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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
2 
CURSO MEGE 
 
Site: www.mege.com.br 
E-mail: atendimento@mege.com.br 
Celular/Whatsapp: (99) 982622200 
Fanpage: /cursomege 
Instagram: @cursomege 
Material: MPMG 2022 (Prova objetiva comentada) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MPMG 2022 
PROVA OBJETIVA COMENTADA 
Conforme gabarito preliminar1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Tudo preparado dentro do prazo recursal pela Equipe Mege em total compromisso com o(a) 
concurseiro(a). A prova apresentada foi aplicada pelo MPMG em 09/10/2022. 
http://www.mege.com.br/
 
3 
OBSERVAÇÕES INICIAIS 
 
 
A prova objetiva do MPMG foi realizada em 09/10/2022. Assim que tivemos 
acesso ao gabarito preliminar iniciamos a tradicional prova comentada do Mege. É 
incrível viver esses momentos de ansiedade juntos e, novamente, entregamos em mãos 
tudo que apuramos ainda dentro do prazo recursal. A nossa intenção neste material é 
auxiliar nossos alunos e seguidores na análise da elaboração de seus recursos, além de 
possibilitar, em formato conclusivo, a revisão de temas cobrados no certame. 
A nossa tradição no MPMG é imensa. O coordenador da turma, professor 
Fernando Abreu, é membro da casa e comandou nossas turmas com ótimos feedbacks 
pós-prova (que é sempre o melhor momento de se avaliar tudo o que pensamos com 
carinho para os que nos buscam). 
O concurso de Minas tem suas peculiaridades e sempre precisa ser encarado 
de maneira específica. Por conta dessa mentalidade, nossos alunos e alunas já 
comemoraram 117 aprovações nas últimas 4 edições do concurso (em que atuamos 
em todas as suas fases). 
 O material aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as 
finalidades informadas e concluída por nosso time específico para 1ª fase de Ministério 
Público, sem maiores pretensões de aprofundamento e trabalho editorial neste 
momento de puro apoio. 
Não há também o viés de verificação rigorosa de temas antecipados em 
nossas atuações, diante do curto tempo para entrega desse apoio em prazo recursal e 
da ampla produção de conteúdo de nossas turmas. No entanto, nossa felicidade foi 
imensa ao constatarmos o quanto nosso apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o 
quanto nossos alunos do clube do MP estão bem direcionados independentemente do 
nível da prova a ser aplicada. 
O corte, neste momento, segue estimado em 59 acertos para ampla 
concorrência, com possibilidade de que caia para 58, caso não sejam preenchidas 
todas as vagas de cotas (isso sem considerarmos possíveis anulações). Em cotas, a nota 
de certo necessária é de 48 acertos. 
Os nossos professores entendem que 6 (seis) questões, em especial, estão 
envolvidas em alguma polêmica a ser apreciada (1, 11, 21, 29, 44 e 64) e, portanto, 
podem ter suas situações alteradas na fase recursal, o que deixa em aberto a nota de 
corte para outras possibilidades. 
Após este estudo, o candidato poderá vislumbrar a possibilidade de um 
aumento em sua nota final. Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a 
cada 2 (duas) questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) 
ponto. Essa dica deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço 
no certame. Guardem esta informação! 
Aos alunos das turmas do Mege para o MPMG, pedimos que não deixem de 
reler os conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será 
 
4 
importante nos próximos desafios (e também para 2ª fase do concurso, aos que 
prosseguirão). 
Como perceberam, o estudo em sprint final foi revertido em pontos decisivos. 
Não tivemos tempo hábil para correlacionar as antecipações em todas a questões, uma 
vez que o foco é, desde já, auxiliar nos recursos, mas em nosso sentimento é que 
praticamente toda a prova foi tratada na nossa preparação geral focada no MPMG, 
entre aulas, materiais e simulados. A maioria das questões de forma bem direcionada, 
outras com alertas sobre temas que precisariam ser melhor revisados pelos alunos, o 
que torna o estudo mais assertivo e economiza um tempo valioso. 
É importante mencionar que o Clube do MP também é extremamente valioso 
mesmo em provas tão específicas como em Minas. Não fizemos maiores apontamentos 
sobre ele por aqui também pelo curto tempo. Mas, por ser uma turma que revisa um 
edital completo em 1 ano, esse também estava representado em praticamente 100% da 
prova, não atingindo apenas uma parcela mais peculiar ao edital do MPMG, o que é 
justamente o foco de nossas turmas em retas finais (direcionar um pouco mais para cada 
desafio). 
Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo 
em menor prazo. Os feedbacks recebidos pós-prova comprovam que novamente 
teremos uma invasão megeana no MPMG. 
 
SEGUNDO O OLHO NA VAGA, nossos alunos deram um show em relação aos 
demais cursos cadastrados! 
 
O gráfico abaixo representa o desempenho geral da resposta comparativa de 
nossos alunos (conforme gabarito e possível nota de corte). Algo apurado em 
plataforma que não temos qualquer tipo de vínculo ou parceira - informação genuína e 
que nos enche de orgulho. Por conta do sucesso deles, já estamos com uma turma 
imensa para 2ª fase. Parabéns para todos! 
 
 
 
5 
PARA ONDE DEVO IR? 
Em nossa análise sobre caminhos pós-prova MPMG, entendemos que esse 
direcionamento esquematizado pode orientar da melhor forma. Sobre a nota de corte 
de ampla concorrência (estimada 59 acertos), diante das polêmicas apontadas como 
possíveis anulações, estimamos que até 56 pontos seria possível imaginar uma chance 
de 2ª fase. Em cotas, 45 seria esse limite indicado (com corte atual estimado em 48), 
diante das possibilidades de anulações que apontamos. 
 
SE VOCÊ NÃO FOI TÃO BEM NO MPMG NÃO SE DESESPERE! 
 
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso, 
entrar imediatamente no Clube do MP (turma 2022.2), Nosso turma mais completa para 
quem se prepara para MP (inclusive assinante premium ganha acesso a todas as retas 
finais de MP que atuamos. 
Outra informação importante, o Mege abrirá nova turma ponto a ponto já 
focada no próximo concurso do MPMG. Vale lembrar que a instituição tem política de 
concursos recorrentes e isso prestigia quem foca em seu estilo com maior antecedência 
– essa constatação é valiosa no caso de Minas Gerais. 
Se você presta concursos de MP em outros estados, o Clube do MP conta com 
tudo que você precisa para preparação em todas as fases do concurso. Desde o estudo 
 
6 
da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma personalizada e até 
mesmo a opção de acompanhamento personalizado. 
Vale a pena conferir! 
CLUBE DO MP 2022.2 
https://clube.mege.com.br/assine-clube-mp/ 
 
A SEGUNDA FASE É LOGO ALI! 
Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para turma de 2ª 
fase MPMG (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas 
personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio. O estudo peças 
e discursivas, a experiência de redigir e ter correções de provas manuscritas, tudo 
devidamente alinhado ao seu desafio no melhor nível. A coordenação será do professor 
Fernando Abreu. 
As inscrições já estão abertas em nosso site e você ainda poderá utilizar o os 
cupons indicados (caso seja ex-aluno) para garantir sua vaga com 10% de desconto no 
carrinho de compra! 
Os links para inscrição nas turmas de 2ª fase seguem conforme abaixo: 
 
MPMG (2ª fase - TURMA 1: COM CORREÇÕES PERSONALIZADAS) 
https://www.mege.com.br/proposta/mpmg2fasecorrecao 
Ex-aluno tem ainda 10% de desconto com o cupom: MPMGTURMA001 
 
Observação: As vagas esgotaram nesta modalidade (com correções personalizadas) 
antes da disponibilização deste material e as vendas foram, portanto, encerradas, mas 
conseguimos ampliar 10 vagas (de forma excepcional) para quem ainda não conseguiu 
matrícula nesta modalidade. 
 
MPMG (2ª fase - TURMA 2: COM CORREÇÕES PERSONALIZADAS) 
https://www.mege.com.br/proposta/mpmg2faseespelhos 
Ex-aluno tem ainda 10% de desconto com o cupom:MPMGTURMA002 
 
Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do MPMG. 
Seguiremos firmes e com trabalho realmente específico também na 2ª fase. 
Bons estudos. 
Arnaldo Bruno Oliveira2 
 
2 @prof.arnaldobruno 
https://clube.mege.com.br/assine-clube-mp/
https://www.mege.com.br/proposta/mpmg2fasecorrecao
https://www.mege.com.br/proposta/mpmg2faseespelhos
 
7 
 
SUMÁRIO 
 
GRUPO TEMÁTICO I ........................................................................................................ 8 
GRUPO TEMÁTICO II ..................................................................................................... 34 
GRUPO TEMÁTICO III .................................................................................................... 63 
GRUPO TEMÁTICO IV .................................................................................................... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
GRUPO TEMÁTICO I 
 
1. Assinale a alternativa INCORRETA: 
 
(A) A tradição do direito constitucional brasileiro aponta para a inclusão da legislação 
ordinária como fonte de direitos materialmente fundamentais. 
(B) A expansividade dos direitos fundamentais, prevista constitucionalmente, alcança, 
segundo a doutrina majoritária, não apenas os individuais, mas ainda os políticos, 
sociais, econômicos, culturais e ambientais. 
(C) A cláusula segundo a qual direitos fundamentais expressos na CF não excluem 
outros, decorrentes de seus princípios, não constitui, no ponto, inovação, pois outros 
textos anteriores já a tinham previsto, aí incluída a Constituição de 1891. 
(D) Não se acha pacificado, na doutrina e na jurisprudência, o entendimento sobre a 
natureza das normas decorrentes de tratados, prevalecendo, no STF, atualmente, a ideia 
de serem normas supralegais. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. 
 
(A) INCORRETA. Os direitos entendidos como fundamentais são dotados do que se 
denomina efeito irradiante, o que não se pode confundir com a legislação ordinária ser 
fonte primária material do núcleo próprio do texto constitucional sobre direitos 
fundamentais. Aparentemente, essa foi a pegadinha pensada pelo examinador. 
(B) CORRETA. A Constituição Federal de 1988, segundo a doutrina majoritária, trouxe 
direitos de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta dimensão. Os direitos 
fundamentais de 1ª Dimensão são focados no direito à liberdade; dessa forma, tem 
como base as liberdades públicas (direitos civis) e os direitos políticos. Esta dimensão 
teve como marco histórico a Revolução Francesa - Séc. XVIII. Os direitos fundamentais 
de 2ª Dimensão são focados nos direitos relacionados à igualdade, ou seja, direitos 
sociais, econômicos e culturais; tais direitos tiveram como marco histórico a revolução 
industrial; no Brasil, temos como marco a CF de 1934. Já os direitos fundamentais de 3ª 
Dimensão são focados nos direitos relacionados à fraternidade, ou seja, direitos de 
solidariedade (Karel Vasak); estes direitos buscam uma proteção não em relação ao 
pessoal (privado), mas em relação ao gênero humano, caracterizando-se pelo 
humanismo e universalidade; essa dimensão buscou concretizar a proteção dos bens 
transindividuais, ou seja, que pertencem ao mesmo tempo a cada um e a todos. Ex.: 
Direito ao desenvolvimento; direito ao meio ambiente; direito de comunicação; direito 
de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e direito à paz entre as 
nações. 
 
9 
 
(C) CORRETA. Conforme art. 5º, § 2º, CF – Os direitos e garantias na Constituição não 
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte (o que é 
chamado de “sistema aberto” de direitos). Além disso, a CF de 1891 foi inovadora ao 
prever a “clausula aberta”de direitos fundamentais. 
 
(D) CORRETA. Em decorrência da equiparação dos tratados internacionais sobre direitos 
humanos aprovados com o quórum de emenda (art. 5º, § 3º da CF). Para o STF, os 
tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e que não tenham sido 
aprovados conforme o art. 5º, § 3º, da CF, possuem status de norma supralegal, ou seja, 
estão acima das leis (paralisam toda a legislação infraconstitucional contrária), mas 
abaixo da Constituição Federal. Dessa forma, os tratados de direitos humanos 
aprovados antes da emenda 45 têm caráter supralegal (Pacto de São José da Costa Rica). 
OBS: questão passível de RECURSO, pois em momento nenhum especificou qual o tipo 
de tratado internacional. Sabe-se que o STF, atualmente, possui posicionamento 
majoritário sobre a natureza jurídica dos Tratados Internacionais: 1) TRATADOS 
INTERNACIONAIS SOBRE DH APROVADOS EM CONFORMIDADE AO ART.5º, § 3º da CF: 
natureza jurídica de norma constitucional; 2) TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DH 
NÃO APROVADOS EM CONFORMIDADE AO ART.5º, § 3º da CF: natureza jurídica de 
normas supralegais; 3) TRATADOS INTERNACIONAIS NÃO TRATANDO SOBRE DH: 
natureza jurídica de Lei ordinária. 
 
Afirmar que a por si só que a posição prevalecente no STF é a de que constituem normas 
supralegais induz o candidato a erro, pois existem outros 2 posicionamentos como 
mencionados acima. 
 
2. Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) A norma constitucional que condiciona a instauração de processo contra o 
Presidente da República à prévia autorização da Câmara dos Deputados pode, por força 
do princípio da simetria, ser reproduzida nas constituições dos Estados, para subordinar 
processo contra o Governador à deliberação do legislativo local. 
(B) Condicionada pela Constituição Federal a instauração de processo contra Presidente 
da República, Vice-Presidente e Ministros de Estado à autorização da Câmara dos 
Deputados, a negativa desta resulta, por força do princípio da unicidade, em suspensão 
da tramitação também em relação a corréus. 
(C) Plena a competência do Poder Judiciário para a imposição a parlamentar de medidas 
cautelares diversas da prisão, à casa a que pertença o agente; porém, devem ser 
encaminhados os autos quando impeçam elas direta ou indiretamente o regular 
exercício do mandato. 
 
10 
(D) Por força do princípio da perpetuação da jurisdição, uma vez recebida pelo Supremo 
Tribunal Federal a inicial acusatória ofertada contra agente originariamente sujeito à sua 
competência, a superveniente cessação do mandato não é capaz de alterá-la. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O Estado-membro não pode dispor sobre crime de responsabilidade, 
ainda que seja na Constituição Estadual (competência privativa da União - art. 22, I, e 
art. 85 da CF). As Constituições Estaduais não podem prever que os Governadores serão 
julgados pela Assembleia Legislativa em caso de crimes de responsabilidade 
(competência de “Tribunal Especial”) e é Inconstitucional norma prevista na CE que exija 
autorização prévia de 2/3 dos membros da Assembleia Legislativa para que sejam 
iniciadas ações por crimes comuns e de responsabilidade eventualmente dirigidas 
contra o Governador (simetria art. 51, I, da CF) (STF, ADI 4791/PR, ADI 4800/RO e ADI 
4792/ES). Os Tribunais Superiores tem por pacificado o entendimento que de o trâmite 
processual do foro por prerrogativa dos Governadores encontra-se delineado pela 
CF/88, sendo inviável, portanto, a apreciação do legislativo estadual para submissão das 
autoridades a julgamento perante o STJ, em casos de crimes comuns, ou por tribunal 
misto, no caso de crimes de responsabilidade. 
(B) INCORRETA. Não se aplica, in casu, o princípio da unicidade. 
(C) CORRETA. O STF possui uma divergência quanto à necessidade de apreciação pelas 
Casas em caso de PPL que derive condenação com prazo superior a 120 dias. Em que 
pese tal constatação, a posição majoritária inclina-se no sentido de haver necessidade 
de apreciação pelos membros das Casas em casos de prejuízo ao exercício parlamentar. 
Isso porque devehaver fiel obediência à tripartição de poderes do art. 2 da CF/88, e 
seria inconstitucional o arvorar de um poder sobre o exercício do outro. Em que pese tal 
constatação, frise-se que há divergência entre primeira e segunda turma do STF sobre a 
matéria quanto a PPL, sendo perfeitamente possível ao judiciário aplicar o 319 do CPP 
aos parlamentares. 
(D) INCORRETA. É possível a alteração em casos escrachados de tentativa de fraude 
processual. Para isso, o STF fixou a tese de que a intimação para apresentação de 
alegações finais é o momento que ocorre a perpetuação da competência para apreciar 
toda a matéria, independentemente da situação política posterior do indivíduo. 
 
3. Analise as assertivas abaixo, envolvendo emenda à Constituição da República: 
I. A Constituição da República não autoriza proposta de iniciativa popular para emendas 
ao próprio texto. 
II. A Constituição da República não pode ser emendada durante a vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 
 
11 
III. Inadmite-se proposta de emenda constitucional cujo objeto visa abolir: a forma 
federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos 
Poderes, os direitos e garantias individuais. 
IV. A emenda à Constituição da República somente será aprovada se obtiver o quórum 
de 3/5 da totalidade dos membros em dois turnos de votação, nas duas casas do 
Congresso Nacional. 
É CORRETO afirmar: 
(A) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas II e III são verdadeiras. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. O artigo 60 da CF estabelece que a Constituição Federal poderá ser 
emendada mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República e de mais da metade das 
Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, 
pela maioria relativa de seus membros. Embora o art. 61 § 2º da CF/88 admita a 
apresentação de projeto de lei por meio de iniciativa popular, esse dispositivo não pode 
ser interpretado para a proposta de emenda a constituição, isso porque o art. 60 da 
CF/88 trouxe o rol de legitimados e nele não previu a iniciativa popular; além disso, o 
art. 61, § 2º é expresso ao mencionar “projeto de lei”. Obs: José Afonso da Silva, talvez 
um dos maiores constitucionalistas do Brasil, defende que a Constituição Federal 
poderia ser emendada por proposta de iniciativa popular. Isso com base em uma 
interpretação sistemática e com fulcro na soberania popular (SILVA, José Afonso da. 
Curso de Direito Constitucional positivo. 33ª ed. São Paulo. Malheiros, 2010, p. 64). 
Trata-se, contudo, de posição francamente minoritária. 
(II) CORRETA. O artigo 60 da CF elenca as hipóteses para ser emendada. No entanto, o 
parágrafo primeiro faz a ressalva de que a CF não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou estado de sítio. São limitações 
consubstanciadas em normas aplicáveis a situações excepcionais, de extrema gravidade, 
nas quais a livre manifestação do poder derivado reformador possa estar ameaçada. (CF, 
art. 60 §1º). 
(III) CORRETA. O objetivo das cláusulas pétreas é proteger a essência do projeto do 
poder constituinte originário corporificado na Constituição, e não o texto das normas 
constitucionais. Portanto os limites materiais ao poder de reforma não impedem meras 
alterações no enunciado das normas constitucionais protegidas pelas cláusulas pétreas, 
e sim as propostas de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto 
direto, secreto e universal, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais. 
Nesse sentido, decidiu o Supremo Tribunal Federal, na ADI 2024, que “as limitações 
 
12 
materiais ao poder constituinte de reforma, que o art. 60, § 4º, da Lei Fundamental 
enumera, não significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina na Constituição 
originária, mas apenas a proteção do núcleo essencial dos princípios e institutos cuja 
preservação nelas se protege” (ADI 2024, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, Tribunal 
Pleno, julgado em 03/05/2007, DJe-042 PUBLIC 22/06/2007). Há quem defenda que 
tende a abolir um bem protegido pelas cláusulas pétreas apenas a emenda que atinja o 
núcleo essencial do princípio em questão, e não a que afete os seus elementos 
circunstanciais, de modo que não fica obstaculizada a sua regulamentação, alteração e 
mesmo restrição. 
(IV) CORRETA. Quórum de Aprovação - art. 60, § 2º da CF - A proposta será discutida e 
votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada 
se obtiver, em ambos, três quintos (3/5) dos votos dos respectivos membros. O texto 
aprovado em cada casa não pode ser modificado sem que a matéria volte a apreciação 
da casa iniciadora, sob pena de vício formal de inconstitucionalidade. 
 
4. No exame da Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, é INCORRETO afirmar: 
(A) A legislação contemplou o processo licitatório com diretrizes normativas e 
mecanismos jurídicos, a exemplo da forma eletrônica e dos deveres de transparência e 
eficácia, que estimulam o ambiente de boa governança e integridade em matéria de 
contratação pública. 
(B) O diálogo competitivo é modalidade de licitação destinada à contratação de obras, 
serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes 
previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver 
uma ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes 
apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos. 
(C) O planejamento administrativo é norma jurídica prevista, de forma expressa, na Lei 
de Licitações e Contratos Administrativos. 
(D) A Lei de Licitações e Contratos Administrativos dialoga de modo estreito com a Lei 
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, conforme reconhece a doutrina nacional 
e as mais recentes decisões judiciais dos Tribunais Superiores em atenção aos princípios 
constitucionais da Administração Pública, sem haver regra positivada na ordem jurídica 
infraconstitucional. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Segundo o art. 5º da NLDLC: Na aplicação desta Lei, serão observados os 
princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da 
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do 
planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, 
da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, 
da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do 
 
13 
desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei nº 
4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro). 
(B) CORRETA. O art. 6º da NLDLC traz uma série de definições, dentre elas está a trazida 
pelo nosso examinador. Vamos à leitura do inciso refere: diálogo competitivo: 
modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a 
Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados 
mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas 
capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final 
após o encerramento dos diálogos. 
(C) CORRETA. Nos termos da NLDLC, que traz o planejamento administrativo, 
estratégico, como uma busca incessante da Administração que contrata bens e serviços. 
(D) INCORRETA. A NLDLC (Nova Lei de Licitações e Contratos) não dialoga de forma de 
modo estreito com a LINDB, mas de modo global, sobretudo no que diz respeito às novas 
diretrizes voltadas à Administração Pública pela Lei nº 13.655/18. Há variadas 
normativas relacionadas à boa gestão, segurançajurídica, consulta pública, dentre 
outros, que são eixo central do construtivismo na NLDLC. 
 
5. O processo de licitação observará, ordinariamente, as seguintes fases, em sequência: 
(A) Preparatória; Divulgação do edital de licitação; Apresentação de propostas e lances, 
quando for o caso; Habilitação; Julgamento; Recursal; Homologação. 
(B) Preparatória; Divulgação do edital de licitação; Apresentação de propostas e lances, 
quando for o caso; Julgamento; Habilitação; Recursal; Homologação. 
(C) Divulgação do edital de licitação; Preparatória; Apresentação de propostas e lances, 
quando for o caso; Julgamento; Habilitação; Recursal; Homologação. 
(D) Preparatória; Divulgação do edital de licitação; Habilitação; Apresentação de 
propostas e lances, quando for o caso; Julgamento; Recursal; Homologação. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Há inversão incorreta das fases. 
(B) CORRETA. A resposta é retirada da literalidade do art. 17 da novel legis. Vamos à 
leitura: Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência: I - 
preparatória; II - de divulgação do edital de licitação; III - de apresentação de propostas 
e lances, quando for o caso; IV - de julgamento; V - de habilitação; VI - recursal; VII - de 
homologação. 
(C) INCORRETA. Há inversão incorreta das fases. 
(D) INCORRETA. Há inversão incorreta das fases. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm
 
14 
6. Analise os itens I a IV sobre poder de polícia: 
I. Entre os elementos de caracterização ou atributos que permeiam, em regra, o poder 
de polícia, encontram-se a autoexecutoriedade e a coercibilidade. 
II. A autoexecutoriedade é a prerrogativa de praticar atos e colocá-los em imediata 
execução e a coercibilidade significa a possibilidade de se impor condenações judiciais 
a obrigações de fazer ou não fazer ao administrado desatento aos comandos do Poder 
Público. 
III. A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que 
ela poderia atuar com base em seu poder de polícia, em razão da inafastabilidade do 
controle jurisdicional. 
IV. A administração pública não possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em 
que ela poderia atuar com base em seu poder de polícia, em razão das prerrogativas 
inerentes ao poder de polícia. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Apenas as assertivas I e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. 
(D) Apenas a assertiva III é verdadeira. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. Uma vez que são atributos do poder de polícia: discricionariedade, 
autoexecutoriedade e coercibilidade. 
(II) INCORRETA. Afirmação um tanto truncada, contudo, é possível notar algumas falhas 
conceituais, porquanto, a coercibilidade não diz respeito à imposição de condenações 
judiciais em nome do poder extroverso. 
(III) CORRETA. Examinador cobrou Jurisprudência em Tese nº 82 do STJ. Segundo o item 
1: A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela 
poderia atuar com base em seu poder de polícia, em razão da inafastabilidade do 
controle jurisdicional. 
(IV) INCORRETA. Vide comentário da assertiva III. 
 
