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15/02/2023 07:32 Sistema Cardiorrespiratório
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SISTEMA	CARDIORRESPIRATÓRIO
UNIDADE 1 – VOCE� COMPREENDE AS
FUNCIONALIDADES DO SISTEMA
RESPIRATO� RIO?
Camila Maria Pinheiro de Mello e Silva e Vivian Alessandra Silva
15/02/2023 07:32 Sistema Cardiorrespiratório
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15/02/2023 07:32 Sistema Cardiorrespiratório
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Introdução
O sistema respiratório tem como principal função a realização de trocas gasosas. Para tanto, são quatro os
principais processos envolvidos: ventilação, difusão, transporte e controle da respiração. Para que se
compreenda a ventilação, é importante entender as propriedades fı́sicas envolvidas, como pressão, �luxo,
resistência e complacência.
A ventilação compreende a entrada e saı́da do ar. Ela depende da ação dos músculos respiratórios e do Sistema
Nervoso Central. O controle respiratório tem componentes automáticos e voluntários, dependendo dos
neurônios que geram estı́mulos para as contrações musculares. Para realizar a regulação da respiração, existem,
ainda, receptores sensı́veis a mudanças na pressão dos gases no sangue.
A troca gasosa ocorre entre as células pulmonares e os capilares sanguı́neos do pulmão, por meio de um tipo de
transporte chamado difusão. Tal processo pode ser in�luenciado por fatores como pressão dos gases, pressão
sanguı́nea e espessura da membrana alvéolo-capilar. Depois que ocorre a troca de gases, estes devem ser
transportados para suprirem de forma adequada as demandas metabólicas e colaborarem com a homeostase.
Assim, nesta primeira unidade, vamos começar a compreender as funcionalidades do sistema respiratório.
A�inal, como o sistema respiratório realiza as trocas gasosas? Quais são os mecanismos de defesa das vias
respiratórias? Quais são as funções das vias áreas superiores e inferiores?
A partir de agora, iremos de�inir o sistema respiratório, abordar aspectos de anatomia, histologia e �isiologia e,
em algumas situações, relacioná-lo a patologias. Traremos, ainda, de conhecimentos importantes para os
pro�issionais da área da saúde que trabalham diretamente com esse sistema, como educadores fı́sicos,
enfermeiros e �isioterapeutas.
Vamos aos estudos? Acompanhe!
1.1 Histofisiologia do sistema respiratório
A respiração é uma caracterı́stica dos seres vivos, sendo que o principal órgão do sistema respiratório é o
pulmão. Para compreender as funcionalidades desse sistema, precisamos conhecer os órgãos que o compõe,
suas divisões e sua histologia. 
Ao longo deste tópico, veremos a respeito desses pontos, bem como os mecanismos de defesa das vias aéreas,
tão importantes para a proteção do nosso organismo de partı́culas que podem provocar patologias.
1.1.1 Epitélio respiratório
O sistema respiratório é composto pelas vias aéreas de condução e pelos pulmões. Desta maneira, podemos
dividir o sistema respiratório em duas partes: uma condutora e outra respiratória. Clique e con�ira!
O� rgãos tubulares que têm como objetivo levar o ar inspirado até a parte respiratória. Além de
realizarem a condução do ar, também são responsáveis por �iltrar, aquecer e tornar o ar úmido. Os
órgãos que pertencem à parte condutora são o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios
(SANTOS, 2014).
•
•
Condutora
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Dessa forma, veri�icamos que o sistema respiratório é responsável por processar a respiração, permitir a
entrada e saı́da do ar do organismo, promover a hematose (troca gasosa que ocorre com a captação de oxigênio e
eliminação de gás carbônico), bem como �iltrar e umedecer o ar inspirado (CRUZ, 2005).
A �im de conduzir o ar para os pulmões e realizar as funções de �iltrar, aquecer e umidi�icar o ar, a parte
condutora do sistema respiratório é revestida por um epitélio colunar ciliado pseudoestrati�icado, denominado
“epitélio respiratório”. Este reveste todo o trato respiratório, exceto a parte da faringe, da laringe, as menores vias
condutoras e os alvéolos.
O epitélio respiratório é constituı́do de cinco tipos celulares. Clique nas abas e aprenda mais sobre o tema.
E� na parte respiratória que ocorre a troca de dióxido de carbono, presente no sangue, por oxigênio.
Ela é constituı́da pelos pulmões (SANTOS, 2014).
VOCÊ SABIA?
Hematose é diferente de hemostasia. Enquanto a hematose se refere ao processo
de troca gasosa, absorção de oxigênio e liberação de gás carbônico; a hemostasia é
uma resposta �isiológica normal do organismo humano para interromper o
sangramento e prevenir hemorragias. E� importante �icar atento aos dois termos,
que são muito parecidos, porém se referem a situações diferentes (GUYTON;
HALL, 2017).
Célula
colunar
ciliada
Corresponde a 30% do total de células. Sua superfı́cie é formada por cerca de 300
cı́lios. Abaixo dos corpúsculos basais dos cı́lios, temos numerosas mitocôndrias, cuja
função é fornecer energia na forma de ATP para os batimentos ciliares. Esta célula
inclui a altura da célula colunar ciliada, que di�iculta a passagem de microrganismos, e
o batimento dos cı́lios removem o excesso de muco.
Célula
caliciform
e
Corresponde a 30% do total de células. E� uma célula secretora de muco rico em
glicoproteı́nas. Ela produz o muco que cobre os cı́lios das células ciliadas, fazendo
com que partı́culas de poeira e microrganismos se depositem no muco, �iltrando ar.
Além disso, o muco umidi�ica o ar inspirado.
Respiratória
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O epitélio respiratório está apoiado em uma camada de tecido conjuntivo, altamente vascularizada, chamada de
“lâmina própria”. A junção do epitélio respiratório à lâmina própria é conhecida como “mucosa respiratória”.
Esta pode ser afetada por algumas doenças, como a �ibrose cı́stica, em que as células caliciformes secretam um
muco com pouca água, fazendo com que o este �ique denso e impeça sua remoção da superfı́cie do epitélio. O
muco denso acumulado forma obstruções nas vias aéreas dos portadores da doença e impede a troca gasosa.
A seguir, temos uma �igura representativa das diferentes células presentes no sistema respiratório. Observe suas
caracterı́sticas morfológicas, como a presença dos cı́lios e muco, e tente imaginar a função de cada uma dessas
caracterı́sticas.
A mucosa respiratória se modi�ica e se adapta de acordo com a função do órgão que está revestindo. Assim,
temos mais cı́lios e muco quanto mais próximos estamos da cavidade nasal, para ajudar na função de defesa.
Conforme nos aproximamos do pulmão, observamos que as células epiteliais vão se tornando cada vez mais
Célula
basal
Corresponde a 30% do total de células. E� pequena e arredondada, apoiada na lâmina
basal, porém não se estende à superfı́cie apical. Trata-se de uma célula-tronco que se
multiplica, originando os demais tipos de células do epitélio respiratório.
Célula	em
escova	
(Brush	cells), que se apresenta em pequena quantidade, com micro�ilos nas superfı́cies
apicais. Ela está relacionada à olfação.
