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PALESTRA Sociodiversidade e Multiculturalismo Prof. Carlos Eduardo Volante A importância do intercâmbio cultural ▰ “Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados, nem que as minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro da minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.” Mahatma Gandhi Fonte: https://rsurgente. wordpress.com Diversidade de identidades ▰ As civilizações não possuem uma característica definida. Exemplificando, uma mulher pode ser ao mesmo tempo brasileira, negra, intelectual, homossexual e católica. ▰ Há muitos Estados tentando construir uma nação homogênea, eliminando as diferenças culturais. Entretanto, essas tentativas podem aumentar as tensões na sociedade, gerando conflitos violentos, tornando-se verdadeiros ataques ao desenvolvimento e à própria natureza da sociedade que é diversa. Conflitos e multiculturalismo ▰ Mas não são as diferenças culturais ou de valores as principais causas dos conflitos. São a cobiça e as desigualdades horizontais, pois reivindicações, sejam elas culturais, sociais, políticas ou econômicas, podem gerar conflitos que podem se transformar em violência. ▰ O multiculturalismo é a convivência pacífica de várias culturas em um mesmo ambiente. É um fenômeno social diretamente relacionado à globalização e às sociedades pós-modernas. O Brasil e o multiculturalismo O Brasil é exemplo de multiculturalismo? ▰ A chegada de haitianos, venezuelanos, bolivianos e peruanos. ▰ Os imigrantes da Venezuela estão majoritariamente na Colômbia (1,2 milhão), no Peru (700.000), no Chile (265.800), no Equador (250.000), na Argentina (130.000) e no Brasil (100.000). Fonte: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/ atualidades/crise-na-economia-politica- venezuela.htm Ativismo judicial ▰ Função ativa do Judiciário que, provocado, interfere nas opções políticas dos demais Poderes, notadamente para fazer cumprir uma ordem de caráter social. ▰ Expressão utilizada pela primeira vez em janeiro de 1947, em uma reportagem. O instituto do ativismo judicial se desenvolveu nas décadas seguintes com decisões progressistas na Suprema Corte dos Estados Unidos. ▰ No Brasil, somente o fenômeno começa a ocorrer após a Constituição de 1988, com a redemocratização. O oposto do ativismo judicial é a autocontenção judicial. Estudo de caso: “Plessy vs. Ferguson” A Décima Quarta Emenda Constitucional, em particular, aprovada em 1868, estabeleceu o seguinte: ▰ “Todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos e sujeitas à sua jurisdição são cidadãos dos Estados Unidos e do Estado onde tiver residência. Nenhum Estado poderá fazer ou executar leis restringindo os privilégios ou as imunidades dos cidadãos dos Estados Unidos, nem poderá privar qualquer pessoa de sua vida, liberdade ou bens sem o devido processo legal, ou negar a qualquer pessoa sob sua jurisdição igual proteção das leis.” Estudo de caso: “Plessy vs. Ferguson” Fonte: http://andrelevy.net/photos/never Forget/racism/ Estudo de caso: “Brown vs. Board of Education” ▰ Em 1954, a decisão foi revogada no caso Brown vs. Board of Education, uma das mais importantes em favor dos direitos fundamentais da história da Suprema Corte dos Estados Unidos. Ficou decidido ser inconstitucional a separação entre estudantes negros e brancos nas escolas públicas. Fonte: https://www.thoughtco.com/brown-v- board-of-education-104963 Estudo de caso: “Brown vs. Board of Education” ▰ Integração de escolas em Cleveland, no estado do Mississippi, EUA – decisão de maio de 2016. Fonte: https://www.google.com/maps/@33.7449816,- 90.7251745,2285m/data=!3m1!1e3 INTERVALO Estudo de caso: cotas raciais no Brasil ▰ No Brasil, tivemos algo semelhante com a ADPF 186, ajuizada pelo DEM. ▰ A UnB implantou a política de cotas em 2004, prevendo a reserva de 20% das