adquirir algo), até o consumo (quando a compra já foi realizada), assim como a avaliação da experiência de compra. Cada etapa é fundamental e precisa ser trabalhada de forma estratégica pelos gestores de marketing. Por isso, empresas líderes de mercado estão mobilizando seus esforços de sho- pper marketing para reestruturar suas organizações, investindo tecnologias e recursos, e reavaliando seus estímulos de colaboração com parceiros e provedores de serviços, alcançando novos patamares de resultados. As novas tecnologias e as mudanças no comportamento do shopper O desenvolvimento tecnológico é um grande propulsor de mudanças no compor- tamento das pessoas. O conceito de shopper marketing foi atualizado baseado nas novas tecnologias e nas mudanças no comportamento do consumidor. Conforme D’Andrea, Côn- soli e Guissoni (2011), os avanços tecnológicos que possibilitaram essa nova área foram: 90UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores ● Comunicação e computação móvel portátil. ● O desenvolvimento dos aplicativos para smartphones. ● Novas formas de coletar dados sobre o shopper/consumidor (sem ter de per- guntar as preferências deles). ● Novas técnicas, softwares e equipamentos de pesquisa do comportamento de compra, que permitem acompanhar os shoppers enquanto compram, com o mínimo de interferência. Sem dúvidas, a tecnologia é uma ferramenta essencial na prática do shopper marketing. A compreensão do shopper e adequação das estratégias de marketing para esses clientes contam com o auxílio da tecnologia de bancos de dados, internet e CRM. Para os shoppers da atualidade, a informação é algo imprescindível. É im- pensável hoje em dia comprar um fogão ou celular sem consultá-los na in- ternet antes, por exemplo. Os shoppers estão no comando e a tecnologia da informação dá condições para que o shopper marketing exista. De fato, a tec- nologia é a força-motriz por trás das ações de marketing voltado ao shopper. (D’ANDREA; CÔNSOLI; GUISSONI, 2011, p. 10). Novas plataformas de mídia digitais, como as redes sociais, o YouTube e a Netflix afetaram profundamente as relações de consumo, em todos os segmentos. A conveniência de serviços oferecidos pela internet, como o Google, que permite a busca instantânea de todo o tipo de informação, inclusive sobre o preçode produtos e a localização de lojas, estão alterando, definitivamente, a forma como as empresas divulgam e vendem seus produtos e serviços. Para terror de publicitários e anunciantes, a mídia tradicional não funciona mais como antes se utilizada de maneira isolada e, portanto, a eficácia da comunicação “above the line” (termo que engloba estratégias de comunica- ção de marketing tradicionais, como a propaganda) tem sido superada pelas alternativas do marketing voltado para o canal de distribuição das empresas e para shopper (D’ANDREA; CÔNSOLI; GUISSONI, 2011, p. 9). Há mudanças significativas nos pontos de venda físicos, em virtude das influências das novas tecnologias e seus impactos no comportamento do consumidor. Nota-se que fabricantes e varejistas têm buscado por inovações e diferenciais para se diferenciar da concorrência e atrair a atenção dos consumidores no PDV. Estratégias de marketing sensorial para envolver o shopper no PDV De acordo com Melo (2015) o ambiente de compras está automaticamente as- sociado aos estímulos que provocam por meio de seu logotipo, cores, imagens, ícones, personagens e demais elementos, comunicando seus valores por meio desses símbolos. 91UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores No varejo e na apresentação de produtos, ocorre o mesmo. Além dos aspectos tecnológicos, o shopper é influenciado por diversos outros fatores, incluindo o mix de marketing. Nesse caso, existem estímulos específicos, que po- dem orientar o comportamento de compra, levando o indivíduo a escolher e efetivar essa compra. Esses estímulos são descritos por D’Andrea, Cônsoli e Cassoni (2011): • Estímulos de produtos: tamanho, forma, cor, material, embalagem e as mensagens, imagens, ícones e linguagem transmitida na embalagem. • Estímulos de preço: preços promocionais comunicados em tabloides, cartazes, placas informativas, cupons etc. • Estímulos de local (ambiente): design da loja, layout, iluminação, som ambiente, aroma, corredores, prateleiras e localização de displays, es- paços extras. • Estímulos promocionais: demonstrações, displays, adesivos de chão (piso), quiosques, sistemas de áudio e vídeo na loja, cartões