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Projeto de Graduação: Desenvolvimento Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Brena Bezerra Silva Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação • Métodos de Pesquisa em Engenharia; • Estudo de Caso; • Pesquisa-Ação. · Realizar uma introdução aos métodos de pesquisa em Engenharia; · Definir o método de estudo de caso e suas etapas; · Definir o método de pesquisa-ação e suas etapas. OBJETIVO DE APRENDIZADO Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação Métodos de Pesquisa em Engenharia Uma pesquisa científica deve ter pré-determinado e planejado o caminho a ser percorrido para alcançar os seus resultados e a explicação aos quais. Para tanto, a escolha do método é determinante para uma boa pesquisa científica, uma vez que apresenta o passo a passo a ser utilizado para alcançar determinado objetivo. Dessa forma, uma pesquisa pode garantir a explicação do estudo, reproduti- bilidade, replicação e consistência necessária para sustentar os seus resultados. Uma definição clara de problema de pesquisa, conforme Rudio (2003) é a dificuldade a ser resolvida, transformando a mesma em um enunciado de questão que possa ser resolvido pelos métodos científicos e que seja factível de acordo com a competência do pesquisador e os recursos disponíveis. Na área da Enge- nharia de Produção (EP), tratam-se dos problemas que envolvem “[...] o projeto, o aperfeiçoamento e a implantação de sistemas integrados de pessoas, mate- riais, informações, equipamentos e energia para a produção de bens e serviços” (FLEURY, 2012, p. 34). Martins, Mello e Turrioni (2014) ressaltam a importância da definição do pro- blema de pesquisa ao relatarem que uma investigação sem um foco claro pode ser “subjugada pelo volume de dados” e que a definição desse problema auxilia o pesquisador, fornecendo-lhe parâmetros para especificar questões como o tipo de organização a ser abordada e os meios de coleta de dados que serão utilizados. Conforme Fleury (2012), o caráter interdisciplinar da Engenharia torna a ta- refa de pesquisa um pouco mais complexa do que em outras áreas de estudo. Muitas vezes, um tema de estudo da Engenharia como, por exemplo, gestão de estoques abrangerá temas como planejamento e gestão de compras. Além disso, ainda nesse tema, se o problema de pesquisa for minimizar os custos de estoque, deve-se optar pelo método modelagem; se o objetivo da pes- quisa for aplicar e guiar uma melhoria, deve-se escolher o método pesquisa-ação; e se o objetivo for analisar um caso, deve-se optar pelo método estudo de caso. Assim, o pesquisador deve entender o seu tema e delimitar, de forma adequa- da, o problema de pesquisa. Para tanto, é importante que os métodos sejam es- tabelecidos de maneira adequada, conforme o problema de pesquisa delimitado. Dessa forma, os métodos de pesquisa para a área de EP podem ser esco- lhidos conforme a delimitação do tema e problema de pesquisa. Para tanto, Nakano (2012) apresenta os seguintes métodos de pesquisa utilizados na Enge- nharia de Produção: · Survey: aplicação em uma população previamente definida e coleta de da- dos em amostras grandes, análise estatística dos dados e uso de um único instrumento para a coleta de dados – comumente um questionário; 8 9 · Estudo de caso: aproximação entre o pesquisador e objeto de estudo – nor- malmente empresas – por meio de visitas, para a realização de análises de um ou mais casos, com a utilização de múltiplos instrumentos de coleta de dados; · Modelagem/simulação: uso de técnicas de modelagem matemática e sof- twares computacionais para descrever, analisar, simular e propor melhores opções para determinado processo em estudo; · Experimento e quase-experimento: pesquisas em ambientes controla- dos, comumente laboratórios, para estudo de relacionamentos entre duas ou mais variáveis de um sistema; e · Teórico/conceitual: pesquisas com base em discussões conceituais de diversas fontes da literatura acadêmica, tais como artigos científi cos de congressos e journals, livros, dissertações e teses. Diante dos métodos de pesquisa utilizados em EP, veremos cada um de forma mais detalhada, de modo a esclarecer as suas particularidades. Estudo de Caso É um estudo considerado empírico e que objetiva a realização de uma inves- tigação em relação a um fenômeno da atualidade, partindo-se do pressuposto que não há uma definição clara entre as fronteiras entre o fenômeno e contexto, sendo uma maneira de se fazer pesquisa social de modo empírico (YIN, 2015). Gil (2009) apresenta algumas características do estudo de caso: · Delineamento de pesquisa: estudo de caso é um método de pesquisa, logo, não é uma estratégia de coleta de dados; · Preserva o caráter individual do fenômeno pesquisado: investigação como um todo do caso, podendo tal fenômeno estar integrado a um