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Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
CÓDIGO: 1128 
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Educação Especial: Hiperatividade e déficit 
de atenção com foco na mediação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caderno Pedagógico 
Equipe do Ceduc@f 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
CÓDIGO: 1128 
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PROGRAMA DO CURSO 
 
Ementa 
Hiperatividade: o que e? A hiperatividade infantil; Déficit de atenção; Principais 
sintomas da hiperatividade; Tratamento medicamentoso; A mediação como forma de 
estimular o aprendizado do aluno com hiperatividade e déficit de atenção; Relações-
professor-escola-mediação-família. 
 
Objetivos do curso 
O objetivo geral do curso e discutir a diversidade e suas particularidades nas 
diferentes necessidades dos alunos com hiperatividade e déficit de atenção, 
considerando aspectos sociais, emocionais e relacionais que de alguma forma 
interfere na aprendizagem. 
 
Objetivos específicos 
 Reconhecer a hiperatividade na criança, para possível tratamento; 
 Verificar principais sintomas da hiperatividade e a importância do tratamento 
medicamentoso; 
 Entender que a mediação entre professor e aluno, melhora muito o 
desenvolvimento deste, na aprendizagem e no autocontrole; 
 Saber que não é somente o professor que deverá atuar, mas a família e toda a 
escola no caso de alunos com hiperatividade ou déficit de atenção que 
necessitam de apoio. 
 
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ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO 
 
TOTAL: 250horas/aula de estudo de livre extensão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso Unidades Curriculares CH 
 
Educação Especial: 
Hiperatividade e 
déficit de atenção com 
foco na mediação 
 
 
A hiperatividade: características, sintomas 25 
Transtornos que podem ser confundidos com a 
hiperatividade 
25 
A hiperatividade infantil 50 
Transtorno de déficit de Atenção e 
hiperatividade 
50 
Principais sintomas do TDAH 25 
Tratamento com remédios 25 
A mediação entre professor e aluno com 
hiperatividade e déficit de atenção 
50 
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APRESENTAÇÃO 
 “...Ou isto ou 
aquilo. 
Não sei se brinco, não sei se estudo, 
se saio correndo ou fico tranquila..." 
 
"Cecília Meireles" 
 
Este curso contém um conjunto de textos que compõem o tema Educação Especial: 
Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação. 
Quando se fala em hiperatividade com déficit de atenção, é algo complexo. Mesmo 
estudando sobre o assunto e até entendendo dele, ainda assim, é necessária muita cautela 
ao conduzir este trabalho. 
Tudo o que conhecemos não nos assusta! É necessário analisar a diversidade pela 
subjetividade de cada sujeito, incluindo o educador, considerando detalhadas sobre as 
necessidades especiais e suas particularidades diante da situação de aprendizagem, para 
dar maiores subsídios para o professor, no dia a dia em sala de aula, diante do aluno 
incluso. Para se diagnosticar um caso de hiperatividade com déficit de atenção é 
necessário que o indivíduo em questão apresente pelo menos seis dos sintomas de 
desatenção e; ou seis sintomas de hiperatividade; além disso os sintomas devem 
manifestar-se em pelo menos dois ambientes diferentes e por um período superior a seis 
meses. A família é a primeira instituição a reconhecer esses sintomas e depois vem a 
escola que em seu papel, busca amenizar os percalços da aprendizagem. 
 
 
https://sites.google.com/site/seaeeducacaoespecial/system/errors/NodeNotFound?suri=wuid:gx:b8205f13ba4cf9d
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SUMÁRIO 
 
Introdução...................................................................................................................................................................6 
Considerações acerca da hiperatividade.....................................................................................................................8 
Características da hiperatividade....................................................................................................................8 
Hiperatividade: Tema de preocupação entre os educadores.....................................................................................12 
Percentagem da hiperatividade infantil entre sexos..................................................................................................14 
Hiperatividade: sintomas, marginalização e escola..................................................................................................16 
Outros transtornos podem ser confundidos com hiperatividade...............................................................................19 
Hiperatividade na fase infantil..................................................................................................................................20 
A hiperatividade infantil numa condição física.......................................................................................................20 
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade....................................................................................................22 
Dificuldade de concentração e impulsividade..........................................................................................................22 
Principais sintomas do TDAH..................................................................................................................................27 
A importância do tratamento medicamentoso..........................................................................................................30 
Olhar a diversidade, olhar o todo..............................................................................................................................32 
O professor e o diferente...........................................................................................................................................34 
O papel da mediação escolar.....................................................................................................................................35 
Limites e cuidados da mediação escolar...................................................................................................................37 
Relação professor-mediação-escola..........................................................................................................................38 
Relação família-escola..............................................................................................................................................39 
Relação escola-outras famílias..................................................................................................................................40 
Considerações Finais................................................................................................................................................41 
Bibliografia...............................................................................................................................................................44 
Trabalho de conclusão do curso...............................................................................................................................46 
 
 
INTRODUÇÃO 
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O principal sintoma da hiperatividade acontece no momento em que uma 
criança ou um adulto não consegue aproveitar todo o seu potencial. 
As crianças e os adultos hiperativos são, na maior parte das vezes, pessoas 
com inteligência acima da média,carismáticos, cheios de energia, divertidos, 
“fáceis de gostar”, criativos, etc. 
Mas, infelizmente não conseguem gerir todas estas características para 
benefício próprio e das pessoas que os rodeiam. Normalmente a desatenção, a 
hiperatividade e impulsividade são os sintomas da hiperatividade mais 
observados e considerados. Mas existem muitos outros e muitas vezes 
parecem não estar relacionados. A inquietude permanente, a busca constante, 
esta confusa forma de estar, são as características essenciais de uma pessoa 
hiperativa. São estas características que mais preocupam os pais e professores 
dos nossos dias, pois conduzem a déficit de atenção/concentração 
incompatíveis com as exigências de uma aprendizagem que se quer é 
orientada pelas normas da coerência e da disciplina. 
Os transtornos comportamentais que advém deste impaciente modo de vida 
contribuem para alterar, de forma significativa, o relacionamento com os 
outros, conduzindo-os, frequentemente, a situações de isolamento escolar e 
social. 
 
 
 
 
 
Perante este quadro, onde os requisitos fundamentais para o desenvolvimento 
cognitivo estão comprometidos, o insucesso escolar torna-se uma realidade, 
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os níveis de autoestima diminuem, originando com frequência graves 
problemas de índole psicológico. 
 
O professor busca trabalhar a mediação, para 
tranquilizar o aluno que apresenta a hiperatividade e o déficit de atenção 
quando está no processo de ensino aprendizagem, no meio social no convívio 
com os outros. Mas o professor embora faça o melhor, é de suma importância 
a participação da família e de outros profissionais. 
É das supostas causas e das inevitáveis consequências desta patologia, que 
atinge três a cinco por cento dos alunos hiperativos, de forma a atingir a 
tranquilidade que ele e, principalmente, aqueles que o rodeiam, tanto 
ambicionam. 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES ACERCA DA HIPERATIVIDADE 
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 Atualmente não existe um consenso na descrição da hiperatividade, no 
sentido em que esta se manifesta através de uma conduta caótica, inquieta, 
não centrada em objetivos ou finalidades e com falta de persistência, 
parecendo até uma falta de limite. 
 “(…) a criança hiperativa manifesta padrões de conduta que poderíamos 
qualificar de excessos comportamentais: mexer-se continuadamente; sair do 
seu lugar, pegar em coisas, baloiçar-se, deitar-se ao chão, implicar com os 
colegas…” Vasquez in Bautista, (1997, p.159). 
 