vagas para candidatos negros e um pequeno número para indígenas. Durante a revisão das regras pela UnB, discutiu-se a constitucionalidade dessas cotas. ▰ No julgamento realizado em 2012, os ministros do STF, por unanimidade, decidiram pela constitucionalidade das cotas da UnB, pois elas não se mostravam desproporcionais ou irrazoáveis. O relator, ministro Ricardo Lewandowski, considerou que a regra tem o objetivo de superar distorções sociais históricas, empregando meios marcados pela proporcionalidade e pela razoabilidade. Estudo de caso: saúde ▰ A responsabilidade para definir e executar as ações de saúde no Brasil pertence ao Estado, nas figuras de cada uma das pessoas políticas que integram a federação; é essa a conclusão que se extrai dos dispositivos dos artigos 196 e 197, da Constituição Federal, ressaltando-se que o fornecimento de medicamentos integra o âmbito individual do direito à saúde. Fonte: http://acr.arq.br/blog/turismo-de- saude-no-brasil Estudo de caso: saúde ▰ CRFB, art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. ▰ O ministro Luís Roberto Barroso apresentou o voto-vista no RE 566471 e 657718 (28/09/2016). Para ele, “o Poder Judiciário não é a instância adequada para a definição de políticas públicas de saúde”, avaliou, ao entender que a Justiça só deve interferir em situações extremas. Estudo de caso: saúde O ministro Luís Roberto Barroso propôs cinco requisitos cumulativos, que devem ser observados pelo Poder Judiciário para o deferimento de determinada prestação de saúde: ▰ Incapacidade financeira de arcar com o custo correspondente; ▰ Demonstração de que a não incorporação do medicamento não resultou de decisão expressa dos órgãos competentes; Estudo de caso: saúde ▰ Inexistência de substituto terapêutico incorporado pelo SUS; ▰ Comprovação de eficácia do medicamento pleiteado à luz da medicina baseada em evidências; ▰ Propositura da demanda necessária em face da União, já que a responsabilidade pela decisão final sobre a incorporação ou não de medicamentos é exclusiva desse ente federativo. Reserva do possível. INTERVALO Estudo de caso: união homoafetiva ▰ ADI 4.277 DF – União Estável Homoafetiva. ▰ CRFB, art. 226: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. [...] ▰ § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”. Estudo de caso: união homoafetiva Trechos do acórdão: ▰ O sexo das pessoas, salvo disposição constitucional expressa ou implícita em sentido contrário, não se presta como fator de desigualação jurídica. ▰ Reconhecimento do direito à preferência sexual como direta emanação do princípio da “dignidade da pessoa humana”: direito à autoestima no mais elevado ponto da consciência do indivíduo. Direito à busca da felicidade. Salto normativo da proibição do preconceito para a proclamação do direito à liberdade sexual. Estudo de caso: união homoafetiva ▰ A Constituição não interdita a formação de família por pessoas do mesmo sexo. Consagração do juízo de que não se proíbe nada a ninguém, senão em face de um direito ou de proteção de um legítimo interesse de outrem, ou de toda a sociedade. ▰ Reflexos na partilha de bens e sucessão hereditária. Fonte: http://www.ameron.org.br/noticia/3173/cirurgia- para-mudar-sexo-no-registro-civil-nao-e- necessaria-diz-corregedor Nota final do ministro LuísRoberto Barroso ▰ “O ativismo judicial, até aqui, tem sido parte da solução, e não do problema. Mas ele é um antibiótico poderoso, cujo uso deve ser eventual e controlado. Em dose excessiva, há risco de se morrer da cura. A expansão do Judiciário não deve desviar a atenção da real disfunção que aflige a democracia brasileira: a crise de representatividade, legitimidade e funcionalidade do Poder Legislativo. Precisamos de reforma política. E essa não pode ser feita por juízes.” ATÉ A PRÓXIMA!
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