7. “Enquanto a Administração Direta é composta de órgãos internos do Estado, a 
Administração Indireta se compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de 
entidades. De acordo com o art. 4º, II, do Decreto-lei nº 200/1967, a Administração 
Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas, como faz questão 
de consignar a lei, de personalidade jurídica própria: a) as autarquias; b) as empresas 
públicas; c) as sociedades de economia mista; e d) as fundações públicas” (CARVALHO 
 
15 
FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo, 36ª ed., Barueri [SP]: Atlas, 
2022, p. 373). 
Em relação às fundações instituídas pelo Estado, assinale a afirmativa CORRETA: 
(A) A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime 
público ou privado depende do estatuto de sua criação ou autorização e das atividades 
por ela prestadas. 
(B) As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando definidas 
como objetos de dada fundação, instituída ou mantida pelo Poder público, não se 
submetem ao regime jurídico de direito privado. 
(C) A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime 
público ou privado depende exclusivamente do estatuto de sua criação ou autorização. 
(D) A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime 
público ou privado depende exclusivamente das atividades por ela prestadas. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Encontramos fundamento no seguinte julgado do STF: A qualificação de 
uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime público ou privado 
depende: i) do estatuto de sua criação ou autorização e ii) das atividades por ela 
prestadas. As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando 
definidas como objetos de dada fundação, ainda que essa seja instituída ou mantida pelo 
poder público, podem se submeter ao regime jurídico de direito privado. STF. Plenário. 
RE 716378/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 1º e 7/8/2019 (repercussão geral) (Info 
946). 
(B) INCORRETA. Vide comentário da alternativa A. 
(C) INCORRETA. Não só, vide comentário da alternativa A. 
(D) INCORRETA. Não exclusivamente, vide comentário da alternativa A. 
 
8. Assinale a afirmativa CORRETA sobre concurso público: 
(A) O limite de idade, em regra, é legítimo em face do art. 7º, XXX, da Constituição, 
excetuando-se as hipóteses em que, por analogia, sejam ultrapassados os limites de 
idade para nomeação ao Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça 
(STJ), tribunais regionais federais (TRFs), Tribunal Superior do Trabalho (TST), os 
tribunais regionais do trabalho (TRTs), Tribunal de Contas da União (TCU) e a ministros 
civis do Superior Tribunal Militar (STM). 
(B) O limite de idade será legítimo sempre que o edital do concurso, ato administrativo 
que representa a “lei interna” do certame, trouxer a restrição fixada pela Administração 
Pública obediente ao princípio da razoabilidade, havendo vício insanável nos casos de 
omissão do edital. 
 
16 
(C) O limite de idade apenas será ilegítimo em face do art. 7º, XXX, da Constituição, 
quando for verificado, em desvio de finalidade, prática arbitrária e imotivada por parte 
da Administração. 
(D) O limite de idade para inscrição em concurso público apenas é legítimo quando 
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Segundo o STF estamos diante de uma exceção, até pelo teor da 
partícula “SÓ” na súmula 683 da Corte Superior. 
(B) INCORRETA. Não, lei interna “do certame”? 
(C) INCORRETA. Não há esse requisito quanto ao elemento do ato administrativo 
finalidade. 
(D) CORRETA. Súmula 683 do STF – "O limite de idade para a inscrição em concurso 
público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser 
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido." 
 
9. Acerca do que dispõe o texto vigente da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade 
Administrativa), é INCORRETO afirmar: 
(A) A instauração de inquérito civil para apuração dos ilícitos de que trata a Lei 8.429/92 
suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 120 (cento e vinte) dias 
corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído, esgotado 
o prazo de suspensão. 
(B) São causas interruptivas do prazo prescricional: (i) o ajuizamento da ação de 
improbidade administrativa; (ii) a publicação da sentença condenatória; (iii) a publicação 
de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma 
sentença condenatóriaou que reforma sentença de improcedência; (iv) a publicação de 
decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório 
ou que reforma acórdão de improcedência; (v) a publicação de decisão ou acórdão do 
Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão 
de improcedência. 
(C) A ação para a aplicação das sanções previstas na Lei 8.429/92 prescreve em 8 (oito) 
anos, contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do 
dia em que cessou a permanência. 
(D) A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente 
público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, 
quando a medida for necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática 
de novos ilícitos. 
 
 
17 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Questão bem letra de lei, vamos aos excertos da NLIA (14.230/21). Art. 
23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, 
contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia 
em que cessou a permanência. § 1º A instauração de inquérito civil ou de processo 
administrativo para apuração dos ilícitos referidos nesta Lei suspende o curso do prazo 
prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, recomeçando a 
correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de 
suspensão. 
(B) CORRETA. O mesmo artigo traz as causas interruptivas. 
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se: (Incluído pela 
Lei nº 14.230, de 2021) I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa; 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) II - pela publicação da sentença condenatória; 
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) III - pela publicação de decisão ou acórdão de 
Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença condenatória ou 
que reforma sentença de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) IV - pela 
publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão 
condenatório ou que reforma acórdão de improcedência; (Incluído pela Lei nº 14.230, 
de 2021) V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que 
confirma acórdão condenatório ou que reforma acórdão de improcedência. (Incluído 
pela Lei nº 14.230, de 2021) 
(C) CORRETA. Vide comentário da alternativa A – prescrição em 8 anos. 
(D) CORRETA. A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do 
agente público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da 
remuneração, quando a medida for necessária à instrução processual ou para evitar a 
iminente prática de novos ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 
 
10. Em relação às exigências para que se considere válida a contratação temporária de 
servidores públicos, nos termos do art. 37, IX, da Constituição da República, analise as 
assertivas abaixo: 
I. A necessidade deve ser temporária. 
II. O prazo de contratação deve ser predeterminado. 
III. Os casos excepcionais devem estar previstos em lei. 
IV. O interesse público deve ser excepcional. 
V. A contratação deve ser indispensável, sendo vedada para os serviços ordinários 
permanentes do Estado que estejam sob o espectro das contingências normais da 
Administração. 
É CORRETO afirmar: 
(A) As assertivas I, II, III, IV e V são verdadeiras. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14230.htm#art2
 
18 
(B) Apenas as assertivas I, III, IV e V são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I, II, IV e V são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Aqui a banca cobrou o tema 612 do STF: Nos termos do art. 37, IX, da 
Constituição Federal, para que se considere válida a contratação temporária de 
servidores públicos, é preciso que: a) os casos excepcionais estejam previstos em lei; b) 
o prazo de contratação seja predeterminado; c) a necessidade seja temporária; d) o 
interesse público seja excepcional; e) a contratação seja indispensável, sendo vedada 
para os serviços ordinários permanentes do Estado que estejam sob o espectro das 
contingências normais da Administração. 
(B) INCORRETA. Vide comentário da alternativa A. 
(C) INCORRETA. Vide comentário da alternativa A. 
(D) INCORRETA. Vide comentário da alternativa A. 
 
11. Analise as seguintes assertivas, relativas à extinção e convalidação dos atos 
administrativos: 
I. A convalidação, também chamada de aperfeiçoamento ou sanatória, de que se vale a 
Administração para aproveitar atos administrativos com vícios superáveis, de forma a 
confirmá-los no todo ou em parte, podendo recair sobre atos vinculados ou 
discricionários, produz sempre efeitos ex nunc. 
II. A revogação, consistente na retirada, pela Administração, de um ato administrativo 
legítimo e eficaz do mundo jurídico, por considerá-lo inoportuno ou inconveniente, 
produz sempre efeitos ex tunc. 
III. Ao Estado é facultada a revogação de atos que entenda ilegalmente praticados; 
porém, se de tais atos já tiverem decorrido efeitos concretos, seu desfazimento deve 
ser precedido de regular processo. 
É CORRETO afirmar: 
(A) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. 
(B) Apenas a assertiva III é verdadeira. 
(C) As assertivas I, II e III são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. 
 
GABARITO: B 
 
 
19 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. 
 
(I) INCORRETA. Confusão entre os conceitos convalidação e confirmação. Não são a 
mesma coisa, em que pese terem, segundo doutrina nacional, como objetivo central a 
efetivação e permanência dos atos administrativos. 
(II) INCORRETA. Revogação possui efeito ex nunc, já a anulação possui efeito ex tunc. 
(III) CORRETA. Tese 138 do STF: Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute 
ilegalmente praticados; porém, se de tais atos já tiverem decorrido efeitos concretos, 
seu desfazimento deve ser precedido de regular processo administrativo. 
OBS: questão passível de RECURSO, pois o item III considerado como correto está na 
verdade incorreto. Ao contrário do que expõe o enunciado da assertiva, os atos ilegais 
DEVEM ser ANULADOS, e não revogados pela Administração Pública. Além disso, 
ANULAÇÃO de atos tidos como ILEGAIS possui caráter vinculado e obrigatório razão 
pela qual constatado o ato ilegal a Administração Pública deve anulá-lo, ressalvadas 
algumas exceções como na hipótese de decadência administrativa (Lei 9.784/99, art. 
54). 
O item em tela encontra-se inclusive em desconformidade com o art. 53 da Lei 9.784/99 
e com a Súmula 473 do STF: 
Art.53 Lei 9.784/99 : 
“A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de 
vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou 
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. 
Súmula 473 do STF : 
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou 
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial” 
Caso o candidato queiraargumentar algo doutrinário, vale a pena mencionar o 
entendimento exposto por José dos Santos Carvalho Filho: 
“Tratando-se de ato com vício de legalidade, o administrador toma a 
iniciativa de anulá-lo; caso seja necessário rever ato ou conduta 
válidos, porém não mais convenientes ou oportunos quanto a sua 
subsistência, a Administração providencia a revogação.” Ainda 
segundo o autor: “Para vícios de legalidade, o instrumento próprio de 
saneamento é a anulação; a revogação se destina à retirada do ato por 
razões eminentemente administrativas, resguardado, é claro, o direito 
adquirido.” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito 
administrativo. 34ª ed. São Paulo: Atlas, 2020,). 
 
20 
 
12. Analise as assertivas abaixo, que envolvem o Marco Regulatório das Organizações 
da Sociedade Civil: 
I. Considera-se organização da sociedade civil a organização religiosa que se dedique a 
atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social, distintas das destinadas 
a fins exclusivamente religiosos. 
II. O Termo de Fomento consiste no instrumento por meio do qual são formalizadas as 
parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil 
para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, propostas pela 
administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros. 
III. O Termo de Colaboração consiste no instrumento por meio do qual são formalizadas 
as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade 
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, propostas pelas 
organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros. 
IV. O Acordo de Cooperação consiste no instrumento por meio do qual são formalizadas 
as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade 
civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, que não 
envolvam a transferência de recursos financeiros. 
É CORRETO afirmar: 
(A) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I e IV são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas II e III são verdadeiras. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. Segundo o art. 2º da Lei nº 13.019/14, compõe as organizações da 
sociedade civil: c) as organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos 
de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente 
religiosos. 
(II) INCORRETA. Termo de fomento não é proposto pela Administração Pública, mas sim 
pelas organizações da sociedade civil. 
(III) INCORRETA. É o inverso do afirmado pelo examinador. 
(IV) CORRETA. VIII-A - ACORDO DE COOPERAÇÃO: instrumento por meio do qual são 
formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da 
sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que 
não envolvam a transferência de recursos financeiros; 
 
 
21 
13. Leia os itens I a IV sobre o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (Lei 
Complementar nº 34/1994, do Estado de Minas Gerais): 
I. São órgãos da Administração Superior: a Ouvidoria do Ministério Público; a 
Procuradoria-Geral de Justiça; o Colégio de Procuradores de Justiça; o Conselho Superior 
do Ministério Público e a Corregedoria-Geral do Ministério Público. 
 II. O Centro de Autocomposição de Conflitos do Ministério Público mineiro é órgão de 
execução, com incumbência de mediação, recentemente incluído pela Lei 
Complementar nº 163, de 4/8/2021, que alterou a Lei Complementar nº 34/1994. 
III. O Conselho Superior do Ministério Público é órgão da Administração Superior. 
IV. O Conselho Superior do Ministério Público é órgão de execução. 
É CORRETO afirmar: 
(A) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas II e III são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I, III e IV são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. Resposta com fulcro no Art.4º, inciso I da Lei Complementar 34/94 – Lei 
Orgânica do MPMG, alterada pelas Leis Complementares 162 e 163 de 2021. 
(II) INCORRETA. Conforme Art.4º, incisos III e IV da Lei Complementar 34/94 94 – Lei 
Orgânica do MPMG, alterada pelas Leis Complementares 162 e 163 de 2021, o Centro 
de Autocomposição de Conflitos do Ministério Público mineiro faz parte dos Órgãos 
Auxiliares e não dos de Execução. 
(III) CORRETA. Resposta com fulcro no Art.4º, inciso I da Lei Complementar 34/94 – Lei 
Orgânica do MPMG, alterada pelas Leis Complementares 162 e 163 de 2021. 
(IV) CORRETA. Resposta com fulcro no Art.4º, inciso III da Lei Complementar 34/94 – Lei 
Orgânica do MPMG, alterada pelas Leis Complementares 162 e 163 de 2021. 
 
14. Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Dirimir conflito de atribuições estabelecido entre ramos diversos do Ministério 
Público é competência expressamente cometida pela Constituição Federal ao CNMP. 
(B) Do disposto no art. 127, da Constituição Federal, resulta, inclusive segundo o 
entendimento do STF, não estar o Ministério Público legitimado, em nenhuma hipótese, 
a promover a tutela coletiva de direitos individuais homogêneos de natureza disponível. 
(C) A competência constitucionalmente atribuída aos tribunais de justiça para o 
julgamento dos crimes praticados por membros do respectivo Ministério Público se 
 
22 
estende às infrações penais praticadas em Estados diversos, bem como às eleitorais e às 
praticadas contra bens, serviços ou interesses da União. 
(D) Os princípios da unidade e indivisibilidade, sobre os quais se baseia o Ministério 
Público brasileiro, não retiram dos ramos estaduais e distrital legitimidade para propor 
e atuar em recursos e meios de impugnação de decisões judiciais em trâmite no STF e 
no STJ, oriundos de processos de sua atribuição. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O entendimento acerca da competência do CNMP em solucionar 
conflitos de atribuições entre ramos diversos do Ministério Público é fruto de 
construção jurisprudencial do STF (STF. Plenário. ACO 843/SP-2020), não estando 
previsto expressamente na CF/88. 
 
(B) INCORRETA. Nos julgamentos do RExt 643978/SE-2019 e do REsp 1585794-MG – 
2021, o STF e o STJ foi sedimento o entendimento de que o Ministerio Publico possui 
legitimidade para promover a tutela coletiva de direitos individuais homogêneos, 
mesmo que de natureza disponível, desde que o interesse jurídico tutelado possua 
relevante natureza social. Inclusive, recentemente foi elaborada a Súmula 601 do STJ 
que trata justamente sobre o tema: “O Ministério Público tem legitimidade ativa para 
atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos 
consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público”. 
 
(C) INCORRETA. De inicio, em relação aos crimes comuns de competência da justiça 
estadual, o STJ, no CC 177.100/CE-2021 entendeu que se um Promotor de Justiça 
comete um crime em unidade federativa diversa da qual possui atribuição, mesmo assim 
deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de origem. Em outras palavras, caso uma 
promotora de Justiça do Ceará tenha cometido um crime no estado de Sergipe, a 
competência será do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), mesmo em se tratando de 
crime não relacionado ao cargo. Inclusive, no mesmo julgado foi declarado o 
posicionamento de que se o crime cometido fosse de competência da Justiça Federal, 
mesmo assim o Tribunal de Justiça deveria ser o órgão competente para o julgamento 
da lide, com fulcro no art.96, inciso III da CF/88. 
O erro da questão está estritamente vinculado a parte eleitoral, pois com arrimo 
também no art.96, inciso III da CF/88 e conforme entendimento jurisprudencial das 
Cortes Superiores, caso um Promotor de Justiça pratique um crime eleitoral, deverá ser 
julgado pelo TRE respectivo.O professor Leonardo Barreto explora com profundidade o tema: 
“No caso de cometimento de infração penal por parte de magistrados e 
membros do Ministério Público que atuem em primeiro grau, tais 
autoridades são sempre julgadas pelo Tribunal a que estão vinculados, 
 
23 
ressalvada apenas a competência da Justiça Eleitoral (art. 96, III, CF), pouco 
importando a natureza do crime que cometem. 
Em outros termos, se um juiz de direito estadual ou membro do Ministério 
Público Estadual pratica infração penal, seja ela qual for, será sempre 
julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado em que atua, ainda que esta 
infração seja de competência da Justiça Federal (art. 109 CF) e independente 
do lugar em que ela ocorra. Assim, por exemplo, se um juiz de direito do 
Estado de Minas Gerais pratica crime que viola bem, serviço ou interesse da 
União no Estado da Bahia, será julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de 
Minas Gerais. 
De outro lado, se um juiz federal ou membro do Ministério Federal pratica 
infração penal, seja ela qual for, será sempre julgado pelo Tribunal Regional 
Federal a que está vinculado, no lugar em que atua, mesmo se a infração for 
de competência da Justiça Estadual. Por exemplo, se um juiz federal 
vinculado ao TRF1 e atuante em Brasília/DF pratica contravenção penal em 
Porto Alegre/RS, será julgado pelo TRF1 (e não pelo TRF4). 
Nessa esteira, tem-se que todas estas autoridades serão julgadas pelo 
respectivo foro por prerrogativa de função na hipótese de cometimento de 
crime doloso contra a vida, e não pelo Tribunal do Júri. 
Por força de ressalva constitucional, se, no entanto, cometerem crime 
eleitoral, serão julgados pelo TRE do respectivo Estado em que atuam.” 
(Manual de Processo Penal. Salvador: Juspodivm, 2021, p. 592-593). 
 
(D) CORRETA. Segundo entendimento jurisprudencial já consolidado nas Cortes pátrias, 
os Ministérios Públicos dos Estados e do Distrito Federal têm legitimidade para propor 
e atuar em recursos e meios de impugnação de decisões judiciais em trâmite no STF e 
no STJ, oriundos de processos de sua atribuição, sem prejuízo da atuação do Ministério 
Público Federal. 
STF. Plenário Virtual. RE 985392/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
26/05/2017(repercussão geral). 
Os Ministérios Públicos estaduais não estão vinculados, nem subordinados, no plano 
processual, administrativo e/ou institucional, à Chefia do Ministério Público da União, o 
que lhes confere ampla possibilidade de atuação autônoma nos processos em que forem 
partes, inclusive perante os Tribunais Superiores. Assim, por exemplo, o Ministério 
Público Estadual possui legitimidade para o ajuizamento de ação rescisória perante o 
STJ para impugnar acórdão daquela Corte que julgou processo no qual o parquet 
estadual era parte. 
STJ. Corte Especial. EREsp 1.236.822-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 
16/12/2015 (Info 576). 
 
15. Analise as assertivas abaixo, relacionadas a procedimentos extrajudiciais conduzidos 
por órgãos de execução do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, no exercício 
de sua atividade-fim: 
 
24 
I. A Notícia de Fato será apreciada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu 
recebimento, prorrogável uma vez, fundamentadamente, por até 60 (sessenta) dias. 
Neste prazo, o membro do Ministério Público poderá colher informações preliminares 
imprescindíveis para deliberar sobre a instauração do procedimento próprio, inclusive 
se valendo da expedição de requisições para obtenção de informações e documentos. 
II. O procedimento preparatório deverá ser concluído no prazo de 180 (cento e oitenta) 
dias, prorrogável por igual prazo, uma única vez, em caso de motivo justificável. 
III. Se, no curso do Inquérito Civil Público, novos fatos indicarem necessidade de 
investigação de objeto diverso do que estiver sendo investigado, o membro do 
Ministério Público poderá aditar a portaria inicial ou determinar a extração de peças 
para instauração de outro Inquérito Civil Público, respeitadas as normas incidentes 
quanto à divisão de atribuições. 
IV. É vedada a utilização do Procedimento Administrativo nas hipóteses de instauração 
de Inquérito Civil Público ou de Procedimento de Investigação Criminal. O procedimento 
deverá ser concluído no prazo de 1 (um) ano, podendo ser sucessivamente prorrogado 
pelo mesmo período, desde que haja decisão fundamentada, à vista da 
imprescindibilidade da realização de outros atos. 
É CORRETO afirmar: 
(A) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas III e IV são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(I) INCORRETA. Item em contradição com a redação do art.3º da Resolução 174/2017 
do CNMP: 
Art. 3º A Notícia de Fato será apreciada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar 
do seu recebimento, prorrogável uma vez, fundamentadamente, por até 90 
(noventa) dias. 
Parágrafo único. No prazo do caput, o membro do Ministério Público poderá 
colher informações preliminares imprescindíveis para deliberar sobre a 
instauração do procedimento próprio, sendo vedada a expedição de 
requisições. 
 
(II) INCORRETA. Item em contradição com a redação do art.2º, § 6o da Resolução 
23/2007 do CNMP: 
 
25 
Art.2º, § 6º: O procedimento preparatório deverá ser concluído no prazo 
de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual prazo, uma única vez, em caso 
de motivo justificável. 
 
(III) CORRETA. Exata redação do Art.4º, Parágrafo único da Resolução 23/2007 do 
CNMP: 
Art.4º, Parágrafo Único: Se, no curso do inquérito civil, novos fatos 
indicarem necessidade de investigação de objeto diverso do que estiver 
sendo investigado, o membro do Ministério Público poderá aditar a 
portaria inicial ou determinar a extração de peças para instauração de 
outro inquérito civil, respeitadas as normas incidentes quanto à divisão de 
atribuições. 
 
(IV) CORRETA. Item em consonância com a redação do art.8º, parag.único, art.10 e 
art.11 da Resolução 174/2017 do CNMP: 
Art. 8° O procedimento administrativo é o instrumento próprio da 
atividade-fim destinado a: 
(...) 
Parágrafo único. O procedimento administrativo não tem caráter de 
investigação cível ou criminal de determinada pessoa, em função de um 
ilícito específico. 
Art. 10. Se no curso do procedimento administrativo surgirem fatos que 
demandem apuração criminal ou sejam voltados para a tutela dos 
interesses ou direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, o 
membro do Ministério Público deverá instaurar o procedimento de 
investigação pertinente ou encaminhar a notícia do fato e os elementos de 
informação a quem tiver atribuição. 
Art. 11. O procedimento administrativo deverá ser concluído no prazo de 
1 (um) ano, podendo ser sucessivamente prorrogado pelo mesmo período, 
desde que haja decisão fundamentada, à vista da imprescindibilidade da 
realização de outros atos. 
 
16. Assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) A inelegibilidade do cônjuge do chefe do executivo, no território da mesma 
jurisdição, subsiste à dissolução da sociedade conjugal, ocorrida durante o mandato, 
salvo se o titular deste se desincompatibilizar seis meses antes da eleição ou se já titular 
aquele de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
(B) A suspensão dos direitos políticos imposta pela Constituição Federal ao condenado 
criminalmente de forma irrecorrível não se aplica aos casos em que a pena privativa de 
liberdade tenha sido substituída por restritivas de direitos. 
 
26 
(C) A inelegibilidade, constitucionalmente prevista, decorrente da existência de relação 
conjugal com o chefe do executivo, no território da mesma jurisdição, cessa na hipótese 
em que a ruptura daquela decorrer da morte do titular do mandato. 
(D) As hipóteses de perda e suspensão dos direitos políticos, constitucionalmente 
previstas, caracterizam-se pela taxatividade, diversamente das hipóteses deinelegibilidade, expansíveis por lei complementar. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
Os temas foram abordados no aulão de véspera online para o MPMG pelo professor 
Arnaldo Bruno Oliveira. 
 
(A) CORRETA. O que se alega em A é uma informação verídica nos termos abaixo. Logo, 
não pode ser tida com incorreta. 
CF/88, art. 14: 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os 
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis 
meses antes do pleito. 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o 
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo 
grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador 
de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de 
quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao 
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à 
reeleição. 
 