indivíduo, grupo, evento, programa, processo, comunidade, organização, instituição social, ou a uma cultura como um todo e, por isso, devendo ser respeitadas as suas particularidades; · Investiga um fenômeno contemporâneo: apesar de considerar fatos referentes a diversos condicionamentos históricos, o objeto do estudo de caso se dá no momento presente em que se realiza a pesquisa; · Não separa o fenômeno do contexto: não limita o número de variáveis a serem estudadas; · Estudo de profundidade: é comum nos estudos de caso a utilização das entrevistas pouco estruturadas para a obtenção de dados com maior nível de profundidade; · Requer a utilização de múltiplos procedimentos de coleta de dados: para a validação e confi abilidade dos dados coletados, é necessário realizar a comparação de diversas fontes de evidência de dados, tais como entre- vista, observação e documentos. 9 UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação O estudo de caso permite que seja possível o desenvolvimento de teorias já existentes ou de novas proposições, esclarecendo questões ainda pouco elu- cidadas (MIGUEL; SOUSA, 2012). Assim, esse métodopode ser usado para diferentes propósitos de pesquisa, tais como exploração, construção, teste ou refi- namento da teoria (VOSS et al., 2002), vejamos: · Pesquisa exploratória: é empregada nas fases iniciais do desenvolvi- mento de uma teoria e permite o uso de um ou mais casos para valida- ção e confirmação das conclusões teóricas; · Construção de teoria: permite a investigação de variáveis-chaves, estu- do das relações entre as mesmas e investigação do “por quê” as relações entre as quais existem; · Teste de teoria: os casos permitem o teste de teorias desenvolvidas em etapas anteriores, podendo confirmá-las ou invalidá-las, e prever resul- tados futuros; · Extensão/refinamento de teoria: a partir dos casos, pode-se realizar reestruturações, modificações e aperfeiçoamentos nas teorias existentes. Um exemplo seria a investigação dos limites de aplicação de certa teoria em determinado caso. Para estabelecer um bom estudo de caso, é recomendado que alguns passos sejam seguidos em sua condução, a saber: definição de uma estrutura conceitual teórica, planejamento do estudo de caso, coleta de dados, análise dos dados e relatório de pesquisa – os quais serão tratados individualmente a seguir. Definir uma estrutura conceitual teórica: O primeiro passo dentro de um estudo de caso é realizar um mapeamento da literatura referente ao assunto delimitado no estabelecimento do problema de pesquisa. Dentro desse método, tal etapa é conhecida como a definição da estrutura conceitual teórica. Nessa fase deve ser montada uma estrutura na qual são identificados outros trabalhos já realizados de caráter teórico e empírico sobre o tema e mostrada a abrangência das fontes bibliográficas existentes acerca do tópico estudado (MIGUEL; SOUSA, 2012). Os frutos dessa etapa de estruturação teórica são úteis para alguns pontos muito importantes do estudo de caso, vejamos: · Identificação das lacunas presentes na literatura e referentes a justificativas para a pesquisa; · Resumir os constructos; · Delimitar as fronteiras do que será investigado; e · Fornecer o embasamento teórico para a pesquisa (MIGUEL; SOUSA, 2012). 10 11 Constructos: são elementos extraídos da literatura e que representam um conceito a ser verifi cado de forma empírica. Ex pl or Ainda conforme Miguel e Sousa (2012), a partir dos constructos podem ser estabelecidas as proposições do estudo, estas que são as representações dos cons- tructos para fins de mensuração e/ou expressões – baseadas na literatura – do que realmente será verificado na fase empírica do estudo. Miguel (2007) ressalta ainda algumas características sobre o referencial teórico para a pesquisa, o qual deve estar relacionado diretamente ao estudo de caso, ou seja, devem ser identificadas as lacunas da pesquisa e a partir destas, prover os objetivos e as questões que o trabalho estudará. Planejamento do estudo de caso: Envolve a escolha da população que será candidata à coleta de dados do es- tudo de caso e a quantidade de casos que será realizada. O primeiro passo da etapa de planejamento do caso é a definição do tipo e número de casos a serem estudados, considerando que o estudo de caso pode ser de um caso único ou múl- tiplos, de modo que tal escolha deve ser feita antes do início da coleta de dados (MARTINS; MELLO; TURRIONI, 2014; MIGUEL; SOUSA, 2012). De acordo com Yin (2015), os estudos de caso único permitem ao pesqui- sador testar uma teoria já formulada, analisar casos raros e extremos e casos reveladores – onde tem acesso a uma situação considerada inacessível a investi- gações. Como uma desvantagem dos estudos de caso único, cita-se a limitação presente para generalização das conclusões, teorias e modelos desenvolvidos a partir do