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Metodologia da pesquisa científica A pesquisa científica pode ser definida como um procedimento racional e sistemático que pretende responder aos “problemas” ou “questões” levantados por um pesquisador ✓ Tema Bem delimitado e focado ✓ Situação- problema Toda pesquisa começa com a formulação do problema (pergunta de pesquisa) e tem por objetivo a sua solução. ✓ Justificativa Essa etapa deverá responder à pergunta “por que” fazer a pesquisa. ✓ Hipótese Uma solução possível para o problema em forma de suposição ✓ Objetivos gerais e específicos Os objetivos gerais indicam, de forma abrangente, o que se pretende conseguir com a execução do projeto de pesquisa (o que será feito). Os objetivos específicos definem aspectos particulares do objetivo geral. Ambos devem responder à pergunta “para que” desenvolver a pesquisa. VERBO NO INFINITIVO ✓ Metodologia São descritas as etapas a serem desenvolvidas e que dependem de qual tipo de pesquisa que será proposta. Tipo: se bibliográfica ou pesquisa de campo. O projeto a metodologia é escrito na forma futura. Apêndice é o nome dado ao material elaborado pelo próprio pesquisador. Já anexo corresponde ao material que o pesquisador retirou de uma fonte de consulta O pesquisador precisará apresentar o cronograma de atividades. A apresentação do cronograma tem por objetivo mostrar o tempo necessário para o desenvolvimento de cada fase posterior ao projeto. Em forma de quadro ou parágrafo. Uma previsão dos principais gastos referentes à pesquisa, como, por exemplo, custos diretos, pessoal técnico (remuneração), despesas administrativas (serviços de apoio) e gastos eventuais (imprevistos). Elementos pré-textuais • Capa • Folha de rosto • Sumário Elementos textuais Introdução: Neste momento, o pesquisador faz a apresentação do tema e sua delimitação. Todas as informações devem estar fundamentadas nas fontes de pesquisa por meio de citações, sempre pelo uso do sistema autor-data e de acordo com as normas da ABNT. Formulação do problema: Apresentação do problema de pesquisa (pergunta de pesquisa) Justificativa Formulação das hipóteses (se houver) Objetivos: Objetivos gerais e Objetivos específicos Revisão da literatura: Esta parte complementa a Introdução. Serve para apresentar informações sobre o estágio atual de conhecimento sobre a questão da pesquisa, esclarecendo conceitos, definições ou classificações e mostrando as contribuições proporcionadas por outras investigações relacionadas ao tema. Metodologia ou métodos; Cronograma; Orçamento; Recursos humanos: Nesta parte são apresentados dados do responsável pelo projeto (coordenador) e dos demais colaboradores incluindo a formação acadêmica, titulação e percentual de dedicação ao projeto. Elementos pós-textuais Referências: Devem ser elaboradas de acordo com as normas da ABNT, somente serão referenciados os autores citados no texto do projeto. Não se pode referenciar aquilo que não foi citado; anexos ou apêndices (se houver). O que determina se a pesquisa é quantitativa ou qualitativa é a abordagem dada ao problema, no entanto essa abordagem escolhida precisa estar adequada ao tipo de pesquisa que você deseja desenvolver. As abordagens quantitativa e qualitativa também podem ser usadas de forma combinada no mesmo estudo. Usa a medição numérica, a contagem e a estatística para descrever e analisar as características do fenômeno estudado. Em outras palavras, o pesquisador usa a quantificação dos dados tanto no processo de coleta quanto de análise e apresentação. O método quantitativo é muito utilizado para descobrir e classificar a relação entre as variáveis estudadas, investigar a relação causa- efeito entre fenômenos, propor recomendações ou simplesmente para descrever tendências nas populações estudadas. Apresentação dos resultados por meio de tabelas e gráficos em estudos com abordagem quantitativa. Ao planejar um estudo quantitativo, o pesquisador deverá definir todas as variáveis a serem estudadas. o pesquisador deverá escolher instrumentos de coleta de dados que possam atender a essa necessidade ➔ A pesquisa com abordagem quantitativa busca comparar os dados coletados, estabelecer correlações matemáticas e estatísticas em relação às variáveis tem como base a análise e interpretação da realidade estudada. Dá maior profundidade aos dados coletados no momento da análise, pois considera a contextualização do ambiente e as experiências dos sujeitos ➔ A pesquisa qualitativa tem caráter descritivo, ou seja, relata acontecimentos da forma como ocorreram e em que resultaram, utilizando o ambiente natural como local