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apg 29 – herpes, sifilis, clamídia, cancro mole e donovanose objetivos 1. Compreender a epidemiologia, etiologia, transmissão, fator de risco, manifestações clínicas, diagnóstico e complicações da Herpes, Sífilis, Clamídia, Cancro mole e Donovanose. herpes epidemiologia - Causa mais comum de ulcera genital nos EUA; - Os EUA, estimativas recentes sugeriram que a prevalência do herpes genital seja de 16,2%; - Mulheres tem maior risco de infecção que os homens. - No Brasil: HSV-1 e para o HSV-2, foi encontrada uma prevalência de 67,2% e 11,3% respectivamente. Além disso, o estudo apontou que a Região Norte do país manifestou a maior taxa de positividade, bem como grupos etários com início de atividade sexual manifestaram aumento significativo da prevalência do HSV-2; - Cerca de 80% das infecções por herpes simples são assintomáticas. Em contrapartida, as sintomáticas são caracterizadas por significativas morbidade e recorrência. etiologia - Herpes-vírus; - Vírus encapsulados grandes com genoma bicatenar (hélice dupla); - Tipos: · Virus neurotrópicos do grupo A: VHS 1 (herpes labial), VHS 2; · Varicela-zóster; · Vírus linfonotrópicos do grupo B: citomegalovírus, vírus Epstein-Barr e herpes-vírus humano tipo 8 (sarcoma de Kaposi). transmissão - Contato com as secreções ou lesões infectantes; - HSV-1 contato com secreções orais, por autoinoculação genital ou orogenital; - HSV-2 sexual ou durante o trabalho de parto. - Incubação de 2-10 dias. patogênese - Replica na pele do hospedeiro (orofaringe ou genitália), causam lesões vesiculares da epiderme e infecção os neurônios da região; - Neurotrópicos, ou seja, invadem células neurais; - Latência; - Herpes genital: a infecção ascende pelos nervos periféricos até os gânglios das raízes dorsais sacrais; fatores de risco - Sexo desprotegido; - Sexo desprotegido anal com parceira fixa nos últimos 6 meses; - Infecção por sífilis; - Maiores de 26 anos; manifestações clínicas - Primoinfecção (lesões mais dolorosas) ou recidivante; Primoinfecção - Lesões mais dolorosas, numerosas e dispersas que causam mais manifestações sistêmicas; · Disseminação por 10-15 dias; - Casos graves geralmente são recidivas de pacientes que estavam em estado de latência; - Progressão dos sintomas: · Sintomatologia inicial: formigamento, prurido e dor na região genital, seguidos da erupção de pequenas pústulas e vesículas; · Quinto dia: Rompimento das lesões e formação de úlceras com bases úmidas, extremamente dolorosas ao toque e que podem causar disúria, dispareunia e retenção urinária; · 10 – 12 dias: formação de crostas e cicatrização; - Sintomas sistêmicos: febre, cefaleia, mal-estar, dores musculares e linfadenopatia - Mulheres: acometimento do colo do útero, vagina, uretra e linfonodos inguinais; - Homens: uretrite e lesões no pênis e no escroto; - Lesões retais e perianais são comuns depois de contato anal; recidivante - Branda, com lesões menos numerosas e disseminação lenta e de baixa duração (3 dias); - O HSV-2 possui mais tendencia de recidivar; - Sintomas no local da lesão: prurido, ardência e formigamento no local; - Fatores que levam a recidiva: estresse emocional, privação de sono, esforço extenuante, outras infecções, coito vigoroso ou prolongado e transtornos pré-menstrual e menstrual; diagnóstico - Clinico; - Isolamento viral da lesão ativa por cultura (quanto mais recente a lesão maior serão as chances de positivação); - PCR (mais sensível e permite diferenciar variantes); - Sorologia tipo-específica: utilizado para identificar infecções pregressas; - Exame citológico de Tzanck: detecção de células epiteliais gigantes multinucleadas com inclusões intranucleares - Balonização e multinucleação celular. complicações - Corrimento vaginal; - Transmissão ao recém-nascido durante a passagem pelo canal do parto; - Risco aumentado de infecção pelo HIV; - Retenção urinária; - Infecção secundária (infecção fúngica ou bacteriana); - Meningoencefalite. sifilis epidemiologia - Em 2015, foram diagnosticados nos EUA 23.872 casos de sífilis primária e secundária e 26.170 casos no estágio de latência e no estágio final; - Nos EUA, as taxas mais altas de casos de sífilis primária e secundária foram entre homens de 25 a 29 anos e 20 a 24 anos que residem no oeste e no sul do país e em negros; - No Brasil: Em 2021, foram notificados no Sinan 167.523 casos de sífilis adquirida (taxa de detecção de 78,5 casos/100.000 habitantes); 74.095 casos de sífilis em gestantes (taxa de detecção de 27,1 casos/1.000 nascidos vivos); 27.019 casos de sífilis congênita (taxa de incidência de 9,9 casos/1.000 nascidos vivos); e 192 óbitos por sífilis congênita (taxa de mortalidade por sífilis de 7,0 óbitos/100.000 nascidos vivos); - Ao longo da série histórica, as taxas de detecção de sífilis adquirida apresentaram crescimento contínuo até 2018 e estabilidade em 2019, quando atingiram 77,8 casos por 100.000 habitantes. Em 2020, o impacto da pandemia por covid-19 contribuiu para o declínio da taxa de detecção de sífilis em 24,1%, em comparação com 2019. No entanto, em 2021, a taxa de detecção de sífilis adquirida retornou a patamares pré-pandemia, com 78,5 casos por 100.000 habitantes. - Em 2021, as regiões Sudeste e Sul apresentaram taxas de detecção de sífilis em gestantes superiores à do país, enquanto as taxas de incidência de sífilis congênita das regiões Nordeste e Sudeste superaram a taxa nacional. etiologia - Bactéria espiroqueta Treponema pallidum; - Não cresce em meios de cultura e não coloca por GRAM. transmissão - Contato direto com uma lesão úmida contagiosa, geralmente por relação sexual; - Abrasões da pele; - Congênita (depois da 16 semana); fatores de risco - Relações sexuais sem preservativo; - Contato sexual com pessoas infectadas; - Contato com líquidos corporais infectados; - Uso de drogas ilícitas IV, fumadas e cheiradas de maneira compartilhada. manifestações clínicas - Sífilis primária: aparecimento de um cancro no local da exposição, ou seja, pênis, vulva, ânus ou boca; · Formação do cancro leva em média 3 semanas após a exposição, porém esse período pode chegar a até 3 meses; · Única pápula endurecida com até vários centímetros de diâmetro, que sofre erosão e forma uma úlcera com base limpa e elevada; · Indolores e de fácil identificação em homes e difícil nas mulheres, devido a sua localização na vagina; · Linfadenopatia inguinal associada; · Cicatrização em 3-12 semanas. - Sífilis secundária: duração de 1 semana a 6 meses e se caracteriza por erupções difusas na pele e condilomas ulcerados altamente contagioso; · Erupção (especialmente nas palmas das mãos, mucosas, meninges, linfonodos, estômago, plantas dos pés e fígado), febre, dor de garganta, estomatite, náuseas, perda de apetite e inflamação ocular; · Queda de cabelo e formação de condilomas planos, caracterizados por placas elevadas marrom-avermelhadas que podem ulcerar e liberar uma secreção fétida altamente contagiosa. - Sífilis terciária: ocorre após um período de latência que progride para sintomatologia em 3 formas – gomas, cardiovascular ou SNC; · Goma sifilítica: são lesões necróticas típicas com consistência de borracha que podem ser únicas ou conjuntas, de diversos tamanhos, localizadas no fígado, testículos ou ossos; · SNC: demência, cegueira ou acometimento da medula espinal com ataxia e déficit sensorial; · Cardiovascular: retrações fibróticas da camada média da aorta torácica com formação de aneurismas que fazem dilatação do anel da valva aórtica e consequentemente