Célula
granular
Também apresentada em pequena quantidade, tem numerosos grânulos. Ela regula a
secreção do muco pelas células caliciformes e o batimento dos cı́lios. Sua função ainda
não é bem esclarecida pelos estudiosos.
Figura 1 - Mucosa respiratória formada por epitélio respiratório e lâmina própria
Fonte:Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019.
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baixas, para facilitar a troca gasosa. Em relação às glândulas mucosas, observamos que são bastante numerosas
no inı́cio das vias aéreas, mas vão desaparecendo conforme nos aproximamos do pulmão, pois o muco que elas
produzem atrapalhariam a troca.
Há, também, mudanças no esqueleto dos órgãos respiratórios. No trecho inicial, encontramos osso e cartilagem,
mas, ao chegarmos aos bronquı́olos, a sustentação desaparece e encontramos apenas anéis de músculo liso ao
redor do órgão, fazendo com que a mucosa perca a sustentação e assuma um aspecto tortuoso ou pregueado. A
presença do esqueleto cartilaginoso impede o completo fechamento das vias aéreas em caso de constrição.
Entretanto, nos bronquı́olos, a ausência do esqueleto pode levar ao seu colabamento (fechamento). Isto pode
ocorrer em pacientes com asma, por exemplo.
Na sequência, temos a comparação entre as caracterı́sticas do epitélio em cada órgão das vias aéreas. Observe
com atenção!
Figura 2 - Caracterı́sticas morfológicas da mucosa respiratória em diferentes regiões das vias aéreas
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019.
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A partir dos bronquı́olos, as vias aéreas continuam a se rami�icar até se transformarem nos alvéolos
pulmonares. Chamamos essa rami�icação de “árvore brônquica”, conforme estrutura dada a seguir.
Os bronquı́olos terminais surgem a partir dos bronquı́olos e se diferenciam destes por apresentarem pouco
músculo liso em sua parede, além de numerosas células de clara.
Nesse ponto das vias aéreas, não encontramos mais as glândulas e células de clara, que assumem a função de
secretar um �luı́do muito �ino, o qual protege a região contra possı́veis infecções e poluição. As células de clara
se localizam em meio às células cilı́ndricas ou cúbicas de revestimento. Elas sintetizam, liberam e dispersam
uma camada complexa de proteı́nas e fosfolipı́dios na superfı́cie da mucosa, semelhante ao surfactante
pulmonar.
Figura 3 - Formação da árvore brônquica
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
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A rami�icação dos bronquı́olos terminais forma os bronquı́olos respiratórios, que perdem quase que
completamente a camada externa de músculo liso. Cada bronquı́olo terminal dá origem a um ducto alveolar.
Este, por sua vez, conduz o ar para dentro de um saco alveolar e cada saco será formado por vários alvéolos,
separados entre si por um septo alveolar. 
VAMOS PRATICAR?
Em cidades grandes e poluıd́as, como São Paulo ou Belo Horizonte, os ıńdic
umidade do ar caem muito durante o inverno. Essa redução piora ainda m
qualidade do ar e, frequentemente, as prefeituras recomendam à populaçã
praticarem esportes ao ar livre. Isto porque, nessas condições, pode haver pr
para o epitélio de revestimento das vias aéreas e redução da troca gaso
pulmão.
Nesta atividade, vamos, então, exercitar nossos conhecimentos?
Rubinho é treinador de corrida de rua no Distrito Federal. Seu aluno, Eliseu, 
treinos no horário de almoço, entre 12 e 14 horas, na Esplanada dos Minist
Para um melhor resultado, Eliseu começou a usar por conta própria tiras n
aumentando o tamanho das narinas. No entanto, em dada semana, a temper
na cidade chegou à 37 , com umidade relativa do ar de 15%. Após o treino, 
telefona para Rubinho e conta que teve epistaxe (sangramento nasal), tont
falta de ar, solicitando orientações.
Se você fosse o treinador, quais orientações você daria para Eliseu? Como a 
umidade do ar poderia estar afetando o epitélio respiratório do aluno?
o
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Na �igura a seguir, podemos acompanhar a formação dos alvéolos do pulmão.
Figura 4 - Estruturas pulmonares que formam a zona respiratória
Fonte: Angallen Rogozha, Shutterstock, 2018.
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Cada saco alveolar pode ser formado por vários alvéolos, todos ventilados por um único ducto alveolar. Os
alvéolos são separados entre si por uma delgada parede chamada de “septo alveolar”. Neste, encontraremos os
capilares sanguı́neos — responsáveis pelo transporte dos gases — numerosos vasos linfáticos e grande
quantidade de tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo dos septos alveolares é rico em �ibras elásticas, que
conferem força de retração ao tecido pulmonar, chamada de “complacência”, necessária para que o pulmão volte
ao seu tamanho inicial na expiração.
Os alvéolos representam as unidades funcionais do pulmão e formam a massa estrutural acinar. Em conjunto,
temos o parênquima do órgão, responsável pela consistência esponjosa do pulmão, clinicamente. Os alvéolos
são porções terminais da árvore respiratória, em fundo cego, exceto pela presença dos poros de Kohn.
Cada alvéolo é formado por dois tipos celulares:
Figura 5 - Distribuição do ar pelo ducto alveolar para cada um dos alvéolos de um saco alveolar
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Choksawatdikorn, Shutterstock, 2019.
Células
alveolares
(pneumóci
tos)	do
tipo	I
Epitélio pavimentoso simples, responsável pela troca gasosa.
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Pode-se perceber que a estrutura dos alvéolos é microscópica, porém complexa, sendo importante para a
realização das trocas gasosas, mecanismos de defesa, assim como manutenção das vias aéreas estáveis,
evitando o colabamento pulmonar.
Células
alveolares
(pneumóci
tos)	do
tipo	II
Globosa, responsável pela sı́ntese do surfactante. Esta é uma substância lipoproteica
que reduz a tensão super�icial na membrana celular dos pneumócitos tipo I,
permitindo a troca gasosa.
VOCÊ SABIA?
As células de clara e os pneumócitos tipo II só se diferenciam nas últimas semanas
de gestação. Nos prematuros, a não produção de surfactante por falta de
amadurecimento dessas células pode levar à condição patológica chamada
“sıńdrome da angustia respiratória aguda” ou SARA, com áreas de restrição da luz
e possıv́el colabamento das paredes bronquiolares e alveolares. Isto acontece
porque o surfactante reduz a tensão super�icial e aumenta a complacência
(GANONG, 2010).
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Além das células alveolares, encontramos no pulmão outro tipo celular: os macrófagos pulmonares ou células
de poeira. Esses grandes macrófagos fagocitam as partı́culas de poeira que chegam aos pulmões e as digerem.
CASO
O surfactante pulmonar exerce uma função importantıśsima, pois age diminuindo a
tensão super�icial existente internamente nos alvéolos. Na ausência de surfactante,
alvéolos podem se fechar, di�icultando ou, até mesmo, impedindo as trocas gasosas.
Uma das possıv́eis situações em que há de�iciência de surfactante é na sıńdrome da
angústia respiratória do recém-nascido ou “doença da membrana hialina”. Essa
doença afeta recém-nascidos prematuros, que ainda não apresentam a capacidade
de produzir surfactante deforma su�iciente para manter os alvéolos insu�lados.
