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Universidade Federal do Rio de Janeiro – Instituto de F́ısica F́ısica III-A – 2017/1 – Prova SC: 26/06/2017 Versão: A Formulário ~F e = q ~E , ~E = k0 q r2 r̂ ( k0 = 1 4πε0 ) , ∮ S ~E ·d~A = Qint ε0 , ~E = − ~∇V , V = k0 q r , U = k0 qq′ r , C = Q/V , U = 1 2 QV , uE = 1 2 ε0E 2 , I = ∫ S ~J ·d~A , ~J = nq~v , ~J = σ~E , V = RI , P = V I , ~Fm = q~v × ~B , d~Fm = Id~ℓ× ~B , ∮ S ~B ·d~A = 0 , d ~B = µ0 4π Id~ℓ× r̂ r2 , ∮ C ~B · d~ℓ = µ0Ienc + µ0ǫ0 dΦE dt , Eind = − dΦB dt , ∫ dx (x2 + a2)3/2 = 1 a2 x √ x2 + a2 + const. Seção 1. Questões discursivas (1×1,5 + 1×3,0 + 1×2,5 + 1×3,0 = 10,0 pontos) Todas as respostas devem ter justificativas! 1. [1,5 ponto] Considere uma distribuição de cargas num segmento retiĺıneo de comprimento L, posicionado ao longo do eixo Y, no plano z = 0, com densidade linear de carga não uniforme, dada por λ(y) = −αy, onde α é uma constante positiva. A distribuição encontra-se em equiĺıbrio ele- trostático e o ponto médio do segmento está lozalizado em y = 0, como mostrado na Figura 1. (a) Determine a carga total Q contida no segmento. [0,5 ponto] (b) Determine o potencial elétrico devido ao seg- mento em um ponto P, localizado na posição (x, 0, 0). Considere o potencial elétrico nulo no infinito. [0,5 ponto] (c) É posśıvel determinar o campo elétrico ~E no ponto P devido ao segmento de cargas utilizando o potencial elétrico obtido no ı́tem “b”? Justifique. [0,5 ponto] Figura 1: Questão discursiva 1. 2. 1 [3,0 pontos] Uma casca ciĺındrica condutora de comprimento L, raio interno a e raio externo 3a possui carga 2Q e encontra-se em equiĺıbrio eletrostático (veja seção reta da casca ciĺındrica na Figura 2). Utilize um sistema de coordena- das ciĺındricas (s, θ, z), onde s é a distância de um ponto qualquer ao eixo da casca ciĺındrica, que coincide com o o eixo Z do sistema de coordenadas mostrado na Figura 2. Considere que L ≫ a (ou seja, que a casca ciĺındrica é aproximadamente infinita). (a) Utilizando a lei de Gauss, determine o campo ele- trostático ~E (módulo, direção e sentido) devido à casca ciĺındrica em todo o espaço. [1,8 ponto] (b) Determine o potencial eletrostático devido à casca ciĺındrica em todo o espaço, considerando seu valor igual a zero para uma distância 2a do eixo do cilindro. [1,2 ponto] Figura 2: Questão discursiva 2. 3. [2,5 pontos] Uma placa condutora infinita de espessura d é posicio- nada paralelamente ao planoXZ, de forma que seu plano médio coincide com este plano, como mostrado na Figura 3. Ela possui uma densidade de corrente estacionária, na região interna à placa, dada por ~J = J0ẑ, onde J0 é uma constante e ẑ é o unitário da direção OZ. (a) Quais são a direção e o sentido do campo magnético devido à placa, tanto para y > 0 quanto para y < 0? Justifique. [0,8 ponto] (b) Utilizando a lei de Ampère, determine o módulo do campo magnético devido à placa, em um ponto localizado fora da mesma. [0,7 ponto] (c) Utilizando a lei de Ampère, determine o módulo do campo magnético devido à placa, em um ponto localizado dentro da mesma. [1,0 ponto] Figura 3: Questão discursiva 3. 