para a análise. ➔ A população, também conhecida como universo, é o conjunto de coisas ou pessoas que apresentam uma ou mais características em comum relacionadas ao foco do estudo ➔ Amostra é uma parcela da população capaz de representar, de forma real, esse conjunto de pessoas, entretanto vários cuidados precisam ser tomados no processo de seleção dessa amostra. ➔ Para os estudos qualitativos, a amostragem não segue o critério numérico. Neste caso, a escolha da amostra é intencional, ou seja, no processo de amostragem o pesquisador deve selecionar o grupo, considerando as suas diversidades e experiências que vão ao encontro dos objetivos da pesquisa. A adoção de critérios de inclusão serve para garantir que a amostra estudada tenha as características necessárias para o estudo, ou seja, para que o sujeito participe desde que esteja de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. Os critérios de exclusão, por sua vez, são condições que retiram o sujeito da pesquisa mesmo ele preenchendo os critérios de inclusão. Dados primários: dados coletados pelo pesquisador no ambiente em que se realiza o estudo. É possível coletar dados primários de diversas formas e o quadro abaixo trará um resumo das formas mais utilizadas. Dados secundários: informações prontas disponíveis em artigos, livros, sites etc. O autor não coleta esses dados, ele os acessa durante a realização da pesquisa. Entrevista: Estruturada (roteiro pré- estabelecido) ou não estruturada (conversa informal) O grupo focal é outro instrumento muito utilizado nas pesquisas com abordagem qualitativa. Ele pode ser definido como uma discussão em grupo, na qual o pesquisador promove a interação entre as pessoas. Outro instrumento disponível para fazer parte da coleta de dados é o questionário, que pode ser usado à medida da necessidade de um levantamento mais generalizado sobre o objeto de estudo. Há também o formulário que é muito parecido com o questionário. A principal diferença é a forma de aplicação. O formulário geralmente é preenchido pelo próprio pesquisador, que pergunta e assinala as respostas dadas pelo sujeito. Assim, como os questionários, os formulários também são mais frequentes em estudos quantitativos. Nos estudos de abordagem quantitativa, a análise dos dados se dá por meio de quantificações e testes estatísticos. É muito frequente o cálculo das medidas de tendência central (média, mediana e moda) e medidas de dispersão ou de variabilidade (desvio- padrão, amplitude, entre outras). Também podem ser calculadas as medidas de frequência, como prevalência ou incidência. Algumas das teorias de análise de dados qualitativos são: a análise de conteúdo, a análise do discurso, a análise do discurso do sujeito, a hermenêutico- dialética, a teoria das representações sociais, entre outras. O tipo de pesquisa é definido como o delineamento adotado pelo pesquisador para a coleta de dados de seu estudo. Os principais tipos estão divididos em doisgrupos caracterizados como teóricas e empíricas. Também chamadas de secundárias, são aquelas desenvolvidas a partir de dados ou informações de outras pesquisas, já realizadas. As pesquisas teóricas trabalham com síntese e reflexão. Elas buscam ampliar conceitos e modelos teóricos, relacionar diferentes hipóteses, proporcionar a síntese de conhecimento e a inclusão de resultados de estudos expressivos na prática. A pesquisa bibliográfica é um tipo de pesquisa teórica realizada exclusivamente em livros e artigos científicos. Ela se concretiza a partir dos resultados de outras pesquisas, bem como das contribuições dos diversos autores que estudaram e pesquisaram sobre determinado assunto. A pesquisa bibliográfica é parte integrante das pesquisas empíricas, porque todo trabalho precisa ser baseado em teoria para que o pesquisador justifique suas reflexões e análises. Assim, todo esse estudo começa pelo levantamento bibliográfico. Quando a pesquisa bibliográfica constitui o “todo” do trabalho, também pode ser chamada de revisão bibliográfica ou revisão de literatura. Devem ser consultadas as bases de dados eletrônicas e os acervos de instituições para levantamento das produções científicas que envolvem artigos científicos, trabalhos de especialização, dissertações de mestrado e teses de doutorado. O seu projeto e/ou trabalho deverá conter o capítulo de metodologia. Nele, será preciso descrever os critérios utilizados para a seleção dos artigos e textos acadêmicos, seguido do período de publicação, idiomas, entre outros. • Revisão narrativa ou analítica É a análise dos resultados de diferentes estudos que investigaram uma mesma questão. Ela