(B) INCORRETA. Realmente temos uma incorreção nesta letra, por isso deve ser 
assinalada – uma vez que o comando pede a incorreta. 
A suspensão dos direitos políticos imposta pela Constituição Federal trata-se de um 
efeito da condenação, uma consequência de toda e qualquer condenação criminal 
transitada em julgado, mesmo que não declarada expressamente na sentença, pois 
decorre da letra expressa da Constituição Federal. Independe também da natureza do 
crime, da qualidade e do quantum da pena efetivamente imposta. Nem mesmo o fato 
de ter sido o agente, eventualmente, beneficiado pela suspensão condicional da pena 
impede a suspensão dos direitos políticos. 
Recurso Extraordinário 601182, com repercussão geral reconhecida: 
 
27 
“A suspensão de direitos políticos prevista no artigo 15, inciso III, da Constituição Federal, 
aplica-se no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de 
direitos”. 
 
(C) CORRETA. O que se alega em C é uma informação verídica nos termos abaixo. Logo, 
não pode ser tida com incorreta para marcação em prova. O comparativo abaixo foi bem 
trabalhado em aula e apontado como possível pegadinha. 
Súmula Vinculante nº 18 
“A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do 
mandato, NÃO AFASTA a inelegibilidade prevista no § 7º do 
artigo 14 da Constituição Federal”. 
TEMA 678 (Repercussão Geral) 
“Súmula Vinculante 18 do STF não se aplica aos casos de extinção 
do vínculo conjugal pela morte de um dos cônjuges”. 
 
(D) CORRETA. O que se alega em D é uma informação verídica nos termos abaixo. Logo, 
não pode ser tida com incorreta para marcação em prova. 
A CF traz hipóteses taxativas. 
CF/88, Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja 
perda ou suspensão só se dará nos casos de: (...). 
 
Por outro lado, a LC 64/90, traz outras hipóteses de inelegibilidades além das previstas 
no texto constitucional, o que é reforçado pelo art. 14, §9 º da CF/88. 
 
17. Analise as assertivas sobre condições de elegibilidade e hipóteses de inelegibilidade: 
I. Para concorrer ao cargo de Vereador, o candidato deve contar, na data do pleito 
eleitoral, com a idade mínima de 21 anos e máxima de 75 anos. 
II. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes 
consanguíneos ou afins, até o terceiro grau ou por adoção, do Presidente da República, 
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os 
haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de 
mandato eletivo e candidato à reeleição. 
III. Para disputar os cargos de Governador, Vice-Governador, Senador, Deputado Federal 
e Estadual, o cidadão deverá ter domicílio no respectivo Estado, em qualquer cidade. 
IV. O exercício de dois mandatos consecutivos no cargo de Prefeito torna o candidato 
inelegível para o mesmo cargo, ainda que em outro município. 
É CORRETO afirmar: 
(A) Somente as assertivas II e IV são verdadeiras. 
(B) Somente as assertivas III e IV são verdadeiras. 
 
28 
(C) Somente as assertivas II e III são verdadeiras. 
(D) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
Os temas foram abordados no aulão de véspera online para o MPMG pelo professor 
Arnaldo Bruno Oliveira. 
 
A alternativa (B): somente as assertivas III e IV são verdadeiras. 
(I) INCORRETA. A constituição prevê idade mínima (18 anos), artigo 14, § 3º, VI, d); mas 
não observa idade máxima para o cargo de vereador. Aparentemente, o examinador 
quis criar uma pegadinha quanto à PEC da Bengala ao mencionar a idade de 75 anos. 
 
(II) INCORRETA. O erro foi mencionar terceiro grau, informação diversa do que prega à 
constituição (segundo grau). O que foi dito em aula. 
CF/88 - Art. 14, § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do 
titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o 
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de 
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de 
Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses 
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição. 
 
(III) CORRETA. CF/88 – Art. 14, § 3º, IV menciona a necessidade do domicílio eleitoral 
na circunscrição. Como se trata de eleição estadual, basta domicílio em qualquer 
cidade deste estado. O que foi dito em aula. 
 
(IV) CORRETA. É o famoso caso já apreciado pela jurisprudência do “prefeito itinerante” 
(ou profissional). 
A pessoa que já exerceu dois mandatos consecutivos de Prefeito, eleito e reeleito, fica 
inelegível para um terceiro mandato, ainda que seja em município diferente. 
Não se admite, portanto, a figura do “prefeito itinerante”. 
O art. 14, § 5º, da CF deve ser interpretado no sentido de que a proibição da segunda 
reeleição é absoluta e torna inelegível para determinado cargo de Chefe do Poder 
Executivo (não confundir com situações do legislativo, por favor) o cidadão que já 
cumpriu 2 mandatos consecutivos (reeleito uma vez) em cargo da mesma natureza, 
ainda que em ente da federação diverso. STF. Plenário. RE 637485/RJ, rel. Min. Gilmar 
Mendes, 1º/8/2012 (repercussão geral) (Info 673). 
 
29 
Tema confirmado em outras ocasiões por STF e TSE em julgados posteriores. 
 
18. A respeito da ação de investigação judicial eleitoral (AIJE), considere as seguintes 
assertivas: 
I. De acordo com a Lei Complementar 64/1990, a ação de investigação judicial eleitoral 
tem por objeto o ilícito eleitoral concernente ao abuso de poder e visa à decretação da 
inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática, bem 
como à cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela 
interferência do poder econômico e pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou 
dos meios de comunicação. 
II. A AIJE pode ser proposta pelo cidadão, pelo Ministério Público, por partido político, 
federação de partidos, coligação, candidato e pré-candidato. 
III. Tendo em vista a predominância de relevante interesse público na ação de 
investigação judicial eleitoral, homologada a desistência, o Ministério Público deve 
assumir o polo ativo da relação processual. IV. O marco final para o ajuizamento da AIJE 
é a data da diplomação. 
É CORRETO afirmar: 
(A) Apenas as assertivas III e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas II, III e IV são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I, III e IV são verdadeiras. 
(D) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
Os temas foram abordados no aulão de véspera online para o MPMG pelo professor 
Arnaldo Bruno Oliveira. 
 
A alternativa (C): apenas as assertivas I, III e IV são verdadeiras. 
(I) CORRETA. O art. 22 da LC 64/90 trata da AIJE como instrumento para apurar uso 
indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização 
indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de 
partido político. Assim, a AIJE busca proteger, em síntese,a legitimidade e a 
normalidade das eleições. 
A condenação por esses atos enseja a inelegibilidade do representado e de quantos 
hajam contribuído para sua prática. Essa sanção de inelegibilidade é cominada para as 
eleições a se realizarem nos oito anos subsequentes ao pleito em que se verificou, além 
da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela 
 
30 
interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou 
dos meios de comunicação. 
 
(II) INCORRETA. De acordo com o art. 22 da LC 64/90, não temos o pré-candidato no 
polo ativo de AIJE - apenas o candidato. Importante frisar que o pré-candidato pode 
compor o polo passivo. 
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou 
Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça 
Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, 
relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e 
pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, 
desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de 
autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de 
comunicação social, em benefício de candidato ou de partido 
político, obedecido o seguinte rito: 
 
(III) CORRETA. O Parquet figura como fiscal da lei, e, em virtude de sua reconhecida 
legitimidade ativa para tal espécie, deve ser admitido o prosseguimento do feito em 
razão da sua natureza de ordem pública. 
(IV) CORRETA. O marco final para o ajuizamento da AIJE é realmente a data da 
diplomação. O que foi devidamente frisado em nossa aula de véspera. 
 
19. Acerca da suspensão do crédito tributário, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito se for integral 
(correspondendo à soma do tributo, juros e multa) e em dinheiro. 
(B) A suspensão da exigibilidade do crédito tributário diz respeito à obrigação principal 
e às obrigações acessórias relacionadas com aquela. 
(C) A moratória suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
(D) A reclamação administrativa prevista no art. 151, III, do Código Tributário Nacional 
somente suspenderá a exigibilidade do crédito tributário se antecedente à inscrição em 
dívida ativa. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
São hipóteses de suspensão do crédito tributário: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
 
31 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras 
do processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em 
outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 
2001) 
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001). 
 
Considerando a normativa acerca da matéria, vejamos as alternativas: 
 
(A) CORRETA. Conforme inciso II do art. 151, CTN. 
(B) INCORRETA. Dispõe o parágrafo único do artigo 151, CTN, supracitado que: "O 
disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios 
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.". 
(C) CORRETA. Conforme inciso I do art. 151, CTN. 
(D) CORRETA. Realizada a reclamação administrativa, fica suspensa a exigibilidade do 
crédito, motivo pelo qual não se pode dar curso ao processamento de cobrança e, 
consequentemente, não se pode realizar a inscrição em Dívida Ativa de débito, já que a 
exigibilidade está suspensa. O tema, inclusive, já foi objeto de julgamento pela 
sistemática dos recursos repetitivos pelo Superior Tribunal de Justiça, vejamos: 
“2. É que as causas suspensivas da exigibilidade do crédito 
tributário (art. 151 do CTN) impedem a realização, pelo Fisco, de 
atos de cobrança, os quais têm início em momento posterior ao 
lançamento, com a lavratura do auto de infração. 
3. O processo de cobrança do crédito tributário encarta as 
seguintes etapas, visando ao efetivo recebimento do referido 
crédito: a) a cobrança administrativa, que ocorrerá mediante a 
lavratura do auto de infração e aplicação de multa: exigibilidade-
autuação ; b) a inscrição em dívida ativa: exigibilidade-inscrição; 
c) a cobrança judicial, via execução fiscal: exigibilidade-
execução. 
4. Os efeitos da suspensão da exigibilidade pela realização do 
depósito integral do crédito exequendo, quer no bojo de ação 
anulatória, quer no de ação declaratória de inexistência de 
relação jurídico-tributária, ou mesmo no de mandado de 
segurança, desde que ajuizados anteriormente à execução fiscal, 
têm o condão de impedir a lavratura do auto de infração, assim 
como de coibir o ato de inscrição em dívida ativa e o ajuizamento 
da execução fiscal, a qual, acaso proposta, deverá ser extinta” 
(STJ, Primeira Seção, REsp 1140956/SP, rel. Min. Luiz Fux, j. 
03.12.2010). 
 
Desta feita, a dívida ativa tributária é, nos termos do art. 202 do Código Tributário 
Nacional, “a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição 
 
32 
administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela 
lei ou por decisão final proferida em processo regular”. 
Em assim sendo, não efetuado o pagamento de crédito tributário no prazo estipulado 
em lei, deve a autoridade competente inscrevê-lo em Dívida Ativa, desde que não haja 
recurso pendente da esfera administrativa. 
 
20. Considerando a teoria pentapartida (pentapartite ou quinquipartida), segundo a 
qual, no atual sistema tributário constitucional brasileiro, há cinco espécies de tributos, 
assinale a opção INCORRETA: 
(A) O empréstimo compulsório, modalidade autônoma de tributo, dispensa a aplicação 
do princípio anterioridade quando instituído para viabilizar investimento público de 
caráter urgente e relevante interesse nacional. 
(B) Segundo o art. 4º do Código Tributário Nacional, a natureza jurídica específica do 
tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes 
para qualificá-la: a denominação e demais características formais adotadas pela lei; e a 
destinação legal do produto de sua arrecadação. Este dispositivo não se aplica às 
contribuições especiais e aos empréstimos compulsórios, definidos pela Constituição 
Federal de 1988 em função da sua finalidade e da promessa de restituição. 
(C) Os impostos não admitem destinação específica e não são restituíveis. 
(D) As espécies tributárias são: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos 
compulsórios e contribuições especiais. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. A assertiva afirma exatamente o contrário do disposto nos arts 148 e 
150 da CF, vejamos: 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir 
empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de 
relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, 
III, "b". 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou; 
 
 
33 
Conclui-se, portanto, que a cobrança de empréstimo compulsório, no caso de 
investimentos públicos de relevante interesse social, deverá respeitar o princípio da 
anterioridade anual. 
(B) CORRETA. Dado o disposto no art. 4º do CTN que contém a seguinte redação: 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada 
pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes 
para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela 
lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
 
Tendo como parâmetro a teoria pentapartida, temos que os impostos sãoclassificados 
como tributos de arrecadação não vinculada, visto que o produto de sua arrecadação 
não possui destinação específica dada por lei. 
As contribuições de melhoria assim como os empréstimos compulsórios, no entanto, 
são tributos de natureza de arrecadação vinculada, já que o produto de sua arrecadação 
deverá ser destinado à situação específica disciplinada pela lei. Nesse sentido, dispõe o 
art. 15 do CTN que: 
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, 
pode instituir empréstimos 
I - guerra externa, ou sua iminência; 
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de 
atender com os recursos orçamentários disponíveis; 
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder 
aquisitivo. 
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do 
empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que 
for aplicável, o disposto nesta Lei. 
 
(C) CORRETA. Os impostos são tributos não-vinculados e de arrecadação não vinculada 
que incidem sobre manifestação de riqueza. Nos dizeres do art. 16 do CTN: Art. 16. 
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. 
Não possuem arrecadação vinculada, pois sua receita serve para financiamento das 
atividades gerais do Estado (serviços universais – uti universi), que, por não gozarem de 
referibilidade (especificidade e divisibilidade), não podem ser custeados por taxas. 
Trata-se da aplicação do princípio da não afetação, contida no art. 167, IV, CF: 
Art. 167. São vedados: 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou 
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação 
dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação 
de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para 
manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de 
atividades da administração tributária, como determinado, 
 
34 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a 
prestação de garantias às operações de crédito por antecipação 
de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 
4º deste artigo; 
 
(D) CORRETA. Em que pese o CTN indicar que existem apenas três espécies de tributo, 
o STF consagrou o entendimento de que o sistema tributário nacional abrange os 
impostos, taxas, contribuições de melhorias, empréstimos compulsórios e contribuições 
parafiscais e especiais, adotando, assim, a teoria pentapartida. 
 
 
GRUPO TEMÁTICO II 
 
21. Acerca das teorias do dolo e da culpabilidade, assinale a assertiva CORRETA: 
(A) Conforme a “teoria extremada, estrita ou rigorosa” da culpabilidade, a consciência 
acerca da ilicitude do fato deve ser efetiva e não apenas potencial, em distinção à “teoria 
limitada” da culpabilidade, que se contenta com a consciência potencial. 
(B) De acordo com a “teoria limitada da culpabilidade”, o erro sobre elementares 
normativas do tipo penal não exclui o dolo, exceto em se tratando de elementar que 
verse matéria “extra-penal”, pois o erro, neste caso, é equiparado ao erro factual, 
excluindo o dolo. 
(C) Segundo a “teoria limitada do dolo”, o erro de proibição, ainda que seja motivado 
por cegueira jurídica, afasta a culpabilidade. 
(D) Aplicada a “teoria limitada da culpabilidade”, não é possível que se reconheça a 
tentativa em caso de erro de tipo permissivo evitável. 
 
GABARITO: D 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. 
 
COMENTÁRIOS 
 
Foi assinalada correta a alternativa D. 
A questão aborda os conceitos de teoria limitada da culpabilidade, tentativa e erro de 
tipo permissivo evitável. 
Entretanto, não obstante a lógica depreendida, sob a luz do direito pátrio, a assertiva 
apresenta uma incongruência que a transforma, para nós, em incorreta. 
 
35 
Em breve síntese, a lógica da teoria limitada da culpabilidade caminha no sentido da 
distinção entre o erro sobre os pressupostos fáticos, tratado como erro de tipo pela 
teoria limitada, e erro sobre a existência e limites sobre as causas de justificação, 
tratados como erro de proibição indireto. 
Estabelecida a primeira premissa, distintiva e crucial para a solução da questão, tem-se 
que a questão relacionada ao erro sobre os pressupostos fáticos das causas de 
justificação, ao receberem o trato na esteira do tipo penal, atrai a lógica compreensiva 
do dolo e, consequentemente, do crime tentado. 
Apesar do erro de tipo vencível excluir o dolo e permitir a punição a título de culpa, a 
compreensão remete, necessariamente, a sua análise conglobada, haja vista que, de 
fato, há uma decisão direta contra o bem jurídico protegido, naturalmente advinda do 
conhecimento, ainda que viciado, e vontade. 
A teoria limitada da culpabilidade, ao conferir o tratamento de erro de tipo ao erro sobre 
os pressupostos fáticos das excludentes de ilicitude, ainda que juridicamente afaste o 
dolo, permite a punição a título de culpa. Registre-se que a exclusão dolo, apesar de 
estabelecida normativamente, não afasta, ontologicamente, a “decisão direta contra o 
bem jurídico protegido”. 
Não obstante, ainda que se considere o afastamento do dolo, não se pode olvidar que 
o erro de tipo vencível permite a punição a título de culpa e, naturalmente, a própria 
punição a título de culpa imprópria, verdadeiro crime doloso, ao qual o legislador 
conferiu, por política criminal, a punição a título de culpa. 
Logo, a assertiva, ainda que no microssistema da teoria limitada da culpabilidade, ao 
afastar a possibilidade de crime tentado, contraria o entendimento amplamente 
majoritário na doutrina e reconhecido pela jurisprudência pátria, inclusive pelo 
Desembargador Júlio Cézar Gutierrez, examinador no certame (GI), de possibilidade de 
tentativa de culpa imprópria (Apelação Criminal 1.0024.04.197155-7/002). 
No mesmo sentido é a lição de Nélson Hungria3, apud Erro de Tipo e Erro de Proibição: 
Há, porém, uma classe de crimes culposos que, como diz De 
Marsico, não o são propriamente em sua estrutura, mas, antes, 
por equiparação, nos quais, por isso mesmo que falta a relação 
entre a vontade e o evento, é perfeitamente possível a tentativa. 
Em tais casos, há culpa (desatenção, inconsideração, erro 
inescusável) na avaliação da situação objetiva, mas o resultado 
não deixa de ser previsto e querido. Dá-se, portanto, uma 
ampliação do conceito de culpa que o nosso Código consagrou, 
quer na hipótese de exclusão de dolo por erro de fato 
(concernente a elemento constitutivo do crime ou causa 
objetiva de exclusão deste), quer na do excesso culposo de 
legítima defesa. 
E arremata Hungria4: 
 
3 apud Erro de Tipo e Erro de Proibição. Luiz Flávio Gomes, p. 151, 1995, ed. Revista dos Tribunais. 
4 Idem. p. 152. 
 
36 
“Figure-se o seguinte caso: supondo que o vigilante noturno é 
um ladrão que me invade o quintal da casa, tomo de um revólver 
e, sem maior indagação, inconsideradamente, faço repetidos 
disparos contra o policial que, entretanto, escapa ileso ou fica 
apenas ferido. É inquestionável, em face do Código, que se 
apresenta uma tentativa de homicídio culposo”. 
Reforçando a compreensão supra, ainda que indiretamente, pedimos vênia para 
transcrever trecho da tese de doutorado do examinador, Doutor Wagner Marteleto 
Filho, Dolo e Risco no Direito Penal, p. 4795: 
Na Alemanha, o erro de tipo permissivo não recebeu tratamento 
autônomo, não se subsumindo diretamente nem ao §16, 1 nem 
ao §17 do StGB, o que permite uma ampla discussão na doutrina, 
inclusive de lege lata. 
Em Portugal e no Brasil o erro de tipo permissivo foi 
expressamente regulado pelo legislador, e equiparado ao erro 
sobre as circunstâncias do tipo, e sempre conduz à exclusão do 
dolo, sem que haja qualquer indagação acerca dos seus 
fundamentos, em alinhamento com a teoria limitada da culpa. 
O erro só pode justificar, assim, a censura da negligência, caso 
presentes seus pressupostos, ou seja, caso o erro seja 
considerado como evitável. 
A ratio da equiparaçãodo erro sobre as elementares do tipo e 
do erro sobre a presença de uma circunstância que excluiria a 
ilicitude do comportamento (caso efetivamente existisse), 
consiste, na visão da doutrina majoritária, em que o agente atua, 
nos dois casos, de forma concordante com o valor acolhido na 
norma. O que se dá é que, no plano ôntico, há um desacordo 
fático entre a realidade e a representação, que não expressa, 
contudo, a negativa de reconhecimento de validade da norma, 
ou uma “decisão direta contra o bem jurídico protegido”. 
 
Desta forma, considerando-se a admissão, amplamente majoritária pela doutrina e 
jurisprudência pátrias, acerca da possibilidade de tentativa de culpa imprópria e que o 
acolhimento do tratamento do erro de tipo nos casos de erro de tipo permissivos 
conduzem à possibilidade de punição a título de culpa, dentre as quais se insere a 
modalidade da culpa imprópria, entendemos que a questão é passível de anulação por 
não conter alternativa correta. 
 
 
22. A respeito do concurso de pessoas, assinale a assertiva INCORRETA: 
 
5 https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/42264/1/ULSD733934_td_Wagner_Filho.pdf. 
 
37 
(A) De acordo com a “teoria da acessoriedade mínima”, basta, para a punição do 
partícipe, que o fato praticado pelo autor seja típico, ainda que incida uma causa de 
justificação. 
(B) A participação de menor importância refere-se, objetivamente, à participação e não 
à pessoa do agente, podendo, a minorante, ser aplicada inclusive ao reincidente. 
(C) Segundo a “teoria objetiva-formal”, autor é aquele que realiza o núcleo do tipo, 
como também aquele que atua com “ânimo de autor”, dominando o fato. 
(D) Nos denominados crimes plurissubjetivos as condutas podem ser paralelas, 
contrapostas ou convergentes. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
TEMA ABORDADO NO PONTA 10 DE DIREITO PENAL DO CLUBE DO MP 
 
 
(A) CORRETA. 
Teoria da acessoriedade 
mínima 
Para a punição do partícipe, o autor deve ter praticado, 
pelo menos, um fato típico. 
 
(B) CORRETA. Conforme determina o artigo 68 do Código Penal, a pena-base será fixada 
atendendo-se ao critério do artigo 59; em seguida serão consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Dessa 
forma, os maus antecedentes são analisados antes da reincidência, que, por sua vez, é 
considerada anteriormente à participação de menor importância, causa de diminuição 
de pena analisada na terceira fase. 
(C) INCORRETA. A assertiva mistura os conceitos de autor para a teoria objetivo-
formal, com a teoria do domínio do fato, associando, contudo, a questão relacionada 
ao ânimo do autor. A incorreção pode ser vista, por exemplo, nas hipóteses de autoria 
mediata, na qual o agente de trás possui o ânimo de autor, não obstante se valer de 
outrem para a realização do fato típico. 
(D) CORRETA. Ainda que o estudo da coautoria e da participação só tenha importância 
quando na ocorrência de infração penal de concurso eventual, ou seja, nos casos de 
crimes monossubjetivos ou unissubjetivos, quando o tipo penal exige apenas um 
agente realizando a conduta típica, é importante que saibamos compreender o outro 
lado da mesma moeda. 
Assim, os crimes plurissubjetivos, em que o próprio tipo penal exige a pluralidade de 
agentes, são aqueles em que há concurso necessário, que são classificados em: 
a) de condutas paralelas – as ações possuem o mesmo objetivo (ex: art. 228 do CP); 
 
38 
b) de condutas divergentes ou contrapostas – as ações são realizadas de uns contra os 
outros (art. 137 do CP); 
c) de condutas convergentes – as ações dos dois agentes se encontram (art. 235 do CP). 
 
23. Acerca do concurso de crimes, assinale a assertiva CORRETA: 
(A) Nos crimes dolosos praticados em continuidade delitiva, contra vítimas diferentes, 
o juiz pode, independentemente de quaisquer outros requisitos objetivos e subjetivos, 
aumentar a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o 
triplo. 
(B) No concurso de crimes as penas de multa deverão ser aplicadas distinta e 
integralmente. 
(C) Ocorrendo erro na execução (aberratio ictus), e sendo atingida também a vítima 
visada, aplica-se a regra do concurso material. 
(D) No concurso material, caso aplicada pena privativa de liberdade suspensa para um 
dos crimes, será incabível, para os demais, a substituição de que trata o artigo 44 do CP. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como 
continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a 
mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com 
violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os 
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 
deste Código. 
 
