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Aula 9

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Economia Política
Aula 9 - Política ambiental e legislação aplicada
INTRODUÇÃO
O crescimento da população mundial tem exigido a melhoria nos processos de produção e o aproveitamento eFcaz dos recursos naturais. A forma de equacionar essa questão deve passar, necessariamente,
pela adoção de uma política de consumo sustentável pelos países desenvolvidos, com o uso menos intensivo de recursos naturais. Uma das questões é como induzir mudanças tecnológicas na direção de
tecnologias mais limpas a Fm de obter sustentabilidade ambiental, em que os recursos naturais sirvam para as gerações atuais e futuras, e que os níveis de poluição sejam reduzidos mesmo com o aumento da
produção.
No Brasil, a Lei no. 6.938, de 31/08/1981Lei no. 6.938, de 31/08/1981 (glossário) (glossário), dispôs sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecendo a relação entre a recuperação do meio ambiente e o processo de
desenvolvimento socioeconômico. As atividades econômicas que não se adequarem à nova realidade poderão ter ameaçados sua própria sustentabilidade.
Da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento que foi denominada RIO 92, surgiu a Agenda 21, que é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por
organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio ambiente. Ela propõe o rompimento com o desenvolvimento econômico
vigente, defendendo a indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade de que a degradação ambiental seja combatida em conjunto com o problema da pobreza mundial.
Vamos falar mais sobre esses assuntos nesta aula. Bons estudos!
OBJETIVOS
Compreender a relação entre legislação ambiental e a economia;
Conhecer os Acordos Internacionais sobre o meio ambiente e os organismos internacionais de padronização;
Examinar a Política Ambiental brasileira.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm
PADRÕES DE CONSUMO E ENERGIA
O surgimento do consumo de massa e a poluição gerada pela queima de combustíveis resultaram no aumento da poluição do ar e no agravamento do problema de acúmulo de lixo. Além disso, o aumento da
produção de veículos exigiu grandes investimentos em novas vias de acesso e avenidas, para que houvesse iuxo de trânsito, resultando em uma maior concentração urbana com consequências nas questões
sociais e ambientais.
As causas estruturais dessa degradação ambiental seriam:
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: Shutterstock
A população mundial vem crescendo de forma acentuada, especialmente nos países em processo de desenvolvimento. Para satisfazer, de maneira sustentável, as necessidades de consumo desta população,
torna-se fundamental o aproveitamento eFcaz dos recursos naturais. A forma de equacionar esta questão deve passar, necessariamente, pela adoção de uma política de consumo sustentável pelos países
desenvolvidos, com o uso menos intensivo de recursos naturais.
A responsabilidade socioambiental das empresas tem aumentado acentuadamente nos últimos anos, mostrando uma mudança de comportamento por parte das organizações. As empresas estão procurando
conhecer melhor o próprio negócio, usar indicadores de responsabilidade social, melhorar a qualidade de produção, investir em tecnologias menos poluentes, disseminar inovações na direção dos fornecedores
e clientes, identiFcar novos negócios com investimento em questões ambientais, e fazer parcerias ou alianças estratégicas com a sociedade civil.
A empresa deverá se preocupar com a questão ambiental não somente em função de Flantropia ou responsabilidade social, mas simplesmente para continuar operar nos padrões do livre mercado.
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O consumo elevado gerando pressão contra a natureza.
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A cultura do consumo, exigindo um constante processo de produção e consumo.
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A marginalização de signiFcativa parcela da população, o que ocasiona a degradação socioambiental veriFcada nas sociedades modernas.
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Existe uma ameaça à permanência do sistema capitalista de produção, pois com a escassez de recursos naturais e o nível elevado de poluição, são exigidos cada vez mais mecanismos regulatórios
governamentais em contraponto aos próprios princípios liberais. A questão ambiental sobre o ponto de vista da atividade produtiva pode ser um elemento a ameaçar a sobrevivência do livre mercado.