causa insuficiência aórtica. diagnóstico - Métodos diretos: · Microscopia de campo escuro do exsudato seroso obtido da úlcera (padrão-ouro): exame com altas sensibilidade e especificidade, porém dependente do observador. Indicado para as formas clínicas primária e secundária · Pesquisa direta em material corado: menor sensibilidade que o campo escuro - Sorologia: repetido depois de 6 meses quando há testagem com resultado negativo; - PCR; - Ensaio imunoenzimático absorvente (ELISA) - teste rápido: disponível na rede SUS, utilizadopara confirmar o diagnóstico; - VDRL (Venereal Disease Research Laboratory): teste não treponemico por floculação que identifica a presença de reagina, sendo inespecíficos; · tornam-se positivos dentro de 4 a 6 semanas depois da infecção, ou 1 a 3 semanas depois do aparecimento da lesão primária; · Teste quantitativo; - Treponemico (teste de absorção de anticorpo treponêmico fluorescente): utilizado para confirmação de positividade do VDRL atribuído a sífilis; · Teste qualitativo e específico. complicações - Gestação: prematuridade, morte fetal, anomalias congênitas e sífilis neonatal; - Aortite; - Insuficiência aórtica; - Aneurisma da aorta; - Demência; - Glomerulonefrite; - Lesões osteoarticulares. cancro mole - Doença da genitália externa e dos linfonodos. epidemiologia - Doença é rara nos EUA e a maioria dos casos ocorre na África e no Caribe; etiologia - Bactéria Gram-negativa Haemophilus ducreyi; - Período de incubação de 1-4 dias, mas pode se estender até 2 semanas. transmissão - Altamente contagiosa e transmitida por relações sexuais, abrasões de pele e mucosa; - Autoinoculação. fatores de risco manifestações clínicas - Aparecimento de maculas que se transformam em pústulas e se rompem formando ulceras dolorosas de base necrótica e bordas entrecortadas; - Linfadenopatia regional; - Destruição dos tecidos em lesões secundárias. diagnóstico - Clinico; - PCR (padrão-ouro); - Cultura. complicações - Destruição dos tecidos em lesões secundárias; - Deformação anatômica do pênis; - Balanopostite. donovanose (granuloma inguinal) epidemiologia - Comum em regiões tropicais como Índia, Brasil e Índias Ocidentais e em algumas partes da China, Austrália e África. etiologia - Bactéria bastonete Gram-negativo – Klebsiella granulomatis, antes conhecido como Calymmatobacterium [Donovania] granulomatis –, que é uma bactéria intracelular encapsulada minúscula. transmissão - Sexual; - Fecal; - Canal de parto. fatores de risco - Má higiene genital; - Relação sexual desprotegida, principalmente entre homens; - Baixa classe social. manifestações clínicas diagnóstico - Biopsia: corpúsculos de donovan. complicações referencias NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia. Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737876. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737876/. Acesso em: 22 mai. 2023. PORTO, Celmo C.; PORTO, Arnaldo L. Clínica Médica na Prática Diária. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9788527738903. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527738903/. Acesso em: 23 mai. 2023. DE SOUZA, Isaias Sena Moraes et al. Panorama da infecção pelo HSV: uma revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, v. 11, n. 15, p. e61111536141-e61111536141, 2022. RODRIGUES, Junia. Prevalência e fatores de risco para a infecção pelo herpes simples vírus tipo-2 em uma coorte de homens que fazem sexo com homens no Rio de Janeiro. 2006. 119 f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas) - Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Rio de Janeiro, RJ, 2006. Boletim Epidemiológico - Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial, Sífilis. Out. 2022.
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