(B) CORRETA. Regra essa imposta pelo Art. 72 do CP: No concurso de crimes, as penas 
de multa são aplicadas distinta E integralmente. A jurisprudência pacificou uma 
EXCEÇÃO, que é no caso do crime continuado ou continuação delitiva. 
 
(C) INCORRETA. No âmbito da legítima defesa, pode ocorrer a hipótese de aberratio 
ictus ou erro na execução, cuja previsão encontra-se no art. 73 do CP. 
 
Erro na execução 
 
39 
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de 
execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia 
ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no 
§ 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a 
pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do 
art. 70 deste Código. 
 
Ex.: vítima, ao repelir injusta agressão, para se defender do algoz que pretendia 
matá-la, efetua um disparo contra ele, mas erra o tiro e atinge terceiro inocente. 
Subsiste a hipótese de legítima defesa, pois a reação deve ser considerada como se 
praticada contra o real agressor, desprezando-se as características da vítima efetiva. 
 
(D) INCORRETA. No caso seria pena privativa de liberdade NÃO suspensa 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de 
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a 
substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
 
24. Sobre os crimes contra o patrimônio, assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Na extorsão, em sua forma “simples” (art.158, caput, do Código Penal), a vantagem 
indevida exigida pode ser de qualquer natureza. 
(B) Na extorsão, a lei penal não distingue, na causa de especial aumento de pena, entre 
arma “própria” e “imprópria”. 
(C) Conforme jurisprudência majoritária do Supremo Tribunal Federal, a apreensão e 
perícia da arma, para fins de agravamento da pena do roubo, são imprescindíveis, não 
se admitindo outros meios de prova. 
(D) No furto mediante fraude, o ofendido, enganado, entrega a coisa com ânimo 
definitivo. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. De acordo com o expresso no art. 158 do CP a vantagem indevida deve 
ser estritamente econômica: 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave 
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem 
indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou 
deixar de fazer alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 
40 
 
(B) CORRETA. O substantivo arma gera controvérsia na doutrina, alguns consideram que 
apenas os objetos produzidos com a finalidade bélica (ex: arma de fogo) são abrangidospela expressão. Por outro lado, em uma interpretação extensiva, outra parte doutrinária 
entende que objetos confeccionados sem finalidade bélica, porém capazes de intimidar, 
ferir o próximo (ex: faca de cozinha, lâmina de barbear, foice, tesoura, guarda-chuva, 
pedra, etc.) também são abrangidos pela expressão. Dito isto, prevalece na doutrina e 
na jurisprudência o sentido amplo, abrangendo as duas acepções (arma própria ou 
imprópria). Essa corrente, aliás, ganhou força com o advento da Lei 13.964/19. É que o 
legislador, no art. 157 do CP, diferencia arma de fogo de arma branca. Se o art. 158 do 
CP não o fez, a expressão deve ser tratada como gênero, alcançando qualquer 
instrumento capaz de servir ao ataque. Se o art. 158 do CP não o fez, a expressão deve 
ser tratada como gênero, alcançando qualquer instrumento capaz de servir ao ataque. 
 
(C) INCORRETA. Não. Mesmo sem apreensão/perícia, a palavra das vítimas e/ou 
testemunhas supre. É a posição majoritária, adotada pelo STF e pelo STJ. STF: “O ato 
impugnado está em conformidade com a jurisprudência de ambas as Turmas do 
Supremo Tribunal Federal, no sentido de que a majorante do emprego de arma de fogo 
(art. 157, § 2º, I, do Código Penal) pode ser evidenciada por qualquer meio de prova, em 
especial pela palavra da vítima - reduzida à impossibilidade de resistência pelo agente - 
ou pelo depoimento de testemunha presencial...” (HC 108225/MG, Rel. Min. Roberto 
Barroso, 1ª T., j. 19/08/2014, v.u.). 
STJ: “A Terceira Seção deste Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento dos 
Embargos de Divergência n. 961.863/RS, firmou o entendimento de que é despicienda 
a apreensão e a perícia da arma de fogo, para a incidência da majorante do § 2º, I, do 
art. 157 do CP, quando existirem, nos autos, outros elementos de prova que 
evidenciem a sua utilização no roubo, como na hipótese, em que há farta comprovação 
testemunhal atestando o seu emprego” (HC 405836 / SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, 5ª 
T.,j. 24/10/2017, v.u.). 
 
(D) INCORRETA. Não, a vítima não entrega o seu bem com ânimo definitivo, sendo essa 
uma das principais diferenças entre o furto mediante fraude e o estelionato. Nesse 
sentido, conforme jurisprudência do STJ: 
Embora identificadas pela marca comum da fraude, o estelionato e o furto 
qualificado mediante fraude diferem um do outro porque neste o engodo visa a 
diminuir a vigilância que a vítima exerce sobre seu patrimônio, que não acredita 
perdê-lo, ainda que o entregue ao agente; naquele, a vítima, ludibriada, desfaz-se do 
bem” (REsp 1173194, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 5ª T., j. 26/10/2010, v.u.) 
 
25. Acerca dos crimes contra a ordem tributária, assinale a assertiva INCORRETA: 
(A) Os delitos previstos na Lei nº 8.137/90 somente se punem a título de dolo. 
 
41 
(B) Considera-se causa de especial aumento de pena a prática de crime por servidor 
público no exercício das funções, exceto nos denominados crimes funcionais (art. 3º da 
Lei nº 8.137/90 e título XI, Capítulo I, do CP). 
(C) O delito de “fazer declaração falsa sobre bens ou rendas (...)”, tipificado no artigo 
2º, I, da Lei nº 8.137/90, demanda elemento subjetivo especial. 
(D) A “exigência” e a “solicitação” de vantagem, feitas por funcionário público para 
deixar de cobrar tributo, são condutas punidas em tipos penais autônomos, de modo 
paralelo ao regime de tipificação da concussão e da corrupção passiva do Código Penal, 
havendo variações nos preceitos secundários. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. No que toca aos crimes contra a ordem tributária, a figura do dolo é 
indispensável, já que as condutas tipificadas nos artigos da Lei n. 8.137/90 são puníveis, 
meramente, na modalidade dolosa por inexistir previsão da punibilidade na modalidade 
culposa devido à intenção do agente de fraudar a Fazenda Pública, através da prática de 
atos abalizados para tanto, não caracterizando o delito penal o simples fato de abster-
se de honrar com seu débito fiscal, evento que corrobora para a aplicação de infrações 
tributárias anteriormente distinguidas. Registre-se que a assertiva faz o estrito recorte 
para os crimes contra a ordem tributária, afastando os crimes contra a relação de 
consumo previstos na lei. 
 
(B) CORRETA. Exatamente nos termos da Lei 8.137/90. 
 
(C) CORRETA. O tipo penal prevê o escopo de eximir-se, total ou parcialmente, do 
pagamento de tributo, evidenciando a necessidade do dolo específico. 
 
(D) INCORRETA. Segundo o art. 3º, II, a previsão típica legal encontra-se no mesmo 
dispositivo. 
 
26. Sobre as circunstâncias agravantes e atenuantes previstas na parte geral do Código 
Penal, assinale a alternativa CORRETA: 
(A) A embriaguez voluntária sempre aumenta a pena. 
(B) A pena é atenuada, em qualquer caso, se o agente tiver praticado o crime sob 
influência de multidão em tumulto. 
(C) A pena é aumentada se o agente praticar o delito em ocasião de desgraça particular 
do ofendido. 
 
42 
(D) A pena é aumentada no caso de o agente coagir outrem a participar, de qualquer 
modo, do delito. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 17 da turma ponto a ponto do MPMG. 
 
(A) INCORRETA. Consoante o Art. Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a 
pena, quando não constituem ou qualificam o crime: II - ter o agente cometido o 
crime: l) em estado de embriaguez preordenada. 
A alínea se refere à embriaguez voluntária, que não necessariamente caracteriza a 
embriaguez preordenada. A primeira verifica-se quando agente tem o escopo apenas de 
embriagar, sendo que a eventual prática de delito posterior não atrai a agravante. Por 
sua vez, na embriaguez pré-ordenada, o agente, deliberadamente, põe-se no caminho 
da embriaguez visando a posterior prática do delito. 
(B) INCORRETA. Consoante o Art. 65, São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
III - ter o agente: e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não 
o provocou. 
Quando o condenado não provocou o tumulto, o impacto que o condenado recebe da 
multidão que se apresenta em descontrole é causa de seu próprio descontrole e, mesmo 
sem a exculpação pelo crime cometido, a pena deverá ser atenuada em reconhecimento 
à ocorrência dessa situação extraordinária e de sua influência na configuração da 
finalidade criminosa. 
Entretanto, caso tenha provocado o tumulto, não fará jus à atenuante, tornando falsa a 
assertiva em razão da expressão “em qualquer caso”. 
(C) CORRETA. Redação da alínea j, do inciso II, do Art. 61 do Código Penal. 
Na desgraça particular do ofendido, o condenado aproveitou-se de acontecimento de 
especial relevo para a vida da vítima, de modo a atacá-la em momento de maior 
dificuldade ou impossibilidade de defesa. O acontecimento e seus efeitos maléficos 
devem, obrigatoriamente, ser conhecidos por quem deles conscientemente aproveita-
se. 
O fundamento geral da agravação do juízo de reprovação da culpabilidade, nessas 
hipóteses, não é exatamente a ausência de solidariedade humana ou a frieza moral de 
quem realiza o crime, mas a maior exigibilidade social dirigida a quem se aproveita das 
circunstâncias de maior fragilidade da vítima. 
(D) INCORRETA. Consoante o Art. 62, a pena será ainda agravada em relação ao agente 
que: II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
A agravante genérica recairá sobre o coator tanto na coação física como na coação 
moral, irresistíveis ou resistíveis. Coagir é obrigar alguém, com emprego de violência ou 
grave ameaça, de forma irresistível ou não, a cometer um crime. Induzir é fazer surgir 
 
43 
na mente de outrem o propósito criminoso até então inexistente. O erro da assertiva 
reside na informação “participar”, que não remete, necessariamente, à execução 
material do delito. 
 
27. Sobre os crimes contra a honra, assinale a assertiva CORRETA: 
(A) É sempre admissível, em se tratando do delito de difamação,a exceção da verdade. 
(B) A injúria se consuma no momento em que o ofendido toma conhecimento da ofensa 
irrogada. 
(C) No caso da injúria, a circunstância de a vítima ser maior de 60 anos ou portadora de 
deficiência configura causa de especial aumento de pena. 
(D) Em todas as espécies de delito contra a honra, a retratação cabal pelo querelado, 
antes da sentença, isenta de pena. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 5 da turma ponto a ponto do MPMG. 
 
(A) INCORRETA. Consoante o Art. 139, Parágrafo Único, a exceção da verdade é 
admitida somente se o ofendido for funcionário público e a ofensa for relativa as suas 
funções. 
Art. 139 - Parágrafo único - A exceção da verdade somente se 
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa 
ao exercício de suas funções. 
(B) CORRETA. Consuma-se o crime no momento em que o ofendido toma 
conhecimento da ofensa. Para que exista a injúria não é necessário que a vítima se sinta 
ofendida. É suficiente que a atribuição de qualidade negativa seja capaz de ofender um 
homem prudente e de discernimento. Trata-se de um delito formal com dolo de dano. 
Mesmo que o agente deseje macular a honra subjetiva da vítima, não é necessário que 
ocorra esse resultado. Basta a possibilidade de sua produção. 
(C) INCORRETA. A circunstância de a vítima ser maior de 60 anos ou portadora de 
deficiência configura forma qualificada do crime. A Lei 9.459/1997 incluiu o §3º no art. 
140, punindo com maior rigor a injúria consistente na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem. Posteriormente, a Lei 10.741/2003 
modificou o dispositivo, acrescentando-lhe a atual parte final, de modo a abranger 
também a ofensa referente à pessoa idosa ou portadora de deficiência. É forma 
qualificada do crime. 
(D) INCORRETA. Consoante o Art. 143: 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata 
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
 
44 
 Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado 
a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, 
a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos 
mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
Retratação é o ato de se desdizer, de retirar algo que foi afirmado. Significa a admissão, 
pelo agente, de que não é verídico o fato desonroso imputado ao ofendido. A retratação 
deve ser inequívoca, total e incondicional. É um ato unilateral, que não depende da 
aceitação do ofendido. É pessoal e incomunicável, não se transmitindo aos coautores. 
Produz efeitos apenas em âmbito penal, de modo que não afasta a possibilidade de 
demanda cível objetivando a reparação por danos morais. 
Aplicabilidade restrita aos crimes de calúnia e difamação de ação privada – Por 
expressa disposição legal, a retratação tem lugar apenas nos crimes de calúnia e 
difamação. Pressupõe o legislador que, ao reconhecer a falsidade da imputação, o 
agente restaura a honra objetiva da vítima, ou seja, a sua reputação perante o meio 
social. Ademais, como o dispositivo fala em querelado, infere-se que a retratação 
apenas é admissível nos crimes de ação penal privada. Por conseguinte, não pode ser 
utilizada nos crimes de ação penal pública, em que, aliás, vigora o princípio da 
indisponibilidade (caso do art. 145, parte final e parágrafo único). 
Para isentar o agente de pena, funcionando como causa de extinção da punibilidade, a 
retratação deve ocorrer antes da sentença de primeira instância. Se o crime for de 
competência originária de Tribunal, a retratação deve preceder o acórdão. 
Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se 
de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos 
mesmos meios em que se praticou a ofensa. 
 
28. Sobre a perspectiva da teoria finalista, que influenciou intensamente a reforma do 
Código Penal Brasileiro (1984), é INCORRETO afirmar: 
(A) O dolo é considerado como “dolo natural”, não o integrando a consciência da 
ilicitude. 
(B) O dolo exige representação real da ação típica, não bastando uma consciência 
potencial, ainda que não se exija uma representação refletida. 
(C) O ilícito pessoal não se esgota no desvalor de resultado e se co-constitui pelo 
desvalor da ação, devendo, o resultado, ser considerado como “obra do autor”. 
(D) A culpabilidade mantém-se como uma categoria psicológica, desprovida de aspectos 
valorativos/normativos. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. O dolo, no modelo finalista, em superação aos modelos causalista e 
neokantista, afastou o conteúdo da consciência da ilicitude, mantido na culpabilidade 
 
45 
apenas como potencial, motivo pelo qual passou a ser concebido como natural, quando 
comparado com o dolo normativo neokantista, que tinha em seu seio o conhecimento 
atual da ilicitude. 
(B) CORRETA. A representação real da ação típica passa pela compreensão, por parte 
do agente, da ação típica como um todo, envolvendo conduta, resultado, nexo de 
causalidade e tipicidade. Entretanto, não necessariamente significa uma representação 
refletida, vez que o agente pode agir, por exemplo, impelido pelo chamado dolo de 
ímpeto, após injusta provocação da vítima, sem que o dolo seja afastado. 
(C) CORRETA. A teoria finalista concebe a conduta como comportamento humano 
voluntário psiquicamente dirigido a um fim, sendo o ilícito pessoal uma “obra do autor”, 
já que transforma a ação num ato de vontade com conteúdo, ao partir da premissa de 
que toda conduta é orientada por um querer. 
(D) INCORRETA. A Culpabilidade tem reprovabilidade pessoal incidente sobre o autor 
do fato e passa a ser normativa pura em razão da transferência do dolo e culpa para o 
tipo penal. Composta pela imputabilidade, potencial consciência da ilicitude, e 
exigibilidade de conduta diversa, a culpabilidade finalista passa a ser normativa, 
afastando-se do aspecto subjetivo, transferido para o tipo penal, razão pela qual a 
assertiva é incorreta. 
 
29. São funções que a doutrina atribui ao consentimento do ofendido na área penal, 
EXCETO: 
(A) Elemento essencial do tipo. 
(B) Causa de exclusão da ilicitude. 
(C) Causa de extinção da punibilidade. 
(D) Causa de exclusão da tipicidade. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. 
 
Questão passível de anulação segundo precedentes do CNMP quanto à repetição de 
questões (MPM). Ainda que a decisão tenha sido pautada em questões de segunda 
etapa, a lógica compreensiva da falta de ineditismo não se distingue. 
Abaixo segue redação da questão já utilizada para comparativo: 
 
QUESTÃO REPETIDA DO L CONCURSO PARA INGRESSO NA CARREIRA DO MINISTÉRIO 
PÚBLICO DE MINAS GERAIS DO ANO DE 2010 
 
46 
 
(A) CORRETA. O elemento essencial do tipo é uma função atribuída ao consentimento 
do ofendido e para que possa haver exclusão da ilicitude é necessário que se configure 
um tipo penal e a função do tipo é descrever objetivamente um comportamento 
proibido pelo Direito Penal, limitando e individualizando as condutas relevantes. 
Todos os elementos que compõem a descrição de um comportamento abstrato 
proibido pelo Direito Penal formam o tipo. A tipicidade resulta da análise de uma 
conduta realizada no plano concreto e de seu posterior enquadramento na previsão 
abstrata de um comportamento descrito no tipo, não sendo nada mais do que a 
subsunção da conduta concreta na conduta abstratamente prevista no tipo. Toda 
conduta realizada no plano concreto que seja considerada típica pelo fato de estar 
prevista no tipo penal, sofrerá a incidência de uma presunção relativa de 
antijuridicidade, podendo assim ter a exclusão da ilicitude diante da análise do caso 
concreto e das circunstâncias do cometimento do delito. 
Tema abordado na rodada 14 da turma ponto a ponto do MPMG. 
 
(B) CORRETA. O Consentimento do ofendido trata-se de causa supralegal de exclusão 
da ilicitude, significando que um bem jurídicodisponível possa ser perdido, se houver 
concordância do seu titular. 
OBSERVAÇÃO! Quando o dissentimento integrar o próprio tipo penal, como sua 
elementar, o consentimento do ofendido excluirá o próprio fato típico. Ex.: a violação 
de domicílio (art. 150 do CP) tem por fundamento justamente a discordância do 
proprietário. Se este concorda que alguém entre em sua casa, não há fato típico. 
ATENÇÃO! Não há óbice ao reconhecimento do consentimento do ofendido em se 
tratando de crimes culposos, pois a vítima pode aceitar a conduta descuidada do agente 
e seja por esta atingida. 
 
 Requisitos do consentimento do ofendido 
a) Consentimento livre e válido (sem coação, vício ou fraude) 
Se o titular do bem jurídico foi forçado a consentir ou enganado, não há a 
excludente. 
b) Consentimento inequívoco 
 
47 
A doutrina tradicional exige que o consentimento seja explícito. Porém, vários 
autores têm exigido tão somente que seja inequívoco, podendo ser explícito ou 
implícito. Ex.: dono de pomar vê pessoas retirando frutas e simplesmente aquiesce, quer 
dizendo abertamente para continuarem, quer deixando de tomar qualquer atitude. 
Seja como for, não existe consentimento presumido. 
c) Capacidade do ofendido para consentir 
Em princípio, coincide com a maioridade civil (18 anos). Contudo, a depender 
do interesse, é possível em se tratando de idade menor. Ex.: concorda que o amigo fique 
com um jogo de videogame velho. 
d) Disponibilidade do bem 
Tem-se entendido que não pode ser reconhecida a excludente se o bem jurídico 
for indisponível, pois sobre estes incide o interesse do Estado na sua tutela. 
Por tal razão, afirma-se que é ilícita a conduta de quem pratica eutanásia, por 
o bem vida ser indisponível. 
OBSERVAÇÃO: Para a doutrina moderna a integridade física é bem jurídico disponível 
em caso de lesão corporal leve e que não contrarie a moral e aos bons costumes. 
e) Consentimento anterior ou concomitante ao ato 
O consentimento não pode ser dado posteriormente. Ex.: sujeito furta celular 
da vítima. Vítima resolve não tomar atitude, porque estava querendo um aparelho novo. 
Ainda assim, não se afasta o crime de furto. 
 
(C) INCORRETA. As causas de extinção da punibilidade implicam renúncia, pelo Estado, 
do exercício do direito de punir, seja pela não imposição de uma pena, ou pela não 
execução/interrupção do cumprimento daquela, não se confundindo com o 
consentimento do ofendido a ser analisado no momento do delito. 
(D) CORRETA. A tipicidade pode ser excluída de forma direta pelo consentimento do 
ofendido quando, por exemplo, o próprio tipo penal prever o dissenso como elementar 
típica, a exemplo do crime de violação de domicílio. 
 
30. A respeito dos crimes contra a pessoa, é CORRETO afirmar: 
(A) A premeditação constitui circunstância qualificadora no homicídio. 
(B) Para que haja crime de lesão corporal praticado no contexto de violência doméstica, 
é necessário que a vítima conviva com o agente. 
(C) O crime de omissão de socorro pode ser cometido por pessoa que não se encontra 
no local onde está a vítima. 
(D) O crime de maus-tratos não pode ser cometido por professores contra seus alunos, 
mas somente pelos pais ou tutores da vítima. 
 
GABARITO: C 
 
48 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 1 da turma de reta final MPMG. 
 
(A) INCORRETA. A premeditação não foi prevista expressamente como circunstância 
qualificadora do crime de homicídio. Consoante o Art. 121, § 2°, o Homicídio é 
qualificado, se é cometido: 
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro 
motivo torpe; 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo 
comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro 
recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou 
vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Feminicídio 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição: 
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: 
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos(Incluído pela Lei 
nº 14.344, de 2022) 
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 
14.344, de 2022) 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino 
quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos 
é aumentada de: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
 
49 
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com 
deficiência ou com doença que implique o aumento de sua 
vulnerabilidade; (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) 
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou 
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, 
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título 
tiver autoridade sobre ela. (Incluído pela Lei nº 14.344, de 
2022) 
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Aumento de pena 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de 
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar 
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as 
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 
(um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de 
aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o 
próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne 
desnecessária. 
 § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o 
crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de 
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de 
extermínio. 
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a 
metade se o crime for praticado: 
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao 
parto; 
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência 
ou com doenças degenerativas que acarretem condição 
limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação 
dada pela Lei nº 14.344, de 2022) 
III - na presença física ou virtual de descendente ou de 
ascendente da vítima; 
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência 
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 
11.340, de 7 de agosto de 2006. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2022/Lei/L14344.htm#art31
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm#art22iii
 
50 
(B) INCORRETA. 
Ampliando a percepção de vínculos, a jurisprudência pátria contextualiza o ambiente 
doméstico partindo da premissa de que os problemas das relações de convivência 
podem sobreviver ao tempo e servirem de estopim para a prática do delito no futuro, 
não se exigindo, portanto, a coabitação ou convivência. 
 
(C) CORRETA. 
Conforme se extrai da lição de Fernando Abreu (Direito Penal para Concursos, Parte 
Especial, Ed. Juspodivm, p. 146 “...o dever de assistência deve ser analisado sob uma 
perspectiva ampla e conectada com a atual realidade. O delito, em nossa compreensão, 
pode ser praticado inclusive à distância na hipótese de teleconferências. Assim, o colega 
que, conversando com outro por meio eletrônico, visualiza que a vítima desmaiou e 
nada faz para lhe prestar a assistência, incide no delito de omissão de socorro. 
Obviamente a assistência não poderá ser física, mas o próprio tipo penal prevê a 
omissão de socorro quando o agente deixa de pedir socorro à autoridade pública, 
circunstância perfeitamente possível por comunicação à distância. Em síntese, o 
agente deve e pode agir para impedir o resultado, ainda que remotamente. 
 
(D) INCORRETA. Conforme se extrai da lição de Fernando Abreu (Direito Penal para 
Concursos, Parte Especial, Ed. Juspodivm, p. 156 “...O crime de maus-tratos somente 
pode ser praticado por aquele que detenha o dever de guarda ou vigilância ou exerça 
autoridade sobre a vítima. Trata-se, portanto, de crime próprio. Não basta, contudo, a 
existência do vínculo jurídico expresso na norma, pois deve haver correlação entre o 
vínculo e os fins de educação, ensino, tratamento ou custódia. A empregada, que 
maltrata a criança, o cuidador que deixa de alimentar o idoso acamado, ou o professor 
que abusa dos métodos corretivos em sala de aula, praticam o crime de maus-tratos. 
Logo, não necessariamente o crime pressupõe pelos pais ou tutores da vítima. 
 