mesmo (MARTINS; MELLO; TURRIONI, 2014). Já os estudos de casos múltiplos permitem maior grau de generalização, ten- do, no geral, as suas provas consideradas mais convincentes; porém, a profundi- dade de avaliação dos casos é menor e os recursos consumidos para a efetivação dessa modalidade de estudos de caso são muito maiores (YIN, 2015; MARTINS; MELLO; TURRIONI, 2014; SOUSA, 2005). Os casos podem ainda ser escolhidos conforme o tipo de análise que se pre- tende utilizar – retrospectivas ou longitudinais. Para análises retrospectivas – in- vestigação baseada em dados passados –, cujas relações de causa e efeito são difíceis de serem estabelecidas, devido à sua natureza histórica, e análises longitu- dinais – investigação do presente –, que podem apresentar dificuldades de acesso aos dados, pois o tempo de coleta de dados pode ser elevado. Além disso, as análises longitudinais podem não ser conduzidas em tempo real, fazendo com que essa modalidade apresente determinado grau de retrospectividade (MIGUEL; SOUSA, 2012; SOUSA, 2005). 11 UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação Uma pesquisa para estudar a evolução e maturidade de um sistema de gestão organizacional em uma empresa requer uma análise de dados históricos e das condições atuais, logo, apresenta características longitudinais e retrospectivas. Ex pl or Finalmente, após a seleção das análises, deve ser escolhida a população que será estudada. A opção de uma população deve ser justificada pelas suas características a fim de que sejam generalizadas em uma teoria mais abrangente (MIGUEL; SOUSA, 2012). É importante ressaltar que um estudo de caso de construção de teoria deve permitir a sua replicação em outros ambientes, geralmente em duas situações: 1. Replicação teórica: onde o resultado é diferente por razões previsíveis; 2. Replicação literal: esperam-se idênticos resultados aos mesmos métodos (MIGUEL; SOUSA, 2012). Coleta de dados: Após o planejamento dos casos, devem ser determinados os instrumentos e meios de coleta de dados que serão utilizados. Para essa etapa é recomendada a seleção de múltiplas fontes de evidências, possibilitando a triangulação de dados – comparação entre os dados coletados, geralmente de três fontes diferentes –, garantindo, assim, a confiabilidade da coleta de dados. Geralmente, são utilizadas como fontes de evidências no estudo de caso as entrevistas, a análise documental e as observações (MARTINS; MELLO, TURRIONI, 2014), vejamos: · Entrevistas: podem ser estruturadas – em questionários fechados –, se- miestruturadas – em lista de tópicos com o que será coletado, que pode variar a ordem das questões de acordo com o perfil dos entrevistados –, ou não estruturadas – quando não há uma estrutura pré-definida. No método estudo de caso é mais comum o uso de entrevistas semiestruturadas ou não estruturadas. Os principais benefícios das entrevistas semiestruturadas e não estruturadas no estudo de caso correspondem ao possível apareci- mento de informações que não constavam na teoria, promovendo, assim, o desenvolvimento dessa; se malconduzidas, porém, podem se tornar ten- denciosas, sejam por ter questões mal elaboradas, por respostas enviesa- das e/ou imprecisas; · Análise documental: engloba o exame de documentos como relatórios, cartas, atas de reunião ou formulários, que podem ser avaliados para a construção da pesquisa. Tais documentos são evidências por basicamente serem relatos de uma rotina, política ou mesmo fruto de procedimentos de trabalho. As vantagens dos dados documentais é que podem ser revisa- dos – melhores analisados – por várias vezes, contemplando significativo espaço de tempo e ainda com grande nível de detalhes sobre um evento. 12 13 Porém, os documentos estão sujeitos a interpretações subjetivas do pes- quisador, seletividade na escolha por parte da empresa ou até mesmo a negativa de fornecimento dos mesmos; · Observações: podem ser diretas, em que o pesquisador analisa a rotina de uma empresa por meio da visita à qual. Assim, é possível observar o que está acontecendo no ambiente no exato momento em que é realizado algum evento ou atividade no local, tratando os acontecimentos em tempo real e contextualizados;porém, consomem muito tempo e são passíveis de interpretações subjetivas dos fatos. As observações podem ser também do tipo participante, que são situações nas quais o pesquisador exerce um papel de tomada de decisão na organização estudada, com base na teoria sobre o tema, possibilitando análises tendenciosas, já que o observador manipula os eventos. Delimitados os instrumentos de coleta de dados, recomenda-se o desenvol- vimento de um protocolo de pesquisa, o qual deve conter informações sobre o trabalho, tais como procedimentos, regras relacionadas às fontes de coletas de dados, visitas etc.; além de um roteiro das entrevistas necessárias conforme