Por sua vez, o consumo de energia tem sido objeto de grandes discussões no que toca seu papel no desenvolvimento dos países. O consumo de energia, base das atividades produtivas, gera impactos sobre o
meio ambiente. Assim, se no passado a energia era tratada como sendo meramente um problema de fornecimento de insumo para a produção ameaçada nos anos 1970 pelos choques de petróleo e pela
consequente elevação do seu preço, a partir dos anos 1980 torna-se uma questão fortemente ligada à preservação do meio ambiente.
A existência de um vínculo estreito entre energia e desenvolvimento costuma ser tomada como ponto pacíFco. Não são poucos os que tomam essa aFrmação como se fosse a expressão de uma lei geral, em
que a ascensão a níveis mais altos de consumo energético signiFcaria, por si só, a obtenção de padrões mais elevados de desenvolvimento.
À primeira vista, parece haver uma correspondência bastante nítida entre os níveis de consumo energético e os de desenvolvimento humano. Ocorre, porém que a associação entre os níveis de consumo
energético e o desenvolvimento humano não é tão óbvio. Assim, dois países com resultados similares no Índice de desenvolvimento Humano (IDH) podem apresentar níveis bastante distintos de consumo de
energia per capita.
ExemploExemplo
, O exemplo clássico é o dos Estados Unidos, com IDH próximo da Noruega, mas apresentando um consumo de energia per capita quase duas vezes maior que o norueguês.
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A enumeração de casos similares ainda poderia ir muito mais longe, embora nem por isso os consumos de energia tendem a encontrar alguma correspondência em patamares mais elevados do
desenvolvimento.
O que, no entanto, cabe ressaltar é que a constatação de variações expressivas de país para país sugere que alguns países se vêm mostrando mais bem-sucedidos do que outros na tarefa de traduzir a elevação
dos padrões médios de consumo energético em melhorias da qualidade de vida de sua população.
Para que essas questões possam ser devidamente tratadas, um modelo de desenvolvimento menos intensivo em consumo e energia, como uma forma de lutar contra as mudanças climáticas globais, passa
por questões relacionadas à vontade de modiFcação de estilos de vida, mas também por relações econômicas mais equilibradas no que toca à cooperação em nível global para atingir esse objetivo.
As negociações internacionais sobre mudanças climáticas têm demonstrado a necessidade de discussão e pesquisa acerca de inúmeras barreiras e oportunidades para desenvolver, promover e aceitar os
mecanismos de cooperação internacional para fortalecer a entrada de energia renovável, promover a eFciência energética e a redução do consumo de energia, e reduzir as emissões de dióxido de carbono.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E A ECONOMIA
A Lei no. 6.938, de 31/08/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, estabelece a relação entre a melhoria e a recuperação do meio ambiente com o processo de desenvolvimento
socioeconômico. As atividades econômicas que não se adequarem à nova realidade poderão ter ameaçados sua própria sustentabilidade.
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O art 2o. caput da Lei no. 6.938/81 deFne que: “a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
condições de desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidadeda vida humana [...]”.
No art. 225 caput da Constituição Federal brasileira de 1988Constituição Federal brasileira de 1988 (glossário) (glossário), o legislador deFne que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Saiba maisSaiba mais
, Em face da importância do meio ambiente para o desenvolvimento sustentável, a Constituição impôs ao Poder Público e à coletividade o dever de preservá-lo para presente e
futura geração. A Constituição criou uma ordenação jurídica obrigando a quem se utiliza dos recursos naturais, cuidar do meio ambiente.
LEGISLAÇÃO SOBRE O MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
O meio ambiente do trabalho está previsto no art. 200 inciso VIII da Constituição Federal brasileira de 1988, onde determina que “ Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da
lei: [...] colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o trabalho”.