4. [3,0 pontos] Considere um fio infinito formado por dois trechos re- tiĺıneos semi-infinitos e perpendiculares entre si, locali- zados no plano z = 0. Por esse fio flui uma corrente estacionária I. Um sistema de eixos é escolhido de modo que um trecho retiĺıneo coincida com o semi-eixo positivo OY e o outro, com o semi-eixo positivo OX, como indica a Figura 4. Na figura também está indicado o sentido da corrente. Utilizando a lei de Biot-Savart, determine o campo magnético (módulo, direção e sentido) devido a esse fio num ponto genérico P(x0, y0, 0) do primeiro qua- drante do plano OXY. [3,0 pontos] Figura 4: Questão discursiva 4. 2 Baixado por Cadu Martins (ed23lost@gmail.com) lOMoARcPSD|41084483 Gabarito para Versão A Seção 1. Questões discursivas (1×1,5 + 1×3,0 + 1×2,5 + 1×3,0 = 10,0 pontos) 1. Resolução: (a) Temos que: dQ = λ(y)dy, Q = ∫ L/2 −L/2 (−α)ydy = −α ∫ L/2 −L/2 ydy = 0. → Q = 0 . (b) Temos: dV = dq r , V (x, 0, 0) = ∫ L/2 −L/2 (−α)ydy √ x2 + y2 , V (x, 0, 0) = −α ∫ L/2 −L/2 ydy √ x2 + y2 . A integral de uma função ı́mpar num intervalo simétrico é nula. Dito de outra forma, para cada elemento de carga situado na posição yS > 0 existe um outro elemento de carga na posição yI = −yS, ambos à mesma distância de P, tal que a soma das contribuições desses dois elementos ao potencial elétrico é nula. Assim: → V (x, 0, 0) = 0 . (c) Pela relação entre o valor da componente i do campo e a variação do potencial em relação ao eixo xi, Ei = −∂V/∂xi, só é posśıvel determinar a componente x do campo elétrico usando o resultado do item “b”. Isso porque, por esse resultado, não é posśıvel conhecer como o potencial varia com y e com z, o que impede a determinação das componentes Ey e Ez. Ou seja, o campo elétrico ~E não pode ser determinado conhecendo-se apenas o resultado do ı́tem “b”. � 2. Resolução: (a) Devido à simetria ciĺındrica da distribuição de cargas, podemos escrever o campo elétrico como ~E = E(s)ŝ. Escolhendo uma superf́ıcie gaussiana ciĺındrica, de altura h e raio s, coaxial com a casca ciĺındrica, encontramos pelo fato do campo ter apenas componente na direção de ŝ, que apenas a superf́ıcie lateral da superf́ıcie gaussiana escolhida contribuirá como o fluxo do campo elétrico, logo: ∮ S ~E · d~A = Qint ǫ0 , ∮ S E(s)ŝ · dAŝ = Qint ǫ0 , E(s) ∫ Slateral dA = Qint ǫ0 , E(s)2πsh = Qint ǫ0 . (1) 1 • s < 0: neste caso a carga contida na gaussiana é nula, logo: E(s)2πsh = 0, E(s) = 0. • a < s < 3a: neste caso o campo elétrico é nulo, pois trata-se de uma região condutora em equiĺıbrio ele- trostático. Usando uma superf́ıcie gaussiana de raio s = 3a−δ, onde δ é um infinitésimo positivo de distância, usando a lei de Gauss encontramos que devido ao campo elétrico ser nulo na superf́ıcie gaussiana, a carga contida na casca ciĺındrica se encontra em sua superf́ıcie externa, com densidade superficial de carga uniforme dada por: σ = 2Q (2π × 3a× L) = Q 3πaL . • s > 3a: neste caso a carga interna contida na gaussiana é dada por: Qint = σ2π × 3a× h = 2Q L h. Usando Qint na equação 1, encontramos: E(s) = Q πǫ0Ls . → ~E(s) = Q πǫ0Ls ŝ . (b) Como o potencial em s = 2a é nulo, o potencial em s = a e em s = 3a, também é nulo, pois o campo elétrico é zero no interior do condutor em equiĺıbrio eletrostático. Assim, como o campo também é zero para s < a, o potencial nessa região é igual ao potencial no interior da casca ciĺındrica, ou seja, é nulo. Para s > 3a o potencial elétrico é dado por: V (s)− V (3a) = − ∫ s 3a Q πǫ0Lu û · duû, V (s) = − Q πǫ0L ∫ s 3a du u , → V (s) = − Q πǫ0L ln ( s 3a ) . � 3. Resolução: (a) A placa pode ser pensada como constitúıda por uma superposição de linhas de corrente, cada uma com corrente J0dA. Para toda linha de corrente à esquerda há outra à direita, simetricamente localizada, de modo que para pontos para os quais y > 0, o campo magnético resultante do par tem sentido −x̂, e para pontos para os quais y < 0, o campo magnético do par tem sentido x̂, como mostrado na figura abaixo. 