 Características da Hiperatividade 
 
Apesar destas serem características da criança hiperativa, nem todas elas as 
manifestam na totalidade. 
 Falta de atenção – Quando a criança em casa ou na escola, é incapaz de 
seguir as indicações e diretrizes, que lhe são dadas e de se concentrar na 
realização das tarefas, que se desenrolam por um certo período de tempo. 
 
Dificuldades de aprendizagem perceptivo-cognitivas – A maioria das 
crianças hiperativas apresenta dificuldades na aprendizagem. 
 
 
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Assim, estas crianças têm problemas em apanhar a informação sensorial, 
organizá-la, processá-la cognitivamente e expressá-la de seguida. 
 
Problemas de comportamento – As crianças revelam-se por vezes agressivas 
e violentas com os colegas, assim como, com os adultos. Não é só uma 
agressividade verbal, é também física. 
 
Falta de maturidade – Por vezes, a criança apresenta uma certa imaturidade 
nas suas atitudes. 
 
Impulsividade – Quando realiza alguma atividade nova, a criança começa 
entusiasmada, mas efetua-a de maneira desorganizada, desestruturada e quase 
nunca a conclui. 
 
Desobediência – A criança faz o contrário do que se lhe pede ou, 
simplesmente, não faz. 
 
Labilidade emocional – A criança está sujeita a repentinas alterações de 
humor. Irrita-se com bastante facilidade, quando os seus desejos não são 
satisfeitos prontamente. 
 
Atividade motora excessiva – A mobilidade excessiva contrasta com a rigidez 
e com a falta de flexibilidade dos seus movimentos. Características que 
influenciam os acidentes frequentes e as quedas que estas crianças dão. 
 
 
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Também quanto às características associadas à hiperatividade não existe um 
consenso. Alguns autores referem-se como características principais inerentes 
à hiperatividade: a falta de atenção, as dificuldades de aprendizagem 
perceptivo-cognitivas, os problemas de comportamento e a falta de 
maturidade (Safer & Allen, 1979 citados por Vasquez in Bautista 1997:160). 
Outros como Lorente & Encío, (2000) referem para além destas, as seguintes 
características: a impulsividade, desobediência, labilidade emocional. 
Um fato que merece ser mencionado é que em algumas pessoas com 
TDAH poderá predominar a impulsividade ou a desatenção, são 
subtipos, a saber: 
 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo 
Combinado. Este subtipo deve ser usado se seis (ou mais) 
sintomas de desatenção e seis (ou mais) sintomas de 
hiperatividade-impulsividade persistem há pelo menos 6 meses. A 
maioria das crianças e adolescentes com o transtorno tem o Tipo 
Combinado. Não se sabe se o mesmo vale para adultos com o 
transtorno. 
 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo 
Predominantemente Desatento. Este subtipo deve ser usado 
se seis (ou mais) sintomas de desatenção (mas menos de seis 
sintomas de hiperatividade-impulsividade) persistem há pelo 
menos seis meses. 
 
 
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 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, Tipo 
Predominantemente Hiperativo-Impulsivo. Este subtipo 
deve ser usado se seis (ou mais) sintomas de hiperatividade-
impulsividade (porém, menos de seis sintomas de desatenção) 
persistem há pelo menos 6 meses. A desatenção pode, com 
frequência, ser uma característica clínica importante nesses casos. 
(DSM – IV, 2002, p. 114) 
É importante lembrar que algumas pessoas com TDAH apresentam 
comorbidades, que é a coexistência de transtornos, ou seja, é a 
ocorrência simultânea de 2 (dois) ou mais problemas de saúde na 
mesma pessoa. 
Os estudos epidemiológicos realizados em crianças portadoras do 
TDAH documentam uma incidência elevada de distúrbios psiquiátricos 
comórbidos (Rohde et al., 1999) incluindo Transtornos Disruptivos de 
Comportamento (Transtorno Opositivo Desafiador, Transtorno de 
Conduta, Transtorno de Personalidade Anti-Social): 30 a 50% 
(Biedemann, 1991); Transtorno de Aprendizagem Escolar: 20 a 80%; 
Transtorno de Ansiedade: 8 a 30% (bindemann, 1991); Transtorno do 
Humor: 15% e 75% (Bindemann, 2005), e Transtorno de Tics: 3,5 a 
17% (Souza, 2003). (CORNACHINI, s.d.). 
 
 
 
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O comprometimento não é só social, existe o comprometimento no 
aprendizado, chegam na adolescência muitas vezes, sem saber ler, mal 
saberão escrever, e foram passadas de ano não por conhecimento, mas por 
influência dos pais, ou por leis absurdas do governo. 
A preocupação é grande, pois a criança não consegue um adequado 
desenvolvimento no aprendizado, além dos transtornos comportamentais que 
apresenta na sala de aulas. 
A escola é local onde a alteração do comportamento se apresenta de modo 
mais visível. Mesmo que a criança seja hiperativa em casa a acomodação dos 
familiares a esse comportamento não permite, por vezes, uma boa percepção. 
O percentual de crianças com hiperatividade é grande. Chega à faixa dos 10% 
no pré-escolar e 4,5% no escolar. Temos dois tipos de crianças com 
hiperatividade,os que têm problemas escolares, pela dispersão, desatenção, 
falta de concentração e em consequência do seu comportamento não 
conseguem atingir os objetivos no aprendizado; temos os hiperativos com um 
desempenho escolar muito bom, conseguem fazer as tarefas muito 
rapidamente, mas não ficam quietos, atrapalham a dinâmica da classe passam 
a ser também mal quistos pelos colegas e até rejeitados pelo grupo porque 
acabam incomodando aqueles que querem aprender e não conseguem por 
estarem sendo incomodados. 
A mais provável causa orgânica da hiperatividade é uma disfunção do sistema 
nervoso, e essa disfunção leva a esse tipo de comportamento. 
 
 
HIPERATIVIDADE: TEMA DE PREOCUPAÇÃO ENTRE OS EDUCADORES 
 
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Quando usa-se medicamentos para tratar, altera-se essa desorganização 
bioquímica, e com isso consegue-se um comportamento adequado, 
diminuímos a hiperatividade, melhorado todo o contexto que está em torno, 
que é a dispersão, desatenção, falta de concentração e com isso atingimos um 
desempenho escolar adequado. O medicamento pode melhorar rapidamente 
essa parte comportamental, e o tratamento psicológico é algo necessário e até 
obrigatório em muitos casos. 
A hiperatividade pode ser de ordem psicológica, as vezes fica difícil saber 
quem veio primeiro, temos crianças que são hiperativas desde pequenas já no 
primeiro ano de idade, acordam muitas vezes durante a noite, ou não dormem, 
são crianças com muitas cólicas, que choram o tempo todo, são aquelas 
crianças eternamente insatisfeitas. 
Por outro lado, temos crianças que por uma desestruturação familiar podem 
apresentar um comportamento hiperativo, tanto que o tratamento nesses casos 
é sempre paralelo, o medicamento não substitui o tratamento psicológico 
porque a criança hiperativa já tem alguns problemas em outros setores, escola, 
família, social, etc. que devem ser abordados. O medicamento corrige o 
comportamento, mas a reestruturação individual necessita de outra 
abordagem.O medicamento age de modo agudo na hiperatividade e o 
tratamento psicológico necessita de longo prazo, o resultado será tardio, e 
nesse período o indivíduo continua inadaptado, continua a ser rejeitado, 
continua apresentando os mesmos problemas do início. 
Quando uma criança ou um adulto recebe o tratamento medicamentoso 
observa-se uma melhora no comportamento hiperativo, uma vez que o 
medicamento modula o comportamento, e a partir daí, tem-se a certeza de que 
 
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atingiu-se a cura ou uma boa parte dela, o medicamento é retirado 
progressivamente até parar e com isso a criança mantém o comportamento 
esperado. Esse é um dos pontos que considera-se muito importante na 
evolução, é saber que o modelo bioquímico cerebral é muito importante no 
esquema terapêutico desses casos, por ser a hiperatividade considerada uma 
“doença”. 
 