A lei que disciplina o diploma constitucional é de nº 8.080, de 19/09/908.080, de 19/09/90 (glossário) (glossário), que trata do Sistema Único de Saúde – SUS, que em seu art. 3o deFne que:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
Saiba maisSaiba mais
, O artigo 6 , inciso V, da Lei no. 8.080, estabelece que o SUS, deve atuar na proteção do meio ambiente, nele englobando o trabalho. A preservação do meio ambiente não pode
estar dissociada da saúde do trabalhador no local do trabalho. A legislação estabelece uma relação direta entre meio ambiente e trabalho, em que a preservação da saúde do
trabalhador é condição para a defesa do meio ambiente.
LEGISLAÇÃO PENAL E A RESPONSABILIDADE CORPORATIVA
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
A Constituição Federal brasileira de 1988 estabelece a base jurídica da responsabilidade penal ambiental. Em seu art. 225 & 3o. deFne que: “as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano”.
A responsabilização penal deve ser aplicada aos dirigentes que se tenham utilizado da empresa para a prática de crimes. Entendimento do poder judiciário permite responsabilizar penalmente os responsáveis
por atos que venham causar danos ao meio ambiente.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL CORPORATIVA E O COMÉRCIO AGRÍCOLA
O principal adversário à adoção da gestão ambiental era a ideia de que meio ambiente e lucro eram elementos incompatíveis. Os investimentos em meio ambiente iriam elevar custos que seriam
automaticamente repassados ao consumidor. Em poucos anos, Fcou evidenciado que as tecnologias ambientais tinham o efeito inverso, reduziam custos por meio de uma melhor racionalização dos processos
produtivos.
o
1
Adoção de tecnologias ambientais;
2
Implantação de sistema de gestão ambiental;
2
Racionalização do uso de recursos naturais.
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O processo de globalização e a inserção da economia brasileira no cenário internacional promoveram mudança na maneira do empresário nacional vivenciar a questão socioambiental.
A empresa, para sobreviver no mercado competitivo e globalizado, deverá ter sua imagem associada aos programas sociais e de preservação do meio ambiente. A própria sustentabilidade do empreendimento
depende do equacionamento dos coniitos sociais e da conservação da natureza.
Existem duas dimensões da responsabilidade social das empresas:
AtençãoAtenção
, Os riscos da falta ou da perda da responsabilidade social-ambiental poderão vir a ser fundamental para a organização.
Entretanto, a agricultura e a exploração iorestal são atividades fundamentais para o desenvolvimento sustentável, devido à grande quantidade de trabalhadores envolvidos nessas atividades, à extensão das
áreas e aos impactos que elas têm sobre os recursos renováveis e o meio ambiente.
Os países em desenvolvimento como o Brasil, que possui vantagem ambiental em sua capacidade de produzir certas safras, estão competindo com os países norte-americanos e europeus, que subsidiam
fortemente a agricultura. Isso mantém a produção agrícola dos países desenvolvidos artiFcialmente barata, e cria grandes superávits agrícolas que têm um efeito distorcido sobre o comércio mundial. Esses
excedentes são descarregados nos países em desenvolvimento e produz uma concorrência desleal com a produção local.
A produção agrícola brasileira para poder competir nesse cenário de subsídios e barreiras alfandegárias, além de aumentar sua produtividadeaumentar sua produtividade, deverá demonstrar sua preocupação com a preservação dopreservação do
meio ambientemeio ambiente e com os produtos químicos que venham a afetar a saúde da população. A agricultura tradicional com as técnicas poluentes não poderá fazer frente aos produtos dos países desenvolvidos
tanto numa competição interna como externa, gerando um processo contínuo de empobrecimento das áreas agrícolas e o consequente êxodo rural.
Os países desenvolvidos estão exigindo cada vez mais padrão de qualidade ambiental e regulamentação na área do meio ambiente, para evitar os custos ambientais que porventura sejam cobrados pelo
governo ou pela justiça em seus países.
Para impedir qualquer desvantagem comparativa nos produtos agrícolas por eles produzidos, vêm requerendo maior investimento ambiental das empresas dos países em desenvolvimento para que possam
acessar aos seus mercados.