inteligentes, sinalizadores digitais etc. (D’ANDREA; CÔNSOLI; GUISSONI, 2011, p. 19). É nesse ambiente que surge e ganha força o marketing sensorial, uma vertente do marketing tradicional aplicada à experiência sensorial do consumidor no ponto de venda e também com o produto e a marca. “O Marketing Sensorial é a exploração dos sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar, como parte de estratégia de diferenciação e posicio- namento, capazes de trabalhar no consumidor todo o potencial mental e assim, comunicar de forma mais clara e natural a mensagem do marketing”. (MELO, 2015, p. 1) Além de melhorar a experiência do consumidor no processo de compra, as técnicas de Marketing Sensorial, por estar diretamente ligado às emoções, podem contribuir signi- ficativamente para o aumento das vendas. O objetivo da estratégia de utilizar os sentidos dos consumidores é de atingir o subconsciente deles influenciando em seu comportamento de compra e enviando mensagens que vão além das palavras e das imagens. Pois, “uma simples estratégia de Marketing Sensorial em uma loja de varejo pode apresentar impacto extremamente positivo, especialmente no humor dos consumidores e com isso, impulsionar as vendas” (MELO, 2015, p. 1). Para Fairbanks (2017, p. 8) “as estratégias de marketing sensorial enxergam o consumo como um todo, uma vez que ele verifica a adequação de um produto ou serviço de acordo com as vontades dos consumidores, seja ela cognitiva, emocional ou propriamente sensorial”. Sendo assim, é possível verificar que, cada vez mais, a sensação de bem- -estar e de prazer se tornaram importantes para os consumidores, o que representa uma oportunidade para as empresas apresentarem estratégias que visem suprir essa demanda, tratando de remeter o cliente a uma percep- ção de valor único, oferecendo uma experiência memorável e agradável, que pode estimular diretamente a compra de um produto, de forma mais eficaz. (FAIRBANKS, 2017, p. 8-12). 92UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Os recursos visuais são os mais explorados nas técnicas de marketing sensorial. Fairbanks (2017) ressalta a cor como parte fundamental do ambiente físico visual. Tradicio- nalmente, comerciantes e varejistas têm usado a cor para criar uma atmosfera desejada. Para Fairbanks (2017) a cor desempenha um papel na formação de humor e per- cepção, e é culturalmente específica, com cores diferentes que têm significados distintos, em diversos contextos. Estudos mostram que as cores quentes, como o vermelho e o ama- relo são “fisicamente estimulantes”, enquanto cores frias, como o azul e o verde, relaxam e acalmam o indivíduo. O impacto do estímulo visual no comportamento de compra do cliente não se limita a imagens ou logotipos. Iluminação, espaço e cores são veículos importantes para criar um ambiente agradável, despertando atenção ou rela- xamento, dependendo da intenção, em sua loja de varejo. “As cores podem não só influenciar um cliente a fazer uma compra, como influenciam no reco- nhecimento da loja enquanto marca”. (MELO, 2015, p.1). Mas nem só da visão vive o marketing sensorial. O diferencial e o inusitado podem estar em explorar outros sentidos dos consumidores. Acostumados pelos estímulos visuais, quando surpreendidos, positivamente, por estímulos vindo de outros sentidos – como au- dição, por uma boa música, ou do olfato, por exemplo, por meio de um perfume agradável –, automaticamente, elevam sua percepção com relação ao ambiente e à qualidade da empresa (MELLO, 2015). No entanto, tenha em mente que uma resposta a um perfume pode desenca- dear uma emoção agradável ou desagradável, é muitas vezes uma questão altamente pessoal, uma vez que depende da experiência e memórias indivi- duais do cliente. O comportamento de uma pessoa pode ser influenciado diretamente pelo som que ela ouve? O nosso estado de humor pode aumentar até 65%, se formos expostos a um som que nos traga boas sensações. Semelhante ao aroma, a música é uma ferramenta eficaz para ter impacto sobre o humor de um cliente ao comprar em sua loja. Várias experiências mostram que a resposta emocional à música pode evo- car certos estados de espírito, especialmente quando induzida ou relaciona- da com um estado de felicidade ou relaxamento Quem não gosta de ver um produto com as mãos? A possibilidade de tocar aquilo que desejamos aumenta nosso estado de espírito positivamente. O sentido do tato é imprescindível. Isso faz com que o consumidor sinta-se mais à vontade