Percentagem da hiperatividade infantil entre os sexos 
Em relação à percentagem entre os sexos, também parece não existir um 
consenso. Alguns estudos apontam para 80% do sexo masculino e 20%, 
outros apontam para que seja uma percentagem igual. Segundo estudos 
poderá acontecer 60% sexo masculino e 40% sexo feminino por duas razões: 
A vertente da impulsividade, que representa um comportamento com maior 
expressão exterior à criança, está mais presente/é mais visível nos rapazes daí 
a percepção de haver mais hiperativos do sexo masculino. 
As crianças do sexo feminino são condicionadas pela família e sociedade para 
terem um comportamento mais discreto e serem mais recatadas, logo 
disfarçando os sintomas da hiperatividade 
Mas a maioria das crianças têm outro tipo de desordem em simultâneo a que 
se dá o nome de coexistências. 
 
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As desordens que normalmente 
coexistem com a hiperatividade infantil são: 
 Comportamento perturbador, desestabilizador e/ou desafiante; 
 Doença Bipolar; 
 Depressão; 
 Ansiedade; 
 Dependência de Álcool ou Drogas; 
 Dificuldades de Aprendizagem; 
 Síndrome de Tourette; 
 
Geneticamente a hiperatividade é determinada porque encontramos uma 
predominância no sexo masculino, encontramos antecedentes familiares, pais, 
avós, que tinham um quadro semelhante. Estudos estão em desenvolvimento 
no sentido de se determinar qual o gen. responsável e já existem algumas 
descrições a respeito. 
Não tem uma diferença fundamental na apresentação clínica, mas através dos 
testes psicológicos é que faremos uma avaliação da parte emocional, e assim 
detectar as alterações relacionadas ao quadro. 
A avaliação psicológica é pertinente, é necessária, porque temos que fazer 
uma abordagem bi-lateral. 
 
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Se formos imaginar que a criança já vem desde a época de berço apresentando 
a hiperatividade, não será a questão emocional a mais evidente. Por outro 
lado existem correntes que consideram o stress da gravidez como um ponto de 
desenvolvimento da hiperatividade e com isso a criança já nasceria com essas 
características e o tempo se encarregaria de desenvolver o quadro de modo 
mais exuberante. 
O medicamento que sem dúvida nenhuma é o ponto do tratamento agudo e 
com o medicamento obteremos melhoria no máximo em uma semana, dez 
dias, já nota-se uma melhoria importante no comportamento, ao passo que o 
tratamento psicológico, como é um tratamento mais lento de sedimentação, 
necessita um tempo longo. 
Há pessoas que pensam que porque estão tomando o medicamento não 
precisam do psicólogo, ou se estão em tratamento psicológico não precisam 
do remédio, o que é uma bobagem, muitos profissionais pensam isso, e estão 
errados, pois são pontos que devem ser trabalhados conjuntamente. 
 
Hiperatividade: sintomas, marginalização e escola 
Quais são os sintomas que o hiperativo apresenta? 
* crianças que não param, na refeição a criança não fica sentada à mesa, se 
levantam o tempo todo e na grande maioria das vezes para que se alimente, 
tem que se correr com o prato de comida atrás desta criança; 
* crianças que não conseguem assistir um programa de TV, ficam o tempo 
todo se mexendo, plantando bananeira, não conseguem se concentrar mexem 
em coisas; 
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* crianças que não conseguem ficar brincando com determinado brinquedo 
durante um período, trocando de brinquedo e brincadeira o tempo todo, nada 
satisfaz. 
* crianças que não dormem, que ficam todo tempo chorando, ficam 
insatisfeitas sempre; 
* crianças que se expõe com muita facilidade a situações de perigo, não 
percebem essa faceta e temos que ficar vigiando sempre. 
* crianças que na escola, se destacam em seu comportamento. 
* crianças que não param na sala de aula, não param sentadas na carteira, não 
ficam quietas, mesmo ouvindo a professora contando uma história. 
* crianças que não conseguem se manter em um grupo ficam girando em 
torno de grupo para ver o que um está fazendo ou outro está fazendo, mexe 
com os outros, fala o tempo todo, interrompe as conversas, às vezes até por 
motivos não inerentes aquela conversa, muitas vezes essas crianças interferem 
nas conversas e são muitas vezes reprimidas, fazem perguntas o tempo todo e 
não esperam a resposta. 
 
Esta criança normalmente fica marginalizada? 
Então aí começa todo o conflito, eles não tem "desconfiômetro", acham que 
não estão fazendo nada de especial, nada de anormal, muitas vezes são 
castigadas e não entendem porque estão sendo punidas, o comportamento não 
lhes diz nada, mas a punição existe, assim sendo, essa marginalização dos 
colegas, dos professores, da família acabaacontecendo mais hora menos hora, 
e deixa uma cicatriz muito forte. Temos que trabalhar muito no sentido de 
melhorar a autoestima desta criança. 
 
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Como a escola pode ajudar na hiperatividade? 
A escola ajuda quando detecta, chama os pais, encaminha para avaliações 
especializadas. 
As escolas sempre encaminham as crianças para uma avaliação psicológica, 
porém, muitas vezes fica por isso mesmo. Essas crianças não são tratadas com 
medicamentos, uma gama enorme de crianças que chegam a fazer a avaliação 
sendo tratadas a dois, três anos sem resolver nada.Muitas das ocasiões nem 
foram os profissionais que as encaminharam para o tratamento, foram os pais 
que acabaram por conta própria levar seus filhos ou por uma série de 
informações que passaram a conhecer diante das situações diárias. 
Muitas vezes vão para o pediatra e este muito pouco conhece sobre a 
hiperatividade e acaba encaminhando mal, uma das tendências é dizer que 
isso passa com o tempo, é fase, só que essa fase dura entre os nove e quinze 
anos, o que compromete toda a vida do indivíduo. 
O comprometimento não é só social, existe o comprometimento no 
aprendizado, chegam na adolescência muitas vezes, sem saber ler, mal 
saberão escrever, e foram passadas de ano não por conhecimento, mas por 
influência dos pais, ou por leis absurdas do governo. 
Muitos adolescentes pedem ajuda aos pais, por se conscientizar que não 
conseguem se concentrar, não conseguem estudar, não conseguem memorizar. 
Com o diagnóstico precoce se obtém um êxito melhor no tratamento e é muito 
mais econômico, pois o tempo de tratamento é mais curto; quanto mais 
crônico é um problema, maior a dificuldade para a sua resolução. 
Existe um desconhecimento grande, apesar de não ser um assunto novo, há 35 
anos, 40 anos já existia o diagnóstico que antes era usado à sigla DCM 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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(Disfunção Cerebral Mínima) e que depois com o tempo acabou sendo 
desdobrada: Distúrbio da Atenção, Síndrome do Déficit de Atenção com ou 
sem hiperatividade, mudou a sigla, mas o quadro é exatamente o mesmo. 
Se trabalharmos com educação, temos que conhecer todos os caminhos da 
educação, se você trabalha com neurologia infantil tem que conhecer todos os 
meandros da neurologia infantil, mesmo que não seja especialista numa 
determinada área, tem que conhecer e saber que existe. 
Um pediatra se é generalista, tem que conhecer a hiperatividade, mesmo que 
não a trate, tem por obrigação diagnosticar e encaminhar corretamente, essa é 
uma falha que existe e é frequente. Professor mal formado já se sabe que o 
Estado tem, mas o que mais surpreende é ver nas escolas particulares 
regiamente pagas, pessoas que não conhecem, não sabem observar um 
comportamento anormal, confundindo-o muitas vezes com má educação ou os 
considera "bagunceiros" ou até deficiente intelectual. 
 