2 Baixado por Cadu Martins (ed23lost@gmail.com) lOMoARcPSD|41084483 Como a placa é infinita, para qualquer linha de corrente sempre existe uma outra linha de corrente simetricamente localizada a esta, em relação ao ponto onde se deseja o campo, de modo que após o processo de soma de todas elas o campo magnético resultante pode ser escrito como: ~B = { −B(y)x̂ if y > 0 B(y)x̂ if y < 0 , onde B(y) é o módulo do campo. Pela simetria da distribuição de correntes o módulo do campo só depende de y (placa infinita). (b) Aplicaremos a lei de Ampère usando uma amperiana retangular, de altura 2h e comprimento L, orientada como mostrado na figuraabaixo. Temos: ∮ c ~B · d~l = µ0Iint, ∫ L 0 B(−h)x̂ · dxx̂+ ∫ 0 L −B(h)x̂ · dxx̂ = µ0Iint, [B(−h) + B(h)]L = µ0Iint. Pela simetria, o módulo do campo é o mesmo para pontos localizados à mesma distância da placa, assim: 2B(h)L = µ0Iint. 3 Mas: Iint = ∫ S ~J · d~A, com ~dA = dAẑ, levando à corrente positiva, de acordo com a circulação escolhida, assim: Iint = J0 ∫ S1 dA, Iint = J0Ld, e: → B(h) = µ0J0d 2 . (c) Aplicaremos a lei de Ampère usando uma amperiana retangular, de altura 2y e comprimento L, orientada como mostrado na figura abaixo. Temos: ∮ c ~B · d~l = µ0Iint, ∫ L 0 B(−y)x̂ · dxx̂+ ∫ 0 L −B(y)x̂ · dxx̂ = µ0Iint, [B(−y) + B(y)]L = µ0Iint. Pela simetria, o módulo do campo é o mesmo para pontos localizados à mesma distância da placa, assim: 2B(y)L = µ0Iint. Mas: Iint = ∫ S ~J · d~A, com ~dA = dAẑ, levando à corrente positiva, de acordo com a circulação escolhida, assim: Iint = J0 ∫ S2 dA, Iint = J0L2y, e: → B(y) = µ0J0y . � 4 Baixado por Cadu Martins (ed23lost@gmail.com) lOMoARcPSD|41084483 4. Resolução: O campo magnético produzido pelo fio é dado pela soma de duas contribuições: ~B = ~B1 + ~B2. Temos, para o segmento horizontal: d~B1 = µ0 4π Id~l× r̂ r2 , d ~B1 = µ0 4π Idx sen(α) [(x− x0)2 + y2 0 ] ẑ, onde α é o ângulo formado entre o eixo X e a direção que liga o elemento d~l e o ponto P, como mostrado na figura abaixo. Temos: sen(α) = y0 √ (x− x0)2 + y2 0 , logo: d~B1 = µ0I 4π y0ẑ dx [(x− x0)2 + y2 0 ] 3/2 . ~B1 = µ0I 4π y0ẑ ∫ ∞ 0 dx [(x− x0)2 + y2 0 ] 3/2 . ~B1 = µ0I 4π y0ẑ ∫ ∞ −x0 du [u2 + y2 0 ] 3/2 . ~B1 = µ0I 4πy0 ẑ [ 1 + x0 √ x2 0 + y2 0 ] . Para o segmento vertical temos: d~B2 = µ0 4π Id~l× r̂ r2 , d ~B2 = µ0 4π I(−dy) sen(α′) [(y − x0)2 + x2 0 ] ẑ, 5 onde α′ é o ângulo formado entre o eixo Y e a direção que liga o elemento d~l e o ponto P. Temos: sen(α′) = x0 √ (y − y0)2 + x2 0 , logo: d~B2 = µ0I 4π x0ẑ (−dy) [(y − y0)2 + x2 0 ] 3/2 . ~B2 = µ0I 4π x0ẑ ∫ 0 ∞ (−dy) [(y − y0)2 + x2 0 ] 3/2 . ~B2 = µ0I 4π x0ẑ ∫ ∞ −y0 du [u2 + x2 0 ] 3/2 . ~B2 = µ0I 4πx0 ẑ [ 1 + y0 √ x2 0 + y2 0 ] . Assim: → ~B = µ0I 4π ẑ 1 x0y0 [ √ x2 0 + y2 0 + x0 + y0 ] . � 6 Baixado por Cadu Martins (ed23lost@gmail.com) lOMoARcPSD|41084483
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