 
31. Assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece a natureza jurídica de 
princípio ao adágio in dubio pro societate, além de confirmá-lo como regra de 
julgamento aplicável à decisão de pronúncia. 
(B) O princípio acusatório é princípio processual penal de status constitucional, embora 
implícito, sendo responsável, segundo a Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, 
por vedar a decretação de ofício da prisão preventiva, salvo na hipótese de conversão 
da prisão em flagrante, nos termos do art. 310, II, CPP. 
(C) O art. 5º, LVII da CF/88 garante aos acusados a situação jurídica de não culpados, 
mas textualmente não veda a prisão antes do trânsito em julgado, nem mesmo em 
execução provisória de pena. 
 
51 
(D) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o crime de injúria racial é 
imprescritível, por força do art. 5º, XLII, CR/88. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. “É amplamente dominante no Superior Tribunal de Justiça que, no rito 
especial do júri, na fase de pronúncia, aplica-se a regra probatória do in dubio pro 
societate, uma vez que compete ao Conselho de Sentença se manifestar sobre o mérito 
da ação penal dos crimes dolosos contra a vida, limitando-se o Juiz sumariante à prova 
da materialidade e aos indícios suficientes de autoria ou participação”. 
AgRg no REsp 1.905.653/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado 28/09/2021, DJe 
04/10/2021. 
 
(B) INCORRETA. “Em razão do advento da Lei nº 13.964/2019 não é mais possível a 
conversão ex officio da prisão em flagrante em prisão preventiva. Interpretação 
conjunta do disposto nos arts. 3º-A, 282, §2º e 311, caput, todos do CPP. A conversão 
da prisão em flagrante em prisão preventiva, no contexto da audiência de custódia, 
somente se legitima se e quando houver, por parte do Ministério Público ou da 
autoridade policial (ou do querelante, quando for o caso), pedido expresso e inequívoco 
dirigido ao juízo competente, pois não se presume – independentemente da gravidade 
em abstrato do crime – a configuração dos pressupostos e dos fundamentos a que se 
refere o art. 312 do Código de Processo Penal, que hão de ser adequada e 
motivadamente comprovados em cada situação ocorrente.” 
RHC 131.263/GO, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, julgado 24/02/2021, 
DJe 15/04/2021. 
Tema tratado na pág. 76 do material referente à Rodada 08, Grupo II, da turma MPMG 
Reta Final, em que consta: 
1.1.10.2 Conversão da prisão em flagrante em preventiva 
Verificada a legalidade da prisão em flagrante, mediante provocação do titular da ação 
penal, o juiz poderá fundamentadamente converter a prisão em flagrante em 
preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 do CPP, e se 
revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão, 
hipótese em que deverá ser expedido um mandado de prisão (artigo 310, II, CPP). 
Registre-se que o magistrado não pode converter de ofício. 
 
(C) CORRETA. “Surge constitucional o art. 283 do Código de Processo Penal, a 
condicionar o início do cumprimento da pena ao trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória, considerando o alcance da garantia versada no art. 5º, inciso LVII, da 
Constituição Federal, no que direciona a apurar para, selada a culpa em virtude de título 
 
52 
precluso na via da recorribilidade, prender em execução da sanção, a qual não admite 
forma provisória.” 
ADC 43/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, julgado em 07/11/2019. 
 
(D) CORRETA. “O crime de injúria racial reúne todos os elementos necessários à sua 
caracterização com uma das espécies de racismo seja diante da definição constante do 
voto condutor do julgamento do HC 82.424/RS, seja diante do conceito de discriminação 
racial previsto na Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de 
discriminação racial. A simples distinção topológica entre os crimes previstos na Lei 
7.716/89 e o art. 140, §3º, do Código Penal não tem o condão de fazer deste uma 
conduta delituosa diversa do racismo, até porque o rol previsto na legislação 
extravagante não é exaustivo. Por ser espécie do gênero racismo, o crime de injúria 
racial é imprescritível. 
HC 154.248/DF, Rel. Min. Edson Fachin, Plenário, julgado em 28/10/2021. 
 
 
32. Configuram violações da garantia contra a autoincriminação, de acordo com a 
jurisprudência contemporânea e majoritária do Supremo Tribunal Federal, EXCETO: 
(A) A exigência de participação ativa do investigado em reconstituição do crime. 
(B) A exigência de fornecimento, pelo investigado, de padrões gráficos para a produção 
de exame grafotécnico. 
(C) A tomada do compromisso de dizer a verdade, em juízo, em relação ao colaborador 
que celebrou acordo de colaboração premiada homologado judicialmente. 
(D) A coleta coercitiva e invasiva de material genético do investigado, como sangue e 
outros elementos corporais, para fins de exame de DNA. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Reconheço, desse modo, que o Ministério Público, nas investigações 
penais que promova por direito próprio, e sem prejuízo da permanente possibilidade de 
controle jurisdicional de seus atos, não poderá desrespeitar o direito ao silêncio, que 
assiste a qualquer investigado, nem poderá determinar-lhe que produza provas contra 
si próprio , considerado o privilégio constitucional contra a auto-incriminação, nem 
constrangê-lo a participar da reconstituição do crime ou reprodução simulada dos fatos, 
nem recusar-lhe o conhecimento das razões motivadoras do procedimento 
investigatório contra ele instaurado, nem submeter o investigadoa providências 
restritivas de direitos que reclamem, para sua legítima efetivação, ordem judicial 
(vedado, desse modo, ao Promotor de Justiça ou ao Procurador da República, ordenar, 
por autoridade própria, medidas de busca e apreensão ou de condução pessoal 
coercitiva), nem impedir que o investigado, quando solicitada a sua presença perante o 
 
53 
representante do “Parquet”, faça-se acompanhar de Advogado, a quem incumbirá dar-
lhe integral assistência jurídica. 
HC 84.548/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO, Plenário, julgado em 04/03/2015. 
 
(B) CORRETA. “É que a análise dos presentes autos evidencia que realmente não houve, 
na coleta de padrões gráficos do ora paciente para realização de perícia, a prévia 
advertência – a que tinha indubitavelmente direito – sobre a sua inafastável 
prerrogativa constitucional de não produzir provas contra si próprio (CF, art. 5º, LXIII). 
Nesse ponto, houve clara falha do Estado provocada pela ausência, por parte da 
autoridade policial, dessa necessária e essencial cientificação de que o investigado, ora 
paciente, não estava obrigado nem podia ser juridicamente compelido a fornecer de 
próprio punho, padrões gráficos para a realização da perícia grafotécnica.” 
HC 186.797/RJ, Rel. Ministro CELSO DE MELLO, julgado em 12/10/2020. 
 
(C) INCORRETA. De acordo com art. 40, § 14 da Lei 12.850/13, nos depoimentos que 
prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e 
estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade. Apesar de indisponível da 
perspectiva das autoridades, o próprio titular do direito pode renunciar, sendo 
indispensável a não coação ou induzimento à confissão. 
No material Mege da Turma MPMG 2022, Rodada 08, o tema é tratado no tópico 2.4 
Voluntariedade e motivação da colaboração. 
 
(D) CORRETA. A coleta de material genético, com previsão no art. 9º-A da LEP, não 
ofende o princípio da não incriminação. (AgRg no HC 675.408/MG, Rel. Ministro JOÃO 
OTÁVIO DE NORONHA, QUINTA TURMA, julgado em 22/02/2022, DJe 24/02/2022). 
A análise do tema, porém, será decidida pelo STF em tese de repercussão geral. 
 
33. Em matéria de processo penal negocial, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) É possível ao Ministério Público propor acordo de não persecução penal a indiciado 
que não tenha confessado previamente (na fase policial) a infração penal, ainda que sua 
celebração tenha como requisito a confissão formal e circunstanciada. 
(B) A existência de autuação prévia de “notícia de fato” ou “representação criminal” em 
que terceiro relata a prática de crime pelo pretenso colaborador não constitui 
impedimento à concessão de sanção premial de não oferecimento de denúncia em 
acordo de colaboração premiada. 
(C) Na suspensão condicional do processo, além das condições legais, o Ministério 
Público poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde 
que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 
(D) A existência de justa causa para a propositura da ação penal é requisito tanto para 
o oferecimento do acordo de não persecução penal quanto da propositura de transação 
penal. 
 
54 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. “A ausência de confissão, como requisito objetivo, ao menos em tese, 
pode ser aferida pelo Juiz de direito para negar a remessa dos autos à PGJ nos termos 
do art. 28, §14, do CPP. Todavia, ao exigir a existência de confissão formal e 
circunstanciada do crime, o novel art. 28-A do CPP não impõe que tal ato ocorra 
necessariamente no inquérito, sobretudo quando não consta que o acusado – o qual 
estava desacompanhado da defesa técnica e ficou em silêncio ao ser interrogado 
perante a autoridade policial – haja sido informado sobre a possibilidade de celebrar a 
avença com o Parquet caso admitisse a prática da conduta apurada.” 
HC 657.165/RJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em 09/08/2022 
 
(B) INCORRETA. De acordo com o artigo 4º da Lei 12.850/2013, norma que unificou a 
legislação sobre a colaboração premiada, para que o colaborador receba os benefícios 
expressos na lei é necessário que as informações fornecidas tragam um dos seguintes 
resultados: identificação de outros criminosos; revelação de estrutura e tarefas da 
organização criminosa; prevenção de ocorrência de outros crimes; recuperação de 
valores; localização de eventuais vítimas. 
 
(C) CORRETA. De acordo com o art. 89, §2º, da Lei 9.099/95, o JUIZ poderá especificar 
outras condições a que subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à 
situação pessoal do acusado. Tema apresentado na Rodada 12 da turma MPMG no 
* Enunciado 32 do FONAJE. O Juiz ordenará a intimação da vítima para a audiência de 
suspensão do processo como forma de facilitar a reparação do dano, nos termos do art. 
89, § 1º, da Lei 9.099/95. 
II – proibição de frequentar determinados lugares; 
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; 
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e 
justificar suas atividades. 
§ 2º O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, 
desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado. 
 
(D) INCORRETA. A redação do artigo 28-A do Código de Processo Penal, com redação 
incluída pela Lei 13.964/2019, refere que o ANPP será cabível não sendo o caso de 
arquivamento do procedimento o Ministério Público poderá propor acordo de não 
persecução penal. 
A redação do art. 76 da Lei 9.099/95 refere que havendo representação ou tratando-se 
de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo o caso de arquivamento, o 
 
55 
Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou 
multa, a ser especificada na proposta. 
 
34. No que se refere à colaboração premiada, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) Havendo retratação do acordo, as provas produzidas pelo colaborador podem ser 
utilizadas em desfavor dos demais corréus. 
(B) É admissível a rescisão do acordo se houver, por parte do colaborador, omissão 
culposa acerca dos fatos objeto da colaboração. 
(C) A decisão que homologa o acordo de colaboração pode ser objeto de apelação. 
(D) É nula a cláusula que viole o critério de definição do regime inicial de cumprimento 
de pena do artigo 33 do Código Penal. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. De acordo com o art. 4º, §10, da Lei nº 12.850/2013, “As partes podem 
retratar-se da proposta [de colaboração], caso em que as provas autoincriminatórias 
produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu 
desfavor.”, assim sendo, poderão ser utilizadas em desfavor dos demais corréus. 
 
(B) INCORRETA. A possibilidade de rescisão consta no Vade Mege, pág. 50. O material 
apresenta a Lei 12.850/13 (Lei das Organizações Criminosas), que em seu art. 4º, §17, 
dispõe que o acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolosa 
sobre os fatos objeto da colaboração, e não culposa como afirma a alternativa. 
 
(C) CORRETA. Informativo: 683 do STJ – Processo Penal 
Resumo: A apelação criminal é o recurso adequado para impugnar a decisão que recusa 
a homologação do acordo de colaboração premiada, mas ante a existência de dúvida 
objetiva é cabível a aplicação do princípio da fungibilidade. 
Sendo a homologação condição inicial para a validade do negócio jurídico, obtida após 
a chancela decorrente da participação do Poder Judiciário, responsável pela salvaguarda 
dos interesses do acusado e, de outro lado, do interesse público. O magistrado poderá 
recusar a homologação da proposta que não atender aos requisitos legais e esse ato 
judicial tem conteúdo decisório, pois impede o meio de obtenção da prova. Entretanto, 
não existe previsão normativa sobre o recurso cabível para a sua impugnação. 
Nesse contexto, ante a lacuna na lei, o operador do direito tem de identificar, entre os 
instrumentos recursais existentesno direito processual penal, aquele mais adequado 
para a revisão da decisão proferida em primeira instância. 
 
56 
Desse modo, analisadas as espécies de recursos elencados no Código de Processo Penal, 
tem-se que a apelação criminal é apropriada para confrontar a decisão que recusar a 
homologação da proposta de acordo de colaboração premiada. 
 
(D) CORRETA. O art. 4º, §7º, II da Lei 12.850 traz que o Juiz analisará os aspectos termo 
de colaboração, as declarações do colaborador e cópia da investigação, analisando a 
adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos §§4º e 5º do 
referido artigo, sendo nulas as cláusulas que violem o critério de definição do regime de 
cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal). 
 
35. Consoante a disciplina legal da cadeia de custódia, assinale a alternativa CORRETA: 
(A) O início da cadeia de custódia dá-se com a apreensão dos vestígios da infração sobre 
os quais recairá o exame de corpo de delito. 
(B) Apenas os vestígios coletados no decurso do inquérito devem ser tratados seguindo 
a cadeia de custódia, submetendo-se a regramento diverso aqueles coletados na fase 
processual. 
(C) Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia, sendo este 
local adequado à guarda e controle dos vestígios e à realização da perícia. 
(D) São etapas da cadeia de custódia, dentre outras: fixação, coleta, acondicionamento, 
transporte, processamento e descarte. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. De acordo com o §1º do art. 158-A do Código de Processo Penal, o início 
da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local do crime ou com procedimentos 
policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio. 
 
(B) INCORRETA. Nos termos do art. 158-A, § 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, 
visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. 
 
(C) INCORRETA. Lei 13.964, art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter 
uma central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve 
ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
 
 
57 
(D) CORRETA. As etapas da cadeia de custódia encontram-se descritas no Vade Mege, 
pág. 67, em que consta o art. 158-B, da Lei 13.964. Entre as 10 etapas apresentadas pelo 
referido artigo, encontram-se as citadas na alternativa D. 
 
36. São direitos processuais das vítimas de crimes, expressamente previstos na 
legislação processual penal brasileira, EXCETO: 
 (A) Direito probatório, incluindo requisição de diligência à autoridade policial, direito 
de ser ouvida e de indicar provas ao juízo. 
 (B) Direito à informação, que inclui comunicação dos atos processuais relativos ao 
ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à 
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem, admitindo-se, por 
opção do ofendido, o uso de meio eletrônico para esse fim. 
(C) Direito à proteção, extensivo ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, 
descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima, incluindo 
ingresso em programa de proteção, a partir de solicitação cuja decisão incumbe ao 
conselho deliberativo do programa. 
(D) Acesso à Justiça, incluindo legitimidade recursal supletiva e, em alguns casos, 
capacidade postulatória. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O art. 14 do Código de Processo Penal dispõe que o ofendido, ou seu 
representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será 
realizada, ou não, a juízo da autoridade, desta forma a realização das diligências é ato 
discricionário do Delegado de Polícia. 
O art. 201, caput, do Código de Processo Penal prevê o depoimento do ofendido como 
meio de prova 
(B) CORRETA. O §2º do art. 201 do Código de Processo Penal dispõe que o ofendido será 
comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à 
designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a 
mantenham ou modifiquem. quem. Já o §3º traz que as comunicações ao ofendido 
deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, 
o uso de meio eletrônico. 
(C) CORRETA. O art. 1º da Lei 9.807/1999 reza que as medidas de proteção requeridas 
por vítimas ou testemunhas de crime que estejam coagidas ou expostas a graves 
ameaças em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão 
prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas 
competências, na forma de programas especiais organizados com base naquela Lei. O 
§1º deste artigo traz que a proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou 
companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes que tenham convivência 
 
58 
habitual com a vítima ou testemunha, conforme o especificamente necessário em cada 
caso. 
(D) CORRETA. No Brasil, o direito fundamental de acesso à justiça encontra previsão na 
Constituição Federal, ao dispor que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito”. 
 
37. Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) O atual entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca do conflito de atribuições 
entre membros do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual é no 
sentido de que sua solução compete ao Procurador-Geral da República, na condição de 
presidente do Conselho Nacional do Ministério Público. 
(B) A solução de conflito de atribuições entre órgãos diversos do mesmo Ministério 
Público, para presidir Procedimento Investigatório Criminal referente a crimes 
intermunicipais, cabe ao Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP, por força do 
mandamento constitucional que lhe atribuiu o controle da legalidade das ações 
administrativas dos membros e órgãos ministeriais, sem ingressar ou ferir a 
independência funcional. 
(C) Quando, ao final da investigação criminal, o órgão do Ministério Público manifesta-
se no sentido da incompetência do juízo e se estabelece conflito ou divergência entre 
ele e o órgão da jurisdição, fala-se em arquivamento indireto ou em pedido indireto de 
arquivamento, para cuja solução se aplica o art. 28, CPP, segundo construção 
jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal. 
(D) Por disposição constitucional, a Lei poderá permitir que crimes federais sejam 
julgados, em primeira instância, na Justiça Estadual, se o local da infração não for sede 
de vara do Juízo Federal, hipótese denominada pela Doutrina de concorrência de 
competência. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O STF, no julgamento da ACO 843/SP, decidiu que compete ao CNMP 
dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos 
estaduais. 
(B) INCORRETA. Nos termos do art. 62, da LC/75 compete às Câmaras de Coordenação 
e Revisão: 
III – decidir os conflitos de atribuições entre os órgãos do Ministério Público Federal. 
(C) CORRETA. Denomina-se arquivamento indireto a manifestação do Promotor de 
Justiça no sentido de que o juízo é incompetente para conhecer da matéria, quando 
requer, então, a remessa do inquérito policial (ou algum outro procedimento 
investigativo) ao juízo que, segundo seu ponto de vista, é competente para o 
julgamento. 
 
59 
(D) INCORRETA. De acordo com o art. 109, §3º, da Constituição Federal, Lei poderá 
autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem parte 
instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça 
estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal. 
De acordo com o art. 112, da Constituição Federal, a lei criará varas da Justiça do 
Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes 
de direito, com recurso para o respectivo TribunalRegional do Trabalho. 
Sendo essas a únicas possibilidades de delegação de competência da Justiça Federal 
para a Justiça Estadual, não há possibilidade de crimes federais sejam julgados, em 
primeira instância, na Justiça Estadual. 
 
38. Sobre o princípio da correlação e suas implicações na denúncia e na sentença, 
assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) Como regra, o procedimento de emendatio libelli aplica-se na fase de sentença; 
contudo, admite-se a sua antecipação para a fase de recebimento da denúncia quando 
a atribuição de definição jurídica diversa aos fatos narrados na peça acusatória implicar 
modificação de competência. 
(B) Para se promover a desclassificação da forma dolosa para a forma culposa de um 
mesmo tipo objetivo, o procedimento aplicável é o da emendatio libelli. 
(C) Segundo a Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, não ofende o princípio da 
correlação a condenação por circunstâncias agravantes ou atenuantes não descritas na 
denúncia. 
(D) Mesmo tratando a mutatio libelli de “nova definição jurídica do fato, em 
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração 
penal não contida na acusação”, é possível que o aditamento à denúncia, promovido em 
atenção ao art. 384, CPP, não modifique o tipo penal imputado, mas, ainda assim, 
provoque alteração na competência para julgamento. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. O órgão jurisdicional (juiz ou Tribunal) não tem competência para 
substituir-se ao Ministério Público, titular da ação penal pública, e retificar (consertar) a 
classificação jurídica proposta na denúncia. Por esse motivo, o entendimento dominante 
é o de que, em regra, o momento adequado para a emendatio libeli é na prolação da 
sentença e não no recebimento da denúncia. Isso se justifica, ainda, pela posição 
topográfica do art. 383 no CPP (que está no título que trata sobre sentença) e pelo fato 
de que o acusado se defende dos fatos imputados, e não da classificação que lhes 
atribuem. De forma excepcional, jurisprudência e doutrina afirmam que é possível 
antecipar o momento da emendatio libeli nas hipóteses em que a inadequada 
subsunção típica (tipificação): macular a competência absoluta; o adequado 
procedimento; ou restringir benefícios penais por excesso de acusação. 
 
60 
HC 241.206/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 11/11/2014 (Info 553) 
HC 258.581/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 18/02/2016. 
 
(B) INCORRETA. “Assim, não descrevendo a denúncia sequer implicitamente o tipo 
culposo, a desclassificação da conduta dolosa para culposa, ainda que represente 
aparente benefício à defesa, em razão de imposição de pena mais branda, deve observar 
a regra inserta no art. 384, caput, do CPP. 
REsp 1.388.440/ES, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 5/3/2015, DJe 17/3/2015 
 
(C) CORRETA. O juiz poderá reconhecer as agravantes de ofício, não havendo, neste 
caso, violação ao princípio da correlação. 
Assim, não ofende o princípio da congruência a condenação por agravantes não 
descritas na denúncia. Isso é autorizado pelo art. 385, do CPP, que foi recepcionado pela 
CF/88. 
AgRg no REsp 1.612.551/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 5ª Turma, julgado 
em 02/02/2017. 
HC 381.590/SC, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, 6ª Turma, julgado em 06/06/2017. 
 
(D) CORRETA. O §3º do art. 384 do Código de Processo Penal dispõe que se aplicam as 
disposições dos §1º e 2º do art. 383 ao caput do artigo. 
Já o §2º do art. 383 do Código de Processo Penal dispõe que tratando-se de infração de 
competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos. 
 
39. São hipóteses de competência do Tribunal do Júri Federal, EXCETO: 
(A) O homicídio doloso praticado contra missionário religioso (particular) nomeado 
como colaborador da FUNAI – Fundação Nacional do Índio – em razão de sua atuação 
em Grupo de Trabalho sobre demarcação de reserva indígena. 
(B) A tentativa de homicídio doloso praticado contra testemunha de crime de tráfico 
internacional de drogas, praticado durante a investigação criminal deste. 
(C) O homicídio doloso praticado contra indígena “isolado” ou “não integrado”. 
(D) O aborto praticado no exterior por brasileiro que reingressa em território nacional, 
cujo julgamento tenha sido transferido para jurisdição brasileira, pela impossibilidade 
de extradição. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
 
 
61 
(A) CORRETA. A Constituição Federal Brasileira atribuiu em seu artigo 5º, inciso XXXVIII 
a competência para o Tribunal do Júri julgar crimes dolosos contra a vida e seus conexos. 
Desse modo, o Código de Processo Penal, em seu artigo 74, § 1º, determina 
expressamente quais são os crimes dolosos contra a vida. 
 
(B) CORRETA. Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis 
de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º 
e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou 
tentados. 
 
(C) INCORRETA. Na aba de Jurisprudência, da área do aluno da turma de reta final 
MPMG, encontramos a resposta para analisar a veracidade dessa assertiva. Em Súmulas 
do STJ, pág. 31, é possível ler o seguinte entendimento: 
 Súmula 140 - Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o 
indígena figure como autor ou vítima. 
 
(D) CORRETA. A conduta descrita na assertiva é tipificada como crime no art. 124 do CP, 
e é, nos termos do art. 74, § 1º, competência do Tribunal do Júri. 
 
40. Assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) A ocorrência de prejuízo é exigência legal para a declaração de nulidade, seja ela 
absoluta ou relativa; também nos dois casos, a Jurisprudência considera imprescindível 
a efetiva demonstração do prejuízo. 
(B) Inexiste nulidade na decisão que indefere a oitiva de testemunhas arroladas 
extemporaneamente pela Defesa, independentemente se exercida por advogado 
constituído ou pela Defensoria Pública. 
(C) É admissível o ajuizamento de ação cautelar inominada para atribuir efeito 
suspensivo a recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público. 
(D) O reexame necessário é condição suspensiva de eficácia para o trânsito em julgado 
da decisão de absolvição sumária no júri. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. O art. 593 do Código de Processo Penal reza que nenhum ato será 
declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. 
“Friso que deve-se prestigiar, também no processo penal, os princípios da 
instrumentalidade das formas e do pas de nullité sans grief, razão pela qual nulidade dos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art121%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art121%C2%A71
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art122
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art122p
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art123
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art127
 
62 
atos processuais praticados deve ser declarada somente quando comprovado prejuízo 
para a parte.” 
AgRg no RHC 134.341/SP, Rel. Minista LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 
15/02/2022. 
 