Não resta outro caminho às empresas no mercado globalizado, a não ser adequar a essa nova realidade.Não resta outro caminho às empresas no mercado globalizado, a não ser adequar a essa nova realidade.
Fonte: Shutterstock
Saiba maisSaiba mais
, Caso um país importador venha adotar regras ambientais rigorosas sobre seus processos de produção, poderia se sentir no direito de impor condições protecionistas para
impedir a entrada de produtos agrícolas que não fossem produzidos da mesma forma. Entretanto, as regras internacionais adotadas no âmbito da Organização Mundial do
Comércio (OMC) restringem tais discriminações.
A OMC permite aos países estabelecer limitações somente à entrada de produtos que possam causar dano à vida ou à saúde pública. Independentemente das condições impostas
pela OMC, é provável que produtores agrícolas que pretendam manter sua participação nos mercados globais no futuro adotem medidas ambientais eFcazes em face da tendência
dos mercados internacionais exigirem padrões ambientais cada vez mais restritivos.
OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS DE PADRONIZAÇÃO
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O processo de globalização produziu uma concorrência no cenário internacional, resultando em normas gerais de padronização, de qualidade e mais recentemente de gestão ambiental. As empresas são
forçadas a se adaptar às determinações dos mercados globalizados.
A ISO-14001ISO-14001 é uma das normas ambientais da série ISO-14000, que estabelecem diretrizes e requisitos para uma empresa implantar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), habilitando-a receber uma
certiFcação ambiental internacional.
Veja, a seguir, informações importantes sobre a ISOISO e a ISO 14000ISO 14000.
ISOISO
A International Organization for Standardization - ISO é uma organização não governamental internacional criada oFcialmente em 1947 e reúne cerca de uma dezena de
organismos de normalização, e tem como objetivo promover o desenvolvimento da padronização e de atividades relacionadas, de maneira a facilitar o intercâmbio
internacional de bens e serviços e a cooperação para o desenvolvimento econômico, cientíFco e tecnológico.
ISO 14000ISO 14000
Um sistema de normalização como a ISO 14000 tem como objetivo proteger o produtor responsável contra concorrentes que, por não respeitarem as leis e os princípios
da conservação ambiental, produzem com custosmais baixos em razão da economia nos processos ambientais.
Diversos organismos internacionais vêm atuando na questão do impacto do comércio internacional no meio ambiente (Organização das Nações Unidas - ONU, Organização Mundial do Comércio - OMC, Banco
Mundial, entre outros).
Acordos de livre comércio como os Frmados no âmbito da Nafta (EUA, México e Canadá) incluem cláusulas de proteção ao meio ambiente. EUA e Canadá, pressionados por seus grupos ambientalistas,
incluíram novos critérios sobre proteção ambiental no México, em razão do temor de que empresas norte-americanas e canadenses venham a se instalar no mercado mexicano para usufruir de controles
antipoluentes menos rígidos.
POLÍTICA AMBIENTAL BRASILEIRA
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No Brasil, somente em 1973, a questão ambiental passou a ser tratada como uma estrutura independente, seguindo a recomendação da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Criou-se a
Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, vinculada ao Ministério do Interior (Decreto nº 73.030, de 30 de Outubro de 1973Decreto nº 73.030, de 30 de Outubro de 1973 (glossário) (glossário)).
A estrutura do sistema de gestão ambiental tomou por modelo a experiência norte-americana, caracterizada por dois elementos básicos:
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-73030-30-outubro-1973-421650-publicacaooriginal-1-pe.html
A questão ambiental não foi prioridade no processo de industrialização brasileiro. Desde o estabelecimento de indústrias intensivas em emissões, vinda dos países desenvolvidos nos anos 1970 para produzir
bens intermediários, aos vazamentos de óleo, são vários os exemplos de descaso do setor industrial brasileiro com a questão ambiental.