e próximo do produto. Pois os clientes almejam tocar os produtos e experimentar os produtos (MELO, 2015, p. 3). Segundo Melo (2015), os clientes, quando estão com fome, não conseguem focar no produto a ponto de comprá-lo, e não respondem a outros estímulos, como audição e olfato, tão rapidamente como aconteceria se estivessem saciados. Essa necessidade física deve ser satisfeita antes que se sobreponha às outras. Nesse sentido, podemos compreen- 93UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores der que, ao estimular o sentido do paladar, o cliente tem sensações mais intensas, que podem ativar outros sentidos, e proporcionar uma experiência mais completa. Com isso, podemos concluir que o novo foco das estratégias de marketing de gran- de empresas de varejo é justamente o shopper, ou seja, o indivíduo que, efetivamente, realiza a compra, seja no ponto de venda físico quanto virtual. Buscamos diferenciar o papel do consumidor, – quem realmente consome o produto – e o do shopper, aquele que exerce o ato de comprar algo. 94UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores 5 NOVAS TECNOLOGIAS APLICADAS NO PDV Para Carvalho (2015) os empresáriosestão sendo empurrados pelo consumidor, que ganhou poder de barganha e está cada vez mais exigente com a expansão da internet móvel e do celular. A nova tecnologia facilitou a busca dos melhores preços e condições de compra. Os hábitos mudaram, especialmente entre a população mais jovem, que quer eficiência e rapidez. O varejo brasileiro passa por uma febre de tecnologia, que leva ansiosos empresários a buscar equipamentos, dispositivos e programas que raciona- lizem e facilitem a operação do balcão para trás, controlando as vendas e os estoques e aprimorando a relação com os fornecedores; e melhorem a per- formance do balcão para a frente, ampliando o contato com os consumidores e o conhecimento do mercado e, em consequência, as vendas. A tecnologia deve facilitar a vida do cliente, reduzindo as filas no caixa, viabilizando as compras pela internet e ampliando as informações disponíveis a respeito dos produtos (CARVALHO, 2015, online). Nesse mesmo sentindo Peach Jr (2012) diz que a era da interatividade no ponto de venda chegou. “Os totens touch screen se proliferam em lojas, mostrando réplicas de produtos e emulando suas telas, onde consumidores podem “sentir o produto”. O autor ressalta ainda que estamos entrando no “auto-serviço da informação”, o que chama de “era da interatividade”. Onde o consumidor tem tudo o que precisa ao alcance das mãos para que a experiência de compra seja a mais eficiente e prazerosa possível. Esse consumidor não tem tempo nem paciência para filas, tempo de espera, muito esforço físico e intelectual e qualquer outro inconveniente que possa “atrasar” sua compra 95UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores ou lhe aborrecer. É nesse contexto que a tecnologia da informação e os dispositivos ele- trônicos, como totens e tablets interativos vão ocupando cada vez mais espaço para que o cliente tenha a melhor experiência de compra possível. Muito em breve, todos os restaurantes terão em suas mesas um tablete, aon- de o consumidor poderá ver o cardápio da mesma forma que faz hoje em seu equivalente de papel. O cliente poderá fazer o pedido diretamente na tela, enviando esse comando para a cozinha e para o caixa, que já soma o valor a pagar. Por fim, terminado o ato da compra em si, esse mesmo tablete poderá ter um joguinho, aonde as crianças e a família se divertem enquanto a comida não chega. Será versão digital para a toalha do MacDonald´s adequada ao século XXI (PEACH JR, 2012, online). Carvalho (2015) lembra que embora raro no varejo brasileiro, o próprio caixa em alguns segmentos está passando por uma revolução ao permitir que cliente realize o paga- mento. Também ocorre de um consultor de vendas ajudar nessa tarefa com um dispositivo como o celular ou um tablet em pontos específicos da loja “tudo para evitar a síndrome do carrinho abandonado no meio da loja pelo consumidor que desistiu de enfrentar filas ou uma dolorosa burocracia”. Outro desafio é a integração das plataformas de venda. A tendência cada vez mais evidente é a da multicanalidade — o omnichannel —, em que os canais de venda físico e digital usam suas forças combinadas para turbinar os ne- gócios. Varejistas mais antigos precisam ter cuidado redobrado. O problema é maior no caso das grandes redes de lojas. Já para os novos no mercado, desenvolver