pode ser desenvolvida sobre temas variados. Fontes: Além da inclusão de artigos científicos também podem ser incluídos trabalhos monográficos, dissertações de mestrado, teses de doutorado, capítulos de livros, manuais, citações e anais de congressos. Objetivos: São direcionadas a descrever a história ou desenvolvimento de um problema e seu gerenciamento, bem como para discutir um tema do ponto de vista teórico ou contextual, desenvolver relações ou agregar áreas de pesquisa com enfoque multidisciplinar • Revisão integrativa A revisão integrativa é um método de revisão mais amplo, para um entendimento completo do fenômeno estudado. é considerada, por alguns autores, como uma ferramenta da prática baseada em evidências. Fontes: Permite a inclusão de literatura teórica e empírica, bem como estudos experimentais e não experimentais com diferentes abordagens metodológicas (qualitativa e quantitativa). Objetivos: Definir conceitos, rever teorias e evidências ou analisar problemas metodológicos. Assim, o pesquisador será capaz de gerar um panorama consistente de determinada teoria ou problema sintetizando o conhecimento e permitindo a incorporação de resultados de estudos significativos na prática • Revisão Sistemática A revisão sistemática é um tipo de estudo secundário que usa métodos rigorosos e explícitos para identificar, selecionar, avaliar e descrever as contribuições de estudos primários para sua pesquisa. É importante reforçar que para ser denominada como revisão sistemática é indispensável que sejam selecionadas para análise apenas pesquisas empíricas, laboratoriais ou de campo. Nesse tipo de revisão, o pesquisador precisa adotar uma metodologia padronizada baseada em procedimentos de busca, seleção e análise bem delineadas e claramente definidas. Em muitos casos, elas utilizam escalas ou formulários que definem critérios considerados norteadores da apreciação crítica sobre a qualidade da evidência científica disponibilizada em artigos selecionados. https://brazil.cochrane.org/news É uma organização especializada em elaborar, manter e divulgar revisões sistemáticas. No site deste centro você encontra várias informações sobre revisões sistemáticas, além de um curso virtual gratuito sobre Revisão Sistemática e Metanálise. • Metanálise A metanálise é uma síntese estatística de resultados de vários estudos primários. Trata-se de um termo comumente usados para se referir às revisões sistemáticas com metanálise, ou seja, um tipo de revisão sistemática, com uma forma específica de apresentação dos resultados obtidos a partir de uma abordagem estatística. Os resultados de uma metanálise geralmente são apresentados por meio de gráficos que fornecem informações sobre a comparação das informações coletadas dos diversos autores ou estudos que compõem a revisão. Exemplo de artigo de metanálise: http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n9/a 14v29n9.pdf https://brazil.cochrane.org/news http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n9/a14v29n9.pdf http://www.scielo.br/pdf/csp/v29n9/a14v29n9.pdf Também chamadas de primárias trabalham com dados primários, ou seja, dados que são coletados em campo ou em laboratório e que nenhum outro levantamento coletou e publicou. Para ser considerada uma pesquisa de laboratório, o pesquisador deverá colocar os sujeitos de estudo dentro de um ambiente no qual ele controla todas as variáveis que pretende estudar. Como sujeito de estudo podemos ter pessoas, animais, células, vegetais, minerais etc. Os estudos de campo são aqueles nos quais o pesquisador observa o sujeito da pesquisa em seu próprio ambiente, cujos fatos ocorrem espontaneamente. Neste tipo de pesquisa, não é possível isolar ou controlar todas as variáveis relevantes, mas é possível a percepção de relações entre as condições estudadas. Os estudos de campo podem ser realizados em diferentes locais, como empresas, hospitais, clínicas, escolas, nas ruas, em domicílios, sempre envolvendo os sujeitos de pesquisa, termo que inclui não apenas pessoas, mas também instituições, empresas, objetos e animais. Toda pesquisa empírica tem como ponto de partida o embasamento teórico presente na literatura, pois ela é capaz de servir de fonte que vai em busca de respostas para a problematização e construção de protocolo de estudo. Em todos os estudos de laboratório ou de campo é fundamental a descrição do local onde o trabalho será realizado • Pesquisa descritiva A pesquisa descritiva é aquela que observa, registra, analisa e relaciona as características de fatos ou fenômenos estudados, mas sem qualquer tipo de manipulação. Exemplo