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CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO AO JUÍZO DA 5ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA, GOIÁS Processo nº xxxxx ANTONIO PEREIRA, devidamente qualificado nos autos da Ação de execução de sentença arbitral em epígrafe, vem, por via de seu procurador que esta subscreve, com fundamento no art. 1.010, §1o, do CPC, oferecer CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO interposto por APELANTE, também já qualificado nos autos, nos termos em anexo, cuja juntada aos autos requer. Requer, outrossim, após cumpridas as formalidades legais, sejam os autos remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás Termos em que Pede o deferimento. Goiânia/GO, 27 de abril de 2023 ADALBERTO JOSE DA ROCHA NETO HITA BUENO ROCHA FERREIRA OAB/GO CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO Apelante: JOSÉ DA SILVA Apelado: ANTONIO PEREIRA Origem: processo nº XXXXXX, 5ª Vara Cível, Comarca de Goiânia EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÃMARA, Eméritos Desembargadores, I – PRELIMINARMENTE a) Da intempestividade Inicialmente temos que, o recurso apresentado pelo ora apelado, fora interposto em data posterior ao prazo limite de 15 dias. Dito isso, temos que o recurso foi apresentado no dia 15/03/2023, todavia, a decisão foi publicada no dia 13/02/2023, ou seja, o recurso foi apresentado posterior aos 15 (quinze) dias. Logo, estamos diante de uma intempestividade do referido recurso, conforme preleciona o Art. 1.009, § 2º, CPC, assim vejamos: Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. II - BREVE SÍNTESE DA APELAÇÃO Cabe relembrar que o juízo de primeiro grau, indeferiu os pedidos da Ação de execução de sentença arbitral por entender que tais pedidos executivos não são cumuláveis, conforme dispõem o Art. 780, CPC, assim vejamos: Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento. (grifo nosso) Inconformado com a sentença de evento nº x, o autor apelou da mesma, visando, primeiramente, a sua reforma sob a alegação de que seus pedidos possuem compatibilidade em razão de sua conexidade, e, em seguida, subsidiariamente, a sua reforma, sob o fundamento de que o seus pedidos possuem conexão, ou seja seguem o mesmo procedimento, o que não merece prosperar. Logo, cumpre esclarecer que razão não assiste ao apelante, senão vejamos a seguir. III – DO MÉRITO Primeiramente, há que se esclarecer que, ao contrário do que alega o apelante, temos claramente que os procedimentos seguem ritos diferentes, no caso em tela, os pedidos do Apelante possuem cumulações indevidas de execução. 3.1 DA CUMULAÇÃO INDEVIDA DAS EXECUÇÕES Inicialmente, antes de adentrarmos no tema acima referido, temos a brilhante e irretocável sentença proferida pelo juízo, fundamentada no Art. 780,CPC, onde conclui que tais pedidos não são cumuláveis, assim vejamos: Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas sejam competentes o mesmo juízo e idêntico o procedimento. (grifo nosso) Logo, temos que os pedidos requeridos pelo Apelante seguem ritos diferentes. Nesse sentido, a execução de entrega de coisa, ou seja a imissão na posse do bem, que refere-se a um dos pedidos requeridos pelo Apelante, segue o rito do Art. 538, CPC, assim vejamos: Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. Por outro lado, temos o segundo pedido requerido pelo ora Apelante, que é o pagamento de perdas e danos, ou seja a obrigação de pagar que segue o rito do Art. 523, CPC, assim vejamos: Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. Nesse sentido, temos o seguinte entendimento: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS À EXECUÇÃO - CUMULAÇÃO INDEVIDA DE EXECUÇÕES - EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. 1. É lícito ao credor, sendo o mesmo o devedor, cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, desde que para todas elas sejam competente o juiz e idêntica a forma do processo. 2. Nos embargos, poderá o executado alegar cumulação indevida de execuções. 3. O Superior Tribunal de Justiça entende ser "inviável a pretensão de amalgamar os procedimentos, atropelando-se o disposto na lei processual acerca da ritualística da execução" (STJ, RE nos EDcl no REsp XXXXX/2017). 3. Deve ser extinta a execução pela inadequação do procedimento executivo formulado, quando o credor indevidamente cumula obrigação de pagar e de fazer, que tem ritos próprios e distintos na lei processual civil. (TJ-MG - AC: XXXXX40004316001 MG, Relator: José Flávio de Almeida, Data de Julgamento: 08/03/2017, Câmaras Cíveis / 12ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 16/03/2017) Por fim, resta claro a cumulação indevida das execuções, pelo simples fato das mesmas seguirem ritos distintos, conforme exposto acima. Sentença mantida, acertada ao indeferir a cumulação dos pleitos executórios. IV – REQUERIMENTOS Diante do exposto, requer que o presente recurso NÃO SEJA CONHECIDO por intempestivo; caso contrário, que seja NEGADO O PROVIMENTO, mantendo-se a r. sentença do juiz a quo nos exatos temos em que foi proferida. Termos em que Pede o deferimento. Goiânia/GO, 27 de abril de 2023 ADALBERTO JOSE DA ROCHA NETO HITA BUENO ROCHA FERREIRA OAB/GO