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RESUMO: HISTÓRIA – IDADE MÉDIA Por: Vanessa de Morais > @vanessa.demorais 1 CIVILIZAÇÃO BIZANTINA O Império Romano sobrevive no Oriente No período da decadência de Roma, o imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para Bizâncio, cidade grega remodelada, passando a chamar-se Constantinopla. Posteriormente, em 395, o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre seus filhos Honório, que recebeu a parte ocidental, e Arcádio, que recebeu a parte oriental. Dessa divisão surgiram o Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e o Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla. O Império Romano do Ocidente não conseguiu deter as invasões bárbaras. Formaram-se então diversos reinos. O Império Romano do Oriente, por sua vez, conseguiu resistir às invasões bárbaras e perdurou ainda por onze séculos, ficando conhecido como Império Bizantino. A mescla de elementos ocidentais e orientais Mantendo intensa atividade comercial e urbana, o Império Bizantino alcançou grandes cidades tornaram-se luxuosas e movimentadas. A doutrina cristã passou a ser discutida em minúcias e com intensidade. Durante os primeiros séculos, os costumes romanos foram preservados. Depois houve predominância da cultura helenística (grega e asiática). Assim, a civilização bizantina foi marcada pela integração entre elementos do Ocidente e do Oriente. ERA DE JUSTINIANO O esplendor do Império Bizantino Desde a divisão do Império Romano (395), os imperadores do Ocidente e do Oriente encontravam dificuldades para governar, devido, principalmente, à ameaça das invasões bárbaras. Somente no século V, durante o reinado de Justiniano, o Império Bizantino estruturou-se e atingiu seu apogeu. Justiniano (527-565) foi um dos mais importantes imperadores bizantinos. Em seu governo, moveu uma série de guerras contra os bárbaros para reconquistar os territórios perdidos pelo Império Romano do Ocidente. Conseguiu ocupar o norte da África, parte da Itália e o sul da Espanha. Revolta de Nika As campanhas militares empreendidas na conquista de territórios acarretaram muitos gastos públicos, levando o governo a impor uma opressiva elevação dos tributos. A insatisfação popular com a RESUMO: HISTÓRIA – IDADE MÉDIA Por: Vanessa de Morais > @vanessa.demorais 2 opressão e miséria explodiu a Revolta de Nika, em 532. Violentamente reprimida pelas forças do governo, a revolta causou a morte de cerca de 35 mil pessoas. Cesaropapismo e Grande Cisma do Oriente Sufocada pela Revolta de Nika, Justiniano consolidou sua posição de monarca absoluto através do cesaropapismo: assumiu totalmente a chefia do Estado (tal como César) e a chefia da Igreja católica (tal como o papa). O cesaropapismo, inaugurado por Justiniano, representou um verdadeiro desafio à autoridade do papa, que desejava deter o comando universal da Igreja católica. Os conflitos entre o imperador bizantino e o papa perduraram séculos. E, em 1054, culminaram no chamado Grande Cisma do Oriente, que dividiu a cristandade em duas Igrejas: Igreja Ortodoxa – com sede em Bizâncio, sob o comando do imperador bizantino; Igreja Católica Apostólica Romana – com sede em Roma, sob a autoridade do papa. Realizações de Justiniano Durante seu governo, Justiniano realizou importante obra como legislador e administrador. No campo legislativo, procurou preservar a herança jurídica romana, que utilizava o Direito para solucionar conflitos de interesses entre os membros da sociedade. Mandou codificar o Direito romano, surgindo desse trabalho o Corpus Juris Civilis, extensa obra constituída de leis, doutrina e jurisprudência, destacando-se entre elas o Código de Justiniano (compilação de todas as constituições imperiais). No campo administrativo, Justiniano construiu várias obras públicas, como hospitais, pontes estradas, aquedutos e palácios, exibindo o esplendor do Império Bizantino. Entre essas obras, destacam- se as igrejas de Santa Sofia (“Santa Sabedoria”), em Constantinopla, São Vital, em Ravena. Decadência do Império Bizantino Após a morte de Justiniano (565), uma série de ataques externos enfraqueceu a administração central do império. O mundo bizantino entrou, então, em um longo processo de decadência, somente interrompido no século X, no reinado de Basílio II (976-1025). O Império Bizantino perdurou até o século XV, quando Constantinopla foi, por fim, dominada pelos turcos otomanos, em 1453. Tradicionalmente, essa data marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna. Consequências da tomada de Constantinopla A conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos acarretou: O surgimento do grande Império Turco Otomano, cuja expansão ameaçou o Ocidente; A migração de sábios bizantinos para a Itália, levando consigo muitos