(B) CORRETA. “Como é de conhecimento, nos moldes do art. 396-A do Código de 
Processo Penal, o rol de testemunhas deve ser apresentado no momento processual 
adequado, ou seja, quando da apresentação da resposta preliminar, sob pena de 
preclusão. Em respeito à ordem dos atos processuais não configura cerceamento de 
defesa o indeferimento da apresentação extemporânea do rol de testemunhas. 
Na hipótese, não há falar em manifesto prejuízo para a defesa do réu, em razão do 
indeferimento da apresentação do rol de testemunhas em momento posterior. 
Consoante a fundamentação apresentada pela Corte local, não obstante a defesa do 
acusado seja exercida pelaDefensoria Pública, observa-se, no caso em exame, que 
houve pedido genérico para apresentação do rol de testemunhas.” 
AgRg no RHC n. 161.330/RS, relator Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta 
Turma, julgado em 5/4/2022, DJe de 8/4/2022. 
 
(C) CORRETA. “O meio recursal para que esta Corte aprecie pedido de eventual 
concessão de efeito suspensivo a recurso é a medida cautelar inominada, não podendo 
tal matéria ser submetida à apreciação deste Sodalício pela via excepcional do habeas 
corpus, que se encontra atrelada, tão somente, às hipóteses em que se tenha presente 
verdadeira violência, coação, ilegalidade ou abuso direto e imediato à liberdade de 
locomoção. 
HC 187.265/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 
03/05/2012, DJe 29/09/2012. 
 
 
(D) INCORRETA. “Com o advento da Lei nº 11.689/2008, ampliou-se o rol de hipóteses 
de absolvição sumária e dela se excluiu a obrigatoriedade do reexame necessário. Assim, 
tanto a doutrina quanto a jurisprudência entendem que a mencionada lei revogou 
tacitamente o art. 574, II, do Código de Processo Penal.” 
(HC 278.124/PI, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/PE), Rel. p/ Acórdão Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, 
julgado em 09/06/2015, DJe 30/11/2015) 
Desse modo, não há mais a necessidade de o juiz sumariante submeter sua decisão de 
absolvição sumária à confirmação (ou reforma) perante o Tribunal competente. Isso 
porque, ao tratar da absolvição sumária, o art. 415 do CPP nada diz acerca da 
necessidade de reexame necessário (Turma de reta final MPMG, Rodada 05, Grupo II, 
pág. 79). 
 
 
63 
GRUPO TEMÁTICO III 
 
41. Considerando a regulamentação da tomada de decisão apoiada disposta no Código 
Civil de 2002, analise as assertivas a seguir: 
I. A pessoa com deficiência poderá eleger pelo menos 2 (duas) pessoas, com as quais 
mantenha fidúcia e vínculos, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da 
vida civil. 
II. Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não adimplir as 
obrigações assumidas, cabe somente ao Ministério Público denunciar tais fatos. 
III. Não é exigível prestação de contas na tomada de decisão apoiada, mas somente na 
curatela. 
IV. O apoiador pode apresentar requerimento ao juiz para a exclusão de sua participação 
do processo de tomada de decisão apoiada, porém o seu desligamento é condicionado 
à manifestação do juiz sobre a matéria. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I, III, IV são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I e IV são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas II e IV são verdadeiras. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 7 da turma de reta final MPMG. 
 
A Lei n° 13.146/2015, por seu turno, alterou substancialmente o Código Civil quanto à 
capacidade civil das pessoas com deficiência, que, até então, eram ali previstas nos 
artigos 3º e 4º como absoluta ou relativamente incapazes. 
A tomada de decisão apoiada foi introduzida no Código Civil, artigo 1783-A, pela Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 
(I) CORRETA. Conforme o Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo 
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais 
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de 
decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações 
necessários para que possa exercer sua capacidade. 
 
 
64 
(II) INCORRETA. Conforme o Art. 1.783-A § 7º Se o apoiador agir com negligência, 
exercer pressão indevida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa 
apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz. 
 
(III) INCORRETA. Conforme o Art. 1.783-A § 11. Aplicam-se à tomada de decisão 
apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela. 
 
(IV) CORRETA. O Art. o 1.783-A § 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua 
participação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento 
condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. 
 
42. O Título I do Livro V do Código Civil de 2002 disciplinou, na sucessão em geral, o 
direito de representação. Considerando os critérios legislativos, assinale a alternativa 
CORRETA: 
(A) Trata-se de direito conferido ao inventariante como representante judicial e 
extrajudicial do espólio. 
(B) É o direito conferido pelo parente mais próximo a um parente mais distante para 
representá-lo na sucessão legal e testamentária. 
(C) Trata-se da substituição do herdeiro pré-morto, na sucessão em geral, pelos 
parentes mais próximos nas linhas ascendente e descendente. 
(D) Ocorre na linha transversal somente em favor dos filhos de irmãos do autor da 
herança, quando com irmãos deste concorrerem. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 9 da turma de reta final MPMG. 
 
(A) INCORRETA. O conceito de representação - arts. 1.851 a 1.856 do CC - A 
representação se dá quando a lei permite que se convoquem parentes do herdeiro 
falecido para virem suceder em seu lugar em tudo aquilo a que teria direito se vivo 
estivesse (ex.: netos, de pai morto, são chamados para herdar do avô). 
São pressupostos da representação: 
i) Morte Prematura de um dos Herdeiros - É a morte do herdeiro 
em momento anterior a do autor da herança (ex.: morte do pai 
anterior a do avô); 
ii) Existência de Parentes do Morto Prematuramente - O morto 
deve possuir herdeiros autorizados a representar; 
 
65 
iii) Autorização da Lei (arts. 1.852 e 1.853 do CC) - A lei autoriza 
a representação em favor: 
a) Dos Descendentes; 
b) Dos Colaterais (até sobrinhos - colaterais de 3º grau) - Assim, 
não há representação entre cônjuges e ascendentes. 
 
(B) INCORRETA. Vide comentário da alternativa A. 
(C) INCORRETA. Vide comentário da alternativa A. 
(D) CORRETA. Conforme o Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de 
representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste 
concorrerem. 
 
43. Sobre os negócios jurídicos, é CORRETO afirmar: 
(A) São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem 
de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal em face 
das circunstâncias. 
(B) Sua validade requer ter o agente alcançado a maioridade, mesmo que esteja 
interditado, além de exigir objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e forma 
prescrita ou não defesa em lei. 
(C) O silêncio não importa anuência tácita por sempre exigir-se declaração de vontade 
expressa para a validade do negócio jurídico. 
(D) Não invalidam o negócio jurídico condições contraditórias que possam ser 
interpretadas pelos usos e costumes. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
 
Tema abordado na rodada 5 da turma de reta final MPMG. 
 
(A) CORRETA. Conforme o Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as 
declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por 
pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
(B) INCORRETA. São requisitos subjetivos do negócio jurídico: 
a) A existência de duas ou mais pessoas, já que o contrato é 
negócio jurídico bilateral ou plurilateral; 
 
66 
b) Capacidade genérica das partes contratantes para praticar os 
atos da vida civil, sob pena de nulidade ou anulabilidade do 
negócio jurídico; 
c) Aptidão específica para contratar (legitimidade), pois a ordem 
jurídica impõe certas limitações à liberdade de celebrar 
determinados contratos (Ex.: o art. 497 do CC veda, sob pena de 
nulidade, a compra e venda entre tutor e tutelado); 
d) Consentimento das partes contratantes, visto que o contrato 
é originário do acordo de duas ou mais vontades isentas de 
vícios. 
 
(C) INCORRETA. Conforme oArt. 111 do CC. O silêncio importa anuência, quando as 
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade 
expressa. 
(D) INCORRETA. Conforme o Art. 123 do CC. Invalidam os negócios jurídicos que lhes 
são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 
44. João e Maria casaram-se em junho de 2020 sob o regime da separação obrigatória. 
João, ainda estudante universitário, tinha 24 anos. Maria, com 72 anos de idade, decidiu 
aposentar-se como CEO de uma grande empresa em setembro de 2020. Em janeiro de 
2022, João, às vésperas de sua formatura, ganhou na Mega Sena da Virada o prêmio de 
R$ 20.000.000,00 (vinte milhões) e requereu o divórcio em fevereiro de 2022. De acordo 
com o Código Civil, assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Caberá alimentos de João para Maria, pois ela é aposentada. 
(B) Caberá a Maria metade do prêmio por ter se aposentado na constância do 
casamento. 
(C) João e Maria partilharão igualmente o valor do prêmio, pois Maria não aceita o 
regime de bens imposto. 
(D) João e Maria não terão de partilhar o prêmio, pois se casaram sob o regime da 
separação obrigatória. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO (Alerta sobre a letra c). 
 
 
67 
(A) INCORRETA. Pois Maria é aposentada possuindo sua própria renda não sendo 
necessário o pagamento de pensão alimentícia. 
Apesar de estar previsto no Art. 1.694 do CC. Podem os parentes, os cônjuges ou 
companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo 
compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua 
educação. 
No entanto, os alimentos só serão concedidos caso ela não possua emprego ou nunca 
tenha sido inserida no mercado de trabalho 
(B) INCORRETA. O fato de Maria ter se aposentado durante o casamento não 
influencia na divisão do prêmio. 
(C) CORRETA. Conforme o informativo 616 do STJ, a alternativa C pode ser defendida. 
REsp 1.689.152-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 
24/10/2017, DJe 22/11/2017 
RAMO DO DIREITO DIREITO CIVIL 
TEMA: Dissolução de união estável. Partilha de bens. Companheiro sexagenário. Súmula 
377 do STF. Bens adquiridos na constância da união estável. Partilha igualitária. 
Demonstração do esforço comum dos companheiros para legitimar a divisão. 
Necessidade. Prêmio de loteria. Fato eventual ocorrido na constância da união estável. 
Necessidade de meação. 
DESTAQUE: O prêmio de loteria, recebido por ex-companheiro sexagenário, durante a 
relação de união estável, deve ser objeto de meação entre o casal. 
(D) INCORRETA. O comando da questão pede a análise de acordo com letra fria do 
CÓDIGO CIVIL. Dessa feita, não seria possível estender o caso para a casuística julgada 
pela Corte Cidadã, mesmo ciente de que há uma mitigação da separação obrigatório do 
septuagenário. Nos termos do art. 1.641, II do CC é obrigatória a separação de bens para 
pessoa MAIOR de 70 anos. 
Segundo o Código Civil, a loteria ingressa na comunhão sob a rubrica de “bens 
adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior”. 
É a redação do art. 1.660: 
Entram na comunhão: (...) 
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso 
de trabalho ou despesa anterior. 
Segundo a doutrina nacional: “Os bens adquiridos por fato eventual, ou seja, a título 
gratuito e não esperado, também integram a massa de bens comuns, mesmo não 
havendo o consórcio de esforço comum dos nubentes para tal aquisição, sendo, neste 
caso, responsável o fator sorte.” (TEPEDINO, Gustavo. Código civil interpretado 
conforme a Constituição da República. Vol. IV, Rio de Janeiro: Renovar, 2014, p. 306). 
Tal dispositivo e análise, como dito acima, é flexibilizado pelo STJ, contudo é importante 
parcimônia, uma vez que a questão foi clara ao não indicar a posição dos Tribunais 
Superiores. Quando se quer elastecer a análise da interpretação a banca sinaliza no 
comando da alternativa, ou mesmo não precisa sob que ótica irá fundamentar sua 
resposta. De todo modo, fica a polêmica sobre o apresentado na letra C. 
 
68 
 
45. Sobre o exercício do poder familiar, considere as assertivas a seguir: 
I. Na fixação da guarda unilateral, afasta-se o titular do poder familiar que não detém a 
guarda, cabendo-lhe, apenas, o direito de visitas e o dever de alimentos. 
II. Em hipótese de condenação criminal do pai ou da mãe, extingue-se o poder familiar, 
mas permanecem obrigatórios os alimentos, como dever de sustento. 
III. Comprovado o inadimplemento da obrigação alimentar fixada judicialmente, o titular 
do poder familiar, enquanto devedor, tem suspenso o direito de convivência e de visitas. 
IV. É permitido aos titulares do poder familiar, durante a convivência com os filhos 
menores, exigir-lhes obediência, respeito e prestação de serviços próprios de sua idade. 
V. O múnus decorrente do poder familiar cabe aos seus titulares, independentemente 
da fixação unilateral ou compartilhada da guarda dos filhos. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Apenas as assertivas I, III e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas IV e V são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas II, III e V são verdadeiras. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(I) INCORRETA. A guarda só será unilateral se assim deliberarem em divorcio 
consensual, ou se mostrar mais adequada de acordo com o interesse do menor. 
É o tipo de guarda atribuída a apenas um dos genitores, sendo que a outra parte mantém 
o direito de visitas e o de acompanhar e supervisionar as decisões quanto à criação do 
filho. 
(II) INCORRETA. O ECA prevê que a perda do poder familiar não é decorrência 
automática da condenação criminal. 
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a 
destituição do poder familiar, exceto na hipótese de 
condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão 
CONTRA OUTREM IGUALMENTE TITULAR DO MESMO PODER 
FAMILIAR OU CONTRA FILHO, FILHA OU OUTRO DESCENDENTE. 
 
(III) INCORRETA. Diante da inadimplência quanto ao pagamento da pensão alimentícia, 
o genitor que detém a guarda pode solicitar pela via judicial e, quando descumprida a 
determinação do juízo, executar os alimentos devidos. 
 
69 
Dessa forma, o direito de visitação dos genitores não pode ser impedido tendo por 
fundamento o inadimplemento alimentar, não por ser um direito que se sobrepõe, mas 
por haver medidas judiciais adequadas para cada caso em específico, sem que haja a 
obrigação de interferir no direito básico da criança de conviver com sua família para que 
se atribua a obrigação patrimonial de pagamento de pensão alimentícia. 
Vale destacar que a impedimento de visitas só pode acontecer por determinação judicial 
e, desde que provado que pai ou mãe expõe o menor a algum tipo de situação de risco. 
(IV) CORRETA. Consoante o Artigo 1.634, o Código Civil estabelece as consequências 
do Poder Familiar (Prerrogativas e Deveres): 
Art. 1.634. Compete a AMBOS OS PAIS, QUALQUER QUE SEJA 
A SUA SITUAÇÃO CONJUGAL, o pleno exercício do poder 
familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
 
I - dirigir-lhes a criação e a educação; 
II - exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do 
art. 1.584; 
III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem; 
IV - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem 
ao exterior; 
V - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem 
sua residência permanente para outro Município; 
VI - nomear-lhes tutor por testamento ou documento 
autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o 
sobrevivo não puder exercer o poder familiar; 
VII - representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 
(dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los,após essa 
idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o 
consentimento; 
VIII - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha; 
IX - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços 
próprios de sua idade e condição. 
 
(V) CORRETA. Consoante o Artigo 1.634, do Código Civil, compete a AMBOS OS PAIS, 
QUALQUER QUE SEJA A SUA SITUAÇÃO CONJUGAL, o pleno exercício do poder familiar. 
 
46. Considerando a regulamentação das pessoas jurídicas na Parte Geral do Código Civil 
de 2002, assinale a alternativa CORRETA: 
(A) São pessoas jurídicas de direito privado: as associações, as sociedades, as fundações, 
as organizações religiosas, os partidos políticos e as empresas individuais de 
responsabilidade limitada. 
 
70 
(B) Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade 
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, de ofício, a requerimento da parte ou do 
Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os 
efeitos de determinadas obrigações sejam estendidos aos bens particulares daqueles 
administradores ou sócios da pessoa jurídica que se beneficiaram diretamente pelo 
abuso. 
(C) A fundação somente poderá constituir-se para fins de assistência social; cultura, 
defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança 
alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e 
promoção do desenvolvimento sustentável; habitação de interesse social e promoção 
da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos. 
(D) A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de alocação 
e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular 
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício 
de todos. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 1 da turma de reta final MPMG. 
 
(A) INCORRETA. Conforme artigo 44 do CC/2002, assertiva encontra-se incorreta, pois 
não está elencado no rol do artigo as empresas individuais de responsabilidade 
limitada. Vejamos: 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - (Revogado pela Lei nº 14.382, de 2022) 
 
(B) INCORRETA. O juiz não pode de ofício intervir no processo: 
Pelas alterações promovidas no artigo 50 do CC pela MP nº 
881/2019: “Em caso de abuso da personalidade jurídica, 
caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, 
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas 
 
71 
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados 
direta ou indiretamente pelo abuso. 
 
Desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar 
credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza credores e para a prática 
de atos ilícitos de qualquer natureza –– NÃO constitui desvio de NÃO constitui desvio 
de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original finalidade a mera 
expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica da atividade 
econômica específica da pessoa jurídica específica da pessoa jurídica. 
A fundação somente poderá constituir-se para fins de assistência social; cultura, defesa. 
 
(C) INCORRETA. No artigo 62, não há em seu rol que a fundação somente poderá 
constituir-se para fins de habitação de interesse social: 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por 
escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, 
especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a 
maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para 
fins de: 
I – assistência social; 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico; 
III – educação; 
IV – saúde; 
V – segurança alimentar e nutricional; 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e 
promoção do desenvolvimento sustentável; 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias 
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e 
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e 
científicos; 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos 
direitos humanos; 
IX – atividades religiosas; e 
X – (VETADO). 
 
(D) CORRETA. O que se alega nesta assertiva é uma informação verídica nos termos 
abaixo. Logo, não pode ser tida com incorreta: 
 
72 
A Lei nº 13.874, de 2019, que instituiu a Declaração de Direitos 
de Liberdade Econômica inseriu o art. 49-A no Código Civil: 
“Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, 
associados, instituidores ou administradores. 
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas 
é um instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, 
estabelecido pela lei com a finalidade de estimular 
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda 
e inovação em benefício de todos”. 
 
47. O Código Civil de 2002, em seu Título IV, disciplinou a prescrição e a decadência 
optando por adotar uma fórmula para distinguir os prazos decadenciais e prescricionais. 
Considerando os critérios legislativos adotados no Código Civil, analise as afirmativas a 
seguir: 
I. É prescricional o prazo de 1 ano previsto para a pretensão dos tabeliães, auxiliares da 
justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, 
custas e honorários. 
II. É prescricional o prazo de 180 dias previsto para que o titular da construção-base ou 
da laje, a quem não se der conhecimento da alienação de qualquer das unidades 
sobrepostas, haja para si, mediante depósito do respectivo preço, a parte alienada a 
terceiros. 
III. É decadencial o prazo de 180 dias previsto para pleitear-se a anulação do negócio 
concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato 
era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
IV. É prescricional o prazo de 3 anos previsto para que o vendedor de coisa imóvel exerça 
o direito de recobrá-la, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do 
comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua 
autorização escrita. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I e III são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas II e IV são verdadeiras. 
(D) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
 
GABARITO: B 
 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 4 da turma de reta final MPMG. 
 
73 
 
(A) INCORRETA. O item II encontra-se incorreto pois o prazo não PRESCRIONAL e sim 
DECADENCIAL, conforme artigo 1510-D, §1º do CC: 
 
Art. 1.510-D. Em caso de alienação de qualquer das unidades 
sobrepostas, terão direito de preferência, em igualdade de 
condições com terceiros, os titulares da construção-base e da 
laje, nessa ordem, que serão cientificados por escrito para que 
se manifestem no prazo de trinta dias, salvo se o contrato 
dispuser de modo diverso. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
§ 1 o O titular da construção-base ou da laje a quem não se der 
conhecimento da alienação poderá, mediante depósito do 
respectivo preço, haver para si a parte alienada a terceiros, se o 
requerer no prazo decadencial de cento e oitenta dias, contado 
da data de alienação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
O item IV encontra-se incorreto pois o prazo não PRESCRIONAL e sim DECADENCIAL, 
conforme artigo 505 do CC: 
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito 
de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, 
restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do 
comprador,inclusive as que, durante o período de resgate, se 
efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de 
benfeitorias necessárias. 
 
(B) CORRETA. O item I está correto, conforme artigo 206 do CC: 
Art. 206. Prescreve: 
§ 1º Em um ano: 
[...] 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários 
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, 
custas e honorários; 
O item III está correto conforme artigo 119 do CC: 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em 
conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou 
devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão 
do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de 
decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 
 
 
74 
(C) INCORRETA. O item II encontra-se incorreto pois o prazo não PRESCRIONAL e sim 
DECADENCIAL, conforme artigo 1510-D, §1º do CC. O item IV encontra-se incorreto pois 
o prazo não PRESCRIONAL e sim DECADENCIAL, conforme artigo 505 do CC. 
 
(D) INCORRETA. O item II encontra-se incorreto pois o prazo não PRESCRIONAL e sim 
DECADENCIAL, conforme artigo 1510-D, §1º do CC. O item IV encontra-se incorreto pois 
o prazo não PRESCRIONAL e sim DECADENCIAL, conforme artigo 505 do CC. 
 
48. Assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) Ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis especiais, os contratos civis e 
empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos 
concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção. 
(B) A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do 
encargo, sendo possível que as partes estipulem, expressamente, a renúncia antecipada 
do direito de revogar a liberalidade por ingratidão. 
(C) As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será 
demandado senão depois que se fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor. 
(D) Nos casos de inadimplemento do vendedor em virtude do atraso na entrega de 
imóvel em construção objeto de contrato ou promessa de compra e venda, a cláusula 
penal moratória tem a finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio da obrigação, 
e, em regra, estabelecida em valor equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação com 
lucros cessantes. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 5 da turma de reta final MPMG. 
 
(A) INCORRETA. Assertiva correta conforme artigo 421-A do CC: 
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se 
paritários e simétricos até a presença de elementos concretos 
que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os 
regimes jurídicos previstos em leis especiais, garantido também 
que: 
 
(B) CORRETA. O legislador, em casos de ingratidão do donatário, ou de descumprimento 
de encargo, permite a revogação da doação (art. 555). Talvez tivesse sido mais técnico 
afirmar que o não cumprimento do encargo induz à possibilidade de resolução do 
beneplácito e, assim, deixar como causa da revogabilidade apenas a ingratidão. 
 
75 
Mas o Código submeteu tanto os casos de ingratidão quanto os de descumprimento de 
encargo ao sistema que os trata como causas da revogabilidade do benefício. A 
ingratidão que possibilita revogar o contrato ocorre nas hipóteses taxativamente 
previstas no art. 557 do CC. O direito de revogação da doação está sujeito ao prazo 
decadencial de 1 ano (art. 559 do CC), e a ação é privativa do doador. Mas na mais grave 
das ingratidões, isto é, aquela na qual o donatário mata o doador, por lógica, a lei admite 
que a ação para reconhecer a revogação seja iniciada pelos herdeiros do doador (art. 
561 do CC). 
 
(C) INCORRETA. Vide artigo 821 do CC: 
Art. 821. As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o 
fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se 
fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor. 
 
(D) INCORRETA. É devida indenização por lucros cessantes pelo período em que o 
imóvel objeto de contrato de locação permaneceu indisponível para uso, após sua 
devolução pelo locatário em condições precárias. (…). REsp 1.919.208/MA, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 20/04/2021. 
 
49. Considere as assertivas a seguir: 
I. Nas obrigações em que há solidariedade ativa, pode o devedor opor a um dos credores 
solidários as exceções pessoais oponíveis aos outros. 
II. Nas arras penitenciais, se a parte que as recebeu não executar o contrato, poderá a 
que as deu considerar o contrato desfeito e exigir, além da indenização suplementar, 
sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
III. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial 
de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena 
cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. 
IV. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento 
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo solvente e, salvo 
assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da 
assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas III e IV são verdadeiras. 
(D) Apenas as assertivas II e III são verdadeiras. 
 
GABARITO: C 
 
76 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 5 da turma de reta final MPMG. 
 