Outros transtornos podem ser confundidos com hiperatividade 
Deve-se ficar alerta pois existem muitas doenças que se acompanham do 
quadro hiperativo. Crianças com Síndrome de Down, em sua maioria, são 
hiperativas, e ela deverá ser tratada da sua hiperatividade para ajuda-la em seu 
aprendizado, crianças com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), muitos 
são hiperativos, isso atrapalha no rendimento global; tem os autistas 
hiperativos e temos que tratar, alguns com dislexia apresentam hiperatividade; 
crianças com distúrbio de aprendizagem também podem ser hiperativas. 
 
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A HIPERATIVIDADE NA FASE INFANTIL 
Educar ou viver com uma criança hiperativa é um desafio enorme e os 
familiares, amigos e colegas de pessoas com hiperatividade deveriam de 
receber o devido mérito. 
A hiperatividade Infantil também não é uma condição psicológica que se uma 
criança realmente quisesse era pontual e organizada ou que passa com a ajuda 
dum psicólogo. Pedir a uma criança hiperativa para se concentrar e organizar 
é a mesma coisa que pedir a uma pessoa com miopia para se esforçar mais e 
tentar ler sem óculos ou pedir a um coxo para correr mais depressa. É 
impossível e está fora do controle da criança com hiperatividade. 
 
A hiperatividade infantil numa condição física 
A hiperatividade infantil é uma condição física que 
se caracteriza pelo sub-desenvolvimento e mau funcionamento de certas 
partes do cérebro, nomeadamente: 
 Lobos Frontais 
 Corpo Caloso 
 Gânglios da Base ou Núcleos da Base 
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 Cerebelo 
 Sistema Dopaminérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce da 
Dopamina 
 Sistema Noradrenérgico – Falta de e/ou Recaptação Precoce da 
Noradrenalina 
Mas também pela menor e menos eficaz atividade elétrica, menor circulação 
sanguínea no cérebro e má gestão da glucose que é o principal combustível do 
cérebro. 
Tudo isto leva a que haja uma má comunicação entre neurônios, má 
comunicação e falta de sincronização entre as várias partes do cérebro. 
 
 
A hiperatividade infantil é uma condição que apresenta três sintomas: 
 Desatenção ou Distração 
 Hiperatividade 
 Impulsividade 
E tem três subtipos: 
 Predominantemente Desatento 
 Predominantemente Hiperativo 
 Combinado Desatento + Hiperativo – O mais comum 
A hiperatividade Infantil é atualmente a “desordem mental” mais 
diagnosticada em crianças, estimando-se que 5 a 10% de todas as crianças 
sejam hiperativas. 
As estatísticas indicam que cerca de 40% das crianças diagnosticadas deixam 
de ter sintomas durante a adolescência ou seja o cérebro, com a ajuda de 
fatores ambientais, “encontra o caminho” para o normal desenvolvimento. 
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O que significa que os outros 60% vão continuar a ter os sintomas da 
hiperatividade durante a vida adulta. 
A maior parte dos adultos hiperativos não sabem que a têm porque sempre se 
pensou que a Hiperatividade desaparecia durante a adolescência 
Em muitos casos não é muito evidente porque a pessoa desenvolveu 
estratégias para lidar e minimizar as consequências dos sintomas. 
 
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE 
 
A hiperatividade e déficit de atenção é um problema mais comumente visto 
em crianças e se baseia nos sintomas de desatenção (pessoa muito distraída) e 
hiperatividade (pessoa muito ativa, por vezes agitada, bem além do comum). 
Tais aspectos são normalmente encontrados em pessoas sem o problema, mas 
para haver o diagnóstico desse transtorno a falta de atenção e a hiperatividade 
devem interferir significativamente na vida e no desenvolvimento normais da 
criança ou do adulto. 
• Dificuldades de concentração e impulsividade: uma criança com déficit de 
atenção importante pode precisar de um profissional que possa mediar sua 
atenção e ensiná-lo a se autorregular no tempo, com seus materiais, 
facilitando assim a organização da criança, o planejamento de atividades e a 
antecipação das possíveis reações, como controle da impulsividade, 
eventualmente. 
 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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O Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM – IV (2002, 
p. 112) considera: 
 A característica essencial do Transtorno de déficit de Atenção/ Hiperatividade 
consiste num padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, 
mais frequente e grave do que aquele tipicamente observado nos indivíduos em 
nível equivalente de desenvolvimento [...] Alguns sintomas hiperativo-impulsivos 
que causam comprometimento devem ter estado presentes antes dos sete anos, mas 
muito indivíduos são diagnosticados depois, apósa presença dos sintomas por 
alguns anos [...]. 
 
Também no mesmo Manual é explicitado que, para estabelecer o diagnóstico, 
é necessário que a criança apresente sinais de desatenção e hiperatividade 
(seis ou mais), em um período de tempo não menor que seis meses. 
Estes sinais envolvem algumas dificuldades: 
DESATENÇÃO: 
- prestar e/ou manter atenção; 
- demonstrar que está escutando quando lhe dirigem a palavra; 
- organizar tarefas; 
- seguir instruções; 
- terminar tarefas ou atividades; 
- lembrar-se dos compromissos diários; 
- envolver-se em atividades que exijam esforço mental; 
- zelar pelos seus objetos. 
 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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24 
 
 
HIPERATIVIDADE: 
- manter-se quieto quando o ambiente “solicita”; 
- brincar ou envolver-se silenciosamente em atividade de lazer; 
- escutar e esperar a vez para falar ou responder; 
- em situações de jogos, brincadeiras, não conseguem aguardar a sua vez; 
- falar com moderação; 
- manter-se sentado sem agitar as mãos, pés ou pernas; 
- não envolver-se em assuntos alheios. 
Os sintomas devem estar presentes em pelo menos dois espaços, casa-escola e 
escola-trabalho, devem ser constantes e apresentar situações conflitantes nas 
relações sociais, acadêmicas ou de trabalho. 
Góes (1999, p. 67) diz que a atenção pode ser definida como a capacidade de 
o indivíduo filtrar os estímulos de uma situação e manter-se focalizado neles 
por certo tempo, mesmo na presença de estímulos secundários. Sendo a 
atenção uma atividade cerebral, portanto, complexa, há de se considerar três 
aspectos funcionais: a seletividade, a persistência e a inibição. A seletividade 
é a habilidade do indivíduo em manter-se focalizado em um estímulo central, 
quando outros fatores de distração estão presentes. A persistência é o tempo 
em que o indivíduo consegue manter-se focado e envolvido na tarefa (embora 
não haja um tempo padrão), crianças com TDAH apresentam mais fadiga 
mental, já a falta de inibição é entendida como impulsividade, ou seja, é a 
rapidez no tempo entre o evento e a resposta que a pessoa dá. As respostas são 
impulsivas e geralmente equivocadas. 
 
 
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CÓDIGO: 1128 
25 
 
 
Ainda, segundo o DSM – IV: 
Os hábitos de trabalho frequentemente são desorganizados e os 
materiais necessários para a realização da tarefa com frequência 
são espalhados, perdidos ou manuseados com desleixo e 
danificados. [...] Os indivíduos com este transtorno são facilmente 
distraídos por estímulos irrelevantes e habitualmente interrompem 
tarefas em andamento para dar atenção a ruídos ou eventos triviais 
que em geral são facilmente ignorados por outros (p. ex. a buzina de 
um automóvel, uma conversa ao fundo) [...] Eles frequentemente se 
esquecem de coisas nas atividades diárias (p. ex. faltar a 
compromissos marcados, esquecer de levar o lanche para o trabalho 
ou a escola). (p.112). 
 