as áreas investigadas. Importante! Apesar de não ser prática comum nos estudos de caso, Miguel e Sousa (2012) reco- mendam a aplicação de um teste piloto antes de partir para a coleta de dados pro- priamente dita. Este teste teria a função de verifi car os procedimentos de aplicação com base no protocolo, buscando o seu aprimoramento, a verifi cação da qualidade dos dados obtidos até o momento – se estão ou não contribuindo ao atendimento das propostas da pesquisa. Importante! A execução da coleta de dados depende do nível de acesso que o pesqui- sador possui na empresa. É importante que o mesmo busque pessoas de re- ferência na organização – comumente algum profissional da alta e/ou média gerência – que indique os melhores caminhos para a obtenção das informações necessárias, desde o fornecimento de documentos até quem são as melhores pessoas a serem entrevistadas. O pesquisador deve deixar claro que a investigação também tem o objetivo de trazer benefícios para a empresa, dado que esse método muitas vezes é passível de questionamentos devido a limitações metodológicas na escolha do caso, nas cole- tas e análises de dados, apresentações dos resultados e conclusões geradas pelas evidências (MIGUEL; SOUSA, 2012). Logo, é importante a boa condução de um trabalho baseado nesse método para que possua embasamento metodológico o suficiente a fim de ser válido e confiável. A coleta de dados deve ser feita de acordo com os instrumentos definidos no planejamento. Vale ressaltar que as entrevistas devem ter questões adequadas aos 13 UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação objetivos do trabalho, enquanto que o entrevistador necessita ter audição apurada, desprovida de qualquer preconceito, com sólido embasamento teórico para compreender as respostas do entrevistado. Ademais, o uso de gravadores de voz deve ser empregado apenas com o consentimento do entrevistado. Já os registros das informações de campo devem ser aplicados de forma imediata ou o mais breve possível a fim de preservar a informação exatamente como vista, mesmo se tal for oriunda de uma fonte não planejada (MIGUEL; SOUSA, 2012; YIN, 2015). As informações coletadas serão as que comporão o banco de dados do estudo de caso, este que se refere à organização e disposição das informações coletadas de maneira formal e apresentável para outros pesquisadores (MARTINS; MELLO; TURRIONI, 2014), sendo que a coleta de dados pode ser entendida como con- cluída somente após a obtenção da “saturação teórica”, ou seja, com a adição de mais itens ao banco de dados do estudo de caso, quando se percebe que não colaboram com novas informações à pesquisa (MIGUEL; SOUSA, 2012). Análise dos dados: Para realizar a análise dos mesmos, primeiramente o pesquisador necessita pro- duzir algo parecido com uma narrativa geral do caso, selecionando para análise apenas os dados condizentes ao objetivo e aos constructos da pesquisa. Nessa etapa serão realizadas as transcrições das entrevistas, anotações e demais evidências, de acordo com o estabelecido no protocolo de pesquisa, o qual pode ser revisado pelos respondentes (MIGUEL; SOUSA, 2012). Esse tipo de análise permite que seja desenvolvida uma descrição do caso, cuja etapa auxilia diretamente na identificação de relações causais ou mesmo sendo o suficiente quando o objetivo do estudo de caso for descritivo (MARTINS; MELLO; TURRIONI, 2014; MIGUEL; SOUSA, 2012). Um instrumento para auxiliar na análise de dados coletados é a construção de painéis conforme o seguinte modelo: Quadro 1 – Exemplo ilustrativo de painel dos dados coletados CONSTRUCT Liderança Práticas de QM Estratégia FONTE Data: 02/07/05 asdasdasdasdasdasd asdasdadsadasdasds asdasdsadsadsadasd asdasdsadsadsaadd asdasdsadsadsadsad asdasdasdsdasdsad asdasdasdsadsadsad asdasdasdsadsadasd Data: 15/06/05 asdasdasdasdasdasd asdasdadsadasdasds asdasdsadsadsadasd asdasdsadsadsaadd asdasdsadsadsadsad asdasdasdsdasdsad asdasdasdsadsadsad asdasdasdsadsadasd Entrevista Análise Documental Atas Relatórios asdasdasdasdasdasd asdasdadsadasdasds asdasdadsadasdasds asdasdsadsadsadasd NÃO DISPONÍVEL 14 15 Visita à Planta asdasdasdasdasdasd asdasdadsadasdasds asdasdadsadasdasds asdasdsadsadsadasd asdasdasdasdasdasd asdasdadsadasdasds asdasdadsadasdasds asdasdsadsadsadasd Fonte: Adaptado de Miguel, 2007 A construção de painéis para a visualização geral dos dados, separados por elementos conceituais e fontes de evidência permite a extração de conclusões baseadas nesses dados. Na coleta de dados em estudo de casos múltiplos, um painel deve ser construído para cada caso, a fim de que seja possível cruzar as informações e identificar as convergências e divergências entre as fontes (MIGUEL; SOUSA, 2012). Relatório da pesquisa: Essa etapa representa a síntese do estudo de caso, em que será gerado o trabalho final – tese, dissertação e/ou