(A) INCORRETA. O item I está incorreto conforme artigo 273 do CC, a exceção será 
somente ao credo com quem possui relação. Veja-se: 
O art. 273 do CC dispõe sobre a limitação do credor em opor 
exceções aos demais credores. Com efeito, por se tratar de 
exceção pessoal, somente o credor com quem possui relação 
será afetado com a exceção. 
O item II encontra-se incorreto pois há direito de arrependimento, não havendo 
indenização suplementar, conforme art. 420 do CC. 
 
(B) INCORRETA. O item I está incorreto conforme artigo 273 do CC, a exceção será 
somente ao credo com quem possui relação. 
O item II encontra-se incorreto pois há direito de arrependimento, não havendo 
indenização suplementar, conforme art. 420 do CC. 
 
(C) CORRETA. Item III correto conforme artigo 411 do CC: 
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de 
mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, 
terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, 
juntamente com o desempenho da obrigação principal. 
O item IV está correto conforme artigo 299 do CC: 
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, 
com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o 
devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era 
insolvente e o credor o ignorava. 
 
(D) INCORRETA. O item II encontra-se incorreto pois há direito de arrependimento, não 
havendo indenização suplementar, conforme art. 420 do CC. 
 
50. Considere as assertivas a seguir: 
I. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um 
mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso 
e gozo, com exclusividade, da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos proprietários 
de forma alternada e não se extingue automaticamente se todas as frações de tempo 
forem do mesmo multiproprietário. 
 
77 
II. Haverá direito de preferência na alienação de fração de tempo, ainda que não 
estabelecido no instrumento de instituição ou na convenção do condomínio em 
multipropriedade em favor dos demais multiproprietários ou do instituidor do 
condomínio em multipropriedade. 
III. O atraso, por parte de instituição financeira, na baixa de gravame de alienação 
fiduciária no registro de veículonão caracteriza, por si só, dano moral in re ipsa. 
IV. O reconhecimento da usucapião extraordinária, mediante o preenchimento dos 
requisitos específicos, não pode ser obstado em razão de a área usucapienda ser inferior 
ao módulo estabelecido em lei municipal. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Apenas as assertivas II e IV são verdadeiras. 
(B) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
(C) Apenas as assertivas I, III e IV são verdadeiras. 
(D) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
Tema abordado na rodada 5 da turma de reta final MPMG. 
 
(A) INCORRETA. O item II, está incorreto pois NÃO HAVERÁ direito de preferência, 
conforme artigo 1358-L, §1º: 
Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e a 
sua produção de efeitos perante terceiros dar-se-ão na forma da 
lei civil e não dependerão da anuência ou cientificação dos 
demais multiproprietários. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) 
(Vigência) 
§ 1º Não haverá direito de preferência na alienação de fração 
de tempo, salvo se estabelecido no instrumento de instituição 
ou na convenção do condomínio em multipropriedade em favor 
dos demais multiproprietários ou do instituidor do condomínio 
em multipropriedade. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) 
(Vigência) 
 
(B) INCORRETA. O item II, está incorreto pois NÃO HAVERÁ direito de preferência, 
conforme artigo 1358-L, §1º 
 
(C) CORRETA. O item I está correto conforme art. 1358-C do CC: Art. 1.358-C. 
 
78 
Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada um 
dos proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração 
de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com 
exclusividade, da totalidade do imóvel, a ser exercida pelos 
proprietários de forma alternada. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 
2018) (Vigência) 
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá 
automaticamente se todas as frações de tempo forem do 
mesmo multiproprietário. (Incluído pela Lei nº 13.777, de 2018) 
(Vigência) 
O item III correto conforme entendimento do Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze: 
O atraso, por parte de instituição financeira, na baixa de 
gravame de alienação fiduciária no registro de veículo não 
caracteriza, por si só, dano moral in re ipsa. (REsp. 1.881.453-
RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por 
unanimidade, julgado em 30/11/2021, DJe 07/12/2021. (Tema 
1078). 
O item IV está correto conforme artigo 1036 do CPC: 
1.036 do CPC/2015: O reconhecimento da usucapião 
extraordinária, mediante o preenchimento dos requisitos 
específicos, não pode ser obstado em razão de a área 
usucapienda ser inferior ao módulo estabelecido em lei 
municipal. 
 
(D) INCORRETA. O item II, está incorreto pois NÃO HAVERÁ direito de preferência, 
conforme artigo 1358-L, §1º 
 
51. Nos termos da legislação processual civil, a sentença condenará o vencido a pagar 
honorários ao advogado do vencedor. A respeito disso, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
(A) É proibida a apreciação equitativa dos honorários mesmo quando o valor atualizado 
da causa for liquidável, salvo nas causas de inestimável ou irrisório proveito econômico, 
ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo. 
(B) No cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje a expedição de 
precatório não serão devidos honorários, desde que inexistente impugnação. 
(C) Os honorários são direito do advogado e têm natureza alimentar, gozando dos 
mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação previdenciária, vedada a 
compensação em caso de sucumbência parcial. 
(D) Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários 
incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações 
vincendas. 
 
79 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
 
(A) CORRETA. O artigo 85, §8º, do CPC estabelece que: “nas causas em que for 
inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for 
muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando 
o disposto nos incisos do § 2º. 
(B) INCORRETA. Alternativa destoa da redação do artigo 85, § 7º, do CPC quando diz que 
os privilégios são os mesmos da legislação previdenciária, quando na verdade o texto de 
lei menciona legislação do trabalho. 
(C) CORRETA. Redação exata do artigo 85, §14, do CPC. 
(D) CORRETA. Redação do artigo 85, §9º, do CPC. 
 
52. A respeito do cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade do 
pagamento de alimentos em razão da prática de ato ilícito, assinale a alternativa 
INCORRETA, nos termos da legislação processual civil: 
 (A) Considera-se “patrimônio de afetação” o capital constituído para assegurar o 
pagamento do valor mensal da pensão. 
(B) A requerimento do exequente a constituição do capital poderá ser substituída por 
fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. 
(C) No cumprimento de sentença há previsão rebus sic stantibus, pois sobrevindo 
modificação nas condições econômicas, poderá a parte, conforme as circunstâncias, 
pleitear redução ou aumento da prestação. 
(D) A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salário-mínimo. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Patrimônio de afetação é o que encontra-se destinado ao cumprimento 
de alguma finalidade, exatamente o que ocorre com o capital constituído para o 
pagamento da pensão. 
(B) INCORRETA. Conforme artigo 533, § 2º, do CPC o requerimento deverá partir do 
executado e não do exequente. 
(C) CORRETA. Conforme artigo 533, § 3º, do CPC. 
(D) CORRETA. Conforme artigo 533, § 4º, do CPC. 
 
80 
 
53. Quanto ao adimplemento e inadimplemento na legislação processual civil, é 
INCORRETO afirmar: 
(A) O depósito consignatório insuficiente pode ser complementado, no prazo de 10 
(dez) dias, desde que corresponda a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão 
do contrato. 
(B) A impossibilidade absoluta no pagamento de obrigação alimentícia é causa 
justificadora do inadimplemento. 
(C) O arrematante inadimplente poderá ser executado pelo valor devido em caso de 
não cumprimento da proposta que tramita em conjunto aos autos da execução 
principal. 
(D) A exceptio non adimpleti contractus alinha-se entre as hipóteses de excesso de 
execução. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. O artigo 545 do CPC ressalva a complementação do depósito caso o 
inadimplemento da prestação acarretar a rescisão do contrato. 
(B) CORRETA. Conforme artigo 528 do CPC. 
(C) CORRETA. Conforme artigo 895, § 5º, do CPC. 
(D) CORRETA. Conforme artigo 917, § 2º, IV, do CPC. 
 
54. Quanto à decisão antecipatória parcial de mérito, nos termos da legislação 
processual civil, é INCORRETO afirmar: 
(A) É possível quando um ou mais dos pedidos formulados forem incontroversos ou 
quando não houver necessidade de produção de outras provas, estando o mérito em 
condições de julgamento. 
(B) A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão 
ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
(C) É impugnável por apelação. 
(D) Poderá ser liquidada ou executada, desde logo, na parte que julgar parcialmente o 
mérito, independentemente de caução. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
 
81 
(A) CORRETA. Conforme artigo 356, I e II, do CPC. 
(B) CORRETA. Conforme artigo 356, § 4º, do CPC. 
(C) INCORRETA. É impugnável por agravo de instrumento, conforme artigo 356, § 5º, 
do CPC. 
(D) CORRETA. Conforme artigo 356, § 2º, do CPC. 
 
55. A respeito da confissão, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) A confissão feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os 
fatos confessados é ineficaz. 
(B) Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, 
a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime 
de casamentofor o de separação absoluta de bens. 
(C) A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de 
coação. 
(D) A confissão espontânea constará do termo de depoimento pessoal. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Conforme artigo 392, § 1º, do CPC. 
(B) CORRETA. Conforme artigo 391, parágrafo único, do CPC. 
(C) CORRETA. Conforme artigo 393 do CPC. 
(D) INCORRETA. De acordo com o artigo 390, § 2º, do CPC é a confissão provocada que 
constará do termo de depoimento pessoal. 
 
56. Quanto ao litisconsórcio, assinale a opção INCORRETA nos termos da legislação 
processual civil: 
(A) O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na 
fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este 
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da 
sentença. 
(B) A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será 
ineficaz, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter 
integrado o processo. 
(C) Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos 
devem ser intimados dos respectivos atos. 
(D) O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver 
de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
 
82 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Conforme artigo 113, § 1º, do CPC. 
(B) INCORRETA. O artigo 115, I, do CPC é expresso ao dizer que a sentença será NULA. 
(C) CORRETA. Conforme artigo 118 do CPC. 
(D) CORRETA. Conforme artigo 116 do CPC. 
 
57. Quanto à tutela das fundações, no Código de Processo Civil, é INCORRETO afirmar: 
(A) Qualquer interessado pode promover em juízo a sua extinção. 
(B) Cabe ao juiz sua aprovação quando houver dissenso entre os instituidores. 
(C) Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no estatuto modificações a 
fim de adaptá-lo ao objetivo do instituidor. 
(D) A impossibilidade de manutenção é causa de extinção. 
_______________________________________________________________________ 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Conforme artigo 765 do CPC. 
(B) INCORRETA. Não existe essa previsão na Seção do CPC que trata do assunto. 
(C) CORRETA. Conforme artigo 764, § 2º, do CPC. 
(D) CORRETA. Conforme artigo 765, II, do CPC. 
 
58. Sobre o tema da falsidade documental, de acordo com o Código de Processo Civil, é 
INCORRETO afirmar: 
(A) A falsidade é resolvida como questão incidental, salvo interesse da parte em que o 
juiz a decida como questão principal. 
(B) Não haverá perícia se a parte que produziu o documento se dispõe a retirá-lo dos 
autos. 
(C) A formação de documento não verdadeiro e a alteração de documento verdadeiro 
são os modos de falsidade. 
(D) Cessa a fé do documento particular quando impugnada sua autenticidade por 
preenchimento abusivo. 
 
 
83 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Conforme artigo 430, parágrafo único, do CPC. 
(B) CORRETA. Conforme artigo 432, parágrafo único, do CPC. 
(C) CORRETA. Conforme artigo 427, parágrafo único, I e II, do CPC. 
(D) INCORRETA. O artigo 428, II, do CPC é expresso no sentido de que: “cessa a fé do 
documento particular quando assinado em branco, for impugnado seu conteúdo por 
preenchimento abusivo.” 
 
59. Sobre os danos no âmbito da processualidade civil, é INCORRETO afirmar: 
(A) Na execução para entrega de coisa certa, o exequente tem direito a receber, além 
de perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, 
não for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente. 
(B) O ato praticado por advogado sem procuração, se não ratificado, será considerado 
ineficaz relativamente àquele em nome de quem foi praticado, respondendo o 
advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
(C) O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a 
trazer ao acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao 
reembolso das despesas necessárias e úteis que fez e responde pelo dano que causou, 
independentemente de dolo ou culpa. 
(D) O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu, quando a sentença, 
transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que 
ensejou a execução. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
 
(A) CORRETA. Conforme artigo 809 do CPC. 
(B) CORRETA. Conforme artigo 104, § 2º, do CPC. 
(C) INCORRETA. A responsabilidade não é objetiva como afirmado na assertiva. O artigo 
614 do CPC exige dolo ou culpa para que ocorra a responsabilização. 
(D) CORRETA. Conforme redação do artigo 776 do CPC. 
 
60. Sobre a herança jacente, nos termos da lei processual, é INCORRETO afirmar: 
(A) A competência para arrecadação será do juízo onde estão situados os bens. 
 
84 
(B) Incumbe ao curador representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção 
do Ministério Público. 
(C) Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada, apresentarem-
se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o herdeiro ou o testamenteiro 
notoriamente reconhecido e não houver oposição motivada do curador, de qualquer 
interessado, do Ministério Público ou do representante da Fazenda Pública. 
(D) O juiz poderá autorizar a alienação de títulos e papéis de crédito, havendo fundado 
receio de depreciação. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
 
(A) INCORRETA. O artigo 738 do CPC estabelece que: “nos casos em que a lei considere 
jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá 
imediatamente à arrecadação dos respectivos bens. 
(B) CORRETA. Conforme artigo 739, § 1º, I, do CPC. 
(C) CORRETA. Conforme artigo 740, § 6º, do CPC. 
(D) CORRETA. Conforme artigo 742, III, do CPC. 
 
 
GRUPO TEMÁTICO IV 
 
61. De acordo com as previsões contidas no Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/03), 
assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) À pessoa idosa que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o 
direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável, e, não 
estando em condições, a opção será feita pelo curador (no caso de pessoa interditada), 
pelos familiares (quando a pessoa idosa não tiver curador ou este não puder ser 
contactado em tempo hábil) ou pelo médico (quando houver iminente risco de vida e 
não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar, ou quando não houver 
curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério 
Público). 
(B) Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra pessoas idosas 
serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde, públicos e privados, à 
autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a 
quaisquer dos seguintes órgãos: à autoridade policial, ao Ministério Público, ao 
Conselho Municipal da Pessoa Idosa, ao Conselho Estadual da Pessoa Idosa e ao 
Conselho Nacional da Pessoa Idosa. 
 
85 
(C) Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social 
observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos 
salários sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente. Os 
valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data de reajuste do 
salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu 
último reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados 
os critérios estabelecidos pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. 
(D) As entidades de atendimento governamentais que descumprirem as determinações 
da Lei nº 10.741/03 ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de 
seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido processo 
legal:a) advertência; b) multa; c) suspensão de atividades; d) perdimento de bens; e) 
dissolução. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Exata redação do art.17 do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/03) 
(B) CORRETA. Exata redação do art.19 do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/03) 
(C) CORRETA. Exata redação do art.29 do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/03) 
(D) INCORRETA. O item está em contradição com o art.55 do Estatuto da Pessoa Idosa 
(Lei nº 10.741/03) 
 
62. Em relação ao Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), é INCORRETO 
afirmar: 
(A) São vedadas, na oferta de crédito ao consumidor, mensagens publicitárias ou 
propagandas com o uso de termos como “sem juros”, “sem acréscimo” ou “juros zero”. 
(B) Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à 
saúde ou à segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis 
em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer 
hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. 
(C) No âmbito da prevenção, do tratamento e da conciliação administrativa ou judicial 
das situações de superendividamento, para efeitos do CDC, o custo efetivo total da 
operação de crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e compreenderá 
todos os valores cobrados do consumidor, sem prejuízo do cálculo padronizado pela 
autoridade reguladora do sistema financeiro. 
(D) Em relação à responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço, o serviço não 
será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
86 
 
(A) INCORRETA. A lei 14.181/21, que atualizou o Código de Defesa do Consumidor para 
incluir regras de prevenção ao superendividamento dos consumidores, recebeu 5 vetos 
do Presidente da República, dentre esses estava o inciso I do art.54-C que possuía a 
exata redação do item da questão. 
(B) CORRETA. Exata redação do art.8º, caput, do CDC. 
(C) CORRETA. Exata redação do art.54-B, § 2º, do CDC. 
(D) CORRETA. Exata redação do art.14, § 2º, do CDC. 
 
63. Em relação à Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92), analise as 
seguintes assertivas: 
I. Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos 
arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais, os quais não 
foram revogados pela Lei nº 14.230/21. 
II. Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções 
desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada 
para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou 
receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito 
sobre a contribuição dos cofres públicos. 
III. A responsabilidade sucessória, notadamente para a reparação de dano, também se 
aplica na hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão 
ou de cisão societária. 
IV. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a responsabilidade da sucessora será 
restrita à obrigação de reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio 
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas na Lei decorrentes de 
atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação, exceto no caso de 
simulação ou de evidente intuito de fraude, devidamente comprovados. 
É CORRETO afirmar: 
(A) Apenas as assertivas I, II e IV são verdadeiras. 
(B) As assertivas I, II, III e IV são verdadeiras. 
(C) Somente a assertiva I é falsa. 
(D) Somente a assertiva IV é falsa. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. Item em consonância com a redação do art.1º, § 1º, da Lei de Improbidade 
(Lei nº 8.429/92). 
https://www2.camara.gov.br/legin/fed/lei/2021/lei-14181-1-julho-2021-791536-norma-pl.html
 
87 
(II) CORRETA. Exata redação do art.1º, § 7º, da Lei de Improbidade (Lei nº 8.429/92). 
(III) CORRETA. Exata redação do art.8º-A, caput, da Lei de Improbidade (Lei nº 8.429/92). 
(IV) CORRETA. Exata redação do art.8º-A, parag.unico, da Lei de Improbidade (Lei nº 
8.429/92). 
 
64. Nos termos do que dispõe expressamente o Estatuto da Desigualdade Racial (Lei nº 
12.288/2010), é CORRETO afirmar: 
(A) São denominados como políticas públicas os programas e medidas especiais 
adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais 
e para a promoção da igualdade de oportunidades. 
(B) A desigualdade de gênero e raça é definida como toda distinção, exclusão, restrição 
ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que 
tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade 
de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, 
econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada. 
(C) Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e 
privados, é facultativo, mas recomendado, o estudo da história geral da África e da 
história da população negra no Brasil. 
(D) O direito à moradia adequada, nos termos da lei, inclui o provimento habitacional e 
a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comunitários associados à 
função habitacional, sem incorporar a assistência técnica e jurídica para a construção, a 
reforma ou a regularização fundiária da habitação em área urbana. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. 
 
(A) CORRETA. Item em consonância com os arts.1º, V, VI e 4º do Estatuto da 
Desigualdade Racial (Lei nº 12.288/2010). Item passível de RECURSO, pois o enunciado 
do item trata justamente sobre o inciso VI do art.1º da Lei 12.288/2010, trazendo 
literalmente a definição do que seria “Ações afirmativas” (inciso VI) e não “Políticas 
públicas” (inciso V). Em que pese a leitura do art.4º, parágrafo único, da referida Lei 
levar a conclusão de que ações afirmativas são espécies de políticas públicas, a questão 
induziu a erro ao cobrar conceitos de forma “ipsis litteris”. 
(B) INCORRETA. O Item traz a inversão dos conceitos previstos no art.1º, incisos I, II e III 
do Estatuto da Desigualdade Racial (Lei nº 12.288/2010). 
 
88 
(C) INCORRETA. Item em contradição com o enunciado do art.11 do Estatuto da 
Desigualdade Racial (Lei nº 12.288/2010). 
(D) INCORRETA. Item em contradição com o enunciado do art.35, parag.unico do 
Estatuto da Desigualdade Racial (Lei nº 12.288/2010). 
 
65. Conforme a Lei de Combate à Corrupção (Lei nº 12.846/2013), na fase de 
responsabilização judicial, o Ministério Público poderá postular a aplicação das 
seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras, EXCETO: 
(A) Proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de 
órgãos ou entidades públicas e privadas, pelo prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 
(cinco) anos. 
(B) Dissolução compulsória da pessoa jurídica. 
(C) Suspensão ou interdição parcial de suas atividades. 
(D) Perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito 
direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de 
terceiro de boa-fé. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Item em discordância com o art.19, IV, Lei de Combate à Corrupção (Lei 
nº 12.846/2013) 
(B) CORRETA. Item em concordância com o art.19, III, Lei de Combate à Corrupção (Lei 
nº 12.846/2013) 
(C) CORRETA. Item em concordância com o art.19, II, Lei de Combate à Corrupção (Lei 
nº 12.846/2013) 
(D) CORRETA. Item em concordância com o art.19, I, Lei de Combate à Corrupção (Lei 
nº 12.846/2013) 
 
66. A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/18) assegura a titularidade de dados 
pessoais, garantidos os direitos fundamentais de liberdade, de intimidade e de 
privacidade à pessoa natural, permitindo ao titular obter, mediante requisição, a 
qualquer momento, EXCETO: 
(A) Eliminaçãodos dados pessoais tratados com o consentimento do titular, incluindo 
aqueles de uso exclusivo do controlador. 
(B) Informação das entidades públicas e privadas com as quais o controlador realizou 
uso compartilhado de dados. 
 
89 
(C) Informação sobre a possibilidade de não fornecer consentimento e sobre as 
consequências da negativa. 
(D) Revogação do consentimento a qualquer momento mediante manifestação 
expressa do titular, por procedimento gratuito e facilitado. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Item em contradição com o art.18, inciso VI da Lei Geral de Proteção 
de Dados (Lei nº 13.709/18). 
(B) CORRETA. Item em concordância com o art.18, inciso VII da Lei Geral de Proteção de 
Dados (Lei nº 13.709/18). 
(C) CORRETA. Item em concordância com o art.18, inciso VIII da Lei Geral de Proteção 
de Dados (Lei nº 13.709/18). 
(D) CORRETA. Item em concordância com o art.18, inciso IX da Lei Geral de Proteção 
de Dados (Lei nº 13.709/18). 
 
67. Assinale a opção INCORRETA: 
(A) A Recomendação 61/2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, trata da 
promoção de encontros com os movimentos sociais pelas unidades e ramos do 
Ministério Público, com o objetivo, dentre outros, de contribuir para o aprofundamento 
da democracia e da participação social e capacitação das lideranças dos movimentos 
sociais sobre os serviços prestados pelo MP na defesa dos direitos e sobre o modo de 
acessá-los. 
(B) Na Resolução 230/2021 do Conselho Nacional do Ministério Público, que disciplina 
a atuação do Ministério Público brasileiro junto aos povos e comunidades tradicionais, 
é estabelecido que o território é o eixo central em torno do qual gravitam os espaços 
necessários à reprodução cultural, social e econômica dos povos e comunidades 
tradicionais, sejam eles utilizados de forma permanente ou temporária. 
(C) Na Recomendação 53/2017 do Conselho Nacional do Ministério Público, que versa 
sobre a garantia do acesso das pessoas em situação de rua às dependências do 
Ministério Público brasileiro, é assegurado o ingresso às dependências institucionais 
sem exibição de documento pessoal, sem qualquer restrição ou adoção de providências. 
(D) Na Recomendação 80/2021 do Conselho Nacional do Ministério Público, que dispõe 
sobre a necessidade de aprimoramento da atuação do Ministério Público no 
enfrentamento da violência de gênero e da violência institucional, defende-se a inclusão 
do tema da violência de gênero nos cursos de formação e atualização dos membros do 
Ministério Público. 
 
GABARITO: C 
 
90 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Exata redação do art.1º, IV, da Recomendação 61/2017, do Conselho 
Nacional do Ministério Público. 
(B) CORRETA. Exata redação do art.6º, caput, da Recomendação 230/2021, do Conselho 
Nacional do Ministério Público. 
 
(C) INCORRETA. Item em contradição com a redação do art.3º da Recomendação 
53/2017, do Conselho Nacional do Ministério Público. 
(D) CORRETA. Item em concordância com a redação do art.2º da Recomendação 
80/2021, do Conselho Nacional do Ministério Público. 
 