Na mesma obra: 
A hiperatividade pode variar de acordo com a idade e o nível de 
desenvolvimento do indivíduo, devendo o diagnóstico ser feito com 
cautela em crianças pequenas. Os bebês e pré-escolares com este 
transtorno diferem de crianças ativas, por estarem constantemente 
irrequietos e envolvidos com tudo à sua volta; eles andam para lá e 
para cá, movem-se “mais rápido do que a sombra”, sobem ou 
escalam móveis, correm pela casa e têm dificuldades em participar 
de atividades sedentárias em grupo durante a pré-escola (p. ex. para 
escutar uma estória). 
Estima-se que cerca de 3 a 6% das crianças na idade escolar (mais ou menos 
de 6 a 12 anos de idade) apresentem hiperatividade e/ou déficit de atenção. O 
diagnóstico antes dos quatro ou cinco anos raramente é feito, pois o 
comportamento das crianças nessa idade é muito variável, e a atenção não é 
tão exigida quanto de crianças maiores. Mesmo assim, algumas crianças 
desenvolvem o transtorno numa idade bem precoce. Aproximadamente 60% 
dos pacientes que apresentaram TDAH na infância permanecem com 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
CÓDIGO: 1128 
26 
 
 
sintomas na idade adulta, embora que em menor grau de intensidade. Na 
infância, o transtorno é mais comum em meninos e predominam os sintomas 
de hiperatividade. Com o passar dos anos, os sintomas de hiperatividade 
tendem a diminuir, permanecendo mais frequentemente a desatenção, e 
diminuindo a proporção homem x mulher, que passa a ser de um para um. 
Geralmente o problema é mais notado quando a criança inicia atividades de 
aprendizado na escola, pelos professores das séries iniciais, quando o 
ajustamento à escola mostra-se comprometido. 
Durante o início da adolescência o quadro geralmente mantém-se o mesmo, 
com problemas predominantemente escolares, mas no final da adolescência e 
início da vida adulta o transtorno pode acompanhar-se de problemas de 
conduta (mau comportamento) e problemas de trabalho e de relacionamentos 
com outras pessoas. Porém, no final da adolescência e início da vida adulta 
ocorre melhora global dos sintomas, principalmente da hiperatividade, o que 
permite que muitos pacientes adultos não necessitem mais realizar tratamento 
medicamentoso para os sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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27 
 
 
Os estudos mais recentes apontam 
para a genética como principal causa relacionada ao transtorno. 
Aproximadamente 75% das chances de alguém desenvolver ou não o TDAH 
são herdadas dos pais. Além da genética, situações externas como o fumo 
durante a gestação também parecem estar relacionados com o transtorno. 
Fatores orgânicos como atrasado no amadurecimento de determinadas áreas 
cerebrais, e alterações em alguns de seus circuitos estão atualmente 
relacionados com o aparecimento dos sintomas. Supõe-se que todos esses 
fatores formem uma predisposição básica (orgânica) do indivíduo para 
desenvolver o problema, que pode vir a se manifestar quando a pessoa é 
submetida a um nível maior de exigência de concentração e desempenho. 
Além disso, a exposição a eventos psicológicos estressantes, como uma 
perturbação no equilíbrio familiar, ou outros fatores geradores de ansiedade, 
podem agir como desencadeadores ou mantenedores dos sintomas. 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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Podemos ter três grupos de crianças (e 
também adultos) com este problema. Um primeiro grupo apresenta 
predomínio de desatenção, outro tem predomínio de 
hiperatividade/impulsividade e o terceiro apresenta ambos, desatenção e 
hiperatividade. É muito importante termos em mente que um "certo grau" de 
desatenção e hiperatividade ocorre normalmente nas pessoas, e nem por isso 
elas têm o transtorno. Para dizer que a pessoa tem realmente esse problema, a 
desatenção e/ou a hiperatividade têm que ocorrer de tal forma a interferir no 
relacionamento social do indivíduo, na sua vida escolar ou no seu trabalho. 
Além disso, os sintomas têm que ocorrer necessariamente na escola (ou no 
trabalho, no caso de adultos) e também em casa. Por exemplo, uma criança 
que "apronta todas" em casa, mas na escola se comporta bem, muito 
provavelmente não tem hiperatividade. 
O que pode estar havendo é uma falta de limites (na educação) em casa. Na 
escola, responde à colocação de limites, comportando-se adequadamente em 
sala de aula. No adulto, para se ter esse diagnóstico, é preciso uma 
investigação que mostre que ele já apresentava os sintomas antes dos sete 
anos de idade. 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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Uma pessoa apresenta desatenção, a ponto 
de ser considerado como transtorno de déficit de atenção, quando tem a 
maioria dos seguintes sintomas ocorrendoa maior parte do tempo em suas 
atividades: 
 Frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por 
descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras; 
 Com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou 
atividades recreativas; 
 Com frequência não segue instruções e não termina seus deveres escolares, 
tarefas domésticas ou deveres profissionais, não chegando ao final das 
tarefas; 
 Frequentemente tem dificuldade na organização de suas tarefas e atividades; 
 Com frequência evita, antipatiza ou reluta em envolver-se em tarefas que 
exijam esforço mental constante (como tarefas escolares ou deveres de 
casa); 
 Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades; 
 São facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa principal que está 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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executando; 
 Com frequência apresenta esquecimento em atividades diárias; 
 
A Importância de tratamento medicamentoso 
São vários os motivos que mostram ser de grande importância médica fazer o 
diagnóstico e se tratar a criança (ou o adulto) com o transtorno de déficit de 
atenção e hiperatividade. Primeiro, é importante se fazer o tratamento desse 
transtorno para que a criança não cresça estigmatizada como o "bagunceiro da 
turma" ou como ou "vagabundo", ou como o "terror dos professores". 
Segundo, para que a criança não fique durante anos com o desenvolvimento 
prejudicado na escola e na sua vida social, atrasado em relação aos outros 
colegas numa sociedade cada vez mais competitiva. 
Terceiro, é importante fazer um tratamento do transtorno para se tentar 
minimizar consequências futuras do problema, como a propensão ao uso de 
drogas (o que é relativamente frequente em adolescentes e adultos com o 
problema), transtorno do humor (depressão, principalmente) e transtorno de 
conduta. 
 
Como se diagnostica? 
O diagnóstico deve ser feito por um profissional de saúde capacitado, 
geralmente neurologista, pediatra ou psiquiatra. O diagnóstico pode ser 
auxiliado por alguns testes psicológicos ou neuropsicológicos, principalmente 
em casos duvidosos, como em adultos, mas mesmo em crianças, para o 
acompanhamento adequado do tratamento. 
 