http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v9n1/ 06.pdf • Pesquisa exploratória A pesquisa exploratória é considerada a fase inicial no processo de pesquisa. Seu objetivo principal é familiarizar o pesquisador com o tema de estudo e, a partir daí, novas ideias podem surgir. Convém lembrar que alguns autores consideram a pesquisa exploratória como um tipo de pesquisa descritiva • Pesquisa documental O material utilizado para a coleta de dados na pesquisa documental é composto por documentos, como, por exemplo, registros de câmaras legislativas, setores do governo e http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v9n1/06.pdf http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v9n1/06.pdf autoridades educacionais, informações em bancos de dados nacionais, relatórios de inspeção, atas de conselhos acadêmicos, grupos de administração superiores, reuniões de diretoria, cartas, correspondências, relatórios anuais de diretores, boletins, jornais e revistas, demonstrações orçamentárias, websites e outros materiais que podem ser consultados via internet. Objetivo: descrição a comparação de costumes, tendências, diferenças e outras características. Para isso, o pesquisador precisa detalhar o processo de seleção dos documentos a serem utilizados e a forma de análise deles. Exemplo http://www.scielo.br/pdf/rarv/v32n1/0 9.pdf • Estudo de caso O estudo de caso é um tipo de pesquisa quepode ser realizado individualmente, em uma família, um grupo, uma organização ou até mesmo em um sistema, dentre muitos outros. Geralmente são realizados estudos de caso com situações raras ou novas, e que ainda não foram abordadas em estudos com grupos maiores. • Estudo transversal ou estudo de prevalência Mais usado na saúde pública e na epidemiologia, o estudo transversal ou estudo de prevalência pode ser definido como um estudo observacional (pois observa um grupo sem intervir nele) que realiza uma análise única da população estudada, a fim de obter informações sobre a proporção da população que tem uma doença ou condição clínica em um de terminado momento. Exemplo http://www.scielo.br/pdf/rpp/v31n4/pt _0103-0582-rpp-31-04-00437.pdf • Estudos analíticos Estudo retrospectivo: é aquele no qual as informações de interesse estão em registros anteriores ao início da realização da pesquisa, ou seja, os fatos e eventos já ocorreram e a pesquisa será realizada a partir do registro dessas situações. Assim, a coleta se dá em arquivos de dados como, por exemplo, em prontuários hospitalares. Estudo prospectivo: é aquele no qual as situações de interesse do estudo ainda vão acontecer e, à medida que forem acontecendo, permitirão a coleta dos dados. • Estudo caso-controle Os estudos de caso-controle são geralmente retrospectivos e analisam a prevalência de fatores de risco em dois grupos de indivíduos: os que possuem a doença ou outro desfecho de interesse que se pretende estudar (casos); e o grupo sem a condição estudada (controle). Neste estudo, o pesquisador parte do desfecho (doença) e caminha para o passado, a fim de verificar a exposição aos fatores de risco. • Estudo de coorte O estudo de coorte é realizado por meio do acompanhamento de um grupo de sujeitos ao longo do tempo – esse acompanhamento é chamado de pesquisa longitudinal. O principal http://www.scielo.br/pdf/rarv/v32n1/09.pdf http://www.scielo.br/pdf/rarv/v32n1/09.pdf http://www.scielo.br/pdf/rpp/v31n4/pt_0103-0582-rpp-31-04-00437.pdf http://www.scielo.br/pdf/rpp/v31n4/pt_0103-0582-rpp-31-04-00437.pdf objetivo é descrever a incidência do desfecho esperado ao longo do tempo e relacionar isso aos fatores preditores ou de risco, aos quais os indivíduos foram expostos. Assim, neste estudo o pesquisador parte da exposição aos fatores de risco e caminha até o desenvolvimento ou não da doença ou desfecho esperado. • Pesquisa experimental Na pesquisa experimental, o pesquisador manipula as variáveis relacionadas ao objeto de estudo almejando analisar relações de causa e efeito. Por isso, esse tipo de estudo também é conhecido como estudo causal. Nos estudos experimentais o pesquisador divide sua amostra em dois ou mais grupos e um será aquele que não recebe nenhuma interferência do pesquisador. Esse grupo serve para comparação dos resultados e é chamado de grupo controle. O outro grupo receberá a manipulação a ser estudada. É importante que a distribuição dos sujeitos nos grupos seja feita de forma aleatória, a fim de evitar a interferência do pesquisador. Os estudos chamados de ensaios clínicos são exemplos de pesquisa experimental. Eles são muito realizados na área da saúde e buscam estudar os efeitos de