artigos para congressos –, sempre com o devido cuidado de não ajustar a teoria aos dados, pautando-se pela confiabilidade – o que determina a possibilidade de replicação do estudo – e validade (MIGUEL; SOUSA, 2012). Quadro 2 – Tipos de validade Validade Defi nição Interna Nível de confiança em relação à causa e ao efeito entre as variáveis Externa Grau de generalização das conclusões de pesquisa, ou seja, o quão são aplicáveis os resultados obtidos em outros objetos de análise Do constructo Consiste na extensão pela qual a observação mede o conceito que se pretende mensurar pelo estabelecimento de corretos padrões operacionais em relação a esse conceito Descritiva Expressa o grau pelo qual o relatório de pesquisa é exato em relação à situação investigada Interpretativa Compreende a extensão pela qual a interpretação dada representa o que é estudado Teórica Constatação se o que o pesquisador relatou teoricamente é coerente com os dados apresentados Fonte: Adaptado de Miguel e Sousa, 2012 O Quadro 3 apresenta os tipos de testes que devem ser realizados para garantir as validades e a relação com as etapas de pesquisa. Segundo Yin (2015), quatro testes são comumente utilizados para determinar a qualidade de qualquer pesquisa empírica. O objetivo desses testes é julgar a qualidade do estudo por meio da verificação da fidedignidade, credibilidade, confiabilidade e fidelidade dos dados. Quadro 3 – Táticas do estudo de caso para quatro testes Teste Tática do estudo de caso Fase da pesquisa Validade do constructo · Usa múltiplas fontes de evidência; · Estabelece o encadeamento de evidências; · Revisão do relatório do estudo de caso por informantes-chave. Coleta de dados; Análise de dados. Validade interna · Adequação dos dados à teoria e comparação das múltiplas fontes de evidência; · Realiza a construção da explicação. Análise de dados. 15 UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação Teste Tática do estudo de caso Fase da pesquisa Validade externa · Usa a teoria nos estudos de caso único; · Usa a lógica da replicação nos estudos de casos múltiplos. Projeto de pesquisa. Confiabilidade · Usa o protocolo do estudo de caso; · Desenvolve uma base de dados de estudo de caso. Coleta de dados. Fonte: Adaptado de Yin, 2015 As validações do estudo de caso são importantes para que o relatório gerado seja consistente e,consequentemente, aprovado ao seu objetivo final. Assim, pode- -se elaborar um resultado sólido de geração de conhecimento aos outros estudio- sos, profissionais da área e à sociedade em geral sobre determinado setor, método de trabalho, sistema gerencial etc. Pesquisa-Ação Inicialmente, a pesquisa-ação era uma modalidade de abordagem de pesquisa social que se somava à geração de teoria por parte do pesquisador com alguma ação ou resolução de determinado problema no meio estudado – devido à ação do próprio pesquisador. Contudo, uma definição atual para a pesquisa-ação pode ser feita desmembran- do os termos do método. Assim, refere-se à produção do conhecimento, cujo termo ação diz respeito à modificação intencional de dada realidade. Na pesquisa-ação, a produção de conhecimento e mudança de realidade acon- tecem simultaneamente e ambos os fatos apenas ocorrem um devido ao outro (MARTINS; MELLO E TURRIONI, 2014). De acordo com Turrioni e Mello (2012), na Engenharia, a pesquisa-ação vem com os mesmos objetivos – produção de conhecimento e resolução de problemas práticos –, de modo que podem ser divididos em objetivos: · Técnico: aquele que contribuir da melhor maneira possível com a solução do problema, levantando propostas de ações para auxiliar o agente na sua atividade transformadora; e · Científico: que visa a obtenção de informações que seriam de difícil aces- so por meio de outros procedimentos, objetivando o aumento da base de conhecimento sobre determinadas situações. Para o desenvolvimento de uma pesquisa-ação, o investigador deve estar atento para as características desse método de pesquisa; segundo Martins, Mello e Turrioni (2014), tratam-se dos seguintes aspectos: · Pesquisa com ação ao invés de pesquisa sobre a ação: a pesquisa-ação usa de uma abordagem científica para estudar a resolução de assuntos so- ciais e organizacionais em conjunto com as pessoas inseridas no meio; 16 17 · Participativa: quem está presente no meio estudado participa ativamen- te dos processos da pesquisa, não se limitando a ser mero objeto de estudo do pesquisador; · Simultânea com a ação: objetiva a realização de ações efetivas enquanto simultaneamente é construído o conhecimento; · Sequência de eventos e uma abordagem para a solução de proble- mas: compreende uma sequência de ciclos de coleta de dados, realimen- tação, análises, planejamento e tomada das ações e avaliações. Como abordagem para solução de problemas, espera-se da pesquisa-ação um papel de aplicação de métodos