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Como se trata? 
O tratamento envolve o uso de medicação, geralmente algum psico-
estimulante específico para o sistema nervoso central, uso de alguns 
antidepressivos ou outras medicações. Deve haver um acompanhamento do 
progresso da terapia, através da família e da escola. Além do tratamento 
medicamentoso, uma psicoterapia deve ser mantida, na maioria dos casos, 
pela necessidade de atenção à criança (ou adulto) devido à mudança de 
comportamento que deve ocorrer com a melhora dos sintomas, por causa do 
aconselhamento que se deve fazer aos pais e para tratamento de qualquer 
problema específico do desenvolvimento que possa estar associado. 
Um aspecto fundamental desse tratamento é o acompanhamento da criança, 
de sua família e de seus professores, pois é preciso auxílio para que a criança 
possa reestruturar seu ambiente, reduzindo sua ansiedade. Uma exigência 
quase universal consiste em ajudar os pais a reconhecerem que a 
permissividade não é útil para a criança, mas que utilizando um modelo claro 
e previsível de recompensas e punições, baseado em terapias 
comportamentais, o desenvolvimento da criança pode ser melhor 
acompanhado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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“Olhar a diversidade, olhar o todo” 
Atualmente, a educação e os profissionais a ela ligados (educadores), 
pedagogos, psicólogos, etc) têm se beneficiado com a contribuição dessas 
teorias, sendo a psicanálise, a comportamental e a teoria sistêmica as mais 
conhecidas. Para o professor que busca a formação continuada, considera-se 
importante conhecer a contribuição das diferentes linhas teóricas para a 
educação, aprofundar seus conhecimentos, para que possa compreender as 
diferentes formas de intervenção e, assim, optar pela que mais lhe agrade. 
Uma abordagem teórica bastante difundida é o behaviorismo desenvolvido 
por Watson e seguido Skinner, entre outros, O termo “behavior” significa 
comportamento. Por isso, também é conhecida como teoria comportamental, 
análise experimental do comportamento, análise do comportamento. O 
behaviorismo dedica-se ao estudo do comportamento. O behaviorismo dedica-
se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, os estímulos deste 
e a resposta do sujeito. A análise experimental do comportamento pode nos 
ajudar em muitas situações, através da modificação do comportamento. 
Os conceitos comportamentais são amplamente utilizados por educadores. 
Muitos métodos de ensino e situações de aprendizagem são organizados, 
embasados por essa concepção. A educação especial utiliza-se amplamente 
desses conceitos. 
Outra abordagem é a psicanálise, criada por Freud, a psicanálise é uma teoria, 
um método de investigação e uma prática profissional. 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
CÓDIGO: 1128 
33 
 
Enquanto teoria constitui-se de um conjunto de conhecimentos sistematizados 
sobre a vida psíquica. Como método de investigação tem como característica 
principal a interpretação, buscando o significado oculto daquilo que é 
manifestado pelo sujeito por ações e palavras, pelo imaginário, sonhos. A 
prática profissional, hoje não se limita somente à análise (busca o 
autoconhecimento). A psicanálise é usada como base para a psicoterapia, 
aconselhamento, orientação, em trabalho de grupo, em instituições e também 
nas escolas. 
A terceira abordagem é o modelo sistêmico, entende que qualquer organismo 
é um sistema em interação. Essa interação é simultânea e mutuamente 
interdependente de outros componentes. Entende que o sujeito está inserido 
no “mundo das relações”, no qual, ao mesmo tempo em que influencia 
também sofre influências. 
Esse modelo propõe, que todas as redes sociais envolvidas numa situação são 
corresponsáveis tanto pelos recursos a serem utilizados, quanto pelos 
impasses que surgem ao longo do caminho. Trata-se de construir, junto com o 
sujeito, a família, a escola, os profissionais, uma experiência compartilhada, 
através da busca de alternativas de intervenção para essa realidade. 
Dentro dessa visão, as diversidades na aprendizagem têm diferentes origens, 
causas e manutenção, em razão da diversidade dos sujeitos e dos e dos 
contextos escolares. 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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O professor e o diferente 
O professor muitas vezes não pode muito, mas, pode muito. O professor 
muitas vezes sabe mais sobre seus alunos do que os pais, pedagogos, 
psicólogos. Ele tem mais conhecimento do que imagina. É capaz de organizar 
estratégias de ação e reformulá-las em segundos, diante de uma turma de 
alunos. Muitas vezes esquecemos que o professor é uma pessoa e não um 
super-herói, com uma história de vida, concepções próprias, sentimentos, 
preconceitos, medos, etc, oriundos de sua experiência anterior. 
De acordo com MARQUES (2001), a forma como o professor recebe alunos 
com dificuldades de aprendizagem ou hiperatividade depende das relações 
estabelecidas ao longo de sua vida pessoal, de sua formação profissional e de 
sua prática pedagógica, retratando o seu modo de ser e de agir, suas 
concepções. Contudo, mesmo quando suas práticas pedagógicas têm 
pressupostos de integração e de inclusão, elas vêm acompanhadas de 
concepções excludentes e segregacionistas. 
 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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O PAPEL DA MEDIAÇÃO ESCOLAR 
A mediaçãoé um processo de aprendizagem que favorece a interpretação do 
estímulo ambiental, chamando a atenção para os seus aspectos cruciais, 
atribuindo significado à informação recebida, possibilitando que a mesma 
aprendizagem de regras e princípios sejam aplicados às novas aprendizagens, 
tornando o estímulo ambiental relevante e significativo, favorecendo o 
desenvolvimento. 
A mediação pode levar a criança a detectar variações por meio da 
diferenciação de informações sensoriais, como visão, audição e outras; 
reconhecer que está enfrentando um obstáculo e identificar o problema. Pode 
também contribuir para que a criança tome mais iniciativa mediante diferentes 
contextos, sem deixar que este processo siga automaticamente e encorajar a 
criança a ser menos passiva no ambiente. Desenvolver a flexibilidade também 
é importante. A mediação pode ser atuante, criando pequenas mudanças e 
problemas para que a criança perceba, inicie, tolere mudanças e aprenda a 
lidar com estas situações. Por meio da mediação, a criança pode ser levada a 
permanecer por mais tempo em atividades sequenciais que exijam ações 
complexas e comunicação. Para isso o mediador pode: lançar experiências 
que solicitem várias etapas na resolução do problema (usando uma forma de 
comunicação); questionar quem quer resolver o problema; o que deve ser 
resolvido e oferecer recursos para que o problema seja resolvido. 
A oferta de recursos no auxílio à resolução do problema deve ser realizada de 
forma sutil, indicando, por exemplo, onde a resolução do problema pode ser 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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procurada e quais as ferramentas necessárias. A principal função da mediação 
é ser o intermediária entre a criança e as situações vivenciadas por ela, onde 
se depare com dificuldades de interpretação e ação. Logo, a mediação pode 
atuar como intermediário nas questões sociais e de comportamento, na 
comunicação e linguagem, nas atividades e/ou brincadeiras escolares, e nas 
atividades dirigidas e/ou pedagógicas na escola. 
A mediação também atua em diferentes ambientes escolares, tais como a sala 
de aula, as dependências da escola, pátio e nos passeios escolares que forem 
de objetivo social e pedagógico. Também pode acompanhar a criança ao 
banheiro, principalmente se estiver com objetivo de desfralde, auxiliando nos 
hábitos de higiene, promovendo independência e autonomia no decorrer da 
rotina. Isso poderá ser acordado junto à equipe escolar, se esta tiver auxiliar 
de turma, para que não aconteça conflito nas ações. Adaptar a estrutura física 
para organizar objetos no entorno, evitando grandes distrações ou exposição 
daqueles que representam manias é uma ação igualmente relevante. O 
trabalho do professor mediador ajuda com as atividades e trabalhos de 
adaptação individualizada, a fim de permitir que os professores ganhem 
tempo com as demais atividades do dia a dia. Podem ajudar e apoiar as 
crianças na aprendizagem e aplicação de material de classe. Também 
proporcionam aos alunos uma atenção individual, quando os alunos estão 
tendo dificuldades com o material proposto para o resto do grupo. 
Algumas adaptações curriculares podem ser feitas seguindo a proposta do 
professor da turma e das terapias de apoio. Para tanto, é necessário conversar 
com a equipe terapêutica para que as ações sejam coerentes e uniformes. 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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LIMITES E CUIDADOS DA MEDIAÇÃO ESCOLAR 
Como em todas as experiências novas, conflitos e falhas acontecem, e devem 
ser tomados como base para uma aprendizagem. Portanto, serão 
compartilhadas situações que podem ser geradoras de estresse se não 
devidamente gerenciadas: 
Individualização 
A singularidade é uma questão central na compreensão do desenvolvimento 
infantil. Esta premissa requer dos profissionais um trabalho individualizado. 
Cada criança tem diferentes necessidades educacionais, cada um deles tem 
pontos fortes e desafios diferentes, valores, interesses pessoais e 
personalidade única. Além disso, os sintomas encontrados se manifestam de 
forma diferente. Portanto, não é possível estabelecer uma receita única para 
trabalhar. O que funciona para um, talvez não seja tão útil para outra criança. 
Conhecer o aluno que será acompanhado pela mediação, discutir com a 
equipe pedagógica da escola e com a equipe de apoio terapêutico são pontos 
fundamentais para atender à necessidade específica e assim alcançar os 
objetivos estabelecidos pela equipe. 
Outro problema ético considerado grave nesta relação é a saída do 
profissional antes do fim do ano letivo. Mudanças constantes de mediadores 
escolares trazem prejuízos importantes para o desenvolvimento da criança que 
precisa de um vínculo estável nesta função, como também desorganiza o 
ambiente escolar. O professor que medias suas aulas não pode esquecer que 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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também há vínculos criados com os demais alunos da turma, que ele faz parte 
da rotina deles. Assumir o trabalho com alunos com déficit de atenção e 
hiperatividade é assumir um ano letivo de trabalho, já que o seu desligamento 
pode provocar uma recusa da escola em aceitar submeter toda a turma à 
adaptação de um novo adulto em sala de aula, o que comprometerá o 
desenvolvimento da criança, a relação da família com a escola e da família 
com os outros pais de alunos. 
Relação professor- mediação -escola 
O professor da classe é o responsável por organizar as ações de todos os seus 
alunos, inclusive do que precisa, ao menos momentaneamente, de um 
mediador escolar. Mediar a aprendizagem e atuar em parceria com a escola 
com objetivo de compartilhar conhecimento, e o mais indicado. Quanto mais 
os profissionais que assistem a criança estiverem preparados, maior será o 
desenvolvimento dela e, consequentemente, o êxito profissional daqueles que 
nela investem. Além disso, a atuação este professor mediador dos 
conhecimentos, também diz respeito a atividades que favoreçam a interação 
com a criança. Ter outro adulto na turma atuando com uma criança especifica, 
não exclui o professor da relação com seu aluno. 
O professor deve estar apto a orientar as crianças com estratégias que 
favoreçam o comportamento interativo. O professor mediador não pode 
esquecer que a turma, incluindo a criança que ele atua, tem um grande 
compromisso de não desequilibrar sua turma. É fundamental ter sensibilidade 
para que o professor não se sinta invadido, mas que ele entenda que o melhor 
deve ser feito e que devemos somar sempre. 
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Relação família-escola 
A inserção da mediação no ambiente escolar tem, dentre outros objetivos, 
facilitar a aprendizagem e a aquisição do conteúdo pedagógico. A família, 
principal interessada no pleno desenvolvimento da criança com hiperatividade 
e déficit de atenção, aspira pela apreensão de conhecimento por parte do aluno 
e pode, em alguns momentos, questionar determinados objetivos pedagógicos 
elencados pela equipe da instituição de ensino. Devemos ter cautela nessas 
situações, pois a equipe pedagógica da escola possui o conhecimento 
específico necessário para identificar quais serão os objetivos adequados a 
cada seriação. A parceria é necessária. Se são as famílias os que conhecem 
seus filhos no dia a dia, os especialistas na área estão na escola e devem ser 
respeitados em seu papel. Portanto, esta troca, envolvendo também a equipe 
terapêutica de apoio, é que vai favorecer a adaptação necessária ao 
desenvolvimento da criança. 
 
