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Desenvolvendo os talentos SST LOPES, F. J. Desenvolvendo os talentos / Fernando José Lopes Ano: 2020 nº de p. : 10 Copyright © 2020. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados. Desenvolvendo os talentos 3 Apresentação Para sermos bem-sucedidos em nossa vida profissional, precisamos ser pessoas com capacidade de liderar, preparadas, motivadas, comprometidas e disciplinadas, sempre em busca do mesmo propósito. Quem é líder deve desenvolver talentos, o espírito de equipe, a Liderança, fixar o foco nos resultados e estar constantemente em busca de diferenciais para garantir bons resultados. Cada vez mais, convencemo-nos de que a Liderança trabalha o desenvolvimento dos talentos e de que o capital humano que a organização detém é a essência do sucesso. Muitas vezes, as empresas começam a comemorar logo após a conquista do primeiro objetivo e se esquecem de atentar aos detalhes, para que o processo de crescimento seja contínuo. É importantíssimo que a Liderança monitore sua relação com os colaboradores em momentos de sucesso, logo, o desenvolvimento de talentos torna-se fundamental. Talento O talento das pessoas vem das experiências que adquiriram na vida, aliado ao que adquiriram na vida profissional e, também, está ligado à inteligência. Howard Gardner desenvolveu uma pesquisa sobre as várias inteligências múltiplas que um indivíduo pode ter. Em sua experiência percebeu que muitas pessoas possuem todos os tipos de inteligência, mas algumas ficam cristalizadas ou adormecidas. As inteligências afloram a partir do momento que o indivíduo tem uma real necessidade e precisa utilizá-la, ou quando tem espaço para colocá-la em prática (GRAMIGNA, 2007, p. 95). As empresas, na atualidade, têm buscado um modelo de competência e pessoas com talento. Muitas vezes dão espaço para que os indivíduos consigam mostrar inteligências ocultas que estão em sua essência, mas que não são aproveitadas na empresa porque não têm espaço para isso. 4 De acordo com Gramigna (2007, p. 95): O ser humano é o único animal que tem habilidade para inventar e criar. Os outros seguem instintos e padrões, repetindo o comportamento de sua espécie. Tal capacidade permite ao homem ser construtor de seu próprio destino. Em alguns momentos, é importante criar dificuldades para os que se destacam e os que têm talento, pois as facilidades são limitantes. Os indivíduos que têm talento conseguem enxergar lacunas seja no trabalho, na vida ou a sua volta, e vão criar novas formas de interagir nesse processo, inovando a forma de se fazer algo, e é isso que as empresas procuram nas pessoas: algo diferente do comum, inovador. Empresas que não investem em melhorias por meio de capacitação fazem com que seus colaboradores se acomodem em sua função e também não inovem, não criem nada diferente. Assim, dão espaço para que suas concorrentes estejam melhor que elas no mercado e podem sucumbir a esse mercado por pecar em não inovar. Atenção Inteligências e suas características Gardner contribuiu para que as ferramentas voltadas às competências fossem medidas em sete categorias, como demonstra o quadro a seguir. 5 Inteligências na ação profissional As sete inteligências Influência na atuação profissional 1 – Inteligência Linguística: encontrada nas pessoas que têm facilidade em escrever, compor, ler. No dia a dia, qualquer profissional necessita se comunicar de todas as formas possíveis, dominando a Inteligência Linguística, agirá com maior desenvoltura nos seus diversos papéis. 2 – Inteligência Lógico-Matemática: encontrada nas pessoas que gostam de contas, números e também de desvendar mistérios. O indivíduo que possui esse tipo de inteligência apresenta habilidade no desenvolvimento de estratégias, na avaliação de planos, na análise imparcial de dados e fatos significativos para o negócio, o que influencia sobremaneira a qualidade de sua tomada de decisão. 3 – Inteligência Musical: encontrada em pessoas que são capazes de ouvir mais, tocar instrumentos de percussão, que são sensíveis audíveis. Respeitar os ritmos (dos outros e o seu próprio), perceber os diversos tons das pessoas, tornar o ambiente harmonioso e motivador são elementos essenciais na atuação profissional. Qualidade de vida no trabalho é uma bandeira hasteada nos novos tempos. 4 – Inteligência Espacial: está nas pessoas com a sensibilidade relacionada à pintura, à arte, à escultura e à arquitetura. “Ocupar espaços de forma assertiva” e “deixar espaços para o crescimento da equipe de colaboradores”. Eis um alerta àqueles que querem se engajar no perfil das empresas de vanguarda. Pilotar um time, esculpir um projeto, apreciar os resultados na ordem do dia. 5 – Inteligência Cinestésica: presente em pessoas como ginastas, artistas e esportistas que trabalham com o domínio do corpo. Deslocar-se, movimentar-se nos vários contextos empresariais, conhecer as diversas realidades, disponibilizar competências e colaborar para o “gol”: atitudes que ajudam a “tocar” a sensibilidade e a motivação das pessoas. 