científi cos à descoberta de dados e experi- mentação aos problemas práticos que requerem atuação dos envolvidos; · Envolve dois objetivos: colaboração com a Ciência e solução de problemas; · Cooperativa: requer cooperação entre os profi ssionais da empresa e o pesquisador, sendo de caráter interativo; · Holística: visa a compreensão do sistema como um todo, logo, o pesqui- sador necessita de tráfego pleno entre as estruturas formais e informais; · Focada na mudança: trata-se fundamentalmente da realização de alte- rações, sendo aplicável ao entendimento, planejamento e à implantação de mudanças; · Diversifi cação de técnicas: pode-se usar das mais variadas técnicas de coleta de dados, sejam qualitativas ou quantitativas; e · Diagnóstica: requer um bom entendimento prévio do ambiente empre- sarial, das condições de negócio, da estrutura e dinâmica dos sistemas operacionais e de suas justifi cativas. Assim, a execução do método pesquisa-ação requer participação ativa do pes- quisador frente a resolução de problemas de um determinado caso. Ao contrário do método estudo de caso, na pesquisa-ação o investigador deve participar e pro- por soluções em conjunto com os profissionais da empresa. Devido a isso, a execução do método pesquisa-ação exige um passo a passo es- truturado, para que a pesquisa seja executada adequadamente. Segundo Coughlan e Coghlan (2002), os passos para a execução de uma pesquisa-ação são: planeja- mento, coleta de dados, análise dos dados, planejamento das ações, implantação das ações e elaboração do relatório final. Além disso, esses passos devem ser segui- dos como um ciclo e monitorados. A Figura 1 apresenta o ciclo para a realização da pesquisa-ação: 17 UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação Planejamento Monitoramento Coleta de dados Análise de dadosImplementação das ações Avaliação dos resultados e relátorio �nal Planejamento das ações Figura 1 – Etapas da pesquisa-ação Fonte: Adaptada de Martins, Mello & Turrioni, 2014 e de Turrioni & Mello, 2012 A seguir serão descritas as etapas desse método: · Planejamento: Coughlan e Coghlan (2002) subdividem esta fase da pesquisa em três etapas: definição do contexto e propósito da pesquisa, definição da estrutura conceitual-teórica e seleção do local da análise e técnicas de coleta de dados. Na definição do contexto e do propósito de pesquisa são estabelecidas as questões da investigação, como a raciona- lidade da ação e pesquisa, além do que deve iniciar em tempo real com a pesquisa-ação propriamente dita. Os membros-chave da empresa es- tudada começam a se questionar e entender os propósitos da ação e os pesquisadores devem refletir o porquê de tal fenômeno merecer um estu- do aprofundado (TURRIONI; MELLO, 2012). Assim, os pesquisadores e participantes estabelecem os objetivos principais da pesquisa. Finaliza-se esta etapa com a definição da equipe de pesquisadores e participantes da empresa analisada que terão papéis efetivos na condução da pesqui- sa, coleta de dados e demais etapas da pesquisa-ação, já definindo aqui os meios de avaliação das ações planejadas e implantadas. Na definição da estrutura-conceitual teórica, deve-se traçar o referencial teórico so- bre o assunto abordado na pesquisa, contextualizando e fundamentando os problemas encontrados, podendo ser feito algum redirecionamento ou reformulação do problema para a sua adequação ao modelo teóri- co (TURRIONI; MELLO, 2012). Ainda para esses autores, o problema de pesquisa e seus objetivos são definidos como auxílio para a proposição de soluções ao problema e colaboração com a base de conhecimento. Já a seleção do local de análise deve contemplar as questões levantadas no início da pesquisa, juntamente com as formuladas na revisão de literatura, 18 19 sendo que este conjunto de considerações deve servir de justifi cativa e dire- cionamento à escolha da unidade de análise (TURRIONI; MELLO, 2012). Quanto às técnicas para a coleta de dados, Thiollent (2007) destaca o uso de entrevistas: uma coletiva, no local do trabalho e entrevistas in- dividuais visando um aprofundamento maior das situações. É comum também a utilização de questionários e análise documental (TURRIONI; MELLO, 2012); porém, a tática de coleta de dados mais utilizada é a de observação participante, na qual o pesquisador atua diretamente como um fator de infl uência no grupo, para a conscientização dos envolvidos da importância da pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2017); · Coleta de dados: ocorre por meio da presença ativa do pesquisador no dia a dia dos processos relacionados à pesquisa, mediante participações, observações e intervenções – formais ou informais. Outras maneiras para a obtenção de dados são por meio de registros documentais, tais como indicadores de desempenho, balanços fi nanceiros, relatórios de marketing etc. – considerados