métodos terapêuticos e medicamentos em situações clínicas. Neste tipo de análise, o sorteio dos participantes é chamado de randomização – esse processo garante que as amostras dos grupos controle e de estudo sejam determinadas ao acaso. Além disso, muitos estudos são chamados de duplo-cego, ou ensaio clínico em dupla ocultação. Isso significa que nem o examinado (objeto de estudo) nem o examinador sabem o que está sendo utilizado como variável em um dado momento. Toda vez que a pesquisa envolver seres humanos é obrigatório o envio do projeto de pesquisa a um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Caso os sujeitos de pesquisa sejam animais o projeto de pesquisa deve ser encaminhado à Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA). Também é importante reforçar a necessidade do Termo de Consentimento Livre e esclarecido (TCLE) em todas as pesquisas envolvendo seres humanos. Este termo é construído pelo pesquisador e deve conter a descrição de todo o protocolo da pesquisa reproduzido em uma linguagem acessível aos sujeitos pesquisados. A coleta de dados só pode ser iniciada após a aprovação dos órgãos citados. Praticamente todas as pessoas que concluem um curso de graduação, passarão pela fase de elaboração do TCC a ser apresentado como requisito parcial de aprovação e conclusão de seu estudo acadêmico. Se o trabalho começa bem, tem muito mais chance de terminar bem, por isso, antes de dar início à construção de seu TCC é importante decidir qual será o tema do trabalho e preparar um bom projeto. O projeto deve servir de guia na construção de todas as etapas de seu TCC. 1. Escolha do tema o tema deve ser delimitado e específico, mas também viável, considerando-se os prazos e recursos disponíveis. Você pode definir uma área mais abrangente de estudo e depois ir se aprofundando até chegar ao tema específico de seu trabalho. Ex: Farmacologia -> Antibióticos -> Cefalosporina -> Cefalexina 2. Identificar um problema ou uma questão de pesquisa, que deverá ser “respondida” por meio de seu TCC Tanto o tema quanto o problema devem ser definidos no momento de construção de seu projeto de pesquisa. 3. Escolha do Orientador Um ponto considerado de suma importância no momento da escolha é a área ou disciplina relacionada ao tema escolhido. Escolher um professor que tenha experiência na área do trabalho pode facilitar o processo. A função do orientador é direcioná-lo, mas a responsabilidade pelo TCC é sua e não dele. Para os trabalhos coletivos, a escolha do grupo também deve ser pensada logo no início da construção do trabalho. Escolha as pessoas que farão parte do grupo levando em conta o interesse pelo tema e que se colocarão à disposição para contribuir com o projeto de forma que todos os componentes se sintam motivados a pesquisar. 4. Planejar os assuntos abordados Uma forma de organizar o desenvolvimento do trabalho é construir um “sumário” com todos os tópicos ou assuntos que serão abordados pelo trabalho. Esse “sumário” pode ser alterado ao longo do processo, mas serve como uma linha condutora da direção que você pretende seguir para que seu trabalho termine respondendo aos objetivos propostos. Em se tratando do quesito qualidade é necessário pesquisar muito sobre o tema escolhido. Para isso, você deve consultar as bases de dados de literatura científica em sua área, além de livros, teses, dissertações e mesmo sítios eletrônicos relacionados. Quanto mais atuais as referências utilizadas, mais atual será seu TCC. Sempre faça referência ao autor e à obra citada, pois a falta de citação caracteriza plágio. O TCC é composto por elementos pré- textuais, textuais e pós-textuais. Aqui, vamos dar enfoque aos elementos textuais, que serão o “corpo” de seu TCC. Introdução A Introdução deve apresentar o tema do trabalho de forma abrangente, partindo do geral e caminhando para a pergunta da pesquisa. Em outras palavras, deve contextualizar o leitor em relação ao assunto abordado e, a partir do contexto, apresentar o problema a ser estudado de forma clara. A introdução também deve conter uma justificativa da escolha do tema, ou seja, a relevância daquele estudo para a ciência, profissão, comunidade. Objetivos Os objetivos podem ser definidos como aquilo que a pesquisa pretende responder, o que se deseja da pesquisa. Eles devem ser expressos com clareza, pois vão guiar todo o trabalho. Se seu projeto foi bemelaborado, os objetivos do TCC serão os mesmos do projeto. Revisão de literatura A revisão da literatura constrói um marco teórico necessário para qualquer pesquisa, tanto qualitativa quanto quantitativa. A partir da revisão da literatura sobre