68. Considerando a Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, assinale a alternativa 
INCORRETA: 
(A) Considera-se recuperação a restituição de um ecossistema ou de uma população 
silvestre degradada a uma condição não degradada, sendo essa condição não degradada 
diferente da condição original. Já a restauração consiste na restituição de um 
ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua 
condição original. 
(B) O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza tem como alguns de 
seus objetivos: contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos 
genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; proteger paisagens naturais 
e pouco alteradas de notável beleza cênica; proteger e recuperar recursos hídricos e 
edáficos; proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, 
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural. 
(C) A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de 
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais 
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações 
humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o 
processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 
(D) Se houver um conjunto de unidades de conservação próximas, justapostas ou 
sobrepostas, e áreas protegidas públicas, constituindo um mosaico, a gestão do 
conjunto deverá ser feita de forma integrada e participativa, considerando-se os seus 
objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a 
valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional, 
desde que as unidades em questão pertençam à mesma categoria, nos termos da lei. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
 
91 
(A) CORRETA. Exata redação do art.2º, incisos XIII e XIV da Lei Federal nº 9.985/2000. 
(B) CORRETA. Exata redação do art.4º, incisos I, VI,VII e VIII da Lei Federal nº 9.985/2000. 
(C) CORRETA. Exata redação do art.15, caput, da Lei Federal nº 9.985/2000. 
(D) INCORRETA. Item em contradição com a redação do art.26, caput, da Lei Federal nº 
9.985/2000. 
 
69. Sobre a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001, é INCORRETO afirmar: 
(A) O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de 
desenvolvimento e expansão urbana e parte integrante do planejamento municipal, 
devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar 
as diretrizes e as prioridades nele contidas. 
(B) A elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança poderá, em casos específicos, 
substituir a elaboração e a aprovação do Estudo Prévio de Impacto Ambiental, nos 
termos da legislação ambiental. 
(C) São diretrizes da política urbana a justa distribuição dos benefícios e ônus 
decorrentes do processo de urbanização e a gestão democrática por meio da 
participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da 
comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e 
projetos de desenvolvimento urbano. 
(D) São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana: o 
possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente; os 
possuidores, em estado de composse; como substituto processual, a associação de 
moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica, 
desde que explicitamente autorizada pelos representados. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Exata redação do art.40, caput e §1º da Lei Federal nº 10.257/2001. 
(B) INCORRETA. Item em contradição com a redação do art.38 da Lei Federal nº 
10.257/2001. 
(C) CORRETA. Exata redação do art.2º, incisos II e IX da Lei Federal nº 10.257/2001. 
(D) CORRETA. Exata redação do art.12 da Lei Federal nº 10.257/2001. 
 
70. Sobre a tutela do patrimônio cultural, é INCORRETO afirmar: 
(A) Ao Poder Público, com a colaboração da comunidade, cabe o dever de promover e 
proteger o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, 
tombamento, desapropriação e outras formas de acautelamento e preservação. 
 
92 
(B) São sujeitos ao tombamento, entre outros bens, os monumentos naturais e os sítios 
e paisagens que importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido 
dotados pela natureza ou agenciados pela indústria humana. 
(C) O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma 
centralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção de forma 
autônoma e individual por cada ente federado de políticas públicas de cultura, 
democráticas e permanentes, tendo por objetivo promover o desenvolvimento 
ambiental, humano, social e econômico, com pleno exercício dos direitosculturais. 
(D) É dever do Estado garantir a todos o exercício pleno dos direitos culturais e o acesso 
às fontes da cultura nacional, bem como apoiar e incentivar a valorização e a difusão 
das manifestações culturais. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Exata redação do art.216, §1º , da Constituição Federal de 1988. 
(B) CORRETA. Exata redação do art.1º, §2º , do Decreto Lei 25/1937 
(C) INCORRETA. Item em contradição com a redação do art.216-A da Constituição 
Federal de 1988 
(D) CORRETA. Exata redação do art.215, caput , da Constituição Federal de 1988. 
 
71. No que diz respeito à Política Estadual de Segurança de Barragens, instituída em 
Minas Gerais por força da Lei Estadual nº 23.291, de 25 de fevereiro de 2019, é 
INCORRETO afirmar: 
(A) A lei é aplicável a barragens destinadas à acumulação ou à disposição final ou 
temporária de rejeitos e resíduos industriais ou de mineração e a barragens de água ou 
líquidos associados a processos industriais ou de mineração, que apresentem, no 
mínimo, uma das seguintes características: altura do maciço, contada do ponto mais 
baixo da fundação à crista, maior ou igual a dez metros; capacidade total do reservatório 
maior ou igual a um milhão de metros cúbicos; reservatório com resíduos perigosos; 
potencial de dano ambiental médio ou alto, conforme regulamento. 
(B) O licenciamento e a fiscalização ambiental de barragens no Estado competem a 
órgãos e entidades do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, sem 
prejuízo das ações de fiscalização previstas no âmbito da Política Nacional de Segurança 
de Barragens. 
(C) Antes da análise do pedido de licença ambiental prévia, o órgão ou a entidade 
competente do Sistema Estadual de Meio Ambiente promoverá audiências públicas 
para discussão do projeto conceitual da barragem, considerando suas diversas fases de 
implantação até a cota final, para as quais serão convidados o empreendedor, os 
cidadãos afetados direta ou indiretamente residentes nos municípios situados na área 
da bacia hidrográfica onde se situa o empreendimento, os órgãos ou as entidades 
 
93 
estaduais e municipais de proteção e defesa civil, as entidades e associações da 
sociedade civil, o Ministério Público e a Assembleia Legislativa, e serão reservados 
espaço e tempo às mulheres, para que sejam discutidos os impactos específicos do 
empreendimento em suas vidas. 
(D) Fica vedada a concessão de licença ambiental para operação ou ampliação de 
barragens destinadas à acumulação ou à disposição final ou temporária de rejeitos ou 
resíduos industriais ou de mineração que utilizem os métodos de alteamento a jusante, 
a montante e por linha de centro. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Exata redação do art.1º, parágrafo único da Lei Estadual nº 23.291/2019. 
(B) CORRETA. Exata redação do art.4º da Lei Estadual nº 23.291/2019. 
(C) CORRETA. Exata redação do art.7º, parágrafos 2º e 3º da Lei Estadual nº 
23.291/2019. 
(D) INCORRETA. Item em contradição com a redação do art.13 da Lei Estadual nº 
23.291/2019. 
 
72. Nos termos da Resolução nº 179/2017, do Conselho Nacional do Ministério Público, 
que regulamenta o § 6º do art. 5º da Lei nº 7.347/1985, disciplinando, no âmbito do 
Ministério Público, a tomada do Compromisso de Ajustamento de Conduta: 
I. No exercício de suas atribuições, poderá o órgão do Ministério Público tomar 
compromisso de ajustamento de conduta para a adoção de medidas provisórias ou 
definitivas, parciais ou totais. Na hipótese de adoção de medida provisória ou parcial, a 
investigação deverá continuar em relação aos demais aspectos da questão, ressalvada 
situação excepcional que enseje arquivamento fundamentado. 
II. O compromisso de ajustamento de conduta será tomado em qualquer fase da 
investigação, somente nos autos de inquérito civil, devendo conter obrigações certas, 
líquidas e exigíveis, salvo peculiaridades do caso concreto, e ser assinado pelo órgão do 
Ministério Público e pelo compromissário. 
III. O compromisso de ajustamento de conduta poderá prever multa diária ou outras 
espécies de cominação para o caso de descumprimento das obrigações nos prazos 
assumidos, admitindo-se, em casos excepcionais e devidamente fundamentados, a 
previsão de que esta cominação seja fixada judicialmente, se necessária à execução do 
compromisso. 
IV. As indenizações pecuniárias referentes a danos a direitos ou interesses difusos e 
coletivos, quando não for possível a reconstituição específica do bem lesado, e as 
liquidações de multas deverão ser destinadas a fundos federais, estaduais e municipais 
que tenham o mesmo escopo do fundo previsto no art. 13 da Lei nº 7.347/1985. 
Também é admissível a destinação dos referidos recursos a projetos de prevenção ou 
 
94 
reparação de danos de bens jurídicos da mesma natureza, ao apoio a entidades cuja 
finalidade institucional inclua a proteção aos direitos ou interesses difusos, a depósito 
em contas judiciais ou, ainda, poderão receber destinação específica que tenha a mesma 
finalidade dos fundos previstos em lei ou que esteja em conformidade com a natureza 
e a dimensão do dano. 
V. Os valores referentes às medidas compensatórias decorrentes de danos irreversíveis 
aos direitos ou interesses difusos deverão ser, obrigatoriamente, revertidos em proveito 
da região ou pessoas impactadas. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) As assertivas I, II, III, IV e V são verdadeiras. 
(B) Somente as assertivas I, II, IV e V são verdadeiras. 
(C) Somente as assertivas I e IV são verdadeiras. 
(D) Somente as assertivas I, IV e V são verdadeiras. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. Exata redação do art.2º da Resolução nº 179/2017, do Conselho Nacional 
do Ministério Público. 
(II) INCORRETA. Item em contradição com o art.3º, caput, da Resolução nº 179/2017, 
do Conselho Nacional do Ministério Público. 
(III) INCORRETA. Item em contradição com o art.4º, caput, da Resolução nº 179/2017, 
do Conselho Nacional do Ministério Público. 
(IV) CORRETA. Exata redação do art.5º, § 2º da Resolução nº 179/2017, do Conselho 
Nacional do Ministério Público. 
 
73. Nos termos da Lei Federal nº 12.334/10, são fundamentos da Política Nacional de 
Segurança de Barragens: 
I. A segurança da barragem, consideradas as fases de planejamento, projeto, 
construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação, 
descaracterização e usos futuros. 
II. A informação e o estímulo à participação direta ou indireta da população nas ações 
preventivas e emergenciais, incluídos a elaboração e a implantação do Plano de Ação de 
Emergência (PAE) e o acesso ao seu conteúdo, ressalvadas as informações de caráter 
pessoal. 
III. A responsabilidade legal do empreendedor pela segurança da barragem, pelos danos 
decorrentes de seu rompimento, vazamento ou mau funcionamento e, 
independentemente da existência de culpa, pela reparação desses danos. 
IV. A transparência de informações, a participação e o controle social. 
 
95 
V. A segurança da barragem como instrumento de alcance da sustentabilidade 
socioambiental. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) As assertivas I, II, III, IV e V são verdadeiras. 
(B) Somente as assertivas I, II, IV e V são verdadeiras. 
(C) Somente as assertivas I e IV são verdadeiras. 
(D) Somente as assertivas I, IV e V são verdadeiras. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. Exata redação do art.4º, I, da Lei Federal nº 12.334/10. 
(II) CORRETA. Exata redação do art.4º, II, da Lei Federal nº 12.334/10. 
(III) CORRETA. Exata redação do art.4º, III, da Lei Federal nº 12.334/10. 
(IV) CORRETA. Exata redação do art.4º, IV, da Lei Federal nº 12.334/10. 
(V) CORRETA. Exata redação do art.4º, V, da Lei Federal nº 12.334/10. 
 
74. Sobre a reparação de danos ambientais no âmbito da jurisprudência dos Tribunais 
Superiores, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, embora a Constituiçãode 
1988 e as leis ordinárias não disponham acerca do prazo prescricional para a reparação 
de danos civis ambientais, sendo regra a estipulação de prazo para pretensão 
ressarcitória, a tutela constitucional ao meio ambiente impõe o reconhecimento da 
imprescritibilidade no que toca à recomposição dos danos ambientais. 
(B) Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a pretensão executória de 
obrigações de fazer previstas em termo de ajustamento de conduta firmado para 
reparação de danos ambientais decorrentes de empreendimento imobiliário, quando 
relacionadas a questões meramente patrimoniais, não visando a restauração de bens de 
natureza ambiental, sujeita-se à prescrição quinquenal. 
(C) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, para os fatos anteriores à 
promulgação da Constituição da República de 1988, aplica-se o prazo prescricional 
quinquenal previsto na Lei da Ação Popular (Lei nº 4.717/1965). 
(D) Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a citação válida em ação 
coletiva, mesmo que versando sobre direitos difusos, configura causa interruptiva do 
prazo de prescrição para o ajuizamento da ação individual decorrente de dano 
ambiental. 
 
GABARITO: C 
 
96 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. No Tema de Repercussão Geral 999 do STF relacionado ao julgamento do 
RExt 654833, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020, a Suprema Corte 
proferiu entendimento no sentido de que embora a Constituição e as leis ordinárias não 
disponham acerca do prazo prescricional para a reparação de danos civis ambientais, 
sendo regra a estipulação de prazo para pretensão ressarcitória, a tutela constitucional 
a determinados valores impõe o reconhecimento de pretensões imprescritíveis. Com 
isso, reconhece-se como imprescritível a pretensão de reparação civil de dano 
ambiental, tendo em vista ser considerado direito fundamental indisponível. 
(B) CORRETA. Enunciado do item compõe-se de entendimento firmado no julgamento 
do AREsp 1.941.907-RJ/2022 do STJ. 
(C) INCORRETA. No Tema de Repercussão Geral 999 do STF relacionado ao julgamento 
do RExt 654833, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 20/04/2020, a Suprema Corte 
proferiu entendimento no sentido de que mesmo para fatos anteriores a promulgação 
da CF/88, deve ser aplicada a imprescritibilidade das reparações por danos ambientais. 
(D) CORRETA. Conforme entendimento exarado no julgamento do AgInt no AREsp 
1852439 RS 2021/0066966-3 do STJ, a citação válida em ação coletiva, mesmo que 
versando sobre direitos difusos, configura causa interruptiva do prazo de prescrição 
para o ajuizamento da ação individual. 
 
75. Considerando a interpretação dos Tribunais Superiores em relação à eficácia 
subjetiva dos efeitos de sentenças proferidas em ações coletivas ou em ações civis 
públicas, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) A sentença civil fará coisa julgada erga omnes exclusivamente nos limites da 
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente 
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra 
ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. 
(B) A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito 
ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente 
alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem 
em momento anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação 
jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento. 
(C) O efeito da sentença proferida em ação coletiva proposta em substituição 
processual não está adstrito aos filiados à entidade sindical à época do oferecimento da 
ação coletiva, nem limitada sua abrangência ao âmbito territorial da jurisdição do órgão 
prolator da decisão. 
(D) Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em ação civil pública 
na qual se postula medicamento para um específico paciente, revela-se possível, 
havendo pedido expresso, a prolação de decisão com eficácia erga omnes, permitindo 
que, posteriormente, cada paciente interessado, desincumbindo-se do ônus de 
comprovar o seu enquadramento clínico à hipótese prevista no comando judicial, possa 
pleitear e obter o mesmo remédio nele indicado. 
https://processo.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%28ARESP.clas.+e+%40num%3D%221941907%22%29+ou+%28ARESP+adj+%221941907%22%29.suce.
 
97 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Item com entendimento contrário ao posicionamento das Cortes 
Superiores estabelecido no julgamento do EREsp 1134957/SP-2016 do STJ e no RExt 
1101937/SP/2021 do STF 
(B) CORRETA. Item em concordância com o entendimento estabelecido pelo STF no RE 
573232/SC-2014 e no RE 612043/PR-2017. 
(C) CORRETA. O STJ no julgamento do EREsp 1.770.377/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, 
DJe 7/5/2020, se manifestou no sentido de que, quando em discussão a eficácia objetiva 
e subjetiva da sentença proferida em ação coletiva proposta em substituição processual 
(como ocorre quando a ação é ajuizada por sindicato), a aplicação do art. 2º-A da 
Lei 9.494/1997 deve se harmonizar com os demais preceitos legais aplicáveis ao tema, 
de forma que o efeito da sentença coletiva nessas hipóteses não está adstrito aos 
filiados à entidade sindical à época do oferecimento da ação coletiva, nem limitada sua 
abrangência ao âmbito territorial da jurisdição do órgão prolator da decisão. 
(D) CORRETA. Enunciado do item em perfeita consonância com o entendimento lavrado 
no AgInt no REsp n. 1.377.135/SC-2022 do STJ. 
 
76. Sobre o microssistema de combate à corrupção e sua interpretação jurisprudencial, 
assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) No âmbito da Lei de Combate à Corrupção (Lei nº 12.846/2013) há previsão expressa 
de responsabilização objetiva (administrativa e civil) de pessoas jurídicas pelos atos 
lesivos praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não. 
(B) A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos 
ilícitos previstos na Lei nº 12.846/2013. 
(C) A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos 
administrativos praticados pelo administrador público é obrigada a defendê-lo 
judicialmente, caso este venha a responder ação por improbidade administrativa, até 
que a decisão transite em julgado. 
(D) Nas ações de responsabilização judicial previstas na Lei nº 12.846/2013 será adotado 
o rito previsto na Lei nº 7.347/1985. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Item em conformidade com o art.2º da Lei de Combate à Corrupção (Lei 
nº 12.846/2013). 
 
98 
(B) CORRETA. Item em conformidade com o art.16, parágrafo 9º da Lei de Combate à 
Corrupção (Lei nº 12.846/2013). 
(C) INCORRETA. Item em contradição com o entendimento firmado no julgamento das 
ADI’s 7042 e 7043. 
(D) CORRETA. Item em conformidade com o art.21 da Lei de Combate à Corrupção (Lei 
nº 12.846/2013). 
 
77. Sobre a tutela dos direitos do consumidor e sua interpretação pelo Superior Tribunal 
de Justiça, assinale a alternativa CORRETA: 
(A) A propositura de múltiplas ações civis públicas, em diversas comarcas, com a 
finalidade de reduzir o valor das mensalidades na rede privada de ensino, em 
decorrência dos atos oficiais de autoridades públicas em combate à pandemia da Covid-
19, implica a prevenção do juízo em que se deu a citação válida. 
(B) Por se tratar de fortuito externo, o estabelecimento comercial não detém 
legitimidade passiva para responder pela reparação de danos sofridos pelo consumidor 
vítima de crime ocorrido em drive-thru. 
(C) Prescreve em três anos a pretensão de repetição de indébito por descontos 
indevidos decorrentes de defeito na prestação do serviço bancário. 
(D) A vedação à denunciação da lide prevista no Código de Defesa do Consumidor não 
se restringe à responsabilidade de comerciante por fato do produto, sendo aplicável 
também nas demaishipóteses de responsabilidade civil por acidentes de consumo. 
 
GABARITO: D 
COMENTÁRIOS 
 
(A) INCORRETA. Item em desconformidade com o entendimento firmado no julgamento 
da ADI 6575/2020 do STF. 
(B) INCORRETA. Item em desconformidade com o entendimento firmado no julgamento 
da REsp 1450434-SP/2018 do STJ 
(C) INCORRETA. Item em desconformidade com o entendimento firmado no julgamento 
da REsp 1774704 – MS/2018 do STJ. 
(D) CORRETA. Item em consonância com o entendimento firmado no julgamento REsp 
1.165.279 do STJ. 
 
78. Incumbe ao Ministério Público implementar e adotar mecanismos de 
autocomposição, como a negociação, a mediação, a conciliação, o processo 
restaurativo, as convenções processuais e os acordos de não persecução. Considerando 
a disciplina legal e a interpretação jurisprudencial acerca da matéria, analise as seguintes 
assertivas: 
 
99 
I. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento no sentido 
de que os termos de ajustamento de conduta firmados pelo Ministério Público gozam 
de eficácia de títulos executivos extrajudiciais, constituindo-se em ato jurídico perfeito 
imune a alterações legislativas posteriores. 
 II. O acordo de não persecução civil sempre depende de homologação judicial, 
independentemente de o ajuste ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ação de 
improbidade administrativa. 
III. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será confidencial 
em relação a terceiros, não podendo ser revelada sequer em processo arbitral ou judicial 
salvo se as partes expressamente decidirem de forma diversa ou quando sua divulgação 
for exigida por lei ou necessária para cumprimento de acordo obtido pela mediação. 
Essa regra abriga a informação relativa à ocorrência de crime de ação pública. 
IV. A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir 
conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. A arbitragem que envolva a 
administração pública será sempre de direito e de caráter sigiloso. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
(A) Somente as assertivas I e II são verdadeiras. 
(B) Somente as assertivas III e IV são verdadeiras. 
(C) Somente as assertivas I, II e IV são verdadeiras. 
(D) Somente as assertivas I, II e III são verdadeiras. 
 
GABARITO: A 
COMENTÁRIOS 
 
(I) CORRETA. Item em consonância com o entendimento firmado no julgamento REsp 
1714551 SP 2017/0296588-5 do STJ. 
(II) CORRETA. Exata redação do art.17-B, § 1º, inciso III da Lei 8.249/92 – Lei de 
Improbidade. 
(III) INCORRETA. A parte final do item encontra-se em discordância da redação do 
art.30, § 3º, da Lei 13.140/2015. 
(IV) INCORRETA. Item incompleto e em discordância com o art.3º da Lei 13.140/2015. 
 
79. Considerando a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça quanto à tutela e 
proteção do patrimônio histórico, estético, turístico, cultural, artístico e paisagístico, 
assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) No campo da ordem pública do patrimônio histórico, cultural, paisagístico e 
turístico, o imóvel, o sítio, a edificação ou a paisagem não precisam estar 
necessariamente tombados, ou encravados em local ou conjunto tombado, para serem 
 
100 
dignos de proteção administrativa e judicial. O pressuposto é que ostentem 
características ou funções que disparem o dever-poder de cuidado pelo Estado. 
(B) Os atributos dos bens culturais tombados ou protegidos na forma de conjunto são 
reconhecidos com caráter unitário pelo legislador, em entidade ideal e complexa que 
transcende a individualidade de cada um dos seus elementos-componentes, 
constituindo verdadeira universalidade de direito, na forma do artigo 91 do Código Civil. 
(C) O tombamento geral – que atinge todos os bens situados em um bairro ou cidade – 
exige, para sua eficácia, a individualização do bem tombado e a prévia notificação do 
proprietário. 
(D) O inventário, isoladamente, já assegura proteção legal aos bens de valor histórico e 
artístico. Uma vez inventariado, o bem deve ser salvaguardado pelo Estado, pelo 
proprietário e pela sociedade em geral. Por outro lado, a notificação, que deflagra o 
tombamento provisório, impõe ao proprietário dever de abstenção absoluta de realizar 
qualquer intervenção no bem sem expressa, inequívoca e válida autorização da 
autoridade competente. 
 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Item em concordância com o entendimento firmado no REsp 
1.293.608/2014 do STJ. 
(B) CORRETA. Item em concordância com o entendimento firmado no AREsp 1451019 
MG 2019/0043087-5 
(C) INCORRETA. Item em contradição com o entendimento firmado no AREsp 1451019 
MG 2019/0043087-5 do STJ. 
(D) CORRETA. Item em concordância com o entendimento firmado no REsp 1.547.058-
MG/2016 do STJ. 
 
80. Considerando o quadro normativo vigente e os precedentes de Tribunais Superiores 
acerca do direito à educação e seu financiamento, assinale a alternativa INCORRETA: 
(A) O poder público tem o dever jurídico de dar efetividade integral às normas 
constitucionais sobre o acesso à educação básica. A educação infantil compreende a 
creche, de 0 (zero) a 3 (três) anos, e a pré-escola, de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos. Sua 
oferta pelo poder público pode ser exigida inclusive individualmente. 
(B) É constitucional o pagamento de honorários advocatícios contratuais com recursos 
alocados no Fundeb. A referida autorização não alcança os encargos moratórios que 
podem servir ao pagamento de honorários advocatícios contratuais devidamente 
ajustados, pois os juros de mora legais têm natureza jurídica autônoma em relação à 
natureza jurídica da verba em atraso. 
 
101 
(C) A educação básica em todas as suas fases – educação infantil, ensino fundamental 
e ensino médio – constitui direito fundamental de todas as crianças e jovens, assegurado 
por normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata. 
(D) É incompatível com a ordem constitucional vigente a adoção, para fins de repartição 
das quotas estaduais referentes ao salário-educação, do critério legal de unidade 
federada em que realizada a arrecadação desse tributo, devendo-se observar 
unicamente o parâmetro quantitativo de alunos matriculados no sistema de educação 
básica. 
 
GABARITO: B 
COMENTÁRIOS 
 
(A) CORRETA. Item em concordância com o art.54, IV do ECA e com o entendimento 
firmado no julgamento do RE 1.008.166/SC-2022 do STF. 
(B) INCORRETA. Item em contradição com o entendimento firmado no julgamento 
da ADPF 528/DF-2022 STF 
(C) CORRETA. Item em concordância com o entendimento firmado no julgamento do RE 
1.008.166/SC-2022 do STF. 
(D) CORRETA. Item em consonância com o entendimento firmado no julgamento 
da ADPF 188/DF-2022 STF.

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