Assim, ocorrem áreas de atelectasia (vias aéreas fechadas), sem trocas gasosas. Nos
prematuros, essa situação é agravada pelo acúmulo de lıq́uidos ainda presentes
dentro dos alvéolos.
Além disso, uma função relevante do surfactante é no edema pulmonar, exatamente
porque ele facilita a saıd́a de lıq́uidos dos alvéolos. As células que produzem
surfactante se tornam maduras e capazes de produzirem surfactante su�iciente,
especialmente no último mês gestacional, mediante estıḿulos maternos e fetais de
cortisol.
Nos casos de risco de parto prematuro, é recomendado o acompanhamento da mãe e
do feto para minimizar os riscos de o bebê nascer com insu�iciência respiratória. Uma
das medidas é a administração de corticoides à mãe antes do parto. Após o
nascimento, é utilizada a administração de surfactante exógeno para impedir o
colabamento alveolar (GANONG, 2010; GUYTON; HALL, 2017).
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Uma das funções do sistema respiratório está relacionada aos mecanismos de defesa, pois muitos antı́genos
podem invadir o organismo juntamente com o ar que respiramos. Assim, veremos a seguir os mecanismos de
defesa do sistema respiratório.
1.1.2 Mecanismos defensivos das vias respiratórias
Todos os dias inalamos milhares de litros de ar ambiente, sendo que este ar inalado pode conter poeira, pólen e
microrganismos suspensos, como bactérias, esporos fúngicos, cinzas e outros produtos de combustão ou gases
nocivos. Além disso, também podem conter partı́culas de substâncias como asbestos e sı́lica, bem como outras
substâncias quı́micas perigosas.
Para se proteger, nosso organismo desenvolveu mecanismos de defesa, próprios das vias áreas. Eles
compreendem processos fı́sicos, como a sedimentação em que o muco é fundamental; e biológicos, com
participação dos macrófagos alveolares.
Uma das primeiras formas de defesa do sistema respiratório é a mecânica. Nas narinas, temos os pelos ou
vibrissas, que impedem a passagem de grandes partı́culas de poeira e pequenos insetos; e os cı́lios, que
impedem a entrada de microrganismos.
A segunda defesa é o fechamento	da	glote, na laringe, que impede a entrada de substâncias lı́quidas ou sólidas
que tenhamos deglutido. Temos, ainda, a �iltração	aerodinâmica e o transporte	mucociliar.
Figura 6 - Células do pulmão
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Jose Luis Calvo, Shutterstock, 2019.
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Esses mecanismos têm como objetivo evitar a entrada de partı́culas e/ou microrganismos, mas, caso aconteça
uma falha, teremos os mecanismos cujo objetivo é expulsá-los. Tais mecanismos compreendem atos
voluntários, como fungar e assoar, além do re�lexo de espirrar. Além deles, também temos o re�lexo da tosse, que
ocorre para impedir que partı́culas lı́quidas ou sólidas cheguem às vias aéreas inferiores, expulsando-as e
levando-as até a orofaringe.
Em geral, a deposição de partı́culas nas vias aéreas depende de fatores como tamanho, densidade e forma das
partı́culas, bem como velocidade do �luxo de ar e umidade deste.
Os principais mecanismos de deposição são impactação, sedimentação e movimento browniano. Veremos
sobre cada um deles na sequência. Clique para conferir!
Impactação:	o ar inalado, ao passar pela cavidade nasal, é �iltrado pelas vibrissas. Partı́culas de até
10 μm de diâmetro conseguem ser removidas ao impactar grande área de superfı́cie do septo nasal
e das conchas nasais. Contudo, algumas partı́culas menores podem passar pela cavidade nasal,
sendo, porém, impactadas na nasofaringe, região que contém as tonsilas palatinas (amı́gdalas) e a
tonsila farı́ngea (adenóide). Estas estimularão a defesa imunológica contra microrganismos ativos
�iltrados nesse ponto. Assim, o ar que penetra na traqueia irá conter poucas partı́culas com mais de
10 μm, sendo que a maioria será retida, principalmente, na carina ou dentro dos brônquios.
Sedimentação: em partı́culas com dimensões que variam de 2 a 5 μm, a sedimentação nas vias
aéreas menores pode ocorrer por gravidade nos locais em que a velocidade do �luxo de ar é baixa.
Neste caso, as partı́culas são retidas pelo muco que reveste as vias aéreas superiores, a traqueia, os
brônquios e os bronquı́olos. Partı́culas menores e todos os gases estranhos — com componentes
não usuais no ar ambiente — alcançam os ductos alveolares e alvéolos. 
Movimento	browniano: parte das partı́culas menores (0,1 μm e ainda menores) são depositadas
como resultado do movimento browniano, que compreende o deslocamento aleatório de partı́culas
em suspensão em um meio �luı́do. As outras partı́culas (entre 0,1 e 0,5 μm de diâmetro)
permanecem suspensas, principalmente como aerossóis, e cerca de 80% delas são exaladas.
15/02/2023 07:32 Sistema Cardiorrespiratório
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O muco que recobre as células ciliadas é formado por duas camadas: uma camada gel, mais densa e mucosa
(pegajosa); e uma camada sol, mais aquosa. A camada gel �ica superior, enquanto a sol �ica mais próxima da raiz
dos cı́lios.
Os cı́lios apresentam um padrão de batimento para remover continuamente a camada gel, já que esta �ica repleta
das partı́culas e antı́genos que entraram junto com o ar e se aderiram ao muco viscoso. A remoção do material
que adere na camada gel pelos cı́lios é chamada de “transporte muco ciliar”.
O batimento dos cı́lios apresenta duas fases. Para conhecê-las, clique nos itens abaixo.
Fase de batimento efetivo
O cıĺio �ica bem esticado, alcançando seu
comprimento máximo e penetrando na camada
gel. Ele realiza um movimento em arco e
impulsiona a camada.
Fase de batimento de recuperação
E� a fase de retorno do cıĺio para a posição inicial. O
cıĺio se encurta e retorna bem lentamente à
posição de inıćio.
VOCÊ O CONHECE?
Robert Brown (1773 a 1858) foi botânico, fıśico e médico. Ele desenvolveu atividades
como naturalista e descobriu cerca de 3.900 espécies de plantas. Além disso, também
participou de uma expedição cientı�́ica para a Austrália, onde posteriormente publicou
um livro sobre a �lora local. Brown foi o descobridor do movimento desordenado,
apresentado pelas partıćulas ultramicroscópicas em suspensão em um lıq́uido,
também denominado de “movimento browniano” (SILVA; LIMA, 2007).
•
•
15/02/2023 07:32 Sistema Cardiorrespiratório
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A fase de batimento de recuperação é extremamente importante, pois, se o cı́lio voltasse na mesma posição e
velocidade ao inı́cio, ele apenas agitaria o gel, sem promover a propulsão. Esse gel sempre é conduzido pelos
cı́lios na direção da orofaringe. Ao chegar na orofaringe, o muco repleto de partı́culas e antı́genos é deglutido e
destruı́do pelo suco gástrico.