elementos da cultura clássica antiga, preservada em Constantinopla. Isso, mais tarde, contribuiu para o desenvolvimento do Renascimento; a obstrução do comércio entre Europa e Ásia, que era realizado através de Constantinopla. Isso acelerou a busca de um novo caminho marítimo para o Oriente, iniciada pelos portugueses em 1415. Não se pode dizer, entretanto, que a queda de Constantinopla foi a principal causa dessa busca. RESUMO: HISTÓRIA – IDADE MÉDIA Por: Vanessa de Morais > @vanessa.demorais 3 ECONOMIA E SOCIEDADE A movimentação das cidades e o controle do Estado A principal e mais lucrativa atividade econômica do Império Bizantino foi o comércio. A privilegiada localização de Constantinopla, rota quase obrigatória entre a Ásia e a Europa, muito colaborou para o desenvolvimento comercial do Império. Comércio e artesanato Por meio dos funcionários do governo, o Estado bizantino controlava as atividades econômicas, supervisionando a qualidade e a quantidade das mercadorias comercializadas. Perfumes finos, tecidos de seda, porcelanas e peças de vidro eram os principais produtos comercializados. Esses artigos de luxo asiáticos eram comprados a peso de ouro pelas camadas ricas da população europeia. Nas cidades, as oficinas de artesanato estavam distribuídas em corporações de ofício, submetidas à fiscalização do governo. O próprio Estado bizantino era dono de grandes empresas nos setores da pesca, da metalurgia, de armamentos e da tecelagem. Agricultura A maior parte da produção agrícola provinha dos latifúndios. Os principais donos desses latifúndios eram os mosteiros e uma nobreza fundiária formada por oficiais do exército bizantino (militares recompensados com doações de terra pelo Imperador). Trabalhava nesses latifúndios grande número de servos, presos ao cuidado da terra. Classes sociais Devido à importância do comércio e das atividades manufatureiras, o Império Bizantino tinha uma vida urbana movimentada. As cidades eram agitadas, com gente por todas as ruas. Constantinopla, a principal cidade, chegou a ter um milhão de habitantes. Vinham depois: Tessalônica, Nicéia, Edessa, Tarso. Nas cidades vivia a classe rica, composta por grandes comerciantes, donos de oficinas manufatureiras, alto clero e funcionários destacados. Eram essas pessoas que compravam boa parte dos artigos de luxo do Império, exibindo riqueza e requinte. Abaixo dessa elite privilegiada encontramos uma classe remediada, formada por artesãos, funcionários de médio e baixo escalão e pequenos comerciantes. A maioria da população era composta por trabalhadores pobres: empregados das manufaturas, servos dos latifúndios e escravos que trabalhavam em serviços domésticos, nas minas, pedreiras e na construção civil. CULTURA A Integração do Oriente com o Ocidente RESUMO: HISTÓRIA – IDADE MÉDIA Por: Vanessa de Morais > @vanessa.demorais 4 A grande variedade de povos que viviam no Império Bizantino influenciou a produção cultural bizantina, que mesclou elementos como o idioma grego, a religião cristã, o Direito romano, o gosto pelo requinte oriental, a arquiteturade inspiração persa etc. Religião O mundo bizantino foi bastante marcando pelo interesse por problemas religiosos. Um dos padres do século IV deixou registrado que em todos os lugares de Constantinopla encontravam-se pessoas envolvidas em debates teológicos. Entre as mais famosas questões debatidas, destacam-se: monofisismo – afirmava que Cristo tinha somente a natureza divina. Negava a natureza humana, como postulava a Igreja Católica Romana; iconoclastia – pregava a destruição das imagens de santos, proibindo sua utilização nos templos. Por trás das questões religiosas escondiam-se disputas políticas. A questão iconoclasta, por exemplo, camuflava o conflito entre o Imperador e os sacerdotes dos mosteiros, que fabricavam imagens de santos atribuindo-lhes caráter milagroso. Pretendendo controlar o poder dos mosteiros, o Imperador proibiu a adoração de imagens, em 726. Arte Nas artes, os bizantinos souberam combinar o luxo e o exotismo orientais com o equilíbrio e a leveza da arte clássica greco-romana. A arquitetura foi uma das artes mais desenvolvidas em Bizâncio. O exemplo mais majestoso da arquitetura bizantina é a igreja de Santa Sofia, construída durante o reinado de Justiniano. Os bizantinos também se destacaram na arte do mosaico, uma composição artística feita de inúmeros pedaços de pedra e vidro coloridos, e recoberta por ouro em folha. Os mosaicos apresentavam figuras religiosas ou de grande projeção política, ou ainda animais e plantas estilizados. A escultura bizantina servia aos ideais religiosos. Produziram-se peças de refinado valor, utilizando materiais como ouro, marfim e vidro. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. Volume único. Ed. Saraiva. 2ª edição.1998.