 
 
 
 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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Relação escola-outras famílias 
Um profissionalque atua com mediação na sala de aula para determinado 
aluno com o objetivo de realizar intervenções específicas pode ajudar no 
desenvolvimento infantil. O papel do professor mediador só é justificável na 
medida em que suas funções são compreendidas e tal esclarecimento deve ser 
feito a todos daquela classe ou escola. Ademais, inclusão é um movimento útil 
não somente para crianças com deficiência, mas para todo cidadão em 
formação, em busca de uma sociedade mais justa. Por meio dos filhos, os pais 
de outras crianças podem aprender a se despir de preconceitos, 
compreendendo que nem todos precisam do mesmo tipo de ajuda. 
 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A hiperatividade e o déficit de atenção é um "estudo de caso", o que significa 
dizer que cada caso é único. Não se pode perder de vista a singularidade do 
sujeito, seu momento, nem sua história construída na família e continuada na 
escola. Tanto os pais, quanto os profissionais (professores, equipe 
multidisciplinar) devem estar cientes que a heterogeneidade daqueles que são 
atendidos precisam ser considerados quando tratamos das expectativas de sua 
evolução. 
Os indivíduos devem ser comparados com eles mesmos, avaliando quais 
habilidades foram desenvolvidas num determinado espaço de tempo. Portanto, 
para favorecer a adaptação da criança ao ambiente escolar e do ambiente 
escolar à criança, é fundamental que todos os envolvidos no processo tenham 
conhecimento e sensibilidade para identificar o que é específico para cada 
aprendiz. 
O ajuste dos materiais, das propostas e do ambiente pode ser muitas vezes 
essencial para o bom andamento da escolarização formal. Prevenir situações 
estressantes ou intervir no momento certo pode ser determinante para o 
investimento que aquele aluno fará em suas aprendizagens e relações. Quando 
um aluno com dificuldades sociais é exposto a estímulos sem a devida 
intervenção, por exemplo, pode se tornar ansioso e tenso por causa da 
saturação de informações que podem lhe parecer sem função. Pode não 
conseguir se organizar para aprender, desestruturando a si próprio como 
também sua sala de aula, comprometendo o desenvolvimento da turma como 
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um todo. Do mesmo modo um aluno com dificuldades importantes na 
motricidade fina e escrita pode se recusar a realizar algumas tarefas e 
apresentar birra ou comportamentos não esperados diante de grande 
quantidade de cópia em tarefa de sala de aula. 
É relevante dizer, mais uma vez, que todos os envolvidos na inclusão (escola, 
família, professores, e equipe multidisciplinar) precisam trabalhar em 
consonância, a fim de suprir a necessidade educativa daquela criança, 
favorecendo a conquista dos objetivos traçados por toda equipe. 
Cabe a cada um de nós se inteirar do assunto e procurar ver qual o segmento 
mais adequado. Mesmo os indivíduos que não tem grandes desvios 
comportamentais, carregam durante muitos anos dificuldades na escolaridade, 
dificuldade no aprendizado, uma série de outros transtornos que irão carregar 
até a idade adulta. 
Uma pessoa pode apresentar o transtorno de hiperatividade quando a maioria 
dos seguintes sintomas torna-se uma ocorrência constante em sua vida: 
 Frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira; 
 Com frequência abandona sua cadeira em sala de aula ou em outras 
situações nas quais se espera que permaneça sentado; 
 Frequentemente corre ou escala em demasia, em situações nas quais isso é 
inapropriado (em adolescentes e adultos, isso pode não ocorrer, mas a 
pessoa deixa nos outros uma sensação de constante inquietação); 
 Com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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em atividades de lazer; 
 Está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo 
vapor"; 
 Frequentemente fala em demasia. 
Além dos sintomas anteriores referentes ao excesso de atividade em pessoas 
com hiperatividade, podem ocorrer outros sintomas relacionados ao que se 
chama impulsividade, a qual estaria relacionada aos seguintes aspectos: 
 Frequentemente dá respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido 
completadas; 
 Com frequência tem dificuldade para aguardar sua vez; 
 Frequentemente interrompe ou se mete em assuntos de outros (por exemplo, 
intrometendo-se em conversas ou brincadeiras de colegas). 
Para finalizar, outro fato que merece ser explicitado é que não existe 
teste, comprovado cientificamente, para diagnosticar o TDAH. É 
necessário coletar e analisar todas as informações: médicas, 
pedagógicas, comportamentais, observar a criança nos variados 
espações, perceber como e por que se comporta dessa ou daquela 
forma, e por quanto tempo perduram estes comportamentos. 
Lembrando, o TDAH pode ser melhor descrito como uma forma 
exacerbada daquilo que pode ser um comportamento apropriado 
para a idade. 
 
Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
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44 
 
 
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Educação Especial: Hiperatividade e déficit de atenção com foco na mediação 
CÓDIGO: 1128 
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IMPORTANTE! 
 
 
AVALIAÇÃO DO CURSO 1128 
Estimado (a) Cursista. 
Desenvolva as atividades correspondentes para certificação do curso. 
 
1 - Assinale a alternativa correta sobre a hiperatividade: 
A) O principal sintoma da hiperatividade acontece no momento em que uma criança ou 
um adulto não consegue aproveitar todo o seu potencial. As crianças e os adultos 
hiperativos são, na maior parte das vezes, pessoas com inteligência acima da média, 
carismáticos, cheios de energia, divertidos, “fáceis de gostar”, criativos, etc. 
B) O principal sintoma da hiperatividade acontece no momento em que uma criança ou 
um adulto consegue aproveitar todo o seu potencial. As crianças e os adultos hiperativos 
são, na maior parte das vezes, pessoas com inteligência acima da média, carismáticos, 
cheios de energia, divertidos, “fáceis de gostar”, criativos, etc. 
C) O principal sintoma da hiperatividade acontece no momento em que uma criança ou 
um adulto quase consegue aproveitar todo o seu potencial. As crianças e os adultos 
hiperativos são, na maior parte das vezes, pessoas com inteligência acima da média, 
carismáticos, cheios de energia, divertidos, “fáceis de gostar”, criativos, etc. 
D) O principal sintoma da hiperatividade acontece no momento em que uma criança ou 
um adulto pouco consegue aproveitar todo o seu potencial. As crianças e os adultos 
hiperativos são, na maior parte das vezes, pessoas com inteligência acima da média, 
carismáticos, cheios de energia, divertidos, “fáceis de gostar”, criativos, etc. 
 
 
2- As desordens que normalmente coexistem com a hiperatividade infantil são: 
A) ( ) Comportamento perturbador, desestabilizador e/ou desafiante; Doença Bipolar; 
Depressão; Ansiedade; Dependência de Álcool ou Drogas; Dificuldades de 
Aprendizagem; Síndrome de Tourette. 
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CÓDIGO: 1128 
47 
 
B) ( ) Comportamento sem dor, desestabilizador e/ou desafiante; Doença Bipolar; 
Dependência de Álcool ou Drogas; Dificuldades de Aprendizagem; Síndrome de 
Tourette. 
C) ( ) Comportamento perturbador, estabilizador e/ou desafiante; Doença Tripolar; 
Depressão; Ansiedade; Dependência de Álcool ou Drogas; Dificuldades de 
Aprendizagem; Síndrome de Tourette. 
D) ( ) Comportamento perturbador, desinibidor e/ou desafiante; Doença Bipolar; 
Depressão; Ansiedade; Dependência de Álcool ou Drogas; Síndrome de Tourette. 
 
3- A forma como o professor recebe alunos com dificuldades de aprendizagem ou 
hiperatividade depende das relações estabelecidas ao longo de sua vida pessoal, de sua 
formação profissional e de sua prática pedagógica, retratando o seu modo de ser e de 
agir, suas concepções. Contudo, mesmo quando suas práticas pedagógicas têm 
pressupostos de integração e de inclusão, elas vêm acompanhadas de concepções 
excludentes e segregacionistas. 
A) MARQUES (2001) 
B) SILVA (2003) 
C) SCHWARTZMAN (2001) 
D) VYGOTSKY. LS (1987) 
 
4 - “(…) a criança hiperativa manifesta padrões de conduta que poderíamos qualificar de 
excessos comportamentais: mexer-se continuadamente; sair do seu lugar, pegar em 
coisas, baloiçar-se, deitar-se ao chão, implicar com os colegas…”. 
A) VASQUEZ IN BAUTISTA, (1997, P.159) 
 
B) GÓES (1999, P. 67) 
C) COSTA, ANA; KANAREK (2000, P. 31 a 33) 
D) CUNHA (2004, 9:243-251) 
 
 
5- Os estudos mais recentes apontam para a genética como principal causa relacionada ao 
transtorno. Aproximadamente 75% das chances de alguém desenvolver ou não o 
..................são herdadas dos pais. Além da genética, situações externas como o fumo 
durante a gestação também parecem estar relacionadas com o transtorno. 
A) TDAH 
B) AUTISMO 
C) TOC 
D) TIC 
 
 
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6- São vários os motivos que mostram ser de grande importância médica fazer o 
diagnóstico e se tratar a criança (ou o adulto) com o transtorno de déficit de atenção e 
hiperatividade. Primeiro, é importante se fazer o tratamento desse transtorno para que a 
criança não cresça estigmatizada como o "bagunceiro da turma" ou como ou 
"vagabundo", ou como o "terror dos professores". 
 
A) A importância de tratamento fora da escola 
B) A importância de tratamento medicamentoso 
C) A importância de tratamento natural 
D) A importância de tratamento manipulado 
 
7- Uma abordagem teórica bastante difundida é o behaviorismo desenvolvido por Watson 
e seguido Skinner, entre outros, O termo “behavior” significa: 
 
A) Comportamento 
B) Diagnóstico 
C) Anamnese 
D) Síndrome 
 
8- De acordo com MARQUES (2001), 
 
A) A forma como o professor recebe alunos com dificuldades de aprendizagem ou 
hiperatividade depende das relações estabelecidas ao longo de sua carreira, de sua 
formação profissional e de sua prática pedagógica, retratando o seu modo de ser e de 
agir, suas concepções. 
B) A forma como o professor recebe alunos com dificuldades de aprendizagem ou 
hiperatividade depende das relações estabelecidas ao longo de sua história, de sua 
formação profissional e de sua prática pedagógica, retratando o seu modo de ser e de 
agir, suas concepções. 
C) A forma como o professor recebe alunos com dificuldades de aprendizagem ou 
hiperatividade depende das relações estabelecidas ao longo de sua vida pessoal, de sua 
formação profissional e de sua prática pedagógica, retratando o seu modo de ser e de 
agir, suas concepções. 
D) A forma como o professor recebe alunos com dificuldades de aprendizagem ou 
hiperatividade depende das relações estabelecidas ao longo de sua escolaridade, de 
sua formação profissional e de sua prática pedagógica, retratando o seu modo de ser e 
de agir, suas concepções. 
 
9- Entende-se que qualquer organismo é um sistema em interação. Essa interação é 
simultânea e mutuamente interdependente de outros componentes. Entende que o sujeito 
está inserido no “mundo das relações”, no qual, ao mesmo tempo em que influencia 
também sofre influências. 
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CÓDIGO: 1128 
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A) O modelo genérico 
B) O modelo médico 
C) O modelo sistêmico 
D) O modelo hiperativo 
 
10- Está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo vapor"... 
A) Transtorno de hiperatividade 
B) Transtorno obsessivo 
C) Transtorno compulsivo 
D) Transtorno bipolar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 AVALIAÇÃO DE CONCLUSÃO DO CURSO 1128 
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DATA: _____________________________________CARGA HORÁRIA: ____________________ 
CPF:______________________________________RG:____________________________________ 
 
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01 A B C D 
02 A B C D 
03 A B C D 
04 A B C D 
05 A B C D 
06 A B C D 
07 A B C D 
08 A B C D 
09 A B C D 
10 A B C D 
 
Assinatura do (a) Cursista 
 
 
 
 
 
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