O tabaco diminui grandemente a movimentação dos cı́lios e pode até levar à sua destruição, fazendo com que as
vias aéreas se tornem mais predispostas a infecções. A boa notı́cia é que, após parar de fumar, os cı́lios se
recuperam e, em cerca de três meses, voltam à sua função normal.
Além desses mecanismos, existem outros menos importantes. As gotı́culas são partı́culas maiores que 5 μm,
enquanto os aerossóis são partı́culas menores que 5 μm, podendo transmitir doenças, como a tuberculose.
Assim, são tomadas medidas para precaução com relação a aerossóis no ambiente hospitalar, como a lavagem
das mãos, uso da máscara N-95 (PFF2) pelos pro�issionais e máscara cirúrgica pelo paciente duranteseu
transporte.
Quando as barreiras já mencionadas não são su�icientes, o material inspirado pode alcançar as vias aéreas
terminais. Neste caso, o corpo tem outras formas de eliminá-lo. Uma delas é por meio de macrófagos alveolares,
em um processo denominado “fagocitose”. Outros meios que auxiliam nessa destruição são a destruição
enzimática inespecı́�ica, a penetração nos vasos linfáticos e as reações imunológicas.
Os macrófagos alveolares compreendem células grandes ameboides mononucleares que se encontram na
superfı́cie alveolar, tendo como função destruir partı́culas estranhas por meio de seus lisossomos. E� também
dessa forma que as bactérias são digeridas. Os macrófagos alveolares são importantes nas respostas
imunológicas e in�lamatórias do pulmão, tanto na supressão da resposta imunológica para antı́genos não
patogênicos reconhecidos quanto para iniciar o processo da in�lamação e imunidade inata. Estudos demonstram
que a função dos macrófagos é inibida pela fumaça de cigarros, portanto, fumar compromete esse mecanismo de
defesa do sistema respiratório (GROSSMAN; PORTH, 2016).
O conhecimento dos componentes microscópicos das vias aéreas e seu funcionamento são essenciais para
compreendermos como o sistema respiratório funciona e de que forma os pro�issionais de saúde podem
colaborar para otimizá-lo, tanto em atletas quanto em pacientes.
VOCÊ QUER LER?
Para aprofundar seu conhecimento sobre os mecanismos de defesa das vias
respiratórias, sugerimos a leitura do livro “Pulmões: uma abordagem integrada à
doença”, escrito por professores da Saint Louis University School of Medicine, que �ica
na cidade de St. Louis, no Missouri. A obra traz uma abordagem aprofundada e
ampliada sobre o tema. Vale a pena ler!
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Vamos, então, treinar a aplicação de cada conceito aprendido respondendo à cruzadinha a seguir? Faça a
atividade com atenção!
O mecanismo de defesa mucociliar, juntamente com a ação dos macrófagos alveolares, são apenas alguns dos
mecanismos de defesa do nosso organismo, próprios do epitélio respiratório.
A seguir, iremos compreender a estrutura e função dos órgãos que compõem as vias aéreas superiores.
Acompanhe!
1.2 Estrutura e função das vias aéreas superiores 
Como já mencionado, o sistema respiratório é constituı́do por nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e
pulmões. Veja a �igura a seguir.
As vias aéreas superiores compreendem os órgãos situados na cabeça e no pescoço: nariz, faringe, laringe e
traqueia. Elas conduzem o ar e o condicionam para que chegue até as vias aéreas inferiores, onde ocorrem as
trocas gasosas.
Figura 7 - Estruturas que compõem o sistema respiratório
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.
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Nos próximos itens, apresentaremos as estruturas que compõem as vias aéreas superiores, bem como suas
caracterı́sticas.
1.2.1 Estrutura e função das vias aéreas superiores: nariz,  seios paranasais e
faringe
O nariz divide-se em externo e cavidade nasal.
O nariz	externo corresponde à parte que visualizamos na face. E� formado por raiz, dorso, ápice, asas e narinas.
A função do nariz externo é permitir a entrada do ar e aumentar o espaço da cavidade nasal. Inclusive, você já
deve ter reparado que o formato da asa do nariz e o tamanho das narinas variam de acordo com a etnia. Na raça
negra, as asas são mais salientes e as narinas maiores, permitindo melhor a�luxo de ar, já que tal etnia tem
origem de locais quentes e úmidos. Na raça branca, as asas são mais a�iladas e as narinas são menores,
protegendo o nariz da perda de umidade, já que tal raça tem origem de regiões secas e frias.
A cavidade	nasal, por sua vez, representa a entrada das vias respiratórias, sendo que o septo nasal a divide em
cavidade nasal direita e esquerda. O septo nasal é constituı́do por dois ossos: etmoide e vômer, bem como uma
cartilagem do septo. A cavidade nasal e o septo nasal são revestidos por mucosa nasal, sendo que sua função é
aquecer, �iltra e umidi�icar o ar inspirado. Nas paredes laterais da cavidade nasal, encontramos três ossos
arredondados: as conchas nasais superiores, médias e inferiores. Entre cada uma, há espaços e vãos por onde o
ar passa, conhecidos como meatos nasais superior, médio e inferior.
A importância das conchas e dos meatos nasais está em sua capacidade de aumentar a área coberta pela mucosa
nasal, permitindo o turbilhonamento do ar dentro da cavidade nasal. Tal turbilhonamento permite, ainda, que o
ar inspirado toque por mais tempo e em uma área maior a da mucosa nasal, aumentando sua efetividade no
condicionamento do ar.
Além de aquecer o ar, a cavidade nasal apresenta a função olfatória. A área olfatória se situa superiormente na
cavidade nasal, nas regiões das conchas nasais superiores.
Figura 8 - Esquema sobre as estruturas que compõem as vias aéreas superiores
Fonte: Elaborada pelas autoras, 2019.
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Ao redor da cavidade nasal, dentro dos ossos pneumáticos, encontramos os seios paranasais, que são cavidades
revestidas por mucosa nasal, contendo ar. Temos os seios maxilar, frontal, esfenoidal e as células etmoidais.
Cada seio paranasal se comunica por ductos de drenagem, com o interior da cavidade nasal de seu próprio lado.
Os seios paranasais aquecem e umidi�icam o ar inspirado, bem como contribuem para a diminuição do peso do
crânio, já que são preenchidos por ar no seu interior (MOORE, 2011; LEVITZKY, 2016).
Frequentemente, os seios paranasais são acometidos pela sinusite, uma infecção de vias aéreas superiores em
que a mucosa que reveste os seios �ica edemaciada, produz secreção aumentada e causa dor ao indivı́duo. Um
dos exames utilizados para diagnosticar a sinusite é a radiogra�ia da face.
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Figura 9 - Radiogra�ia da fase
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019.
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A faringe é um órgão que pertence à via respiratória e ao sistema digestório, assim, o nariz, a boca e a laringe se
conectam por uma via de passagem ou câmara comum. Ela está dividida em três partes: nasal ou nasofaringe
(superior), oral ou orofaringe (média) e ları́nea ou laringofaringe (inferior). Além disso, compõe-se de dois
orifı́cios, sendo um direito e um esquerdo, que se comunicam com as orelhas médias direita e esquerda, o que
possibilita o equilı́brio da pressão entre as duas cavidades. Também funciona como órgão de defesa do
organismo por ter células linfáticas nas tonsilas, por exemplo, que defendem o organismo contra agentes
patogênicos e suas toxinas (KAWAMOTO, 2018).