dados secundários –; já os dados primá- rios são obtidos pelas entrevistas, observações e discussões (TURRIONI; MELLO, 2012). O pesquisador deve organizar ainda os dados coletados ao monitoramento das informações, análises e tratamentos dos quais; · Análise dos dados: na pesquisa-ação se dá de forma colaborativa, ou seja, tanto os membros do local participante quanto os pesquisadores atuam juntos, devido ao fato de que os membros de dado local conhe- cem o ambiente de maneira mais profunda e o pesquisador está inteira- do sobre a teoria que envolve o tema, tornando essenciala participação de ambos (COUGHLAN; COUGHLAN, 2002; TURRIONI; MELLO, 2012). Nesta análise, Martins, Mello e Turrioni (2014) destacam que o pesquisador deve ter um papel questionador, comparando os dados tabu- lados após coleta com a teoria do tema pesquisado. Nesta fase, costuma- -se questionar a coerência dos dados em relação à teoria, contradição e convergência entre os quais; · Planejamento das ações: no fi nal da análise dos dados, deve ser tra- çado um plano de ação para a solução do problema, incluindo todas as recomendações para a solução do mesmo, apontando responsáveis e prazos. Como tudo na pesquisa-ação, este planejamento é elaborado em conjunto entre pesquisadores e participantes do meio estudado. O plano de ação deve responder a perguntas-chave. De acordo com Coughlan e Coghlan (2002), as questões a serem respondidas são as seguintes: o que deve mudar? Em quais partes da organização? Quais são os tipos necessários de mudanças? Qual é o apoio necessário? Como é o com- promisso a ser formado? Qual é a resistência a ser gerenciada? · Implantação das ações: após coleta, análise dos dados e planejamento das ações, devem ser implantadas as melhorias propostas para o objeto de estudo, dado que nesta fase são inseridas as ações. Ademais, as im- plantações são de responsabilidade dos participantes do meio investigado. 19 UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação O pesquisador não possui o papel de implantador das modificações ge- radas no plano de ação, atuando apenas como agente facilitador das mudanças (TURRIONI; MELLO, 2012); · Avaliação e relatório final: a avaliação dos resultados obtidos no final do ciclo é de extrema importância à sua replicação nos ciclos subsequen- tes. A base para tal avaliação deve ser os objetivos definidos da pesquisa – técnicos e científicos – e as proposições anteriormente estabelecidas (TURRIONI; MELLO, 2012). Avaliar os resultados é o segredo do su- cesso de uma pesquisa-ação, pois sem a mesma, o acaso predomina na ação, proliferando erros e aumentando a ineficácia (MARTINS; MELLO; TURRIONI, 2014). Depois de avaliado e rodado o ciclo pelo número de vezes necessárias, deve-se gerar o relatório de pesquisa. Tal relatório auxilia o pesquisador no desenvolvimento de seu trabalho final. Nesse relatório é importante conter a fundamentação teórica e os desdobra- mentos da pesquisa empírica, partindo do planejamento até a avaliação final e descrição dos resultados alcançados (MARTINS; MELLO, 2012). Na redação do trabalho final, o pesquisador deve descrever todas as identificações e tratativas dos ciclos de trabalho. Porém, como a pesquisa é de caráter cíclico, sem a elaboração de um quadro-resumo do que foi realizado em cada período, a tarefa de descrição pode ficar comprome- tida (MARTINS; MELLO; TURRIONI, 2014). Vejamos um exemplo de quadro-resumo para pesquisa-ação: Quadro 4 – Exemplo de quadro-resumo para pesquisa ação Ciclo Período Atividades Executadas Reflexão/Avaliação Plano de Ação 1 Agosto de 2007 a Outubro de 2007 Busca por produto de referência no mercado Levantamento de dados do modelo atual do horímetro. Foram identificados três fabri- cantes de horímetros. Os desenhos do horímetro apresentavam falhas, como cotas faltantes. Não havia um levantamento de tempos de processo. Selecionar o melhor produto entre os três indentificados. Refazer desenhos do horímetro em software 3D utilizando amosras de cada componente. Mapear processos de montagem e levantar tempos do processo. 2 Novembro de 2007 a Julho de 2008 Definição do produto de refe- rência, com base em análise do grupo de pesquisa. Redesenho do horímetro atual em software 3D para facilitar o reprojeto do conceito. Levantamento dos tempos de cada processo e custos de cada conjunto e componente. Foram avaliados os aspectos construtivos, tecnologia e realizados testes no horímetro de referência. Desmontagem do horímetro de referência para avaliação de casa conjunto/componente. Acompanhar processo de monta- gem do horímetro. Levantar problemas de monta- gem e fabrição in loco (observar e entrevistar montadoras). Analisar com a equipe de projeto as propostas de melhoria do produto. Desenvolver princípios de solu- ção para o produto (em 3D) 20 21 Ciclo Período Atividades Executadas Refl