uma operação virtual é mais fácil. Para complicar, em vários ca- sos, os varejistas operam no comércio físico e na internet com empresas diferentes, o que geralmente contribui para estimular uma competição entre os dois canais e não a cooperação (CARVALHO, 2015, online). Peach Jr (2012) fala da sinalização digital que já está integrada a inúmeros pontos de venda e locais de grande fluxo de pessoas como supermercados, lojas de departamento, lanchonetes, shoppings centers, aeroportos, etc. Sendo os conteúdos digitais essências nos novos formatos de ponto de venda, pois enriquecem a experiência de compra com vídeos, fotos e mensagens de texto. Todo um novo layout de loja com novos dispositivos eletrônicos integrados ou não com sistemas de informação automatizados criam não apenas um visual moderno e chamativo, mas influenciam diretamente nos resultados de vendas. ● Gondolas de supermercados possuem telas promovendo produtos no momento da decisão de compra, orientando o consumidor e alavancando vendas. ● Lojas de moda veiculam seus desfiles e coleções, mostrando sapatos e bolsas, de uma maneira muito mais dinâmica e glamorosa. Cartazes e banners que antes eram feitos em papel ou vinil, estão sendo gradativamente substituídos por telas com animações dinâmicas, melhorando a visibilidade e atratividade. São os banner digitais (PEACH JR, 2012, online). 96UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Algumas das tendências e inovações para o PDV que há alguns anos pareciam coisas de filme de ficção científica, já estão aos mercados consumidores. Carvalho (2015, online) apresenta alguns exemplos: Rastreamento e interação com o smartphone dos clientes: O consumidor pode ser rastreado pelo seu celular em shopping centers e nas lojas por meio do wifi ou do beacon, sensor que se comunica por bluetooth, ou então pelo chip do cartão da loja localizado por sis- temas de rádio de alta frequência (RFID) e receber uma oferta de um produto, um café grátis ou desconto no estacionamento. Espelhos inteligentes: mostram alternativas de maquiagem para clientes e registram o resultado digitalmente, de modo que a cliente pode enviar a imagem por meio das mídias sociais e consultar a opi- nião de amigas. O provador de roupas de 360 graus: funciona da mesma forma e ainda permite que novas peças sejam pedidas sem que seja neces- sário chamar a vendedora, sempre invisível, ou se vestir novamente para buscar outras roupas na loja. Câmeras de leitura de expressão facial ajudam na montagem ideal das prateleiras dos supermercados, fotografadas pelos expositores de produtos para que os supervisores avaliem remotadamente o trabalho feito. Ofertas dirigidas: análise dos dados dos clientes e dos concorrentes que viabilizam ofertas dirigidas. A prateleira é infinita para a loja que oferece livros, óculos ou outros produtos com temas semelhantes a outros já adquiridos ou consultados. Outra tecnologia em plena maturação, de acordo com ODES (2010, online) é a RFID, usada nos códigos de barras, que emite ondas por rádio-frequência e permite o armazenamento de enormes quantidades de informação em minúsculos chips. Com essa tecnologia as lojas de varejo podem inserir nas tags (etiquetas) quanta informação quiserem e o consumidor poderá ter acesso a essas informações através de aplicativos em seus smartphone ou em dispositivos eletrônicos dentro do PDV como totens e displays digitais. “Com essa estratégia, as marcas responderão ao desejo do cliente de estar hiper-informado, além de reforçarem o aspecto de transparência de suas ações, à medida que poderão transmitir toda a história do produto até chegar ao PDV”. Outra tecnologia que deverá integrada cada vez mais as experiências de compra no ponto de venda é o touch screen, essa por sua vez já uma realidade para milhões de 97UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores consumidores que vivenciam o uso do toque para acessar e compartilhar informações em seus próprios dispositivos móveis. A consultoria aponta também como tendência a magic window (vitrine interativa) que permitirá a incursão e o acesso a informações sobre os produtos expostos nas vitrines das lojas. “Muito útil para os momentos em que a loja está fechada ou para aquele cliente que prefere se informar pela vitrine antes de entrar na loja, ou mesmo efetuar pagamento diretamente na tela” (ODES, 2010, online). Com esses e outros exemplos, podemos constatar que as novas tecnologias para o PDV podem representar