Acompanhe na sequência o detalhamento de cada parte da faringe:
parte nasal da faringe: posterior ao nariz, comunicando-se com
este por meio das coanas. Em sua parede postero-superior,
encontra-se a tonsila faríngea, também conhecida como adenóide.
As tonsilas faríngeas são órgãos linfáticos que exercem importante
função de defesa das vias aéreas superiores. Nas paredes laterais da
nasofaringe, temos os óstios faríngeos das tubas auditivas. Estas
comunicam a nasofaringe com a cavidade da orelha média,
permitindo a equalização de pressão em ambos os lados. Quando
descemosou subimos uma serra, por exemplo, percebemos a
sensação de pressão no ouvido, que logo melhora se abrirmos
bastante a boca ou bocejamos. Quando fazemos isso, permitimos
que o ar que está na nasofaringe passe pela tuba auditiva e chegue à
cavidade da orelha média, equalizando a pressão;
parte oral da faringe: estende-se entre o palato mole e a raiz da
língua no nível do osso hioide. A parte posterior da cavidade oral se
comunica diretamente com a parte oral da faringe, assim como com
as regiões posterior e inferior da parte nasal da faringe. O epitélio se
modifica no limite entre as partes nasal e oral da faringe, passando
de colunar pseudoestratificado ciliado para epitélio escamoso
estratificado, semelhante ao da cavidade oral e resistente à abrasão
dos alimentos. A úvula palatina e dois pares de arcos faríngeos são
sustentados pela margem posterior do palato mole. Bilateralmente,
teremos a tonsila palatina, que se situa entre o arco palatoglosso
anterior e o arco palatofaríngeo posterior. A tonsila palatina
(amígdala) também é um órgão linfático e serve como proteção para
as vias aéreas. A parte oral da faringe serve tanto para o sistema
respiratório quanto para o digestório, sendo que nela ocorre o
cruzamento aéreo digestório;
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parte laríngea da faringe: é estreita e inclui a região da faringe,
localizada desde o nível do hioide até o início do esôfago. É a mais
inferior e, como a parte oral, é revestida por epitélio escamoso
estratificado, resistente a abrasões mecânicas, agressões químicas e
invasão de patógenos, preparada para a passagem do alimento.
Agora, conheça mais sobre a estrutura interna de vias aéreas superiores observando a imagem abaixo.
Após passar pela faringe, o ar entrará na laringe. Esta é um tubo músculo-cartilagı́neo situado em posição
anterior no pescoço. Ela tem cerca de quatro centı́metros de comprimento e, além de servir como via de
condução para o ar, também é útil na fonação e para proteção das vias aéreas. Vamos ver como? Acompanhe no
próximo item!
1.2.2 Estrutura e função das vias aéreas superiores: laringe e traqueia
As cartilagens que formam a laringe são a epiglótica (epiglote), a tireóidea, a cricóidea e as aritenóideas. Elas
formam um esqueleto cartilaginoso e muito �lexı́vel para a laringe. Cada cartilagem está unida à outra por
membranas e músculos do tipo estriado esquelético.
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Figura 10 - Estrutura interna de vias aéreas superiores
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2019.
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A epiglote apresenta uma importante função nas vias aéreas, pois é ela que oclui a entrada da laringe quando
deglutimos, impedindo a entrada de alimentos.
No interior da laringe, na altura da cartilagem tireóidea, encontramos as pregas vestibulares e vocais. As pregas
vestibulares têm função de proteção das vias aéreas. Assim, caso a epiglote não funcione bem ou por qualquer
outro motivo, chegando à laringe gotas de lı́quido ou partı́culas de sólido, os receptores dessas pregas eliciam o
re�lexo de tosse e impedem a entrada de qualquer material que não seja ar nas vias aéreas.
Já as pregas vocais estão relacionadas à produção da voz, ou seja, à fonação. Durante a expiração, os músculos
ları́ngeos se contraem e movimentam as pregas vocais, produzindo a voz. O espaço entre as pregas vocais
direita e esquerda recebe o nome de “glote”. E� o menor diâmetro por onde o ar passará nas vias aéreas
superiores. 
Figura 11 - Estrutura anatômica da laringe
Fonte: Shutterstock, 2019.
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Em pessoas que sofrem uma reação alérgica intensa, ocorre edema da mucosa que cobre as pregas vestibulares,
podendo haver fechamento da glote e as�ixia, pois o ar �ica impedido de passar.
Figura 12 - Funcionamento da glote durante a fonação e respiração
Fonte: VectorMine, Shutterstock, 2019.
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Após passar pela laringe, o ar chaga à traqueia. Este é um órgão músculo cartilaginoso, formado por semianéis
de cartilagem, glândulas secretoras de muco e células epiteliais ciliadas. Sua função é conduzir o ar da laringe
para os pulmões (SANTOS, 2014).
A traqueia tem seu inı́cio no nı́vel da quarta vértebra cervical, ocupando uma posição mediana à frente do
esôfago; e tem seu término entre a quarta e a quinta vértebra torácica (SANTOS, 2014).
As cartilagens da traqueia apresentam o mesmo formato de C, com exceção da última cartilagem, chamada de
“carina”. Esta é uma cartilagem traqueal em formato piramidal, a partir da qual a traqueia se bifurcará em
brônquios direito e esquerdo.
Vamos, agora, veri�icar seus conhecimentos sobre estrutura e função das vias aéreas superiores? Arraste e solte
as caixas a seguir no local correto. 
Enquanto as vias aéreas superiores conduzem e condicionam o ar, as vias inferiores contêm estruturas que
realizam as trocas gasosas. No entanto, quais são as estruturas que compõem as vias aéreas inferiores? Como
atuam?
Vamos entender mais sobre essas funções do sistema respiratório no próximo tópico.
VOCÊ SABIA?
O fechamento da glote funciona como um esfıńcter e nos ajuda a fazer força,
aumentando a pressão na cavidade torácica e abdominal. Por isso, não se
recomenda que esportistas vocalizem enquanto executam atividade fıśica, visto
que o forte impacto entre as pregas vocais direita e esquerda pode gerar lesões,
comprometendo a voz do atleta. Você, inclusive, já deve ter observado a
vocalização de jogadores de tênis ou de haltero�ilistas ao fazerem os gestos
próprios do esporte. Esta prática é extremamente prejudicial.
1.3 Estrutura e função das vias aéreas inferiores 
As vias aéreas inferiores são compostas por brônquios e pulmões. A maior parte dos brônquios está dentro do
pulmão, de onde se rami�icam profusamente, formando a árvore brônquica, até se transformarem nos alvéolos
pulmonares.
A principal função do pulmão é realizar a troca gasosa, mas o órgão também apresenta outras funções não-
respiratórias, como o equilı́brio da função acidobásico — papel que desempenha em conjunto com os rins e é
fundamental para a manutenção da homeostase.