6 – Inteligência Interpessoal: presente nas pessoas que entendem as outras e conseguem cativá-las. Uma das competências mais exigidas na atualidade. Hoje é considerado um bom profissional aquele que consegue formar ou participar de times, fortalecer equipes e desenvolver talentos. 7 – Inteligência Intrapessoal: constante em pessoas que conhecem seus limites. O autoconhecimento conduz ao desenvolvimento pessoal. Todas as outras inteligências são influenciadas pelo desenvolvimento intrapessoal. Conhecer-se, olhar para si, descobrir-se faz parte da caminhada de todas as pessoas de sucesso. Fonte: Adaptado de Gramigna (2007, p. 97) Essas inteligências, segundo Gramigna (2007, p. 97), são fundamentais em um indivíduo e por isso devem ser levadas em consideração em uma análise de competências em uma empresa. 6 O sucesso depende de cada um Fonte: Plataforma Deduca (2020) A busca permanente pela excelência deve ser nossa grande missão, contudo, devemos estar alertas ao sucesso e as suas armadilhas, como: a acomodação, que é perfeitamente comum em tempos de vitórias e conquistas. Outro ponto interessante a observar é como a Liderança enfrenta obstáculos ou como lida com a adversidade; se possui franqueza e humildade para admitir eventuais erros. Todavia, o equilíbrio emocional, ou seja, como se lida com a vaidade e o ego vão determinar o autocontrole e a capacidade de um indivíduo reverter e superar crises. O ego e a vaidade, quando inflados, ficam fora de controle, impedindo a formação de uma equipe genuína, pois afeta a autoestima. Equipe genuína com autoestima Fonte: Plataforma Deduca (2020) Quem é líder deve facilitar bons resultados, mas não deve buscar a popularidade. O mundo dos esportes tem muitos exemplos em que o ego e a vaidade foram fatores decisivos para o mau desempenho de alguns atletas. Há bons exemplos, como é o caso do jogador de basquete Michael Jordan, que sempre manteve sua 7 vaidade sob controle. Seu técnico deu um depoimento dizendo que era muito fácil liderar um grupo que tinha Michael Jordan como integrante devido sua grandeza e importância. Segundo ele, Jordan testava seus limites o tempo todo, empenhava-se nos treinos como se fosse um principiante. Ele era motivado e comprometido com excelência e liderava pelo exemplo. Porém, um time com jogadores talentosos não garante necessariamente a vitória. O esporte serve como forma de exemplo para se medir tanto o desempenho quanto a competência, pois se trata de um aperfeiçoamento contínuo para busca de objetivos. Portanto, serve como exemplo para as empresas e seus funcionários que estão sempre à busca de melhorias e conseguir uma excelência melhor que outras empresas. Atletas, por exemplo, buscam o aperfeiçoamento constante da sua maneira de treinar para conseguir resultados expressivos em uma nova competição. Curiosidade Nas empresas, no novo modelo deRH, também se buscam pessoas com potenciais e inteligências diferenciadas para conseguir resultados melhores na produtividade e na qualidade do trabalho trazendo benefícios para a empresa e para o colaborador. Conceito de coaching para o desenvolvimento de pessoas e equipes de forma estratégica Hoje em dia, muitos falam sobre o Coaching, especialmente sobre aquele voltado para a área de preparação de concursos. É fato que esse pode ser o mais famoso Coaching em uma conjuntura em que todos procuram um emprego melhor. Coaching se refere ao Coach, substantivo em língua inglesa que dá nome aquele indivíduo que treina e ensina outros; no campo esportivo, por exemplo, ele toma decisões sobre como um time vai jogar. No campo da Administração, Coaching, segundo Kilburg (1996 apud Fischer et al., 2009), trata da relação de ajuda em que o Coach (treinador) utiliza metodologias 8 retiradas das ciências comportamentais para ajudar um líder ou gestor, com o intuito de que este alcance as metas estabelecidas, melhorando o desempenho e a sua satisfação pessoal com consequentes melhorias nos resultados da organização. O Coaching é uma metodologia repleta de técnicas específicas, com foco em desenvolvimento de competências, que tem por objetivo fazer com que o indivíduo objeto do Coaching reconheça seus talentos e suas aptidões, de forma a utilizá-los e desenvolvê-los. O fornecimento de orientação envolve articular os valores e os objetivos organizacionais de forma clara e concisa, sendo de extrema importância para a fase de planejamento do ciclo de gestão. Empregadas e empregados precisam compreender o contexto de seu trabalho para assim terem