diferencial competitivo as empresas que a adotam e tomá-lasreferência de inovação para seus consumidores. Mas é preciso tomar cuidado com a digi- talização do ponto de venda físico. Para implementar qualquer tipo de inovação e novas tecnologias, sejam de comu- nicação, interação, automatização, etc. é preciso uma profunda análise de sua viabilidade e adequação. Nem sempre o que está sendo testado ou implantado em outra cidade ou país é adequado a realidades regionais ou locais. Inúmeros fatores econômicos, sociais e culturais precisam ser considerados. De acordo com Rigby (2015) muitas empresas executam inovações físicas e digi- tais de maneira independente, criando “desconexões” que aborrecem seus consumidores. O autor diz que não se deve ignorar as tecnologias digitais para o ponto de venda e nem acreditar que as instalações físicas estão totalmente ultrapassadas. O que se busca como ideal é o melhor dos dois mundos (físico e digital), se é que se pode pensa-los de maneira separada. Por isso é preciso evitar extremos e entender que as mudanças começam nos próprios consumidores “eles agora unem tão fortemente seu mundo “fisital” (união de físico e digital) que não conseguem compreender por que as empresas também não fizeram o mesmo. Vou relatar um caso pessoal que ilustra o problema”. (Rigby, 2015, online). O autor também chama atenção para uma pesquisa global realizada com líderes empresariais que revelam cinco práticas que para repensar os negócios nesse novo am- biente e criar vantagem competitiva sustentável: • Construa sua estratégia em torno da fusão físico-digital. Pode ser seu novo diferencial competitivo. • Acrescente conexões e reforce as ligações na experiência do cliente. • Transforme sua forma de abordar a inovação. • Separação organizacional é somente um passo intermediário. • Forme uma equipe de liderança físico-digital inteligente e inclua o CEO. 98UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Ao contrário do que se alardeava no início dos anos 2000 que as lojas físicas iriam desaparecer, o que notamos como tendência agora é essa integração do ponto de venda físico com elementos da tecnologia da informação e dispositivos digitais. Portanto essa tendência do “fistal” (físico com digital) que está cada vez mais con- solidada terá um impacto cada vez mais abrangente. Por isso é importante avaliar o am- biente que a empresa está inserida e de que forma as transformações em andamento estão transformando as relações com os consumidores e a dinâmica competitiva do mercado. Para Rigby (2015) o sinal mais seguro de que tecnologias digitais estão transfor- mando negócios físicos, e não os destruindo, seja o número crescente de empresas digitais que estão se encaminhando para a integração físico-digital. Ele cita como exemplo a Goo- gle, que teve início como uma máquina de busca digital e atualmente produz smarphones, tablets e óculos inteligentes. “Ela também construiu carros que dispensam motoristas, adquiriu empresas de robótica, estendeu fibras físicas, criou serviços de distribuição de mercadorias e chegou a dispositivos conectados dentro de casa”. A maior mudança ainda está por vir. Para Rigby (2015) nos próximos anos have- rá mais inovação na maioria das empresas, como jamais houve. Empresas de todos os setores serão atingidas pelas transformações físico-digitais. “Integrar o físico e o digital promete transformar praticamente todos os elementos de praticamente todas as empresas, incluindo a sua”. Uma publicação da consultoria Observatório de Sinais aponta que a vantagem competitiva será dos players do varejo que se anteciparem a esse cenário de crescente interação entre loja física e loja virtual. Vemos um cenário em que tanto a loja física – lugar da experiência da mar- ca – quanto a loja virtual – lugar da conveniência e da praticidade – terão os seus papeis assegurados e igualmente essenciais. Isso supõe maior intera- ção também com a prestação de serviços online, via celulares e em redes sociais, principalmente como instrumentos de atração e fidelização das no- vas gerações. Novas tecnologias, especialmente a realidade aumentada, que permite a incrustação de informações no ambiente, terão um grande futuro e muita utilidade para o varejo (ODES, 2010, online). O texto fala ainda que a partir da convergência entre varejo e tecnologia está sur- gindo o “PDV IMERSIVO”. Nesse novo ambiente de compra a tecnologia 3D, holografia e outros recursos transformam desde a experiência do provador até a própria gestão da loja. “Já avanços com o RFID, a multiplicação de telas no ponto de venda, a interação com os celulares e as redes sociais são inovações para agora”. 99UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Tecnologia da Informação aplicada ao PDV Como visto nos tópicos anteriores a busca por se conectar com as novas formas de consumo e as expectativas dos consumidores, agora cada vez mais conectados as novas tecnologias da informação estão pressionando fabricantes e varejistas a investirem em inovação no PDV. Romano (2011, p. 62) apresenta essa evolução em duas fases. Sendo primeiro a fase da automação dos “serviços administrativos” (contabilidade, estoques, compras/ven- das, folhas de pagamento, etc.), que tinham pouco reflexo no atendimento ao consumidor. Em seguida, o surgimento das redes locais e dos microcomputadores. Esta infor- matização chegou à frente de loja e as lojas passaram a fazer uso nos PDVs, com o uso de leitores ópticos, código de barras, displays com ofertas especiais e informações sobre preços, pagamentos por cartões. Essa fase contribui para a redução de filas, a comodidade para os clientes, confia- bilidade para o pagamento e o registro dos dados das vendas, em resumo, na melhoria do serviço, na busca da satisfação maior do cliente. Nesse sentido, podemos perceber que a tecnologia da informação permitiu as organizações melhorar sua competitividade e customizar seus produtos e serviços, agre- gando valor aos seus clientes. Também no ambiente varejista, ocorre o que se chama de informatização, que se dá através de um processo constante e crescente de implementação da TI em todas as funções da organização. Segundo Romano (2011, p. 6) para compreender a tecnologia da informação apli- cada à área de lojas do varejo, faz-se necessário um estudo básico sobre os conceitos de Sistemas de Informação, que deem suporte aos demais sistemas e automatizações: [...] Sistema de Informação pode ser definido como um conjunto de com- ponentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, pro- cessar, armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o pla- nejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e outras organizações. (LAUDON, 1999, p. 4) A partir desse entendimento percebe-se que a implementação de sistemas de informação no varejo se torna cada vez mais imprescindível, tanto para apoiar os gestores para tomada de decisões estratégicas como melhorar os processos e troca de informações em todos os setores da empresa e suas relações com o ambiente externo. Romano (2011, p. 65) lista várias tecnologias que já são utilizadas pelo varejo. Dentre elas: • Processo de automação das lojas; 100UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores • Sistemas de gestão; • Sistemas de gerenciamento do relacionamento com os clientes; • Sistema de colaboração entre os fornecedores (como é o caso do ECR – Res- posta Eficiente ao Consumidor); • Sistema de da troca de dados entre todos os elos da cadeia (EDI – Troca Ele- trônica de Dados); • Sistemas de informação para apoio a decisão e da inteligência dos negócios. A partir dessa perspectiva que nos aponta diversas soluções de automação e infor- matização comercial por meio de sistemas de gestão da informação, fica claro que buscar integração das várias aplicações se torna necessário. Porisso surgem sistemas interfuncionais empresariais, que integram o ERP (plane- jamento de recursos empresariais), o CRM (gestão do relacionamento com o cliente), o EAI (integradores de aplicações empresariais), bem como os sistemas de suporte à decisão e gestão administrativa, financeira, contábil e administrativa que serão aqui apresentados por Romano (2011, p. 66) que compila a ideia de diversos autores citados nos tópicos a seguir: 5.1- ERP – Enterprise Resource Planning De acordo com O’Brien (2004), o ERP é um sistema interfuncional que atua como uma estrutura para integrar e automatizar muitos dos processos de negócios que devem ser realizados pelas funções de produção, logística, distribuição, contabilidade, finanças e de recursos humanos de uma empresa (O’BRIEN, 2004). Para Menezes (2003), as princi- pais desvantagens para uso do ERP são de implementação: demora na implantação, custo elevado, necessidade de readequação das práticas dos usuários para se adaptarem aos processos descritos pelos módulos e a possibilidade de alguns usuários alimentarem a base de dados com informações erradas ou esconder informações. 