1.3.1 Estrutura e função das vias aéreas inferiores: brônquios e pulmões
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Parte das vias aéreas inferiores conduzem o ar até que ele chegue à parte do sistema respiratório que realiza as
trocas gasosas. Entre a traqueia e os espações alveolares, as vias aéreas são divididas em 23 gerações
brônquicas, sendo a traqueia considerada a geração zero.
A traqueia se	bifurca dando origem aos brônquios principais ou primários, direito e esquerdo. Por se situarem
fora dos pulmões, são denominados de “brônquios extrapulmonares”. Os brônquios principais também são
formados por arcos cartilagı́neos de sustentação com a forma da letra C, mesma da traqueia. Sua função é
conduzir ar ao pulmão correspondente.
O brônquio principal direito tem um diâmetro maior que o esquerdo, sendo que seu trajeto descendente em
direção ao pulmão é mais vertical. Portanto, corpos estranhos que entram na traqueia se alojam, geralmente, no
brônquio principal direito, mais que no esquerdo. O brônquio principal esquerdo, por sua vez, tem menor
diâmetroe trajeto mais curvo e alongado, pois, para atingir o pulmão esquerdo, terá que passar pelo arco da
aorta.
Cada brônquio principal se dirige a uma região de acesso na face mediastinal do pulmão correspondente, antes
de prosseguir sua rami�icação. Essa região, que é o hilo do pulmão, também oferece acesso à passagem dos
vasos e nervos pulmonares. Esse conjunto de estruturas é �irmemente sustentado por uma rede de tecido
conjuntivo denso, conhecido como “raiz do pulmão”, sustentando-o na cavidade torácica e estabilizando as
posições dos grandes vasos sanguı́neos, nervos e vasos linfáticos.
Os brônquios penetram nos pulmões e, em seu interior, rami�icam-se, tornando-se cada vez mais �inos e
numerosos, até chegarem aos bronquı́olos. No �inal destes, encontramos os alvéolos, envolvidos por vasos
�inı́ssimos, conhecidos como capilares (SANTOS, 2014).
Antes de formar os bronquı́olos, cada brônquio principal formará os brônquios lobares, sendo três para o
pulmão direito (brônquio lobar superior, médio e inferior) e um para cada lobo pulmonar. No pulmão esquerdo,
o brônquio principal formará dois brônquios lobares (brônquio lobar superior e inferior) e um para cada lobo
pulmonar.
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Um par de pulmões faz parte do sistema respiratório, sendo um órgão volumoso e esponjoso que contém ar em
sua cavidade. Situam-se dentro da cavidade torácica, dispostos lateralmente em relação ao coração. Na parte
superior, encontra-se o ápice e, na parte inferior, a base, que se apoia no músculo diafragma. O ápice dos
pulmões se situa ligeiramente acima da clavı́cula, no pescoço. Eles permanecem separados um do outro por um
espaço denominado “mediastino”, onde se localizam o coração e os grandes vasos (SANTOS, 2014).
O pulmão direito possui volume 10% maior que o esquerdo, sendo mais largo, porém mais curto. Esta diferença
ocorre porque o ápice do coração está voltado para a esquerda, fazendo com que o pulmão direito seja mais
largo. Do lado direito, temos o fı́gado, que se projeta para a cavidade torácica, fazendo com que o pulmão direito
seja ligeiramente mais curto que o esquerdo. Além disso, é importante destacar que o pulmão direito é dividido
em três lobos (superior, médio e inferior). As �issuras que separam os lobos pulmonares direitos são as �issuras
oblı́qual e horizontal.
O pulmão esquerdo apresenta apenas dois lobos (superior e inferior), separados pela �issura oblı́qua.
Entretanto, no pulmão esquerdo, encontramos a lı́ngula, situada no lobo superior, que corresponde ao lobo
médio do pulmão direito. Devido ao fato de o ápice do coração estar voltado para a esquerda, há uma reentrância
na parede do pulmão esquerdo para alojá-lo, conhecida como “incisura cardı́aca”.
Cada lobo pulmonar se divide em segmentos pulmonares. Estes, por sua vez, são ventilados por um brônquio
correspondente e vascularizado por ramos próprios das artérias e veias pulmonares, de modo que cada
segmento pulmonar pode funcionar independentemente do outro.
Vamos conhecer mais sobre eles? Clique nas abas a seguir e con�ira!
Figura 13 - Esquema das subdivisões das vias aéreas, desde a traqueia até os alvéolos
Fonte: pablofdezr, Shutterstock, 2019.
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Nossos pulmões são bastante rosados ao nascer, mas, conforme crescemos, eles podem adquirir pigmentos
escuros. Quem mora em cidades poluı́das, inclusive, pode até �icar com os pulmões malhados. O aspecto
esponjoso do pulmão — como a esponja que você usa para lavar a louça — permite que ele guarde espações
aéreos, com uma área média de troca de 70 m .
A passagem do ar pelas vias aéreas promove sons que podem ser percebidos na superfı́cie do corpo. Tais sons
podem ser melhor detectados com a ajuda de um estetoscópio. Este é um aparelho que ampli�ica os ruı́dos
corpóreos, utilizado por médicos, enfermeiros e �isioterapeutas durante o exame fı́sico, no procedimento de
ausculta. Na ausculta dos órgãos condutores do ar (da cavidade nasal aos brônquios), é possı́vel perceber os
Segmentos
do	Pulmão
Direito
LOBO	SUPERIOR
I – APICAL; II – POSTERIOR; III – ANTERIOR
LOBO	MÉDIO
IV – LATERAL; V – MEDIAL
LOBO	INFERIOR
VI –SUPERIOR; VII – BASILAR MEDIAL; VIII – BASILAR ANTERIOR; IX – BASILAR
LATERAL; X – BASILAR POSTERIOR
Segmentos
do	Pulmão
Esquerdo
LOBO	SUPERIOR
I E II– APICOPOSTERIOR; III – ANTERIOR; IV – LINGULAR SUPERIOR; V – LINGULAR
INFERIOR
LOBO	INFERIOR
VI - SUPERIOR; VII E VIII – BASILAR ANTERIOR; IX – BASILAR LATERAL; X – BASILAR
POSTERIOR
2
VOCÊ QUER VER?
O Canal Brasil Escola produziu uma série de vıd́eos que tem como tema o corpo
humano. No vıd́eo “Sistema respiratório”, a professora Vanessa Sardinha apresenta o
assunto de forma didática e completa. Assista o vıd́eo completo por meio do link:
https://www.youtube.com/watch?v=tBUh0Q1v5lU
(https://www.youtube.com/watch?v=tBUh0Q1v5lU).
https://www.youtube.com/watch?v=tBUh0Q1v5lU
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sons traquebronquiais, enquanto que na ausculta do pulmão os sons percebidos serão chamados de
“vesiculares”. A ausculta pulmonar é muito relevante no diagnóstico das condições das vias aéreas de um
indivı́duo.
Devido às suas funções vitais, os pulmões devem estar bem protegidos, mas, ao mesmo tempo, ter liberdade
su�iciente para realizarem a expansão durante a inspiração. Nesse contexto, quais são os ossos que protegem o
pulmão? Como o pulmão está aderido a eles?