Uma das consequências desse relativo descaso com a questão ambiental é a presença cada vez mais importante de indústrias intensivas em recursos naturais e energia ou que apresentam um alto potencial
poluidor.
A razão deve-se:
• Em primeiro lugar ao atraso no estabelecimento de normas ambientais e agências especializadas no controle da poluição industrial;
• Em segundo lugar, a estratégia de crescimento associada à industrialização por substituição de importações no Brasil privilegiou setores intensivos em emissão.
A motivação inicial do processo de industrialização por substituição de importações era baseada na percepção de que o crescimento de uma economia periférica não poderia ser apenas sustentado em
produtos diretamente baseados em recursos naturais (extração mineral, agricultura e outras formas de aproveitamento de vantagens comparativas absolutas deFnidas a partir da dotação de recursos naturais).
Contudo, embora o Brasil tenha avançado na consolidação de uma base industrial diversiFcada, esse avanço esteve baseado no uso indireto de recursos naturais (energia e matérias-primas baratas), em vez de
expandir-se através do incremento na capacidade de gerar ou absorver progresso técnico - chave para o crescimento sustentado, mas que Fcou limitado a algumas áreas de excelência.
1
A concentração em atividades intensivas em emissão, que aumentou ainda mais a partir da consolidação dos investimentos do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND), 1974/1978, e resultou em forte
expansão de indústrias de grande potencial poluidor - especialmente dos complexos metalúrgico e químico/petroquímico - sem o devido acompanhamento de tratamento dessas emissões.
2
A tendência de especialização do setor exportador em atividades potencialmente poluidoras.
Uma das saídas apontada para esse problema é a incorporação de instrumentos econômicos baseados no princípio do poluidor-pagador, no qual emissões passam a ser cobradas mesmo estando em
conformidade com os padrões máximos, mas ao mesmo tempo permitindo que os agentes emissores negociem entre si seus próprios limites de emissão, de modo a minimizar os custos sociais do ajuste.
Indústrias mais antigas, cujo custo de readaptação seja mais alto, poderiam se beneFciar através da negociação com outros agentes mais eFcientes no controle ambiental.
O problema central é, portanto, como induzir mudanças tecnológicas na direção de tecnologias mais limpas a Fm de obter sustentabilidade ambiental, ou seja, que os recursos naturais sirvam para as gerações
atuais e futuras, e que os níveis de poluição sejam reduzidos mesmo com o aumento da produção.
A mudança do padrão tecnológico atual na direção de padrões tecnológicos que degradem menos o meio ambiente é uma condição necessária para que o crescimento econômico possa ser contínuo e que
justamente com uma distribuição mais igualitária dos benefícios desse crescimento caminhe na direção do desenvolvimento sustentável.
Os Acordos Internacionais sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento SustentávelOs Acordos Internacionais sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável
A Agenda 21 é um plano de ação para ser adotado global, nacional e localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana
impacta o meio ambiente. Constitui-se na mais abrangente tentativa já realizada de orientar para um novo padrão de desenvolvimento para o século XXI, cuja base é a sustentabilidade ambiental, social esustentabilidade ambiental, social e
econômicaeconômica.
A proposta da Agenda 21 não está restrita às questões associadas à preservação do meio ambiente, mas também é uma agenda de Desenvolvimento Sustentável. Ela propõe, portanto, o rompimento com o
desenvolvimento econômico vigente, dando origem à sustentabilidade, que une a agenda ambiental e a agenda social, ao defender a indissociabilidade entre os fatores sociais e ambientais e a necessidade de
que a degradação ambiental seja combatida em conjunto com o problema da pobreza mundial.
A AGENDA 21 CONSIDERA QUESTÕES COMO:
19681968
Fundou-se o Clube de Roma, preocupado com os impactos do crescimento desenfreado sobre as questões ambientais.