a capacidade de ver a ligação entre o seu desempenho e o sucesso da organização. Quanto mais claros são os objetivos da organização, mais fácil será para que os transformem em seus próprios objetivos. Essas pessoas também podem precisar de direcionamento técnico em termos de aprendizado de novas tarefas ou atribuição de novas funções ou responsabilidades. Por último, a Liderança, atuando como Coach, é responsável pelo estabelecimento dos compromissos que moverão empregados e empregadas rumo ao alcance do melhor desempenho na obtenção dos resultados. Coaching para melhorar o desempenho: como um Coach, o líder é responsável por criar um ambiente de aprendizado em que colaboradores e colaboradoras recebem apoio para continuar a encarar os desafios que surgem. Isso é possível quando o Coach avalia a capacidade atual, fornece feedback, ajuda o indivíduo no que está faltando em maneira de trabalhar, e cria oportunidade para preencher essa falta. Se o aperfeiçoamento contínuo ocorre, o Coach deve providenciar um ambiente favorável e seguro para a criatividade e para a disposição a riscos. Erros devem ser vistos como lições aprendidas. Os contratempos também são oportunidades de desenvolvimento. Com esse tipo de suporte/apoio, o colaborador terá a confiança necessária para atingir o próximo nível de habilidades. De acordo com Goldsmith (2003), sempre que o Coach consegue alinhar as necessidades do negócio com as necessidades de desenvolvimento pessoal, torna- se estratégico e contribui de forma expressiva para os resultados da organização. Conceito de Mentoring para o desenvolvimento de pessoas e equipes de forma estratégica Mentoring (do inglês) é traduzido como “Mentoria” e tem como principal objetivo aconselhar a pessoa com vistas ao crescimento de carreira a médio e a longo prazo. Segundo Fischer et al. (2009), o objetivo do Mentoring é assessorar o 9 indivíduo na identificação de oportunidades de carreira que melhor atendam aos critérios definidos para seu projeto de vida e, por isso, é um programa de médio a longo prazo. Normalmente, uma pessoa mais experiente apadrinha alguém mais jovem, considerando-se, assim, a experiência que o mentor ou a mentora tem na carreira profissional. Mas o contrário também pode acontecer: alguém jovem que domina as novas tecnologias pode mentorear uma pessoa mais velha que pouco ou nada sabe sobre o assunto. Processos estruturados de Mentoring são cada vez mais frequentes dentro das organizações. Nesse modelo, existem momentos determinados para os encontros e temas a serem discutidos. Processos de sucessão podem ter como base a atividade de Mentoring. Quando ocorre um processo maduro, em que existe a empatia e a confiança entre mentores ou mentoras e as pessoas mentoradas, há ganhos significativos para ambas as partes, além, é claro, de ganho para a empresa. Para quem mentoria, há satisfação em poder contribuir para o desenvolvimento de uma colega ou de um colega, a possibilidade de revisitar sua carreira e poder trazer novos inputs para seu desempenho, além da construção de relacionamentos sólidos e reconhecimento por parte da organização. Para a pessoa mentorada, podemos citar como principais benefícios deste processo: rapidez na aprendizagem, já que se aprende com quem sabe e faz; melhora na autoconfiança pois essa pessoa se sente mais segura para realizar; satisfação no trabalho; melhor adequação a novos ambientes e situações, diminuição da ansiedade em realizar novas atividades. 10 Fechamento Com base em nosso aprendizado, foi possível compreender que um dos objetivos do Coaching é desenvolver responsabilidades na resolução de problemas e tomar decisões, realizando as perguntas corretas, desafiando a capacidade de pensar, oferecendo novas posições e fornecendo as informações adicionais para a interpretação de uma situação diferente. O Coach empodera o Coachee (a pessoa que participa do Coaching) para que seja parte do processo decisório. No que diz respeito ao Mentoring, a empresa possui vários ganhos como por exemplo: melhoria na aprendizagem organizacional e na manutenção do conhecimento técnico, colaboração entre colegas de trabalho, desenvolvimento de lideranças, redução de custos com treinamento e desenvolvimento e, como produto desse processo, o aumento da produtividade, levando a empresa para um novo patamar dentro do mercado de atuação. Referências FISCHER, A. L.; DUTRA, J. S.; COSTA, J. S.; AMORIM, W. A. C. (Org.). Gestão de Pessoas: Desafios Estratégicos das Organizações Contemporâneas. São Paulo: Atlas, 2009. GOLDSMITH, M. Coaching: o exercício da liderança. Rio de Janeiro: Campus, 2003. GRAMIGNA, M. R. Modelo de competências e gestão dos talentos. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2007.
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