No item a seguir, vamos compreender melhor a respeito da temática. Acompanhe o estudo com atenção!
1.3.2 Cavidade torácica e pleura
A cavidade torácica protege órgãos vitais como o pulmão e o coração. Ela é formada pelos 12 pares de costelas,
sendo que cada costela forma um arco costal que se articula anteriormente com o osso esterno e posteriormente
com a coluna torácica. O espaço entre uma costela e outra recebe o nome de “espaço intercostal”. Este é
preenchido por músculos, nervos e vasos sanguı́neos.
CASO
O aprendizado da estrutura e da função do corpo humano prepara os pro�issionais
de saúde para o exame fıśico. Conhecer onde as estruturas anatômicas se situam
colabora muito com essa competência, sendo que a área da Anatomia que estuda tal
aspecto é a Anatomia Palpatória e de Superfıćie. A palpação das vias aéreas, no
entanto, só é possıv́el na região do pescoço, onde é possıv́el palpar as cartilagens da
laringe e da traqueia. No tórax, a palpação de brônquios e pulmão �ica impossibilitada
pelos ossos da caixa torácica. Entretanto, é possıv́el utilizar pontos de referência
anatômicos na superfıćie torácica para determinarmos onde está cada parte do
pulmão. Esta técnica é utilizada pelos pro�issionais de saúde que desejam aprender a
fazer a ausculta pulmonar.
Nesta atividade, então, vamos colocar em prática nossos conhecimentos. Você deverá
localizar as seguintes regiões das vias aéreas no seu próprio corpo: laringe, traqueia,
brônquios principais, lobos superiores direito e esquerdo, lobos inferiores direito e
esquerdo e lobo médio. Para tanto, crie um mapa desenhando as estruturas
anatômicas citadas e escreva qual é o ponto de referência anatômico que você
palpará para encontrá-la. Depois, responda aos questionamentos: quais são os pontos
anatômicos de referência para localizarmos cada um dos órgãos? Você é capaz de
encontrar tais pontos no próprio corpo? Quais são os ruıd́os pulmonares normais?
Quais são as caracterıśticas de cada um desses sons?
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No espaço intercostal, encontramos de super�icial para profundo os músculos descritos abaixo. Clique e con�ira!
Intercostais	externos
São mais ativos durante a inspiração.
Intercostais	internos
São mais ativos durante a expiração.
Intercostais	íntimos
São mais ativos durante a expiração.
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A cavidade torácica é limitada inferiormente pelo músculo diafragma. Este, por sua vez, é formado por um
centro tendı́neo, uma parte muscular esternal, uma parte muscular costal que forma as cúpulas diagramáticas
direita e esquerda e a parte muscular lombar que forma os pilares do diafragma. Observe a �igura a seguir.
O diafragma atua durante a inspiração, quando as cúpulas diafragmáticas se abaixam em direção ao abdome e
�icam mais achatadas. Assim, há aumento do espaço torácico e redução do espaço da cavidade abdominal.
Figura 14 - Músculo diafragma e suas partes
Fonte: Elaborada pelas autoras, baseada em Shutterstock, 2019.
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A inspiração ocorre graças aos movimentos da parede do tórax e do músculo do diafragma. Esses músculos, ao
aumentarem o volume da cavidade torácica, promovem a entrada do ar e, ao se relaxarem — juntamente como o
mecanismo elástico dos pulmões —, passivamente reduzem o volume torácico, ajudando a saı́da do ar na
expiração.
O tamanho do tórax durante a inspiração aumenta nos eixos antero-posterior, transversal e supero-inferior. O
aumento no sentido antero-inferior é pequeno e se dá graças à ação dos músculos intercostais. Como as costelas
tem o formato de um arco, o movimento de subida de descida antero-posterior desses ossos é conhecido como
“movimento de alça de balde”. Esses músculos também permitem um pequeno incremento do volume
transverso do tórax, em um movimento conhecido como “alça de bomba”. Já o diafragma permite a maior
expansão da cavidade torácica no sentido supero-inferior.
Na �igura a seguir, podemos melhor analisar esses movimentos.
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Observe que, quando as costelas superiores são elevadas, a dimensão AP do tórax aumenta (movimento em
alavanca de bomba) e há maior excursão (aumento) na parte inferior, que é a extremidade da alavanca. As partes
médias das costelas inferiores se movem lateralmente quando são elevadas, aumentando a dimensão
Figura 15 - Movimento de alça de balde e braço de bomba da parede torácica
Fonte: MOORE; DALLEY; AGUR, 2019, p. 296.
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transversal (movimento em alça de balde). Já a associação dos movimentos das costelas (setas) que ocorrem
durante a inspiração forçada aumenta as dimensões AP e transversal da caixa torácica. O tórax, então, alarga-se
durante a inspiração forçada quando as costelas são elevadas (setas); e se estreita durante a expiração, enquanto
as costelas são abaixadas (setas) (MOORE; DALLEY; AGUR, 2019).
O movimento básico de inspiração (em repouso ou forçada) é a contração do diafragma, que aumenta a
dimensão vertical da cavidade torácica (setas). Quando o diafragma relaxa, é empurrado para cima pela
descompressão das vı́sceras abdominais, reduzindo a dimensão vertical para a expiração (MOORE; DALLEY;
AGUR, 2019).
A seguir, destacamos os músculos que atuam na inspiração normal. Clique e con�ira!
Intercostais externos
Cuja função é promover a elevação das costelas.
Diafragma
Aumenta a dimensão longitudinal do tórax e eleva
as costelas inferiores. Durante a inspiração calma,
a contração do diafragma responde isoladamente
por 75% da inspiração.
Você já deve ter reparado que, quando realizamos uma atividade fı́sica intensa, utilizamos outros músculos para
aumentar ainda mais o volume do tórax. Chamamos esse tipo de inspiração de “inspiração forçada”.
Os músculos acessórios que agem na inspiração forçada são:
esternocleidomastoideo: eleva o esterno;
escaleno anterior: eleva a clavícula;
escaleno médio: eleva as duas primeiras costelas;
escaleno posterior: eleva as duas primeiras costelas.
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Com relação à expiração, esta ocorre passivamente durante a respiração calma, resultante da retração elástica
passiva dos pulmões. Quando há uma expiração forçada, como no exercı́cio fı́sico, na tosse ou quando sopramos
contra uma resistência (quando enchemos uma bexiga), ocorre a participação dos músculos da parede
abdominal. São eles: intercostais internos e músculos abdominais (músculo reto do abdome, oblı́quos internos
e externos e transverso), sendo que estes abaixam as costelas inferiores e comprimem o conteúdo abdominal.
VAMOS PRATICAR?
Para atletas da natação, é fundamental aumentar o tempo de apneia (capac
de �icar sem respirar debaixo d’água), já que o maior deslocamento subaquá
menor número de respirações pode aumentar a vantagem de tempo. O trei
apneia exige muita dedicação e esforço fıśico por parte do atleta, pois envolv
só melhorar sua capacidade de inspirações forçadas, mas, também, sua resist
ao acúmulo de gás carbônico na corrente sanguıńea.
Nesta atividade, vamos, então, exercitar seu conhecimento?