exão/Avaliação Plano de Ação 3 Agosto de 2008 a Dezembro de 2008 Elaboração de mapa do processo de montagem com tempos padrão de cada etapa. Definição de conjuntos específicos do horímetro para reprojeto inicial. Elaboração de relatório de problemas de montagem. Desenvolvimento dos primeiros princípios de solução para reprojeto. Princípios de solução analisados e selecionados pela equipe de projeto. Verificação da necessidade de ajustes em algumas propostas de reprojeto dos componentes. Novas sugestões de melhorias. Refazer desenhos tridimensio- nais para apresentação para equipe de projeto. Prototipar peças reprojetadas para análise dimensional e de montagem dos componentes. Montagemde um protótipo híbrido para simulação de testes de campo (principalmente, vibração). 4 Janeiro de 2009 a Abril de 2009 Apresentação dos desenhos 3D do horímetro reprojetado. Apresentação das peças prototipadas para análise da equipe de pesquisa. Elaboração de protótipo híbrido para testes. A equipe de projeto aprovou os componentes reprojeta- dos. Uma estimativa mostrou que pode ocorrer redução no custo-meta do produto, além de outras melhorias. Realizar testes no protótipo híbrido (construídos compeças em produção e peças reprojetadas prototipadas) para verificar a viabilidade técnica do produto reprojetado. Fonte: Mello et al., 2012 O poder de síntese que esse modelo de quadro-resumo traz é de grande valia para a edição de um trabalho final de pesquisa-ação, destacando os principais pon- tos de cada ciclo e fazendo com que o pesquisador já tenha uma base para delinear tal trabalho; · Monitoramento: esta é uma etapa que se manifesta durante todos os ci- clos da pesquisa-ação, podendo ser considerada uma metáfase que ocorre em reuniões entre pesquisadores e participantes das organizações a fi m de discutirem e registrarem aspectos referentes a interpretações de dados. Nesta metáfase, os pesquisadores devem esclarecer aos participantes os conhecimentos teóricos e técnicos que os primeiros possuem para facilitar o debate dos problemas, assinalação das reuniões, informações coletadas, dos relatórios de síntese, da concepção e aplicação no desenvolvimento do projeto enquanto modalidades de ação em colaboração aos demais parti- cipantes, refl etindo de forma global sobre o caso para eventuais validações e discussões acerca dos resultados no quadro da Engenharia e demais dis- ciplinas impactadas no problema. 21 UNIDADE Métodos em Engenharia de Produção: Estudo de Caso e Pesquisa-Ação Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Encontro Nacional de Engenharia de Produção: um levantamento de métodos e tipos de pesquisa BERTO, R. M. V.; NAKANO, D. N. A produção científica nos anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção: um levantamento de métodos e tipos de pes- quisa. Produção, v. 9, n. 2, p. 65-76, 2000. Pesquisa em Administração: em defesa do estudo de caso MAIOR FILHO, J. S. Pesquisa em Administração: em defesa do estudo de caso. Re- vista Administração de Empresas, v. 24, n. 4, p. 146-149, 1984. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica TRIP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, 2005. O estudo de caso como uma modalidade de pesquisa VENTURA, M. M. O estudo de caso como uma modalidade de pesquisa. Revista So- cerj, v. 20, n. 5, p. 383-386, 2007. 22 23 Referências COGHLAN, P.; COGHLAN, D. Action research for operations management. In- ternational Journal of Operations e Production Management, v. 22, n. 2, p. 220-240, 2002. FLEURY, A.Planejamento do projeto de pesquisa e definição do modelo teórico. In: MIGUEL, P. A. C. et al. Metodologia de pesquisa em Engenharia de Pro- dução. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 33-46. GIL, A. C. Estudo de caso. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. V. Metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2017. MARTINS, R. A.; MELLO, C. H. P.; TURRIONI, J. B. Guia para elaboração de monografia e TCC em Engenharia de Produção. São Paulo: Atlas, 2014. MATIAS-PEREIRA, J. Manual de metodologia da pesquisa científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2016. MELLO C. H. P. et al. Pesquisa-ação na Engenharia de Produção: proposta de estruturação para sua condução. Produção, v. 22, n. 1, p. 1-13, 2012. MIGUEL, P. A. C. Estudo de caso na Engenharia de Produção: estruturação e re- comendações para sua condução. Produção, v. 17, n. 1, p. 216-229, 2007. ________.; SOUSA, R. O método do estudo de caso na Engenharia de Produção. In: MIGUEL, P. A. C. et al. Metodologia de pesquisa em Engenharia de Pro- dução. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 131-148. OQUIST, P. The epistemology of action research. Acta Sociologica, v. 21, n. 2, p. 143-163, 1978. PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. 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