o tema, você poderá extrair e recompilar informações relevantes e necessárias para entendimento do problema de pesquisa. Para elaborar esta parte de seu TCC é preciso ler tudo que tem relação com seu tema de pesquisa, contudo a busca por materiais relacionados ao tema deve ser seletiva, pois milhares de artigos são publicados anualmente nas diferentes áreas do conhecimento. Definir adequadamente os critérios para a busca de materiais é fundamental para a construção desta etapa do trabalho. Após a seleção dos materiais, o pesquisador poderá revisá- los com atenção e extrair as informações necessárias para desenvolver o referencial teórico de sua pesquisa. Métodos No capítulo de Métodos, também chamado de Materiais e Métodos, você deve fornecer todas as informações necessárias para que outro pesquisador possa reproduzir seu trabalho, por isso, este capítulo deve ser bem detalhado. Você pode começar descrevendo o tipo de estudo realizado. Os itens descritos nesta parte do TCC dependem, em grande parte, do tipo de estudo realizado. Por exemplo, em estudos de campo que envolverem seres humanos, devem ser descritos os materiais utilizados, equipamentos, época e local de realização do trabalho, critérios de seleção da amostra estudada, obtenção do consentimento do participante e parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa, além da análise estatística realizada, quando pertinente. Já em estudos de revisão bibliográfica narrativa, devem ser descritos os locais de busca de materiais, período de busca, idiomas, palavras-chave utilizadas na busca, materiais utilizados para avaliação dos textos selecionados e a análise feita. Novamente, se seu projeto foi bem elaborado, os métodos do TCC serão os mesmos do projeto, apenas serão escritos no passado, enquanto no projeto são escritos no futuro. Resultados O capítulo de resultados serve para o pesquisador mostrar os dados obtidos a partir da execução do trabalho. Nesta parte, podem ser colocados gráficos e tabelas para facilitar a apresentação dos dados, quando pertinente. Neste momento, também devem ser apresentados os resultados dos testes estatísticos, quando realizados, e sua interpretação em relação ao estudo. Discussão A discussão é o capítulo mais complexo do trabalho, pois se refere ao momento em que o pesquisador “explica” seus resultados com base na literatura científica relacionada ao tema. Nesta parte, é importante que você, na qualidade de pesquisador (a), responda algumas perguntas. Elas poderão variar de acordo com o tipo de estudo realizado: • Qual o significado de seus dados? Eles estão de acordo com a literatura? • Que solução mais simples ou mais barata você conseguiu para o problema analisado em seu estudo? • Que nova hipótese ou teoria você pode lançar para explicar o fenômeno observado? Enfim, nesse momento da pesquisa você demonstrará toda a sua competência para esclarecer seus resultados e responder aos objetivos propostos. Conclusões As conclusões decorrem da discussão e devem responder aos objetivos propostos no trabalho. Trata-se do momento que o autor deverá redigir o seu texto com foco na construção do fechamento de seu TCC. Dependendo do tipo de estudo realizado, poderá ser mais direto ou partir mais para a reflexão, contudo, independentemente da forma escolhida para a construção do trabalho. Esse momento deve ser sempre o mais claro possível e focados nos objetivos delimitados no início do estudo. Além do conteúdo, também é importante que a construção do trabalho seja feita respeitando as regras definidas pela ABNT para apresentação de trabalhos de conclusão de curso. Após finalizar o seu trabalho é necessário revisá-lo. É importante prestar atenção em quesitos técnicos como ortografia, escrita em linguagem científica, coesão entre as diferentes partes do trabalho e adequação às normas da ABNT. APPOLINÁRIO, Fabio. Dicionário de metodologia científica: um guia para aprodução do conhecimento científico. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011. 300 p. BARBOUR, R. Grupos focais. Porto Alegre: Artmed, 2009. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1999. 260 p. CARRON, Wilson; Guimarães, Oswaldo. Física. 2ª. Ed. São Paulo: Moderna,2005. 338 p. (Volume único) CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro A., SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 176 p. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo:Atlas, 2010.184 p. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1999. 260 p. Máximo, A.; Alvarenga, B. Física: de olho no mundo do trabalho. 1ª. Ed. 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