5.2- CRM – Customer Relationship Management O CRM (Customer Relationship Management) pode ser definido como uma es- tratégia empresarial que permite às empresas selecionar e administrar seus clientes com a finalidade de maximizar seu valor a longo prazo. Segundo Kotler e Keller (2007), CRM trata-se do gerenciamento cuidadoso de informações detalhadas sobre cada cliente e de todos os pontos de contato com ele, a fim de maximizar sua fidelidade. É utilizado para descrever aplicativos e processos de gerenciamento de informações 101UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores entre o cliente, possível cliente ou fornecedor e as funções de venda, marketing e atendi- mento ao cliente. Isto inclui também, o suporte a decisões e relatórios específicos. Ajuda a empresa a capacitar suas áreas de marketing, a identificar e a sensibilizar os melhores clientes através de campanhas de comunicação e marketing, com objetivos específicos. O foco do CRM deve ser, então, o acompanhamento do cliente em todos os pon- tos de contato (caixa/PDV, via Internet, representantes comerciais, franquias, televendas, quiosques, SAC, etc.) e a qualquer momento através da padronização dos procedimentos de atendimentos e todos os meios de interação com o cliente. (O’BRIEN, 2004). 5.3- EAI – Enterprise Applicaton Integration Segundo O’Brien (2004), o software de Integração das aplicações da empresa (EAI), os procedimentos e ferramentas de EAI viabilizam a interação entre os diversos sistemas corporativos hetereogêneos por meio da utilização de serviços. O EAI permite a integração das mais diferenciadas aplicações (por exemplo: CRM, ERP, B2B, B2C, etc.), sistemas de informação de diversos fabricantes e fornecedores e processos de negócio de uma empresa. Trata-se portanto, de um conjunto de ferramentas de análise e monitoração de processos em tempo real. Quanto menos camadas existirem entre a aplicação legada e a plataforma de integração (EAI) menores são as chances de ocorrerem erros durante a troca de dados entre elas. (O’BRIEN, 2004). 5.4- EDI - Eletronic Data Interchange A sigla EDI – Electronic Data Interchange –, ou Intercâmbio Eletrônico de Docu- mentos, segundo a GS1, representa uma forma de transferência de dados eletrônica, padronizada, que está sendo utilizada para a comunicação entre fornecedores, bancos e clientes. Segundo O’Brien (2004) os principais objetivos atingidos com a implantação do EDI, segundo a GS1, são: a) Redução de custo: as operacionalizações de informações são otimizadas, o que resulta em economia imediata de custos administrativos e de pessoal, pois não há mais necessidade de emissão de papéis e do controle de seu fluxo, além, da elimi- nação da redigitação. Pode promover melhorias nos processos administrativos, para aprimorar a gestão da cadeia de suprimen- tos e para obter ganhos na capacidade de competir internacio- nalmente e aumentar a precisão das informações; b) Agilidade: os erros operacionais são reduzidos e, em alguns 102UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores casos, eliminados com a agilização do processo de comu- nicação. Há um aumento da produtividade e a consequente diminuição dos estoques, pois seu gerenciamento também é otimizado através da entrada eletrônica de dados. Contribui para a redução do tempo despendido nos procedimentos comerciais e para o aumento da qualidade das informações processadas, aumentando assim, os relacionamentos comerciais; c) Estreitamento de Parcerias: a parceria entre Empresa X For- necedor fica muito mais estreita, pois através desse processo, o fornecedor poderá se programar para entregar as mercadorias ao cliente e esse, por sua vez poderá reduzir seu estoque e ter a certeza que será suprido em tempo hábil, tornando dessa forma, o negócio bom e rentável para ambos os lados. 103UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores Material Complementar INDICAÇÃO DE LIVRO O Poder do Marketing no Ponto de Venda Autor: Robert Liljenwall Editora: Topbooks Sinopse: esta edição do livro O Poder do Marketing no Ponto de Venda, da co-autoria de Robert Liljenwall, apresenta uma das obras mais importantes publicadas na área do marketing aplica- do no ponto de venda. Esse manual para vender mais e melhor cobre todos os aspectos do marketing no setor do retalho, tanto teóricos como práticos, desde o planeamento até a avaliação de campanhas de publicidade no local de venda (PLV), passando pela fase criativa e pela fase de produção e de implementação, não deixando de lado temas tão importantes, como o comportamento do consumidor no ponto de venda, as novas tecnologias no retalho e a sinalética digital. INDICAÇÃO DE FILME Os Delírios de Consumo de Becky Bloom – 2009 Sinopse: Nova York. Rebecca Bloomwood (Isla Fisher) é uma garota que adora fazer compras e seu vício a leva à falência. Seu grande sonho é um dia trabalhar em sua revista de moda preferida, mas o máximo que ela consegue é um emprego como colunista na revista de finanças, publicada pela mesma editora. Quando, seu sonho está prestes a ser realizado, ela repensa suas ambições. 104UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores REFERÊNCIAS ALBERTIM, Marcos Ronaldo; PONTES, Heráclito Lopes Jaguaribe. Administração da produção e operações. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível em https://bv4.digitalpa- ges.com.br ALVAREZ, Francisco Javier Sebastian Mendizabal. A aplicação das variáveis do Trade Marketing Mix nas Empresas de Produtos de Consumo no Brasil: um estudo da fre- qüência de aplicação. In: Econtro de Marketing da ANPAD, 2006. Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: ANPAD, 2006. ALVES, Ernani J.; MAÑAS, Antonio Vico. Estratégia por diferenciação: uma proposta de vantagem competitiva através do composto de marketing e valor social. Disponível em <http://revistas.pucsp.br/index.php/rad/article/download/2131/1285> Acesso em 01 mar. 2019. ARBACHE, Fabiano Saba S.; SANTOS, A. G.; MONTENEGRO, C. et al. Gestão de Logís- tica, Distribuição e Trade Marketing. 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Rio Grande do Sul – 2008. 111UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores CONCLUSÃO Prezado(a) aluno(a), Nossa missão com esse material foi trazer a você conhecimentos e observações importantes sobre os sistemas de canais de distribuição de produtos e serviços. Além disso, procuramos estimulá-lo(a) a se aprofundar e explorar as mais diversas aplicações dessa importante e estratégica área da logística empresarial. Para tanto abordamos as definições teóricas e, neste aspecto acreditamos que tenha ficado claro para você o quanto é estratégico para gestores de todas as áreas de uma organização compreenderem os sistemas e processos de distribuição de produtos e serviços que atendam as expectativas dos consumidores e que estejam integrados de forma sinergica com todos os integrantes de uma cadeia de suprimentos. Levantamos também aspectos práticos e exemplos que nos levaram contextualizar os processos e técnicas aqui apresentados e enxergar sua aplicação para obter mais eficiên- cia e eficácia na gestão organizacional e suas interações com os mercados consumidores. Na unidade I, começamos a nossa jornada buscando compreender a importância estratégica dos canais de distribuição que têm entre as mais variadas funções: ofertar e entregar produtos ou serviços ao mercado, tornando-os acessíveis para o consumidor final. Na sequência, ao chegarmos na unidade II, vimos que a gestão da logística e seu compo- nente de ligação física entre a empresa e seus clientes é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Já na unidade III, destacamos o varejo como parte fundamental do canal de dis- tribuição de marketing e vimos que esse é muito mais que apenas um dos elos de ligação entre fabricantes e consumidores. Ressaltamos o varejo como uma das principais fontes para o atendimento das necessidades e desejos dos consumidores. Para finalizar, na unidade IV tratamos sobre o trade marketing, uma abordagem relativamente nova sobre a relação estratégica entre os membros dos canais de distribui- ção de marketing. Vimos também que as estratégias organizacionais baseadas no trade marketing, além de complementar as funções da logística e estreteitar as relações comer- ciais entre os membros dos canais de distribuição contribuem para a realização de ações de comunicação de marcas e ações promocionais no ponto de venda. 112UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores A partir de agora, acreditamos que você já está preparado(a) para seguir em frente ampliando ainda mais seus conhecimentos e aplicando as técnicas e estratégias aqui abor- dadas e com isso obter ainda mais sucesso em sua vida profissional. Até uma próxima oportunidade. Sucesso! UNIDADE I Canais de Distribuição: Definição e Conceitos UNIDADE II Logística UNIDADE III A Importância do Varejo para os Canais de Marketing UNIDADE IV Trade Marketing e Canais de Distribuição Inovadores