19721972
Deu-se origem à publicação de “Os Limites do Crescimento”. Naquele mesmo ano, aconteceu a Conferência de Estocolmo, Suécia, onde foram discutidas as relações entre
desenvolvimento e meio ambiente, surgindo o conceito de ecodesenvolvimentoecodesenvolvimento, que mais adiante foi consolidado no termo Desenvolvimento Sustentável.
19921992
Entre os dias 3 e 14 de junho de 19921992, na cidade do Rio de Janeiro, realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que foi denominada
RIO 92. Da conferência surgiu a Agenda 21Agenda 21, que conta com mais de 40 capítulos, e estabelece um programa de ação com 2.500 recomendações para a implantação do
Desenvolvimento Sustentável ao longo do século XXI.
Após a RIO 92, algumas reuniões e conferências aprofundaram, ou mesmo discutiram a nível regional à questão das propostas contidas na Agenda 21, em que se destacam:
ATIVIDADE
Vamos, agora, exercitar os seus conhecimentos.
Leia o texto “STF pode julgar constitucionalidade do Código Florestal em dois mesesSTF pode julgar constitucionalidade do Código Florestal em dois meses (glossário) (glossário)”, publicado em O Globo, em 19 abr. 2016 e, a seguir, responda às perguntas.
• Como pode-se manter o equilíbrio entre a proteção ambiental e a proteção à agricultura? Fundamente a resposta.
• Comente sobre a ótica da legislação constitucional brasileira e o novo Código Florestal.
Para elaborar sua resposta, você poderá consultar a legislação no site do PlanaltoPlanalto (glossário) (glossário), assim como o site do Ministério do Meio AmbienteMinistério do Meio Ambiente (glossário) (glossário).
Resposta Correta
Preparamos, ainda, uma lista de exercícios para que você exercite os conhecimentos construídos nesta aula.
Para acessar à lista, clique aquiaqui (glossário) (glossário).
19971997
Conferência das Partes (COP 3) – Quioto, JapãoConferência das Partes (COP 3) – Quioto, Japão
O Protocolo de Quioto propunha um programa pelo qual países desenvolvidos teriam a obrigação de reduzir a emissão degases do efeito estufa, como o carbono e o metano. O
documento gerado foi um dos mais importantes fatores para a preservação do meio ambiente por deFnir compromissos mais rígidos para redução da emissão de gases de efeito
estufa, principal causador do aquecimento global.
20022002
Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, 2002 - Joanesburgo, África do SulConferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, 2002 - Joanesburgo, África do Sul
Na Conferência, foram deFnidos o Plano de Implementação, que tem como base os resultados obtidos a partir da RIO 92, e a Declaração Política, que reaFrma o compromisso dos
países com o desenvolvimento sustentável.
20072007
Conferência de Bali, IndonésiaConferência de Bali, Indonésia
Teve o objetivo de deFnir metas ainda mais ambiciosas do que as estabelecidas pelo Protocolo de Quioto em relação às emissões de gases do efeito estufa.
20092009
Conferência de Copenhague, DinamarcaConferência de Copenhague, Dinamarca
Visava buscar soluções para o aquecimento global e Frmar de vez um acordo a ser seguido pelos países mais ricos em prol dos mais pobres.
20112011
Conferência do Clima da ONU de Durban, África do SulConferência do Clima da ONU de Durban, África do Sul
Teve como objetivo decidir pela renovação no mais importante acordo feito até então para contenção dos gases de efeito estufa: o Protocolo de Quioto.
20122012
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Rio de Janeiro, BrasilConferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Rio de Janeiro, Brasil
Foram avaliados os resultados obtidos após a Rio 92, e o texto Fnal defendeu o fortalecimento do Programa da ONU para o meio ambiente (Pnuma) e a criação de um órgão
político para apoiar e coordenar ações internacionais para o desenvolvimento sustentável.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon639/galeria/aula9/docs/A9_t9.pdf
http://www.planalto.gov.br/
http://www.mma.gov.br/
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon639/galeria/aula9/docs/A9_t9a.pdf
Glossário

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