Imagine que você é treinador da equipe de natação do Clube Reino Unido, o
importante do Estado. Joana é atleta do clube, no nado livre, na modalidade 
200 metros. Ela tem 14 anos e está passando da categoria infantil para a ju
por isso, precisa se adequar �isicamente às novas demandas. Ela deve aumen
capacidade respiratória e o tempo de apneia voluntária submersa. Para 
você terá que trabalhar com Joana a inspiração forçada.
Nesse caso, quais são os músculos da respiração calma que participa
inspiração? Quais músculos acessórios podem ser utilizados para aument
dimensões da caixa torácica? Que movimentos cada um deles executa? 
alterações �isiológicas podem decorrer da apneia prolongada?
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Embora os músculos da respiração sejam a parte ativa do processo, o ar não entrará nos pulmões sem ação das
pleuras. Estas são membranas de tecido seroso que revestem externamente os pulmões e internamente a
cavidade pleural.
A parte da pleura que reveste o pulmão recebe o nome de “pleura visceral”, encontrada, inclusive, na face do
pulmão, entre as �issuras e os lobos. A parte que reveste a cavidade torácica é a “pleura parietal”, que reveste não
só a parede interna do tórax, mas, também, o diafragma.
Entre as pleuras visceral e parietal há um espaço muito pequeno, chamado de “cavidade pleural”, repleta de
lı́quido pleural, produzido pela própria pleura parietal ao �iltrar o plasma sanguı́neo. A pequena quantidade de
lı́quido pleural cria uma pressão negativa entre as partes, fazendo com que elas �iquem �irmemente aderidas.
Para entender melhor como as pleuras se mantém unidas pelo lı́quido pleural, vamos fazer uma comparação? Ao
lavar alguns copos, você já os empilhou um dentro do outro, ainda molhados? Se nunca fez isso, faça e observe.
Veja que a �ina pelı́cula de água faz pressão entre as superfı́cies lisas do vidro do copo — assim como o lı́quido
pleural nas pleuras —, tornando-se impossı́vel separá-los,embora possamos deslizá-los um sobre o outro,
girando. Assim, quando os músculos da respiração se contraem, eles tracionam a parede do tórax, que está
aderida à pleura parietal, aderida à pleura visceral pelo lı́quido pleural. Por sua vez, a pleura visceral está
aderida ao pulmão. Dessa forma, a tração realizada pelos músculos é transmitida aos pulmões e este se expande
para a inspiração.
Como a pleura parietal reveste totalmente a cavidade torácica internamente, ela forma recessos e vãos entre o
diafragma e a parede do tórax. Tais vãos recebem o nome de “recessos costodiafragmáticos”.
Caso aumente a quantidade de lı́quido pleural na cavidade pleural, haverá separação entre as pleuras parietal e
visceral e, mesmo que os músculos da respiração se contraiam, eles não conseguirão tracionar o pulmão.
Chamamos essa condição de “derrame pleural”. Além disso, quando a separação das pleuras ocorre por entrada
de ar entre elas, há “pneumotórax”; quando houver entrada de sangue, haverá “hemotórax”; e, caso haja entrada
de quilo (linfa), diremos que houve “quilotórax”. Observe a �igura a seguir.
VOCÊ QUER LER?
Para aprofundar seu conhecimento sobre os músculos da respiração, sugerimos a
leitura do livro “Fisiologia respiratória: princıṕios básicos”, de John B. West. A obra é um
clássico entre os pro�issionais educadores fıśicos e �isioterapeutas, os quais se dedicam
ao estudo da Fisiologia do exercıćio.
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Agora que já conhecemos bastante sobre a estrutura das vias aéreas inferiores e da cavidade torácica, vamos
aproveitar para estudar um pouco de anatomia viva?
A anatomia viva se refere ao estudo dos órgãos em pessoas vivas, como atletas e pacientes de quem você
cuidará quando se formar. Faremos tal estudo por meio de radiogra�ias de tórax. Em uma radiogra�ia de tórax,
poderemos ver em cores mais claras as estruturas com maior densidade de tecido, como os ossos; e em cores
mais escuras as estruturas com menor densidade, como o pulmão repleto de ar.
Acompanhe a �igura na sequência.
Figura 16 - Pleura e pulmões
Fonte: logika600, Shutterstock, 2019.
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Na �igura, podemos observar ossos em branco. As costelas se articulam posteriormente com a coluna vertebral
(arco costal posterior) e anteriormente com o esterno por meio da cartilagem costal. Como as cartilagens não
podem ser analisadas em radiogra�ias, tem-se a impressão de que o arco costal anterior está �lutuando no tórax.
Além disso, também podemos notar o pulmão e os espaços aéreos da traqueia em preto. Na região medial,
observa-se em cinza médio a trama vasobrônquica, uma sobreposição dos brônquios e dos vasos pulmonares,
distribuindo-se para o interior do pulmão.
A radiogra�ia de tórax é o principal exame para avaliação do tórax no pronto-socorro, mais utilizada para a
avaliação inicial de pulmão, mediastino, vias aéreas, cavidade pleural e parede torácica. Ela permite que o
médico possa dar o diagnóstico de in�lamações e infecções pulmonares (pneumonia), edema pulmonar,
hemorragia, aspiração de corpos estranhos, tromboembolismo pulmonar, isquemia e neoplasias.
Entretanto outros exames de imagem, também podem ser realizados para ajudar a diagnosticar as doenças
pulmonares:
ultrassom dos pulmões: permite diagnosticar pneumotórax,
derrame pleural e regiões de necrose pulmonar;
tomografia computadorizada: permite uma visão minuciosa do
tecido pulmonar, com a identificação de cada um dos segmentos do
pulmão. Também permite a visualização de massas e nódulos,
alterações em vasos sanguíneos e vias aéreas de pequeno calibre.
Vamos, agora, consolidar os conhecimentos adquiridos até o momento realizando o exercı́cio a seguir?
A cavidade torácica aloja, além dos órgãos respiratórios, outras estruturas anatômicas, como o coração e os
vasos da base, o esôfago, o ducto torácico e o timo. Os movimentos respiratórios realizados na caixa torácica
podem in�luenciar o funcionamento dos órgãos ali contidos, em especial do coração, já que o aumento e a
redução da pressão intratorácica interferem no ciclo e débito cardı́aco.
Figura 17 - Radiogra�ia de tórax
Fonte: Thomas Hecker, Shutterstock, 2019.
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Síntese
Chegamos ao �im da primeira unidade desta disciplina. Aqui, foram abordadas as estruturas que compõem o
sistema respiratório e suas respectivas funções, desde a entrada e condução do ar até seu condicionamento e a
chegada à membrana alvéolo-capilar, onde acontecem as trocas gasosas. A composição dos tecidos das
diferentes partes do sistema respiratório também foi abordada, assim como sua correlação com as funções
exercidas. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
conhecer a função do sistema respiratório;
analisar os tipos de epitélios presentes nos órgãos que compõem o
sistema respiratório;
entender os mecanismos de defesa das vias aéreas e do organismo;
identificar as estruturas das vias aéreas superiores e inferiores;
perceber as estruturas que formam os alvéolos;
identificar os músculos que participam do processo de respiração.
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